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SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS ESPÍRITAS
COLETÂNEA DE MATERIAL DE APOIO
PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS
GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO
Agosto 2013
Versão 1.6
www.sbee.org.br
sbee@sbee.org.br
2
O centro espírita busca revelar Deus ao ser e o ser a si mesmo.
Nosso maior inimigo é o desconhecimento de quem somos.
Espírito Leocádio José Correia
O Centro Espírita deve trabalhar para alcançar
o padrão de Universidade aberta.
A Doutrina dos Espíritos ensina a pensar, não o que pensar.
Espírito Antonio Grimm
Currículo é vida; é, portanto, a totalidade das experiências do ser humano que são dirigidas, conotadas, para
os fins de educação. O exercício mediúnico deve refletir no seu currículo a conduta de todos, permitindo uma
linha processual educativa com continuidade e sequência.
O futuro está aberto à todos.
Espírito Marina Fidélis
3
SUMÁRIO
Proposta desta coletânea .....................................................................................................5	
  
Filosofia e objetivo do exercício mediúnico..............................................................................6	
  
Planejamento do semestre de reuniões do GEM.......................................................................6	
  
Fase preparatória - antecede o início do semestre ...................................................................6	
  
Leitura básica e sugestões de releitura...................................................................................6	
  
Livro Espiritismo e Currículo .................................................................................................6	
  
Sugestões de leitura complementar e material de apoio ...........................................................7	
  
Programa de atividades do Semestre.....................................................................................8	
  
Plano de reunião semanal do GEM.........................................................................................8	
  
Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4):...........................................................8	
  
Avaliação ...........................................................................................................................9	
  
Coordenando a reunião de exercício mediúnico .......................................................................9	
  
Recursos da primeira reunião ...............................................................................................9	
  
Técnicas de reunião.............................................................................................................9	
  
Informativo da fase pré-curricular ....................................................................................... 12	
  
Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico ........ 13	
  
Currículo.......................................................................................................................... 13	
  
Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 1 ............................................... 14	
  
Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 2 ............................................... 17	
  
Auto-avaliação: ................................................................................................................ 20	
  
Fazendo a diferença - Stephen Kanitz .................................................................................. 21	
  
Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff .................................................................... 22	
  
O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco........................................................................ 23	
  
Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff.................................................................................... 24	
  
Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff ................................. 25	
  
Política e cidadania – Paulo H. Wedderhoff ............................................................................ 28	
  
Observar e Pensar - Stephen Kanitz .................................................................................... 29	
  
Carbono14 uma máquina de tempo ..................................................................................... 31	
  
Darwin – A Origem das Espécies ......................................................................................... 32	
  
Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo ........................................................................ 33	
  
Reencarnação................................................................................................................... 33	
  
Espiritualização................................................................................................................. 34	
  
O que é o Espiritismo? – Alguns conceitos ............................................................................ 35	
  
Doutrina dos Espíritos........................................................................................................ 36	
  
Introdução à Filosofia ........................................................................................................ 37	
  
O QUE É FILOSOFAR? ........................................................................................................ 37	
  
Para que serve a filosofia?.................................................................................................. 40	
  
CONCEITOS – O PASSE ..................................................................................................... 43	
  
ÉTICA	
  é	
  uma	
  coisa	
  relativa?	
  Dinâmica ............................................................................................ 44	
  
O Caso da Ponte ............................................................................................................... 45	
  
Dinâmica de Grupo - O Caso da Ponte - Instruções para o Coordenador: .................................. 46	
  
O Dilema da Vacina........................................................................................................... 48	
  
O Dilema da Vacina (Parte 2) ............................................................................................. 49	
  
O PODER DA EDUCAÇÃO – texto da dinâmica da vacina ............................................................... 50	
  
VELÓRIO – Dinâmica ......................................................................................................... 51	
  
TESTE: Você se conhece?................................................................................................... 52	
  
Carta do Chefe Seatle........................................................................................................ 53	
  
Evangelho no Lar .............................................................................................................. 55	
  
FILMES............................................................................................................................ 56	
  
Fichamento de leitura do livro “O Médium e o Exercício Mediúnico” da irmã Marina Fidélis........... 57	
  
Allan Kardec (1804 - 1869) ................................................................................................ 60	
  
Breve História do Espiritismo .............................................................................................. 61	
  
Breve história da SBEE ...................................................................................................... 62	
  
4
O Livro da Vida................................................................................................................. 63	
  
Um pequeno serviço.......................................................................................................... 64	
  
A Resposta da Gratidão ..................................................................................................... 65	
  
Competência e Humildade.................................................................................................. 66	
  
Festival do Vinho .............................................................................................................. 67	
  
Cercas ou Pontes?............................................................................................................. 68	
  
Duas Histórias, Dois Destinos ............................................................................................. 69	
  
A JANELA......................................................................................................................... 70	
  
O monge e o escorpião ...................................................................................................... 71	
  
A traseira do cavalo e a engenharia..................................................................................... 72	
  
UMA PESCARIA INESQUECÍVEL........................................................................................... 73	
  
SEM CHANCE.................................................................................................................... 75	
  
VOCÊ É O QUE DESEJA SER ............................................................................................... 77	
  
ECOGRAFIA DOS GEMEOS – módulo inicial........................................................................... 78	
  
DIÁLOGO PRÉ NASCIMENTO – Módulo 2 ou 3 ....................................................................... 79	
  
HAGAR – RECRUTADOR DE TRIPULAÇÕES – Sintonia entre semelhantes .................................. 80	
  
HAGAR - RESOLUÇÃO DE ANO NOVO................................................................................... 81	
  
O ECO ............................................................................................................................. 82	
  
SÓ NÃO ERRA QUEM NÃO FAZ – ERRO COMO ACERTO EM PROCESSO ..................................... 83	
  
CALVIN & HOBBES – Questões da vida - materialismo ........................................................... 84	
  
CALVIN & HOBBES – Limites do livre arbítrio ........................................................................ 85	
  
Exercício da Amnésia: ....................................................................................................... 87	
  
Regras para viver no planeta Terra...................................................................................... 88	
  
MOSAICO	
  TERAPEUTICO	
  NATURAL ............................................................................................... 89	
  
Caminhante ..................................................................................................................... 90	
  
Prece de Francisco de Assis ................................................................................................ 91	
  
PAI NOSSO ...................................................................................................................... 92	
  
A ignorância também mata. Alumínio: útil e mortal............................................................ 93	
  
Alimentação Natural .......................................................................................................... 94	
  
A Força da Prece............................................................................................................... 95	
  
A eficiência da 'lei seca' ..................................................................................................... 97	
  
Sócrates o filósofo e Hípias o sofista – (Teatro) ..................................................................... 98	
  
DIÁLOGO EM ATENAS – (Teatro)......................................................................................... 99	
  
Preâmbulo do livro “O Que é o Espiritismo” ........................................................................ 101	
  
Exemplo de texto do Evangelho para leitura de debate - Morte Prematura .............................. 102	
  
SBEE - Exercício Mediúnico – Módulo 2 (2/2002) ................................................................. 104	
  
Deus ............................................................................................................................. 104	
  
Jesus e a Moral Cristã...................................................................................................... 109	
  
Um Homem Chamado Jesus ............................................................................................. 111	
  
Da Pluralidade das Existências - A Reencarnação – O Livro dos Espíritos............................... 115	
  
Reencarnação................................................................................................................. 117	
  
Livre-arbítrio .................................................................................................................. 119	
  
Cultura e Mediunidade ..................................................................................................... 120	
  
Mediunidade – SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – Maio/2000 ......................... 121	
  
Trajetória de Vida ........................................................................................................... 122	
  
Das coisas que presenciaram na terra do Eldorado - CAPÍTULO XVIII ..................................... 124	
  
Um Novo Fim ................................................................................................................. 128	
  
Decisão da Assembleia .................................................................................................... 129	
  
Ética é uma coisa relativa? ............................................................................................... 129	
  
INVENTÁRIO DA ESTRUTURA E ATIVIDADES DA SBEE – JUNHO DE 2006 - (SUMÁRIO) ........... 130	
  
Caminhos da vida ........................................................................................................... 138	
  
INDICE REMISSIVO DA COLETÂNEA 1.5............................................................................. 140	
  
5
Proposta desta coletânea
A proposta deste trabalho é reunir um conjunto de documentos que possam servir de apoio
para a leitura, estudo e debate nos grupos de exercício mediúnico.
O livro ESPIRITISMO E CURRÍCULO II sugere os temas a serem trabalhados nos grupos;
este trabalho sugere alguns artigos, recortes, reproduções e dinâmicas que podem facilitar a
abordagem ao conhecimento que se pretende explorar.
O conteúdo deste trabalho tem caráter exemplificativo e não deve ser visto como modelo,
mas como padrão da diversidade de meios que o coordenador pode lançar mão para alcançar os
objetivos do exercício mediúnico.
Os recursos aqui disponibilizados podem servir tanto aos grupos que já possuem módulos
sequenciais estruturados, como aos grupos que por razões diversas ainda não tem condições de
aplicar o currículo proposto de forma sequencial.
As fontes utilizadas são várias e incluem as obras da codificação espírita; livros editados
pela SBEE; conteúdos do site www.sbee.org.br; jornal Documentos SBEE; edições da revista SER
Espírita; matérias e artigos do site www.serespírita.com.br; artigos de jornais e revistas; notícias
do cotidiano; artigos espíritas; dinâmicas de grupo e outras técnicas de apoio à condução das
reuniões.
Cada tema sugerido pelo currículo pode ser trabalhado com profundidade variável
dependendo do módulo, prontidão ou experiência dos coordenadores e coordenandos. Para tanto o
coordenador pode fazer uso de um documento base que facilite a abertura do debate e sirva de
referencial para o coordenando.
Tipicamente, a reunião do grupo de exercício mediúnico consiste em um debate em torno de
uma questão onde o coordenador pede a opinião dos participantes; expressa sua opinião sobre o
assunto; apresenta um material que sirva de referencia e conduz para uma conclusão antes da
prece de encerramento da atividade do dia. A proposta não é convencer pessoas, mas ajudá-las a
repensar o pensado, expondo ideias sem impor convicções. O convencimento ocorre de dentro para
fora quando as evidências e o encadeamento lógico ajudam o coordenando a chegar à suas
próprias conclusões.
Sempre que um grupo, por alguma razão, recebe novos integrantes é importante relembrar
os princípios básicos da Doutrina dos Espíritos para facilitar aos novos o entendimento e
encadeamento das ideias que estão sendo trabalhadas.
6
Filosofia e objetivo do exercício mediúnico
A filosofia do Grupo Exercício Mediúnico é alcançar o princípio básico da vida que é o
espiritual e o planejamento das reuniões de grupos visa à aplicação do currículo dentro de uma
pedagogia construtivista.
O objetivo é promover em cada pessoa o autoconhecimento e o desenvolvimento de uma
consciência crítica e ativa de seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções
fundamentais ao gerenciamento mais consciente das oportunidades, desafios e contradições do
cotidiano.
Planejamento do semestre de reuniões do GEM
Fase preparatória - antecede o início do semestre
Antes do início do semestre é importante organizar o conteúdo e o material de apoio para o
desenvolvimento das reuniões.
Leitura básica e sugestões de releitura
A leitura mínima recomendada ao coordenador e seu grupo pode ser encontrada nas
páginas 39 e 63 do Livro Espiritismo e Currículo.
Um método que o Coordenador pode utilizar no planejamento das 16 ou 18 reuniões do
semestre é o de definir um tema para cada reunião e selecionar um texto ou outro recurso que
represente o exemplo ou o apoio lógico do que se está debatendo ou estudando.
Sugestões de releitura
Como preparação para o início de cada semestre, recomenda-se a releitura periódica de
textos, mensagens e livros de apoio, que permitem a ampliação e o enriquecimento da
interpretação alcançada em leituras anteriores.
1- Textos de apoio e glossário do livro “Espiritismo e Currículo - 2011”
2 - Espiritismo e Exercício Mediúnico da Irmã Marina Fidélis
3 - O Médium e o Exercício Mediúnico pelo espírito Leocádio José Correia
4 - Cadernos de Psicofonias pelo espírito Antonio Grimm
5 - Textos do jornal Documentos SBEE
6 – Editoriais, textos, entrevistas, matérias e frases da revista SER Espírita
7 - A espiritualidade ilumina a vida do homem, entre outros livros pelo espírito Leocádio J. Correia.
Livro Espiritismo e Currículo
O livro que orienta a aplicação do currículo dos Grupos de Exercício Mediúnico apresenta o seguinte
conteúdo:
7
Sugestões para o Ciclo Básico
Sugestões para o Ciclo Complementar
Glossário
Textos de Apoio:
Deus
Jesus e a Moral Cristã
Livre Arbítrio
Mediunidade
Reencarnação
Espírito
Evolução
Trajetória de Vida
Mediunato Espírita
Homem Integral
Auto atualização permanente
Avaliação no Exercício Mediúnico
Sugestões de leitura complementar e material de apoio
• Filosofia para não filósofos. Albert Jacquard
• Iniciação à História da Filosofia. Danilo Marcondes
• Introdução à Filosofia Espírita – Herculano Pires
• Sementes da descoberta científica. W.I.B. Beveridge
• Ética para meu filho. Fernando Savater
• As Perguntas da Vida. Fernando Savater
• Sociologia básica. Machado Neto, A.L.
• Cultura - Um Conceito Antropológico. Roque Laraya
• Coleção Caminhos da Ciência. Steve Parker
o Einstein e a Relatividade
o Franklin e a Eletrostática
o Edison e a Lâmpada Elétrica
o Galileu e o Universo
o Darwin e a Evolução
o Newton e a Gravitação
o Pasteur e os Microorganismos
o Marie Curie e a Radioatividade
Material de apoio
Seleção de materiais que permitam fazer o cruzamento do cotidiano com os princípios
doutrinários e que possam ajudar a enriquecer as reuniões:
• editoriais de jornais
• artigos de revistas e jornais
• textos de apoio do livro Espiritismo e Currículo
• tirinhas de jornais e revistas
• imagens e outros recursos.
8
Programa de atividades do Semestre
Definição dos temas, estratégias e técnicas que poderão ser aplicadas para as reuniões do
semestre.
Trata-se de um programa genérico, suscetível a mudanças no decorrer do semestre de
acordo com o emergente do grupo.
Plano de reunião semanal do GEM
. Abertura:
. Tema:
. Assunto:
. Objetivo:
. Conteúdo:
. Técnica:
. Recursos:
. Encerramento:
Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4):
. Abertura: Prece
Conversa dois a dois por cinco minutos
. Tema: Autoconhecimento
. Assunto: Objetivos de vida
. Objetivo: Promover reflexão sobre história e trajetória de vida.
. Conteúdo:
. Construção do significado de história de vida;
. Entendimento do que é trajetória de vida e o impacto das escolhas;
. A importância do estabelecimento de objetivos de vida;
. Técnica:
. Primeiro momento: solicitar ao grupo que elabore um cartaz através de recorte e
colagem, respondendo a questão:
“Quais são os meus objetivos (2 ou 3) de vida?”
. Segundo momento: breves apresentações individuais.
. Terceiro momento: fechamento.
. Recursos: Cartolina, cola, tesouras, revistas velhas.
. Encerramento: Relaxamento rápido e prece final.
9
Avaliação
A avaliação das reuniões de grupo de exercício mediúnico é processo e como tal deve ser
contínua, ampla e permanente. Sua função é permitir o diagnóstico para manutenção ou correção
de rota, assim como a auto-avaliação (do coordenador).
No processo de avaliação cabe alguns questionamentos, entre outros:
. Como coordenador(a), tenho procurado conhecer cada integrante do meu grupo?
. Tenho sabido lidar com o emergente do grupo?
. Tenho conseguido perceber o perfil dominante do grupo? (Mais científico. Mais afetivo. Mais
preocupado com fenômenos.)
. Conhecendo o perfil do grupo, tenho conseguido adaptar métodos, linguagem e conteúdo às suas
necessidades?
. Tenho procurado ampliar meu conhecimento através da boa leitura?
. Tenho alcançado os objetivos planejados?
. O grupo vem participando de forma ativa nas reuniões? Têm feito comentários e/ou perguntas?
. Estou alcançando o que o grupo quer e o que ele precisa?
. Os coordenandos vêm compreendendo os conceitos trabalhados?
. Os coordenandos conseguem entender os desdobramentos dos conceitos e princípios
trabalhados?
. Os coordenandos tem conseguido aplicar os conceitos no seu cotidiano?
Coordenando a reunião de exercício mediúnico
O Coordenador do Grupo de Exercício Mediúnico – GEM é misto de estudante e facilitador de
aprendizado. Entre as ferramentas que dispõe está a leitura da natureza, do mundo, dos textos,
das pessoas e das coisas. Uma de suas grandes contribuições é o exemplo.
A reunião é aberta com uma prece por parte do coordenador, segue com a leitura de um
trecho do Evangelho que pode ou não ter relação com o tema a ser tratado.
As técnicas devem se alternar de modo a não cansar os participantes. Se em uma semana a
atividade foi uma palestra expositiva, a atividade da semana seguinte deve propiciar o debate que
aprofunde o tema anterior esclarecendo dúvidas que possam ter ficado.
Recursos da primeira reunião
- Lista coletando nomes, fones e e-mails
- Crachás com nome legível à distância
- Regras de horário
- Orientação sobre água fluída
- Apresente o colega do lado.
Técnicas de reunião
São inúmeras as técnicas que podem ser adotadas de modo a enriquecer a prática das
reuniões. Alguns exemplos abaixo:
10
. Apresentação expositiva e interativa. Após o “aquecimento” o apresentador coloca uma ou várias
perguntas para incentivar a participação do grupo;
. Discussão em grande grupo.
Colocado o assunto em questão o coordenador vai estimulando o grupo e construindo os
conceitos a partir da colaboração do grupo.
. Discussão em sub-grupos utilizando textos com mesmo conteúdo ou com conteúdos diferentes de
modo a permitir o cruzamento no momento da discussão em grande grupo.
. Debate entre dois sub-grupos que defendem posições opostas.
Dependendo da maturidade do grupo em um primeiro momento o coordenador solicita aos sub-
grupos que discutam o assunto assumindo uma posição e no momento do debate inverte as
posições.
11
REDE DE CONTATOS DO GRUPO DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO
Fone Fone Fone
Nome e-mail Comercial Residencial Celular
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
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15
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25
12
Informativo da fase pré-curricular
A filosofia do Exercício Mediúnico é a promoção, preservação e valorização da vida. Tem como
objetivo maior promover em cada pessoa o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa de
seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções fundamentais ao gerenciamento
de seu cotidiano.
A Educação Espírita é libertadora. Procura, através do conhecimento, conscientizar e
desenvolver em cada indivíduo o sentido universal da vida que é a evolução.
A Educação Espírita quer revelar a cada um o que cada um realmente é. Entendemos que
todas as potencialidades, todos os recursos, todas as ferramentas para a vida, existem e subsistem
no interior da pessoa. O espiritismo é a vida e o caminho da vida.
O Espiritismo, através da pedagogia da cultura, demonstra, permanentemente, que a
consciência do homem representa a sua liberdade. Temos consciência de que o homem alcançará
uma maior e melhor constituição do exterior pela força de seu interior.
Alcançando-se é que o homem alcança o Universo; é sendo que ele é a vida. O Exercício
Mediúnico é encontro, fraternidade, caridade e diálogo, troca de experiências e informações, é
estudo e pesquisa, é construção do conhecimento.
O grupo de Exercício Mediúnico busca, continuamente, na própria vida, a descoberta de
novos caminhos, para a aprendizagem da vida. Trabalha permanentemente na abertura de
horizontes mais amplos, mais claros, que permitam a cada um se renovar e crescer no sentido do
seu viver.
Secretaria do Exercício Mediúnico
13
Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico
A escassez de pessoas, tempo e recursos nos obriga a concentrar esforços com pessoas realmente
interessadas em ampliar o seu conhecimento dos princípios espíritas.
O fato de vir até a casa espírita é um indicador da busca por um entendimento maior sobre o sentido e
o significado da vida.
O centro espírita é um laboratório que busca a verdade e deve trabalhar no sentido de alcançar e
manter o foro de universidade aberta.
Através do estudo da filosofia, da ciência e da religião, o Espiritismo busca oferecer os instrumentos e
as instruções para que cada pessoa se revele a si mesma, alcance a identidade creatura-Creador e exerça seu
livre arbítrio de maneira mais consciente.
Currículo
Seguimos um currículo que procura auxiliar cada um a fazer um melhor entendimento dos princípios
da Doutrina Espírita:
Deus
Jesus e a moral cristã
Reencarnação
Livre arbítrio
Mediunidade
Imortalidade
Espírito
Evolução
À medida que o estudioso espírita amplia seu conhecimento do significado de Deus, Jesus e seu
exemplo, reencarnação, livre arbítrio, mediunidade, e outros princípios que vão se revelando à medida que
seu entendimento se amplia, a visão de mundo se altera. Mudando a visão, mudam os valores e com isso o
comportamento vai entrando em sintonia com as leis naturais.
A assiduidade às reuniões do grupo de exercício mediúnico tem real importância, pois os temas se
interligam uns com os outros e com o tempo o exercitando vai percebendo, não só a ligação entre os temas,
com também o impacto do conhecimento adquirido no seu comportamento diário. Outro aspecto a considerar
é o respeito aos espíritos que se acompanham cada exercitando durante o exercício mediúnico.
14
Plano	
  de	
  reunião	
  de	
  Grupo	
  de	
  Estudos	
  Espíritas	
  -­‐	
  Reunião	
  nº	
  1	
  
1) Deixar	
  giz	
  e	
  apagador	
  disponíveis;	
  
2) A	
  organização	
  das	
  cadeiras	
  em	
  semicírculo	
  facilita	
  a	
  integração	
  do	
  grupo;	
  
3) Agradecer	
  a	
  presença	
  de	
  todos;	
  
Se	
  houver	
  um	
  (a)	
  novo	
  (a)	
  participante	
  no	
  grupo,	
  é	
  importante	
  que	
  se	
  faça	
  uma	
  breve	
  apresentação	
  
do(a)	
  mesmo(a):	
  
.	
  nome	
  
.	
  profissão	
  	
  ou	
  atividade	
  que	
  exerça;	
  
.	
  se	
  	
  já	
  teve	
  contato	
  anterior	
  com	
  a	
  Doutrina	
  Espírita;	
  
.	
  em	
  caso	
  positivo,	
  vale	
  a	
  pena	
  perguntar	
  se	
  já	
  participou	
  de	
  outros	
  grupos,	
  etc.	
  
