O documento analisa a comunicação entre pequenos fruticultores, suas organizações e extensionistas rurais no Nordeste brasileiro. Verificou-se que a extensão rural apresenta pouco diálogo e envolvimento dos agricultores, sugerindo a necessidade de avaliar as metodologias adotadas para melhorar a comunicação.
1) Jesús Martín-Barbero é um teórico espanhol da comunicação que viveu na Colômbia e estudou na Bélgica e França. 2) Seu trabalho se concentra nos estudos culturais da comunicação na América Latina, analisando temas como a recepção, a telenovela e o impacto das novas tecnologias. 3) Ele defende uma abordagem situada e crítica dos estudos de comunicação, questionando modelos funcionalistas e imperialistas.
O documento discute a configuração do campo da comunicação na América Latina nas décadas de 1970 e 1980. Apresenta os desafios de estabelecer uma teoria crítica da comunicação que considere as condições de produção, circulação e consumo do discurso. Também aborda como os meios de comunicação de massa transformam eventos em espetáculos e como isso afeta a percepção social da realidade.
Este documento discute conceitos de comunicação e informações gerais sobre propaganda. A primeira seção aborda definições de comunicação de diferentes perspectivas como biológica, histórica e sociológica. A segunda seção discute tipos de comunicação, elementos da comunicação humana e conceitos relacionados como semiótica.
O documento discute a comunicação comunitária no contexto brasileiro, seus princípios e como as relações públicas podem ser aplicadas em movimentos sociais e comunidades. Ele explora a história da comunicação comunitária no Brasil, princípios como democratização e participação ativa, e como planejamento participativo e estratégico situacional podem ser usados.
A dinâmica dos meios de comunicação de massamarluiz31
Este documento discute a relação entre meios de comunicação de massa, espaço público e diversidade cultural no Brasil. Apresenta a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela propõe que indivíduos reflexivos produzem informações alternativas aos meios de comunicação sistêmicos, difundindo a diversidade cultural. Também argumenta que os meios de comunicação não necessariamente homogeneizam a cultura, mas também ajudam a difundir a diversidade através de meios alternativos e cobertura de questões de minorias.
O documento discute os conceitos de comunicação para mudança social ao longo do tempo, desde os anos 1940 até hoje. Inicialmente focava no crescimento econômico, mas evoluiu para visões mais holísticas e participativas, com foco no bem-estar das pessoas. Atualmente enfatiza processos democráticos e diálogos que permitam que os próprios grupos definam seu desenvolvimento de forma sustentável.
Dos meios às mediações - Jesús Martin-BarbeiroAndréia Pisco
O documento resume as ideias-chave de Jesus Martín-Barbero sobre comunicação, cultura e hegemonia. Ele discute 1) as concepções de povo e cultura popular ao longo da história, 2) o surgimento da noção de massa e sociedade de massa, e 3) como a cultura de massa e as mediações moldaram a hegemonia cultural na América Latina.
1) Jesús Martín-Barbero é um teórico espanhol da comunicação que viveu na Colômbia e estudou na Bélgica e França. 2) Seu trabalho se concentra nos estudos culturais da comunicação na América Latina, analisando temas como a recepção, a telenovela e o impacto das novas tecnologias. 3) Ele defende uma abordagem situada e crítica dos estudos de comunicação, questionando modelos funcionalistas e imperialistas.
O documento discute a configuração do campo da comunicação na América Latina nas décadas de 1970 e 1980. Apresenta os desafios de estabelecer uma teoria crítica da comunicação que considere as condições de produção, circulação e consumo do discurso. Também aborda como os meios de comunicação de massa transformam eventos em espetáculos e como isso afeta a percepção social da realidade.
Este documento discute conceitos de comunicação e informações gerais sobre propaganda. A primeira seção aborda definições de comunicação de diferentes perspectivas como biológica, histórica e sociológica. A segunda seção discute tipos de comunicação, elementos da comunicação humana e conceitos relacionados como semiótica.
O documento discute a comunicação comunitária no contexto brasileiro, seus princípios e como as relações públicas podem ser aplicadas em movimentos sociais e comunidades. Ele explora a história da comunicação comunitária no Brasil, princípios como democratização e participação ativa, e como planejamento participativo e estratégico situacional podem ser usados.
A dinâmica dos meios de comunicação de massamarluiz31
Este documento discute a relação entre meios de comunicação de massa, espaço público e diversidade cultural no Brasil. Apresenta a teoria da ação comunicativa de Habermas e como ela propõe que indivíduos reflexivos produzem informações alternativas aos meios de comunicação sistêmicos, difundindo a diversidade cultural. Também argumenta que os meios de comunicação não necessariamente homogeneizam a cultura, mas também ajudam a difundir a diversidade através de meios alternativos e cobertura de questões de minorias.
O documento discute os conceitos de comunicação para mudança social ao longo do tempo, desde os anos 1940 até hoje. Inicialmente focava no crescimento econômico, mas evoluiu para visões mais holísticas e participativas, com foco no bem-estar das pessoas. Atualmente enfatiza processos democráticos e diálogos que permitam que os próprios grupos definam seu desenvolvimento de forma sustentável.
Dos meios às mediações - Jesús Martin-BarbeiroAndréia Pisco
O documento resume as ideias-chave de Jesus Martín-Barbero sobre comunicação, cultura e hegemonia. Ele discute 1) as concepções de povo e cultura popular ao longo da história, 2) o surgimento da noção de massa e sociedade de massa, e 3) como a cultura de massa e as mediações moldaram a hegemonia cultural na América Latina.
O documento apresenta um plano de aula sobre teorias da comunicação, com informações sobre o professor José Geraldo de Oliveira, ementa, objetivos, metodologia, conteúdo programático e avaliações da disciplina.
- O documento apresenta uma introdução sobre 14 artigos discutidos em um grupo de trabalho sobre teorias e metodologias da pesquisa em comunicação durante um congresso da ALAIC em 2000. Os artigos abordam temas como a origem e desenvolvimento do campo da comunicação, reconstrução teórica, interdisciplinaridade, pesquisas metodológicas aplicadas entre outros.
- A ALAIC e seu grupo de trabalho GT-17 procuram discutir as relações entre a produção de conhecimento no campo dos estudos da comunicação.
- Vários artigos reflete
1) Os estudos latino-americanos em comunicação surgiram para pesquisar a dependência dos países da América Latina em relação às potências como os EUA e como isso se refletia nos meios de comunicação de massa.
2) Instituições como o CIESPAL e o CEREN orientaram os estudos para propor novos modelos de comunicação que atendessem às necessidades da América Latina.
3) Pesquisadores como Armand Mattelart e seu grupo no Chile foram pioneiros nos estudos sobre o poder dos meios de comunicação e as estratégias
Material de aula, produzido pela professora Rosa Maria Dalla Costa, para o PPGCOM UFPR 2015 - Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Junho de 2015.
20042010 grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafã...guestd384f64
O documento discute o conceito de educomunicação e seu papel na transformação social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor defende que a educomunicação pode promover processos participativos e dialógicos para a transformação social seguindo sete premissas como atender as particularidades culturais e estabelecer objetivos de longo prazo.
Grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafãos_de_la...guestdd96fad
O documento discute o conceito de educomunicação e seu potencial para promover mudança social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor argumenta que a educomunicação requer processos participativos planejados cuidadosamente de acordo com cada contexto cultural e social.
1) O documento discute conceitos de mediação social no contexto de trabalho em rede.
2) Existem duas concepções principais de mediação - a americana focada na resolução de conflitos e a europeia universalista focada na regulação das relações sociais.
3) Em Portugal, o conceito e prática de mediação estão em desenvolvimento, sendo necessário aprofundar o conhecimento nesta área para guiar intervenções futuras.
O documento discute os conceitos de esfera pública e comunicação pública. Apresenta as definições de esfera pública de acordo com Habermas e como ela se modificou ao longo do tempo. Também define comunicação pública e destaca seus principais objetivos e níveis segundo diferentes autores.
Trabalho Acadêmico envolvendo um tema de grande importância, visto que a conjuntura atual exige um profissional de comunicação que tenha capacidade de colaborar no planejamento de ações em sintonia com os interesses sociais.
1) O documento discute os estudos latino-americanos em comunicação na década de 1970, que se concentraram em comunicação popular e alternativa e pesquisa-ação.
2) Na década de 1980, a pesquisa mudou para pesquisa-ação, pesquisa participante e pesquisa militante, com foco em políticas públicas de comunicação e comunicação popular.
3) Jesus Martin Barbero desenvolveu uma abordagem transdisciplinar para estudar a comunicação no contexto da cultura híbrida latino-americana.
Este documento discute as contribuições de Harold Innis e Marshall McLuhan para o pensamento comunicacional canadense. Apresenta as principais ideias e teorias desenvolvidas por esses autores, como a centralidade dos meios de comunicação na análise de Innis e a distinção entre meio e mensagem em McLuhan. Questiona também os limites e possíveis desenvolvimentos desse programa de pesquisa.
Este documento discute o papel da mídia no contexto democrático, abordando tópicos como a importância das informações, a regulação dos meios de comunicação e o jornalismo como agente de agenda social. Em três frases:
O documento analisa a relação entre mídia e democracia, destacando que o acesso a informações qualificadas permite aos cidadãos participarem do processo político. Também discute os mecanismos de regulação dos meios de comunicação no Brasil e quais elementos formam uma atuação socialmente respons
Midia Alternativa P Alem Da Contra InformaçãOAllan Diniz
Este documento discute modelos alternativos de mídia além da contra-informação. Apresenta como o excesso de informação, a espetacularização, a internet e novas sensibilidades em relação à mídia afetam as respostas dos ativistas aos veículos midiáticos hegemônicos. Também reflete sobre como certas práticas contemporâneas de mídia alternativa experimentam modelos diferentes daquele baseado na contra-informação.
Comunicação Pública em Mídias DinâmicasMurilo Pinto
O documento discute a comunicação pública em mídias dinâmicas, abordando tópicos como ideais de comunicação ao longo da história, publicidade e esfera pública, midiatização da mídia, paradigma digital, redes sociais, governo 2.0 e comunicação, uso de mídias sociais por instituições governamentais, e desafios e oportunidades da comunicação pública no ambiente digital.
O documento discute a comunicação pública e sua relação com a democracia e cidadania. Apresenta diferentes perspectivas sobre comunicação pública e argumenta que ela deve ser um direito dos cidadãos e um exercício democrático, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Apesar de ser um novo conceito, ainda há desafios para sua efetiva implementação na prática.
A primeira revolução comunicativa foi a Revolução da Escrita, que ocorreu a partir do IV milênio a.C. com a transição da oralidade para a escrita. Isso permitiu a transformação das sociedades de uma temporalidade cíclica para narrativas lineares, armazenamento de conhecimento e surgimento das primeiras cidades como Atenas. A escrita evoluiu de sistemas ideográficos para alfabetos fonéticos que representavam os sons da fala.
Princípios e conceitos para a comunicação pública em mídias sociaisMurilo Pinto
O documento discute a história da comunicação pública desde o Renascimento, a midiatização da mídia e a lógica comercial, e como as redes sociais podem se alinhar aos ideais de comunicação pública ou à lógica comercial. Também fornece exemplos de como aplicar estratégias digitais no STJ para engajar o público.
1. Os primeiros estudos de comunicação na América Latina se limitavam à documentação descritiva da imprensa, mas começaram a ganhar impulso nas décadas de 1930 e 1950 com a criação de cursos de graduação em Jornalismo.
