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Comunicação humana
Toda história do homem sobre a Terra constitui permanente esforço de comunicação. Desde o
momento em que os homens passaram a viver em sociedade, seja pela reunião de famílias, seja pela
comunidade de trabalho a comunicação tornou-se imperativa. Isto porque somente através da comunicação os
homens conseguem trocar ideais e experiências. O nível de progresso nas sociedades humanas podem ser
atribuídos, com razoável margem de segurança, à maior ou menos capacidade de comunicação entre o povo,
pois o próprio conceito de nação se prende à intensidade, variedade e riqueza da comunicações humanas.
Esse esforço dos homens é de tal forma intenso que, não satisfeitos de se comunicarem entre si, no
presente, entregam à comunicação a tarefa de sobreviverem no futuro. Cada monumento da Antigüidade é a
representação desse esforço, concretizando o desejo de eternidade do homem através da comunicação.
A própria sociedade moderna pode ser concebida como a resultante do aperfeiçoamento progressivo dos
processos de comunicação entre os homens – do grunhido à palavra, da expressão à significação.A
comunicação humana nasceu, provavelmente, de uma necessidade que se fez sentir desde os mais primitivos
estágios da civilização.
O caçador africano depressa se familiariza com o som dos tambores ecoando nas florestas; que fazem
estes, senão transmitir mensagens, muitas vezes referindo-se à própria penetração do intruso? Sulcos mais
profundos, que os machados de sílex abriam nos troncos das árvores, eram instrumentos de comunicação
entre os homens primitivos, indicando roteiros nas selvas.
A invenção da escrita foi das mais extraordinárias conquistas do homem, por ter tornado perene uma forma
de comunicação. A decifração dos hieróglifos abriu as portas da civilização egípcia, assim como a leitura da
escrita cuneiforme,neste século, vem revelando o mundo dos assírios e babilônios.
Linguagem é comunicação. Personalidade é comunicação. Cada palavra, cada gesto é ação
comunicativa, assim como é comunicação cada página do livro, cada folha de jornal, cada som de receptor de
rádio, cada imagem de televisão. Daí a importância da comunicação no mundo moderno, ainda maior do que
a que teve em todo o passado; a aula do professor, a circular comercial, a carta de amor, o discurso
parlamentar, o chamado telefônico, comício político, a reunião social, o telegrama expedido, o jato de luz dos
faróis, o anúncio da propaganda, a mensagem da criança a Papai Noel, o relatório cientifico, o disco do
fonógrafo, os punhos brancos do guarda de trânsito, as bandeiras dos exércitos, o estrondo dos aviões a jato, a
ordem de serviço e o livro de orações, tudo, absolutamente tudo é comunicação.
Estamos imersos num oceano de comunicação e não se vive um instante fora dele.
(Penteado,J.R.Whitaker. A técnica da comunicação humana.)
1) A comunicação humana é, pois, uma necessidade. A partir de que momento na história do
homem isso se tornou claro ?
2) Por que a comunicação é tão importante na vida social ?
3) Ao construírem seus monumentos, o que expressavam as povos da Antiguidade ?
4) Relacione alguns processos de comunicação não-verbais usados pelos homens, citados no texto.
5) Por que a invenção da escrita foi a mais importante conquista do homem?
Comunicação
O processo comunicativo e seus elementos
“Littera scripta manent –a palavra escrita permanece –,profetizou Horácio na Roma Antiga de quase 2000
anos atrás. O espantoso é que, às vésperas do terceiro milênio, com a revolução digital em plena ebulição, a
palavra escrita continua de pé, revigorada pela nova tecnologia. Apesar das varias roupagens inovadoras
que a mídia cem experimentando, a palavra escrita não foi destronada da posição central que ocupa em
nossas vidas. ”
Rápida utopia
"Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através
das metáforas e das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do
progresso.
Primeira regra: não se pode julgar um século, sobretudo alguns anos antes de seu fim, sem recolocá-
lo na devida perspectiva histórica. Pensem no que teria respondido um geógrafo do século XV se lhe
tivessem pedido uma síntese de seu século em 1º de janeiro de 1490. Ou no que teríamos respondido se nos
tivessem pedido um balanço de 1989 um mês antes da queda do Muro de Berlim e da revolução na
Romênia.
