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VISÃO GEOPOLÍTICA DA REGIÃO CENTRO – OESTE
ABORDAGEM TEÓRICA COM FOCO NAS
POTENCIALIDADES SUL-MATO-GROSSENSES 1
Luis Alberto Sandim2
Heitor Romero Marques3
1 INTRODUÇÃO
O Estado é visto como um organismo geográfico, ou seja, a
geopolítica relaciona a geografia e o poder do Estado. O termo "Geopolítica" foi
criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén, no início do século XX,
inspirado pela obra de Friedrich Ratzel, Politische Geographie, (Geografia
Política) de 1897.
Ratzel, um grande expoente da chamada Escola Alemã, foi
igualmente responsável pela formulação do conceito de determinismo
geográfico, conceito desenvolvido em Antropogeografia: fundamentos da
aplicação da Geografia à História de 1882. O conceito versa sobre a influência
exercida pelas condições naturais sobre a humanidade, e nunca sobre o
indivíduo, defendendo a tese de que o meio natural seria uma entidade
definidora da sociedade, ou seja, a humanidade seria marcada pelo meio que o
cerca.
Não se pode confundir Geografia Política com Geopolítica.
A Geografia Política criada à séculos, trata do estudo do meio ambiente no
visando os interesses do Estado. Nota-se que Rudolf Kjellén criou o termo,
porém o estudo da geopolítica está presente há séculos.
1
Artigo elaborado como requisito parcial para aprovação no curso de Planejamento Estratégico
Curso de Pós-Graduação lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB.
2
Pós Graduando pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).
3
Licenciado em Ciências e Pedagogia pela FUCMT, Especialista em História e Filosofia da
Educação pela FUCMT, Mestre em Educação pela UCDB e Doutor em Desarrollo Local pela
Universidad Complutense de Madrid (Reconhecimento pela UFRGS).
Marília Steinberger* em seu artigo afirma que para analisar o
Centro-Oeste num momento em que um número expressivo de estudiosos não
só apontam para a necessidade de romper com a visão das macrorregiões,
como propõem a substituição destas por iniciativas de abrangência sub-
regional ou local, argumentando que seus recortes espaciais tradicionais
mantêm a primazia da União no exercício do planejamento (Becker, 2000;
Bandeira, 1999; Lavinas, 1995).
Com tal pensamento, podemos refletir que há a necessidade de
expansão do Brasil, há muito já vem se falando de desenvolver o serrado,
ponta pé inicial dado com a construção de Brasília. Mas ainda há muito para
ser desenvolvido na região, pois seu ponto central no país faz com que
estrategicamente seja uma região que sirva de elo para todos os estados
escoarem a sua produção e receberem o progresso.
Observa-se que o papel do Mato Grosso do Sul é dos pontos mais
estratégicos para o desenvolvimento nacional, pois além de sua riqueza
natural, e sua sua riqueza natural, e sua proximidade com grandes estados e
sua extensa fronteira seca são pontos a serem considerados para o
fortalecimento econômico do país.
Seu terreno favorece a utilização de ferrovias e ainda o transporte
pluvial, as rodovias já interligam todo o estado, tornando-se um corredor para o
escoamento para a produção nacional, porém um estado com muitas
potencialidades não pode ser utilizado apenas como corredor de produção para
outros estados, torna-se necessário que ele tenha autonomia produtiva e que
seja atrativo para investidores. Ao estudar o Centro-Oeste temos que
obrigatoriamente considerar o seu ecossistema de serrado.
Com relação a segurança nacional a sua posição é privilegiada pois
permite o deslocamento rápido e eficaz para qualquer ponto do país, ale de
suas fronteiras secas.
_________________________
*Professora de Geografia Política do Mestrado de Geografia da Universidade de Brasília e
pesquisadora do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais – Neur/Ceam/UnB.
2 HISTÓRICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
Seus primeiros habitantes surgiram em decorrência da descoberta
de ouro no Centro-Oeste do Brasil no inicío do século XVII. Para assegurar a
posse definitiva das terras conquistadas ainda no final do século foi construído
o Forte Coimbra, as margens do Rio Paraguai, permitindo assim que os
portugueses mantivessem a soberania e integridade de grande parte do
remanessentes de mineração a lavoura e a pecuária começaram a se
desenvolver.
O grande impulso no desenvolvimento regional ocorreu no inicío do
século XX com a implantação da ferrovia a partir de meados deste século a
população expandiu-se crrescendo as cidades através de fluxos migratórios
internos e de outros Estados. As diversidades entre as duas regiões, o norte e
o sul do antigo Estado Mato Grosso, fez com que cada um encontrasse seu
caminho. Foi então que, em 11 de Outubro de 1977, através da Lei
Complementar nº 31 criou-se o Estado de Mato Grosso do Sul.
2.1 CAMPO GRANDE A CAPITAL
Campo Grande é um município brasileiro da região Centro-Oeste,
capital do estado de Mato Grosso do Sul. Reduto histórico de divisionistas
entre o sul e o norte, Campo Grande foi fundada há mais de 111 anos por
colonizadores mineiros, que vieram aproveitar os campos de pastagens nativas
e as águas cristalinas da região dos cerrados; seu atual nome originou-se do
primeiro nome, que era Arraial de Santo Antônio de Campo Grande.
A cidade foi planejada em meio a uma vasta área verde, com ruas
e avenidas largas. Relativamente arborizada e com diversos jardins por entre
as suas vias, apresenta, ainda nos dias de hoje, forte relação com a cultura
indígena e suas raízes históricas. Por causa da cor de sua terra (roxa ou
vermelha), recebeu a alcunha de Cidade Morena, devido a cor “avermelhada”
de sua terra. A cidade está localizada em uma região de planalto, em que é
possível ver os limites da linha do horizonte ao fundo de qualquer paisagem. O
aquífero Guarani passa por baixo da cidade.
Campo Grande está localizada no centro do estado e equidistante
dos extremos norte, sul, leste e oeste de Mato Grosso do Sul, fator que facilitou
a construção das primeiras estradas da região, contribuindo para que se
tornasse a grande encruzilhada ou polo de desenvolvimento de uma vasta
área.
É considerado o mais importante centro impulsionador de toda a
atividade econômica e social do estado, posicionando-se como o de maior
expressão e influência cultural, sendo também o polo mais importante de toda
a região do antigo estado, desmembrado em 1977. Segundo o IBGE em 1950,
o município concentrava 16,3% do total das empresas comerciais de Mato
Grosso do Sul; em 1980, este número subiu para 24,3% e, em 1997, a 34,85%.
