1) Castro Alves nasceu em Salvador, Bahia em 1847 e foi um poeta abolicionista que defendia os direitos humanos.
2) Sua poesia reflete o período histórico do Brasil em que as forças progressistas lutavam pela abolição da escravatura e pela república.
3) Castro Alves faleceu precocemente aos 24 anos devido a complicações de saúde após sofrer um acidente com arma de fogo.
Escola Estadual Antônio Valadares (Terenos-MS)
DIREÇÃO: Gilvânia Borges Anterce
Diretor Adjunto: Nelson Ângelo de Albuquerque
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Evanessa Palmas
PROGETEC: Vanessa Benites de Souza
Professora: Naila Maria Rodrigues
Publico Alvo: Alunos do Ensino Médio (Período Noturno)
O projeto Sarau Literário tem como objetivo contribuir para que os alunos conheçam e utilizem elementos constitutivos da linguagem de forma reflexiva e funcional.
Nesta perspectiva, o Sarau Literário é um projeto visa resgatar a cultura de, contar e ouvir histórias, recitar poesias, despertar o gosto pela leitura, trazer memórias de brincadeiras antigas, envolvendo a comunidade escolar interna e externa para ouvir boa leitura, escutar músicas e curtir belas histórias através da leitura de livros, poesias, apresentação teatral, num momento de inovação, descontração e satisfação. Sendo assim, cabe a
escola envolver os alunos e procurar estratégias necessárias para a melhoria do ensino e da aprendizagem, uma vez que a escola não pode eximir-se de sua tarefa educativa no que se refere a formação plena do cidadão.
Antologia poética feita por Walisson Decária Miranda Nº37
Wallace Truyts de Oliveira Nº38
2º Ano do Ensino Médio C -
Escola Estadual Professor João Cruz.
Um dos Slides mais lindo sobre a querida e feminista Adelia Prado. P.s.: Usei fontes especificas, mas provavelmente você não terá em seu computador, então, se achar melhor, atualize as fontes que deverão ser arial. ;)
Escola Estadual Antônio Valadares (Terenos-MS)
DIREÇÃO: Gilvânia Borges Anterce
Diretor Adjunto: Nelson Ângelo de Albuquerque
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA: Evanessa Palmas
PROGETEC: Vanessa Benites de Souza
Professora: Naila Maria Rodrigues
Publico Alvo: Alunos do Ensino Médio (Período Noturno)
O projeto Sarau Literário tem como objetivo contribuir para que os alunos conheçam e utilizem elementos constitutivos da linguagem de forma reflexiva e funcional.
Nesta perspectiva, o Sarau Literário é um projeto visa resgatar a cultura de, contar e ouvir histórias, recitar poesias, despertar o gosto pela leitura, trazer memórias de brincadeiras antigas, envolvendo a comunidade escolar interna e externa para ouvir boa leitura, escutar músicas e curtir belas histórias através da leitura de livros, poesias, apresentação teatral, num momento de inovação, descontração e satisfação. Sendo assim, cabe a
escola envolver os alunos e procurar estratégias necessárias para a melhoria do ensino e da aprendizagem, uma vez que a escola não pode eximir-se de sua tarefa educativa no que se refere a formação plena do cidadão.
Antologia poética feita por Walisson Decária Miranda Nº37
Wallace Truyts de Oliveira Nº38
2º Ano do Ensino Médio C -
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Um dos Slides mais lindo sobre a querida e feminista Adelia Prado. P.s.: Usei fontes especificas, mas provavelmente você não terá em seu computador, então, se achar melhor, atualize as fontes que deverão ser arial. ;)
Álvares de Azevedo: Foi poeta sonhou e amou na vidaLuciana Fátima
Quem foi Álvares de Azevedo e como era a realidade na qual ele estava inserido? Detalhes e curiosidades sobre o poeta byroniano mais importante do nosso Ultrarromantismo.