2. Os principais centros de pesquisa em comunicação foram o Ciespal na década de 1960, que inicialmente adotou perspectivas norte-americanas mas posteriormente passou a incorporar enfoques latino-americanos, e o CEREN no Chile na década de 1970, que promoveu
O documento discute a proposta inicial da folkcomunicação no Brasil, apresentada por Luiz Beltrão em 1965, que se referia ao processo de intercâmbio de informações e manifestações entre as classes marginalizadas através de agentes e meios ligados à cultura popular. O texto também descreve os principais métodos de pesquisa propostos para estudar a comunicação dessas classes, como análise de conteúdo de folhetos e jornais populares.
Pesquisa norte-americana - Teorias da comunicaçãoLaércio Góes
O documento discute as principais teorias da comunicação desenvolvidas na pesquisa norte-americana, incluindo a Teoria Matemática da Comunicação de Shannon e Weaver, a Teoria Hipodérmica, a Teoria Funcionalista e a Teoria dos Efeitos Limitados. A pesquisa foi motivada por questões econômicas e políticas e teve como foco inicial os efeitos dos meios de comunicação de massa e a formação de opinião pública.
Power Point do seminário apresentado na disciplina "A informação eletrônica em questão: os pensadores do ciberespaço" do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – ECA-USP.
As mulheres no jornalismo esportivo no rio grande sulMargareth Michel
1) O documento discute a presença de mulheres no jornalismo esportivo na televisão no Rio Grande do Sul.
2) Tem como objetivos analisar as causas que levaram as mulheres a se interessarem por essa área dominada por homens e resgatar a participação feminina no jornalismo esportivo.
3) Também descreve parte do mercado de comunicação esportiva na TV do RS e questiona estereótipos sobre mulheres e futebol.
O documento apresenta um plano de aula sobre teorias da comunicação, com informações sobre o professor José Geraldo de Oliveira, ementa, objetivos, metodologia, conteúdo programático e avaliações da disciplina.
- O documento apresenta uma introdução sobre 14 artigos discutidos em um grupo de trabalho sobre teorias e metodologias da pesquisa em comunicação durante um congresso da ALAIC em 2000. Os artigos abordam temas como a origem e desenvolvimento do campo da comunicação, reconstrução teórica, interdisciplinaridade, pesquisas metodológicas aplicadas entre outros.
- A ALAIC e seu grupo de trabalho GT-17 procuram discutir as relações entre a produção de conhecimento no campo dos estudos da comunicação.
- Vários artigos reflete
1) Os estudos latino-americanos em comunicação surgiram para pesquisar a dependência dos países da América Latina em relação às potências como os EUA e como isso se refletia nos meios de comunicação de massa.
2) Instituições como o CIESPAL e o CEREN orientaram os estudos para propor novos modelos de comunicação que atendessem às necessidades da América Latina.
3) Pesquisadores como Armand Mattelart e seu grupo no Chile foram pioneiros nos estudos sobre o poder dos meios de comunicação e as estratégias
Material de aula, produzido pela professora Rosa Maria Dalla Costa, para o PPGCOM UFPR 2015 - Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná. Curitiba, Junho de 2015.
20042010 grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafã...guestd384f64
O documento discute o conceito de educomunicação e seu papel na transformação social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor defende que a educomunicação pode promover processos participativos e dialógicos para a transformação social seguindo sete premissas como atender as particularidades culturais e estabelecer objetivos de longo prazo.
Grupo 04 tr17 elisangela r. da costa concepto, instrumentos y_desafãos_de_la...guestdd96fad
O documento discute o conceito de educomunicação e seu potencial para promover mudança social. Aborda as metodologias e estratégias da educomunicação, incluindo a perspectiva de Paulo Freire de comunicação como diálogo. O autor argumenta que a educomunicação requer processos participativos planejados cuidadosamente de acordo com cada contexto cultural e social.
1) O documento discute conceitos de mediação social no contexto de trabalho em rede.
2) Existem duas concepções principais de mediação - a americana focada na resolução de conflitos e a europeia universalista focada na regulação das relações sociais.
3) Em Portugal, o conceito e prática de mediação estão em desenvolvimento, sendo necessário aprofundar o conhecimento nesta área para guiar intervenções futuras.
O documento discute os conceitos de esfera pública e comunicação pública. Apresenta as definições de esfera pública de acordo com Habermas e como ela se modificou ao longo do tempo. Também define comunicação pública e destaca seus principais objetivos e níveis segundo diferentes autores.
Trabalho Acadêmico envolvendo um tema de grande importância, visto que a conjuntura atual exige um profissional de comunicação que tenha capacidade de colaborar no planejamento de ações em sintonia com os interesses sociais.
1) O documento discute os estudos latino-americanos em comunicação na década de 1970, que se concentraram em comunicação popular e alternativa e pesquisa-ação.
2) Na década de 1980, a pesquisa mudou para pesquisa-ação, pesquisa participante e pesquisa militante, com foco em políticas públicas de comunicação e comunicação popular.
3) Jesus Martin Barbero desenvolveu uma abordagem transdisciplinar para estudar a comunicação no contexto da cultura híbrida latino-americana.
Este documento discute as contribuições de Harold Innis e Marshall McLuhan para o pensamento comunicacional canadense. Apresenta as principais ideias e teorias desenvolvidas por esses autores, como a centralidade dos meios de comunicação na análise de Innis e a distinção entre meio e mensagem em McLuhan. Questiona também os limites e possíveis desenvolvimentos desse programa de pesquisa.
Este documento discute o papel da mídia no contexto democrático, abordando tópicos como a importância das informações, a regulação dos meios de comunicação e o jornalismo como agente de agenda social. Em três frases:
O documento analisa a relação entre mídia e democracia, destacando que o acesso a informações qualificadas permite aos cidadãos participarem do processo político. Também discute os mecanismos de regulação dos meios de comunicação no Brasil e quais elementos formam uma atuação socialmente respons
Midia Alternativa P Alem Da Contra InformaçãOAllan Diniz
Este documento discute modelos alternativos de mídia além da contra-informação. Apresenta como o excesso de informação, a espetacularização, a internet e novas sensibilidades em relação à mídia afetam as respostas dos ativistas aos veículos midiáticos hegemônicos. Também reflete sobre como certas práticas contemporâneas de mídia alternativa experimentam modelos diferentes daquele baseado na contra-informação.
Comunicação Pública em Mídias DinâmicasMurilo Pinto
O documento discute a comunicação pública em mídias dinâmicas, abordando tópicos como ideais de comunicação ao longo da história, publicidade e esfera pública, midiatização da mídia, paradigma digital, redes sociais, governo 2.0 e comunicação, uso de mídias sociais por instituições governamentais, e desafios e oportunidades da comunicação pública no ambiente digital.
O documento discute a comunicação pública e sua relação com a democracia e cidadania. Apresenta diferentes perspectivas sobre comunicação pública e argumenta que ela deve ser um direito dos cidadãos e um exercício democrático, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Apesar de ser um novo conceito, ainda há desafios para sua efetiva implementação na prática.
A primeira revolução comunicativa foi a Revolução da Escrita, que ocorreu a partir do IV milênio a.C. com a transição da oralidade para a escrita. Isso permitiu a transformação das sociedades de uma temporalidade cíclica para narrativas lineares, armazenamento de conhecimento e surgimento das primeiras cidades como Atenas. A escrita evoluiu de sistemas ideográficos para alfabetos fonéticos que representavam os sons da fala.
Princípios e conceitos para a comunicação pública em mídias sociaisMurilo Pinto
O documento discute a história da comunicação pública desde o Renascimento, a midiatização da mídia e a lógica comercial, e como as redes sociais podem se alinhar aos ideais de comunicação pública ou à lógica comercial. Também fornece exemplos de como aplicar estratégias digitais no STJ para engajar o público.
1. Os primeiros estudos de comunicação na América Latina se limitavam à documentação descritiva da imprensa, mas começaram a ganhar impulso nas décadas de 1930 e 1950 com a criação de cursos de graduação em Jornalismo.
2. Os principais centros de pesquisa em comunicação foram o Ciespal na década de 1960, que inicialmente adotou perspectivas norte-americanas mas posteriormente passou a incorporar enfoques latino-americanos, e o CEREN no Chile na década de 1970, que promoveu
O documento discute a proposta inicial da folkcomunicação no Brasil, apresentada por Luiz Beltrão em 1965, que se referia ao processo de intercâmbio de informações e manifestações entre as classes marginalizadas através de agentes e meios ligados à cultura popular. O texto também descreve os principais métodos de pesquisa propostos para estudar a comunicação dessas classes, como análise de conteúdo de folhetos e jornais populares.
Pesquisa norte-americana - Teorias da comunicaçãoLaércio Góes
O documento discute as principais teorias da comunicação desenvolvidas na pesquisa norte-americana, incluindo a Teoria Matemática da Comunicação de Shannon e Weaver, a Teoria Hipodérmica, a Teoria Funcionalista e a Teoria dos Efeitos Limitados. A pesquisa foi motivada por questões econômicas e políticas e teve como foco inicial os efeitos dos meios de comunicação de massa e a formação de opinião pública.
Power Point do seminário apresentado na disciplina "A informação eletrônica em questão: os pensadores do ciberespaço" do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação – ECA-USP.
As mulheres no jornalismo esportivo no rio grande sulMargareth Michel
1) O documento discute a presença de mulheres no jornalismo esportivo na televisão no Rio Grande do Sul.
2) Tem como objetivos analisar as causas que levaram as mulheres a se interessarem por essa área dominada por homens e resgatar a participação feminina no jornalismo esportivo.
3) Também descreve parte do mercado de comunicação esportiva na TV do RS e questiona estereótipos sobre mulheres e futebol.
A comunicação organizacional as redes sociais afetos emoções e memóriaMargareth Michel
Este documento discute a comunicação organizacional e o uso de redes sociais por organizações. Ele explora como as emoções e os afetos estão presentes nas campanhas de marketing e como eles se relacionam com a memória organizacional. O documento também revisa a literatura sobre a evolução da comunicação organizacional e o papel crescente das redes sociais e das emoções nesse processo.
A Comunicação Organizacional, as redes sociais: afetos, emoções e memória na ...Margareth Michel
O trabalho reflete sobre a comunicação das organizações no mundo contemporâneo, globalizado, em que conhecimento e comunicação são compartilhados por meio das tecnologias disponíveis, levando em conta os desafios: agregação de emoções e
afetos à memória organizacional/institucional. Busca saber como lidam com as redes
sociais e seus desafios, entender afetos e emoções presentes no contexto e sua relação com a memória. Trabalha o referencial teórico na área da comunicação organizacional, caracterizando emoções e afetos presentes, bem como sua relação com a memória da organização, vinculadas à utilização das tecnologias, da internet às redes sociais. Constitui-se numa pesquisa exploratória, documental e descritiva. Dão suporte ao estudo exploratório o referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas, pesquisa quantitativa e qualitativa realizada nas redes sociais.
O documento discute a difusão de inovações no meio rural, abordando princípios da comunicação e difusão de inovações, incluindo abordagens teóricas como o paradigma matemático-informacional e cultural. Também discute novos paradigmas da comunicação com a internet e a importância da comunicação para a realidade rural, como meio para agricultores tomarem decisões de produção.
1) O documento discute como as redes sociais digitais estão transformando a disseminação e construção coletiva de conhecimento. 2) Conceitos como memes e inteligência coletiva são explorados para entender como as ideias se espalham online de forma descentralizada. 3) A noção de receptor ativo que produz conteúdo substitui o modelo tradicional emissor-receptor nas redes sociais.