Também registrou crescimento populacional acima da média nacional nos anos
1960, 70 e 80. Hoje, a cidade possui dimensões e características próximos aos
de uma metrópole, com uma população próxima de 1 milhão de habitante.
Segundo pesquisa feita em 2006 pela revista Exame, Campo
Grande é a 28ª melhor cidade do Brasil em infraestrutura, fator decisivo na
atração de investimentos.
2.2 BREVE HISTÓRIA DE CAMPO GRANDE
Em 21 de junho de 1872 José Antônio Pereira chegou e se alojou
em terras férteis e completamente desabitadas da Serra de Maracaju, na
confluência de dois córregos - mais tarde denominados Prosa e Segredo -
onde hoje é o Horto Florestal. No dia 14 de agosto de 1875, José Antônio
Pereira enfim retornou com sua família (esposa e oito filhos), escravos e
outros, num total de 62 pessoas.
A região e a vila se desenvolviam em razão do clima e da
privilegiada situação geográfica. Isso atraiu habitantes de São Paulo, Rio
Grande do Sul, Paraná e Nordeste, entre outros. Depois de cansativas e
insistentes reivindicações (também devido a sua posição estratégica, e sendo
passagem obrigatória em direção ao extremo sul do Estado, Camapuã ou ao
Triângulo Mineiro), As ideias modernizadoras dos primeiros administradores
influenciaram várias áreas, da pecuária ao urbanismo, e foi traçada a zona
urbana com avenidas e ruas amplas e arborizadas. Outro fator de progresso
para o município e para o estado de Mato Grosso foi a chegada da Estrada de
Ferro Noroeste do Brasil, da RFFSA (atual Novoeste), em 1914, ligando as
bacias dos rios Paraná e Paraguai aos países vizinhos: à Bolívia (em Corumbá)
e ao Paraguai (em Ponta Porã). O governo estadual promulgou a resolução de
emancipação da vila e a elevou à condição de município, ao mesmo tempo
mudando o seu nome para Campo Grande, em 26 de agosto de 1899, tendo
como primeiro prefeito Francisco Mestre (até 1º/11/1904).
2.3 GEOGRÁFIA FÍSICA
Apesar de ser uma cidade serrana, apresenta topografia plana e a
Formação Serra Geral é constituída pela sequência de derrames basálticos,
ocorridos entre os períodos Jurássico e Cretáceo, na Era Mesozoica.
2.3.1 OS TIPOS DE SOLOS ORIGINAIS QUE CONSTITUEM O
MUNICÍPIO
1. Latossolo vermelho escuro: solos minerais profundos e bem
drenados;
2. Latossolo roxo: solos profundos, bem drenados e com baixa
suscetibilidade a erosão;
3. Areias quartzosas: solos minerais, não hidromórficos, textura
arenosa, pouco desenvolvido e com baixa fertilidade natural;
4. Solos litoicos: solos rasos, muito pouco evoluídos, apresentam
teores baixos de materiais primários de fácil decomposição.
2.3.2 TOPOGRAFIA E ALTITUDE
Estas rochas efusivas estão assentadas sobre arenitos eólicos da
Formação Botucatu e capeadas pelos arenitos continentais, fluviais e lacustres.
Sua menor altitude é 590 metros e a maior é de 801 metros, tendo altitude
média de 695 metros.
2.3.3 LOCALIZAÇÃO
O município de Campo Grande está situado no sul da região
Centro-Oeste do Brasil, no centro de Mato Grosso do Sul (Microrregião de
Campo Grande). Geograficamente, o município de Campo Grande se situa
próximo da fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia.
2.3.4 HIDROGRAFIA
Situa-se sobre o divisor de águas das bacias dos rios Paraná e
Paraguai. O Aquífero Guarani passa por baixo da cidade, sendo capital do
estado detentor da maior porcentagem do Aquífero dentro do território
brasileiro. O município não tem grandes rios, sendo cortado apenas por
córregos, ribeirões e rios de pequeno porte. Seguem as informações sobre a
hidrografia:
1. Bacia: Rio Paraná
2. Sub-bacia: Rio Pardo.
3. Rios: Anhanduí e Anhanduizinho
4. Córregos: Prosa, Segredo, Sóter, Pindaré, Vendas, Botas, Buriti,
Lagoa, Imbirussu, Ceroula, Serradinho, Cabaça, Cascudo, Bandeira, Bálsamo,
Brejinho, Poção, Formiga, Desbarrancado, Olho D'água, Cabeceira,
Pedregulho, Nascente, Lageado e Guariroba.
2.3.5 VEGETAÇÃO
Com um conjunto geográfico uniforme, localiza-se na zona
subtropical e pertence aos domínios da região fitogeográfica da savana e
árvores caducifóleas. Sua cobertura vegetal autóctone apresenta-se com as
fisionomias de savana arbórea densa, savana arbórea aberta, savana parque e
savana gramíneo lenhosa (campo limpo), além das áreas de tensão ecológica
representadas pelo contato savana/floresta estacional e áreas das formações
antrópicas. Os tipos de vegetação originais do município são:
1. Cerrado: caracteriza-se por árvores baixas, de troncos retorcidos
e cascas grossas, espalhadas pelo terreno.
2. Florestas ou matas: caracteriza-se pelo predomínio de árvores
altas que crescem bem próximas umas das outras.
3. Campos: caracteriza-se pela formação de plantas rasteiras,
predominando o capim e a grama.
2.3.6 DEMOGRAFIA
Desde a sua fundação, a cidade de Campo Grande tem crescido de
maneira razoavelmente constante, com uma população de mais de 750 mil
habitantes (ou 31,77% do total estadual) e cerca de 90 hab/km², sendo o
terceiro maior e mais desenvolvido centro urbano da região Centro-Oeste e a
24ª maior cidade do Brasil em 2008, segundo o IBGE.
Entre seus moradores é possível encontrar descendentes de
espanhóis, italianos, portugueses, japoneses, sírio-libaneses, armênios,
paraguaios e bolivianos. A qualidade de vida de Campo Grande acabou
atraindo também muitas pessoas de outros estados do Brasil, especialmente
dos estados vizinhos (São Paulo, Paraná e Minas Gerais) e do Rio Grande do
Sul.
2.3.7 CONDIÇÃO SOCIAL
1. Abastecimento hidráulico
2. A água que é consumida vem principalmente dos córregos
Lageado e Guariroba.