Professor Diego Lucas - Pós-graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sou professor de Português, Redação e Literatura no Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG).
Considerações acerca da poesia de Chacal e a geração da poesia marginal, surgida no início dos anos 1970. Aula preparada para turma de 3ª série do Ensino Médio.
A Lei Orgânica é o instrumento maior de um Município, promulgada pela Câmara Municipal, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal e Estadual.
Nela estão contidos os mais diversos princípios que norteiam a vida da sociedade, numa soma comum de esforços visando o bem-estar social, o progresso e o desenvolvimento de um povo.
A Lei Orgânica é a Constituição da Cidade, contendo as normas legais que, subsidiarias às Federais e às Estaduais, disciplinam as relações entre os poderes Executivo e Legislativo e entre esses e os munícipes: estabelecendo as atribuições daqueles poderes, suas limitações e abrangências, papel que cada um cumpre em relação ao outro, fixando, em síntese, a moldura e as relações políticas do Município.
Em Bom Jardim, a Lei Orgânica do Município foi promulgada em 05 de Abril de 1990, não tendo sofrido alterações com o decorrer do tempo, sendo que não acompanhou a evolução do Município nos mais diversos setores, e com isso, deixando de aperfeiçoar ainda mais as normas até então existentes e melhorando o relacionamento entre os poderes Constituintes.
Art. 1º - O Município de Bom Jardim integra, com autonomia político-administrativa e financeira, o Estado do Maranhão, membro da República Federativa do Brasil.
Parágrafo Único - O município organiza-se e rege-se por esta Lei Orgânica e demais leis que adotar, observados os princípios constitucionais da República e do Estado.
Um dos fatos mais polêmicos na atualidade escancarado na era pós ditatorial ou “era democrática” à luz do século XXI, é sem dúvida, a privatização da Vale do Rio Doce, conhecida por alguns críticos e intelectuais como “privataria”, cuja iniciativa excluiu a sociedade brasileira na decisão – como se esta não existisse. No momento da privatização, 70% da opinião pública era contra o ato de privatizar. E nesse clima de “imposição” aconteceu. Enquanto que no passado, grandes presidentes que o Brasil já possuiu sonhavam e desenhavam um futuro promissor para o país a partir da perspectiva do potencial mineral que possuí(-amos) e que foi entregue ao setor privado, destituindo a Nação Brasileira que se beneficiavam dessas riquezas – hoje entregues a “meia-dúzia” de grandes acionistas – entre esses, grandes banqueiros internacionais - e um alto número de pequenos acionistas (500 mil acionistas, segundo a empresa). O que contribui(u) para a concentração de renda e representa um golpe no futuro e horizonte do Brasil.
Este livro aborda sobre o histórico e potencial econômico que representa a CVRD (Companhia Vale do Rio Doce), sua expropriação e internacionalização e consequências sócio-político e econômica num país onde num processo político, assistimos sua dilapidação e entreguismo ao capital privado e internacional, com sua privatização em 6 de maio de 1997 – no Governo FHC.
A empresa cresceu, gerou enorme patrimônio da noite para o dia mas como é uma empresa de capital aberto, a maior parte de seus donos por ações preferenciais são estrangeiros. No Brasil fica recursos de empregos e 2% de impostos minerário mas a fabulosa riqueza maior está sendo investida lá fora na aquisição de outras empresas minerárias e perspectiva potencial de se tornar a número um em nível mundial com nossas riquezas minerais.
Como o título é colocado na forma de questionamento, foi de propósito, é um espaço para que cada cidadão reflita sobre os caminhos que foram dados a nosso país – especialmente no que toca às privatizações, que para alguns,foi um crime de lesa-pátria cometido contra a sociedade brasileira e que ainda pode ser repensada – desde que, através de nossa autonomia, a nação seja submetida a um plebiscito e haja instauração de uma auditoria para investigar e fiscalizar como se deram “os fatos e processo” da privatização, que é uma ferida aberta, e o comprometimento de séculos à frente da história do povo brasileiro.
