O documento apresenta as formas de intolerância religiosa enfrentadas por diversas religiões no Brasil, como o racismo religioso contra religiões de matriz africana, o antissemitismo contra judeus e a islamofobia contra muçulmanos. Ele discute esses temas, fornecendo exemplos históricos e atuais, e defende a liberdade religiosa e o estado laico como forma de combater a intolerância.
O documento discute a intolerância religiosa no Brasil, afirmando que apesar da liberdade religiosa garantida na Constituição, ainda há casos frequentes de intolerância devido à cultura da superioridade. Ele também analisa a história do tratamento das religiões no Brasil e possíveis soluções como educação, mídia e políticas para promover o respeito à diversidade.
O documento discute o conceito de etnocentrismo, que é quando uma cultura se vê como superior às demais e julga outras culturas como bárbaras ou selvagens. Ao longo da história, a cultura européia adotou uma visão etnocêntrica ao colonizar outros continentes, considerando povos como os indígenas como inferiores. O etnocentrismo levou a conflitos e tentativas de impor valores europeus às culturas conquistadas.
O documento descreve casos de racismo enfrentados por estudantes negros na Universidade Federal do Ceará (UFC), como o caso de Lucas Aquino, que sofre ameaças e perseguições por colegas. Também discute o racismo institucional no Brasil de acordo com dados sobre desigualdades raciais e taxas de violência, e propõe medidas como a criação de comissões de direitos humanos para combater o racismo nas universidades.
O documento discute os conceitos de Estado, regime político e governo. Apresenta as diferenças entre monarquia e república, assim como entre democracia, autoritarismo e totalitarismo. Também aborda formas de governo como presidencialismo, parlamentarismo e federalismo.
1) O documento discute os diversos modos de produção da existência humana ao longo da história, incluindo o modo primitivo, o modo asiático e o modo escravista.
2) É apresentada a teoria marxista, que vê a história como determinada pelas condições econômicas e a luta de classes.
3) Os modos de produção capitalista e socialista são definidos em termos de propriedade dos meios de produção e relações de trabalho.
O documento discute as visões de diferentes teóricos sobre o Estado. Niccolò Maquiavel defendia um estado soberano tendendo à república. Thomas Hobbes via o homem em guerra constante, necessitando de um contrato social e estado absolutista sob um rei. John Locke defendia um estado democrático garantindo propriedade e resistência a governos tirânicos. Jean-Jacques Rousseau via o contrato social criando um estado democrático e participativo igual perante a lei. Marx via o estado como expressão da dominação de classe.
Este documento fornece informações sobre as principais religiões praticadas no Brasil. A religião católica é a maioria com 64%, seguida por evangélicas com 22%. O documento também descreve os principais orixás do candomblé jeje, keto, e angola e suas características.
O documento discute a diversidade étnica no Brasil resultante da mistura de indígenas, brancos e negros ao longo de 500 anos de história. Apresenta também conceitos como etnocentrismo, racismo, preconceito e formas de preconceito racial, abordando a identidade negra e o termo afro-brasileiro. Defende o reconhecimento e igualdade de direitos para a população negra.
O documento discute a intolerância religiosa no Brasil, afirmando que apesar da liberdade religiosa garantida na Constituição, ainda há casos frequentes de intolerância devido à cultura da superioridade. Ele também analisa a história do tratamento das religiões no Brasil e possíveis soluções como educação, mídia e políticas para promover o respeito à diversidade.
O documento discute o conceito de etnocentrismo, que é quando uma cultura se vê como superior às demais e julga outras culturas como bárbaras ou selvagens. Ao longo da história, a cultura européia adotou uma visão etnocêntrica ao colonizar outros continentes, considerando povos como os indígenas como inferiores. O etnocentrismo levou a conflitos e tentativas de impor valores europeus às culturas conquistadas.
O documento descreve casos de racismo enfrentados por estudantes negros na Universidade Federal do Ceará (UFC), como o caso de Lucas Aquino, que sofre ameaças e perseguições por colegas. Também discute o racismo institucional no Brasil de acordo com dados sobre desigualdades raciais e taxas de violência, e propõe medidas como a criação de comissões de direitos humanos para combater o racismo nas universidades.
O documento discute os conceitos de Estado, regime político e governo. Apresenta as diferenças entre monarquia e república, assim como entre democracia, autoritarismo e totalitarismo. Também aborda formas de governo como presidencialismo, parlamentarismo e federalismo.
1) O documento discute os diversos modos de produção da existência humana ao longo da história, incluindo o modo primitivo, o modo asiático e o modo escravista.
2) É apresentada a teoria marxista, que vê a história como determinada pelas condições econômicas e a luta de classes.
3) Os modos de produção capitalista e socialista são definidos em termos de propriedade dos meios de produção e relações de trabalho.
O documento discute as visões de diferentes teóricos sobre o Estado. Niccolò Maquiavel defendia um estado soberano tendendo à república. Thomas Hobbes via o homem em guerra constante, necessitando de um contrato social e estado absolutista sob um rei. John Locke defendia um estado democrático garantindo propriedade e resistência a governos tirânicos. Jean-Jacques Rousseau via o contrato social criando um estado democrático e participativo igual perante a lei. Marx via o estado como expressão da dominação de classe.
Este documento fornece informações sobre as principais religiões praticadas no Brasil. A religião católica é a maioria com 64%, seguida por evangélicas com 22%. O documento também descreve os principais orixás do candomblé jeje, keto, e angola e suas características.
O documento discute a diversidade étnica no Brasil resultante da mistura de indígenas, brancos e negros ao longo de 500 anos de história. Apresenta também conceitos como etnocentrismo, racismo, preconceito e formas de preconceito racial, abordando a identidade negra e o termo afro-brasileiro. Defende o reconhecimento e igualdade de direitos para a população negra.
01- Insatisfação de militares, igreja e fazendeiros com o Imperador, além da abolição da escravidão.
02- O Brasil tornou-se uma República Federativa presidencialista, com separação entre Estado e Igreja e novas leis como casamento civil.