	
  
4) Tema	
  do	
  dia:	
  “Introdução	
  à	
  Doutrina	
  Espírita”	
  
Primeira	
  parte:	
  
Perguntar	
  ao	
  grupo	
  se	
  eles	
  podem	
  colaborar	
  indicando	
  os	
  principais	
  fundamentos	
  da	
  Doutrina	
  
Espírita;	
  
Escrever	
  no	
  quadro	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  as	
  pessoas	
  forem	
  dizendo;	
  
Listar	
  os	
  principais	
  fundamentos,	
  caso	
  eles	
  não	
  tenham	
  sido	
  mencionados	
  ainda:	
  
Deus	
  	
  
Jesus	
  e	
  a	
  moral	
  cristã	
  
Livre	
  arbítrio	
  
Reencarnação	
  
Mediunidade	
  
Espírito	
  
Evolução	
  
Há	
  outros	
  importantes	
  como	
  a	
  caridade	
  e	
  o	
  amor	
  que	
  estão	
  inseridos	
  na	
  moral	
  cristã.	
  
Os	
  fundamentos	
  não	
  são	
  exclusivos	
  da	
  Doutrina	
  Espírita,	
  pois	
  outras	
  religiões	
  também	
  reconhecem	
  
e	
  trabalham	
  os	
  mesmos	
  princípios.	
  A	
  principal	
  diferença	
  está	
  na	
  interpretação	
  dada	
  pela	
  Doutrina.	
  
	
  
Fazer	
  uma	
  breve	
  abordagem	
  sobre	
  cada	
  um	
  dos	
  fundamentos	
  da	
  Doutrina:	
  
É	
  importante	
  estimular	
  a	
  participação	
  de	
  todos,	
  no	
  sentido	
  de	
  ir	
  compondo	
  os	
  conceitos.	
  
Depois	
  que	
  o	
  grupo	
  expõe	
  suas	
  ideias,	
  cabe	
  ao	
  coordenador	
  fazer	
  a	
  síntese,	
  chegando	
  o	
  mais	
  
próximo	
  possível	
  dos	
  conceitos	
  abaixo.	
  
Deus	
  como	
  fundamento	
  do	
  fundamento	
  da	
  vida.	
  Causa	
  primária	
  de	
  todas	
  as	
  coisas.	
  
Jesus	
  como	
  referencial	
  moral.	
  Construiu	
  valores	
  universais	
  únicos,	
  capazes	
  de	
  promover	
  mudanças	
  
profundas.	
  O	
  significado	
  de	
  Jesus	
  encontra-­‐se	
  em	
  seu	
  exemplo	
  de	
  vida	
  e	
  nos	
  seus	
  ensinamentos.	
  
Livre	
  arbítrio	
  –	
  a	
  possibilidade	
  de	
  cada	
  um	
  de	
  nós	
  fazer	
  	
  nossas	
  escolhas	
  e	
  construir	
  a	
  nossa	
  
trajetória,	
  tendo	
  de	
  um	
  lado	
  a	
  liberdade	
  de	
  escolha	
  e	
  no	
  outro	
  a	
  responsabilidade	
  pelas	
  
consequências;	
  
15
Reencarnação	
  –	
  como	
  oportunidade	
  de,	
  na	
  vivência	
  material,	
  ampliar	
  conhecimento	
  e	
  aplicar	
  o	
  que	
  
já	
  foi	
  construído	
  anteriormente;	
  
Mediunidade	
  –	
  como	
  entendimento	
  de	
  que	
  a	
  vida	
  não	
  se	
  limita	
  ao	
  plano	
  material,	
  mas	
  sim	
  que	
  há	
  
uma	
  interação	
  entre	
  o	
  material	
  e	
  o	
  espiritual.	
  
Espírito	
  –	
  ser	
  vivo,	
  inteligente,	
  consciente,	
  do	
  universo.	
  
(consciente	
  de	
  si	
  mesmo).	
  
Evolução	
  –	
  capacidade	
  de	
  adaptação	
  e	
  transformação;	
  
	
  
Segunda	
  parte:	
  
A	
  Doutrina	
  Espírita	
  busca	
  o	
  entendimento,	
  a	
  construção	
  do	
  conhecimento	
  através	
  dos	
  três	
  eixos	
  
do	
  conhecimento:	
  	
  
Cabe	
  neste	
  momento	
  também,	
  solicitar	
  a	
  participação	
  do	
  grupo.	
  
 Filosofia	
  –	
  porque	
  questiona	
  se	
  o	
  que	
  entendemos	
  ou	
  sabemos	
  é	
  mesmo	
  verdade;	
  porque	
  busca	
  
novas	
  respostas	
  para	
  velhas	
  questões;	
  porque	
  busca	
  novas	
  questões;	
  porque	
  ensina	
  a	
  pensar	
  e	
  
não	
  o	
  que	
  pensar;	
  
	
  
 Ciência	
  –	
  porque	
  busca	
  na	
  ciência	
  as	
  evidências	
  que	
  sustentem	
  o	
  conhecimento;	
  porque	
  
incorpora	
  as	
  novas	
  descobertas	
  científicas	
  comprovadas;	
  
	
  
 Religião	
  –	
  a	
  interpretação	
  religiosa	
  para	
  a	
  Doutrina,	
  resulta	
  	
  da	
  soma	
  de	
  conhecimento	
  de	
  várias	
  
pessoas	
  encarnadas	
  e	
  desencarnadas.	
  	
  Nâo	
  	
  é	
  a	
  religião	
  do	
  sobrenatural,	
  do	
  mágico,	
  do	
  oculto,	
  
do	
  mistério,	
  pois	
  toda	
  a	
  sua	
  extensão	
  é	
  alcançável	
  através	
  do	
  conhecimento.	
  
A	
  religião	
  espírita	
  é	
  transformação	
  individual,	
  é	
  intensa	
  e	
  extensa	
  modificação	
  de	
  
comportamento	
  da	
  pessoa,	
  segundo	
  valores	
  que	
  ampliam	
  a	
  consciência	
  de	
  sua	
  unidade	
  com	
  o	
  
Creador.	
  
Tem	
  como	
  base	
  a	
  moral	
  cristã.	
  
	
  
Portanto,	
  na	
  visão	
  espírita,	
  a	
  interpretação	
  religiosa	
  não	
  está	
  isolada	
  da	
  ciência	
  e	
  da	
  filosofia.	
  
A	
  ciência,	
  a	
  filosofia	
  e	
  religião	
  são	
  interdependentes	
  e	
  se	
  completam,	
  tendo	
  como	
  resultado	
  
um	
  quadro	
  muito	
  mais	
  amplo	
  de	
  entendimento	
  do	
  ser	
  humano	
  e	
  da	
  vida,	
  do	
  que	
  cada	
  um	
  
deles	
  isoladamente.	
  
	
  
Terceira	
  parte:	
  
	
  
Leitura	
  do	
  trecho	
  do	
  Evangelho	
  Segundo	
  o	
  Espiritismo	
  –	
  Capítulo	
  I	
  
“	
  Aliança	
  da	
  Ciência	
  e	
  da	
  Religião”	
  
	
  
A	
  leitura	
  deste	
  trecho	
  do	
  Evangelho	
  tem	
  por	
  objetivo	
  ilustrar	
  o	
  tema	
  até	
  agora	
  abordado,	
  da	
  
Doutrina	
  Espírita	
  trafegar	
  pelos	
  três	
  eixos	
  do	
  conhecimento,	
  fazendo	
  a	
  unidade	
  do	
  conhecimento.	
  
	
  
16
8.	
  A	
  Ciência	
  e	
  a	
  Religião	
  são	
  as	
  duas	
  alavancas	
  da	
  inteligência	
  humana;	
  uma	
  revela	
  as	
  leis	
  do	
  mundo	
  
material	
  e	
  a	
  outra	
  as	
  leis	
  do	
  mundo	
  moral;	
  mas	
  umas	
  e	
  outras,	
  tendo	
  o	
  mesmo	
  princípio	
  que	
  é	
  Deus,	
  
não	
  podem	
  se	
  contradizer;	
  	
  se	
  elas	
  são	
  a	
  negação	
  uma	
  da	
  outra,	
  uma	
  necessariamente	
  é	
  errada	
  e	
  a	
  
outra	
  certa,	
  porque	
  Deus	
  não	
  pode	
  querer	
  destruir	
  sua	
  própria	
  obra.	
  A	
  incompatibilidade	
  que	
  se	
  
acreditava	
  ver	
  entre	
  essas	
  duas	
  ordens	
  de	
  ideias,	
  prende-­‐se	
  a	
  um	
  defeito	
  de	
  observação	
  e	
  a	
  muito	
  
de	
  exclusivismo	
  de	
  uma	
  parte	
  e	
  da	
  outra;	
  daí	
  um	
  conflito	
  de	
  onde	
  nasceram	
  a	
  incredulidade	
  e	
  a	
  
intolerância.	
  
	
  
Os	
  tempos	
  são	
  chegados	
  em	
  que	
  os	
  ensinamentos	
  do	
  Cristo	
  devem	
  receber	
  seu	
  complemento;	
  em	
  
que	
  o	
  véu,	
  lançado	
  propositadamente	
  sobre	
  algumas	
  partes	
  desse	
  ensinamento,	
  deve	
  ser	
  levantado;	
  
em	
  que	
  a	
  Ciência,	
  deixando	
  de	
  ser	
  exclusivamente	
  materialista,	
  deve	
  inteirar-­‐se	
  do	
  elemento	
  
espiritual,	
  e	
  em	
  que	
  a	
  Religião,	
  cessando	
  de	
  menosprezar	
  as	
  leis	
  orgânicas	
  e	
  imutáveis	
  da	
  matéria,	
  
essas	
  duas	
  forças,	
  apoiando-­‐se	
  uma	
  sobre	
  a	
  outra,	
  e	
  andando	
  juntas,	
  se	
  prestarão	
  um	
  mútuo	
  apoio.	
  
Então,	
  a	
  Religião,	
  não	
  recebendo	
  mais	
  o	
  desmentido	
  da	
  Ciência,	
  adquirirá	
  uma	
  força	
  inabalável,	
  
porque	
  estará	
  de	
  acordo	
  com	
  a	
  razão,	
  e	
  não	
  se	
  lhe	
  poderá	
  opor	
  a	
  irresistível	
  	
  lógica	
  dos	
  fatos.	
  
	
  
Quarta	
  parte:	
  
Se	
  houver	
  tempo,	
  pedir	
  para	
  o	
  grupo	
  comentar	
  rapidamente	
  sobre	
  o	
  trecho	
  do	
  Evangelho.	
  
	
  
Quinta	
  e	
  última	
  parte:	
  
Prece	
  de	
  encerramento.	
  
	
  
Observações:	
  
É	
  importante	
  estimular	
  a	
  participação	
  de	
  todos,	
  pois	
  é	
  comum	
  que	
  algumas	
  pessoas	
  sejam	
  mais	
  
falantes	
  que	
  outras.	
  
É	
  preciso	
  também,	
  ao	
  solicitar	
  ao	
  grupo	
  os	
  comentários,	
  manter	
  o	
  controle	
  da	
  reunião	
  e	
  do	
  tempo,	
  
para	
  que	
  todos	
  possam	
  participar.	
  
17
	
  
Plano	
  de	
  reunião	
  de	
  Grupo	
  de	
  Estudos	
  Espíritas	
  -­‐	
  Reunião	
  nº	
  2	
  
1) Deixar	
  giz	
  e	
  apagador	
  disponíveis;	
  
2) A	
  organização	
  das	
  cadeiras	
  em	
  semicírculo	
  facilita	
  a	
  integração	
  do	
  grupo;	
  
3) Agradecer	
  a	
  presença	
  de	
  todos;	
  
Se	
  houver	
  um(a)	
  novo(a)	
  participante	
  no	
  grupo,	
  é	
  importante	
  que	
  se	
  faça	
  uma	
  breve	
  apresentação	
  do(a)	
  
mesmo(a):	
  
.	
  nome	
  
.	
  profissão	
  ou	
  atividade	
  que	
  exerça;	
  
.	
  se	
  já	
  teve	
  contato	
  com	
  a	
  Doutrina	
  Espírita;	
  
.	
  em	
  caso	
  positivo,	
  vale	
  a	
  pena	
  perguntar	
  se	
  já	
  participou	
  de	
  outros	
  grupos,	
  etc.	
  
	
  
4) Tema	
  do	
  dia:	
  “Espírito”	
  
Primeira	
  parte:	
  
	
   Pedir	
  para	
  que	
  o	
  grupo	
  se	
  divida	
  em	
  duplas;	
  
	
   As	
  duplas	
  irão	
  conversar	
  	
  por	
  5	
  a	
  10	
  minutos	
  	
  no	
  máximo,	
  sobre	
  “o	
  que	
  entendem	
  por	
  espírito”;	
  
Terminada	
  a	
  discussão,	
  cada	
  uma	
  das	
  duplas	
  apresenta	
  seu	
  entendimento,	
  que	
  é	
  registrado	
  no	
  
quadro,	
  de	
  forma	
  resumida;	
  
	
   Segunda	
  parte:	
  
Aproveitando	
  da	
  melhor	
  forma	
  possível,	
  a	
  contribuição	
  apresentada	
  pelas	
  duplas,	
  o	
  coordenador	
  
inicia	
  a	
  apresentação	
  do	
  conteúdo	
  do	
  dia.	
  
A	
  ideia	
  de	
  espírito	
  não	
  está	
  associada	
  à	
  morte	
  ou	
  à	
  dor.	
  Com	
  o	
  entendimento	
  do	
  que	
  é	
  o	
  
espírito,	
  a	
  morte	
  deixa	
  de	
  significar	
  a	
  extinção	
  do	
  ser.	
  
Espírito	
  não	
  é	
  fantasma,	
  nem	
  incorpora.	
  	
  
Conceito	
  de	
  espírito:	
  
Neste	
  momento	
  cabe	
  uma	
  colocação:	
  
Pergunta-­‐se	
  ao	
  grupo	
  se	
  eles	
  sabem	
  a	
  diferença	
  entre	
  “definição”	
  e	
  “conceito”.	
  
Explicação:	
  
A	
  definição	
  fecha,	
  define	
  limites,	
  dá	
  a	
  ideia	
  de	
  que	
  não	
  sofrerá	
  mudanças.	
  
O	
  conceito	
  por	
  sua	
  vez	
  é	
  aberto,	
  permite	
  interpretações	
  e	
  ampliações	
  na	
  medida	
  em	
  que	
  o	
  
conhecimento	
  e	
  a	
  consciência	
  se	
  ampliam.	
  
Conceito	
  de	
  espírito:	
  
Ser	
  vivo,	
  inteligente,	
  consciente	
  do	
  universo.	
  
18
Através	
  do	
  processo	
  de	
  evolução	
  pelo	
  conhecimento,	
  os	
  seres	
  vivos	
  passam	
  de	
  seres	
  vivos	
  
inteligentes,	
  para	
  seres	
  vivos	
  auto	
  conscientes,	
  a	
  que	
  chamamos	
  de	
  espírito.	
  
Ser	
  vivo	
  que	
  alcançou	
  um	
  patamar	
  de	
  inteligência	
  e	
  consciência	
  de	
  si	
  mesmo,	
  ou	
  seja,	
  com	
  a	
  
capacidade	
  de	
  se	
  perguntar	
  	
  -­‐	
  “quem	
  sou	
  eu?”	
  “qual	
  o	
  significado	
  da	
  vida?”	
  etc...	
  
O	
  nível	
  de	
  consciência	
  de	
  cada	
  espírito	
  é	
  diferenciado,	
  pois	
  depende	
  da	
  sua	
  história.	
  
O	
  espírito	
  é	
  em	
  essência	
  conhecimento	
  acumulado:	
  o	
  acervo	
  de	
  cada	
  um,	
  a	
  história,	
  a	
  trajetória,	
  
todas	
  as	
  escolhas	
  feitas	
  no	
  exercício	
  do	
  livre	
  arbítrio.	
  	
  
Este	
  acervo	
  é	
  que	
  dá	
  a	
  cada	
  um	
  a	
  individualidade	
  e	
  a	
  singularidade.	
  	
  É	
  o	
  que	
  o	
  Irmão	
  Antonio	
  
Grimm,	
  um	
  dos	
  mentores	
  da	
  SBEE,	
  denomina	
  de	
  “irredutibilidade	
  da	
  singularidade”.	
  
Ou	
  seja,	
  o	
  espírito	
  é	
  irredutível	
  porque	
  não	
  há	
  como	
  negar	
  as	
  escolhas	
  que	
  fez,	
  o	
  conhecimento	
  
que	
  acumulou	
  ninguém	
  retira	
  ou	
  diminui.	
  
Para	
  fazer	
  o	
  acúmulo	
  de	
  conhecimento,	
  periodicamente	
  o	
  espírito	
  faz	
  o	
  trânsito	
  entre	
  o	
  
polissistema	
  material	
  e	
  o	
  polissistema	
  espiritual,	
  gerando	
  experiências,	
  vivências,	
  convivências	
  
que	
  lhe	
  são	
  úteis.	
  
Quando	
  o	
  espírito	
  está	
  transitando	
  na	
  matéria,	
  ou	
  seja,	
  está	
  encarnado,	
  ele	
  é	
  imortal.	
  Embora	
  a	
  
matéria	
  pereça,	
  quem	
  está	
  dando	
  vida	
  àquele	
  corpo	
  físico,	
  é	
  imortal,	
  não	
  vai	
  se	
  desagregar	
  com	
  
a	
  desagregação	
  do	
  corpo	
  físico.	
  Não	
  há	
  morte,	
  mas	
  sim	
  evolução.	
  
O	
  espírito	
  assume	
  funções,	
  desempenha	
  papéis,	
  ocupa	
  espaços,	
  sustenta	
  compromissos,	
  
determina	
  uma	
  trajetória	
  no	
  exercício	
  do	
  seu	
  livre	
  arbítrio	
  que	
  lhe	
  permite	
  romper	
  suas	
  
limitações	
  e	
  aplicar	
  suas	
  habilidade	
  e	
  capacidades.	
  
	
  	
   Evolução	
  =	
  evoluir	
  implica	
  em	
  mudar	
  a	
  mentalidade	
  e	
  a	
  massa	
  crítica	
  do	
  grupo	
  social.	
  
	
  	
   É	
  o	
  objetivo	
  da	
  vida.	
  Para	
  a	
  Doutrina,	
  evolução	
  significa	
  modificação	
  de	
  comportamento	
  
pelo	
  acúmulo,	
  associação	
  e	
  operação	
  de	
  experiências.	
  