Neste texto, construído na forma de mapa mental, resumidamente é delineado sobre o Novo Ensino Médio, suas mudanças e perspectivas. Um novo olhar à educação brasileira.
FRASES À CIDADANIA É UMA COLETÂNEA DE FRASES VOLTADAS PARA ASPECTOS REFLEXIVOS SOBRE CIDADANIA. MUITAS PRODUZIDAS POR ADILSON MOTTA, OUTRAS POR AUTORES DIVERSOS E FAMOSOS.
Slides Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 9, Central Gospel, As Bodas Do Cordeiro, 1Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, Revista ano 11, nº 1, Revista Estudo Bíblico Jovens E Adultos, Central Gospel, 2º Trimestre de 2024, Professor, Tema, Os Grandes Temas Do Fim, Comentarista, Pr. Joá Caitano, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Projeto de articulação curricular:
"aLeR+ o Ambiente - Os animais são nossos amigos" - Seleção de poemas da obra «Bicho em perigo», de Maria Teresa Maia Gonzalez
Slides Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 9, Betel, Ordenança para uma vida de santificação, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, 2° TRIMESTRE DE 2024, ADULTOS, EDITORA BETEL, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS, Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Comentários, Bispo Abner Ferreira, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
livro em pdf para professores da educação de jovens e adultos dos anos iniciais ( alfabetização e 1º ano)- material excelente para quem trabalha com turmas de eja. Material para quem dar aula na educação de jovens e adultos . excelente material para professores
Na sequência das Eleições Europeias realizadas em 26 de maio de 2019, Portugal elegeu 21 eurodeputados ao Parlamento Europeu para um mandato de cinco ano (2019-2024).
Desde essa data, alguns eurodeputados saíram e foram substituídos, pelo que esta é a nova lista atualizada em maio de 2024.
Para mais informações, consulte o dossiê temático Eleições Europeias no portal Eurocid:
https://eurocid.mne.gov.pt/eleicoes-europeias
Autor: Centro de Informação Europeia Jacques Delors
Fonte: https://infoeuropa.mne.gov.pt/Nyron/Library/Catalog/winlibimg.aspx?doc=52295&img=11583
Data de conceção: maio 2019.
Data de atualização: maio 2024.
CIDADANIA E PROFISSIONALIDADE 4 - PROCESSOS IDENTITÁRIOS.pptxMariaSantos298247
O presente manual foi concebido como instrumento de apoio à unidade de formação de curta duração – CP4 – Processos identitários, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações.
Atividade - Letra da música "Tem Que Sorrir" - Jorge e MateusMary Alvarenga
A música 'Tem Que Sorrir', da dupla sertaneja Jorge & Mateus, é um apelo à reflexão sobre a simplicidade e a importância dos sentimentos positivos na vida. A letra transmite uma mensagem de superação, esperança e otimismo. Ela destaca a importância de enfrentar as adversidades da vida com um sorriso no rosto, mesmo quando a jornada é difícil.
Sequência Didática - Cordel para Ensino Fundamental ILetras Mágicas
Sequência didática para trabalhar o gênero literário CORDEL, a sugestão traz o trabalho com verbos, mas pode ser adequado com base a sua realidade, retirar dos textos palavras que iniciam com R ou pintar as palavras dissílabas ...
DeClara n.º 76 MAIO 2024, o jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara de...
Castro Alves
1. CASTRO ALVES
(1847-1871)
Nasceu em Salvador, capital do Estado da Bahia, a 14 de março de 1847, o
cantor da abolição da escravatura.
A poesia de Castro Alves reflete todo um período de nossa história
pátria, em que as forças mais avançadas da sociedade, a partir de 1850, lutavam
por quebrar os laços das relações feudais e preparavam-se para a conquista do
poder político e a instauração do regime republicano, que representava, na época, a
face progressista da burguesia nacional. Castro Alves era filho de Antônio José
Alves, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Bahia, e de Clélia Brasília
de Castro, mulher de cultura e de grandes dotes artísticos.