O documento descreve os principais movimentos sociais contemporâneos, incluindo o movimento negro, feminista, gay, estudantil, ecológico, sem-terra e anti-globalização. Argumenta que, diferentemente de outras formas de participação política, os movimentos sociais estimulam a solidariedade e permitem que seus membros conheçam melhor o Estado e a sociedade, promovendo uma cidadania coletiva.
O documento descreve a diversidade religiosa no Brasil em três frases:
1) O Brasil tem uma população majoritariamente cristã, sendo a maioria católica, mas também abriga religiões de origem africana como o candomblé e a umbanda, além de protestantes, espíritas e religiões de imigrantes.
2) O país possui um Estado laico que garante liberdade religiosa e separação entre Igreja e Estado.
3) Ao longo da história, diversas religiões foram trazidas para
Séc xix o mundo em transformação - socialismo - liberalismoDouglas Barraqui
O documento discute as principais teorias econômicas do século XIX favoráveis e contrárias ao capitalismo. Apresenta os pensadores liberais como Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo, que defenderam o liberalismo econômico e a livre concorrência. Também expõe as teorias socialistas utópicas de Saint-Simon, Fourier e Owen e o socialismo científico de Marx e Engels, criticando os efeitos do capitalismo. Por fim, aborda brevemente o anarquismo e o socialismo cristão.
[1] O documento discute o conceito de cidadania no Brasil, incluindo seus direitos e deveres e como evoluiu ao longo da história brasileira. [2] Aborda os três tipos de direitos associados à cidadania - civil, político e social - e como cada um se desenvolveu no país. [3] Também examina os marcos constitucionais brasileiros e como eles impactaram o desenvolvimento da cidadania formal e real.
1) Em 1500, Cabral chegou ao Brasil e teve o primeiro contato com os índios tupinambás no litoral da Bahia. 2) Os portugueses exploraram inicialmente o pau-brasil com mão-de-obra indígena. 3) Para colonizar e se defender de invasores, Portugal dividiu o território brasileiro em Capitanias Hereditárias em 1530.
O documento define liberalismo como um conjunto de princípios que defendem liberdade política e econômica, contrários ao controle estatal na economia e vida das pessoas. Apresenta pensadores liberais dos séculos XVII-XVIII como defensores dos direitos individuais e da liberdade contra desigualdade e privação da liberdade. Enumera princípios liberais como livre concorrência, livre produção e não intervenção estatal na economia.
O documento discute as teorias do sociólogo Émile Durkheim sobre fatos sociais, solidariedade e suicídio. Apresenta os conceitos de solidariedade mecânica versus orgânica e discute como Durkheim usou investigações sobre taxas de suicídio para ilustrar diferentes tipos de integração social. Também resume hipóteses sobre fatores que influenciam taxas de suicídio em diferentes países e regiões.
O documento discute etnocentrismo e relativismo cultural. O etnocentrismo é julgar outras culturas com base nos próprios valores culturais, levando a preconceitos. O relativismo cultural, proposto por Franz Boas, defende avaliar cada cultura nos próprios termos, sem impor valores externos. O documento também menciona formas de racismo como a escravidão no Brasil.
Breve conceito e histórico de direitos humanos slidesedgardrey
O documento discute brevemente a história e conceito de direitos humanos, destacando que eles garantem o nível básico essencial para a existência humana na sociedade, incluindo acesso a saúde, moradia, educação e alimentação. Também resume os principais tipos de direitos humanos como civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, ambientais e de solidariedade, enfatizando que eles são universais, indivisíveis e interdependentes.
O documento discute o conceito de Indústria Cultural desenvolvido por Adorno e Horkheimer. A Indústria Cultural refere-se à capacidade do capitalismo de produzir bens culturais em larga escala como mercadoria. Ela leva à uniformização do sujeito e manipulação de sua autonomia através da produção em massa de produtos culturais como rádio, TV, cinema e música.
1) O documento discute as teorias contratualistas sobre a origem do Estado e do poder político, segundo autores como Hobbes, Locke e Rousseau.
2) Hobbes via o estado de natureza como um estado de guerra de todos contra todos, onde o contrato social estabelece um Estado absoluto para garantir a segurança.
3) Locke defendia que o estado de natureza tinha falta de regras, surgindo o Estado por meio de contrato para julgar disputas de forma imparcial.
4) Rousseau via o estado de natureza como harmônico,
Raça e etnicidade para aula de sociologiaJoão Cardoso
Slide contendo conteúdo sociológico sobre estudo de etnias.
Contém definições de raça para época passada, os embates teóricos.
Contém também a formação do que foi a construção da identidade brasileira
O documento discute os conceitos de poder, política e Estado. Segundo Max Weber, poder refere-se à probabilidade de impor a própria vontade em relações sociais. Exemplos de exercício de poder incluem relações de classes, autoridade governamental, e leis. Há três formas de exercício de poder: econômico, ideológico e político. O poder pode ser legítimo ou ilegítimo. As três formas puras de dominação legítima são: tradicional, carismática e racional-legal.
O documento descreve a origem e evolução do capitalismo desde os séculos XV-XVI na Europa até a sua forma atual. O capitalismo passou por três fases principais: a comercial, a industrial e a financeira. Embora traga benefícios como progresso econômico, o capitalismo também gera problemas sociais que requerem intervenção estatal para reduzir desigualdades.
O documento discute os conceitos de diversidade cultural, etnocentrismo, relativismo cultural e racismo. Afirma que nenhuma cultura é superior ou inferior, e que devemos respeitar as diferenças culturais, evitando visões etnocêntricas que negam a diversidade humana.
Frantz Fanon nasceu na Martinica em 1925 e serviu no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Ele se tornou psiquiatra e apoiou a luta pela independência da Argélia da França na década de 1950. Fanon escreveu duas obras influentes, "Pele Negra, Máscaras Brancas" e "Os Condenados da Terra", antes de morrer de leucemia em 1961.
Existem desigualdades sociais significativas no Brasil, incluindo segregação espacial que reserva áreas insalubres para os menos favorecidos. Milhões vivem em favelas e palafitas sem condições dignas. Isso alimenta um "cultura do medo" entre os mais abastados e justifica o isolamento em condomínios fechados, criando uma sociedade desigual.