Principais	
  características	
  do	
  espírito:	
  
• Individualidade	
  
• Inteligência	
  =	
  capacidade	
  de	
  se	
  adaptar;	
  capacidade	
  de	
  resolver	
  problemas;	
  
• Percepção	
  
• Intuição	
  
• Razão	
  
• Imaginação	
  =>	
  dá	
  sentido	
  ao	
  que	
  percebe	
  
• Memória	
  
• Vontade,	
  capacidade	
  de	
  agir,	
  de	
  fazer	
  
Portanto,	
  o	
  espírito	
  faz	
  o	
  trânsito	
  entre	
  frequências	
  diferenciadas	
  –	
  encarnado	
  no	
  polissistema	
  
material	
  e	
  desencarnado	
  no	
  polissistema	
  espiritual.	
  Para	
  mudar	
  de	
  frequência,	
  do	
  polissitema	
  
19
espiritual	
  para	
  o	
  material,	
  precisa	
  de	
  equipamento	
  especial	
  que	
  é	
  o	
  corpo	
  físico.	
  Para	
  estar	
  e	
  
ficar	
  na	
  matéria	
  precisa	
  do	
  corpo	
  físico.	
  
Para	
  fazer	
  a	
  interface	
  do	
  PSE	
  com	
  o	
  PSM	
  precisa	
  do	
  períspirito	
  
	
   Espírito	
  desencarnado	
   	
   	
   	
   Espírito	
  encarnado	
  
	
  
	
   	
   	
   	
   espírito	
  	
   	
   	
   	
   	
   espírito	
  
	
   	
   	
   	
   	
   perispírito	
   	
   	
   	
   	
   perispírito	
   	
  
	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   	
   corpo	
  	
  
Quando	
  encarna,	
  o	
  espírito	
  faz	
  a	
  somatória	
  do	
  seu	
  acervo	
  mais	
  toda	
  a	
  informação	
  genética	
  que	
  
recebe.	
  
Espírito	
  encarnado	
  =	
  
Acervo	
  do	
  espírito	
  	
  	
  +	
  	
  	
  	
  	
  genética	
  (história	
  biológica)	
  	
  	
  +	
  	
  	
  cultura	
  
O	
  corpo	
  humano	
  possui	
  aproximadamente	
  60	
  trilhões	
  de	
  células	
  e	
  aproximadamente	
  100	
  
bilhões	
  de	
  neurônios.	
  
O	
  espírito	
  é	
  o	
  grande	
  maestro	
  que	
  dá	
  o	
  ritmo	
  e	
  estrutura	
  o	
  corpo.	
  
O	
  espírito,	
  quando	
  encarnado,	
  percebe	
  pelos	
  sentidos	
  físicos.	
  
20
Auto-avaliação:
1) Quem eu sou?
2) Quem eu amo?
3) Como eu vejo e sinto DEUS?
4) Estou realizando meus objetivos?
5) O que eu quero fazer?
6) O que eu pensava há um ano atrás?
7) O que faço para deixar as pessoas mais alegres?
8) O que posso fazer para melhorar o mundo?
9) Faça um verbete: quem sou? Com se fosse para ser publicado em uma enciclopédia.
21
Fazendo a diferença - Stephen Kanitz
Ser rico, famoso ou poderoso tem sido o objetivo da maioria das pessoas, mas
sempre falta algo. Recentemente, ouvi sobre uma nova postura ética de
sucesso, que vale a pena resumir aqui, porque na época ninguém noticiou.
Numa reunião no World Economic Forum, em Davos, o local onde o mundo
empresarial se reúne uma vez por ano em janeiro, um empresário que
acabava de fazer um tremendo negócio foi convidado numa das várias sessões
a expor suas idéias.
Primeiro perguntaram como ele se sentia, subitamente um bilionário. Sem
pestanejar um único minuto, ele afirmou que o dinheiro não lhe pertencia, e
que doaria toda sua fortuna a instituições beneficentes.
"Sou simplesmente fruto do acaso, tenho os genes certos e estou no momento
certo, no setor certo. É difícil falar em 'mérito' numa situação dessas."
"Se eu, o Bill Gates aqui presente, ou então o Warren Buffett, tivéssemos nascido 2.000 anos atrás, nenhum
de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano, posição de
destaque equivalente à nossa, na época. Teríamos sido trucidados na primeira batalha."
Alguns seres humanos sempre estarão momentaneamente mais adequados ao ambiente que os outros e
receberão, portanto, melhores salários, apesar do esforço dos demais.
A idéia da meritocracia, tão decantada pela direita conservadora como justificativa para a sua riqueza, cai por
terra se levarmos em consideração a nova teoria de que somos todos frutos do acaso genético das
interpolações do DNA de nossos pais.
Se nossos genes são mero acaso da variação genética, falar em QI, mérito, proeza atlética e se achar
merecedor de 100% dos ganhos que esses atributos nos proporcionam não faz mais muito sentido. O que há
de meritocrático em ter os genes certos?
Ninguém está sugerindo o outro extremo de salários iguais para todos, porque toda sociedade precisa
incentivar os que se esforçam mais, os que trabalham melhor e especialmente os que assumem riscos e têm a
coragem de inovar.
O que essa nova postura sugere delicadamente é uma maior humildade e generosidade daqueles que ganham
fortunas por ter uma inteligência superior, um porte atlético avantajado ou um talento excepcional. Por trás
de toda "fortuna" existe um elemento de sorte, muito maior do que os "afortunados" gostariam de admitir.
Mas a frase que mais tocou a platéia estarrecida foi esta: "Mesmo doando toda a minha fortuna", disse o
empresário, "continuará a existir uma enorme injustiça social no mundo. Eu terei tido um privilégio que
muitos não terão. O privilégio de ter feito uma diferença com o meu trabalho e minha vida."
Segundo essa visão, o mundo é dividido entre aqueles que fizeram ou não uma diferença com sua vida, o
dinheiro não é o objetivo final. E existem inúmeras maneiras de fazer uma diferença, desde inventar coisas,
gerar novos empregos, criar novos produtos, até ajudar os outros com o dinheiro obtido.
Aproximadamente 55% dos empresários americanos não pretendem legar sua fortuna aos filhos. Acham que
estariam estragando sua vida gerando playboys e um bando de infelizes. Percebem que o divertido na vida é
chegar lá, não estar lá. Ser filho de empresário e receber de mão beijada uma BMW, um Rolex e uma
supermesada não é o caminho mais curto para a felicidade. Muito pelo contrário, é uma roubada.
Por isso, os ricos de lá criaram instituições como a Fundação Rockfeller, a Fundação Ford, a Fundação Kellogg,
a Fundação Hewlett. No Brasil, estamos muito longe de convencer os empresários a fazer o mesmo, razão
pela qual sua fortuna provavelmente virará mais um imposto. O imposto sobre herança.
O segredo da felicidade, portanto, não é ganhar dinheiro, que a maioria acabará perdendo de uma forma ou
de outra. O segredo é ter feito uma diferença.
Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)
Revista Veja, Editora Abril, edição 1838, ano 37, nº 4, 28 de janeiro de 2004
22
Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff
O contato com a realidade do nosso tempo é constante. Somos testemunhas oculares de muitos fatos, leitores
ou ouvintes de outros. Para cada notícia temos diferentes reações; ficamos alegres, indiferentes, concordamos
ou discordamos. Cada reação decorre da avaliação que fazemos da notícia quanto à sua ”adequação“, isto é,
se a julgamos boa ou ruim, construtiva ou destrutiva, certa ou errada, etc. Esta avaliação é individual, e está
baseada em conhecimento e valores, ou ainda na noção das leis de causa e efeito. Em muitos casos avaliamos
que a situação é injusta, ou seja, que o efeito é coerente com sua causa. Como um exemplo simples pode-se
citar um jogo de futebol onde a equipe A esteve melhor, mas acabou perdendo por um gol feito pela equipe B
no final da partida.
Mas o que é injustiça? Pelo exemplo que citamos, uma situação onde o resultado não é coerente com sua
causa ou intenção. Para esclarecer tomemos outro exemplo: o motorista A respeita a sinalização, porém sofre
um acidente devido ao motorista B, que naquele momento não respeitou a sinalização. Para o motorista A o
efeito sofrido é incoerente com seus atos, considerando exclusivamente o respeito à sinalização. Porém é
importante lembrar que o respeito às leis não foi a única escolha do motorista A; ambos os motoristas fizeram
escolhas que os levaram ao mesmo local.
Percebe-se que a ação isolada de uma pessoa contribui para o resultado, porém não o garante. Outros fatores
originários do meio ambiente e do meio social podem influenciar o resultado de uma ação. No exemplo do
jogo de futebol, as regras não impedem que uma equipe marque gols apenas por que joga mal. O resultado
está de acordo com as regras conhecidas e aceitas por ambas as equipes, e pode ocorrer.
Ao aceitarmos viver em um grupo social aceitamos influenciá-lo e sermos influenciados. Diante desta noção de
influência mútua conhecida e aceita, substitui-se o termo injustiça por distorção. No exemplo do jogo de
futebol, o resultado não depende somente da equipe A, mas de vários outros fatores, como a atitude da
equipe B ou a percepção dos juízes. No exemplo do motorista A, as atitudes de todos os demais motoristas,
dos pedestres, entre outros fatores, influenciarão nos desdobramentos da sua vida.
Pelo exposto conclui-se que não existe injustiça, pois cada indivíduo posiciona-se em um meio segundo
escolhas decorrentes do seu nível evolutivo, da sua proposta de vida, da sua mentalidade. Logo, está
aceitando as influências diversas advindas deste meio, e que certamente poderão distorcer os resultados
esperados a partir de suas ações.
Como avaliar então as diversas dificuldades que enfrentamos, ou as diferenças sociais existentes em nossa
própria cidade? Certamente um ambiente composto por indivíduos cuja visão restringe-se, em grande parte, a
seus interesses pessoais, tenderá a gerar distorções, pois o respeito pelo semelhante ou pelo ambiente não é
prioridade. E não sendo prioridade não há por que preservar planos, trajetórias ou equilíbrio de outros. O
contrário, que normalmente denominamos de “sociedade justa“, é aquela onde a intenção de um indivíduo
sofre pouca distorção devido às intenções dos demais, assim como o equilíbrio do ambiente é preservado.
Esta pouca distorção deriva de um sistema que preserva o respeito ao semelhante, à individualidade, à
diversidade e ao ambiente.
Com base no princípio do livre-arbítrio, apoiado na visão que a Doutrina dos Espíritos traz sobre Deus,
caracterizando-o como “causa primária de todas as coisas“, assim como “justo e bom“, fundamenta-se a
noção de que tudo é justo, pois deriva de uma causa justa. A relação entre as diversas causas possíveis e os
respectivos efeitos são as leis naturais do ambiente em que vivemos, das quais conhecemos ainda muito
pouco, mas que também estão vinculadas à causa primária, que é justa. A situação contemporânea seja nossa
individual, seja da sociedade, não necessariamente nos agrada, mas é efeito de nossas próprias atitudes ao
longo de nossas existências.
Por fim cabe perguntar quais influências esta reflexão pode ter em nosso cotidiano? Uma delas é a visão mais
crítica e menos revoltada sobre o ambiente, que não é injusto, e apenas reflete resultados de nossas diversas
ações. Se existem muitas distorções, muitas diferenças, cabe a cada um atuar para reduzi-las, e o primeiro
passo é expandir o conhecimento, com base no qual fazemos as escolhas.
23
O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco
O Espiritismo não é a religião que ausenta a pessoa da realidade, não é a filosofia que se
perde em especulação, não é a ciência que descobre sem dar sentido. Espiritismo é a ciência, a
religião e a filosofia que permitem, facilitam, orientam a ação, o comportamento diferenciado. A
Doutrina não é, portanto, uma doutrina de contemplação, da recompensa futura, do paraíso
prometido, da fuga da realidade.
Há espaço, dentro do Espiritismo, para a espera e planejamento, para a cautela e a
avaliação, há espaço para a ponderação e meditação, reflexão e preparação para a decisão. Mas o
Espiritismo é, essencialmente, a doutrina da ação, do fazimento. É a Doutrina da construção
pessoal e da construção social, da construção intelectual e moral, da construção de si mesmo
através da construção dos outros, da construção da mentalidade, da linguagem, dos atos, das
instituições, da sociedade, da construção espiritual.
A Doutrina, ao explicitar valores universais, sustenta a ação, o comportamento diferenciado,
continuado, da pessoa dentro de seu grupo cultural.
A Doutrina se caracteriza por um conjunto de princípios, fundamentos, conceitos, valores
que determinam uma visão singular do espírito, da sociedade, da natureza, do universo, do cosmo,
de Deus. À medida que a pessoa conhece, interpreta e contextualiza a visão espírita, ela é colocada
diante do desafio da coerência, da compatibilização entre conceito adquirido e ação. Entre a sua
nova mentalidade e a mentalidade de seu grupo cultural. Um hiato permanente, uma tensão
essencial entre o que se é e o que se pode ser, entre o ser e o vir-a-ser.
Só, de fato, se aproxima da Doutrina, a pessoa que alcança e expressa o novo
entendimento através de sua linguagem, de suas ações, de seu comportamento. Só é espírita
aquele que age com coerência em relação aos princípios que aceita, aquele que o tempo todo está
avaliando as suas ações, em todos os seus papéis e funções na sociedade, procurando cada vez
mais a coerência possível.
A condição para ser espírita não é só conhecer a Doutrina, embora seja fundamental
conhecê-la; não é apenas participar do centro espírita, embora seja importante dele participar; não
é se utilizar de instrumentos de equilíbrio desenvolvidos pela Doutrina embora sejam eficazes para
a preservação da saúde; não é se sentir bem ao participar do exercício mediúnico embora a
persistência e a continuidade na atividade mediúnica abra perspectivas novas para a pessoa. Ser
espírita é, fundamentalmente, fazer “integral mudança de seu comportamento porque sua
consciência crítica se alterou” (Leocádio J. Correia, fevereiro de 2000).
24
Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff
O que nos faz pensar que uma outra pessoa ou que muitas outras pessoas não são importantes? Que sua vida
não tem valor? Que não merecem nosso respeito ou a nossa atenção? O que nos leva a não gostar dos
outros? A não entendê-los ou a não aceitá-los?
Pode ser que alguns de nós vivenciemos algumas dificuldades de caráter biológico ou psicológico, o que
poderia explicar, mas nunca justificará qualquer ação de agressão à vida, ao meio e às pessoas.
O que fazer? O que fazer para não ser agredido, para não ser roubado, para não ter sua vida interrompida
pela ação de uma outra pessoa? O que fazer para não ser privado da companhia de alguém próximo, ou muito
próximo?
Quem de nós não deseja viver? Viver mais e melhor, na companhia da família e de amigos? O que fazer para
que possamos desfrutar nossa vida com tranqüilidade? Ou, pelo menos, com menor risco de interrupção
devido à ação invasiva de outras pessoas? Veja, refiro-me à pessoas, portanto, seres iguais a nós!
Talvez seja necessário cuidar mais dos outros. Isso mesmo, cuidar! Cuidar para que tenham o Amor como
referência de vida. Amor pela natureza, pelas pessoas (com base em exemplos de Amor). Quem sabe assim
as pessoas passem a gostar mais dos outros, a entender que a vida de todas as pessoas é muito importante e
que ela serão respeitadas como pessoas porque, pelo seu exemplo, ensinaram o respeito pelo ser humano.
Isso vai resolver no curto prazo? Certamente não significativamente, mas é no médio e no longo prazo que
precisamos pensar. Talvez não seja possível evitar outros assassinatos de crianças, de jovens e adultos no
curto prazo, mas certamente conseguiremos reduzir outros que aconteceriam quando a geração de crianças
de hoje alcance a maturidade e tenha seus filhos.
Não nos resta outra saída, senão cuidar das outras pessoas. Mas, quais ações práticas representariam este
cuidado? Vejamos alguns exemplos:
- Faça autoconhecimento. Pergunte-se: Qual é o propósito da minha vida? Mas pense se colocando no lugar
dos menos favorecidos (em diversos aspectos).
- Repense seu voto. Acompanhe seu representante e quem sabe, candidate-se também.
- Envolva-se em trabalhos comunitários.
- Faça planejamento pessoal para poder estudar, trabalhar, cooperar com os outros, participar da família,
cuidar da saúde.
- Preserve a natureza. Reduza a geração de lixo, poupe água e energia, use materiais recicláveis.
Enfim, existe além destas, muitas outras maneiras de ajudar pessoas a se construírem de tal forma que elas
vejam nos outros o significado de estar temporariamente na Terra e possam, por sua vez, investir sua
inteligência, seu tempo, seu potencial na preservação e valorização da vida.
Assim, mesmo sendo temporária, sua passagem por aqui, deixará contribuições permanentes. Por isso deseje
e faça por merecer o maior titulo que alguém pode desejar: o de uma pessoa boa!
Nelson José Wedderhoff
Consultor, professor do ensino superior
www.mediunato.org
25
Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff
Após uma tragédia coletiva como o acidente da GOL em 2006 ou o acidente da TAM em 2007, é
comum ouvirmos comentários de pessoas ligadas ao meio espírita procurando dar uma explicação que
conforte as pessoas que perderam seus entes queridos.
A maioria das explicações que temos ouvido e lido no meio espírita se direcionam para as ideias mais
trabalhadas pelas pessoas que buscam conforto e esperança. Uma é o acaso e a outra é o destino.
Dependendo da idéia de destino que o leitor faça, pode ficar a sensação de que era para ser assim ou que pela
imprevisibilidade do acaso, a tragédia se tornou inevitável. O perigo é que estas duas opções diminuem a
importância de se investigar causas, estabelecer responsabilidades e punir culpados para evitar que tais fatos
de repitam.
Se aceitarmos que se trata de destino, isto significa que a situação está sob controle de uma força
superior, o que equivale a negar o livre arbítrio. Tal idéia parece aceitável quando analisamos fenômenos
naturais, como terremotos, tsunamis, furacões e inundações. Mesmo assim, depois da primeira surpresa,
passamos a ter a opção de fazer algo a respeito para minimizar os danos decorrentes destas catástrofes
naturais previsíveis. Um exemplo disso está nos efeitos de alguns terremotos no Japão. É admirável notar
que fortes tremores de terra causem poucos danos em algumas áreas do Japão, ao passo que tremores
similares, causem enorme destruição e um enorme número de mortos em outros países. Os Japoneses não
tem controle sobre os terremotos, mas constroem seus novos prédios de modo a resistir a eles com o menor
dano possível.
Se aceitarmos que um acidente, como o TAM 3054, se trata de acaso, isto significa que a situação
não está nem sob o controle humano e nem sob o controle de uma força superior; ou seja, se os fatores
negativos coincidirem, o acidente se tornará inevitável. Estaríamos então nas mãos da sorte. Uma espécie de
loteria da vida onde se não chover tudo dará certo.
Ambas as linhas de pensamento nos encaminham para um perigoso conformismo capaz de gerar uma
repetição infindável de acidentes com perdas de vidas, sem esquecer, que devido ao caos aéreo há uma
enorme perda de tempo que poderia ser aplicado de maneira mais produtiva.
Precisamos pensar mais profundamente sobre o assunto, e tentar construir uma resposta que
sobreviva ao teste da lógica e seja coerente com o que sabemos dos princípios doutrinários do espiritismo.
Entre eles destacamos o princípio do livre arbítrio. Este princípio não significa que temos controle de tudo,
mas que somos responsáveis sobre os desdobramentos daquilo que está sob o nosso controle. O espiritismo
entende que livre arbítrio é o espírito agindo no limite do seu conhecimento e sendo responsável na medida do
seu entendimento.
As unidades culturais espíritas, apoiadas no estudo transdisciplinar da Filosofia, Ciência e Religião,
trabalham no desenvolvimento da capacidade pensante dos seus estudiosos encarnados e desencarnados.
Assim sendo, como espíritas, temos a responsabilidade de questionar, construir evidências e propor
referenciais que contribuam para a mudança nos padrões morais e administrativos das organizações
humanas. Afinal, em muitas situações, transferimos a estas organizações a responsabilidade pelo nosso bem
estar e segurança. Ao confiarmos nossas vidas à manutenção de uma empresa aérea; ao comando da
Aeronáutica ou às decisões de uma agencia reguladora, estamos renunciando a uma parte do nosso livre
arbítrio e passando o controle àqueles que comandam o sistema aéreo.
Quando rejeitamos a idéia de destino ou acaso, nos obrigamos a propor uma terceira alternativa que
explique racionalmente o que aconteceu. Esta terceira explicação aparece quando relacionamos as variáveis
que contribuíram para a ocorrência do acidente. Uma vez listada, a somatória de variáveis causais, indicam
que o acidente poderia ter sido evitado. Para tanto, bastava que cada um cumprisse o seu dever. Cumprir o
dever pode significar estar mais atento às condições de sucesso de qualquer ação. Pode ser uma viagem de
ônibus, um pouso, uma cirurgia, uma operação que pode levar uma empresa à falência, uma alimentação que
pode fazer muito mal, dirigir um automóvel, etc...
26
Em 1978 sobrevivi a uma tentativa de aterrissagem que não terminou em tragédia. Chegávamos ao
aeroporto de Congonhas em um vôo Vasp vindo de Foz do Iguaçu. Já era noite e o aeroporto estava sob uma
forte tempestade. Mesmo assim a torre de comando autorizou o pouso. Ventava muito. Éramos jogados de
um lado para outro nas poltronas a ponto de sentir dores devido ao choque dos quadris contra o apoio dos
braços. O medo era geral. No ultimo instante, ao perceber o fim da pista chegando rapidamente, o piloto
arremeteu o 737 e subiu em uma inclinação inacreditável para uma aeronave tão pesada. Dentro do avião a
gritaria era geral. Homens e mulheres choravam. Atrás de mim alguém gritou: - Eu não quero morrer!
Depois de um pouso suave em Viracopos, muitos bateram na porta da cabine de comando exigindo
que o piloto abrisse a porta e liberasse os passageiros. Depois de uma breve mensagem, o piloto levou o
avião para a cabeceira da pista, decolou novamente e voltou para Congonhas, onde, já sem vento, o pouso
ocorreu normalmente.
Perguntado sobre como via aquilo tudo, o presidente da empresa em que eu trabalhava e que estava
no mesmo vôo respondeu com uma serenidade invejável: - Acho que o piloto também não quer morrer e ele é
o mais preparado entre nós para decidir o que fazer.
Será que teria ocorrido o acidente da TAM se a proibição de pousar apenas com um reverso em dias
de chuva, aplicada ao avião presidencial, fosse também aplicada aos vôos comerciais? Ou se tivesse sido
proibido o pouso de aviões de grande porte em um aeroporto tão pequeno e sem pista de escape? Se a
derrapagem do vôo da Pantanal, no dia anterior e os alertas dos pilotos que apelidaram a pista de “skate no
gelo” fosse levada a sério pelas autoridades do Aeroporto, da Aeronáutica ou da agência reguladora, o
acidente teria ocorrido? Ou se a agência reguladora não tivesse enviado o documento que enganou a juíza que
fechou o aeroporto, forçando-a a liberar a pista recém reformada?
Será que as pessoas que deveriam ter assumido uma posição radical como fez a corajosa juíza, não
deixaram para alguém decidir, ou confiaram no acaso ou no destino?
Quando se somaram as variáveis com potencial de gerar acidentes como: avião de grande porte
pousando em pista de 1940 metros sem escape, comparado com pistas de até 4000 metros; chuva na pista;
pista nova com ausência de canaletas para escoamento da água; limitações no reverso, o qual era
extremamente importante em situações de chuva na pista, percebemos que o acidente se tornou impossível
de evitar. Assim sendo, mesmo sem um profundo conhecimento técnico, é possível a qualquer pessoa que o
analisa, compreender que este acidente ocorreu porque todas as pessoas diretamente envolvidas, permitiram
que a somatória de variáveis causais ultrapassasse os limites de segurança de pouso.
Sem uma melhor compreensão do livre arbítrio e das nossas conseqüentes responsabilidades,
continuaremos prisioneiros de mitos e crenças que tem o potencial de contribuir para gerar novas tragédias.
Como espíritos, todos sabemos de antemão que iremos desencarnar um dia. Saber qual dia e de que maneira
iremos morrer, não nos parece coerente com a lei da diversidade.
Administrar a nossa vida e os fatores que afetam a vida de outros com coerência é responsabilidade
de cada um; assim como, administrar recursos financeiros e técnicos, que impliquem em risco de interrupção
da vida encarnada de muitos é responsabilidade de poucos. Por isso, seria desejável que estas poucas pessoas
passassem a ter acesso a um melhor entendimento do sentido e do significado da vida; para que não sejamos
surpreendidos por novos acidentes que possam interromper nossos projetos de vida antes do esgotamento
natural do nosso capital de vida.
Depois que decola, o destino de um avião é o solo, quer seja por meio de um pouso normal, de um
pouso forçado ou de uma queda fatal. Só devemos lembrar que, antes do pouso, houve a livre escolha do
passageiro de aceitar o risco da viagem e a decisão soberana do piloto de autorizar a decolagem.
Quando as variáveis causais estiverem sob o controle humano, não há porque acreditar que somos
vítimas do destino ou do acaso. Assim sendo, precisamos assumir que somos responsáveis pelas variáveis que
estão sob nosso controle e cumprir com nosso dever sob pena de assumir sérios débitos morais perante nossa
consciência e, portanto, perante as leis naturais.
27
Livre	
  arbítrio	
  e	
  obsessão	
  -­‐	
  Rui	
  Paz	
  