Sua inteligência manifestou-se precocemente. Aos cinco anos, iniciava os
estudos na escola do professor José Peixoto da Silva, em São Felix. Depois toma
aulas particulares, e seguidamente passa para o Colégio Sebrão e o Ginásio
Baiano, na capital da Província. Por esse ginásio passaram também Rui
Barbosa, Raul Pompéia e outras grandes figuras pátrias. Foi precisamente durante
o curso no Ginásio Baiano, que escreveu as primeiras poesias. Era em 1859 e tinha
apenas doze anos de idade. Suas aptidões encontraram vasto campo de expansão
através das reuniões literárias estimuladas pelo diretor do estabelecimento, o famoso
educador Abilio César Borges. Ali, Castro Alves fez quase todo o curso de
humanidades, se em que se não tivesse revelado aluno muito aplicado,
principalmente em matemática, pela qual tinha verdadeira ojeriza.
O inspirador de Castro Alves, como de outros vultos do romantismo foi Victor
Hugo. A lírica do grande escritor francês contagiava a mocidade brasileira da época, e
a ele se deve o surto condoreiro de nossa poesia, cujas maiores expressões foram o
biografado e Tobias Barreto. Tal era o fascínio que Victor Hugo exercia sobre a mente
do jovem poeta que este, aos doze anos, pôs-se a estudar a língua francesa,
chegando a traduzir-lhe quase todas as criações poéticas.
Em 1862, Castro Alves transfere-se para o Recife, decidido a entrar na
Faculdade de Direito. Enquanto se preparava para o curso jurídico, escreve
versos que comovem seus condiscípulos. Ingressa na Faculdade, em 1864, ao
mesmo tempo que se liga aos grupos republicanos. Deixa as aulas para participar dos
comícios políticos, falando nas praças públicas e enfrentando com seus correligionários
a reação policial. Em 1865, escreve uma série de poemas; O Século "lido na presença
dos mestres perplexos e dos colegas arrebatados. Impõe-se, já então, como o cantor
do povo, da humanidade, pregando a Abolição da escravatura e o advento do
regime republicano."
No ano seguinte, Castro Alves funda, com Rui Barbosa, uma sociedade
abolicionista, colabora nos jornais acadêmicos, e escreve o drama teatral - Gonzaga
ou a Revolução de Minas. É nesse ano, que ele vem a conhecer a mulher que tanto
influiu em sua vida e por quem se deixou dominar por intensa paixão: Eugenia Câmara.
Era uma atriz portuguesa, seu segundo amor, que conhecera em um teatro do Recife,
em 1866, e doze anos mais velha do que ele. Tinha então, 18 anos. Eugenia Câmara
foi a "bênção e a desgraça de Castro Alves" - no dizer de Edison Carneiro -, é "a
paixão que desvairou e matou o maior poeta das América", segundo opinião do escritor
Jorge Amado. A volúvel mulher - que alguns consideraram medíocre e outros
talentosa, traiu o amor do poeta, e conta-se que este, aborrecido, com os nervos
destrambelhados, acabou por ferir-se com uma arma de fogo. Encontrava-se ele numa
caçada, quando ao tentar pular um arroio no bairro do Brás, a espingarda
descarregou sobre um de seus pés. Enfermo por longos meses, teve que amputar o pé,
advindo-lhe, daí, a tuberculose que o iria vitimar em plena mocidade.
1
2. Em 1868, Castro Alves viveu algum tempo no Rio de Janeiro, onde
travou conhecimento com José de Alencar, e a seguir com Machado de Assis, que o
visita no hotel em que se hospedara (na Rua do Ouvidor), em uma terça-feira de
carnaval, Castro Alves translada-se para São Paulo, onde se matricula na Faculdade
de Direito e presta exames com grande facilidade, chegando quase ao final do curso,
que não pode completar, em conseqüência do acidente de que fora vitima.