O documento discute a história cultural dos povos africanos desde a antiguidade até a idade moderna. Apresenta os principais impérios e reinos da África, como o Império de Mali e o Reino do Congo, e descreve a escravidão no Brasil e as formas de resistência dos escravos, como quilombos. Também destaca a contribuição cultural africana, especialmente na música, dança, culinária e religião brasileiras.
O documento descreve a divisão do mundo após a Segunda Guerra Mundial entre os sistemas capitalista e socialista, liderados pelos Estados Unidos e União Soviética respectivamente. Também define as características e experiências dos sistemas capitalista e socialista, incluindo a Guerra Fria e a divisão da Europa. Finalmente, discute o colapso da União Soviética em 1991 e o fim da Guerra Fria.
1. O documento discute a liberdade religiosa e a demonização das religiões de matriz africana no Brasil.
2. Ele explica que, embora a Constituição brasileira garanta a liberdade religiosa, as religiões de matriz africana enfrentam intolerância e ataques.
3. O autor argumenta que é necessário educar as crianças sobre diversidade religiosa e combater o racismo para promover a igualdade e o respeito entre as diferentes crenças no país.
Este documento discute a intolerância religiosa sofrida pelas religiões afro-brasileiras, especialmente o candomblé e a umbanda, por parte de igrejas neopentecostais. Relata casos de violência física e ataques verbais contra terreiros e seus membros, notadamente mulheres que são líderes religiosas. Também descreve como a conversão de alguns membros ao protestantismo cria tensões dentro de famílias com tradições afro-brasileiras.
01- Insatisfação de militares, igreja e fazendeiros com o Imperador, além da abolição da escravidão.
02- O Brasil tornou-se uma República Federativa presidencialista, com separação entre Estado e Igreja e novas leis como casamento civil.
O documento descreve os principais movimentos sociais contemporâneos, incluindo o movimento negro, feminista, gay, estudantil, ecológico, sem-terra e anti-globalização. Argumenta que, diferentemente de outras formas de participação política, os movimentos sociais estimulam a solidariedade e permitem que seus membros conheçam melhor o Estado e a sociedade, promovendo uma cidadania coletiva.
O documento descreve a diversidade religiosa no Brasil em três frases:
1) O Brasil tem uma população majoritariamente cristã, sendo a maioria católica, mas também abriga religiões de origem africana como o candomblé e a umbanda, além de protestantes, espíritas e religiões de imigrantes.
2) O país possui um Estado laico que garante liberdade religiosa e separação entre Igreja e Estado.
3) Ao longo da história, diversas religiões foram trazidas para
Séc xix o mundo em transformação - socialismo - liberalismoDouglas Barraqui
O documento discute as principais teorias econômicas do século XIX favoráveis e contrárias ao capitalismo. Apresenta os pensadores liberais como Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo, que defenderam o liberalismo econômico e a livre concorrência. Também expõe as teorias socialistas utópicas de Saint-Simon, Fourier e Owen e o socialismo científico de Marx e Engels, criticando os efeitos do capitalismo. Por fim, aborda brevemente o anarquismo e o socialismo cristão.
[1] O documento discute o conceito de cidadania no Brasil, incluindo seus direitos e deveres e como evoluiu ao longo da história brasileira. [2] Aborda os três tipos de direitos associados à cidadania - civil, político e social - e como cada um se desenvolveu no país. [3] Também examina os marcos constitucionais brasileiros e como eles impactaram o desenvolvimento da cidadania formal e real.
1) Em 1500, Cabral chegou ao Brasil e teve o primeiro contato com os índios tupinambás no litoral da Bahia. 2) Os portugueses exploraram inicialmente o pau-brasil com mão-de-obra indígena. 3) Para colonizar e se defender de invasores, Portugal dividiu o território brasileiro em Capitanias Hereditárias em 1530.
O documento define liberalismo como um conjunto de princípios que defendem liberdade política e econômica, contrários ao controle estatal na economia e vida das pessoas. Apresenta pensadores liberais dos séculos XVII-XVIII como defensores dos direitos individuais e da liberdade contra desigualdade e privação da liberdade. Enumera princípios liberais como livre concorrência, livre produção e não intervenção estatal na economia.
O documento discute as teorias do sociólogo Émile Durkheim sobre fatos sociais, solidariedade e suicídio. Apresenta os conceitos de solidariedade mecânica versus orgânica e discute como Durkheim usou investigações sobre taxas de suicídio para ilustrar diferentes tipos de integração social. Também resume hipóteses sobre fatores que influenciam taxas de suicídio em diferentes países e regiões.
O documento discute etnocentrismo e relativismo cultural. O etnocentrismo é julgar outras culturas com base nos próprios valores culturais, levando a preconceitos. O relativismo cultural, proposto por Franz Boas, defende avaliar cada cultura nos próprios termos, sem impor valores externos. O documento também menciona formas de racismo como a escravidão no Brasil.
Breve conceito e histórico de direitos humanos slidesedgardrey
O documento discute brevemente a história e conceito de direitos humanos, destacando que eles garantem o nível básico essencial para a existência humana na sociedade, incluindo acesso a saúde, moradia, educação e alimentação. Também resume os principais tipos de direitos humanos como civis, políticos, econômicos, sociais e culturais, ambientais e de solidariedade, enfatizando que eles são universais, indivisíveis e interdependentes.
O documento discute o conceito de Indústria Cultural desenvolvido por Adorno e Horkheimer. A Indústria Cultural refere-se à capacidade do capitalismo de produzir bens culturais em larga escala como mercadoria. Ela leva à uniformização do sujeito e manipulação de sua autonomia através da produção em massa de produtos culturais como rádio, TV, cinema e música.
1) O documento discute as teorias contratualistas sobre a origem do Estado e do poder político, segundo autores como Hobbes, Locke e Rousseau.
2) Hobbes via o estado de natureza como um estado de guerra de todos contra todos, onde o contrato social estabelece um Estado absoluto para garantir a segurança.
3) Locke defendia que o estado de natureza tinha falta de regras, surgindo o Estado por meio de contrato para julgar disputas de forma imparcial.