	
  
A	
  obsessão	
  é	
  tema	
  recorrente	
  em	
  grande	
  parte	
  das	
  casas	
  espíritas.	
  Eu	
  diria,	
  inclusive,	
  que	
  em	
  muitas	
  este	
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é	
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  eixo	
  condutor	
  das	
  atividades	
  nessas	
  casas.	
  Portanto,	
  somente	
  por	
  essa	
  razão	
  a	
  questão	
  requer	
  uma	
  reflexão	
  
cuidadosa.	
  
	
  
O	
  conceito	
  corrente	
  sobre	
  obsessão	
  refere-­‐se,	
  via	
  de	
  regra,	
  à	
  influência	
  exercida	
  por	
  espíritos	
  malévolos	
  sobre	
  
outras	
  pessoas,	
  inclusive,	
  alcançando	
  estados	
  de	
  domínio	
  e	
  possessão.	
  Com	
  efeito,	
  a	
  pessoa	
  obsidiada	
  torna-­‐se	
  
vítima	
  de	
  um	
  controle	
  ao	
  qual	
  não	
  pode	
  resistir,	
  ou	
  seja,	
  seu	
  livre	
  arbítrio	
  fica	
  tolhido	
  pela	
  ação	
  de	
  terceiros.	
  
	
  
Ora,	
  em	
  primeiro	
  lugar,	
  devemos	
  refletir	
  sobre	
  algumas	
  questões	
  fundamentais	
  relativas	
  a	
  esse	
  suposto	
  
fenômeno:	
  há	
  espíritos	
  desencarnados	
  malévolos	
  entre	
  nós	
  encarnados?	
  O	
  que	
  acontece	
  depois	
  que	
  
desencarnamos?	
  Para	
  onde	
  vamos?	
  O	
  espírito,	
  sem	
  o	
  corpo	
  físico,	
  é	
  capaz	
  de	
  permanecer	
  aqui	
  na	
  Terra,	
  
segundo	
  a	
  sua	
  vontade?	
  
	
  
Vejamos.	
  Para	
  vivermos	
  na	
  matéria,	
  precisamos	
  de	
  um	
  corpo	
  físico	
  compatível	
  com	
  a	
  densidade	
  e	
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  frequência	
  
vibratória	
  dessa	
  matéria.	
  Em	
  outras	
  palavras,	
  é	
  preciso	
  estabelecer	
  uma	
  simetria	
  entre	
  matéria	
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  espírito.	
  Como	
  
ambos	
  são	
  substancialmente	
  diferentes,	
  o	
  corpo	
  e	
  o	
  perispírito	
  cumprem	
  essa	
  função	
  mediadora.	
  
Analogamente,	
  um	
  profissional	
  de	
  mergulho	
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  grandes	
  profundidades,	
  por	
  exemplo,	
  necessita	
  de	
  uma	
  
roupagem	
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  associada	
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  para	
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um	
  determinado	
  tempo.	
  Ora,	
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  por	
  
absoluta	
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  de	
  simetria.	
  
	
  
Então,	
  como	
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  vinculado	
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  polissistema	
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  sem	
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  mediação	
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  físico?	
  
Qualquer	
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  independentemente	
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  volitivo,	
  aqui	
  permanecer	
  
ao	
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  bel-­‐prazer?	
  
	
  
	
  
28
	
  
Política	
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  cidadania – Paulo	
  H.	
  Wedderhoff
Atribui-­‐se	
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  origem	
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  palavra	
  política	
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política,	
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   Quando	
  pensamos	
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  associamos	
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  decisões	
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  que	
  
podem	
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  cidade,	
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   Platão,	
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  Não	
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  Simplesmente	
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   Precisamos	
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  gregos,	
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   Muitas	
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  estradas,	
  
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  segurança,	
  financiamento	
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  gastos	
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  ou	
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  para	
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  cambio	
  
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  cidadã	
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  informar-­‐se,	
  
ouvir,	
  ler,	
  falar,	
  debater,	
  estudar	
  e	
  procurar	
  formar	
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  diferentes	
  problemas.	
  	
  
Com	
  consciência	
  política	
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  votar,	
  fazer	
  sugestões,	
  acompanhar	
  os	
  trabalhos	
  dos	
  seus	
  
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  exigir	
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  reagir	
  quando	
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  melhor	
  remédio	
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  que	
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  Brasil	
  desperte.	
  
	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  	
  
29
Observar e Pensar - Stephen Kanitz
O primeiro passo para aprender a pensar, curiosamente, é aprender a observar. Só que
isso, infelizmente, não é ensinado. Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo,
trancafiados que ficam numa sala de aula, estrategicamente colocada bem longe do dia-a-
dia e da realidade. Nossas escolas nos obrigam a estudar mais os livros de antigamente do
que a realidade que nos cerca. Observar, para muitos professores, significa ler o que os
grandes intelectuais do passado observaram – gente como Rousseau, Platão ou Keynes.
Só que esses grandes pensadores seriam os primeiros a dizer "esqueçam tudo o que
escrevi", se estivessem vivos. Na época não existia internet nem computadores, o mundo
era totalmente diferente. Eles ficariam chocados se soubessem que nossos alunos são
impedidos de observar o mundo que os cerca e obrigados a ler teoria escrita 200 ou 2.000
anos atrás – o que leva os jovens de hoje a se sentir alienados, confusos e sem respostas
coerentes para explicar a realidade.
Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário. Sou a favor de observar primeiro, ler
depois. Os livros se forem bons, confirmarão o que você já suspeitava. Ou porão tudo em
ordem, de forma esclarecedora. Existem livros antigos maravilhosos, com fatos que não podem ser esquecidos, mas
precisam ser dosados com o aprendizado da observação.
Ensinar a observar deveria ser a tarefa número 1 da educação. Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu
não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação, auxiliada talvez por novos instrumentos, como o
telescópio, o microscópio, o tomógrafo, ou pelo uso de novos algoritmos matemáticos. Se você tem dificuldade de raciocínio,
talvez seja porque não aprendeu a observar direito, e seu problema nada tem a ver com sua cabeça.
Ensinar a observar não é fácil. Primeiro você precisa eliminar os preconceitos, ou pré-conceitos, que são a carga de atitudes
e visões incorretas que alguns nos ensinam e nos impedem de enxergar o verdadeiro mundo. Há tanta coisa que é escrita
hoje simplesmente para defender os interesses do autor ou grupo que dissemina essa idéia, o que é assustador. Se você
quer ter uma visão independente, aprenda correndo a observar você mesmo.
Sou formado em contabilidade e administração. A contabilidade me ensinou a observar primeiro e opinar (muito) depois.
Ensinou-me o rigor da observação, da necessidade de dados corretamente contabilizados, e também a medir resultados, a
recusar achismos e opiniões pessoais. Aprendi ainda estatística e probabilidade, o método científico de chegar a conclusões,
e finalmente que nunca teremos certeza de nada. Mas aprendi muito tarde, tudo isso me deveria ter sido ensinado bem antes
da faculdade.
Se eu fosse ministro da Educação, criaria um curso obrigatório de técnicas de observação, quanto mais cedo na escala
educacional, melhor. Incentivaria os alunos a estudar menos e a observar mais, e de forma correta. Um curso que
apresentasse várias técnicas e treinasse os alunos a observar o mundo de diversas formas. O curso teria diariamente
exercícios de observação, como:
1. Pegue uma cadeira de rodas, vá à escola com ela por uma semana e sinta como é a vida de um deficiente físico no
Brasil.
2. Coloque uma venda nos olhos e vivencie o mundo como os cegos o vivenciam.
3. Escolha um vereador qualquer e observe o que ele faz ao longo de uma semana de trabalho. Observe quanto ele ganha
por tudo o que faz ou não faz.
Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz "vamos parar de discutir", no sentido de pensar e tentar "ver" o
problema de outro ângulo? Quantas vezes a gente simplesmente não "enxerga" a questão? Se você realmente quiser ter
idéias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no
caminho certo para começar a pensar.
30
Qual é o Problema? - Stephen Kanitz
Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em
administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos,
ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano.
Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era
uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará
durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a
carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes
do início das aulas. O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa
gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de
cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a
situação.
O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me
ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que
nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros,
esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de
marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem
descobriu o Brasil?".
Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser
respondidas ao longo da vida. Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em
que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de
ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o
método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível.
"Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a
primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que
não foi sequer formulada?".
Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais
fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que
tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular.
Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já
foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é
repeti-las na prova final.
Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil
e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a
minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números
da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os
problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as
melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas.
Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas,
depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas
brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas
errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido
qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada.
Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando
respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na
vida, são as perguntas. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora
Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18
31
Carbono14 uma máquina de tempo
Análise da presença de elementos químicos
radioativos permite estimar a idade dos
fósseis
Seis milhões de anos. Essa é a idade
daquela que provavelmente é nosso ancestral
mais antigo, conhecido pelo singelo nome
Orrorin tugenensis. Apesar de bem velhinho,
ele tem sido afrontado por muitos
paleontólogos, que duvidam do seu pedigree
(será ele realmente um hominídeo ou apenas
um chimpanzé?). Assim, oficialmente, a coroa
de vovô ainda pertence ao Ardipithecus ramidus, um garotão de 4,4 milhões de anos, e a briga entre esses
dois parece muito longe do fim.
Mas como os cientistas sabem que o Orrorin e o Ardipithecus viveram há tanto tempo? Ou, então,
como poderiam afirmar que o Santo Sudário – o manto que teria envolvido Jesus Cristo depois da crucificação
– deve ser falso, pois teria sido produzido na Idade Média, por volta de 1300 d.C.? Ou que certas pinturas nas
cavernas de Lascaux, na França, foram feitas por homens pré-históricos há 16 mil anos?
Resposta: por meio de testes com carbono-14. Mas que método é esse?
Imagine a seguinte situação: um rapaz, aos 20 anos, ostenta uma enorme cabeleira. Mas, para seu
desespero, a partir daí, o destino cruel começa a levar os cabelos. Aos 30 anos, restam metade dos fios dos
20. Aos 40, metade do que ele tinha aos 30. E assim por diante. Quer dizer: observando seus cabelos, sempre
poderemos estimar a idade.
Com os fósseis, o raciocínio é semelhante. Claro que ninguém analisa a cabeleira dos fósseis, mas sim
o teor de determinados elementos químicos na sua constituição, ou nos utensílios e rochas encontrados a eles.
No caso do carbono-14 (C-14), a idéia é a seguinte: as plantas absorvem o C-14 (14 é a soma de
prótons e nêutrons no núcleo desse átomo) durante a fotossíntese. O C-14 passa dos vegetais para os animais
pela cadeia alimentar. Assim, todos os seres vivos apresentam um certo teor fixo de C-14. Quando a planta
ou o animal morre, suas reservas de C-14 diminuem porque, como todos os elementos radioativos, o C-14
decai (transforma-se em outro elemento químico, no caso, o nitrogênio-14). O C-14 perde metade de sua
massa a cada 5.730 anos. Em outras palavras, temos um relógio que começa a funcionar no momento em que
o ser morre.
Esses 5.730 anos do C-14 são chamados de meia-vida. Dessa maneira, pode-se fazer a datação de um
fóssil (ou de um artefato de madeira, ou de uma pintura) pelo raciocínio abaixo, muito parecido com o do caso
do nosso amigo ex-cabeludo.
O único porém é que, depois de 70 mil anos, sobra tão pouco que fica difícil medir. É por isso que esse
método não serve para datação de materiais mais antigos.
Para esses casos, existem outros testes, quase todos baseados nos mesmos princípios de meia-vida e
radioatividade. Um exemplo é o método potássio (k-40)/argônio (Ar-40). O K-40, radioativo, decai, originando
o Ar-40 (meia-vida: 1,3 bilhão de anos). Por raciocínio semelhante ao do C-14, pode-se estimar a idade, por
exemplo, de rochas – como as lunares, de quatro bilhões de anos, trazidas pela expedição Apolo 11 – e de
fósseis, como os dos nossos avós Orrorin e Ardipithecus.
Até mesmo a idade do nosso planeta já foi calculada (método urânio-238/ chumbo-206) Com o
conhecimento da meia-vida do urânio-238 (4,5 bilhões de anos), chegou-se à estimativa de mais de 4,5
bilhões de anos.
É uma viagem no tempo que parece coisa de ficção científica. Mas que acontece de verdade, graças à
precisão e à criatividade dos pesquisadores.
10	
  
5	
  
2,5	
  
1,25	
  
0	
  
2	
  
4	
  
6	
  
8	
  
10	
  
5730	
   11460	
   17190	
   22920	
  
Concentração	
  do	
  Carbono	
  14	
  em	
  partes	
  
por	
  bilhão	
  	
  
anos	
  
32
Darwin	
  –	
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  24	
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  por	
  que	
  quando	
  pensamos	
  operamos	
  em	
  rede	
  mental?	
  
