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• Ludoterapia • A palavra ludoterapia deriva da
palavra inglesa play-therapy, que numa tradução
literal quer dizer terapia pelo brincar.
• A ludoterapia teve origem, numa tentativa em
aplicar a terapia psicanalítica em crianças. Mas
foi possível verificar que as crianças não tinham
a mesma facilidade em fazer associações livres
como os adultos.
• Melanie Klein estava convicta de que as
actividades lúdicas das crianças, tinham a
mesma importância que as associações
livres na terapia com adultos. Ludoterapia
Foi designada de Ludoanálise esta
abordagem e tinha como objectivo a
redução da ansiedade da criança e,
assim, dar-lhe uma noção do valor da
análise para ela.
• A ludoterapia é realizada com crianças a
partir dos 2/3 anos até cerca dos 12 anos.
O trabalho desenvolvido é no sentido da
organização da criança, isto é, um espaço
onde a criança possa lidar com os seus
problemas através da brincadeira.
• Sendo o jogo a forma de expressão da
criança procura-se facultar à criança um
ambiente sem julgamentos ou criticas
onde ela se possa exprimir, sem receios.
• Num ambiente acolhedor e coberto por
segurança e compreensão a criança pode
brincar como quiser e com o que preferir,
totalmente liberta para ser quem quiser.
• Bergman (1998) afirma que o brincar é uma
forma de linguagem. A maior parte das
características desta linguagem pode ser
constatada logo nos primeiros contactos das
crianças com os seus pais
• As mães ou as pessoas responsáveis pelos
cuidados dos bebés ajudam-nos a brincar,
desde muito pequenos, quando interagem com
eles. Através de uma atitude e de uma
linguagem segura, esses adultos estabelecem
com os bebés laços de confiança que
possibilitam o início do brincar.
• É considerado como uma linguagem, uma
vez que permite às crianças comunicar
com as outras pessoas e iniciar a
compreensão, desde muito cedo, de que
podem suportar e representar a ausência
temporária das pessoas que amam,
substituindo-as pelas primeiras
brincadeiras.
• A capacidade que o individuo tem para se auto-
organizar mediante condições óptimas está
subjacente à ludoterapia não directiva.
• A terapia não directiva tem por prossuposto que
a criança tem dentro de si a capacidade para
resolver os seus dilemas satisfatoriamente bem
como um impulso para o crescimento, para a
maturidade.
• Assim, começa-se onde a criança está e vamos
tão longe quanto ela for capaz. Por esta razão a
autora defende não existir necessidade de
haver entrevistas de diagnóstico antes da
ludoterapia.
• Se a criança considerar pertinente falar de algo
que tenha experienciado no passado, deve
certamente ser alvo da atenção do terapeuta,
mas sempre sem forçar questões ou
problemáticas.
• No espaço entre a criança e o terapeuta, o
relacionamento desenvolvido permite que a
criança possa revelar o seu verdadeiro eu.
• Podemos fazer esta terapia individualmente,
somente com a criança alvo da intervenção que
foi trazida ao terapeuta, mas também é possível
fazer ludoterapia em grupo.
• Em grupo, a criança convive com outras
crianças o que obriga o terapeuta a estar atento
às suas interações e conseguir respeitar os
sentimentos de cada uma presente.
Ludoterapia (grupo)
• Nestes casos, os colegas devem ser escolhidos pela
criança e não pelo terapeuta. Como curiosidade,
podemos verificar que por norma estas crianças
escolhem alguns colegas tímidos e inseguros.
• Estas crianças não são trazidas a terapia porque não
revelam sintomas que justifiquem, mas quando isto
surge, acabam também por se beneficiadas de um lugar
seguro que lhes permite brincar com liberdade e assim
melhorar também a sua estima e segurança (Axline,
1972).
• Características da sala - Ludoterapia
• Ainda que não seja essencial uma sala
mobilada e somente dedicada para este fim...
(Axline, 1972).