4) Rousseau via o estado de natureza como harmônico,
Raça e etnicidade para aula de sociologiaJoão Cardoso
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Contém definições de raça para época passada, os embates teóricos.
Contém também a formação do que foi a construção da identidade brasileira
O documento discute os conceitos de poder, política e Estado. Segundo Max Weber, poder refere-se à probabilidade de impor a própria vontade em relações sociais. Exemplos de exercício de poder incluem relações de classes, autoridade governamental, e leis. Há três formas de exercício de poder: econômico, ideológico e político. O poder pode ser legítimo ou ilegítimo. As três formas puras de dominação legítima são: tradicional, carismática e racional-legal.
O documento descreve a origem e evolução do capitalismo desde os séculos XV-XVI na Europa até a sua forma atual. O capitalismo passou por três fases principais: a comercial, a industrial e a financeira. Embora traga benefícios como progresso econômico, o capitalismo também gera problemas sociais que requerem intervenção estatal para reduzir desigualdades.
O documento discute os conceitos de diversidade cultural, etnocentrismo, relativismo cultural e racismo. Afirma que nenhuma cultura é superior ou inferior, e que devemos respeitar as diferenças culturais, evitando visões etnocêntricas que negam a diversidade humana.
Frantz Fanon nasceu na Martinica em 1925 e serviu no exército francês durante a Segunda Guerra Mundial. Ele se tornou psiquiatra e apoiou a luta pela independência da Argélia da França na década de 1950. Fanon escreveu duas obras influentes, "Pele Negra, Máscaras Brancas" e "Os Condenados da Terra", antes de morrer de leucemia em 1961.
Existem desigualdades sociais significativas no Brasil, incluindo segregação espacial que reserva áreas insalubres para os menos favorecidos. Milhões vivem em favelas e palafitas sem condições dignas. Isso alimenta um "cultura do medo" entre os mais abastados e justifica o isolamento em condomínios fechados, criando uma sociedade desigual.
O documento discute a história cultural dos povos africanos desde a antiguidade até a idade moderna. Apresenta os principais impérios e reinos da África, como o Império de Mali e o Reino do Congo, e descreve a escravidão no Brasil e as formas de resistência dos escravos, como quilombos. Também destaca a contribuição cultural africana, especialmente na música, dança, culinária e religião brasileiras.
O documento descreve a divisão do mundo após a Segunda Guerra Mundial entre os sistemas capitalista e socialista, liderados pelos Estados Unidos e União Soviética respectivamente. Também define as características e experiências dos sistemas capitalista e socialista, incluindo a Guerra Fria e a divisão da Europa. Finalmente, discute o colapso da União Soviética em 1991 e o fim da Guerra Fria.
1. O documento discute a liberdade religiosa e a demonização das religiões de matriz africana no Brasil.
2. Ele explica que, embora a Constituição brasileira garanta a liberdade religiosa, as religiões de matriz africana enfrentam intolerância e ataques.
3. O autor argumenta que é necessário educar as crianças sobre diversidade religiosa e combater o racismo para promover a igualdade e o respeito entre as diferentes crenças no país.
Este documento discute a intolerância religiosa sofrida pelas religiões afro-brasileiras, especialmente o candomblé e a umbanda, por parte de igrejas neopentecostais. Relata casos de violência física e ataques verbais contra terreiros e seus membros, notadamente mulheres que são líderes religiosas. Também descreve como a conversão de alguns membros ao protestantismo cria tensões dentro de famílias com tradições afro-brasileiras.
- Religiões afro-brasileiras continuam sofrendo preconceito e discriminação no Brasil, apesar de sua importância cultural.
- Estudos apontam para perseguição velada dessas religiões, com pouca proteção do Estado.
- Cultos afro-brasileiros enfrentam preconceito e ataques de outras igrejas, apesar de serem parte integral da cultura brasileira.
1) As religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda, passaram por muitas mudanças desde os estudos de Roger Bastide na década de 1940.
2) Originalmente religiões de resistência cultural dos africanos e afro-descendentes, elas se tornaram mais universalistas e competitivas no mercado religioso brasileiro.
3) Embora tenham ganhado mais seguidores e se espalhado pelo Brasil, os dados censitários podem subestimá-las devido à tendência histórica dos praticantes
O Brasil com axé: candomblé e umbanda no mercado religiosoGeraa Ufms
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Este documento discute a intolerância religiosa no espaço escolar em três frases:
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3. sumário
BANCADA DO PSOL NA ALERJ
APRESENTAÇÃO
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
RACISMO RELIGIOSO
ANTISSEMITISMO
ISLAMOFOBIA
LIBERDADE RELIGIOSA
ESTADO LAICO
MAPA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL
TOLERÂNCIA E SEUS PRINCÍPIOS DETURPADOS
LEIS CONTRA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
COMO DENUNCIAR A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
SAIBA MAIS
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Apresentação
A cartilha Combate à intolerância
religiosa é uma iniciativa da bancada
do PSOL na Alerj¹.
Nós combatemos em todos os
espaços — seja nas ruas, seja no par-
lamento — o racismo, o machismo, a
homofobia, a xenofobia, a transfobia
e todas as outras formas de opressão.
Encaramos essas lutas como um de-
ver: não recuamos um milímetro na
defesa das liberdades. Aliás, sabemos
que liberdade e fraternidade só serão
plenas quando superarmos a explo-
ração do trabalho. Por isso, também
nessas pautas, reafirmamos o nosso
compromisso com o socialismo e a de-
mocracia.
¹ Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
6. 6
Por isso, combater a intolerância religiosa — o racismo re-
ligioso, o antissemitismo e a islamofobia — é uma das nossas
prioridades. O Brasil é religiosamente muito diverso, só regis-
trados no IBGE são 40 grupos religiosos e ainda existem mui-
tos outros. A pluralidade é saudável e tem potencial para cons-
truir um país tolerante, democrático e de coexistência pacífica
entre todos.
Apesar da diversidade, muitos ainda não gozam do pleno
direito de professar sua fé e cotidianamente sofrem agressões.
A liberdade religiosa é um princípio fundamental do Estado
Democrático de Direito, mas ainda é constantemente violada.