33
Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo
As religiões que pregam a sobrevivência do espírito após a morte do corpo são classificadas
como espiritualistas. Todos os espíritas são espiritualistas, mas nem todos os espiritualistas são
espíritas.
As religiões de modo geral, buscam entender e explicar o sentido da vida, da dor, morte,
bem como a vida além da vida e cada uma faz a sua interpretação possível, influenciada pela
cultura e pela consciência critica do seu tempo.
O Espiritismo pode ser conceituado como o estudo, a interpretação e a prática dos princípios
da Doutrina Espírita, descobertos e organizados por Allan Kardec.
Desde Allan Kardec e suas descobertas a comunicação com espíritos orientadores adquiriu
um novo padrão e têm propiciado aos estudiosos do assunto o acesso à informações que permitem
fazer o novo olhar sobre ambos os lados da vida.
Reencarnação
Apesar da crença na sobrevivência do espírito, muitas religiões pregam que só se encarna
uma vez. Em outras palavras é como se fosse proibido ao espírito voltar em um novo corpo para
aprender o que não foi possível aprender nesta encarnação, para os crentes na encarnação única,
ou até então, para os crentes nas experiências multi-encarnatórias.
Há outras correntes de pensamento religioso que acreditam na eterna recorrência, ou seja,
que o ser nunca se livra da reencarnação. O Espiritismo entende que o processo reencarnatório é
uma das fases da evolução do espírito.
Livre Arbítrio
O livre arbítrio, ou seja, nossa liberdade para pensar, falar e agir, bem como a ampliação
gradual da nossa consciência sobre esta liberdade e suas consequências faz parte do processo de
evolução do espírito.
Nossa liberdade é equilibrada por outra lei conhecida como causa e efeito. O fato de não
haver controle externo em nossas decisões, implica que também não há intervenção na colheita
dos efeitos do nosso plantio. Mais cedo ou mais tarde encontraremos os efeitos prazerosos ou
dolorosos do que ajudamos a construir em nosso presente, tanto pelas nossas ações como pelas
nossas omissões.
Mediunidade
Um dos recursos que dispomos como meio de acesso e orientação é a mediunidade. Este é
um recurso que todos temos em potencial e que usamos em maior ou menor grau e cujo
aperfeiçoamento depende do exercício.
Cada um de nós é como uma rádio ligada em tempo integral fazendo sintonia com as redes
de pensamento universal. Assim como o potencial de ouvir e aprender a falar dos bebês, podemos
aperfeiçoar nossa capacidade de fazer acesso e troca de ideais com as infinitas faixas mentais que
preenchem o universo do pensamento. Podemos comparar o potencial musical com o potencial
mediúnico. Como espíritos todos têm o potencial musical pleno, mas nem todos se interessam em
aprender a ler partituras, tocar instrumentos, compor melodias e cantar.
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  • 1. SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS ESPÍRITAS COLETÂNEA DE MATERIAL DE APOIO PARA USO NA APLICAÇÃO DO CURRÍCULO NOS GRUPOS DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO Agosto 2013 Versão 1.6 www.sbee.org.br sbee@sbee.org.br
  • 2. 2 O centro espírita busca revelar Deus ao ser e o ser a si mesmo. Nosso maior inimigo é o desconhecimento de quem somos. Espírito Leocádio José Correia O Centro Espírita deve trabalhar para alcançar o padrão de Universidade aberta. A Doutrina dos Espíritos ensina a pensar, não o que pensar. Espírito Antonio Grimm Currículo é vida; é, portanto, a totalidade das experiências do ser humano que são dirigidas, conotadas, para os fins de educação. O exercício mediúnico deve refletir no seu currículo a conduta de todos, permitindo uma linha processual educativa com continuidade e sequência. O futuro está aberto à todos. Espírito Marina Fidélis
  • 3. 3 SUMÁRIO Proposta desta coletânea .....................................................................................................5   Filosofia e objetivo do exercício mediúnico..............................................................................6   Planejamento do semestre de reuniões do GEM.......................................................................6   Fase preparatória - antecede o início do semestre ...................................................................6   Leitura básica e sugestões de releitura...................................................................................6   Livro Espiritismo e Currículo .................................................................................................6   Sugestões de leitura complementar e material de apoio ...........................................................7   Programa de atividades do Semestre.....................................................................................8   Plano de reunião semanal do GEM.........................................................................................8   Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4):...........................................................8   Avaliação ...........................................................................................................................9   Coordenando a reunião de exercício mediúnico .......................................................................9   Recursos da primeira reunião ...............................................................................................9   Técnicas de reunião.............................................................................................................9   Informativo da fase pré-curricular ....................................................................................... 12   Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico ........ 13   Currículo.......................................................................................................................... 13   Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 1 ............................................... 14   Plano de reunião de Grupo de Estudos Espíritas - Reunião nº 2 ............................................... 17   Auto-avaliação: ................................................................................................................ 20   Fazendo a diferença - Stephen Kanitz .................................................................................. 21   Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff .................................................................... 22   O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco........................................................................ 23   Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff.................................................................................... 24   Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff ................................. 25   Política e cidadania – Paulo H. Wedderhoff ............................................................................ 28   Observar e Pensar - Stephen Kanitz .................................................................................... 29   Carbono14 uma máquina de tempo ..................................................................................... 31   Darwin – A Origem das Espécies ......................................................................................... 32   Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo ........................................................................ 33   Reencarnação................................................................................................................... 33   Espiritualização................................................................................................................. 34   O que é o Espiritismo? – Alguns conceitos ............................................................................ 35   Doutrina dos Espíritos........................................................................................................ 36   Introdução à Filosofia ........................................................................................................ 37   O QUE É FILOSOFAR? ........................................................................................................ 37   Para que serve a filosofia?.................................................................................................. 40   CONCEITOS – O PASSE ..................................................................................................... 43   ÉTICA  é  uma  coisa  relativa?  Dinâmica ............................................................................................ 44   O Caso da Ponte ............................................................................................................... 45   Dinâmica de Grupo - O Caso da Ponte - Instruções para o Coordenador: .................................. 46   O Dilema da Vacina........................................................................................................... 48   O Dilema da Vacina (Parte 2) ............................................................................................. 49   O PODER DA EDUCAÇÃO – texto da dinâmica da vacina ............................................................... 50   VELÓRIO – Dinâmica ......................................................................................................... 51   TESTE: Você se conhece?................................................................................................... 52   Carta do Chefe Seatle........................................................................................................ 53   Evangelho no Lar .............................................................................................................. 55   FILMES............................................................................................................................ 56   Fichamento de leitura do livro “O Médium e o Exercício Mediúnico” da irmã Marina Fidélis........... 57   Allan Kardec (1804 - 1869) ................................................................................................ 60   Breve História do Espiritismo .............................................................................................. 61   Breve história da SBEE ...................................................................................................... 62  
  • 4. 4 O Livro da Vida................................................................................................................. 63   Um pequeno serviço.......................................................................................................... 64   A Resposta da Gratidão ..................................................................................................... 65   Competência e Humildade.................................................................................................. 66   Festival do Vinho .............................................................................................................. 67   Cercas ou Pontes?............................................................................................................. 68   Duas Histórias, Dois Destinos ............................................................................................. 69   A JANELA......................................................................................................................... 70   O monge e o escorpião ...................................................................................................... 71   A traseira do cavalo e a engenharia..................................................................................... 72   UMA PESCARIA INESQUECÍVEL........................................................................................... 73   SEM CHANCE.................................................................................................................... 75   VOCÊ É O QUE DESEJA SER ............................................................................................... 77   ECOGRAFIA DOS GEMEOS – módulo inicial........................................................................... 78   DIÁLOGO PRÉ NASCIMENTO – Módulo 2 ou 3 ....................................................................... 79   HAGAR – RECRUTADOR DE TRIPULAÇÕES – Sintonia entre semelhantes .................................. 80   HAGAR - RESOLUÇÃO DE ANO NOVO................................................................................... 81   O ECO ............................................................................................................................. 82   SÓ NÃO ERRA QUEM NÃO FAZ – ERRO COMO ACERTO EM PROCESSO ..................................... 83   CALVIN & HOBBES – Questões da vida - materialismo ........................................................... 84   CALVIN & HOBBES – Limites do livre arbítrio ........................................................................ 85   Exercício da Amnésia: ....................................................................................................... 87   Regras para viver no planeta Terra...................................................................................... 88   MOSAICO  TERAPEUTICO  NATURAL ............................................................................................... 89   Caminhante ..................................................................................................................... 90   Prece de Francisco de Assis ................................................................................................ 91   PAI NOSSO ...................................................................................................................... 92   A ignorância também mata. Alumínio: útil e mortal............................................................ 93   Alimentação Natural .......................................................................................................... 94   A Força da Prece............................................................................................................... 95   A eficiência da 'lei seca' ..................................................................................................... 97   Sócrates o filósofo e Hípias o sofista – (Teatro) ..................................................................... 98   DIÁLOGO EM ATENAS – (Teatro)......................................................................................... 99   Preâmbulo do livro “O Que é o Espiritismo” ........................................................................ 101   Exemplo de texto do Evangelho para leitura de debate - Morte Prematura .............................. 102   SBEE - Exercício Mediúnico – Módulo 2 (2/2002) ................................................................. 104   Deus ............................................................................................................................. 104   Jesus e a Moral Cristã...................................................................................................... 109   Um Homem Chamado Jesus ............................................................................................. 111   Da Pluralidade das Existências - A Reencarnação – O Livro dos Espíritos............................... 115   Reencarnação................................................................................................................. 117   Livre-arbítrio .................................................................................................................. 119   Cultura e Mediunidade ..................................................................................................... 120   Mediunidade – SBEE – Sociedade Brasileira de Estudos Espíritas – Maio/2000 ......................... 121   Trajetória de Vida ........................................................................................................... 122   Das coisas que presenciaram na terra do Eldorado - CAPÍTULO XVIII ..................................... 124   Um Novo Fim ................................................................................................................. 128   Decisão da Assembleia .................................................................................................... 129   Ética é uma coisa relativa? ............................................................................................... 129   INVENTÁRIO DA ESTRUTURA E ATIVIDADES DA SBEE – JUNHO DE 2006 - (SUMÁRIO) ........... 130   Caminhos da vida ........................................................................................................... 138   INDICE REMISSIVO DA COLETÂNEA 1.5............................................................................. 140  
  • 5. 5 Proposta desta coletânea A proposta deste trabalho é reunir um conjunto de documentos que possam servir de apoio para a leitura, estudo e debate nos grupos de exercício mediúnico. O livro ESPIRITISMO E CURRÍCULO II sugere os temas a serem trabalhados nos grupos; este trabalho sugere alguns artigos, recortes, reproduções e dinâmicas que podem facilitar a abordagem ao conhecimento que se pretende explorar. O conteúdo deste trabalho tem caráter exemplificativo e não deve ser visto como modelo, mas como padrão da diversidade de meios que o coordenador pode lançar mão para alcançar os objetivos do exercício mediúnico. Os recursos aqui disponibilizados podem servir tanto aos grupos que já possuem módulos sequenciais estruturados, como aos grupos que por razões diversas ainda não tem condições de aplicar o currículo proposto de forma sequencial. As fontes utilizadas são várias e incluem as obras da codificação espírita; livros editados pela SBEE; conteúdos do site www.sbee.org.br; jornal Documentos SBEE; edições da revista SER Espírita; matérias e artigos do site www.serespírita.com.br; artigos de jornais e revistas; notícias do cotidiano; artigos espíritas; dinâmicas de grupo e outras técnicas de apoio à condução das reuniões. Cada tema sugerido pelo currículo pode ser trabalhado com profundidade variável dependendo do módulo, prontidão ou experiência dos coordenadores e coordenandos. Para tanto o coordenador pode fazer uso de um documento base que facilite a abertura do debate e sirva de referencial para o coordenando. Tipicamente, a reunião do grupo de exercício mediúnico consiste em um debate em torno de uma questão onde o coordenador pede a opinião dos participantes; expressa sua opinião sobre o assunto; apresenta um material que sirva de referencia e conduz para uma conclusão antes da prece de encerramento da atividade do dia. A proposta não é convencer pessoas, mas ajudá-las a repensar o pensado, expondo ideias sem impor convicções. O convencimento ocorre de dentro para fora quando as evidências e o encadeamento lógico ajudam o coordenando a chegar à suas próprias conclusões. Sempre que um grupo, por alguma razão, recebe novos integrantes é importante relembrar os princípios básicos da Doutrina dos Espíritos para facilitar aos novos o entendimento e encadeamento das ideias que estão sendo trabalhadas.
  • 6. 6 Filosofia e objetivo do exercício mediúnico A filosofia do Grupo Exercício Mediúnico é alcançar o princípio básico da vida que é o espiritual e o planejamento das reuniões de grupos visa à aplicação do currículo dentro de uma pedagogia construtivista. O objetivo é promover em cada pessoa o autoconhecimento e o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa de seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções fundamentais ao gerenciamento mais consciente das oportunidades, desafios e contradições do cotidiano. Planejamento do semestre de reuniões do GEM Fase preparatória - antecede o início do semestre Antes do início do semestre é importante organizar o conteúdo e o material de apoio para o desenvolvimento das reuniões. Leitura básica e sugestões de releitura A leitura mínima recomendada ao coordenador e seu grupo pode ser encontrada nas páginas 39 e 63 do Livro Espiritismo e Currículo. Um método que o Coordenador pode utilizar no planejamento das 16 ou 18 reuniões do semestre é o de definir um tema para cada reunião e selecionar um texto ou outro recurso que represente o exemplo ou o apoio lógico do que se está debatendo ou estudando. Sugestões de releitura Como preparação para o início de cada semestre, recomenda-se a releitura periódica de textos, mensagens e livros de apoio, que permitem a ampliação e o enriquecimento da interpretação alcançada em leituras anteriores. 1- Textos de apoio e glossário do livro “Espiritismo e Currículo - 2011” 2 - Espiritismo e Exercício Mediúnico da Irmã Marina Fidélis 3 - O Médium e o Exercício Mediúnico pelo espírito Leocádio José Correia 4 - Cadernos de Psicofonias pelo espírito Antonio Grimm 5 - Textos do jornal Documentos SBEE 6 – Editoriais, textos, entrevistas, matérias e frases da revista SER Espírita 7 - A espiritualidade ilumina a vida do homem, entre outros livros pelo espírito Leocádio J. Correia. Livro Espiritismo e Currículo O livro que orienta a aplicação do currículo dos Grupos de Exercício Mediúnico apresenta o seguinte conteúdo:
  • 7. 7 Sugestões para o Ciclo Básico Sugestões para o Ciclo Complementar Glossário Textos de Apoio: Deus Jesus e a Moral Cristã Livre Arbítrio Mediunidade Reencarnação Espírito Evolução Trajetória de Vida Mediunato Espírita Homem Integral Auto atualização permanente Avaliação no Exercício Mediúnico Sugestões de leitura complementar e material de apoio • Filosofia para não filósofos. Albert Jacquard • Iniciação à História da Filosofia. Danilo Marcondes • Introdução à Filosofia Espírita – Herculano Pires • Sementes da descoberta científica. W.I.B. Beveridge • Ética para meu filho. Fernando Savater • As Perguntas da Vida. Fernando Savater • Sociologia básica. Machado Neto, A.L. • Cultura - Um Conceito Antropológico. Roque Laraya • Coleção Caminhos da Ciência. Steve Parker o Einstein e a Relatividade o Franklin e a Eletrostática o Edison e a Lâmpada Elétrica o Galileu e o Universo o Darwin e a Evolução o Newton e a Gravitação o Pasteur e os Microorganismos o Marie Curie e a Radioatividade Material de apoio Seleção de materiais que permitam fazer o cruzamento do cotidiano com os princípios doutrinários e que possam ajudar a enriquecer as reuniões: • editoriais de jornais • artigos de revistas e jornais • textos de apoio do livro Espiritismo e Currículo • tirinhas de jornais e revistas • imagens e outros recursos.