3. Educação
4. O total de crianças na escola é de 87,12% e o analfabetismo é de
8,4%. (IBGE 2011)
5. Energia elétrica: Desde 2001 uma usina termelétrica inaugurada
no município utiliza o gás natural boliviano trazido pelo Gasoduto Brasil-
Bolívia.
3 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DO ESTADO
O Pantanal a maior planície alagável do planeta, tem o tamanho de
Portugal, Suíça, Bélgica e Holanda somados. Resultante do mesmo espasmo
geológico que produziu a Cordilheira dos Andes, é uma bacia na qual os
sedimentos que descem dos planaltos e montanhas vêm se depositando por
milhões de anos. Por essa razão, o Pantanal nunca é o mesmo.
Cada novo ciclo de enchentes e vazantes altera drasticamente o leito
dos rios, cria novas lagoas, abre córregos e baías. A própria vida na região
pulsa ao ritmo das cheias e vazantes.
3.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
1. Área: 357.124,962 Km² (4,19% da área do País)
2. Localização: Região Centro-Oeste.
3. Limites: Norte: Mato Grosso e Goiás - Leste: Minas Gerais e São
Paulo - Sul: Paraguai e Paraná - Oeste: Paraguai e Bolívia.
4. Bacias Hidrográficas: Rio Paraná e Rio Paraguai.
5. Altitude: Máxima: 1.065 m (Morrarias do Urucum, Ladário-MS) e
Mínima: 80 m (Corumbá-MS).
6. Microregiões: Alto Taquari, Aquidauana, Baixo Pantanal,
Bodoquena, Campo Grande, Cassilândia, Dourados, Iguatemi, Nova
Andradina, Paranaíba, Três Lagoas.
7. Relevo: O Estado apresenta paisagens bem distintas guardando
muitas relações com as duas grandes bacias hidrográficas, a do Paraná, a
leste, e a do Paraguai, a oeste. Entre as duas bacias há um pronunciado
desnível e o contato se dá através de escarpas. A diversificação do relevo em
relação as bacias é constituído de chapadões, planaltos e vales pelo lado da
bacia do Rio Paraná e na Bacia do Rio Paraguai apresenta patamares,
depressões e planícies de acumulação.
8. Vegetação: A vegetação primitiva do Estado era constituída
basicamente de diversas formações de Savana (serrado) e de Floresta
estacional Semidecidual. Na parte em que compreende a bacia do Paraná, a
ação antrópica foi algo notável na qual os remanecentes da vegetação nativa
estão reduzidos e bastantes pulverizados. Nas áreas devastadas são
encontrados imensos cultivos de pastagens plantadas e lavouras. Com relação
a vegetação da bacia do Paraguai, constituí-se de savana com fisionomias da
àrborea Densa, Arbórea Aberta, Savana parque e Gramíneo-Lenhosa na
região do Pantanal e na região Chaquenha a predominância daSavana
Estépica.
4 GEOPOLÍTICA SULMATOGROSSENSE
O corredor bioceânico é um dos projetos da Iniciativa para a
Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Constitui-se de
aproximadamente 4 mil km de estradas que atravessarão o continente sul-
americano no sentido leste-oeste, a partir do Porto de Santos, cortando a
Bolívia e chegando aos portos chilenos de Arica e Iquique. Assim os bolivianos
poderão dispor de maior facilidade de transporte e acesso para o mar[1]
.
Os investimentos previstos no projeto serão financiados pela
Corporação Andina de Fomento (CAF), pelo Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID) e pela União Europeia.
A Bolívia terá o maior aporte de recursos - cerca de US$ 373
milhões, destinados à pavimentação de 611 km de estradas entre Puerto
Suarez, na fronteira com o Brasil, e Santa Cruz de la Sierra. No Chile, os
investimentos são de US$ 93,22 milhões, para a pavimentação de 50 km de
estradas e construção de aduana.
O trecho brasileiro já está pavimentado porém carece de obras de
recuperação e melhoria, para as quais estão previstos US$ 132,86 milhões. Há
duas rotas para a Bolívia: a primeira por Corumbá, no Mato Grosso do Sul; a
segunda, chega por Cuiabá, no Mato Grosso, sendo a primeira rota a mais
tradicional.
4.1 O CORREDOR BIOCÊANICO E O MATO GROSSO DO SUL
As saídas para o Pacífico e Atlântico possuem uma característica
única, que as diferenciam das demais. Elas são de molde a proporcionar uma
reversão de expectativas em toda a região fronteiriça brasileira situada dentro
das suas regiões de influência. Em outras palavras, colocam em situação mais
privilegiada em termos de desenvolvimento potencial as regiões mais afastadas
dos grandes centros colonizados, tendo em vista que, quanto mais afastadas,
mais próximas estarão dos portos oceânicos no Pacífico, conforma
demonstrado na figura 01.
Figura 01 – Traçado estudado para implantação das Rotas Bioceânicas
Fonte Arte: Gabriela Lorenzon
Entre os produtos a serem exportados da região de infuência dos
corredores para o Pacífico e Atlântico aqui estudados, abrangendo os estados
(ou parte deles) de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas e
Acre, podemos citar: produtos agrícolas com ou sem beneficiamento (soja,
milho, arroz, açúcar, cacau, café, frutas etc.), produção extrativista vegetal
(madeira beneficiada, borracha, castanha etc.), carne frigorificada (de boi e de
frango) e produtos industrializados. Chama-se a atenção para o fato de que o
transporte de mercadorias por contêineres reforça a viabilidade desses
corredores.
A biodiversidade tem sido cada vez mais considerada como um
elemento estratégico na geopolítica mundial contemporânea, pelo duplo
significado que exibe: suporte à vida e reserva de valor futuro (ALBAGLI,
1998).
Analogamente, não se pode analisar uma região a partir dos estados
que a compõem, porque em geral eles se comportam como unidades
autárquicas e não pensam em suas ligações com o vizinho do lado, o que
equivale a dizer que não têm noção da região onde estão inseridos, posto que
se preocupam com sua performance no cenário nacional e internacional. Há,
portanto, uma questão regional que ultrapassa os limites político-
administrativos de cada unidade federada.
No interior das ações da IIRSA, as Rotas Bioceânicas do Mato
Grosso do Sul está na carteira de projeto do Eixo Interoceânico Central e do
Eixo da Hidrovia Paraná-Paraguai, compreendendo dois dos dez Eixos de
Integração e Desenvolvimento que o órgão vem financiando nos últimos anos.