O documento discute os Estudos Culturais, que analisam o processo social e a evolução da cultura. As mídias de massa desempenham um papel importante nessas estruturas culturais. Também aborda teorias sobre jornalismo, como a teoria do espelho, gatekeeper e organizacional, e como elas influenciam a cobertura noticiosa.
20042010 grupo 04 tr17 ronaldo gardinal concepto, instrumentos y_desafios_de_...guestd384f64
O documento discute os conceitos e desafios da educomunicação para promover transformação social. Apresenta breve histórico do desenvolvimento e comunicação e define educomunicação como processo dialógico e participativo que permite às sociedades decidirem autonomamente sobre seu futuro. Aponta a necessidade de formação de profissionais nessa área e uso de novas tecnologias para promover a educomunicação.
O documento discute a comunicação/educação para mudança social nos EUA nos anos 1950 e suas limitações. Também aborda a importância do comunicador ter conhecimentos em diversas áreas para promover mudanças sociais de forma eficaz através de estratégias inovadoras de comunicação educativa.
This document outlines a university course on contemporary issues in media and communication economics in the Amazon region. The course is divided into 5 units that cover: 1) the problem of media concentration in Brazil, 2) communication systems in the Amazon, 3) political economy of communication theory, 4) communication policy issues, and 5) community media and social action. Readings and topics for each unit are also listed.
O evento debateu o papel da mídia independente e comunitária no combate à violência urbana no Brasil, contando com a participação de 50 profissionais do setor. Foram discutidos temas como o modelo de radiodifusão em emissoras comunitárias versus públicas, como a mídia comunitária aborda a violência nas comunidades e as possibilidades das novas tecnologias para a produção e compartilhamento de informações nesses veículos. O objetivo foi identificar formas de superar limitações e avançar no enfrentamento da
1. O documento discute a introdução ao estudo da teoria da comunicação, enfatizando que a teoria e a prática estão intimamente ligadas e que a teoria fornece um guia para a prática.
2. Apresenta um breve histórico dos meios de comunicação no Brasil, destacando que os cursos de comunicação surgiram para atender à demanda por profissionais nessas áreas com o crescimento dos meios de comunicação.
3. Discutem conceitos de comunicação, destacando que a comunicação é um processo humano es
A Teoria do Agendamento na Atuação da Imprensa Sergipana_ArtigoJanete Cahet
Este documento discute a Teoria do Agendamento e sua aplicação na análise da cobertura da imprensa sergipana sobre a construção da Ponte Joel Silveira em abril de 2010. A teoria sugere que a mídia influencia o que o público pensa sobre temas selecionando e priorizando certos assuntos. A análise mostra que a imprensa sergipana deu grande visibilidade à ponte, mantendo o tema na agenda pública por meio de diversas reportagens.
A Comunicação Organizacional, as redes sociais e as fan pages – o caso “Dove ...Margareth Michel
O documento discute a comunicação organizacional e o uso de redes sociais pela empresa Dove. Primeiramente, apresenta o contexto da comunicação organizacional e como as tecnologias, especialmente as redes sociais, trouxeram mudanças nesse campo. Em seguida, descreve a pesquisa realizada sobre a página da Dove no Facebook.
1) O documento discute a importância da autorregulação da mídia para a defesa da liberdade de expressão.
2) A autorregulação da mídia, por meio de códigos de conduta e diretrizes profissionais, pode ajudar a garantir a independência editorial e a implementação de padrões éticos.
3) No entanto, a autorregulação da mídia tem limitações e o Estado ainda precisa assegurar um ambiente regulatório que proteja a liberdade de expressão.
A comunicação organizacional as redes sociais afetos e imagemMargareth Michel
O artigo tem como objetivo refletir sobre a comunicação praticada pelas organizações no mundo contemporâneo, globalizado, no qual o conhecimento e a comunicação são rapidamente compartilhados por meio das tecnologias disponíveis. Trabalha-se o referencial teórico existente na área da comunicação organizacional, abordando brevemente seu histórico e desenvolvimento, refletindo sobre a relevância da comunicação interna e externa e da utilização das tecnologias, da internet às redes sociais, bem como os desafios envolvidos frentes às emoções e afetos presentes no ambiente virtual e sua relação com a organização. Dão suporte ao estudo exploratório uma pesquisa quantitativa e referencial teórico embasado em autores reconhecidos nas áreas abordadas.
Este documento discute a relação entre liberdade de expressão e regulação da mídia em três frases:
1) A liberdade de expressão é um direito fundamental que deve ser protegido e aprofundado através de sistemas midiáticos livres, independentes, plurais e diversos.
2) Embora a regulação da mídia seja necessária devido aos recursos limitados do espectro eletromagnético, seu objetivo principal deve ser garantir a liberdade de expressão.
3) O documento analisa experiências internacionais de reg
As Eleições 2010 em 140 caracteres: O Twitter como ferramenta de comunicação ...Cinthia Mendonça
A presente monografia traz como estudo as técnicas utilizadas pelos principais candidatos – José Serra e Dilma - à presidência do Brasil nas eleições corridas no ano de 2010 no âmbito da rede social Twitter. Sendo o Twitter uma rede social recente, porém muito utilizada por pessoas que possuem grande influência sobre a massa da população; ela se torna uma grande ferramenta para entender a relação entre candidatos à eleição e eleitor, bem como analisar que tipo de comunicação política foi aplicada e qual a linguagem utilizada. A pesquisa foi feita em dois momentos, o primeiro através de leituras doutrinárias relacionadas ao Twitter, à comunicação e à política. O segundo se deu a partir das análises dos Twitter de Dilma e Serra no período de 06 de julho de 2010 a 03 de outubro de 2010. A importância do tema examinado é grande, uma vez que ainda não se tem muitos estudos sobre o Twitter como ferramenta de comunicação política, já que se trata, como foi dito anteriormente, de uma rede social com pouco tempo de uso.
Este documento discute a ética nas comunicações sociais. Ele afirma que (1) os meios de comunicação podem ser usados para o bem ou para o mal, dependendo das escolhas das pessoas; (2) a Igreja apoia uma abordagem positiva aos meios de comunicação e deseja estabelecer princípios éticos para guiar seu uso; e (3) a comunicação social pode promover a dignidade humana ao ajudar as pessoas a viver bem e agirem em comunidade.
Este documento discute como os veículos de comunicação poderiam promover uma "Cultura de Paz" veiculando notícias positivas sobre ações solidárias e culturais, em vez de focar em violência e escândalos. Faz um paralelo entre a ética platônica e o jornalismo contemporâneo, argumentando que divulgar boas ações pode influenciar comportamentos de forma positiva, assim como a violência influencia de forma negativa. Também analisa teorias do jornalismo como agenda-setting e gatekeeper para mostrar como as mídi
Semelhante a Comunicação rural em áreas de fruteiras no ne (20)
O AGROAMIGO E O PÚBLICO POTENCIAL DO PRONAF B: UMA ANÁLISE DO ALCANCE A PARTI...MARIA ODETE ALVES
Criado em 2005, o Agroamigo adota metodologia diferenciada para alcançar e oferecer tratamento adequado a agricultores familiares pobres da área de atuação do BNB, visando suprir as dificuldades observadas no Pronaf B. Em 2012, o Agroamigo expandiu seu público-alvo para além do Pronaf B. Em função disso, este artigo verifica se, a despeito de tal expansão, o Programa continua privilegiando aquele público inicial. Analisam-se dados de um cadastro socioeconômico levantados por assessores de microcrédito do Programa, durante visitas prévias ao financiamento, com recorte temporal para o período de sua expansão, 2012-2014. Confrontam-se tais informações com dados sobre o público-alvo do Pronaf B, com a ressalva de que a base de clientes ampliada cobre apenas três anos de operacionalização, requerendo uma avaliação futura para confirmação.
Panaceias da boa governança: o caso do programa brasileiro de combate à deser...MARIA ODETE ALVES
O documento discute o Programa Brasileiro de Combate à Desertificação (PAN-Brasil) e como ele incorporou princípios de boa governança. O PAN-Brasil teve alguns avanços em sua elaboração, mas enfrentou desafios em sua execução devido à complexidade das estruturas institucionais e políticas brasileiras.
Agroindústria familiar no NE: limites do financiamento no pronaf agroindústriaMARIA ODETE ALVES
O documento analisa os limites do Pronaf-Agroindústria no Nordeste brasileiro, concluindo que o programa foi concebido com viés em favor das agroindústrias do Sul do país, desconsiderando as especificidades da agricultura nordestina. Isso resultou em aplicação desigual dos recursos, com menos de 1% sendo destinado ao Nordeste, apesar de metade dos agricultores familiares brasileiros estarem na região.
Gestão comunal de águas: a experiência da comunidade Lagoa dos Cavalos - CearáMARIA ODETE ALVES
Este artigo analisa a construção do sistema de regulação da água de uso comum em Lagoa dos Cavalos, na zona rural do município de Russas (Ceará). Trata-se de um sistema de abastecimento de água construído em mutirão pelos usuários a partir do Perímetro Irrigado Tabuleiro de Russas. Apoia-se na teoria dos recursos comuns em articulação com o conceito de ação coletiva. Optou-se pela pesquisa qualitativa, combinando o uso de fontes testemunhais, documentais e bibliográficas. Os entrevistados foram selecionados com o uso da amostragem não probabilística intencional. Conclui que as regras de uso da água, inicialmente flexíveis, sofrem mudanças para adaptação ao novo contexto de escassez provocado pela sobre-extração. A fixação de novas regras promove aprendizagem coletiva,que contribui para o aperfeiçoamento e a criação de outras regras, gerando um círculo virtuoso entre ambas.
Agora o Nordeste Vai. Experiência de desenvolvimento local: o caso do municíp...MARIA ODETE ALVES
This research consists of the study on the performance of the Program
of Support for Local Development carried out by Banco do Nordeste (Bank of
the Northeast), in the specific case of Tejuçuoca, state Ceará. The goal of the
study was to assimilate how such Program actually contributes to the
development of rural areas of the brazillian Northeast. For such, used
qualitative research method, thus interpreting reality from the comprehension
of the meaning on the behalf of its beneficiaries. First of all, an existing
specific reasonability was observed amongst the group studied, whose main
production factor is family labor. The social-economic and environmental
adversities lead them to the ellaboration of strategies whose goal is to grant the
survival of the family members. It was also observed that the Program`s chief
offer was a directioned capacitation for the management and rationalization of
the production process, as seen from a managerial point of view. The group, on
the other hand, pointed to financial resources capable of making their
production conditions feasible, or improving them (land aquisition, production
funding, labor-saving techniques funding, funding of the commercialization of
production surplus) as its main demand. The "approval" or "disapproval" of the
Program occurred as the Program went on to fulfill such demand. Despit the
difficulties along the way, the Program`s greatest merit was its capacity of
promoting the increase of the individual`s value as a citizen, by allowing him to
experience the growth of citizenship during the training process.