  • 8. 8 Programa de atividades do Semestre Definição dos temas, estratégias e técnicas que poderão ser aplicadas para as reuniões do semestre. Trata-se de um programa genérico, suscetível a mudanças no decorrer do semestre de acordo com o emergente do grupo. Plano de reunião semanal do GEM . Abertura: . Tema: . Assunto: . Objetivo: . Conteúdo: . Técnica: . Recursos: . Encerramento: Exemplo de um plano reunião: (aplicável ao Módulo 4): . Abertura: Prece Conversa dois a dois por cinco minutos . Tema: Autoconhecimento . Assunto: Objetivos de vida . Objetivo: Promover reflexão sobre história e trajetória de vida. . Conteúdo: . Construção do significado de história de vida; . Entendimento do que é trajetória de vida e o impacto das escolhas; . A importância do estabelecimento de objetivos de vida; . Técnica: . Primeiro momento: solicitar ao grupo que elabore um cartaz através de recorte e colagem, respondendo a questão: “Quais são os meus objetivos (2 ou 3) de vida?” . Segundo momento: breves apresentações individuais. . Terceiro momento: fechamento. . Recursos: Cartolina, cola, tesouras, revistas velhas. . Encerramento: Relaxamento rápido e prece final.
  • 9. 9 Avaliação A avaliação das reuniões de grupo de exercício mediúnico é processo e como tal deve ser contínua, ampla e permanente. Sua função é permitir o diagnóstico para manutenção ou correção de rota, assim como a auto-avaliação (do coordenador). No processo de avaliação cabe alguns questionamentos, entre outros: . Como coordenador(a), tenho procurado conhecer cada integrante do meu grupo? . Tenho sabido lidar com o emergente do grupo? . Tenho conseguido perceber o perfil dominante do grupo? (Mais científico. Mais afetivo. Mais preocupado com fenômenos.) . Conhecendo o perfil do grupo, tenho conseguido adaptar métodos, linguagem e conteúdo às suas necessidades? . Tenho procurado ampliar meu conhecimento através da boa leitura? . Tenho alcançado os objetivos planejados? . O grupo vem participando de forma ativa nas reuniões? Têm feito comentários e/ou perguntas? . Estou alcançando o que o grupo quer e o que ele precisa? . Os coordenandos vêm compreendendo os conceitos trabalhados? . Os coordenandos conseguem entender os desdobramentos dos conceitos e princípios trabalhados? . Os coordenandos tem conseguido aplicar os conceitos no seu cotidiano? Coordenando a reunião de exercício mediúnico O Coordenador do Grupo de Exercício Mediúnico – GEM é misto de estudante e facilitador de aprendizado. Entre as ferramentas que dispõe está a leitura da natureza, do mundo, dos textos, das pessoas e das coisas. Uma de suas grandes contribuições é o exemplo. A reunião é aberta com uma prece por parte do coordenador, segue com a leitura de um trecho do Evangelho que pode ou não ter relação com o tema a ser tratado. As técnicas devem se alternar de modo a não cansar os participantes. Se em uma semana a atividade foi uma palestra expositiva, a atividade da semana seguinte deve propiciar o debate que aprofunde o tema anterior esclarecendo dúvidas que possam ter ficado. Recursos da primeira reunião - Lista coletando nomes, fones e e-mails - Crachás com nome legível à distância - Regras de horário - Orientação sobre água fluída - Apresente o colega do lado. Técnicas de reunião São inúmeras as técnicas que podem ser adotadas de modo a enriquecer a prática das reuniões. Alguns exemplos abaixo:
  • 10. 10 . Apresentação expositiva e interativa. Após o “aquecimento” o apresentador coloca uma ou várias perguntas para incentivar a participação do grupo; . Discussão em grande grupo. Colocado o assunto em questão o coordenador vai estimulando o grupo e construindo os conceitos a partir da colaboração do grupo. . Discussão em sub-grupos utilizando textos com mesmo conteúdo ou com conteúdos diferentes de modo a permitir o cruzamento no momento da discussão em grande grupo. . Debate entre dois sub-grupos que defendem posições opostas. Dependendo da maturidade do grupo em um primeiro momento o coordenador solicita aos sub- grupos que discutam o assunto assumindo uma posição e no momento do debate inverte as posições.
  • 11. 11 REDE DE CONTATOS DO GRUPO DE EXERCÍCIO MEDIÚNICO Fone Fone Fone Nome e-mail Comercial Residencial Celular 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
  • 12. 12 Informativo da fase pré-curricular A filosofia do Exercício Mediúnico é a promoção, preservação e valorização da vida. Tem como objetivo maior promover em cada pessoa o desenvolvimento de uma consciência crítica e ativa de seu próprio processo de vida, trazendo instrumentos e instruções fundamentais ao gerenciamento de seu cotidiano. A Educação Espírita é libertadora. Procura, através do conhecimento, conscientizar e desenvolver em cada indivíduo o sentido universal da vida que é a evolução. A Educação Espírita quer revelar a cada um o que cada um realmente é. Entendemos que todas as potencialidades, todos os recursos, todas as ferramentas para a vida, existem e subsistem no interior da pessoa. O espiritismo é a vida e o caminho da vida. O Espiritismo, através da pedagogia da cultura, demonstra, permanentemente, que a consciência do homem representa a sua liberdade. Temos consciência de que o homem alcançará uma maior e melhor constituição do exterior pela força de seu interior. Alcançando-se é que o homem alcança o Universo; é sendo que ele é a vida. O Exercício Mediúnico é encontro, fraternidade, caridade e diálogo, troca de experiências e informações, é estudo e pesquisa, é construção do conhecimento. O grupo de Exercício Mediúnico busca, continuamente, na própria vida, a descoberta de novos caminhos, para a aprendizagem da vida. Trabalha permanentemente na abertura de horizontes mais amplos, mais claros, que permitam a cada um se renovar e crescer no sentido do seu viver. Secretaria do Exercício Mediúnico
  • 13. 13 Natureza e significado do convite para participação do GEM - Grupo de Exercício Mediúnico A escassez de pessoas, tempo e recursos nos obriga a concentrar esforços com pessoas realmente interessadas em ampliar o seu conhecimento dos princípios espíritas. O fato de vir até a casa espírita é um indicador da busca por um entendimento maior sobre o sentido e o significado da vida. O centro espírita é um laboratório que busca a verdade e deve trabalhar no sentido de alcançar e manter o foro de universidade aberta. Através do estudo da filosofia, da ciência e da religião, o Espiritismo busca oferecer os instrumentos e as instruções para que cada pessoa se revele a si mesma, alcance a identidade creatura-Creador e exerça seu livre arbítrio de maneira mais consciente. Currículo Seguimos um currículo que procura auxiliar cada um a fazer um melhor entendimento dos princípios da Doutrina Espírita: Deus Jesus e a moral cristã Reencarnação Livre arbítrio Mediunidade Imortalidade Espírito Evolução À medida que o estudioso espírita amplia seu conhecimento do significado de Deus, Jesus e seu exemplo, reencarnação, livre arbítrio, mediunidade, e outros princípios que vão se revelando à medida que seu entendimento se amplia, a visão de mundo se altera. Mudando a visão, mudam os valores e com isso o comportamento vai entrando em sintonia com as leis naturais. A assiduidade às reuniões do grupo de exercício mediúnico tem real importância, pois os temas se interligam uns com os outros e com o tempo o exercitando vai percebendo, não só a ligação entre os temas, com também o impacto do conhecimento adquirido no seu comportamento diário. Outro aspecto a considerar é o respeito aos espíritos que se acompanham cada exercitando durante o exercício mediúnico.
  • 14. 14 Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  1   1) Deixar  giz  e  apagador  disponíveis;   2) A  organização  das  cadeiras  em  semicírculo  facilita  a  integração  do  grupo;   3) Agradecer  a  presença  de  todos;   Se  houver  um  (a)  novo  (a)  participante  no  grupo,  é  importante  que  se  faça  uma  breve  apresentação   do(a)  mesmo(a):   .  nome   .  profissão    ou  atividade  que  exerça;   .  se    já  teve  contato  anterior  com  a  Doutrina  Espírita;   .  em  caso  positivo,  vale  a  pena  perguntar  se  já  participou  de  outros  grupos,  etc.     4) Tema  do  dia:  “Introdução  à  Doutrina  Espírita”   Primeira  parte:   Perguntar  ao  grupo  se  eles  podem  colaborar  indicando  os  principais  fundamentos  da  Doutrina   Espírita;   Escrever  no  quadro  na  medida  em  que  as  pessoas  forem  dizendo;   Listar  os  principais  fundamentos,  caso  eles  não  tenham  sido  mencionados  ainda:   Deus     Jesus  e  a  moral  cristã   Livre  arbítrio   Reencarnação   Mediunidade   Espírito   Evolução   Há  outros  importantes  como  a  caridade  e  o  amor  que  estão  inseridos  na  moral  cristã.   Os  fundamentos  não  são  exclusivos  da  Doutrina  Espírita,  pois  outras  religiões  também  reconhecem   e  trabalham  os  mesmos  princípios.  A  principal  diferença  está  na  interpretação  dada  pela  Doutrina.     Fazer  uma  breve  abordagem  sobre  cada  um  dos  fundamentos  da  Doutrina:   É  importante  estimular  a  participação  de  todos,  no  sentido  de  ir  compondo  os  conceitos.   Depois  que  o  grupo  expõe  suas  ideias,  cabe  ao  coordenador  fazer  a  síntese,  chegando  o  mais   próximo  possível  dos  conceitos  abaixo.   Deus  como  fundamento  do  fundamento  da  vida.  Causa  primária  de  todas  as  coisas.   Jesus  como  referencial  moral.  Construiu  valores  universais  únicos,  capazes  de  promover  mudanças   profundas.  O  significado  de  Jesus  encontra-­‐se  em  seu  exemplo  de  vida  e  nos  seus  ensinamentos.   Livre  arbítrio  –  a  possibilidade  de  cada  um  de  nós  fazer    nossas  escolhas  e  construir  a  nossa   trajetória,  tendo  de  um  lado  a  liberdade  de  escolha  e  no  outro  a  responsabilidade  pelas   consequências;  
  • 15. 15 Reencarnação  –  como  oportunidade  de,  na  vivência  material,  ampliar  conhecimento  e  aplicar  o  que   já  foi  construído  anteriormente;   Mediunidade  –  como  entendimento  de  que  a  vida  não  se  limita  ao  plano  material,  mas  sim  que  há   uma  interação  entre  o  material  e  o  espiritual.   Espírito  –  ser  vivo,  inteligente,  consciente,  do  universo.   (consciente  de  si  mesmo).   Evolução  –  capacidade  de  adaptação  e  transformação;     Segunda  parte:   A  Doutrina  Espírita  busca  o  entendimento,  a  construção  do  conhecimento  através  dos  três  eixos   do  conhecimento:     Cabe  neste  momento  também,  solicitar  a  participação  do  grupo.    Filosofia  –  porque  questiona  se  o  que  entendemos  ou  sabemos  é  mesmo  verdade;  porque  busca   novas  respostas  para  velhas  questões;  porque  busca  novas  questões;  porque  ensina  a  pensar  e   não  o  que  pensar;      Ciência  –  porque  busca  na  ciência  as  evidências  que  sustentem  o  conhecimento;  porque   incorpora  as  novas  descobertas  científicas  comprovadas;      Religião  –  a  interpretação  religiosa  para  a  Doutrina,  resulta    da  soma  de  conhecimento  de  várias   pessoas  encarnadas  e  desencarnadas.    Nâo    é  a  religião  do  sobrenatural,  do  mágico,  do  oculto,   do  mistério,  pois  toda  a  sua  extensão  é  alcançável  através  do  conhecimento.   A  religião  espírita  é  transformação  individual,  é  intensa  e  extensa  modificação  de   comportamento  da  pessoa,  segundo  valores  que  ampliam  a  consciência  de  sua  unidade  com  o   Creador.   Tem  como  base  a  moral  cristã.     Portanto,  na  visão  espírita,  a  interpretação  religiosa  não  está  isolada  da  ciência  e  da  filosofia.   A  ciência,  a  filosofia  e  religião  são  interdependentes  e  se  completam,  tendo  como  resultado   um  quadro  muito  mais  amplo  de  entendimento  do  ser  humano  e  da  vida,  do  que  cada  um   deles  isoladamente.     Terceira  parte:     Leitura  do  trecho  do  Evangelho  Segundo  o  Espiritismo  –  Capítulo  I   “  Aliança  da  Ciência  e  da  Religião”     A  leitura  deste  trecho  do  Evangelho  tem  por  objetivo  ilustrar  o  tema  até  agora  abordado,  da   Doutrina  Espírita  trafegar  pelos  três  eixos  do  conhecimento,  fazendo  a  unidade  do  conhecimento.    
  • 16. 16 8.  A  Ciência  e  a  Religião  são  as  duas  alavancas  da  inteligência  humana;  uma  revela  as  leis  do  mundo   material  e  a  outra  as  leis  do  mundo  moral;  mas  umas  e  outras,  tendo  o  mesmo  princípio  que  é  Deus,   não  podem  se  contradizer;    se  elas  são  a  negação  uma  da  outra,  uma  necessariamente  é  errada  e  a   outra  certa,  porque  Deus  não  pode  querer  destruir  sua  própria  obra.  A  incompatibilidade  que  se   acreditava  ver  entre  essas  duas  ordens  de  ideias,  prende-­‐se  a  um  defeito  de  observação  e  a  muito   de  exclusivismo  de  uma  parte  e  da  outra;  daí  um  conflito  de  onde  nasceram  a  incredulidade  e  a   intolerância.     Os  tempos  são  chegados  em  que  os  ensinamentos  do  Cristo  devem  receber  seu  complemento;  em   que  o  véu,  lançado  propositadamente  sobre  algumas  partes  desse  ensinamento,  deve  ser  levantado;   em  que  a  Ciência,  deixando  de  ser  exclusivamente  materialista,  deve  inteirar-­‐se  do  elemento   espiritual,  e  em  que  a  Religião,  cessando  de  menosprezar  as  leis  orgânicas  e  imutáveis  da  matéria,   essas  duas  forças,  apoiando-­‐se  uma  sobre  a  outra,  e  andando  juntas,  se  prestarão  um  mútuo  apoio.   Então,  a  Religião,  não  recebendo  mais  o  desmentido  da  Ciência,  adquirirá  uma  força  inabalável,   porque  estará  de  acordo  com  a  razão,  e  não  se  lhe  poderá  opor  a  irresistível    lógica  dos  fatos.     Quarta  parte:   Se  houver  tempo,  pedir  para  o  grupo  comentar  rapidamente  sobre  o  trecho  do  Evangelho.     Quinta  e  última  parte:   Prece  de  encerramento.     Observações:   É  importante  estimular  a  participação  de  todos,  pois  é  comum  que  algumas  pessoas  sejam  mais   falantes  que  outras.   É  preciso  também,  ao  solicitar  ao  grupo  os  comentários,  manter  o  controle  da  reunião  e  do  tempo,   para  que  todos  possam  participar.  
  • 17. 17   Plano  de  reunião  de  Grupo  de  Estudos  Espíritas  -­‐  Reunião  nº  2   1) Deixar  giz  e  apagador  disponíveis;   2) A  organização  das  cadeiras  em  semicírculo  facilita  a  integração  do  grupo;   3) Agradecer  a  presença  de  todos;   Se  houver  um(a)  novo(a)  participante  no  grupo,  é  importante  que  se  faça  uma  breve  apresentação  do(a)   mesmo(a):   .  nome   .  profissão  ou  atividade  que  exerça;   .  se  já  teve  contato  com  a  Doutrina  Espírita;   .  em  caso  positivo,  vale  a  pena  perguntar  se  já  participou  de  outros  grupos,  etc.     4) Tema  do  dia:  “Espírito”   Primeira  parte:     Pedir  para  que  o  grupo  se  divida  em  duplas;     As  duplas  irão  conversar    por  5  a  10  minutos    no  máximo,  sobre  “o  que  entendem  por  espírito”;   Terminada  a  discussão,  cada  uma  das  duplas  apresenta  seu  entendimento,  que  é  registrado  no   quadro,  de  forma  resumida;     Segunda  parte:   Aproveitando  da  melhor  forma  possível,  a  contribuição  apresentada  pelas  duplas,  o  coordenador   inicia  a  apresentação  do  conteúdo  do  dia.   A  ideia  de  espírito  não  está  associada  à  morte  ou  à  dor.  Com  o  entendimento  do  que  é  o   espírito,  a  morte  deixa  de  significar  a  extinção  do  ser.   Espírito  não  é  fantasma,  nem  incorpora.     Conceito  de  espírito:   Neste  momento  cabe  uma  colocação:   Pergunta-­‐se  ao  grupo  se  eles  sabem  a  diferença  entre  “definição”  e  “conceito”.   Explicação:   A  definição  fecha,  define  limites,  dá  a  ideia  de  que  não  sofrerá  mudanças.   O  conceito  por  sua  vez  é  aberto,  permite  interpretações  e  ampliações  na  medida  em  que  o   conhecimento  e  a  consciência  se  ampliam.   Conceito  de  espírito:   Ser  vivo,  inteligente,  consciente  do  universo.  
  • 18. 18 Através  do  processo  de  evolução  pelo  conhecimento,  os  seres  vivos  passam  de  seres  vivos   inteligentes,  para  seres  vivos  auto  conscientes,  a  que  chamamos  de  espírito.   Ser  vivo  que  alcançou  um  patamar  de  inteligência  e  consciência  de  si  mesmo,  ou  seja,  com  a   capacidade  de  se  perguntar    -­‐  “quem  sou  eu?”  “qual  o  significado  da  vida?”  etc...   O  nível  de  consciência  de  cada  espírito  é  diferenciado,  pois  depende  da  sua  história.   O  espírito  é  em  essência  conhecimento  acumulado:  o  acervo  de  cada  um,  a  história,  a  trajetória,   todas  as  escolhas  feitas  no  exercício  do  livre  arbítrio.     Este  acervo  é  que  dá  a  cada  um  a  individualidade  e  a  singularidade.    É  o  que  o  Irmão  Antonio   Grimm,  um  dos  mentores  da  SBEE,  denomina  de  “irredutibilidade  da  singularidade”.   Ou  seja,  o  espírito  é  irredutível  porque  não  há  como  negar  as  escolhas  que  fez,  o  conhecimento   que  acumulou  ninguém  retira  ou  diminui.   Para  fazer  o  acúmulo  de  conhecimento,  periodicamente  o  espírito  faz  o  trânsito  entre  o   polissistema  material  e  o  polissistema  espiritual,  gerando  experiências,  vivências,  convivências   que  lhe  são  úteis.   Quando  o  espírito  está  transitando  na  matéria,  ou  seja,  está  encarnado,  ele  é  imortal.  Embora  a   matéria  pereça,  quem  está  dando  vida  àquele  corpo  físico,  é  imortal,  não  vai  se  desagregar  com   a  desagregação  do  corpo  físico.  Não  há  morte,  mas  sim  evolução.   O  espírito  assume  funções,  desempenha  papéis,  ocupa  espaços,  sustenta  compromissos,   determina  uma  trajetória  no  exercício  do  seu  livre  arbítrio  que  lhe  permite  romper  suas   limitações  e  aplicar  suas  habilidade  e  capacidades.       Evolução  =  evoluir  implica  em  mudar  a  mentalidade  e  a  massa  crítica  do  grupo  social.       É  o  objetivo  da  vida.  Para  a  Doutrina,  evolução  significa  modificação  de  comportamento   pelo  acúmulo,  associação  e  operação  de  experiências.   Principais  características  do  espírito:   • Individualidade   • Inteligência  =  capacidade  de  se  adaptar;  capacidade  de  resolver  problemas;   • Percepção   • Intuição   • Razão   • Imaginação  =>  dá  sentido  ao  que  percebe   • Memória   • Vontade,  capacidade  de  agir,  de  fazer   Portanto,  o  espírito  faz  o  trânsito  entre  frequências  diferenciadas  –  encarnado  no  polissistema   material  e  desencarnado  no  polissistema  espiritual.  Para  mudar  de  frequência,  do  polissitema  
  • 19. 19 espiritual  para  o  material,  precisa  de  equipamento  especial  que  é  o  corpo  físico.  Para  estar  e   ficar  na  matéria  precisa  do  corpo  físico.   Para  fazer  a  interface  do  PSE  com  o  PSM  precisa  do  períspirito     Espírito  desencarnado         Espírito  encarnado             espírito             espírito             perispírito           perispírito                           corpo     Quando  encarna,  o  espírito  faz  a  somatória  do  seu  acervo  mais  toda  a  informação  genética  que   recebe.   Espírito  encarnado  =   Acervo  do  espírito      +          genética  (história  biológica)      +      cultura   O  corpo  humano  possui  aproximadamente  60  trilhões  de  células  e  aproximadamente  100   bilhões  de  neurônios.   O  espírito  é  o  grande  maestro  que  dá  o  ritmo  e  estrutura  o  corpo.   O  espírito,  quando  encarnado,  percebe  pelos  sentidos  físicos.  
  • 20. 20 Auto-avaliação: 1) Quem eu sou? 2) Quem eu amo? 3) Como eu vejo e sinto DEUS? 4) Estou realizando meus objetivos? 5) O que eu quero fazer? 6) O que eu pensava há um ano atrás? 7) O que faço para deixar as pessoas mais alegres? 8) O que posso fazer para melhorar o mundo? 9) Faça um verbete: quem sou? Com se fosse para ser publicado em uma enciclopédia.