Com tais pressupostos, as Rotas Bioceânicas tratam-se de um
ambicioso projeto de âmbito internacional que busca integrar a América do Sul
ao mercado mundial a partir da integração multimodal de transportes.
A idéia básica é permitir a inserção dos países da América do Sul
no processo de globalização, de forma mercadológica e eficiente, para alcançar
crescimento econômico, aproveitando vantagens comparativas regionais,
otimizando as exportações, ampliando a presença nos mercados internacionais
fundamentalmente com os países asiáticos da área do Pacífico.
Especificamente, para o Mato Grosso do Sul, a ideia é inserir essa Unidade da
Federação nessa Rota Bioceânica exportadora e agregar investimentos e
infraestrutura de transporte que favoreçam e atraiam o investimento industrial
para o seu território com vistas ao crescimento econômico.
4.2 TERMINAIS INTERMODAIS
Para que efetivamente as Rotas Bioceânicas possam ser utilizadas
como possibilidade de transporte de mercadorias no Estado de Mato Grosso do
Sul e, também, para a escoação via portos chilenos do oceano Pacífico, a
matriz de transportes deve estar totalmente articulada, e os modais hidroviário
e ferroviário em plena utilização. Para tanto, o projeto das Rotas Bioceânicas
está sendo executado para que a médio e longo prazo possa ser utilizado nas
exportações e importações brasileiras, aqui especificamente tratamos da
economia sul-mato-grossense.
Algumas iniciativas estão sendo executadas pelo governo de Mato
Grosso do Sul para que os corredores bioceânicos possam efetivamente ser
utilizados. A construção de terminais intermodais em Mato Grosso do Sul será
um investimento para que as Rotas Bioceânicas sejam uma alternativa de
transporte que barateie os custos gastos no transporte de cargas.
No PNLT - Plano Nacional de Logística de Transportes (2009),
temos investimentos em Transportes no Mato Grosso do Sul, no setor
ferroviário, correspondentes ao Vetor Sudeste e Vetor Sul, no período
2008/2023, que correspondem à gestão do governador André Puccinelli.
Veja nas figuras 2 e 3, os projetos referentes aos investimentos no
modal ferroviário em Mato Grosso do Sul, através do PNLT (2009).
FIGURA 2 - TERMINAIS INTERMODAIS DE MATO GROSSO DO SUL
Fonte: Secretaria de Estado de Obras Públicas e Transportes, 2010.
São quatro terminais intermodais previstos: o rodo-ferroviário de
Aparecida do Taboado, na hidrovia do Paraná e servida pela Ferronorte; o de
Água Clara, servido pela BR 262 e pela ferrovia Novoeste; o de Maracaju,
servida pela Ferrovia Novoeste, e o de Campo Grande, servido por várias
rodovias federais, além da Novoeste.
FIGURA 3 - FERROVIAS A SEREM EXECUTADAS PELO PNLT
Fonte: Secretaria de Estado de Obras Públicas e Transportes, 2010.
Os investimentos no Vetor Sudeste tem no Mato Grosso do Sul
intervenções no setor ferroviário com projetos de construção de ligação
ferroviária de Panorama/SP a Maracajú e Porto Murtinho/MS e conexão
ferroviária entre Maracaju/Dourados/Mundo Novo/MS à
Guaíra/Toledo/CascavelPR. Ambas as ligações fortalecem as relações
comerciais entre o Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Verifica-se que o Centro-Oeste não possue uma identidade regional
definida, está em construção e poderia ser reforçada por meio da articulação
de propostas de planejamento regional entre seus estados componentes.
Essa identidade regional, que é social, política e cultural, também
deveria ser construída a partir de propostas calcadas nas suas relações com o
Norte, o Nordeste e o Sudeste. A mesma abordagem, de enlaces intra e inter-
regionais (geográficos, econômicos, ambientais e estatais), se realizada em
relação a todas as regiões, daria lugar a uma nova geopolítica que não é só do
Centro-Oeste, mas do país como um todo, posto que é fundamental para um
projeto de nação.
O crescimento econômico da região do cerrado não é homogêneo
como parte do censo comum pressupõe. As características físicas (solo, clima,
relevo) são determinantes e barreira importante para o desenvolvimento
agropecuário. A variável política teve e continua tendo um papel fundamental
no crescimento da região e territórios. O Estado cumpriu um papel fundamental
na estruturação da região que é hoje considerada o celeiro do país.
As Rotas Bioceânicas tratam-se de um ambicioso projeto de âmbito
internacional que busca integrar a América do Sul ao mercado mundial a partir da
integração multimodal de transportes. A Rota Bioceânica colocará o Estado em
destaque e com certeza o levará a uma nova condição de importante ente
federativo da nação, o estudo geopolítico é abrangente e há várias áreas a
serem pesquisadas, que esta pesquisa sirva para demonstrar o potencial da
Região Centro Oeste, em especial o estado de Mato Grosso do Sul, assim
como a sua importância Geopolítica para a Nação Brasileira.
REFERÊNCIAS
ALBAGLI, Sarita. Geopolítica da biodiversidade. Brasília: Ed. Ibama, 1998.
BNDEShttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Gale
rias/Arquivos/conhecimento/seminario/CMDR_0309_BernardoCampolina.pdf
Campo Grande, http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Grande. Página visitada
em 14 de Outubro de 2011.
Capitais dos estados. Atlas Geográfico do Brasil. Página visitada em 13 de
outubro de 2011.
CORREDORBIOCEÂNICOhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso_do_Sul#Co
rredor_bioce. Página visitada em 20 de outubro de 2011.
Cerrado brasileiro, O: geopolítica e economia Bernardo Campolina
Universidade Federal do Tocantins Seminário Crise Mundial e
Desenvolvimento Regional: Desafios e
Oportunidades para o Brasil BNDES Rio de Janeiro 03/Set/2009
Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008).
Página visitada em 11 de outubro de 2011.
Estimativa Populacional 2011. Estimativa Populacional 2011. Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 10 de
outubro de 2011.
Geopolítica, http://www.mundovestibular.com.br/articles/6504/1/Introducao-a-
Geopolitica/Paacutegina1.html Site acessado em 20 de outubro de 2011
http://www.ufgd.edu.br/fch/mestrado-geografia/dissertacoes/dissertacao-
valquiria. Site acessado em 29 de outubro de 2011.
IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE
de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 13 outubro 2011.