Mercado, Arame e Estado: Recursos Comuns e Resistência em Lagoa dos Cavalos n...MARIA ODETE ALVES
This thesis presents an experience of common pool resources in the Northeast Semiarid region (Russas, Ceará, Brazil) in the rural community of Lagoa dos Cavalos. This community is comprised of lands of inheritance and the result of land fragmentation that has undergone in the Jaguaribe river valley since the colonial period. The beginning of anorganization process, back in the 1980s, allowed the residents of this community to combine existing forms of communal use of resources with new collective actions associated with practices denominated Living with the Semiarid, becoming as an example of organization and resistance to the capitalist modernization. The research questions sought to understand the factors that, in the history of the group would have influenced the process of local organization, the decision to collectively explore and manage the local resources as well as the persistence of this form of use and resource management. The analysis were supported by the theory of common resources, as well as contributions from the concept of collective action and the theory of reciprocity, without giving up additional references as necessary. Qualitative research was employed, in whose development a set of procedures and different steps were used, combining tools such astestimonial sources, documents, literature review and simple observation. The field phase was conducted in two stages: an exploratory phase, with the use of scripts applied to a actors chosen at random; an non-structured interviews phase, conducted with actors selected from a unintentional sampling technique. The analysis of all information was aided by the technique of data triangulation. The research findings showed the existence of a set of institutional arrangements settled on particular characteristics whose social relationships fostered and strengthened human and ethical values among the residents and beneficiaries of the common resources. In order to overcome the dilemmas of collective actions, such arrangements facilitate the persistence and sustainability in the combination of the two forms of resource management and therefore helping to resist to the market forces, allowing the residents to even take advantage of contradictory state policies.
O documento analisa a tecnologia e as relações sociais de produção no setor sisaleiro nordestino. A pesquisa mostra que apesar dos benefícios econômicos, o setor enfrenta problemas tecnológicos que aumentam os custos e reduzem a produtividade. Além disso, as relações de produção concentram a renda em detrimento dos pequenos produtores.
Pluriatividade como estratégia de sobrevivência no sertão nordestino o caso d...MARIA ODETE ALVES
Este artigo descreve como a pluriatividade é uma estratégia de sobrevivência para famílias camponesas no município de Tejuçuoca, Ceará, Brasil. Através de entrevistas e observações de campo, o estudo identificou que as famílias se engajam em múltiplas atividades agrícolas e não-agrícolas para gerar renda devido à falta de terra e condições climáticas desfavoráveis. A pluriatividade é uma forma de as famílias garantirem sua subsistência
Este documento analisa as atividades não-agrícolas no meio rural de pólos de desenvolvimento de agronegócios no Nordeste brasileiro. Apresenta um estudo de caso do Pólo de Desenvolvimento de Agronegócios Baixo Jaguaribe. Conclui que as políticas de desenvolvimento rural para esses espaços devem apoiar tanto atividades agrícolas quanto não-agrícolas que gerem renda e melhorem a qualidade de vida da população rural.
Ocupaçao renda e segurança alimentar entre famílias fome zeroMARIA ODETE ALVES
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O novo mundo rural e a dinamica de mudancas na ocupacao da mo1 vmMARIA ODETE ALVES
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Fatores que interferem na capacitação de agfamiliaresMARIA ODETE ALVES
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Este documento analisa a abordagem de intervenção utilizada pelo Banco do Nordeste ao implementar uma estratégia de apoio aos pequenos produtores rurais nordestinos. Inicialmente, a abordagem foi mais "tutorial", focada em estímulo ao associativismo. Posteriormente, um programa de capacitação adotou uma abordagem mais "participativa", envolvendo ativamente os grupos. Isso levou a um avanço na consciência dos sócios sobre a importância da participação nas decisões. Entretanto, a participação ainda ocorre em nível
O documento analisa os resultados da estratégia do Banco do Nordeste do Brasil para apoiar pequenos produtores rurais nordestinos entre 1991-1994. A estratégia levou a uma maior distribuição de crédito entre pequenos produtores, melhoria nos indicadores tecnológicos das associações e elevação dos níveis de renda, especialmente para mini/pequenos produtores. Contudo, também é necessário investimento em infraestrutura para sustentar o desenvolvimento desses produtores.
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O documento discute a economia solidária a partir das visões de economia plural de Polanyi e de dádiva de Mauss. Apresenta estas visões teóricas e analisa uma experiência de economia solidária no Ceará à luz destas teorias, concluindo que é possível entender a lógica das práticas da economia solidária a partir deste referencial teórico.
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Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
1. COMUNICAÇÃO RURAL ENTRE TRÊS ATORES NAS ÁREAS DE
CONCENTRAÇÃO DE FRUTEIRAS NO NORDESTE BRASILEIRO:
O PEQUENO FRUTICULTOR, SUAS ORGANIZAÇÕES E A
EXTENSÃO RURAL1
Maria Odete Alves2
Airton Saboya Valente Junior3
RESUMO – Analisa-se o nível de comunicação entre agricultores, suas organizações e
extensionistas rurais, a partir da análise do nível de concordância sobre potencialidades ou
problemas percebidos como relevantes por cada um deles, a partir de um estudo de caso
nas áreas de concentração de fruteiras no Nordeste do Brasil. A abordagem teórica é
fundamentada na concepção humanizadora. As informações foram extraídas de um banco
de dados resultante de uma pesquisa de campo coordenada pelo ETENE, realizada durante
os anos de 2004 e 2005, tendo por base o ano de 2003, por meio da aplicação de
questionários estruturados a pequenos agricultores (fruticultores), organizações de
agricultores e extensão rural. Verificou-se que a atuação das ATER’s apresenta pouco
avanço na direção da concepção dialógica e humanizadora da comunicação, o que pode ser
atestado nas diversas contradições observadas nas falas dos atores e na insatisfação de
parte dos agricultores com os serviços prestados, sugerindo, assim, a necessidade de
avaliação das metodologias adotadas em suas atividades de campo, principalmente no
tocante à forma como vêm trabalhando as estratégias de comunicação.
PALAVRAS-CHAVE: Comunicação, extensão rural, assistência técnica.
1
Artigo apresentado no XLIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural (SOBER), ocorrido
nos dias 24 a 26 de julho de 2006 em Fortaleza-CE.
2
Engenheira Agrônoma, mestre em Desenvolvimento Rural e pesquisadora do BNB-ETENE. Correio Eletrônico:
moalves@bnb.gov.br.
3
Economista, doutorando em Economia e pesquisador do BNB-ETENE. Correio Eletrônico: asvj@bnb.gov.br.
1
2. INTRODUÇÃO
A comunicação, no contexto da assistência técnica e extensão rural no Brasil foi, por
muito tempo, entendida como sinônimo de informação agrícola, constituindo-se
exclusivamente na difusão unilateral de informações agrícolas, normas e recomendações
técnicas de órgãos envolvidos com agricultura e ligados ao governo, através de boletins,
folhetos, periódicos, publicações diversas e da radiodifusão.
No final dos anos 1950, houve uma mudança de orientação, quando, além do caráter
informativo, passou a ser dada maior ênfase à persuasão, seguindo o modelo difusionista
de Rogers. Na essência, esse modelo previa intervenções com a intenção de persuadir as
populações rurais para aceitação de uma “propaganda”, bem como fazer com que
substituíssem por outros, os conhecimentos associados à ação sobre a realidade. O objetivo
fundamental da informação agrícola era difundir inovações tecnológicas que
incrementassem a produção e produtividade da agricultura.
Nos anos 1970 outra discussão passou a tomar parte do debate em torno da
comunicação rural, na qual se questionava o caráter unidirecional e persuasivo do modelo
difusionista e se colocava a alternativa de uma comunicação com base no diálogo. Essa
discussão ocorreu durante toda a década de 1980 e foi marcada pela polarização em torno
desses modelos, porém com pouco avanço em termos práticos.
A partir dos anos 1990 observou-se um avanço na direção do modelo dialógico, com
mudanças principalmente nas metodologias de intervenção, porém partindo muito mais das
ações de ONG’s e menos dos organismos oficiais de assistência técnica e extensão rural,
pela dificuldade que tais instituições têm tido em promover mudanças no próprio modelo
de intervenção. É sabido que tais órgãos foram constituídos durante a implantação do
modelo de modernização da agricultura e, portanto, com ações direcionadas para este
objetivo.
Assim, com o objetivo de entender em que patamar está o nível de interação das
ATER’s com seus clientes, propõe-se, neste artigo, um estudo de caso, no qual seja
possível observar o grau de comunicação entre três atores que interagem nas áreas
nordestinas de concentração de fruteiras: pequenos agricultores, suas organizações
associativas e extensionistas.
A análise das informações utiliza a abordagem teórica fundamentada numa
concepção humanizadora com base nas teorias de Freire (1983), Bordenave (1988, 1989,
1993) e Friedrich (1988), que apresentam a comunicação rural como sendo uma relação
dialógica e interativa, capaz de criar mentes questionadoras e criativas, que permitam e
motivem os indivíduos a participar conscientemente do seu próprio desenvolvimento.
1. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
A comunicação tem enfoques bastante diversificados, atraindo a atenção de políticos,
especuladores e estudiosos. Entretanto, em qualquer que seja o enfoque, se apresenta com
uma importância fundamental dentro do processo social, por representar uma necessidade
básica da pessoa humana. Daí, a preocupação com o entendimento entre os povos ter
origem nos primeiros agrupamentos sociais formados entre os povos primitivos.
Segundo Casanova, citado por França (1978), as primeiras teorizações acerca da
comunicação surgiram entre os antigos gregos, em um primeiro momento, de forma
puramente autoritária e sem diálogo (homens privilegiados serviam de intérpretes dos
deuses para os outros homens); num segundo momento, o processo de comunicação já
ocorria através do diálogo entre homens igualmente dotados da mesma capacidade de
2
3. pensar, consistindo de uma série de raciocínios e argumentos organizados no interior de
um discurso que objetivava primordialmente a conquista do interlocutor.
Entretanto, são de Platão e Aristóteles, as idéias mais antigas que conseguiram
sobreviver, dentre aquelas que tentavam explicar o comportamento humano. As visões são
completamente antagônicas. Na visão Platônica, a conduta do ser humano é determinada
pelo meio. Neste caso a educação passa a ter grande importância. Aristóteles, ao
contrário, considera que todos os homens têm certas tendências inatas, o que torna a
educação pouco importante no processo.
O pensamento destes filósofos tem representado, ao longo dos séculos, os dois pólos
das discussões e correntes que se formaram em torno das ciências humanas. Na seqüência,
surgem várias concepções, passando pelo cristianismo (doutrina do livre arbítrio),
Maquiavel (a natureza do homem é antes má do que boa), Montesquieu e Gobineau (o
clima como fator relevante na determinação do comportamento social), Comte e Spencer
(o aperfeiçoamento da humanidade ocorre através dos séculos), até chegar às concepções
sociológicas da comunicação (Friedrich, 1988).
Quanto às concepções sociológicas da comunicação, encontra-se na sociologia do
conhecimento a postulação de que todas as ações do processo de comunicação estão
subjacentes a um sistema ideológico que busca defender, explicar e justificar seus
interesses definitivos.
2. CONSTRUÇÃO TEÓRICA DA COMUNICAÇÃO RURAL
Apesar da evolução ocorrida nos meios e instrumentos utilizados pela comunicação,
sua concepção é praticamente a mesma desde sua origem até os dias atuais. A mensagem
falada e escrita, que no início era restrita às relações com indivíduos e pequenos grupos,
passou a ser multiplicada pelos mecanismos, aparelhagens e empresas de rádio, cinema,
televisão, jornais, revistas, boletins, internet e outros meios, podendo alcançar,
simultaneamente, públicos maiores e até muitos milhões de pessoas de todo o mundo, de
uma só vez.
No que se refere à comunicação no âmbito da assistência técnica e extensão rural no
Brasil, observa-se que a construção teórica pode ser analisada a partir da separação em dois
momentos: o difusionismo e a concepção dialógica. Portanto, o estudo da comunicação
rural no Brasil passa necessariamente pela compreensão da discussão que se desenvolveu
em torno do assunto ao longo dos anos.