Um exemplo foi a tentativa de proibir o abate religioso nas
cerimônias de religiões afro-brasileiras, felizmente negada por
decisão unânime do STF.
Dessa mesma maneira, o Estado laico também não é exerci-
do plenamente no Brasil. A Câmara Federal, por exemplo, des-
taca um crucifixo cristão. Assim como em muitos outros lugares
públicos como escolas, bibliotecas e hospitais também encon-
tramos símbolos religiosos que desrespeitam a laicidade.
Nos últimos anos, observamos diversos casos de intolerân-
cia religiosa crescendo no país. Em cinco anos as denúncias de
discriminação por motivo religioso cresceram 4960%, segundo
dados do Disque 100. No Estado do Rio de Janeiro, vários ter-
reiros de candomblé ou umbanda foram invadidos, depreda-
dos ou expulsos de seus territórios.
Esta cartilha vai na contramão do ódio, pretende-se com
uma pequena contribuição para construir laços de tolerância e
fraternidade entre as diversas religiões.
Mandato Coletivo Dani Monteiro
Mandato Eliomar Coelho
Mandato Coletivo Flavio Serafini
Mandato Quilombo Mônica Francisco
Mandata Renata Souza
7. 7
INTOLERÂNCIA religiosa
A intolerância é uma hostilidade e uma indisposição para
conviver com religiões diferentes. Ela não está restrita a uma
religião específica, mas pode acontecer mutuamente entre
pessoas de religiões distintas entre si. O contrário da intolerân-
cia, no entanto, não pode ser simplesmente a “tolerância”. A
luta é por respeito mútuo. É preciso reconhecer não a simples
necessidade de existir de cada religião, mas principalmente va-
8. 8
lorizar a importância que cada uma delas tem na nossa forma-
ção e na vida de seus fiéis individual e coletivamente.
Embora afirmando a laicidade do Estado brasileiro, não é
possível negar o histórico de hegemonia impositiva do cris-
tianismo na sociedade brasileira, que não só impediu, como
perseguiu quaisquer outras práticas religiosas que se manifes-
tassem publicamente. De maneira particular e mais violenta,
este impedimento e perseguição se voltaram para os povos
indígenas e os povos africanos trazidos forçosamente para cá
com o tráfico negreiro e a escravização. Nesse sentido, cristãos
protestantes evangélicos ou católicos tiveram o fomento de
uma presença não apenas maior, mas também mais influente
sobre as instituições, como as cortes de justiça, parlamentos e
universidades etc. Mesmo hoje, muitas outras religiões são vis-
tas como “diferentes”, e não reconhecidas como pertencentes à
diversidade religiosa do país.
Esse histórico de negação também está presente na into-
lerância religiosa que atinge de maneira mais intensa, e quase
que predominantemente, as religiões de matriz africana. Não
é preciso se esforçar muito para encontrar diversas notícias e
reportagens que tratam da violação de terreiros de candomblé
e umbanda nas cidades brasileiras. Ainda que não na mesma
proporção, a intolerância religiosa também opera nos estere-
ótipos e estigmas lançados contra evangélicos pentecostais,
muçulmanos e judeus religiosos.
Se por um lado, leis mais rigorosas contra o preconceito, ra-
cismo e intolerância podem evitar os excessos e a violação de
limites, elas não conseguem cumprir o papel didático e peda-
gógico na formação de uma consciência de respeito mútuo.
Sendo assim, o esforço para o fim da intolerância religio-
sa não pode depender apenas do aparato legal, mas de uma
mudança de consciência que se faça em direção ao respeito e
à compreensão de complementaridade entre as religiões. As-
sim, influenciar para termos uma sociedade melhor, igualitária,
mais saudável e democrática.
9. 9
RACISMO religioso
O racismo religioso é a discriminação que desqualifica, in-
ferioriza, demoniza ou ridiculariza todo credo, culto ou religião
que tenha alguma ligação com África. O racismo não se mani-
festa de maneira única, no Brasil existe o racismo cultural, o ra-
cismo ambiental, o racismo institucional e o racismo religioso.
O último é direcionado às religiões afro-brasileiras que são cri-
minalizadas e perseguidas tanto pelo Estado brasileiro, quanto
por fundamentalistas e racistas.
10. 10
O conceito de racismo religioso surge no início do século
XXI, pois o conceito de intolerância religiosa não consegue dar
conta da discriminação contra as religiões de matrizes africa-
nas. O preconceito, a criminalização e a violência com que as
religiões afro-brasileiras sofrem desde a chegada dos primei-
ros africanos escravizados ao Brasil. Diante dessa realidade, o
conceito de racismo religioso reflete o cenário de permanente
ataque que sofrem as religiões de matrizes africanas. Segun-
do o relatório Intolerância Religiosa no Brasil, produzido pelo
Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap),
mais de 70% dos casos são contra religiosos de matriz africana,
o que reforça o conceito de racismo religioso.
No período colonial (1500-1822), os africanos escravizados
eram proibidos de realizar seus cultos e as religiões afro-bra-
sileiras eram consideradas crime. Em 1748, Luiza Pin, ex-escra-
vizada que praticava sua religiosidade de matriz africana, foi
denunciada e investigada pela prática de feitiçaria. Foi enviada
a Portugal, julgada e condenada pela Inquisição a quatro anos
de degredo. No período Imperial (1822-1889), a Constituição
estabelecia como religião oficial o catolicismo e as demais re-
ligiões eram proibidos de manifestar suas práticas ou realizar
cultos. No período da Primeira República (1889-1930) e na Era
Vargas (1930-1945), as religiões afro-brasileiras foram crimi-
nalizadas pelo Código Penal de 1890. Apesar da Constituição
estabelecer o Estado laico e a liberdade religiosa, as religiões
afro-brasileiras não tinham esse direito assegurado. O código
penal da época continha três artigos penais, que criminaliza-
vam as religiões afro-brasileiras. Nesse período os terreiros e
locais de culto de matrizes africanas eram invadidos, os pra-
ticantes e sacerdotes eram presos, assim como seus objetos
sagrados confiscados. Foram inúmeras casas sagradas vítimas
desse racismo religioso institucional. Desde então são inúme-
ros casos em que racistas de maneira individual ou coletiva e o
Estado brasileiro praticaram atos de racismo contra as religiões
afro-brasileiras. Em 1999, a Iyalorixá Gilda foi vítima de dis-
criminação por um jornal de uma igreja cristã que a acusou de
charlatanismo. Logo depois seu terreiro foi invadido por fun-
damentalistas cristãos e ela acabou tragicamente falecendo.
