A história reconta a versão moderna de Chapeuzinho Vermelho, onde Bella esquece o caminho para visitar sua avó no asilo e pede informações a uma mulher fantasiada de lobo mau e a um rapaz que trabalha no asilo. Felizmente, o rapaz a acompanha com segurança até o asilo, onde sua família já a esperava preocupada. No dia seguinte, uma menina é assaltada pela mesma mulher lobo, mas um caçador de recompensas captura a criminosa.
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
A Chapeuzinho Vermelho dos dias atuais
1. Escrito por Anielle Botto
CHAPEUZINHO VERMELHO PARODIZADO
A paródia da história Chapeuzinho Vermelho é uma releitura da sua
história verdadeira. Sua recriação, contêm algumas adaptações, interligando-a
com relações sociais atuais. A mensagem que pode ser interpretada, no decorrer
do seu texto, depende de cada leitor. Ora podem ser as relações de trabalho dos
pais de Bella, pois os dois trabalham demais, para proporcionar segurança às
suas vidas. Ora a falta de tempo para cuidar dos idosos, tendo que deixá-los em
asilos. Outra mensagem seria o exibicionismo, dos dias atuais, tanto nas ruas
como nas redes sociais, que às vezes pode trazer sentimentos indesejáveis e
perigos.
A HISTÓRIA DA CHAPEUZINHO VERMELHO NOS DIAS ATUAIS
Era uma vez, uma linda menina chamada Bella, onze anos, pele clara
e cabelo castanho. Adorava seu capuz vermelho, que havia ganho de sua avó.
Ela frequentava uma pequena escola, da sua cidade. As meninas da escola eram
“descoladas”, ou seja, vestiam roupas infantis modernas, se maquiavam,
possuíam iphones, tablets e toda parafernalha dos dias atuais. Elas faziam
bulling com Bella, chamando-a de sem classe, autista, pobretona e também de
Chapéuzinho Vermelho, o qual Bella não se incomodava, pois adorava o capuz
e não se importava, com todos aqueles acessórios tecnológicos.
Bella vinha de uma família de classe média-baixa, de pais separados.
Morava apenas com a mãe, que trabalhava muito em um restaurante como
cozinheira, para poder pagar o asilo da avó e sustentá-las. Já seu pai, visitava-
a de vez em quando, pois vivia viajando, trabalhando como caçador de
recompensas.
Um dia, a mãe de Chapeuzinho Vermelho pediu que ela levasse para
a sua avó, um bolo de cenoura, sua comida preferida. A avó de Bella, morava
em um asilo, chamado Botõezinhos do Entardecer, pois precisava de cuidados
especiais, devido à sua idade avançada. O asilo ficava algumas quadras de sua
casa, próximo a terrenos baldios.
Era a primeira vez que Bella iria sozinha até o asilo. Sua mãe tinha
que ir trabalhar, pois ela já estava atrasada. A mãe da menina deu-lhe claras
2. Escrito por Anielle Botto
instruções, sobre o caminho a ser seguido, alertando-a dos perigos e
transmitindo confiança, pois sabia que chegaria até o fim do percurso com
segurança.
Além do bolo de cenoura, Chapéuzinho Vermelho, levava uma
mochila, contendo seu guarda-chuva, capa de chuva, lenços umedecidos, um
desenho para avó, protetor solar, manual de primeiros socorros e manual dos
escoteiros. A explicação de Bella, para os utensílios dentro da sua mochila, era
simples: guarda-chuva e capa de chuva, serviria para o caso de chover; lenços
umedecidos para limpar suas mãos, pois não gostava da sensação de sujeira; o
desenho, para fazer um agrado para avó; protetor solar, proteção dos raios
ultravioletas; os manuais servem de apoio para qualquer emergência. Bella,
vulgo Chapeuzinho Vermelho, seguiu o caminho indicado pela mãe.
Em um certo ponto do caminho, Bella se esqueceu da rota que a mãe
lhe havia ensinado. Mesmo não conversando com estranhos, ela se viu obrigada
a falar, com uma moça que passava pela rua. A moça estava fantasiada de Lobo
Mau, personagem dos tradicionais contos de fadas. A menina perguntou-lhe:
– Como posso chegar ao asilo, que se localiza nesta região, pois vou
visitar minha avó e esqueci o caminho!
– Menina, está vendo este terreno baldio, nele há um carreiro, que dá
acesso à rua do asilo. É mais rápido e seguro ir por este atalho! – disse Lobo
Mau que seguiu adiante.
Bella agradeceu e ficou pensativa. Antes mesmo, de se aventurar no
atalho sugerido pela moça, estava passando um rapaz na rua. Bella o parou e
fez a mesma pergunta, que havia realizado para a moça.
O rapaz muito gentil, respondeu:
– Menina como és bela, parece a Chapeuzinho Vermelho, do conto
de fadas. Trabalho no asilo, queres me acompanhar? Está vendo este caminho
(aquele que a moça mostrou), nunca pegue, pois é muito perigoso para uma
menina sozinha. Vamos dar a volta na quadra e logo chegaremos!
Bella sorriu, e acompanhou o rapaz.
Chegando no asilo, sua mãe, avó e pai, lhe aguardavam. Sem
entender o por que de todos estarem ali, se aproxima deles. Sua mãe fala:
– Chegamos a pouco aqui, iriamos nos dividir e procurá-la. Desculpa
minha filha! – disse sua mãe.
3. Escrito por Anielle Botto
Ainda sem entender, Bella olha para o pai:
– Cheguei de viagem esta noite, para procurar bandidos e mafiosos,
que estão rondando essa região. Quando liguei para sua mãe no trabalho, ela
disse que você já havia saído, vim o mais rápido possível. Todo cuidado é pouco!
Bella, explicou a demora, contando que estava perdida, pois havia
esquecido o caminho, quando se encontrou com o rapaz, acompanhando-a até
o asilo. Todos entraram no asilo e foram tomar chá e comer bolo de cenoura.
Ficaram muito agradecidos com o rapaz, que demonstrava ser uma pessoa do
bem e de confiança.
No dia seguinte, Chapeuzinho Vermelho, comendo seu pão e
tomando seu leite, pronta para ir à escola, assiste no noticiário, que nas
proximidades do asilo Botõezinhos do Entardecer, uma menina, da mesma faixa
etária, foi assaltada por uma moça que vestia roupa de Lobo Mau. Ela roubou da
menina, seu iphone, relógio, joias e sua mochila da Kipling. No entanto, algumas
horas depois do roubo, tinha sido apreendida, por um famoso caçador de
recompensas. O jornalista fez recomendações, alertando as pessoas, para não
confiar em estranhos, não demonstrar seus pertences, andar sempre em alerta,
pois nesse caso, foi sorte não acontecer algo mais grave com a menina. A mãe
de Bella, abraçou-a e falou, que deveriam agradecer, pois ainda existem pessoas
boas em nosso caminho, referindo-se ao rapaz do asilo.
Escrito por Anielle Botto
Novembro / 2015