2.1. A concepção “produtivista-difusionista” e a prática da persuasão
O difusionismo na extensão rural brasileira é uma adoção do que foi pensado pelos
americanos David K. Berlo e Everett Rogers, no final da década de 1950, com a intenção
de difundir inovações tecnológicas para os agricultores, objetivando promover o aumento
da produção e a modernização do campo. Trata-se, na verdade, do aperfeiçoamento do
modelo clássico da teoria da informação, mantendo uma forma básica de representação
que, sinteticamente, pode ser caracterizada por três componentes essenciais: fonte ou
emissor, mensagem e destinatário ou receptor. A concepção está fundamentada numa
visão distorcida do homem e do mundo e das relações homem/mundo, em que está
implícita uma concepção teórica mecanicista, unidirecional, autoritária e vertical4.
4
Berlo, um dos pensadores do difusionismo, acredita que se pode obter uma conduta desejável, mediante a injeção de
estímulos, formando hábitos e /ou condicionando o comportamento humano ou moldando a vontade e a personalidade
do Receptor aos interesses da Fonte. Para ele o propósito único da comunicação é persuadir (Friedrich, 1988).
3
4. Tal concepção é baseada na persuasão com a intenção de levar outras pessoas a
adotarem o ponto de vista de quem fala, ou seja, tentar mudar a conduta do indivíduo. Não
leva em conta que os conhecimentos, os valores, os comportamentos, as idéias e os
conceitos são fruto das experiências adquiridas pelo homem na sua ação sobre a natureza e
sobre a sua realidade física e social. Apresenta uma visão de mundo que se comporia de
indivíduos que sabem e indivíduos que não sabem e que não possuem valores e condutas
desejáveis. Aos que não sabem é que se deve persuadir para que adotem novas condutas e
novos valores, prefixados ou estabelecidos por aqueles que já os possuem (Friedrich,
1988).
O caráter unidirecional, autoritário e vertical da comunicação leva também, em geral,
a que seja confundida com informação, que como o próprio nome indica, destina-se mais a
informar do que a estabelecer um processo dialógico entre duas pessoas.
2.2. A alternativa dialógica
No final da década de 1970, inserida numa discussão sobre a revisão dos
pressupostos da extensão e da comunicação rural, emergiu a proposta de uma alternativa
para a comunicação difusionista. Trata-se da discussão e valorização de proposta lançada
ainda em 1968, pelo educador brasileiro Paulo Freire. Freire (1983) questionava o modelo
de transferência de informações que até então orientava a prática extensionista brasileira5.
Para ele, a comunicação só é verdadeira quando ocorre uma reciprocidade sem interrupção
entre os sujeitos no ato de pensar, pois segundo sua visão, na comunicação não há sujeitos
passivos e, portanto, não deve ser informativa e muito menos persuasiva. No entender de
Freire, era necessário estabelecer um processo dialógico entre extensionistas e agricultores,
de forma a permitir a reciprocidade, proporcionando a troca de conhecimentos e não
transmissão de informações. Segundo ele,
“O que caracteriza a comunicação enquanto este comunicar
comunicando-se, é que ela é diálogo, assim como o diálogo é comunicativo.
(...) É então indispensável ao ato comunicativo, para que este seja eficiente, o
acordo entre os sujeitos, reciprocamente comunicantes. Isto é, a expressão
verbal de um dos sujeitos tem que ser percebida dentro de um quadro
significativo comum ao outro sujeito” (Freire, 1983, p.67).
Alguns estudiosos contribuíram com suas análises para consolidar a proposta de
Freire. Um deles é Pasquali (1973), que ao distinguir a verdadeira comunicação de uma
relação de informação, diz que numa relação de transmissão de informações, ocorrem
formas de relacionamentos em que transmissor e receptor perdem a ambivalência própria
do esquema comunicacional, substituindo o diálogo por um dizer ordenado, sem possíveis
réplicas da parte receptora, numa tentativa de subtrair ou alienar o receptor. Esta relação
inutiliza por sua própria natureza a dupla virtualidade implícita em cada pólo de relação: o
receptor encontra-se aqui impossibilitado de converter-se em transmissor de uma réplica
dialógica, levando à esterilização progressiva de uma potencialidade transmissora e vice-
versa.
Outro autor que trabalhou na mesma linha foi Bordenave (1989, p.36), por crer na
comunicação enquanto reciprocidade entre os “comunicantes”, quando afirma: “Pela
comunicação as pessoas compartilham experiências, idéias e sentimentos. Ao se
5
Tal prática era apoiada no pressuposto de que técnicos sabem tudo e agricultores nada sabem. Os que tudo sabem
transferem um conjunto de mensagens aos que nada sabem. Em grande medida, técnicos de órgãos públicos de
assistência técnica e extensão rural, ainda nos dias atuais adotam estes pressupostos.
4
5. relacionarem como seres interdependentes, influenciam-se mutuamente e, juntas,
modificam a realidade onde estão inseridas”.
Benjamin (1983) classifica a comunicação como algo que um indivíduo concebe,
codifica e emite intencionalmente para obter de outrem uma reação, estabelecendo-se entre
ambos um intercâmbio de sentimentos; e idéias orientadas de sua conduta em determinada
situação; é por natureza, um fenômeno dinâmico, uma vez que exige de seus agentes uma
permanente atividade psicossocial, no sentido de se adaptarem às mudanças que aquele
algo, a mensagem, opera no ambiente.
Ainda na década de 1970 (ano de 1974), com a criação da Embrater, houve uma
mudança no discurso oficial, explicitando a preocupação com o desenvolvimento do
homem do campo enquanto pessoa, como membro da sociedade e como produtor rural.
Nesta nova relação o homem passaria a tomar parte nas discussões de como equacionar a
solução dos seus problemas, tanto de ordem técnica, quanto econômica e social. No
documento oficial da Embrater, em que apresenta proposições para uma política nacional
de assistência técnica e extensão rural, a mudança de filosofia é explícita na afirmativa: “A
extensão rural é um trabalho voltado para o desenvolvimento rural mediante a utilização,
pelo Extensionista Rural, de processos de educação e de capacitação permanentes,
estabelecendo uma relação de comunicação constante entre ele e os produtores rurais,
suas famílias e suas organizações”.
A contribuição teórica relevante da Embrater sobre a importância da troca de
conhecimentos entre técnicos e agricultores na extensão rural, partiu do pesquisador Odilo
Antonio Friedrich, em 1978, ao analisar, de forma crítica, os modelos utilizados até então
pelos extensionistas rurais. Friedrich (1988) apresentou como alternativa uma nova
concepção fundada no processo de comunicação dialógica preconizado por Paulo Freire,
denominando-a de enfoque humanizador da comunicação (Quadro 1).
Apesar dessa mudança no discurso oficial do governo, bem como de todo o debate
empreendido em torno do assunto, principalmente na década de 1980, e da crítica ao
modelo difusionista, é tímido o avanço teórico e pouca a mudança na prática da
comunicação e da extensão rural no Brasil, principalmente entre órgãos oficiais,
permanecendo, uma dicotomia entre os dois modelos (Riffel, 2006). Mais recentemente, na
década de 1990, observa-se um avanço na direção da comunicação dialógica, mas muito
ligado ao trabalho das Organizações Não-Governamentais que atuam no meio rural,
principalmente como uma alternativa ao modelo praticado pelos órgãos oficiais de
assistência técnica e extensão rural, ainda atrelado ao difusionismo-produtivista.
5
6. Quadro 1 – Enfoque humanizador da comunicação
CODIFICAÇÃO REALIDADE DECODIFICAÇÃO
COMUNICADOR IDÉIAS INTERPRETAÇÃO E OBJETO DO E INTERPRETAÇÃO IDÉIAS COMUNICADOR
DECODIFICAÇÃO CONHECIMENTO CODIFICAÇÃO
Sabe Crenças e Da realidade de Palavras Palavras Da realidade de Crenças e Sabe
conhecimentos acordo com a acordo com a conhecimen-
Pensa sobre cultura ou suas Signos Signos cultura ou suas tos sobre Pensa
aspectos: idéias (ideologia) idéias (ideologia) aspectos:
Sente - Técnicos interpreta a Cifras Cifras - Técnicos Sente
- Econômicos realidade com sua Interpreta a - Econômicos
Atua Relações Relações realidade com Atua
- Sociais percepção - Sociais
É protagonista - Culturais sua percepção - Culturais É protagonista
Valores: Valores:
É sujeito - Bom e mau - Bom e mau É sujeito
- Atitudes - Atitudes
É agente de mudança - Aspirações - Aspirações É agente de
- Motivações Meios de experiência comum - Motivações mudança
É buscador de - Normas de - Normas de
conhecimentos conduta conduta É buscador de
- CULTURA -CULTURA conhe-cimentos
Diálogo problematizador
TESE ANTÍTESE
SÍNTESE
COMUNICAÇÃO
Fonte: Friedrich (1988)
3. METODOLOGIA DA PESQUISA
O universo da pesquisa é representado pelas áreas de concentração de fruteiras no
Nordeste brasileiro.
As informações foram extraídas de um banco de dados resultante de uma pesquisa
de campo coordenada pelo o ETENE6, realizada durante os anos de 2004 e 2005, tendo por
ano base 2003. Foram aplicados questionários estruturados a agricultores (fruticultores),
organizações de agricultores e extensão rural. No caso dos questionários dos agricultores,
foi feito um corte para micro, mini e pequenos produtores (aqui denominados de pequenos)
e apenas este segmento de agricultores foi tomado para análise e comparação com outros
dois atores: organizações de agricultores e extensão rural. Com base nisso, compôs-se a
amostra de 411 agricultores, 27 organizações representativas de agricultores e empresas de
extensão rural, representadas por 46 técnicos prestadores de assistência técnica.
A amostra foi distribuída conforme apresentado no Quadro 2. Em seguida, foi feita
a tabulação de todas as questões com correspondência entre os três atores, de modo que
houvesse a possibilidade de comparação dos conteúdos das respostas.
Desta forma, foi possível medir o grau de comunicação entre os três atores
(agricultores, organizações de agricultores e extensionistas) a partir da análise do nível de
concordância sobre potencialidades ou problemas percebidos como relevantes por cada um
deles.
6
Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste, do BNB.
6
7. Quadro 2 – Distribuição da amostra em campo
Organizações de
Agricultores Extensionistas
Localização Agricultores
Qde. % Qde. % Qde. %
Petrolina-Juazeiro (PE/BA) 44 10,7 2 7,4 4 8,7
Baixo Médio Jaguaribe (CE) 20 4,9 3 11,1 2 4,3
Norte de Minas Gerais (MG) 51 12,4 – – 3 6,5
Guanambi (BA) 22 5,4 – – 1 2,2
Formoso (BA) – – – – 2 4,3
Vitória da Conquista (BA) – – 1 3,7 – –
Alagoinhas (BA) – – 1 3,7 – –
Sapé (PB) 38 9,3 2 7,4 – –
Sousa (PB) – – 1 3,7 – –
Goiana (PE) – – 2 7,4 – –
Cruz das almas (BA) 26 6,3 – – – –
São Domingos do Maranhão 16 3,9 – – – –
Teresina (PI) 9 2,2 1 3,7 – –
Acaraú-Curu (CE) 18 4,4 6 22,2 1 2,2
Baixo São Francisco (AL/SE) 17 4,1 2 7,4 5 10,9
Açu-Mossoró (RN) 30 7,3 4 14,8 6 13,0
Barreiras (BA) 17 4,1 1 3,7 – –
Santo Antonio de Jesus (BA) – – 1 3,7 – –
Sul de Sergipe 51 12,4 – – – –
Alto Piranhas (PB) 17 4,1 – – 2 4,3
Ibiapaba 17 4,1 – – 2 4,3
Cariri Cearense 18 4,4 – – 8 17,5
Nenhum – – – – 10 21,8
Total 411 100,00 27 100,00 46 100,00
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
4. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PÚBLICO-ALVO
4.1. Agricultores
Do total de 411 agricultores, 54% são irrigantes, 44% praticam a fruticultura de
sequeiro e somente 2,0% praticam as duas modalidades simultaneamente. Somente sete
agricultores (1,7%) não responderam a todas as questões formuladas.