Revista Veja. São Paulo, 2 junho de 1999, p. 90
STEINBERGER, Marília. A questão regional. In: Urbano e regional: o contexto
pós-constituinte em debate. Curitiba: Governo do Paraná/Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, 1991.

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Visão geopolítica do Centro-Oeste e potencialidades de MS

  • 1. VISÃO GEOPOLÍTICA DA REGIÃO CENTRO – OESTE ABORDAGEM TEÓRICA COM FOCO NAS POTENCIALIDADES SUL-MATO-GROSSENSES 1 Luis Alberto Sandim2 Heitor Romero Marques3 1 INTRODUÇÃO O Estado é visto como um organismo geográfico, ou seja, a geopolítica relaciona a geografia e o poder do Estado. O termo "Geopolítica" foi criado pelo cientista político sueco Rudolf Kjellén, no início do século XX, inspirado pela obra de Friedrich Ratzel, Politische Geographie, (Geografia Política) de 1897. Ratzel, um grande expoente da chamada Escola Alemã, foi igualmente responsável pela formulação do conceito de determinismo geográfico, conceito desenvolvido em Antropogeografia: fundamentos da aplicação da Geografia à História de 1882. O conceito versa sobre a influência exercida pelas condições naturais sobre a humanidade, e nunca sobre o indivíduo, defendendo a tese de que o meio natural seria uma entidade definidora da sociedade, ou seja, a humanidade seria marcada pelo meio que o cerca. Não se pode confundir Geografia Política com Geopolítica. A Geografia Política criada à séculos, trata do estudo do meio ambiente no visando os interesses do Estado. Nota-se que Rudolf Kjellén criou o termo, porém o estudo da geopolítica está presente há séculos. 1 Artigo elaborado como requisito parcial para aprovação no curso de Planejamento Estratégico Curso de Pós-Graduação lato sensu da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. 2 Pós Graduando pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB). 3 Licenciado em Ciências e Pedagogia pela FUCMT, Especialista em História e Filosofia da Educação pela FUCMT, Mestre em Educação pela UCDB e Doutor em Desarrollo Local pela Universidad Complutense de Madrid (Reconhecimento pela UFRGS).
  • 2. Marília Steinberger* em seu artigo afirma que para analisar o Centro-Oeste num momento em que um número expressivo de estudiosos não só apontam para a necessidade de romper com a visão das macrorregiões, como propõem a substituição destas por iniciativas de abrangência sub- regional ou local, argumentando que seus recortes espaciais tradicionais mantêm a primazia da União no exercício do planejamento (Becker, 2000; Bandeira, 1999; Lavinas, 1995). Com tal pensamento, podemos refletir que há a necessidade de expansão do Brasil, há muito já vem se falando de desenvolver o serrado, ponta pé inicial dado com a construção de Brasília. Mas ainda há muito para ser desenvolvido na região, pois seu ponto central no país faz com que estrategicamente seja uma região que sirva de elo para todos os estados escoarem a sua produção e receberem o progresso. Observa-se que o papel do Mato Grosso do Sul é dos pontos mais estratégicos para o desenvolvimento nacional, pois além de sua riqueza natural, e sua sua riqueza natural, e sua proximidade com grandes estados e sua extensa fronteira seca são pontos a serem considerados para o fortalecimento econômico do país. Seu terreno favorece a utilização de ferrovias e ainda o transporte pluvial, as rodovias já interligam todo o estado, tornando-se um corredor para o escoamento para a produção nacional, porém um estado com muitas potencialidades não pode ser utilizado apenas como corredor de produção para outros estados, torna-se necessário que ele tenha autonomia produtiva e que seja atrativo para investidores. Ao estudar o Centro-Oeste temos que obrigatoriamente considerar o seu ecossistema de serrado. Com relação a segurança nacional a sua posição é privilegiada pois permite o deslocamento rápido e eficaz para qualquer ponto do país, ale de suas fronteiras secas. _________________________ *Professora de Geografia Política do Mestrado de Geografia da Universidade de Brasília e pesquisadora do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais – Neur/Ceam/UnB.
  • 3. 2 HISTÓRICO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL Seus primeiros habitantes surgiram em decorrência da descoberta de ouro no Centro-Oeste do Brasil no inicío do século XVII. Para assegurar a posse definitiva das terras conquistadas ainda no final do século foi construído o Forte Coimbra, as margens do Rio Paraguai, permitindo assim que os portugueses mantivessem a soberania e integridade de grande parte do remanessentes de mineração a lavoura e a pecuária começaram a se desenvolver. O grande impulso no desenvolvimento regional ocorreu no inicío do século XX com a implantação da ferrovia a partir de meados deste século a população expandiu-se crrescendo as cidades através de fluxos migratórios internos e de outros Estados. As diversidades entre as duas regiões, o norte e o sul do antigo Estado Mato Grosso, fez com que cada um encontrasse seu caminho. Foi então que, em 11 de Outubro de 1977, através da Lei Complementar nº 31 criou-se o Estado de Mato Grosso do Sul. 2.1 CAMPO GRANDE A CAPITAL Campo Grande é um município brasileiro da região Centro-Oeste, capital do estado de Mato Grosso do Sul. Reduto histórico de divisionistas entre o sul e o norte, Campo Grande foi fundada há mais de 111 anos por colonizadores mineiros, que vieram aproveitar os campos de pastagens nativas e as águas cristalinas da região dos cerrados; seu atual nome originou-se do primeiro nome, que era Arraial de Santo Antônio de Campo Grande. A cidade foi planejada em meio a uma vasta área verde, com ruas e avenidas largas. Relativamente arborizada e com diversos jardins por entre as suas vias, apresenta, ainda nos dias de hoje, forte relação com a cultura indígena e suas raízes históricas. Por causa da cor de sua terra (roxa ou vermelha), recebeu a alcunha de Cidade Morena, devido a cor “avermelhada” de sua terra. A cidade está localizada em uma região de planalto, em que é