Segunda regra: quem julga? O julgamento de um cidadão do mundo ocidental é diferente do de um
biafrense que morre de fome. Mas, se essa regra é válida para cada século, ela o é um pouco menos para o
nosso. Para o bem ou para o mal, o modelo ocidental se impõe gradativamente sobre uma grande parte do
planeta. Um camponês chinês está hoje, para o bem ou para o mal, mais próximo de um camponês francês
do que estava há dois séculos.
Terceira regra: não se pode avaliar emocionalmente um século estando dentro dele e sem proceder a
comparações estatísticas. O número de pessoas que hoje morrem de fome no mundo nos causa horror. Mas o
número de pessoas que morriam de fome no século passado também nos deve causar horror, sobretudo se o
comparamos à população mundial da época. Segundo relatos de vários legados pontifícios, o príncipe Vlad
Tepes de Valáquia (cognominado Drácula), que empalava mulheres e crianças enquanto se divertia com seus
cortesãos, havia ordenado, só no ano de 1475, o massacre de 100.000 pessoas. Considerando que seu
principado contava 500.000 habitantes, é como se hoje o governo italiano ordenasse o massacre de 10
milhões de cidadãos. O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos
Grandes irmãos e dos Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante .
Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em
ritmos antes inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da
energia eólica ao motor de explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao
turborreator e daí ao foguete interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias
revolucionárias de Einstein e a seu questionamento.
O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos
saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse
fenômeno está intimamente ligado ao fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais
diretamente em questão a sobrevivência do planeta. Um excelente químico pode imaginar um excelente
desodorante, mas não possui mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um
buraco na camada de ozônio.
Nosso século foi o da comunicação instantânea. Hernán Cortés pôde destruir uma civilização e, antes que a
notícia se espalhasse, teve tempo para encontrar justificativas a seus empreendimentos. Hoje, massacres da
Praça da Paz Celestial, em Pequim, tornam0se atualidade no momento mesmo em que se desenrolam e
provocam a reação de todo o mundo civilizado. Mas informações simultâneas em excesso, provenientes de
todos os pontos do globo, produzem um hábito. O século da comunicação transformou a informação em
espetáculo. Arriscamo-nos a confundir a todo instante a atualidade e o divertimento.
Nosso século presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um botão e entra-se em
comunicação com Pequim. aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um foguete é
lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime.
Perguntas
1) O autor estabelece três regras para se entender nosso século. Transcreva as frases que exprimem a
essência de cada regra.
2)Por que, no segundo parágrafo, o autor se refere aos anos de 1490 e 1989?
3) Que ideia encerra o quinto parágrafo?
4)Assinale a alternativa correta:
Na frase “Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a
seu questionamento ” que fato importante desse século está implícito?
a)As teorias de Einstein representaram um progresso para a humanidade, pois com base nelas foi possível
construir a bomba atômica.
b)As teorias de Einstein não representaram um progresso para a humanidade, apesar de terem sido a base
para a construção da bombas atômicas.
c)As teorias de Einstein representaram um progresso para a humanidade, apesar de terem sido base para
construção de bombas atômicas.
d) As teorias de Einstein não representaram um progresso para a humanidade, pois com base nelas foi
possível construir a bomba atômica.
5)Que exemplo o autor apresenta a respeito das consequências da hiperespecialização?
6)Cite um aspecto positivo e um negativo da comunicação instantânea de acordo com o texto.
7) No texto, o autor diz que a ação à distância irresponsabiliza o crime. Que oração do último parágrafo
exemplifica essa ideia?