11. 11
Na década de 2000, traficantes no Rio de Janeiro iniciaram
um processo de proibição e perseguição aos terreiros de reli-
giões afro-brasileiras em determinadas favelas. Alguns terrei-
ros foram invadidos e destruídos por esses traficantes que se
autointitulam como “traficantes de Jesus”. Em 2014, um aluno
candomblecista de 12 anos, de uma escola pública da cidade do
Rio de Janeiro foi proibido pela professora de assistir aula por
usar guias. Em 2015, no Rio de Janeiro uma menina candom-
blecista de 11 anos foi atingida por uma pedra na cabeça, pelo
simples fato de usar suas vestes religiosas. No ano de 2016, a
Polícia Militar de Sergipe invadiu um terreiro de candomblé e
apreendeu todos os instrumentos musicais, sob alegação de
perturbação ao sossego. Em 2017, uma tenda de umbanda foi
atacada com pedras e depois incendiada por racistas, em Cam-
pinas. Nesse mesmo ano, em Santa Luzia (MG), o Ministério
Público estabeleceu normas e dias de funcionamento para um
centro de umbanda da cidade. Desrespeitando de forma dura
a garantia de liberdade religiosa. Em 2019, um terreiro de can-
domblé na Bahia foi atacado por racistas que rezavam junto ao
muro do terreiro e diziam “Fora Satanás”, entre outras frases
ofensivas e depreciativas.
Esses são alguns casos violentos e criminosos que demons-
tram como o racismo religioso é um problema a ser combatido.
12. 12
ANTIsemitismo
O antissemitismo é o fenômeno de ódio e repulsa ao ju-
deu. Cunhado por Wilhem Marr no século XIX, o termo remete
a uma natureza de estrangeiro que o judeu guardava. Ele seria
o eterno estranho, suspeito. Por isso o uso da palavra semita,
que se refere a língua hebraica de origem semita, um sinal de
que os judeus não eram originários da Europa, mas de fora.
O antissemitismo teve início no Império Romano, quando
os judeus foram duramente perseguidos e oprimidos. Na Eu-
ropa durante a Idade Média (476-1453), os judeus foram proibi-
dos de praticar sua religião pela Inquisição católica e em alguns
países da Europa foram obrigados a viver em guetos. Na Idade
Contemporânea, em diversos países, os judeus foram vítimas
de discriminação em especial na Alemanha nazista onde 6 mi-
lhões deles foram assassinados no Holocausto.
No Brasil da Era Vargas, judeus foram proibidos de imigrar
para o nosso país. Em 2005, um grupo de jovens judeus foi es-
pancado em Porto Alegre. Em 2018, uma sinagoga foi pichada
e incendiada por antissemitas em Pelotas, Rio Grande do Sul.
13. 13
islamoFOBIA
A islamofobia é uma forma de racismo anti-muçulmano; é
a intolerância e discriminação que cria medo, ódio, hostilidade
em relação aos muçulmanos e à religião islâmica com base em
meias verdades, mitos e mentiras. Isso se perpetua, principal-
mente, através de canais da televisão, jornais e redes sociais
com o objetivo de demonizar toda uma comunidade, culpan-
do-a e responsabilizando-a pelas ações de alguns e minimi-
zando as agressões que os muçulmanos sofrem.
O uso desse termo aparece pela primeira vez na França, na
década de 1920, reaparece na década de 1970 como repúdio
aos muçulmanos e ao Islã, e se expande após o 11 de setembro.
A partir de então, os casos de islamofobia cresceram sobretudo
em países europeus e da América do Norte.
Os casos de islamofobia no Brasil vêm crescendo de for-
ma contundente, principalmente, em relação às mulheres mu-
çulmanas por conta do uso do lenço islâmico. Em 2015 uma
muçulmana foi xingada e agredida com uma pedrada em São
Paulo. No mesmo ano uma mulher muçulmana foi agredida
com uma cusparada no rosto e acusada de ser terrorista, em
Nova Iguaçu.
14. 14
LIBERDADE
religiosa
Art. 5º Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natu-
reza, garantindo-se aos brasileiros e
aos estrangeiros residentes no País
a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança
e à propriedade, nos termos seguin-
tes:
VI - é inviolável a liberdade de
consciência e de crença, sendo as-
segurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e a
suas liturgias;
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL
Como podemos notar, a Consti-
tuição Brasileira garante a liberdade
religiosa. É preciso, no entanto, per-
manentemente, avaliar se nossa li-
berdade fere a liberdade do outro, se
nosso direito à liberdade restringe o
direito de liberdade do outro. Cumpre
a nós garantir esse direito constitu-
cional, a começar por nossas próprias
ações.
O Brasil é um país de dimensões
continentais, formado por inúmeras
culturas diferentes e, assim, composto
por uma quantidade grande de religi-
ões, também muito diversas. Por con-
15. 15
ta disso, estimular o respeito a partir
de nossos próprios exemplos é dever
de toda cidadã e todo cidadão.
Assumir e reconhecer a existência
de outras religiões é um primeiro e im-
portante passo para que nossas ações
garantam o direito expresso na Cons-
tituição. Precisamos ter muito cuidado
quando, na presença de outras pesso-
as, manifestarmos ritos característicos
de nossa própria fé, pensando serem
comuns às outras religiões, baseados
em falácias de nossas próprias práti-
cas. Exemplo: é comum afirmar-se o
Pai Nosso, oração própria do cristianis-
mo católico e evangélico, como oração
“universal”. Isso é um erro gravíssimo,
se pensarmos que existem candomb-
lecistas, judeus, hindus, muçulmanos
que sequer sabem fazer essa reza. En-
tão, em uma escola pública, pedir que
se reze o Pai Nosso é abrir precedente
para que outros fiéis de outras religi-
ões reivindiquem seu direito de fazer
em público ritos semelhantes basea-
dos em sua própria fé. Uma vez que o
Estado é laico, não se pode privilegiar
nenhuma religião.