– Existindo a possibilidade de uma sala específica, o
ideal será a insonorização, lavatório com água
quente e fria, janelas com a devida protecção, chão e
tecto com material de fácil limpeza, aparelhos de
filmagem ou gravação (para estudo e análise do
caso) mas de preferência sem estarem visíveis para
que a criança não perceba que está a ser observada.
• Características da sala - Ludoterapia
• Fundamental
– mesa, cadeiras, fogão, fantoches, lápis de cor
plasticina
– casinha de bonecas mobilada animais
ferozes e domésticos
– água policia, ladrão, telemóvel, biberão
– Bonecos que formem uma família
• O terapeuta tem um papel importante,
como tal a sua actuação é considerada
como uma das chaves para o sucesso da
terapia. Deve haver um ambiente de
relaxamento que promova a segurança e
leve a criança a sentir confortável para
compartilhar o seu mundo.
• Ludoterapia
• A postura deve ser de sensibilidade e
atenção a tudo o que a criança faz e diz.
• Deve ainda ter uma postura permissiva e
de aceitação, honesta e estar à vontade
com a criança. Em nenhum momento o
terapeuta deve demonstrar qualquer tipo
de insegurança nas capacidades da
criança.
• Aquilo que acontece durante a sessão é
mantido em confidencialidade e não deve
ser transmitido a terceiros, mesmo que
sejam pais ou professores.
• O cuidado com o envolvimento emocional
com a criança deve ser levado muito a
sério, isto porque tal pode desvirtuar a
terapia. Em suma, o sucesso da terapia
tem início com o terapeuta.
• 8 princípios básicos que devem guiar o
terapeuta:
1) O terapeuta deve desenvolver um bom
relacionamento com a criança, de forma a
que se estabeleça o rapport
– É no primeiro contacto que começa a
estruturação. São as primeiras palavras que
estabelecem o “rapport” e um sorriso ajuda
ao processo.
• 2) O terapeuta aceita a criança
exactamente como ela.
– É demonstrada através da atitude do
terapeuta, que deve ser amigável, tranquila e
ao mesmo tempo firme.
• 3) O terapeuta estabelece uma sensação
de permissividade no relacionamento, de
tal modo que a criança se sinta
completamente livre para expressar seus
sentimentos.
• 4) O terapeuta está sempre alerta para
identificar os sentimentos que a criança está a
expressar e reflectindo-os para ela, de tal forma
que ela adquira conhecimento sobre seu
comportamento.
• 5) O terapeuta mantém profundo respeito pela
capacidade da criança resolver seus próprios
problemas, dando-lhe oportunidade para isto. A
responsabilidade de escolher e de fazer
mudanças é deixada à criança.
• 6) O terapeuta não tenta dirigir as acções
ou conversas da criança de forma alguma.
Ela indica o caminho e o terapeuta segue
• 7) O terapeuta não tenta abreviar a
duração da terapia. O processo é gradual
e assim deve ser reconhecido por ele
– Este é um processo e como tal o terapeuta
tem de conseguir segurar intenções de
avanço para coisas que até lhe pareçam
pertinentes lidar.
• 8) O terapeuta estabelece somente as
limitações necessárias para fundamentar
a terapia no mundo da realidade e fazer a
criança consciente da sua
responsabilidade no relacionamento”.
– Os limites quando usados com inteligência
servem até para estabelecer uma ligação
entre a sessão da terapia e o mundo da
realidade
• Objectos preferenciais
– Assustadores (lidar com o medo);
• Monstros; cobras; insectos; ursos; leões,
dinossauros (plástico/borracha)
– Cuidadores (recriar eventos e relações
familiares);
• Casa de bonecas; bonecas/bonecos; fantoches;
“nenucos” e acessórios; conjunto de cozinha.
– Agressivos (revelar agressividade e raiva
explorando questões de poder e problemas
de autocontrolo);
• Armas e facas de brincar; martelo e pregos;
soldados de brincar; saco de pancadas.
– Expressivos (explorar os relacionamentos,
expressar sentimentos, lidar com problemas e
soluções);
• Lápis de cor; papel; tesoura; tintas; etc.