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  • 1. Comunicação humana Toda história do homem sobre a Terra constitui permanente esforço de comunicação. Desde o momento em que os homens passaram a viver em sociedade, seja pela reunião de famílias, seja pela comunidade de trabalho a comunicação tornou-se imperativa. Isto porque somente através da comunicação os homens conseguem trocar ideais e experiências. O nível de progresso nas sociedades humanas podem ser atribuídos, com razoável margem de segurança, à maior ou menos capacidade de comunicação entre o povo, pois o próprio conceito de nação se prende à intensidade, variedade e riqueza da comunicações humanas. Esse esforço dos homens é de tal forma intenso que, não satisfeitos de se comunicarem entre si, no presente, entregam à comunicação a tarefa de sobreviverem no futuro. Cada monumento da Antigüidade é a representação desse esforço, concretizando o desejo de eternidade do homem através da comunicação. A própria sociedade moderna pode ser concebida como a resultante do aperfeiçoamento progressivo dos processos de comunicação entre os homens – do grunhido à palavra, da expressão à significação.A comunicação humana nasceu, provavelmente, de uma necessidade que se fez sentir desde os mais primitivos estágios da civilização. O caçador africano depressa se familiariza com o som dos tambores ecoando nas florestas; que fazem estes, senão transmitir mensagens, muitas vezes referindo-se à própria penetração do intruso? Sulcos mais profundos, que os machados de sílex abriam nos troncos das árvores, eram instrumentos de comunicação entre os homens primitivos, indicando roteiros nas selvas. A invenção da escrita foi das mais extraordinárias conquistas do homem, por ter tornado perene uma forma de comunicação. A decifração dos hieróglifos abriu as portas da civilização egípcia, assim como a leitura da escrita cuneiforme,neste século, vem revelando o mundo dos assírios e babilônios.
  • 2. Linguagem é comunicação. Personalidade é comunicação. Cada palavra, cada gesto é ação comunicativa, assim como é comunicação cada página do livro, cada folha de jornal, cada som de receptor de rádio, cada imagem de televisão. Daí a importância da comunicação no mundo moderno, ainda maior do que a que teve em todo o passado; a aula do professor, a circular comercial, a carta de amor, o discurso parlamentar, o chamado telefônico, comício político, a reunião social, o telegrama expedido, o jato de luz dos faróis, o anúncio da propaganda, a mensagem da criança a Papai Noel, o relatório cientifico, o disco do fonógrafo, os punhos brancos do guarda de trânsito, as bandeiras dos exércitos, o estrondo dos aviões a jato, a ordem de serviço e o livro de orações, tudo, absolutamente tudo é comunicação. Estamos imersos num oceano de comunicação e não se vive um instante fora dele. (Penteado,J.R.Whitaker. A técnica da comunicação humana.) 1) A comunicação humana é, pois, uma necessidade. A partir de que momento na história do homem isso se tornou claro ? 2) Por que a comunicação é tão importante na vida social ? 3) Ao construírem seus monumentos, o que expressavam as povos da Antiguidade ? 4) Relacione alguns processos de comunicação não-verbais usados pelos homens, citados no texto. 5) Por que a invenção da escrita foi a mais importante conquista do homem?
  • 3. Comunicação O processo comunicativo e seus elementos “Littera scripta manent –a palavra escrita permanece –,profetizou Horácio na Roma Antiga de quase 2000 anos atrás. O espantoso é que, às vésperas do terceiro milênio, com a revolução digital em plena ebulição, a palavra escrita continua de pé, revigorada pela nova tecnologia. Apesar das varias roupagens inovadoras que a mídia cem experimentando, a palavra escrita não foi destronada da posição central que ocupa em nossas vidas. ” Rápida utopia "Ação à distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, triunfo das massas, Holocausto: através das metáforas e das realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a verdadeira doença do progresso. Primeira regra: não se pode julgar um século, sobretudo alguns anos antes de seu fim, sem recolocá- lo na devida perspectiva histórica. Pensem no que teria respondido um geógrafo do século XV se lhe tivessem pedido uma síntese de seu século em 1º de janeiro de 1490. Ou no que teríamos respondido se nos tivessem pedido um balanço de 1989 um mês antes da queda do Muro de Berlim e da revolução na Romênia. Segunda regra: quem julga? O julgamento de um cidadão do mundo ocidental é diferente do de um biafrense que morre de fome. Mas, se essa regra é válida para cada século, ela o é um pouco menos para o nosso. Para o bem ou para o mal, o modelo ocidental se impõe gradativamente sobre uma grande parte do planeta. Um camponês chinês está hoje, para o bem ou para o mal, mais próximo de um camponês francês do que estava há dois séculos.