A maioria dos agricultores entrevistados tem idade entre 64 e 25 anos, cerca de
79,6%; somente na faixa etária de 45 e 64 anos encontram-se em torno de 46,5% e entre 25
e 44 anos, 33,1%.
Na Tabela 1, a seguir, é mostrada a condição de ocupação dos imóveis rurais de
propriedade dos agricultores entrevistados. Pouco mais da metade (57,2%) é proprietário
do imóvel no qual explora a atividade de fruticultura; 20,7% são irrigantes de projeto
público de irrigação e 15,1% são assentados em área de reforma agrária. O restante
(13,4%) se distribui entre arrendatários (5,6%), posseiros (3,2%) e cessionários (4,6%).
Ainda, 64% dos agricultores residem na propriedade. Dos que moram fora da propriedade,
a maioria reside na sede do próprio município (22,4%).
7
8. Tabela 1 – Condição de ocupação dos(s) imóvel(eis) rural(ais) pelo fruticultor
Condição de ocupação Qde. %
Proprietário 235 57,2
Arrendatário 23 5,6
Posseiro 13 3,2
Cessionário 19 4,6
Irrigante de projeto público 85 20,7
Assentados área reforma Agrária 62 15,1
Total 411 100,00
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Importante observar que a maioria desses agricultores é do próprio município
(61,6%) ou se deslocaram de municípios vizinhos (26,5%). Ao contrário do que indica o
senso comum sobre a ocupação das áreas destinadas ao desenvolvimento de projetos de
irrigação no Nordeste, apenas um pequeno percentual de agricultores é originário de
estados das regiões Sul e Sudeste (1,4%).
É de 29% o percentual de agricultores que declaram ser analfabetos ou mesmo que
somente apresentam condição de assinar o nome. Por outro lado, 25% cursaram entre o
primeiro grau completo e o segundo grau completo, o que representa um dado importante
em termos de educação, conforme mostrado na tabela 2. Além disso, 5,6% concluíram o
nível superior, com formação nas áreas de agronomia (26,1%), administração de empresas
(34,8%), direito (13%), economia (13%) e engenharia civil (8,7%).
Tabela 2 – Nível de escolaridade dos agricultores
Grau de instrução Qde. %
Analfabeto 13 3,2
Assina apenas o nome 98 23,8
1º grau incompleto 148 36,0
1º grau completo 49 11,9
2º grau incompleto 9 2,2
2º grau completo 49 11,9
Superior incompleto 9 2,2
Superior completo 23 5,6
Com pós graduação 1 0,3
Curso médio ciências agrar. Incompleto 2 0,5
Curso médio ciências agrar. completo 5 1,2
Não informado 5 1,2
Total 411 100,00
Fonte: Pesquisa direta - ETENE
A área individual explorada com fruteiras é bastante reduzida entre os agricultores,
pois 88,2% deles explora entre menos de um e até 10 hectares. Do restante, somente 3,1%
explora acima de 50 hectares de área.
Talvez pelo fato da reduzida disponibilidade de terras, 128 agricultores (cerca de
31%) desenvolvam, ao lado da fruticultura, atividades não-agrícolas, principalmente como
comerciante, funcionário público, profissional liberal ou assalariado do setor privado.
4.2. Organizações de Agricultores
Dos 27 questionários aplicados às organizações de agricultores, somente 1 ficou
incompleto, não prejudicando o resultado final do trabalho de tabulação. Do total de
organizações, 44,4% trabalham com agricultura de sequeiro, 37,1% com agricultura
8
9. irrigada e 18,5% com ambas as modalidades. 77,8% das organizações são cooperativas,
enquanto que 22,2% são associações.
A maioria das organizações de produtores é relativamente jovem, visto que 77,8%
foram constituídas a partir da década de 1990 e 29,6% a partir do ano de 2000.
Segundo informaram os entrevistados, 40,7% das organizações foram criadas a
partir da vontade e decisão dos próprios agricultores; as demais foram constituídas a partir
de decisão e/ou estímulo de agentes externos, tais como DNOCS/CODEVASF (7,4%),
exigência do programa de reforma agrária (37,1%), governo (11,1%), agentes financeiros
(7,4%), dentre outros.
Quanto à área de abrangência da organização, a maioria (74,1%) é municipal,
enquanto que 22,2% é regional e apenas 3,7% atua em todo o estado.
Os serviços prestados com maior freqüência são a mecanização, a comercialização
da produção, a ação fundiária e a manutenção e conservação dos sistemas de irrigação e
drenagem (prestados por respectivamente 48,1%; 48,1%; 29,6% e 25,9% das
organizações).
4.3. Extensão Rural
Dos 46 extensionistas entrevistados, 89,1% representam empresas juridicamente
constituídas e 10,9% são pessoas físicas.
Metade dos prestadores de assistência técnica tem área de atuação regional,
enquanto que 26% têm abrangência municipal e 13% estadual, realizando trabalho
simultâneo em diversos municípios, contemplando as diversas áreas de concentração de
fruteiras no Nordeste, conforme mostrado no Quadro 1 do item “Metodologia”.
Importante observar que 50% dos extensionistas têm um raio de ação entre 101 km
e 150 km, a maioria (91,3%) lançando mão de veículo próprio para os deslocamentos.
O principal cliente dessas empresas é o pequeno agricultor (micro, mini ou
pequeno), representando 76,7% do total.
5 . NÍV EL DE COMUNICAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES ATORES
O nível de comunicação entre os atores (pequenos agricultores, organizações de
agricultores e extensionistas) é analisado nos itens subseqüentes, conforme definido no
item metodologia. A interpretação dos números é direta, ou seja, a uma maior
aproximação entre os percentuais ao se comparar um mesmo item para os diferentes atores,
corresponde um mais elevado nível de concordância entre os grupos.
Antes de iniciar a analise propriamente dita, é importante esclarecer que, do total
dos agricultores entrevistados, cerca de 80% têm acesso à assistência técnica. Embora
alguns escritórios privados, a Codevasf e as organizações representativas, sejam
responsáveis pela assistência técnica prestada a alguns agricultores, a maioria deles (em
torno de 70%) recebe o serviço diretamente das empresas públicas de assistência técnica e
extensão rural (ATER’s), segundo declaração dos próprios agricultores, utilizando métodos
de difusão interpessoal, grupal (eventos, encontros etc) e práticas de campo.
9
10. 5.1. Percepção sobre potencialidades para a exploração da atividade frutícola
Com relação às potencialidades existentes nas propriedades e na região como um
todo, observa-se uma mesma percepção dos diferentes atores. Comparados os três
diferentes atores, observa-se que entre 64 e 93,5% concordam que existem solos adequados
para expansão da atividade. Quanto à água de qualidade e em quantidade suficiente para
expansão, varia entre cerca de 44,5% e 73,9% o percentual de entrevistados que confirmam
a sua existência. A telefonia, assim como a infra-estrutura básica de irrigação e drenagem
implantada pelo governo, são serviços que, segundo os grupos entrevistados, ainda não
estão disponíveis da forma desejada nas áreas pesquisadas (Tabela 3). Os dados
evidenciam que tanto organizações quanto extensão rural, conhecem a realidade do
agricultor, denotando a existência de um mínimo de comunicação interpessoal
relativamente a este aspecto.
Tabela 3 – Concordância quanto às potencialidades da(s) propriedade(s) rural(ais)
explorada(s) com fruticultura
Agricultores Organizações Extensão
Itens de Agricultores Rural
% % %
Solos adequados para se expandir 64 88,9 93,5
Água com qualidade e em quantidade para se expandir 46 44,5 73,9
Acesso fácil, em qualquer época do ano 61 74,0 69,6
Mão-de-obra abundante na região 58,4 63,0 76,1
Telefonia 14,4 26,0 30,4
Energia elétrica de concessionárias 59,6 63,0 73,9
Infra-estrutura básica de irrigação e drenagem implantada
14,8
pelo governo 21,7 23,9
Outra 6,8 11,1 17,4
Não informado – 3,7 –
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Importante observar que das cinco frutícolas citadas por cada um dos três atores,
pelo potencial para diversificação, o caju, o abacaxi e a graviola, apesar de terem sido
citados pela maioria dos extensionistas, não aparecem nessa mesma lista de preferências
dos agricultores (Tabela 4).
As frutícolas mais citadas pelos agricultores são o mamão (18,5%), seguido pelo
maracujá (15,1%) e goiaba (13,1%); para os representantes das organizações de
agricultores, as frutícolas mais importantes são o mamão (33,3%), a banana e limão
(22,2% cada) e a goiaba (18,5%). Para os extensionistas, no entanto, a frutícola com maior
potencial para diversificação é o abacaxi (41,3%), seguido por mamão (34,8%) e banana
(32,6% cada).
10
11. Tabela 4 – Concordância quanto às cinco principais frutícolas que poderão compor o
elenco das culturas possíveis de diversificação
Organizações de
Frutícolas Agricultores Agricultores Extensão Rural
% % %
Mamão 18,5 33,3 32,6
Maracujá 15,1 14,8 30,4
Goiaba 13,1 18,5 –
Caju 9,2 – 32,6
Banana 9,0 22,2 –
Limão 8,0 22,2 –
Abacaxi – 14,8 41,3
Graviola – – 34,8
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
5.2. Percepção sobre os aspectos tecnológicos da atividade frutícola
Com relação às tecnologias utilizadas pelos agricultores, observa-se a concordância
dos atores, levando a crer que, neste aspecto, há uma compreensão, por parte das
organizações e da extensão rural, da realidade dos agricultores. Em alguns itens, no
entanto, percebe-se maior aproximação das respostas dos agricultores com as de suas
organizações e maior distanciamento da extensão rural. É o caso da resposta relacionada a
itens como “análise física e química do solo”, “fertirrigação”, “telefonia rural”, “tratamento
de mudas”, dentre outros (Tabela 5).