Percebendo o fim próximo, com o agravamento da saúde, volta a terra natal, e ali
expira, no dia 6 de julho de 1871, aos 24 anos.
Foi ao convívio de Rui Barbosa, Afonso Pena, Rodrigues Alves, José de
Alencar, Machado de Assis e José Bonifácio que Castro Alves se abeberou dos ideais
republicanos, tornando-se um precursor da República, e avantajando-se aos
setores mais arejados do pensamento liberal pela posição política assumida na defesa
dos direitos do homem, na condenação a guerra e a tirania, e na exaltação dos heróis
da pátria. Sua paixão pelos ideais republicanos provinha dos movimentos do caudilho
Antônio Borges da Fonseca, um dos chefes da insurreição Praieira. Os comícios a que
assistira no Recife lhe inspiraram o formoso poema - Pedro Ivo - a legendária figura da
revolta praieira.
Castro Alves amava o povo, e os seus melhores momentos de criação ele
os exprimiu no meio das multidões. Sua poesia esteve presente nos inúmeros
comícios políticos de que ele participou, e da tribuna protestou contra as violências
policiais dirigidas contra o povo reunido em praça pública, protesto que imprimiu em
um de seus versos mais conhecidos:
"... a praça é do povo
como o céu é do condor
É antro onde a liberdade
cria a águia ao seu calor!"
Outra característica marcante de sua atividade política é a defesa do voto
feminino. Sua coragem política é ilustrada pelo fato de ter sido uma das poucas
figuras do tempo a abraçar uma causa considerada ingrata - a Abolição - que
desencadeava a ira dos poderosos.
É o grande poeta social, "nacionalista, humano e humanitário", como o
definiu o historiador José Veríssimo, e sua maturidade se evidencia pelos magníficos
poemas Os Escravos, compostos quando tinha ainda 18 anos. O caráter político de
sua poética foi estudado em diversos trabalhos, dos quais se destacam uma série de
conferências de Afrânio Peixoto (Castro Alves, o Poeta e o Poema, 1921), os livros:
Trajetória de Castro Alves, de Edison Carneiro - 1937, já referido; ABC de Castro
Alves, de Jorge Amado, 1941 e Poemas Revolucionários, coletânea de poesias
organizada por Fernando Góes. Das obras biográficas, salientam-se ainda O Elogio de
Castro Alves, de Rui Barbosa, 1881; Castro Alves e seu Tempo, de Euclides da
Cunha, 1907; crônicas de Joaquim Nabuco, Agripino Grieco, Aidano do Couto Ferraz
e Mario de Andrade. As obras de Castro Alves estão reunidas nos seguintes livros:
Espumas Flutuantes, Bahia, 1870; Gonzaga ou a revolução de Minas, Drama, Bahia,
1876; Hinos do Equador, A Cachoeira de Paulo Afonso, Os Escravos e Traduções.
O gênio poético de Castro Alves ultrapassa sua época. Ele teve a previsão
da sociedade sem classes do futuro que saudou no poema O Vidente. Sua obra e sua
vida constituem um empolgante exemplo de solidariedade humana, de luta pela
conquista dos direitos do homem, um fanal a iluminar o caminho dos escritores e dos
patriotas.
VOZES D'ÀFRICA
Deus! o Deus! onde estas que não respondes!
Em que mundo, em que estrelas tu te escondes
2
3. Embuçados nos céus?
Há dois mil anos te mandei meu grito,
Que embalde, desde então, corre o infinito...
Onde estás, Senhor Deus?
Qual Prometeu, tu me amarrastes um dia
Do deserto na rubra penedia,
Infinito gale!...
Por abutre - me deste o sol ardente!
E a terra de Suez - foi a corrente
Que me ligaste ao pé...
