PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
Conceitos da Ludoterapia - Melanie Klein
1.
2. • Ludoterapia • A palavra ludoterapia deriva da
palavra inglesa play-therapy, que numa tradução
literal quer dizer terapia pelo brincar.
• A ludoterapia teve origem, numa tentativa em
aplicar a terapia psicanalítica em crianças. Mas
foi possível verificar que as crianças não tinham
a mesma facilidade em fazer associações livres
como os adultos.
3. • Melanie Klein estava convicta de que as
actividades lúdicas das crianças, tinham a
mesma importância que as associações
livres na terapia com adultos. Ludoterapia
Foi designada de Ludoanálise esta
abordagem e tinha como objectivo a
redução da ansiedade da criança e,
assim, dar-lhe uma noção do valor da
análise para ela.
4. • A ludoterapia é realizada com crianças a
partir dos 2/3 anos até cerca dos 12 anos.
O trabalho desenvolvido é no sentido da
organização da criança, isto é, um espaço
onde a criança possa lidar com os seus
problemas através da brincadeira.
5. • Sendo o jogo a forma de expressão da
criança procura-se facultar à criança um
ambiente sem julgamentos ou criticas
onde ela se possa exprimir, sem receios.
• Num ambiente acolhedor e coberto por
segurança e compreensão a criança pode
brincar como quiser e com o que preferir,
totalmente liberta para ser quem quiser.
6. • Bergman (1998) afirma que o brincar é uma
forma de linguagem. A maior parte das
características desta linguagem pode ser
constatada logo nos primeiros contactos das
crianças com os seus pais
• As mães ou as pessoas responsáveis pelos
cuidados dos bebés ajudam-nos a brincar,
desde muito pequenos, quando interagem com
eles. Através de uma atitude e de uma
linguagem segura, esses adultos estabelecem
com os bebés laços de confiança que
possibilitam o início do brincar.
7. • É considerado como uma linguagem, uma
vez que permite às crianças comunicar
com as outras pessoas e iniciar a
compreensão, desde muito cedo, de que
podem suportar e representar a ausência
temporária das pessoas que amam,
substituindo-as pelas primeiras
brincadeiras.
8. • A capacidade que o individuo tem para se auto-
organizar mediante condições óptimas está
subjacente à ludoterapia não directiva.
• A terapia não directiva tem por prossuposto que
a criança tem dentro de si a capacidade para
resolver os seus dilemas satisfatoriamente bem
como um impulso para o crescimento, para a
maturidade.
9. • Assim, começa-se onde a criança está e vamos
tão longe quanto ela for capaz. Por esta razão a
autora defende não existir necessidade de
haver entrevistas de diagnóstico antes da
ludoterapia.
• Se a criança considerar pertinente falar de algo
que tenha experienciado no passado, deve
certamente ser alvo da atenção do terapeuta,
mas sempre sem forçar questões ou
problemáticas.
10. • No espaço entre a criança e o terapeuta, o
relacionamento desenvolvido permite que a
criança possa revelar o seu verdadeiro eu.
• Podemos fazer esta terapia individualmente,
somente com a criança alvo da intervenção que
foi trazida ao terapeuta, mas também é possível
fazer ludoterapia em grupo.
• Em grupo, a criança convive com outras
crianças o que obriga o terapeuta a estar atento
às suas interações e conseguir respeitar os
sentimentos de cada uma presente.
11. Ludoterapia (grupo)
• Nestes casos, os colegas devem ser escolhidos pela
criança e não pelo terapeuta. Como curiosidade,
podemos verificar que por norma estas crianças
escolhem alguns colegas tímidos e inseguros.
• Estas crianças não são trazidas a terapia porque não
revelam sintomas que justifiquem, mas quando isto
surge, acabam também por se beneficiadas de um lugar
seguro que lhes permite brincar com liberdade e assim
melhorar também a sua estima e segurança (Axline,
1972).
12. • Características da sala - Ludoterapia
• Ainda que não seja essencial uma sala
mobilada e somente dedicada para este fim...
(Axline, 1972).