  • 21. 21 Fazendo a diferença - Stephen Kanitz Ser rico, famoso ou poderoso tem sido o objetivo da maioria das pessoas, mas sempre falta algo. Recentemente, ouvi sobre uma nova postura ética de sucesso, que vale a pena resumir aqui, porque na época ninguém noticiou. Numa reunião no World Economic Forum, em Davos, o local onde o mundo empresarial se reúne uma vez por ano em janeiro, um empresário que acabava de fazer um tremendo negócio foi convidado numa das várias sessões a expor suas idéias. Primeiro perguntaram como ele se sentia, subitamente um bilionário. Sem pestanejar um único minuto, ele afirmou que o dinheiro não lhe pertencia, e que doaria toda sua fortuna a instituições beneficentes. "Sou simplesmente fruto do acaso, tenho os genes certos e estou no momento certo, no setor certo. É difícil falar em 'mérito' numa situação dessas." "Se eu, o Bill Gates aqui presente, ou então o Warren Buffett, tivéssemos nascido 2.000 anos atrás, nenhum de nós teria tido o porte atlético necessário para se tornar um general do Império Romano, posição de destaque equivalente à nossa, na época. Teríamos sido trucidados na primeira batalha." Alguns seres humanos sempre estarão momentaneamente mais adequados ao ambiente que os outros e receberão, portanto, melhores salários, apesar do esforço dos demais. A idéia da meritocracia, tão decantada pela direita conservadora como justificativa para a sua riqueza, cai por terra se levarmos em consideração a nova teoria de que somos todos frutos do acaso genético das interpolações do DNA de nossos pais. Se nossos genes são mero acaso da variação genética, falar em QI, mérito, proeza atlética e se achar merecedor de 100% dos ganhos que esses atributos nos proporcionam não faz mais muito sentido. O que há de meritocrático em ter os genes certos? Ninguém está sugerindo o outro extremo de salários iguais para todos, porque toda sociedade precisa incentivar os que se esforçam mais, os que trabalham melhor e especialmente os que assumem riscos e têm a coragem de inovar. O que essa nova postura sugere delicadamente é uma maior humildade e generosidade daqueles que ganham fortunas por ter uma inteligência superior, um porte atlético avantajado ou um talento excepcional. Por trás de toda "fortuna" existe um elemento de sorte, muito maior do que os "afortunados" gostariam de admitir. Mas a frase que mais tocou a platéia estarrecida foi esta: "Mesmo doando toda a minha fortuna", disse o empresário, "continuará a existir uma enorme injustiça social no mundo. Eu terei tido um privilégio que muitos não terão. O privilégio de ter feito uma diferença com o meu trabalho e minha vida." Segundo essa visão, o mundo é dividido entre aqueles que fizeram ou não uma diferença com sua vida, o dinheiro não é o objetivo final. E existem inúmeras maneiras de fazer uma diferença, desde inventar coisas, gerar novos empregos, criar novos produtos, até ajudar os outros com o dinheiro obtido. Aproximadamente 55% dos empresários americanos não pretendem legar sua fortuna aos filhos. Acham que estariam estragando sua vida gerando playboys e um bando de infelizes. Percebem que o divertido na vida é chegar lá, não estar lá. Ser filho de empresário e receber de mão beijada uma BMW, um Rolex e uma supermesada não é o caminho mais curto para a felicidade. Muito pelo contrário, é uma roubada. Por isso, os ricos de lá criaram instituições como a Fundação Rockfeller, a Fundação Ford, a Fundação Kellogg, a Fundação Hewlett. No Brasil, estamos muito longe de convencer os empresários a fazer o mesmo, razão pela qual sua fortuna provavelmente virará mais um imposto. O imposto sobre herança. O segredo da felicidade, portanto, não é ganhar dinheiro, que a maioria acabará perdendo de uma forma ou de outra. O segredo é ter feito uma diferença. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Revista Veja, Editora Abril, edição 1838, ano 37, nº 4, 28 de janeiro de 2004
  • 22. 22 Existe mesmo injustiça? - Nelson J. Wedderhoff O contato com a realidade do nosso tempo é constante. Somos testemunhas oculares de muitos fatos, leitores ou ouvintes de outros. Para cada notícia temos diferentes reações; ficamos alegres, indiferentes, concordamos ou discordamos. Cada reação decorre da avaliação que fazemos da notícia quanto à sua ”adequação“, isto é, se a julgamos boa ou ruim, construtiva ou destrutiva, certa ou errada, etc. Esta avaliação é individual, e está baseada em conhecimento e valores, ou ainda na noção das leis de causa e efeito. Em muitos casos avaliamos que a situação é injusta, ou seja, que o efeito é coerente com sua causa. Como um exemplo simples pode-se citar um jogo de futebol onde a equipe A esteve melhor, mas acabou perdendo por um gol feito pela equipe B no final da partida. Mas o que é injustiça? Pelo exemplo que citamos, uma situação onde o resultado não é coerente com sua causa ou intenção. Para esclarecer tomemos outro exemplo: o motorista A respeita a sinalização, porém sofre um acidente devido ao motorista B, que naquele momento não respeitou a sinalização. Para o motorista A o efeito sofrido é incoerente com seus atos, considerando exclusivamente o respeito à sinalização. Porém é importante lembrar que o respeito às leis não foi a única escolha do motorista A; ambos os motoristas fizeram escolhas que os levaram ao mesmo local. Percebe-se que a ação isolada de uma pessoa contribui para o resultado, porém não o garante. Outros fatores originários do meio ambiente e do meio social podem influenciar o resultado de uma ação. No exemplo do jogo de futebol, as regras não impedem que uma equipe marque gols apenas por que joga mal. O resultado está de acordo com as regras conhecidas e aceitas por ambas as equipes, e pode ocorrer. Ao aceitarmos viver em um grupo social aceitamos influenciá-lo e sermos influenciados. Diante desta noção de influência mútua conhecida e aceita, substitui-se o termo injustiça por distorção. No exemplo do jogo de futebol, o resultado não depende somente da equipe A, mas de vários outros fatores, como a atitude da equipe B ou a percepção dos juízes. No exemplo do motorista A, as atitudes de todos os demais motoristas, dos pedestres, entre outros fatores, influenciarão nos desdobramentos da sua vida. Pelo exposto conclui-se que não existe injustiça, pois cada indivíduo posiciona-se em um meio segundo escolhas decorrentes do seu nível evolutivo, da sua proposta de vida, da sua mentalidade. Logo, está aceitando as influências diversas advindas deste meio, e que certamente poderão distorcer os resultados esperados a partir de suas ações. Como avaliar então as diversas dificuldades que enfrentamos, ou as diferenças sociais existentes em nossa própria cidade? Certamente um ambiente composto por indivíduos cuja visão restringe-se, em grande parte, a seus interesses pessoais, tenderá a gerar distorções, pois o respeito pelo semelhante ou pelo ambiente não é prioridade. E não sendo prioridade não há por que preservar planos, trajetórias ou equilíbrio de outros. O contrário, que normalmente denominamos de “sociedade justa“, é aquela onde a intenção de um indivíduo sofre pouca distorção devido às intenções dos demais, assim como o equilíbrio do ambiente é preservado. Esta pouca distorção deriva de um sistema que preserva o respeito ao semelhante, à individualidade, à diversidade e ao ambiente. Com base no princípio do livre-arbítrio, apoiado na visão que a Doutrina dos Espíritos traz sobre Deus, caracterizando-o como “causa primária de todas as coisas“, assim como “justo e bom“, fundamenta-se a noção de que tudo é justo, pois deriva de uma causa justa. A relação entre as diversas causas possíveis e os respectivos efeitos são as leis naturais do ambiente em que vivemos, das quais conhecemos ainda muito pouco, mas que também estão vinculadas à causa primária, que é justa. A situação contemporânea seja nossa individual, seja da sociedade, não necessariamente nos agrada, mas é efeito de nossas próprias atitudes ao longo de nossas existências. Por fim cabe perguntar quais influências esta reflexão pode ter em nosso cotidiano? Uma delas é a visão mais crítica e menos revoltada sobre o ambiente, que não é injusto, e apenas reflete resultados de nossas diversas ações. Se existem muitas distorções, muitas diferenças, cabe a cada um atuar para reduzi-las, e o primeiro passo é expandir o conhecimento, com base no qual fazemos as escolhas.
  • 23. 23 O que é ser espírita? - Mario Eduardo Branco O Espiritismo não é a religião que ausenta a pessoa da realidade, não é a filosofia que se perde em especulação, não é a ciência que descobre sem dar sentido. Espiritismo é a ciência, a religião e a filosofia que permitem, facilitam, orientam a ação, o comportamento diferenciado. A Doutrina não é, portanto, uma doutrina de contemplação, da recompensa futura, do paraíso prometido, da fuga da realidade. Há espaço, dentro do Espiritismo, para a espera e planejamento, para a cautela e a avaliação, há espaço para a ponderação e meditação, reflexão e preparação para a decisão. Mas o Espiritismo é, essencialmente, a doutrina da ação, do fazimento. É a Doutrina da construção pessoal e da construção social, da construção intelectual e moral, da construção de si mesmo através da construção dos outros, da construção da mentalidade, da linguagem, dos atos, das instituições, da sociedade, da construção espiritual. A Doutrina, ao explicitar valores universais, sustenta a ação, o comportamento diferenciado, continuado, da pessoa dentro de seu grupo cultural. A Doutrina se caracteriza por um conjunto de princípios, fundamentos, conceitos, valores que determinam uma visão singular do espírito, da sociedade, da natureza, do universo, do cosmo, de Deus. À medida que a pessoa conhece, interpreta e contextualiza a visão espírita, ela é colocada diante do desafio da coerência, da compatibilização entre conceito adquirido e ação. Entre a sua nova mentalidade e a mentalidade de seu grupo cultural. Um hiato permanente, uma tensão essencial entre o que se é e o que se pode ser, entre o ser e o vir-a-ser. Só, de fato, se aproxima da Doutrina, a pessoa que alcança e expressa o novo entendimento através de sua linguagem, de suas ações, de seu comportamento. Só é espírita aquele que age com coerência em relação aos princípios que aceita, aquele que o tempo todo está avaliando as suas ações, em todos os seus papéis e funções na sociedade, procurando cada vez mais a coerência possível. A condição para ser espírita não é só conhecer a Doutrina, embora seja fundamental conhecê-la; não é apenas participar do centro espírita, embora seja importante dele participar; não é se utilizar de instrumentos de equilíbrio desenvolvidos pela Doutrina embora sejam eficazes para a preservação da saúde; não é se sentir bem ao participar do exercício mediúnico embora a persistência e a continuidade na atividade mediúnica abra perspectivas novas para a pessoa. Ser espírita é, fundamentalmente, fazer “integral mudança de seu comportamento porque sua consciência crítica se alterou” (Leocádio J. Correia, fevereiro de 2000).
  • 24. 24 Fazer o quê? - Nelson J. Wedderhoff O que nos faz pensar que uma outra pessoa ou que muitas outras pessoas não são importantes? Que sua vida não tem valor? Que não merecem nosso respeito ou a nossa atenção? O que nos leva a não gostar dos outros? A não entendê-los ou a não aceitá-los? Pode ser que alguns de nós vivenciemos algumas dificuldades de caráter biológico ou psicológico, o que poderia explicar, mas nunca justificará qualquer ação de agressão à vida, ao meio e às pessoas. O que fazer? O que fazer para não ser agredido, para não ser roubado, para não ter sua vida interrompida pela ação de uma outra pessoa? O que fazer para não ser privado da companhia de alguém próximo, ou muito próximo? Quem de nós não deseja viver? Viver mais e melhor, na companhia da família e de amigos? O que fazer para que possamos desfrutar nossa vida com tranqüilidade? Ou, pelo menos, com menor risco de interrupção devido à ação invasiva de outras pessoas? Veja, refiro-me à pessoas, portanto, seres iguais a nós! Talvez seja necessário cuidar mais dos outros. Isso mesmo, cuidar! Cuidar para que tenham o Amor como referência de vida. Amor pela natureza, pelas pessoas (com base em exemplos de Amor). Quem sabe assim as pessoas passem a gostar mais dos outros, a entender que a vida de todas as pessoas é muito importante e que ela serão respeitadas como pessoas porque, pelo seu exemplo, ensinaram o respeito pelo ser humano. Isso vai resolver no curto prazo? Certamente não significativamente, mas é no médio e no longo prazo que precisamos pensar. Talvez não seja possível evitar outros assassinatos de crianças, de jovens e adultos no curto prazo, mas certamente conseguiremos reduzir outros que aconteceriam quando a geração de crianças de hoje alcance a maturidade e tenha seus filhos. Não nos resta outra saída, senão cuidar das outras pessoas. Mas, quais ações práticas representariam este cuidado? Vejamos alguns exemplos: - Faça autoconhecimento. Pergunte-se: Qual é o propósito da minha vida? Mas pense se colocando no lugar dos menos favorecidos (em diversos aspectos). - Repense seu voto. Acompanhe seu representante e quem sabe, candidate-se também. - Envolva-se em trabalhos comunitários. - Faça planejamento pessoal para poder estudar, trabalhar, cooperar com os outros, participar da família, cuidar da saúde. - Preserve a natureza. Reduza a geração de lixo, poupe água e energia, use materiais recicláveis. Enfim, existe além destas, muitas outras maneiras de ajudar pessoas a se construírem de tal forma que elas vejam nos outros o significado de estar temporariamente na Terra e possam, por sua vez, investir sua inteligência, seu tempo, seu potencial na preservação e valorização da vida. Assim, mesmo sendo temporária, sua passagem por aqui, deixará contribuições permanentes. Por isso deseje e faça por merecer o maior titulo que alguém pode desejar: o de uma pessoa boa! Nelson José Wedderhoff Consultor, professor do ensino superior www.mediunato.org
  • 25. 25 Vôo Tam 3054 – Acaso, Destino ou Livre Arbítrio? - Paulo H. Wedderhoff Após uma tragédia coletiva como o acidente da GOL em 2006 ou o acidente da TAM em 2007, é comum ouvirmos comentários de pessoas ligadas ao meio espírita procurando dar uma explicação que conforte as pessoas que perderam seus entes queridos. A maioria das explicações que temos ouvido e lido no meio espírita se direcionam para as ideias mais trabalhadas pelas pessoas que buscam conforto e esperança. Uma é o acaso e a outra é o destino. Dependendo da idéia de destino que o leitor faça, pode ficar a sensação de que era para ser assim ou que pela imprevisibilidade do acaso, a tragédia se tornou inevitável. O perigo é que estas duas opções diminuem a importância de se investigar causas, estabelecer responsabilidades e punir culpados para evitar que tais fatos de repitam. Se aceitarmos que se trata de destino, isto significa que a situação está sob controle de uma força superior, o que equivale a negar o livre arbítrio. Tal idéia parece aceitável quando analisamos fenômenos naturais, como terremotos, tsunamis, furacões e inundações. Mesmo assim, depois da primeira surpresa, passamos a ter a opção de fazer algo a respeito para minimizar os danos decorrentes destas catástrofes naturais previsíveis. Um exemplo disso está nos efeitos de alguns terremotos no Japão. É admirável notar que fortes tremores de terra causem poucos danos em algumas áreas do Japão, ao passo que tremores similares, causem enorme destruição e um enorme número de mortos em outros países. Os Japoneses não tem controle sobre os terremotos, mas constroem seus novos prédios de modo a resistir a eles com o menor dano possível. Se aceitarmos que um acidente, como o TAM 3054, se trata de acaso, isto significa que a situação não está nem sob o controle humano e nem sob o controle de uma força superior; ou seja, se os fatores negativos coincidirem, o acidente se tornará inevitável. Estaríamos então nas mãos da sorte. Uma espécie de loteria da vida onde se não chover tudo dará certo. Ambas as linhas de pensamento nos encaminham para um perigoso conformismo capaz de gerar uma repetição infindável de acidentes com perdas de vidas, sem esquecer, que devido ao caos aéreo há uma enorme perda de tempo que poderia ser aplicado de maneira mais produtiva. Precisamos pensar mais profundamente sobre o assunto, e tentar construir uma resposta que sobreviva ao teste da lógica e seja coerente com o que sabemos dos princípios doutrinários do espiritismo. Entre eles destacamos o princípio do livre arbítrio. Este princípio não significa que temos controle de tudo, mas que somos responsáveis sobre os desdobramentos daquilo que está sob o nosso controle. O espiritismo entende que livre arbítrio é o espírito agindo no limite do seu conhecimento e sendo responsável na medida do seu entendimento. As unidades culturais espíritas, apoiadas no estudo transdisciplinar da Filosofia, Ciência e Religião, trabalham no desenvolvimento da capacidade pensante dos seus estudiosos encarnados e desencarnados. Assim sendo, como espíritas, temos a responsabilidade de questionar, construir evidências e propor referenciais que contribuam para a mudança nos padrões morais e administrativos das organizações humanas. Afinal, em muitas situações, transferimos a estas organizações a responsabilidade pelo nosso bem estar e segurança. Ao confiarmos nossas vidas à manutenção de uma empresa aérea; ao comando da Aeronáutica ou às decisões de uma agencia reguladora, estamos renunciando a uma parte do nosso livre arbítrio e passando o controle àqueles que comandam o sistema aéreo. Quando rejeitamos a idéia de destino ou acaso, nos obrigamos a propor uma terceira alternativa que explique racionalmente o que aconteceu. Esta terceira explicação aparece quando relacionamos as variáveis que contribuíram para a ocorrência do acidente. Uma vez listada, a somatória de variáveis causais, indicam que o acidente poderia ter sido evitado. Para tanto, bastava que cada um cumprisse o seu dever. Cumprir o dever pode significar estar mais atento às condições de sucesso de qualquer ação. Pode ser uma viagem de ônibus, um pouso, uma cirurgia, uma operação que pode levar uma empresa à falência, uma alimentação que pode fazer muito mal, dirigir um automóvel, etc...
  • 26. 26 Em 1978 sobrevivi a uma tentativa de aterrissagem que não terminou em tragédia. Chegávamos ao aeroporto de Congonhas em um vôo Vasp vindo de Foz do Iguaçu. Já era noite e o aeroporto estava sob uma forte tempestade. Mesmo assim a torre de comando autorizou o pouso. Ventava muito. Éramos jogados de um lado para outro nas poltronas a ponto de sentir dores devido ao choque dos quadris contra o apoio dos braços. O medo era geral. No ultimo instante, ao perceber o fim da pista chegando rapidamente, o piloto arremeteu o 737 e subiu em uma inclinação inacreditável para uma aeronave tão pesada. Dentro do avião a gritaria era geral. Homens e mulheres choravam. Atrás de mim alguém gritou: - Eu não quero morrer! Depois de um pouso suave em Viracopos, muitos bateram na porta da cabine de comando exigindo que o piloto abrisse a porta e liberasse os passageiros. Depois de uma breve mensagem, o piloto levou o avião para a cabeceira da pista, decolou novamente e voltou para Congonhas, onde, já sem vento, o pouso ocorreu normalmente. Perguntado sobre como via aquilo tudo, o presidente da empresa em que eu trabalhava e que estava no mesmo vôo respondeu com uma serenidade invejável: - Acho que o piloto também não quer morrer e ele é o mais preparado entre nós para decidir o que fazer. Será que teria ocorrido o acidente da TAM se a proibição de pousar apenas com um reverso em dias de chuva, aplicada ao avião presidencial, fosse também aplicada aos vôos comerciais? Ou se tivesse sido proibido o pouso de aviões de grande porte em um aeroporto tão pequeno e sem pista de escape? Se a derrapagem do vôo da Pantanal, no dia anterior e os alertas dos pilotos que apelidaram a pista de “skate no gelo” fosse levada a sério pelas autoridades do Aeroporto, da Aeronáutica ou da agência reguladora, o acidente teria ocorrido? Ou se a agência reguladora não tivesse enviado o documento que enganou a juíza que fechou o aeroporto, forçando-a a liberar a pista recém reformada? Será que as pessoas que deveriam ter assumido uma posição radical como fez a corajosa juíza, não deixaram para alguém decidir, ou confiaram no acaso ou no destino? Quando se somaram as variáveis com potencial de gerar acidentes como: avião de grande porte pousando em pista de 1940 metros sem escape, comparado com pistas de até 4000 metros; chuva na pista; pista nova com ausência de canaletas para escoamento da água; limitações no reverso, o qual era extremamente importante em situações de chuva na pista, percebemos que o acidente se tornou impossível de evitar. Assim sendo, mesmo sem um profundo conhecimento técnico, é possível a qualquer pessoa que o analisa, compreender que este acidente ocorreu porque todas as pessoas diretamente envolvidas, permitiram que a somatória de variáveis causais ultrapassasse os limites de segurança de pouso. Sem uma melhor compreensão do livre arbítrio e das nossas conseqüentes responsabilidades, continuaremos prisioneiros de mitos e crenças que tem o potencial de contribuir para gerar novas tragédias. Como espíritos, todos sabemos de antemão que iremos desencarnar um dia. Saber qual dia e de que maneira iremos morrer, não nos parece coerente com a lei da diversidade. Administrar a nossa vida e os fatores que afetam a vida de outros com coerência é responsabilidade de cada um; assim como, administrar recursos financeiros e técnicos, que impliquem em risco de interrupção da vida encarnada de muitos é responsabilidade de poucos. Por isso, seria desejável que estas poucas pessoas passassem a ter acesso a um melhor entendimento do sentido e do significado da vida; para que não sejamos surpreendidos por novos acidentes que possam interromper nossos projetos de vida antes do esgotamento natural do nosso capital de vida. Depois que decola, o destino de um avião é o solo, quer seja por meio de um pouso normal, de um pouso forçado ou de uma queda fatal. Só devemos lembrar que, antes do pouso, houve a livre escolha do passageiro de aceitar o risco da viagem e a decisão soberana do piloto de autorizar a decolagem. Quando as variáveis causais estiverem sob o controle humano, não há porque acreditar que somos vítimas do destino ou do acaso. Assim sendo, precisamos assumir que somos responsáveis pelas variáveis que estão sob nosso controle e cumprir com nosso dever sob pena de assumir sérios débitos morais perante nossa consciência e, portanto, perante as leis naturais.
  • 27. 27 Livre  arbítrio  e  obsessão  -­‐  Rui  Paz     A  obsessão  é  tema  recorrente  em  grande  parte  das  casas  espíritas.  Eu  diria,  inclusive,  que  em  muitas  este  tema   é  o  eixo  condutor  das  atividades  nessas  casas.  Portanto,  somente  por  essa  razão  a  questão  requer  uma  reflexão   cuidadosa.     O  conceito  corrente  sobre  obsessão  refere-­‐se,  via  de  regra,  à  influência  exercida  por  espíritos  malévolos  sobre   outras  pessoas,  inclusive,  alcançando  estados  de  domínio  e  possessão.  Com  efeito,  a  pessoa  obsidiada  torna-­‐se   vítima  de  um  controle  ao  qual  não  pode  resistir,  ou  seja,  seu  livre  arbítrio  fica  tolhido  pela  ação  de  terceiros.     Ora,  em  primeiro  lugar,  devemos  refletir  sobre  algumas  questões  fundamentais  relativas  a  esse  suposto   fenômeno:  há  espíritos  desencarnados  malévolos  entre  nós  encarnados?  O  que  acontece  depois  que   desencarnamos?  Para  onde  vamos?  O  espírito,  sem  o  corpo  físico,  é  capaz  de  permanecer  aqui  na  Terra,   segundo  a  sua  vontade?     Vejamos.  Para  vivermos  na  matéria,  precisamos  de  um  corpo  físico  compatível  com  a  densidade  e  a  frequência   vibratória  dessa  matéria.  Em  outras  palavras,  é  preciso  estabelecer  uma  simetria  entre  matéria  e  espírito.  Como   ambos  são  substancialmente  diferentes,  o  corpo  e  o  perispírito  cumprem  essa  função  mediadora.   Analogamente,  um  profissional  de  mergulho  em  grandes  profundidades,  por  exemplo,  necessita  de  uma   roupagem  especial,  associada  a  tubos  de  oxigênio  e  outros  gases,  para  poder  permanecer  nesses  ambientes  por   um  determinado  tempo.  Ora,  essa  parafernália  nada  mais  é  do  que  o  elemento  mediador  entre  a  assimetria  do   corpo  humano  e  o  ambiente  subaquático,  do  contrário,  seria  impossível  ao  mergulhador  permanecer  submerso   por  longos  períodos.     O  mesmo  ocorre  com  o  espírito  reencarnante.  Ele  necessita  de  um  “escafandro”  para  mediar  a  distância  entre  a   sua  natureza  e  a  da  matéria.  A  assimetria  é  compensada  pelo  perispírito,  que  é  o  elemento  intermediário  entre   ambos.  Esse  “escafandro”  é,  pois,  o  copo  físico.  E,  quando  desencarna,  em  face  do  esgotamento  ou  de  dano   irreparável  do  corpo  material,  perde  completamente  a  condição  de  permanecer  no  ambiente  Terra,  por   absoluta  ausência  de  simetria.     Então,  como  poderia  o  espírito  permanecer  vinculado  ao  polissistema  material  sem  a  mediação  do  corpo  físico?   Qualquer  espírito,  independentemente  de  seu  grau  de  evolução  é  capaz  de,  num  ato  volitivo,  aqui  permanecer   ao  seu  bel-­‐prazer?      