  • 4. possível ver os limites da linha do horizonte ao fundo de qualquer paisagem. O aquífero Guarani passa por baixo da cidade. Campo Grande está localizada no centro do estado e equidistante dos extremos norte, sul, leste e oeste de Mato Grosso do Sul, fator que facilitou a construção das primeiras estradas da região, contribuindo para que se tornasse a grande encruzilhada ou polo de desenvolvimento de uma vasta área. É considerado o mais importante centro impulsionador de toda a atividade econômica e social do estado, posicionando-se como o de maior expressão e influência cultural, sendo também o polo mais importante de toda a região do antigo estado, desmembrado em 1977. Segundo o IBGE em 1950, o município concentrava 16,3% do total das empresas comerciais de Mato Grosso do Sul; em 1980, este número subiu para 24,3% e, em 1997, a 34,85%. Também registrou crescimento populacional acima da média nacional nos anos 1960, 70 e 80. Hoje, a cidade possui dimensões e características próximos aos de uma metrópole, com uma população próxima de 1 milhão de habitante. Segundo pesquisa feita em 2006 pela revista Exame, Campo Grande é a 28ª melhor cidade do Brasil em infraestrutura, fator decisivo na atração de investimentos. 2.2 BREVE HISTÓRIA DE CAMPO GRANDE Em 21 de junho de 1872 José Antônio Pereira chegou e se alojou em terras férteis e completamente desabitadas da Serra de Maracaju, na confluência de dois córregos - mais tarde denominados Prosa e Segredo - onde hoje é o Horto Florestal. No dia 14 de agosto de 1875, José Antônio Pereira enfim retornou com sua família (esposa e oito filhos), escravos e outros, num total de 62 pessoas. A região e a vila se desenvolviam em razão do clima e da privilegiada situação geográfica. Isso atraiu habitantes de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Nordeste, entre outros. Depois de cansativas e insistentes reivindicações (também devido a sua posição estratégica, e sendo
  • 5. passagem obrigatória em direção ao extremo sul do Estado, Camapuã ou ao Triângulo Mineiro), As ideias modernizadoras dos primeiros administradores influenciaram várias áreas, da pecuária ao urbanismo, e foi traçada a zona urbana com avenidas e ruas amplas e arborizadas. Outro fator de progresso para o município e para o estado de Mato Grosso foi a chegada da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, da RFFSA (atual Novoeste), em 1914, ligando as bacias dos rios Paraná e Paraguai aos países vizinhos: à Bolívia (em Corumbá) e ao Paraguai (em Ponta Porã). O governo estadual promulgou a resolução de emancipação da vila e a elevou à condição de município, ao mesmo tempo mudando o seu nome para Campo Grande, em 26 de agosto de 1899, tendo como primeiro prefeito Francisco Mestre (até 1º/11/1904). 2.3 GEOGRÁFIA FÍSICA Apesar de ser uma cidade serrana, apresenta topografia plana e a Formação Serra Geral é constituída pela sequência de derrames basálticos, ocorridos entre os períodos Jurássico e Cretáceo, na Era Mesozoica. 2.3.1 OS TIPOS DE SOLOS ORIGINAIS QUE CONSTITUEM O MUNICÍPIO 1. Latossolo vermelho escuro: solos minerais profundos e bem drenados; 2. Latossolo roxo: solos profundos, bem drenados e com baixa suscetibilidade a erosão; 3. Areias quartzosas: solos minerais, não hidromórficos, textura arenosa, pouco desenvolvido e com baixa fertilidade natural; 4. Solos litoicos: solos rasos, muito pouco evoluídos, apresentam teores baixos de materiais primários de fácil decomposição. 2.3.2 TOPOGRAFIA E ALTITUDE Estas rochas efusivas estão assentadas sobre arenitos eólicos da Formação Botucatu e capeadas pelos arenitos continentais, fluviais e lacustres. Sua menor altitude é 590 metros e a maior é de 801 metros, tendo altitude média de 695 metros.
  • 6. 2.3.3 LOCALIZAÇÃO O município de Campo Grande está situado no sul da região Centro-Oeste do Brasil, no centro de Mato Grosso do Sul (Microrregião de Campo Grande). Geograficamente, o município de Campo Grande se situa próximo da fronteira do Brasil com Paraguai e Bolívia. 2.3.4 HIDROGRAFIA Situa-se sobre o divisor de águas das bacias dos rios Paraná e Paraguai. O Aquífero Guarani passa por baixo da cidade, sendo capital do estado detentor da maior porcentagem do Aquífero dentro do território brasileiro. O município não tem grandes rios, sendo cortado apenas por córregos, ribeirões e rios de pequeno porte. Seguem as informações sobre a hidrografia: 1. Bacia: Rio Paraná 2. Sub-bacia: Rio Pardo. 3. Rios: Anhanduí e Anhanduizinho 4. Córregos: Prosa, Segredo, Sóter, Pindaré, Vendas, Botas, Buriti, Lagoa, Imbirussu, Ceroula, Serradinho, Cabaça, Cascudo, Bandeira, Bálsamo, Brejinho, Poção, Formiga, Desbarrancado, Olho D'água, Cabeceira, Pedregulho, Nascente, Lageado e Guariroba. 2.3.5 VEGETAÇÃO Com um conjunto geográfico uniforme, localiza-se na zona subtropical e pertence aos domínios da região fitogeográfica da savana e árvores caducifóleas. Sua cobertura vegetal autóctone apresenta-se com as fisionomias de savana arbórea densa, savana arbórea aberta, savana parque e savana gramíneo lenhosa (campo limpo), além das áreas de tensão ecológica representadas pelo contato savana/floresta estacional e áreas das formações antrópicas. Os tipos de vegetação originais do município são: 1. Cerrado: caracteriza-se por árvores baixas, de troncos retorcidos e cascas grossas, espalhadas pelo terreno.
  • 7. 2. Florestas ou matas: caracteriza-se pelo predomínio de árvores altas que crescem bem próximas umas das outras. 3. Campos: caracteriza-se pela formação de plantas rasteiras, predominando o capim e a grama. 2.3.6 DEMOGRAFIA Desde a sua fundação, a cidade de Campo Grande tem crescido de maneira razoavelmente constante, com uma população de mais de 750 mil habitantes (ou 31,77% do total estadual) e cerca de 90 hab/km², sendo o terceiro maior e mais desenvolvido centro urbano da região Centro-Oeste e a 24ª maior cidade do Brasil em 2008, segundo o IBGE. Entre seus moradores é possível encontrar descendentes de espanhóis, italianos, portugueses, japoneses, sírio-libaneses, armênios, paraguaios e bolivianos. A qualidade de vida de Campo Grande acabou atraindo também muitas pessoas de outros estados do Brasil, especialmente dos estados vizinhos (São Paulo, Paraná e Minas Gerais) e do Rio Grande do Sul. 2.3.7 CONDIÇÃO SOCIAL 1. Abastecimento hidráulico 2. A água que é consumida vem principalmente dos córregos Lageado e Guariroba. 3. Educação 4. O total de crianças na escola é de 87,12% e o analfabetismo é de 8,4%. (IBGE 2011) 5. Energia elétrica: Desde 2001 uma usina termelétrica inaugurada no município utiliza o gás natural boliviano trazido pelo Gasoduto Brasil- Bolívia.