11
12. Tabela 5 – Concordância quanto às tecnologias utilizadas pelos agricultores na exploração
da fruticultura
Agricultores Organizações Extensionistas
Tecnologias
(%) de Agricultores (%)
(%)
Adubação química 81,0 92,6 93,5
Mecanização motora 69,1 66,7 80,4
Adubação orgânica 68,6 92,6 87,0
Energia elétrica 56,0 48,1 82,6
Irrigação 52,3 51,9 56,5
Mudas de viveiristas idôneos 50,9 74,1 93,5
Análise física e química do solo 49,9 44,4 87,0
Poda de formação e limpeza 47,7 48,1 82,6
Correção do solo 42,3 29,6 65,2
Aplicação herbicida 34,5 33,3 63,0
Limpeza, seleção e classificação da fruta 32,4 29,6 60,9
Mudas da própria unidade produtiva 31,9 14,8 32,6
Controle do custo de produção 27,0 29,6 50,0
Tratamento de mudas 26,5 25,9 45,7
Cobertura morta 26,3 25,9 58,7
Indução floral 23,4 33,3 54,3
Telefonia rural 22,9 29,6 54,3
Planejamento da produção 21,4 25,9 47,8
Mecanização animal 20,9 14,8 21,7
Manejo integrado de pragas e doenças 20,2 22,2 52,2
Fertirrigação 19,0 25,9 78,3
Utilização de EPI para aplicação de defensivos 15,8 22,2 43,5
Embalagem da fruta para comercialização 14,4 22,2 41,3
Mecanização motora e animal 10,5 25,9 13,0
Monitoramento da mosca das frutas 10,5 11,1 32,6
Rotação cultural 7,8 11,1 26,1
Adoção do sistema de medicina de segurança do trabalho 7,8 14,8 17,4
Adubação verde 6,8 7,4 17,4
Controle biológico 6,6 3,7 19,6
Produção integrada de frutas - PIF 6,6 14,8 23,9
Substituição de copa 3,9 14,8 21,7
Internet 2,2 14,8 21,7
Informática 2,2 18,5 17,4
Certificação para mercados internacionais 2,2 7,4 17,4
Produção orgânica 1,9 7,4 23,9
Monitoramento da fruta vendida para fora do Brasil 1,9 14,8 28,3
FAX 1,5 18,5 15,2
Sistema de rádio 1,0 7,4 17,4
Transporte da fruta em veículo com controle de temperatura 0,5 14,8 21,7
Armazenamento da fruta em instalações aclimatadas 0,0 11,1 21,7
Fonte: Pesquisa direta - ETENE
Quanto às tecnologias atualmente utilizadas, a maioria dos entrevistados concorda
que não há escolha, pois já fazem parte do pacote tecnológico estabelecido pelo projetista.
Os extensionistas, no entanto, justificam esta imposição de pacotes tecnológicos alegando
que a escolha já está atrelada à especificação da fruta, à qualidade do produto a ser obtido e
à necessidade de competir no mercado (Tabela 6).
12
13. Tabela 6 – Concordância quanto aos motivos pelos quais os agricultores escolheram os
tipos de tecnologia adotados
Agricultores Organizações Extensionistas
Motivos (%) de Agricultores (%)
(%)
Já estabelecida pelo projetista/técnico 61,1 74,1 73,9
Pela necessidade de competir no mercado 31,9 29,6 58,7
Devido à especificação da fruta 24,1 40,7 52,2
Devido à qualidade do produto a ser obtido 23,1 25,9 54,3
Pela necessidade de atender a agroindústria 1,2 7,4 4,3
Outro 3,9 11,1 19,6
Fonte: Pesquisa direta - ETENE
5.3. Percepção sobre problemas relacionados à atividade frutícola
Dos treze itens analisados sobre os principais obstáculos ao desenvolvimento da
atividade frutícola (Tabela 7), observou-se algumas discordâncias nas percepções dos
atores pesquisados.
Em geral, verifica-se uma tendência, entre agricultores, de minimizar os obstáculos
considerados importantes por organizações e extensionistas, exceto no item relativo a
“falta ou escassez de crédito”, considerado como obstáculo para 51,1% deles, opinião
corroborada por 55,6% de suas organizações, no entanto, considerado importante por
somente 21,7% dos extensionistas.
O inverso ocorre com relação ao item “falta de organização dos fruticultores” que,
para os extensionistas é um grande obstáculo ao desenvolvimento da atividade, mas para
organizações e muito mais para agricultores, aparece como pouco significativo.
A “falta de agroindústria na região” é outro item em que há discordância de
percepção dos autores. Apontado como um obstáculo importante por 54,3% dos
extensionistas, porém somente 18,5% das organizações e 7,3% dos agricultores têm esta
mesma percepção.
A “dificuldade de gerenciamento”, da mesma forma, é percebida por boa parte dos
extensionistas, mas não pela maioria dos agricultores e boa parte de suas organizações
associativas.
Da mesma forma, o mercado, considerado como um problema ainda a ser
resolvido, de acordo com 50% dos extensionistas, é um obstáculo para apenas 18,5% das
organizações e 11,4% dos agricultores.
13
14. TABELA 7 – Concordância quanto aos principais obstáculos para ampliar/diversificar a
área com fruticultura
Organizações de Extensionistas
Agricultores
Obstáculos Agricultores (%)
(%) (%)
Falta ou escassez de crédito 51,1 55,6 21,7
Garantias reais insuficientes para contratar novo
financiamento 17,3 40,7 63,0
Falta de organização dos fruticultores 12,4 22,2 82,6
Problemas de mercado 11,4 18,5 50,0
Aumento / surgimento de novas pragas e doenças 10,0 11,1 21,7
Falta de agroindústria na região 7,3 18,5 54,3
Falta de interação entre os agentes componentes da cadeia
produtiva 6,6 33,3 52,2
Falta de domínio tecnológico para diversificação 5,4 29,6 37,0
Falta de mão-de-obra qualificada 2,2 14,8 30,4
Dificuldade de gerenciamento 2,0 14,8 41,3
Dificuldade de transporte adequado 1,7 7,4 6,5
Distância para os grandes centros consumidores 1,2 3,7 8,7
Outros 9,2 37,0 30,4
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
A maioria dos entrevistados dos três grupos concorda que não existem conflitos
relacionados ao uso de água entre os agricultores da região, e que há oferta de energia
suficiente para atender à demanda de futuros consumidores (Tabelas 8 e 9).
Tabela 8 – Concordância quanto à existência de conflito de uso de água entre os produtores
da região / município
Organizações de
Opções Agricultores Agricultores Extensionistas
% % %
Sim 8,3 14,8 13,0
Não 60,3 59,3 65,2
Desconhece 11,7 18,5 13,0
Não informado 19,7 7,4 8,7
TOTAL 100,0 100,00 100,00
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Tabela 9 – Concordância sobre se a oferta atual de energia no município / região é
suficiente para aumentar a demanda futura de consumidores
Organizações de
Extensionistas
Opções Agricultores Agricultores
%
% %
Sim 70,6 63,0 63,0
Não 5,8 22,2 23,9
Desconhece 22,4 14,8 6,5
Não informado 1,2 – 6,5
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Com relação aos níveis de produtividade abaixo do estimado, todos concordam que
o principal problema refere-se à insuficiência de adubação e tratos culturais. A grande
contradição aparece no item “problema de gestão”, considerado importante pelos os
extensionistas, mas insignificante principalmente para os agricultores.
14
15. Com relação à assistência técnica, em torno de 20% de agricultores e extensionistas
concordam em que há deficiência do serviço prestado. Porém, das organizações, somente
11% se manifestaram no mesmo sentido (Tabela 10).
Tabela 10 – Concordância quanto aos motivos pelos quais os níveis de produtividade
obtidos estão abaixo dos valores estimados no projeto / estudo (cinco
principais)
Organizações Extensionistas
Agricultores
Motivos de Agricultores (%)
(%) (%)
adubação e tratos culturais insuficientes 56,0 63,0 67,4
surgimento de novas pragas e doenças 29,0 14,8 45,7
deficiência na assistência técnica 20,0 11,1 19,6
problemas de chuvas (escassez ou excesso ou fora de época 18,0 22,2 45,7
ocorrência de excesso de vento 11,9 3,7 6,5
ainda não atingiu o ano de estabilização da produção 9,5 22,2 32,6
escassez de água para irrigação 8,0 7,4 8,7
problema de gestão 2,2 14,8 50,0
Outra 12,9 14,8 17,4
Fonte: Pesquisa direta - ETENE
A Tabela 11 apresenta dados sobre a percepção dos atores quanto à forma como os
órgãos de pesquisa solucionam os problemas dos agricultores. Neste ponto, verifica-se
grande discordância entre as percepções dos agricultores e suas organizações de um lado, e
os extensionistas de outro. Enquanto os agricultores e as organizações opinaram que os
problemas não são solucionados (53,3% e 48,1%, respectivamente) ou que são resolvidos
com lentidão (28,5% e 37,0%, respectivamente), os extensionistas consideram que os
problemas têm solução, porém, a maioria acha que são resolvidos de forma lenta (71,7%).
Tabela 11 – Concordância quanto à forma como os problemas surgidos com a fruticultura
estão sendo solucionados pelos órgãos de pesquisa governamentais
Organizações Extensionistas
Forma de Solução Agricultores de Agricultores (%)
(%)
(%)
Tempestividade 3,2 3,7 13,0
Lentidão 28,5 37,0 71,7
sem solução 53,3 48,1 4,4
não informado 15,0 11,1 10,9
TOTAL 100,00 100,00 100,00
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
No tocante aos problemas da fruticultura ainda pendentes de solução pelos órgãos
de pesquisa, os entrevistados concordaram que a principal questão refere-se ao
desenvolvimento de variedades mais resistentes às pragas e doenças. Em seguida, surgem
os problemas referentes a mercados. Para agricultores e organizações a terceira questão
refere-se ao desenvolvimento de novas variedades frutícolas, enquanto que para os
extensionistas a questão diz respeito à produção orgânica (Tabela 12).
15
16. Tabela 12 – Concordância quanto a problemas ainda pendentes de soluções pelos órgãos
de pesquisa
Agricultores Organizações Extensionistas
Problemas (%) de Agricultores (%)
(%)
espécies frutícolas mais resistentes às pragas e doenças 61,3 77,8 67,4
Mercados 44,5 33,3 56,5
novas espécies frutícolas 27,7 29,6 37,0
espécies mais resistentes aos veranicos 15,3 7,4 21,7
novos derivados de frutas 13,4 18,5 8,7
produção orgânica 5,8 7,4 45,7
Outro 4,1 7,4 6,5
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Sobre os entraves existentes para se exportar frutas, todos concordam que os
principais problemas referem-se à inexistência de variedades de frutas destinadas
especificamente ao mercado externo, à falta de apoio governamental para a pequena
produção e ao desconhecimento do mercado. Além dessas questões, as organizações
consideram que as dificuldades de transporte, a falta de certificação dos produtos e as
barreiras fitossanitárias impostas pelos importadores dificultam as exportações das frutas
brasileiras. Os extensionistas, por sua vez, apontaram como fatores adicionais os custos de
produção, as variações de preços, a carência de infra-estrutura e ausência de packing house
nas proximidades das propriedades rurais. Destaque-se que o desconhecimento do
mercado é um fator importante para um percentual muito maior de extensionistas que de
agricultores e organizações, denotando, por um lado, a necessidade de se analisar mais
profundamente a questão e, por outro, que neste aspecto, não está havendo interação entre
os atores, conforme discordância das respostas (Tabela 13).
Tabela 13 – Concordância quanto aos fatores que impedem iniciar ou aumentar suas
exportações para fora do Brasil
Organizações
Agricultores Extensionistas
Fatores de Agricultores
(%) (%)
(%)
Fruta destinada apenas ao mercado interno 75,7 70,4 50,0
Falta de apoio governamental para a pequena produção 17,5 7,4 50,0
Desconhecimento do mercado 10,0 14,8 41,3
Carência de certificação do produto 3,6 22,2 37,0
Carência de packing house na região 3,2 7,4 32,6
Barreiras fitossanitárias dos países importadores 2,4 14,8 34,8
Carência de infra-estrutura de frios na região 1,5 7,4 23,9
Custo de produção não competitivo 1,2 3,7 17,4
Incerteza da cotação do produto no desembarque 1,2 7,4 17,4
Dificuldade de transporte marítimo 0,5 29,6 15,2
Outro 1,9 29,6 21,7
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Os atores foram unânimes em apontar o preço como o principal entrave no
abastecimento de mudas, insumos e material de embalagem, conforme mostrado na Tabela
14. Outros problemas considerados importantes pelos agricultores, mas como menor
relevância, foram a “oferta limitada no município” (12%) e o “custo elevado do transporte”
(11,4%). Para os extensionistas, no entanto, estes dois itens são considerados bastante
relevantes, conforme apontado por 45,7% e 30,4%, respectivamente, dos entrevistados. As
16
17. organizações apontam outro problema de relevância no abastecimento destes materiais,
que é a cobrança de ágio.