  • 28. 28   Política  e  cidadania – Paulo  H.  Wedderhoff Atribui-­‐se  a  origem  da  palavra  política  ao  termo  grego  “pólis”  que  significa  cidade.  Quando  pensamos  em   política,  logo  nos  vem  à  mente  a  idéia  de  decisões  que  afetam  muitos.    Uma  política  comercial  de  vender  só  a   vista  ou  só  a  prazo,  é  um  exemplo  de  como  uma  decisão  pode  afetar  um  grupo  de  clientes  ou  todos  os  clientes   de  uma  empresa.         Quando  pensamos  em  política  no  sentido  público,  logo  associamos  com  decisões  que  viram  leis  e  que   podem  afetar  uma  cidade,  um  estado,  uma  nação  ou  todo  o  planeta.  Veja  o  impacto  da  decisão  que  gerou  o   incidente  conhecido  como  11  de  setembro  nos  EUA.       Tomás  de  Aquino,  o  filósofo  dizia  que  política  é  a  arte  de  governar  os  homens  e  administrar  as  coisas,   visando  o  bem  comum,  de  acordo  com  as  normas  da  reta  razão.         A  qualidade  das  decisões  políticas  de  um  governo,  pode  ampliar  ou  diminuir  sua  habilidade  de   influenciar  as  decisões  dos  governados.  Em  uma  democracia,  isto  pode  redundar  na  renovação  de  um  mandato   ou  até  na  remoção  de  um  governante  como  foi  o  caso  do  impedimento  do  ex-­‐presidente  Collor.         Devido  à  desinformação  ou  desilusão  relacionadas  às  suas  expectativas,  muitas  pessoas  dizem   categoricamente  que  não  gostam  de  política.  Essas  pessoas,  não  tem  idéia  do  prejuízo  que  estão  gerando  para  si   mesmas  e  para  o  grupo  social.  Votando  em  branco,  ou  anulando  o  voto,  por  exemplo,  diminuem  o  número  de   votos  válidos  e  facilitam  a  vida  de  quem  não  gostariam  de  eleger.  Seria  importante  que  todos  compreendessem   que  seu  desinteresse  equivale  a  renunciar  à  cidadania.         Platão,  o  filósofo  grego,  discípulo  de  Sócrates  dizia:  -­‐  Não  há  nada  de  errado  com  aqueles  que  não   gostam  de  política.  Simplesmente  serão  governados  por  aqueles  que  gostam.       Precisamos  mudar  o  nosso  conceito  de  política  e  o  primeiro  passo  é  separar  a  palavra  política,  de   politiqueiro  e  da  politicagem.    Na  Grécia  antiga,  em  cidades  como  Atenas,  os  cidadãos  livres  participavam  da   assembléia  para  discutir  os  problemas  comuns  a  todos  e  tomavam  decisões  destinadas  a  solucioná-­‐los.       Baseado  nesta  experiência,  Aristóteles,  um  dos  maiores  sábios  gregos,  dizia  que  política  é  a  ciência  e  a   arte  do  bem  comum.  Para  ele  a  cidade  deveria  ser  governada  em  proveito  de  todos,  e  não  apenas  em  proveito   dos  governantes  ou  de  alguns  grupos.       Muitas  vezes,  não  percebemos,  mas  algumas  decisões  políticas  afetam  a  vida  de  todos.  Os  gastos   públicos,  por  exemplo,  diminuem  as  verbas  disponíveis  para  investimentos    públicos  em  educação,  estradas,   saúde,  segurança,  financiamento  de  novas  empresas,  etc.  Estes  gastos  aumentam  a  dívida  pública  a  qual  precisa   ser  “rolada”,  ou  seja,  contrata-­‐se  uma  nova  dívida,  para  pagar  a  velha.  Isto  mantém  os  juros  elevados  e    atrai   especuladores  estrangeiros.  O  aumento  da  oferta  de  dólares  fortalece  o  real  e  derruba  o  cambio.  O  cambio   barato,  deixa  o  produto  importado  mais  competitivo  e  fica  difícil  exportar.  A  produção  cai  e  as  fábricas   dispensam  parte  da  sua  mão  de  obra,  passam  a  produzir  no  exterior  ou  fecham.  Criamos  empregos  lá  fora  e   desemprego  no  Brasil.         É  por  razões  como  estas  que  nenhum  cidadão  sensato  pode  ignorar  a  política.  Cada  pessoa  deve   procurar  compreender  e  participar  da  política.   Para  atuar  politicamente  e  assim  influenciar  o  poder,  cada  cidadão  e  cidadã  deve  se  conscientizar,  informar-­‐se,   ouvir,  ler,  falar,  debater,  estudar  e  procurar  formar  sua  opinião  sobre  os  diferentes  problemas.     Com  consciência  política  estaremos  preparados  para  votar,  fazer  sugestões,  acompanhar  os  trabalhos  dos  seus   parlamentares,  exigir  e  reagir  quando  for  necessário.   Toda  eleição  é  um  contrato.  O  candidato  promete,  a  gente  vota  e  espera  que  ele  cumpra  o  que  prometeu.  Se  ele   mentiu  ou  foi  incompetente,  temos  o  direito  de  não  renovar  o  contrato  ou  afastá-­‐lo  antes  que  seja  tarde.  A   conscientização  é  o  melhor  remédio  para  que  o  Brasil  desperte.                  
  • 29. 29 Observar e Pensar - Stephen Kanitz O primeiro passo para aprender a pensar, curiosamente, é aprender a observar. Só que isso, infelizmente, não é ensinado. Hoje nossos alunos são proibidos de observar o mundo, trancafiados que ficam numa sala de aula, estrategicamente colocada bem longe do dia-a- dia e da realidade. Nossas escolas nos obrigam a estudar mais os livros de antigamente do que a realidade que nos cerca. Observar, para muitos professores, significa ler o que os grandes intelectuais do passado observaram – gente como Rousseau, Platão ou Keynes. Só que esses grandes pensadores seriam os primeiros a dizer "esqueçam tudo o que escrevi", se estivessem vivos. Na época não existia internet nem computadores, o mundo era totalmente diferente. Eles ficariam chocados se soubessem que nossos alunos são impedidos de observar o mundo que os cerca e obrigados a ler teoria escrita 200 ou 2.000 anos atrás – o que leva os jovens de hoje a se sentir alienados, confusos e sem respostas coerentes para explicar a realidade. Não que eu seja contra livros, muito pelo contrário. Sou a favor de observar primeiro, ler depois. Os livros se forem bons, confirmarão o que você já suspeitava. Ou porão tudo em ordem, de forma esclarecedora. Existem livros antigos maravilhosos, com fatos que não podem ser esquecidos, mas precisam ser dosados com o aprendizado da observação. Ensinar a observar deveria ser a tarefa número 1 da educação. Quase metade das grandes descobertas científicas surgiu não da lógica, do raciocínio ou do uso de teoria, mas da simples observação, auxiliada talvez por novos instrumentos, como o telescópio, o microscópio, o tomógrafo, ou pelo uso de novos algoritmos matemáticos. Se você tem dificuldade de raciocínio, talvez seja porque não aprendeu a observar direito, e seu problema nada tem a ver com sua cabeça. Ensinar a observar não é fácil. Primeiro você precisa eliminar os preconceitos, ou pré-conceitos, que são a carga de atitudes e visões incorretas que alguns nos ensinam e nos impedem de enxergar o verdadeiro mundo. Há tanta coisa que é escrita hoje simplesmente para defender os interesses do autor ou grupo que dissemina essa idéia, o que é assustador. Se você quer ter uma visão independente, aprenda correndo a observar você mesmo. Sou formado em contabilidade e administração. A contabilidade me ensinou a observar primeiro e opinar (muito) depois. Ensinou-me o rigor da observação, da necessidade de dados corretamente contabilizados, e também a medir resultados, a recusar achismos e opiniões pessoais. Aprendi ainda estatística e probabilidade, o método científico de chegar a conclusões, e finalmente que nunca teremos certeza de nada. Mas aprendi muito tarde, tudo isso me deveria ter sido ensinado bem antes da faculdade. Se eu fosse ministro da Educação, criaria um curso obrigatório de técnicas de observação, quanto mais cedo na escala educacional, melhor. Incentivaria os alunos a estudar menos e a observar mais, e de forma correta. Um curso que apresentasse várias técnicas e treinasse os alunos a observar o mundo de diversas formas. O curso teria diariamente exercícios de observação, como: 1. Pegue uma cadeira de rodas, vá à escola com ela por uma semana e sinta como é a vida de um deficiente físico no Brasil. 2. Coloque uma venda nos olhos e vivencie o mundo como os cegos o vivenciam. 3. Escolha um vereador qualquer e observe o que ele faz ao longo de uma semana de trabalho. Observe quanto ele ganha por tudo o que faz ou não faz. Quantas vezes não participamos de uma reunião e alguém diz "vamos parar de discutir", no sentido de pensar e tentar "ver" o problema de outro ângulo? Quantas vezes a gente simplesmente não "enxerga" a questão? Se você realmente quiser ter idéias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho certo para começar a pensar.
  • 30. 30 Qual é o Problema? - Stephen Kanitz Um dos maiores choques de minha vida foi na noite anterior ao meu primeiro dia de pós-graduação em administração. Havia sido um dos quatro brasileiros escolhidos naquele ano, e todos nós acreditávamos, ingenuamente, que o difícil fora ter entrado em Harvard, e que o mestrado em si seria sopa. Ledo engano. Tínhamos de resolver naquela noite três estudos de caso de oitenta páginas cada um. O estudo de caso era uma novidade para mim. Lá não há aulas de inauguração, na qual o professor diz quem ele é e o que ensinará durante o ano, matando assim o primeiro dia de aula. Essas informações podem ser dadas antes. Aliás, a carta em que me avisaram que fora aceito como aluno veio acompanhada de dois livros para ser lidos antes do início das aulas. O primeiro caso a ser resolvido naquela noite era de marketing, em que a empresa gastava boas somas em propaganda, mas as vendas caíam ano após ano. Havia comentários detalhados de cada diretor da companhia, um culpando o outro, e o caso terminava com uma análise do presidente sobre a situação. O caso terminava ali, e ponto final. Foi quando percebi que estava faltando algo. Algo que nunca tinha me ocorrido nos dezoito anos de estudos no Brasil. Não havia nenhuma pergunta do professor a responder. O que nós teríamos de fazer com aquele amontoado de palavras? Eu, como meus outros colegas brasileiros, esperava perguntas do tipo "Deve o presidente mudar de agência de propaganda ou demitir seu diretor de marketing?". Afinal, estávamos todos acostumados com testes de vestibular e perguntas do tipo "Quem descobriu o Brasil?". Harvard queria justamente o contrário. Queria que nós descobríssemos as perguntas que precisam ser respondidas ao longo da vida. Uma reviravolta e tanto. Eu estava acostumado a professores que insistiam em que decorássemos as perguntas que provavelmente iriam cair no vestibular. Adorei esse novo método de ensino, e quando voltei para dar aulas na Universidade de São Paulo, trinta anos atrás, acabei implantando o método de estudo de casos em minhas aulas. Para minha surpresa, a reação da classe foi a pior possível. "Professor, qual é a pergunta?", perguntavam-me. E, quando eu respondia que essa era justamente a primeira pergunta a que teriam de responder, a revolta era geral: "Como vamos resolver uma questão que não foi sequer formulada?". Temos um ensino no Brasil voltado para perguntas prontas e definidas, por uma razão muito simples: é mais fácil para o aluno e também para o professor. O professor é visto como um sábio, um intelectual, alguém que tem solução para tudo. E os alunos, por comodismo, querem ter as perguntas feitas, como no vestibular. Nossos alunos estão sendo levados a uma falsa consciência, o mito de que todas as questões do mundo já foram formuladas e solucionadas. O objetivo das aulas passa a ser apresentá-las, e a obrigação dos alunos é repeti-las na prova final. Em seu primeiro dia de trabalho você vai descobrir que seu patrão não lhe perguntará quem descobriu o Brasil e não lhe pagará um salário por isso no fim do mês. Nem vai lhe pedir para resolver "4/2 = ?". Em toda a minha vida profissional nunca encontrei um quadrado perfeito, muito menos uma divisão perfeita, os números da vida sempre terminam com longas casas decimais. Seu patrão vai querer saber de você quais são os problemas que precisam ser resolvidos em sua área. Bons administradores são aqueles que fazem as melhores perguntas, e não os que repetem suas melhores aulas. Uma famosa professora de filosofia me disse recentemente que não existem mais perguntas a ser feitas, depois de Aristóteles e Platão. Talvez por isso não encontramos solução para os inúmeros problemas brasileiros de hoje. O maior erro que se pode cometer na vida é procurar soluções certas para os problemas errados. Em minha experiência e na da maioria das pessoas que trabalham no dia-a-dia, uma vez definido qual é o verdadeiro problema, o que não é fácil, a solução não demora muito a ser encontrada. Se você pretende ser útil na vida, aprenda a fazer boas perguntas mais do que sair arrogantemente ditando respostas. Se você ainda é um estudante, lembre-se de que não são as respostas que são importantes na vida, são as perguntas. Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br) Editora Abril, Revista Veja, edição 1898, ano 38, nº 13, 30 de março de 2005, página 18
  • 31. 31 Carbono14 uma máquina de tempo Análise da presença de elementos químicos radioativos permite estimar a idade dos fósseis Seis milhões de anos. Essa é a idade daquela que provavelmente é nosso ancestral mais antigo, conhecido pelo singelo nome Orrorin tugenensis. Apesar de bem velhinho, ele tem sido afrontado por muitos paleontólogos, que duvidam do seu pedigree (será ele realmente um hominídeo ou apenas um chimpanzé?). Assim, oficialmente, a coroa de vovô ainda pertence ao Ardipithecus ramidus, um garotão de 4,4 milhões de anos, e a briga entre esses dois parece muito longe do fim. Mas como os cientistas sabem que o Orrorin e o Ardipithecus viveram há tanto tempo? Ou, então, como poderiam afirmar que o Santo Sudário – o manto que teria envolvido Jesus Cristo depois da crucificação – deve ser falso, pois teria sido produzido na Idade Média, por volta de 1300 d.C.? Ou que certas pinturas nas cavernas de Lascaux, na França, foram feitas por homens pré-históricos há 16 mil anos? Resposta: por meio de testes com carbono-14. Mas que método é esse? Imagine a seguinte situação: um rapaz, aos 20 anos, ostenta uma enorme cabeleira. Mas, para seu desespero, a partir daí, o destino cruel começa a levar os cabelos. Aos 30 anos, restam metade dos fios dos 20. Aos 40, metade do que ele tinha aos 30. E assim por diante. Quer dizer: observando seus cabelos, sempre poderemos estimar a idade. Com os fósseis, o raciocínio é semelhante. Claro que ninguém analisa a cabeleira dos fósseis, mas sim o teor de determinados elementos químicos na sua constituição, ou nos utensílios e rochas encontrados a eles. No caso do carbono-14 (C-14), a idéia é a seguinte: as plantas absorvem o C-14 (14 é a soma de prótons e nêutrons no núcleo desse átomo) durante a fotossíntese. O C-14 passa dos vegetais para os animais pela cadeia alimentar. Assim, todos os seres vivos apresentam um certo teor fixo de C-14. Quando a planta ou o animal morre, suas reservas de C-14 diminuem porque, como todos os elementos radioativos, o C-14 decai (transforma-se em outro elemento químico, no caso, o nitrogênio-14). O C-14 perde metade de sua massa a cada 5.730 anos. Em outras palavras, temos um relógio que começa a funcionar no momento em que o ser morre. Esses 5.730 anos do C-14 são chamados de meia-vida. Dessa maneira, pode-se fazer a datação de um fóssil (ou de um artefato de madeira, ou de uma pintura) pelo raciocínio abaixo, muito parecido com o do caso do nosso amigo ex-cabeludo. O único porém é que, depois de 70 mil anos, sobra tão pouco que fica difícil medir. É por isso que esse método não serve para datação de materiais mais antigos. Para esses casos, existem outros testes, quase todos baseados nos mesmos princípios de meia-vida e radioatividade. Um exemplo é o método potássio (k-40)/argônio (Ar-40). O K-40, radioativo, decai, originando o Ar-40 (meia-vida: 1,3 bilhão de anos). Por raciocínio semelhante ao do C-14, pode-se estimar a idade, por exemplo, de rochas – como as lunares, de quatro bilhões de anos, trazidas pela expedição Apolo 11 – e de fósseis, como os dos nossos avós Orrorin e Ardipithecus. Até mesmo a idade do nosso planeta já foi calculada (método urânio-238/ chumbo-206) Com o conhecimento da meia-vida do urânio-238 (4,5 bilhões de anos), chegou-se à estimativa de mais de 4,5 bilhões de anos. É uma viagem no tempo que parece coisa de ficção científica. Mas que acontece de verdade, graças à precisão e à criatividade dos pesquisadores. 10   5   2,5   1,25   0   2   4   6   8   10   5730   11460   17190   22920   Concentração  do  Carbono  14  em  partes   por  bilhão     anos  
  • 32. 32 Darwin  –  A  Origem  das  Espécies   O  livro  que  abalou  o  mundo   Alfred  Wallace  sabia  do  interesse  de  Darwin  sobre  a  evolução  e  lhe   mandou  uma  carta  com  o  resumo  de  sua  teoria:  “Sobre  a  tendência  de   as  variedades  se  afastarem  indefinidamente  do  tipo  original”.  Perplexo,   com  o  que  o  Wallace  tinha  escrito,  era  toda  a  sua  teoria  e  disse:  “Até  os   termos  dele  estão  nos  títulos  dos  meus  capítulos”.     Lyell  e  Hooker,  amigos  dos  cientistas,  aconselharam  que  os  dois  lessem   seus  trabalhos  em  um  congresso,  o  que  se  deu  na  Reunião  da  Sociedade   Lineana  de  Londres,  em  junho  de  1858.  Mas  Darwin,  tinha  reunido   muito  mais  provas  para  defender  a  sua  teoria  do  que  Wallace.  E  assim,   em  24  de  novembro  de  1859,  foi  publicado  A  origem  das  espécies  por   seleção  natural.   Reação  contra  “A  origem  das  espécies”   Muitos  colegas  de  Darwin  se  voltaram  contra  ele,  após  a  publicação  do   livro.  Um  deles  foi  Adam  Sedgwick  ,  professor  de  Cambridge,  Richard   Owen,  que  ajudara  com  as  espécimes  do  Beagle.       Porém,  houve  outros  que  reconheceram  a  genuína  ciência  das  ideias  de   Darwin.  Juntamente  com  os  amigos,  Hooker  e  Lyell,  o  biólogo  Thomas   Huxley,  falou  em  favor  dele  na  Inglaterra.  Em  oposição  ao  clérigo   americano,  Asa  Gray,  professor  de  botânica  na  Universidade  de  Harvard,   o  defendeu.       Pensamento  em  rede     Como  explicar  que  Wallace,  estando  do  outro  lado  do  mundo,  tivesse   alcançado  as  mesmas  ideias  de  Darwin?     Será  por  que  quando  pensamos  operamos  em  rede  mental?  
  • 33. 33 Conceitos - Espiritualismo versus Espiritismo As religiões que pregam a sobrevivência do espírito após a morte do corpo são classificadas como espiritualistas. Todos os espíritas são espiritualistas, mas nem todos os espiritualistas são espíritas. As religiões de modo geral, buscam entender e explicar o sentido da vida, da dor, morte, bem como a vida além da vida e cada uma faz a sua interpretação possível, influenciada pela cultura e pela consciência critica do seu tempo. O Espiritismo pode ser conceituado como o estudo, a interpretação e a prática dos princípios da Doutrina Espírita, descobertos e organizados por Allan Kardec. Desde Allan Kardec e suas descobertas a comunicação com espíritos orientadores adquiriu um novo padrão e têm propiciado aos estudiosos do assunto o acesso à informações que permitem fazer o novo olhar sobre ambos os lados da vida. Reencarnação Apesar da crença na sobrevivência do espírito, muitas religiões pregam que só se encarna uma vez. Em outras palavras é como se fosse proibido ao espírito voltar em um novo corpo para aprender o que não foi possível aprender nesta encarnação, para os crentes na encarnação única, ou até então, para os crentes nas experiências multi-encarnatórias. Há outras correntes de pensamento religioso que acreditam na eterna recorrência, ou seja, que o ser nunca se livra da reencarnação. O Espiritismo entende que o processo reencarnatório é uma das fases da evolução do espírito. Livre Arbítrio O livre arbítrio, ou seja, nossa liberdade para pensar, falar e agir, bem como a ampliação gradual da nossa consciência sobre esta liberdade e suas consequências faz parte do processo de evolução do espírito. Nossa liberdade é equilibrada por outra lei conhecida como causa e efeito. O fato de não haver controle externo em nossas decisões, implica que também não há intervenção na colheita dos efeitos do nosso plantio. Mais cedo ou mais tarde encontraremos os efeitos prazerosos ou dolorosos do que ajudamos a construir em nosso presente, tanto pelas nossas ações como pelas nossas omissões. Mediunidade Um dos recursos que dispomos como meio de acesso e orientação é a mediunidade. Este é um recurso que todos temos em potencial e que usamos em maior ou menor grau e cujo aperfeiçoamento depende do exercício. Cada um de nós é como uma rádio ligada em tempo integral fazendo sintonia com as redes de pensamento universal. Assim como o potencial de ouvir e aprender a falar dos bebês, podemos aperfeiçoar nossa capacidade de fazer acesso e troca de ideais com as infinitas faixas mentais que preenchem o universo do pensamento. Podemos comparar o potencial musical com o potencial mediúnico. Como espíritos todos têm o potencial musical pleno, mas nem todos se interessam em aprender a ler partituras, tocar instrumentos, compor melodias e cantar.