Outro caso muito comum é tolerar
crucifixos, quipás, escapulários de tra-
dições judaico-cristãs e repudiar trajes
afro-brasileiros, hindus e muçulmanos,
com reações que vão desde a demoni-
zação até o rótulo de terroristas. Esses
comportamentos revelam um racismo
religioso covarde e criminoso que pre-
cisa urgentemente ser desconstruído
em nossa sociedade.
16. 16
Não podemos achar normal em lugares públicos, como es-
colas, ônibus, trens, metrôs, reuniões de parlamentares, pes-
soas cantando hinos evangélicos, se não estivermos prontos
para ouvirmos também ladainhas católicas, pontos de Exu da
umbanda, cantos hindus ou cantigas de candomblé. Como já
dito, ao permitir que práticas de uma religião específica sejam
manifestadas, estamos abrindo precedentes constitucionais
para que todas as outras práticas religiosas que reivindiquem
tempo e espaço possam ser também manifestadas.
Também precisamos lembrar, quando pensamos que esta-
mos dando o mesmo espaço a todas as religiões, em um agra-
vante: por força das tradições opressoras da sociedade e por
medo de reações negativas futuras, pessoas não se sentem
confortáveis para manifestar seu desconforto diante da mani-
festação religiosa do outro. Não raro, pessoas constrangidas
pelo Pai Nosso ou pelos hinos ficam em silêncio, deixando a
falsa ideia de que aquela prática é bem aceita, é unânime, ou
que não tenham o desejo de manifestar com orgulho sua cren-
ça.
Todo cuidado é pouco quando se trata de liberdade religio-
sa. A luta é diária para a garantia desse e de outros direitos
constitucionais, para que não se reforce o racismo religioso es-
trutural em nossa sociedade, e para que toda cidadã e todo ci-
dadão possam, de maneira igual, professar sua própria fé, sem
que com isso provoque constrangimentos para os que prati-
cam outras formas de religiosidade e espiritualidade.
17. 17
Estado LAICO
Laico é um país que não permite influência ou diretriz reli-
giosa nas suas instituições. Ou seja, é um Estado que não tem
como base, valor ou princípio dogmas ou doutrinas religiosas
e muito menos o favorecimento de nenhuma religião. Um país
ou nação laica não significa a proibição ou cerceamento das re-
ligiões, pelo contrário garante a livre prática e a liberdade reli-
giosa. O laicismo é uma doutrina que defende que a religião
não influencie nos assuntos do Estado. Ao contrário do que al-
guns pensam, Estado laico é diferente de Estado ateu. Um Es-
tado ateu é contrário a toda e qualquer religião, enquanto em
um Estado laico, as decisões políticas não são determinadas
por uma perspectiva religiosa.
O conceito político de Estado laico ganhou força no Ociden-
te a partir do século XVIII, com o surgimento do movimento ilu-
minista e, em especial, a partir da Revolução Francesa, em 1789.
O movimento iluminista era formado por intelectuais, filósofos
e pensadores que teorizaram acerca da liberdade. Os pensa-
dores iluministas defendiam a separação entre Estado e Igreja,
de forma que não existisse uma religião oficial e que o Estado
não fosse administrado por um viés religioso. Desde então a
maioria das nações adotam o princípio de Estado laico, apesar
de ainda existirem países teocráticos — estados que têm uma
religião oficial.
Em um Estado laico nenhum cidadão pode ser obrigado a
seguir determinada religião ou cumprir dogmas e muito me-
nos práticas religiosas. No Brasil Colônia (1500-1822) e no Brasil
Império (1882-1889), a religião católica estava atrelada ao Esta-
do, apenas a partir da Proclamação da República, em 1889 o
Brasil tornou-se um país laico.
18. 18
Mapa da
intolerância
religiosa no Brasil
Em um Estado Democrático de Di-
reito é indispensável a garantia do li-
vre exercício de crença e não crença,
porém o Brasil tem suportado por dé-
cadas, mesmo com seguridade social
garantida pela Constituição, números
alarmantes de violência contra deter-
minados segmentos religiosos.
Aliás, o levantamento de dados da
SEPPIR Brasília de 2011 a 2015, registrou
uma elevação no que diz respeito aos
casos de violência incitadas por intole-
rância religiosa. A organização KOINO-
NIA — Presença Ecumênica e Serviço
— iniciou também, em 2010, a platafor-
ma Dossiê Intolerância Religiosa, onde
são registrados materiais de pesquisa,
artigos, vídeos e um mapeamento na-
cional que traz um perfilamento locali-
zado a partir de território, credo e data
da agressão. Esses registros revelam a
extrema importância e necessidade da
construção de políticas públicas e pro-
gramas que sejam capazes de atender
às demandas para o bem-estar social
e para que o Estado cumpra seu papel
na garantia da liberdade de crença e
não crença.
19. 19
Segundo levantamentos realizados
em 2018 pela Secretaria Estadual de
Direitos Humanos do Rio de Janeiro²,
publicados e veiculados em jornais e
sites, o Estado do Rio de Janeiro so-
freu um aumento de 56% nos casos
de intolerância religiosa. Revela ainda
que, em uma linearidade histórica, o
candomblé e a umbanda continuam
sendo as religiões mais perseguidas
e atacadas de forma violenta, sendo,
respectivamente, 30% dos casos con-
tra pessoas do candomblé e 22% dos
casos contra adeptos da umbanda.
Há ainda o perfilamento territorial
dos casos. O município do Rio de Ja-
neiro comporta 55% de todos os casos
do Estado, seguido por Nova Iguaçu
e Duque de Caxias, na Baixada Flumi-
nense; percebe-se ainda que a região
metropolitana é a que mais sofre com
a intolerância religiosa.
Em contagem nacional, o Estado do
Rio de Janeiro segue sendo o que mais
tem registro de casos, com 55 de 198
casos, e um recorte majoritariamente
de vítimas LGBT+ negras.