Tabela 14 – Concordância quanto às principais causas dos problemas de abastecimento de
mudas, insumos e material de embalagem
Organizações de
Agricultores Extensionistas
Fatores Agricultores
(%) (%)
(%)
Problema de preços 48,2 59,3 58,7
Oferta limitada no município 12,2 7,4 45,7
Custo elevado do transporte 11,4 - 30,4
Demora na entrega 3,9 - 21,7
Dificuldade de transporte 2,4 3,7 2,2
Cobrança de ágio 0,2 29,6 2,2
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
No que se refere aos problemas detectados com as agroindústrias, a maioria dos
agricultores entrevistados (77,6%) não respondeu essa questão por não processarem e/ou
não comercializarem suas respectivas produções com as agroindústrias. Dentre os
agricultores que responderam, a maioria citou os preços não compensadores pagos pelas
agroindústrias. Referido problema foi também mencionado pelas associações bem como
pelos extensionistas, ressaltando-se que estes últimos atribuíram importância elevada a este
problema. Para os extensionistas, outro problema, mencionado por poucos agricultores e
organizações, é a inexistência de incentivos de preços para produtos de melhor qualidade
(Tabela 15).
Tabela 15 – Concordância quanto aos principais problemas existentes com as
agroindústrias
Organizações de
Agricultores Extensionistas
Principais problemas Agricultores
(%) (%)
(%)
Preços estabelecidos pela indústria não são compensadores 15,6 14,8 43,5
Descumprimento dos contratos de recebimentos da produção 2,4 - 13,0
Descumprimento nos prazos de pagamento das frutas 1,5 - 15,2
Inexistência de incentivos de preços para produtos de melhor
5,1 11,1 41,3
qualidade
Demora na entrega de embalagem pela agroindústria 0,0 - 2,2
Grande distância entre a área de produção e a indústria 0,2 3,7 2,2
Outro 0,7 - 2,2
não se aplica 77,6 - -
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Na Tabela 16 observam-se os problemas relativos a solo que, de acordo com a
percepção dos agricultores, as principais questões dizem respeito à drenagem e
endurecimento da camada superficial do solo. As organizações constataram ainda
problemas relacionados com a salinização e área de preservação ambiental. Os
extensionsitas foram mais severos em suas avaliações, visto que grande parte considerou
sérios os problemas de endurecimento da camada superficial do solo (58,7%), drenagem
inadequada (37%), área de preservação (28,3%), salinização (17,4%) e curva de nível
(17,4%).
17
18. Tabela 16 – Concordância quanto aos impactos negativos nos solos e a adoção de medidas
mitigadoras pelos fruticultores assistidos
Organizações de
Agricultores Extensionistas
Agricultores
Ocorrência/Medida (%) (%)
(%)
Implementada
Não se Não se Não se
Sim Não Sim Não Sim Não
aplica aplica aplica
Salinização 9,7 62,3 27,5 18,5 51,9 18,5 17,4 60,9 10,9
Endurecimento camada superficial
20,7 47,2 31,6 25,9 48,1 22,2 58,7 30,4 8,7
do solo
Curva de nível, cordão do contorno 2,2 47,4 50,1 7,4 37,0 44,4 17,4 50,0 17,4
Faixa verde com vegetação
7,1 75,2 17,5 11,1 51,9 29,6 28,3 45,7 8,7
arbórea/arbustiva nativa
Drenagem adequada 21,9 40,6 36,5 7,4 33,3 40,7 37,0 30,4 19,6
Outros 0,0 5,1 1,2 - - - 2,2 - -
Fonte: Pesquisa direta - ETENE
5.4. Percepção sobre a qualidade da assistência técnica
Os maiores percentuais de agricultores qualificam a assistência técnica entre boa
(28,2%), regular (24,1%) e deficiente (20%), restando um pequeno grupo (2,4%) que a
considera excelente. Da mesma forma que os agricultores, o maior percentual das
organizações (26%) considera boa a qualidade da assistência técnica. No entanto, é bem
superior neste grupo, a parcela que percebe a extensão rural como deficiente.
Com respeito ao grau de participação dos agricultores na elaboração do projeto
(Tabela 17), 18% afirmam que não têm nenhuma participação. Entre os que afirmam
participar da elaboração do projeto, 35% consideram médio o nível; um baixo grau de
participação é citado por 23,1%, enquanto que 13,9% dos agricultores consideram-na
elevada. Já as organizações, consideram entre médio (37%) e elevado (22,3%) o grau de
participação destes mesmos agricultores durante a concepção do projeto produtivo,
apresentando uma avaliação bem mais positiva dos órgãos de extensão rural. Os
extensionistas, por seu turno, consideram bom o nível de participação dos agricultores na
elaboração do projeto, tendo em vista que 54,4% deles declararam ser média a
participação. Os extensionistas representam o grupo mais otimista, por afirmar que 23,9%
dos agricultores têm um nível elevado de participação na elaboração do seu projeto de
fruticultura.
Tabela 17 – Concordância quanto ao nível de participação do agricultor na elaboração do
projeto de fruticultura
Organizações de
Nível de participação Agricultores Agricultores Extensionistas
% % %
Elevado 13,9 22,3 23,9
Médio 35,0 37,0 54,4
Baixo 23,1 18,5 21,7
Nenhum 18,0 11,1 –
Não se aplica 10,0 11,1 –
TOTAL 100,00 100,00 100,00
Fonte: Pesquisa direta – BNB-ETENE
Os agricultores mostram-se satisfeitos quanto ao cumprimento do cronograma de
implantação do projeto produtivo. Nos casos em que o cronograma de implantação não é
cumprido, os agricultores atribuem, principalmente, ao pouco envolvimento dos técnicos
do escritório de projeto, ao surgimento de problemas não considerados no projeto ou à
18
19. demora na elaboração do mesmo. Tais falhas seriam principalmente relativas a estudo de
mercado, dimensionamento de recursos próprios superestimados e produtividades
superestimadas. No entanto, para boa parte dos agricultores entrevistados (57,9%) e suas
organizações representativas (44,5%), não houve deficiência na elaboração do projeto.
Na avaliação das organizações, o maior apoio prestado aos agricultores pela
extensão rural ocorre na fase de implantação dos projetos produtivos, pois é nessa fase que,
segundo análise de 40,7%, ocorrem mais de três visitas. No entender dos extensionistas, no
entanto, o maior número de visitas ocorre após a implantação, conforme afirmação de
41,3% dos entrevistados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Desde o final da década de 1970 o modelo “produtivista-difusionista” adotado na
comunicação rural vem sendo questionado. Alternativamente tem-se proposto um modelo
“participativo e crítico”, no qual o agricultor, enquanto cidadão e sujeito de suas ações,
problematiza, critica sua realidade e toma as decisões que melhor lhe convierem. Referido
modelo alternativo coloca em prática metodologia de trabalho que considera relevante os
conhecimentos e a participação do agricultor, estabelecendo um processo dialógico entre
este e o extensionista, de forma a permitir a reciprocidade, proporcionando a troca de
conhecimentos e não transmissão de informações.
Nas áreas de concentração de fruteiras nordestinas, conforme observado nesta
pesquisa, a atuação das ATER’s parece permanecer atrelada ao modelo “produtivista-
difusionista”, no qual a introdução de práticas modernas tem sido privilegiada. A ênfase
desse modelo tem sido a introdução de pacotes tecnológicos recheados de insumos
industrializados, máquinas, equipamentos, agrotóxicos, fertilizantes e outros. Nesse
modelo, a extensão rural se distancia do processo educativo, e funciona como instrumento
de modernização agropecuária.
Observou-se, também, algumas contradições nas falas dos atores, principalmente no
tocante aos obstáculos apontados para o desenvolvimento da atividade frutícola, o que
denota a inexistência de um processo dialógico na comunicação. A falta de um diálogo
mais efetivo entre o extensionista, o agricultor e suas organizações representativas é
confirmada quando se verifica a elaboração de projetos produtivos sem a participação e
colaboração destes, resultando em projetos, muitas vezes, inadequados para a realidade do
agricultor, seja em termos econômicos, sociais ou ambientais, acarretando prejuízos
financeiros e/ou ecológicos para o agricultor. A conseqüência disso é a insatisfação dos
agricultores com os serviços prestados pela extensão rural e o insucesso econômico da
atividade desenvolvida.
Importante reconhecer a dificuldade que tais instituições têm em promover mudanças
no modelo de intervenção, tendo em vista terem sido constituídas no bojo de um modelo de
desenvolvimento que priorizava a modernização da agricultura e, portanto, com ações
direcionadas para este objetivo. Em conseqüência da implantação desse modelo, é fato a
dificuldade que têm os técnicos de compreender a necessidade de promover um diálogo
com o agricultor, levando em conta sua própria formação profissional, dirigida para o
trabalho dentro do modelo “produtivista-difusionista”. Além disso, registre-se a condição
das ATER’s, principalmente na região Nordeste, em que a falta de estrutura adequada para
o trabalho que desempenham os extensionistas, contribui para que o serviço muitas vezes
se limite à simples fiscalização e, portanto, sem o compromisso da ação transformadora.
Uma forma de buscar a correção de rumos, seria as próprias ATER’s realizarem
avaliação das metodologias adotadas em suas atividades, principalmente no tocante à
19
20. forma como vêm trabalhando as estratégias de comunicação, bem como levar seus técnicos
a passarem por um processo de capacitação voltado para a realização de um trabalho de
comunicação com base na concepção dialógica. Além disso, é fundamental que o poder
público reconheça a importância do serviço de extensão rural, criando as condições para a
melhoria da qualidade da assistência técnica.
Finalmente, espera-se, com este exercício, contribuir para o melhor entendimento das
questões relacionadas à comunicação, aspecto de grande relevância para a formulação de
políticas destinadas a promover o desenvolvimento rural.
REFERÊNCIAS
BENJAMIN, R. E. C. Comunicação rural. In: QUEIROS E SILVA, ROBERTO P.
Temas básicos de comunicação. São Paulo: Edições Paulinas, 1983. 250p.
BORDENAVE, J. E. D. O que é comunicação rural. São Paulo: Brasiliense, 1988. 105p.
_________________. O que é comunicação. São Paulo: Brasiliense, 1989. 105p.
_________________. Comunicação rural: discurso e prática. In: BRAGA, G. M,
Kunsch,
FRANÇA, V. R. V. A comunicação e incomunicação no desenvolvimento de pequenos
agricultores. Brasília: UnB, 1978. 201p. (Tese de Mestrado).
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. 93 p. (O
Mundo, Hoje, v.24).
FRIEDRICH, O . A . Comunicação rural: proposição crítica de uma nova concepção.
2ed. Brasília: Embrater, 1988. 60p.
PASQUALI, A . Sociologia e comunicação. Petrolina: Vozes, 1973.
RIFFEL, C. M. A comunicação dirigida na ação das Ongs: a experiência de entidades
que atuam na promoção da agricultura sustentável. Disponível em:
http://www.pucrs.br/famecos/geacor/texto15-03.html. Acesso em: 14.mar.2006.
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