Conceitos da Ludoterapia - Melanie Klein

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Conceitos da Ludoterapia - Melanie Klein

  • 1.
  • 2. • Ludoterapia • A palavra ludoterapia deriva da palavra inglesa play-therapy, que numa tradução literal quer dizer terapia pelo brincar. • A ludoterapia teve origem, numa tentativa em aplicar a terapia psicanalítica em crianças. Mas foi possível verificar que as crianças não tinham a mesma facilidade em fazer associações livres como os adultos.
  • 3. • Melanie Klein estava convicta de que as actividades lúdicas das crianças, tinham a mesma importância que as associações livres na terapia com adultos. Ludoterapia Foi designada de Ludoanálise esta abordagem e tinha como objectivo a redução da ansiedade da criança e, assim, dar-lhe uma noção do valor da análise para ela.
  • 4. • A ludoterapia é realizada com crianças a partir dos 2/3 anos até cerca dos 12 anos. O trabalho desenvolvido é no sentido da organização da criança, isto é, um espaço onde a criança possa lidar com os seus problemas através da brincadeira.
  • 5. • Sendo o jogo a forma de expressão da criança procura-se facultar à criança um ambiente sem julgamentos ou criticas onde ela se possa exprimir, sem receios. • Num ambiente acolhedor e coberto por segurança e compreensão a criança pode brincar como quiser e com o que preferir, totalmente liberta para ser quem quiser.
  • 6. • Bergman (1998) afirma que o brincar é uma forma de linguagem. A maior parte das características desta linguagem pode ser constatada logo nos primeiros contactos das crianças com os seus pais • As mães ou as pessoas responsáveis pelos cuidados dos bebés ajudam-nos a brincar, desde muito pequenos, quando interagem com eles. Através de uma atitude e de uma linguagem segura, esses adultos estabelecem com os bebés laços de confiança que possibilitam o início do brincar.
  • 7. • É considerado como uma linguagem, uma vez que permite às crianças comunicar com as outras pessoas e iniciar a compreensão, desde muito cedo, de que podem suportar e representar a ausência temporária das pessoas que amam, substituindo-as pelas primeiras brincadeiras.
  • 8. • A capacidade que o individuo tem para se auto- organizar mediante condições óptimas está subjacente à ludoterapia não directiva. • A terapia não directiva tem por prossuposto que a criança tem dentro de si a capacidade para resolver os seus dilemas satisfatoriamente bem como um impulso para o crescimento, para a maturidade.
  • 9. • Assim, começa-se onde a criança está e vamos tão longe quanto ela for capaz. Por esta razão a autora defende não existir necessidade de haver entrevistas de diagnóstico antes da ludoterapia. • Se a criança considerar pertinente falar de algo que tenha experienciado no passado, deve certamente ser alvo da atenção do terapeuta, mas sempre sem forçar questões ou problemáticas.
  • 10. • No espaço entre a criança e o terapeuta, o relacionamento desenvolvido permite que a criança possa revelar o seu verdadeiro eu. • Podemos fazer esta terapia individualmente, somente com a criança alvo da intervenção que foi trazida ao terapeuta, mas também é possível fazer ludoterapia em grupo. • Em grupo, a criança convive com outras crianças o que obriga o terapeuta a estar atento às suas interações e conseguir respeitar os sentimentos de cada uma presente.
  • 11. Ludoterapia (grupo) • Nestes casos, os colegas devem ser escolhidos pela criança e não pelo terapeuta. Como curiosidade, podemos verificar que por norma estas crianças escolhem alguns colegas tímidos e inseguros. • Estas crianças não são trazidas a terapia porque não revelam sintomas que justifiquem, mas quando isto surge, acabam também por se beneficiadas de um lugar seguro que lhes permite brincar com liberdade e assim melhorar também a sua estima e segurança (Axline, 1972).