  • 8. 3 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DO ESTADO O Pantanal a maior planície alagável do planeta, tem o tamanho de Portugal, Suíça, Bélgica e Holanda somados. Resultante do mesmo espasmo geológico que produziu a Cordilheira dos Andes, é uma bacia na qual os sedimentos que descem dos planaltos e montanhas vêm se depositando por milhões de anos. Por essa razão, o Pantanal nunca é o mesmo. Cada novo ciclo de enchentes e vazantes altera drasticamente o leito dos rios, cria novas lagoas, abre córregos e baías. A própria vida na região pulsa ao ritmo das cheias e vazantes. 3.1 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 1. Área: 357.124,962 Km² (4,19% da área do País) 2. Localização: Região Centro-Oeste. 3. Limites: Norte: Mato Grosso e Goiás - Leste: Minas Gerais e São Paulo - Sul: Paraguai e Paraná - Oeste: Paraguai e Bolívia. 4. Bacias Hidrográficas: Rio Paraná e Rio Paraguai. 5. Altitude: Máxima: 1.065 m (Morrarias do Urucum, Ladário-MS) e Mínima: 80 m (Corumbá-MS). 6. Microregiões: Alto Taquari, Aquidauana, Baixo Pantanal, Bodoquena, Campo Grande, Cassilândia, Dourados, Iguatemi, Nova Andradina, Paranaíba, Três Lagoas. 7. Relevo: O Estado apresenta paisagens bem distintas guardando muitas relações com as duas grandes bacias hidrográficas, a do Paraná, a leste, e a do Paraguai, a oeste. Entre as duas bacias há um pronunciado desnível e o contato se dá através de escarpas. A diversificação do relevo em relação as bacias é constituído de chapadões, planaltos e vales pelo lado da bacia do Rio Paraná e na Bacia do Rio Paraguai apresenta patamares, depressões e planícies de acumulação.
  • 9. 8. Vegetação: A vegetação primitiva do Estado era constituída basicamente de diversas formações de Savana (serrado) e de Floresta estacional Semidecidual. Na parte em que compreende a bacia do Paraná, a ação antrópica foi algo notável na qual os remanecentes da vegetação nativa estão reduzidos e bastantes pulverizados. Nas áreas devastadas são encontrados imensos cultivos de pastagens plantadas e lavouras. Com relação a vegetação da bacia do Paraguai, constituí-se de savana com fisionomias da àrborea Densa, Arbórea Aberta, Savana parque e Gramíneo-Lenhosa na região do Pantanal e na região Chaquenha a predominância daSavana Estépica.
  • 10. 4 GEOPOLÍTICA SULMATOGROSSENSE O corredor bioceânico é um dos projetos da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Constitui-se de aproximadamente 4 mil km de estradas que atravessarão o continente sul- americano no sentido leste-oeste, a partir do Porto de Santos, cortando a Bolívia e chegando aos portos chilenos de Arica e Iquique. Assim os bolivianos poderão dispor de maior facilidade de transporte e acesso para o mar[1] . Os investimentos previstos no projeto serão financiados pela Corporação Andina de Fomento (CAF), pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela União Europeia. A Bolívia terá o maior aporte de recursos - cerca de US$ 373 milhões, destinados à pavimentação de 611 km de estradas entre Puerto Suarez, na fronteira com o Brasil, e Santa Cruz de la Sierra. No Chile, os investimentos são de US$ 93,22 milhões, para a pavimentação de 50 km de estradas e construção de aduana. O trecho brasileiro já está pavimentado porém carece de obras de recuperação e melhoria, para as quais estão previstos US$ 132,86 milhões. Há duas rotas para a Bolívia: a primeira por Corumbá, no Mato Grosso do Sul; a segunda, chega por Cuiabá, no Mato Grosso, sendo a primeira rota a mais tradicional. 4.1 O CORREDOR BIOCÊANICO E O MATO GROSSO DO SUL As saídas para o Pacífico e Atlântico possuem uma característica única, que as diferenciam das demais. Elas são de molde a proporcionar uma reversão de expectativas em toda a região fronteiriça brasileira situada dentro das suas regiões de influência. Em outras palavras, colocam em situação mais privilegiada em termos de desenvolvimento potencial as regiões mais afastadas dos grandes centros colonizados, tendo em vista que, quanto mais afastadas,
  • 11. mais próximas estarão dos portos oceânicos no Pacífico, conforma demonstrado na figura 01. Figura 01 – Traçado estudado para implantação das Rotas Bioceânicas Fonte Arte: Gabriela Lorenzon Entre os produtos a serem exportados da região de infuência dos corredores para o Pacífico e Atlântico aqui estudados, abrangendo os estados (ou parte deles) de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amazonas e Acre, podemos citar: produtos agrícolas com ou sem beneficiamento (soja, milho, arroz, açúcar, cacau, café, frutas etc.), produção extrativista vegetal (madeira beneficiada, borracha, castanha etc.), carne frigorificada (de boi e de frango) e produtos industrializados. Chama-se a atenção para o fato de que o transporte de mercadorias por contêineres reforça a viabilidade desses corredores. A biodiversidade tem sido cada vez mais considerada como um elemento estratégico na geopolítica mundial contemporânea, pelo duplo significado que exibe: suporte à vida e reserva de valor futuro (ALBAGLI, 1998). Analogamente, não se pode analisar uma região a partir dos estados que a compõem, porque em geral eles se comportam como unidades autárquicas e não pensam em suas ligações com o vizinho do lado, o que
  • 12. equivale a dizer que não têm noção da região onde estão inseridos, posto que se preocupam com sua performance no cenário nacional e internacional. Há, portanto, uma questão regional que ultrapassa os limites político- administrativos de cada unidade federada. No interior das ações da IIRSA, as Rotas Bioceânicas do Mato Grosso do Sul está na carteira de projeto do Eixo Interoceânico Central e do Eixo da Hidrovia Paraná-Paraguai, compreendendo dois dos dez Eixos de Integração e Desenvolvimento que o órgão vem financiando nos últimos anos. Com tais pressupostos, as Rotas Bioceânicas tratam-se de um ambicioso projeto de âmbito internacional que busca integrar a América do Sul ao mercado mundial a partir da integração multimodal de transportes. A idéia básica é permitir a inserção dos países da América do Sul no processo de globalização, de forma mercadológica e eficiente, para alcançar crescimento econômico, aproveitando vantagens comparativas regionais, otimizando as exportações, ampliando a presença nos mercados internacionais fundamentalmente com os países asiáticos da área do Pacífico. Especificamente, para o Mato Grosso do Sul, a ideia é inserir essa Unidade da Federação nessa Rota Bioceânica exportadora e agregar investimentos e infraestrutura de transporte que favoreçam e atraiam o investimento industrial para o seu território com vistas ao crescimento econômico. 4.2 TERMINAIS INTERMODAIS Para que efetivamente as Rotas Bioceânicas possam ser utilizadas como possibilidade de transporte de mercadorias no Estado de Mato Grosso do Sul e, também, para a escoação via portos chilenos do oceano Pacífico, a matriz de transportes deve estar totalmente articulada, e os modais hidroviário e ferroviário em plena utilização. Para tanto, o projeto das Rotas Bioceânicas está sendo executado para que a médio e longo prazo possa ser utilizado nas