– Existindo a possibilidade de uma sala específica, o
ideal será a insonorização, lavatório com água
quente e fria, janelas com a devida protecção, chão e
tecto com material de fácil limpeza, aparelhos de
filmagem ou gravação (para estudo e análise do
caso) mas de preferência sem estarem visíveis para
que a criança não perceba que está a ser observada.
13. • Características da sala - Ludoterapia
• Fundamental
– mesa, cadeiras, fogão, fantoches, lápis de cor
plasticina
– casinha de bonecas mobilada animais
ferozes e domésticos
– água policia, ladrão, telemóvel, biberão
– Bonecos que formem uma família
14. • O terapeuta tem um papel importante,
como tal a sua actuação é considerada
como uma das chaves para o sucesso da
terapia. Deve haver um ambiente de
relaxamento que promova a segurança e
leve a criança a sentir confortável para
compartilhar o seu mundo.
15. • Ludoterapia
• A postura deve ser de sensibilidade e
atenção a tudo o que a criança faz e diz.
• Deve ainda ter uma postura permissiva e
de aceitação, honesta e estar à vontade
com a criança. Em nenhum momento o
terapeuta deve demonstrar qualquer tipo
de insegurança nas capacidades da
criança.
16. • Aquilo que acontece durante a sessão é
mantido em confidencialidade e não deve
ser transmitido a terceiros, mesmo que
sejam pais ou professores.
• O cuidado com o envolvimento emocional
com a criança deve ser levado muito a
sério, isto porque tal pode desvirtuar a
terapia. Em suma, o sucesso da terapia
tem início com o terapeuta.
17. • 8 princípios básicos que devem guiar o
terapeuta:
1) O terapeuta deve desenvolver um bom
relacionamento com a criança, de forma a
que se estabeleça o rapport
– É no primeiro contacto que começa a
estruturação. São as primeiras palavras que
estabelecem o “rapport” e um sorriso ajuda
ao processo.
18. • 2) O terapeuta aceita a criança
exactamente como ela.
– É demonstrada através da atitude do
terapeuta, que deve ser amigável, tranquila e
ao mesmo tempo firme.
• 3) O terapeuta estabelece uma sensação
de permissividade no relacionamento, de
tal modo que a criança se sinta
completamente livre para expressar seus
sentimentos.
19. • 4) O terapeuta está sempre alerta para
identificar os sentimentos que a criança está a
expressar e reflectindo-os para ela, de tal forma
que ela adquira conhecimento sobre seu
comportamento.
• 5) O terapeuta mantém profundo respeito pela
capacidade da criança resolver seus próprios
problemas, dando-lhe oportunidade para isto. A
responsabilidade de escolher e de fazer
mudanças é deixada à criança.
20. • 6) O terapeuta não tenta dirigir as acções
ou conversas da criança de forma alguma.
Ela indica o caminho e o terapeuta segue
• 7) O terapeuta não tenta abreviar a
duração da terapia. O processo é gradual
e assim deve ser reconhecido por ele
– Este é um processo e como tal o terapeuta
tem de conseguir segurar intenções de
avanço para coisas que até lhe pareçam
pertinentes lidar.
21. • 8) O terapeuta estabelece somente as
limitações necessárias para fundamentar
a terapia no mundo da realidade e fazer a
criança consciente da sua
responsabilidade no relacionamento”.
– Os limites quando usados com inteligência
servem até para estabelecer uma ligação
entre a sessão da terapia e o mundo da
realidade
22. • Objectos preferenciais
– Assustadores (lidar com o medo);
• Monstros; cobras; insectos; ursos; leões,
dinossauros (plástico/borracha)
– Cuidadores (recriar eventos e relações
familiares);
• Casa de bonecas; bonecas/bonecos; fantoches;
“nenucos” e acessórios; conjunto de cozinha.
23. – Agressivos (revelar agressividade e raiva
explorando questões de poder e problemas
de autocontrolo);
• Armas e facas de brincar; martelo e pregos;
soldados de brincar; saco de pancadas.
– Expressivos (explorar os relacionamentos,
expressar sentimentos, lidar com problemas e
soluções);
• Lápis de cor; papel; tesoura; tintas; etc.