  • 12. • Características da sala - Ludoterapia • Ainda que não seja essencial uma sala mobilada e somente dedicada para este fim... (Axline, 1972). – Existindo a possibilidade de uma sala específica, o ideal será a insonorização, lavatório com água quente e fria, janelas com a devida protecção, chão e tecto com material de fácil limpeza, aparelhos de filmagem ou gravação (para estudo e análise do caso) mas de preferência sem estarem visíveis para que a criança não perceba que está a ser observada.
  • 13. • Características da sala - Ludoterapia • Fundamental – mesa, cadeiras, fogão, fantoches, lápis de cor plasticina – casinha de bonecas mobilada animais ferozes e domésticos – água policia, ladrão, telemóvel, biberão – Bonecos que formem uma família
  • 14. • O terapeuta tem um papel importante, como tal a sua actuação é considerada como uma das chaves para o sucesso da terapia. Deve haver um ambiente de relaxamento que promova a segurança e leve a criança a sentir confortável para compartilhar o seu mundo.
  • 15. • Ludoterapia • A postura deve ser de sensibilidade e atenção a tudo o que a criança faz e diz. • Deve ainda ter uma postura permissiva e de aceitação, honesta e estar à vontade com a criança. Em nenhum momento o terapeuta deve demonstrar qualquer tipo de insegurança nas capacidades da criança.
  • 16. • Aquilo que acontece durante a sessão é mantido em confidencialidade e não deve ser transmitido a terceiros, mesmo que sejam pais ou professores. • O cuidado com o envolvimento emocional com a criança deve ser levado muito a sério, isto porque tal pode desvirtuar a terapia. Em suma, o sucesso da terapia tem início com o terapeuta.
  • 17. • 8 princípios básicos que devem guiar o terapeuta: 1) O terapeuta deve desenvolver um bom relacionamento com a criança, de forma a que se estabeleça o rapport – É no primeiro contacto que começa a estruturação. São as primeiras palavras que estabelecem o “rapport” e um sorriso ajuda ao processo.
  • 18. • 2) O terapeuta aceita a criança exactamente como ela. – É demonstrada através da atitude do terapeuta, que deve ser amigável, tranquila e ao mesmo tempo firme. • 3) O terapeuta estabelece uma sensação de permissividade no relacionamento, de tal modo que a criança se sinta completamente livre para expressar seus sentimentos.
  • 19. • 4) O terapeuta está sempre alerta para identificar os sentimentos que a criança está a expressar e reflectindo-os para ela, de tal forma que ela adquira conhecimento sobre seu comportamento. • 5) O terapeuta mantém profundo respeito pela capacidade da criança resolver seus próprios problemas, dando-lhe oportunidade para isto. A responsabilidade de escolher e de fazer mudanças é deixada à criança.
  • 20. • 6) O terapeuta não tenta dirigir as acções ou conversas da criança de forma alguma. Ela indica o caminho e o terapeuta segue • 7) O terapeuta não tenta abreviar a duração da terapia. O processo é gradual e assim deve ser reconhecido por ele – Este é um processo e como tal o terapeuta tem de conseguir segurar intenções de avanço para coisas que até lhe pareçam pertinentes lidar.
  • 21. • 8) O terapeuta estabelece somente as limitações necessárias para fundamentar a terapia no mundo da realidade e fazer a criança consciente da sua responsabilidade no relacionamento”. – Os limites quando usados com inteligência servem até para estabelecer uma ligação entre a sessão da terapia e o mundo da realidade
  • 22. • Objectos preferenciais – Assustadores (lidar com o medo); • Monstros; cobras; insectos; ursos; leões, dinossauros (plástico/borracha) – Cuidadores (recriar eventos e relações familiares); • Casa de bonecas; bonecas/bonecos; fantoches; “nenucos” e acessórios; conjunto de cozinha.
  • 23. – Agressivos (revelar agressividade e raiva explorando questões de poder e problemas de autocontrolo); • Armas e facas de brincar; martelo e pregos; soldados de brincar; saco de pancadas. – Expressivos (explorar os relacionamentos, expressar sentimentos, lidar com problemas e soluções); • Lápis de cor; papel; tesoura; tintas; etc.