O cavalo estafado do Beduíno
Sob a vergasta tomba ressupino,
E morre no areal.
Minha garupa sangra, a dor poreja,
Quando o chicote do simum dardeja
O teu braço eternal.
Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosas
Dos haréns do Sultão.
Ou no dorso dos brancos elefantes
Embala-se coberta de brilhantes,
Nas plagas do Indostão.
Por tenda - tem os cimos do Himalaia...
O Ganges amoroso beija a praia
Coberta de corais...
A brisa de Misora o céu inflama;
E ela dorna nos templos do deus Brama,
Pagodes colossais...
Europa - é sempre Europa, a gloriosa!...
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortesã.
Artista - corta o mármore de Carrara;
Poetisa - tange os hinos de Ferrara,
No glorioso afã!...
Sempre o laurel lhe cabe no litígio...
Ora uma coroa, ora o barrete frigio
Enflora-lhe a cerviz;
O Universo após ela - doido amante
Segue cativo o passo delirante
Da grande meretriz.
Mas eu, Senhor!... Eu triste, abandonada
Em meio dos desertos desgarrada,
Perdida marcho em vão!
Se choro... bebe o pranto a areia ardente!
Talvez... pra que meu pranto, ó Deus clemente,
3
4. Não descubras no chão!...
E nem tenho uma sombra na floresta...
Para cobrir-me nem um templo resta
No solo abrasador...
Quando subo as pirâmides do Egito,
Embalde aos quatro céus chorando grito:
-- "Abriga-me, Senhor!..."
Como o profeta em cinza a fronte envolve,
Velo a cabeça no areal, que volve
O siroco feroz...
Quando eu passo no Saara amortalhada...
Aí dizem: -- "Lá vai a África embuçada
No seu branco albornoz..."
Nem vêem que o deserto é meu sudário,
Que o silêncio campeia solitário
Por sobre o peito meu.
Lá no solo, onde o cardo apenas medra,
Boceja a Esfinge colossal de pedra,
Fitando o morno céu.
De Tebas nas colunas derrocadas
As cegonhas espiam debruçadas
O horizonte sem fim...
Onde branqueja a caravana errante
E o camelo monótono, arquejante,
Que desce de Efraim...
Não basta inda de dor, ó Deus terrível?
E pois teu peito aterno, inexaurível
De vingança e rancor?
E que é que fiz, Senhor? que torvo crime
Eu cometi jamais que assim me oprime
Teu gládio vingador?
Foi depois do dilúvio... Um viandante
Negro, sombrio, pálido, arquejante,
Descia do Arara...
E eu disse ao peregrino fulminado:
-- "Cam!... Serás meu esposo bem amado...
Serei tua Eloá..."
Desde esse dia o vento da desgraça
Por meus cabelos ululando, passa
O anátema cruel.
As tribos erram do areal nas vagas,
E o Nômade faminto corta as plagas
No rápido corcel.
4
5. Vi a ciência desertar do Egito...
Vi meu povo seguir - Judeu maldito
Trilho de perdição.
Depois vi minha prole desgraçada,
Pelas garras d`Europa arrebatada,
- Amestrado falcão.
Cristo! embalde morreste sobre um monte...
Teu sangue não lavou da minha fronte
A mancha original.
Ainda hoje São, por fado adverso,
Meus filhos - alimária do universo,
Eu - pasto universal!
Hoje em meu sangue a América se nutre:
-- Condor, que transformara-se em abutre,
Ave da escravidão.
Ela juntou-se as mais... irmã traidora!
Qual de José os vis irmãos, outrora,
Venderam seu irmão!
Basta, Senhor! De teu potente braço
Role através dos astros e do espaço
Perdão pra os crimes meus!
Há dois mil anos eu soluço um grito...
Escuta o brado meu lá no infinito,
Meu Deus! Senhor, meu Deus!...
CASTRO ALVES
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