  • 4. Terceira regra: não se pode avaliar emocionalmente um século estando dentro dele e sem proceder a comparações estatísticas. O número de pessoas que hoje morrem de fome no mundo nos causa horror. Mas o número de pessoas que morriam de fome no século passado também nos deve causar horror, sobretudo se o comparamos à população mundial da época. Segundo relatos de vários legados pontifícios, o príncipe Vlad Tepes de Valáquia (cognominado Drácula), que empalava mulheres e crianças enquanto se divertia com seus cortesãos, havia ordenado, só no ano de 1475, o massacre de 100.000 pessoas. Considerando que seu principado contava 500.000 habitantes, é como se hoje o governo italiano ordenasse o massacre de 10 milhões de cidadãos. O século que chega ao fim é o que presenciou o Holocausto, Hiroshima, os regimes dos Grandes irmãos e dos Pequenos Pais, os massacres do Camboja e assim por diante . Nosso século é o da aceleração tecnológica e científica, que se operou e continua a se operar em ritmos antes inconcebíveis. Foram necessários milhares de anos para passar do barco a remo à caravela ou da energia eólica ao motor de explosão; e em algumas décadas se passou do dirigível ao avião, da hélice ao turborreator e daí ao foguete interplanetário. Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu questionamento. O custo dessa aceleração da descoberta é a hiperespecialização. Estamos em via de viver a tragédia dos saberes separados: quanto mais os separamos, tanto mais fácil submeter a ciência aos cálculos do poder. Esse fenômeno está intimamente ligado ao fato de ter sido neste século que os homens colocaram mais diretamente em questão a sobrevivência do planeta. Um excelente químico pode imaginar um excelente desodorante, mas não possui mais o saber que lhe permitiria dar-se conta de que seu produto irá provocar um buraco na camada de ozônio.
  • 5. Nosso século foi o da comunicação instantânea. Hernán Cortés pôde destruir uma civilização e, antes que a notícia se espalhasse, teve tempo para encontrar justificativas a seus empreendimentos. Hoje, massacres da Praça da Paz Celestial, em Pequim, tornam0se atualidade no momento mesmo em que se desenrolam e provocam a reação de todo o mundo civilizado. Mas informações simultâneas em excesso, provenientes de todos os pontos do globo, produzem um hábito. O século da comunicação transformou a informação em espetáculo. Arriscamo-nos a confundir a todo instante a atualidade e o divertimento. Nosso século presenciou o triunfo da ação à distância. Hoje, aperta-se um botão e entra-se em comunicação com Pequim. aperta-se um botão e um país inteiro explode. Aperta-se um botão e um foguete é lançado a Marte. A ação à distância salva numerosas vidas, mas irresponsabiliza o crime.
  • 6. Perguntas 1) O autor estabelece três regras para se entender nosso século. Transcreva as frases que exprimem a essência de cada regra. 2)Por que, no segundo parágrafo, o autor se refere aos anos de 1490 e 1989? 3) Que ideia encerra o quinto parágrafo? 4)Assinale a alternativa correta: Na frase “Em algumas dezenas de anos, assistiu-se ao triunfo das teorias revolucionárias de Einstein e a seu questionamento ” que fato importante desse século está implícito? a)As teorias de Einstein representaram um progresso para a humanidade, pois com base nelas foi possível construir a bomba atômica. b)As teorias de Einstein não representaram um progresso para a humanidade, apesar de terem sido a base para a construção da bombas atômicas. c)As teorias de Einstein representaram um progresso para a humanidade, apesar de terem sido base para construção de bombas atômicas. d) As teorias de Einstein não representaram um progresso para a humanidade, pois com base nelas foi possível construir a bomba atômica. 5)Que exemplo o autor apresenta a respeito das consequências da hiperespecialização? 6)Cite um aspecto positivo e um negativo da comunicação instantânea de acordo com o texto. 7) No texto, o autor diz que a ação à distância irresponsabiliza o crime. Que oração do último parágrafo exemplifica essa ideia?