  • 13. exportações e importações brasileiras, aqui especificamente tratamos da economia sul-mato-grossense. Algumas iniciativas estão sendo executadas pelo governo de Mato Grosso do Sul para que os corredores bioceânicos possam efetivamente ser utilizados. A construção de terminais intermodais em Mato Grosso do Sul será um investimento para que as Rotas Bioceânicas sejam uma alternativa de transporte que barateie os custos gastos no transporte de cargas. No PNLT - Plano Nacional de Logística de Transportes (2009), temos investimentos em Transportes no Mato Grosso do Sul, no setor ferroviário, correspondentes ao Vetor Sudeste e Vetor Sul, no período 2008/2023, que correspondem à gestão do governador André Puccinelli. Veja nas figuras 2 e 3, os projetos referentes aos investimentos no modal ferroviário em Mato Grosso do Sul, através do PNLT (2009). FIGURA 2 - TERMINAIS INTERMODAIS DE MATO GROSSO DO SUL Fonte: Secretaria de Estado de Obras Públicas e Transportes, 2010.
  • 14. São quatro terminais intermodais previstos: o rodo-ferroviário de Aparecida do Taboado, na hidrovia do Paraná e servida pela Ferronorte; o de Água Clara, servido pela BR 262 e pela ferrovia Novoeste; o de Maracaju, servida pela Ferrovia Novoeste, e o de Campo Grande, servido por várias rodovias federais, além da Novoeste. FIGURA 3 - FERROVIAS A SEREM EXECUTADAS PELO PNLT Fonte: Secretaria de Estado de Obras Públicas e Transportes, 2010. Os investimentos no Vetor Sudeste tem no Mato Grosso do Sul intervenções no setor ferroviário com projetos de construção de ligação ferroviária de Panorama/SP a Maracajú e Porto Murtinho/MS e conexão ferroviária entre Maracaju/Dourados/Mundo Novo/MS à Guaíra/Toledo/CascavelPR. Ambas as ligações fortalecem as relações comerciais entre o Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo.
  • 15. CONSIDERAÇÕES FINAIS Verifica-se que o Centro-Oeste não possue uma identidade regional definida, está em construção e poderia ser reforçada por meio da articulação de propostas de planejamento regional entre seus estados componentes. Essa identidade regional, que é social, política e cultural, também deveria ser construída a partir de propostas calcadas nas suas relações com o Norte, o Nordeste e o Sudeste. A mesma abordagem, de enlaces intra e inter- regionais (geográficos, econômicos, ambientais e estatais), se realizada em relação a todas as regiões, daria lugar a uma nova geopolítica que não é só do Centro-Oeste, mas do país como um todo, posto que é fundamental para um projeto de nação. O crescimento econômico da região do cerrado não é homogêneo como parte do censo comum pressupõe. As características físicas (solo, clima, relevo) são determinantes e barreira importante para o desenvolvimento agropecuário. A variável política teve e continua tendo um papel fundamental no crescimento da região e territórios. O Estado cumpriu um papel fundamental na estruturação da região que é hoje considerada o celeiro do país. As Rotas Bioceânicas tratam-se de um ambicioso projeto de âmbito internacional que busca integrar a América do Sul ao mercado mundial a partir da integração multimodal de transportes. A Rota Bioceânica colocará o Estado em destaque e com certeza o levará a uma nova condição de importante ente federativo da nação, o estudo geopolítico é abrangente e há várias áreas a serem pesquisadas, que esta pesquisa sirva para demonstrar o potencial da Região Centro Oeste, em especial o estado de Mato Grosso do Sul, assim como a sua importância Geopolítica para a Nação Brasileira.
  • 16. REFERÊNCIAS ALBAGLI, Sarita. Geopolítica da biodiversidade. Brasília: Ed. Ibama, 1998. BNDEShttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Gale rias/Arquivos/conhecimento/seminario/CMDR_0309_BernardoCampolina.pdf Campo Grande, http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_Grande. Página visitada em 14 de Outubro de 2011. Capitais dos estados. Atlas Geográfico do Brasil. Página visitada em 13 de outubro de 2011. CORREDORBIOCEÂNICOhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Mato_Grosso_do_Sul#Co rredor_bioce. Página visitada em 20 de outubro de 2011. Cerrado brasileiro, O: geopolítica e economia Bernardo Campolina Universidade Federal do Tocantins Seminário Crise Mundial e Desenvolvimento Regional: Desafios e Oportunidades para o Brasil BNDES Rio de Janeiro 03/Set/2009 Divisão Territorial do Brasil. Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (1 de julho de 2008). Página visitada em 11 de outubro de 2011. Estimativa Populacional 2011. Estimativa Populacional 2011. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Página visitada em 10 de outubro de 2011. Geopolítica, http://www.mundovestibular.com.br/articles/6504/1/Introducao-a- Geopolitica/Paacutegina1.html Site acessado em 20 de outubro de 2011 http://www.ufgd.edu.br/fch/mestrado-geografia/dissertacoes/dissertacao- valquiria. Site acessado em 29 de outubro de 2011. IBGE (10 out. 2002). Área territorial oficial. Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Página visitada em 13 outubro 2011. Revista Veja. São Paulo, 2 junho de 1999, p. 90 STEINBERGER, Marília. A questão regional. In: Urbano e regional: o contexto pós-constituinte em debate. Curitiba: Governo do Paraná/Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente, 1991.