² http://intoleranciareligiosadossie.blogspot.
com/2011/08/dia-dos-cultos-afros-segue-sem-apoio.
html
20. 20
TOLERÂNCIA e
seus princípios deturpados
Em 1995 foi aprovada a Declaração de Princípios sobre a
Tolerância, na Conferência Geral da UNESCO. Seu objetivo era
desfazer alguns equívocos e reafirmar as liberdades e princí-
pios fundamentais presentes na Declaração Universal do Di-
reitos Humanos. Seu artigo primeiro preza que ela deve se
comprometer com o respeito, fundada no reconhecimento das
liberdades fundamentais, dos direitos universais da pessoa
humana preservando a harmonia na diferença, uma necessi-
dade política e jurídica. Segue afirmando que a tolerância deve
ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo Estado, en-
tretanto, o que temos visto, é uma prática com o entendimento
equivocado, produzindo secularmente uma postura político-
-jurídica contaminada pela indulgência.
Por outro lado, intolerância é a naturalização das injustiças
sociais, é a agressão aos direitos e liberdades fundamentais.
Em outras palavras, é a negação do Estado Democrático de Di-
reito. Quando pensamos em religiosidade, a intolerância pesa
especialmente sobre as religiões de matriz africana. Nesses ca-
sos, o conceito de intolerância é muitas vezes relativizado, visto
que o racismo estrutural imprime sua função segregacional.
21. 21
Tolerância é uma virtude que torna
a paz possível e contribui para substi-
tuir uma cultura de guerra por uma cul-
tura de paz, o sustentáculo dos direitos
humanos, da democracia e do Estado
de Direito. Retroagir ao avanço do fas-
cismo e a violação de vários direitos
implica a rejeição do dogmatismo e do
absolutismo, além do fortalecimento
das normas enunciadas nos instru-
mentos internacionais relativos aos di-
reitos humanos. A prática da tolerância
significa que toda pessoa tem a livre
escolha de suas convicções e aceita
que o outro desfrute da mesma liber-
dade. Todos têm o direito de viver em
paz e de ser tais como são. Tolerância
significa também que ninguém deve
impor suas opiniões.
No âmbito do Estado, tolerância
exige justiça e imparcialidade. O Brasil
não tem sido capaz de promover seu
papel na garantia dos direitos, por ve-
zes incensado por omissões ou coni-
vências. Se o Estado não faz parte da
solução, ele faz parte do problema.
22.
23.
24. 24
LEIS CONTRA
a intolerância
religiosa
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
A Constituição Federal, no artigo:
5° VI, estipula ser inviolável a liberda-
de de consciência e de crença, assegu-
rando o livre exercício dos cultos reli-
giosos e garantindo, na forma da lei, a
proteção aos locais de culto e as suas
liturgias.
Código Penal
Art. 208.
Escarnecer de alguém publicamen-
te, por motivo de crença ou função reli-
giosa; impedir ou perturbar cerimônia
ou prática de culto religioso; vilipen-
diar publicamente ato ou objeto de
culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um
ano, ou multa.
Parágrafo único - Se há emprego
de violência, a pena é aumentada de
um terço, sem prejuízo da correspon-
dente à violência.
LEI FEDERAL Nº 7.716 /1989 — LEI CAÓ
Essa lei ficou conhecida também,
como Lei Caó, em homenagem ao au-
tor Carlos Alberto de Oliveira. A legis-
lação define como crime o ato de prati-
car, induzir ou incitar a discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião
25. 25
ou procedência nacional. A lei não só
prevê multa e punição para o crime de
racismo como também tipifica o crime
de racismo igualando a discriminação
por religião ( intolerância religiosa) ou
por nacionalidade (xenofobia). Esta-
belece pena de reclusão e pagamento
de multa.
LEI ESTADUAL Nº 1609/2008 CRIA A
DELEGACIA DE CRIMES RACIAIS E DELITOS
DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Esta lei aprovada na Alerj é de au-
toria do deputado Átila Nunes. Esta-
beleceu a criação de uma delegacia
especializada em investigar crimes ra-
ciais e delitos de intolerância religiosa,
no Estado do Rio de Janeiro. A Delega-
cia de Crimes Raciais e Delitos de Into-
lerância Religiosa (DECRADI) foi criada
em 2018.
LEI ESTADUAL Nº 8113 INSTITUI O ESTATUTO
ESTADUAL DA LIBERDADE RELIGIOSA
A lei é de autoria do deputado es-
tadual Átila Nunes. O estatuto estabe-
lece regras para combater discrimina-
ções e desigualdades religiosas que
possam afetar cidadãos fluminenses.
O estatuto aborda questões relativas
à importância da liberdade religiosa, a
equidade de direitos das religiões e da
necessidade de combate à intolerância
religiosa no estado do Rio de Janeiro.
26.
27. 27
COMO DENUNCIAR a
intolerância religiosa
DISQUE 100
Disque denúncia nacional de intolerância religiosa
COMISSÃO DE COMBATE ÀS DISCRIMINAÇÕES DA ALERJ
0800-2820802
COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ
0800 025 5108
DELEGACIA DE CRIMES DE INTOLERÂNCIA
2333-3509
NÚCLEO CONTRA A DESIGUALDADE RACIAL
Defensoria Pública
2332-6186
DISQUE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA - OAB/RJ
2272-6150
30. 30
autores
Cláudia Almeida de Souza é muçulmana, professora de in-
glês formada pela Universidade Gama Filho com especializa-
ção em Língua Inglesa pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ). Também é professora da rede municipal de São
Gonçalo.
Dolores Lima é bacharel em Psicologia; pós-graduada em
Educação; pesquisadora CNPq LEPPA/HESFA/UFRJ; Servido-
ra Pública da SEEDUC - RJ, membro da Executiva nacional do
FONSANPOTMA – Fórum de Segurança Alimentar e Nutricio-
nal dos Povos Tradicionais de Matriz Africana.
Flávia Mattos é publicitária por formação, artista gráfico,
designer social por atuação. Milita pelo design social na es-
querda e no Psol, mandatos, ONGs e movimentos sociais.
Jorge Santana é professor de História pela (UERJ-FFP), mi-
litante do movimento negro, diretor do filme “Nosso Sagrado”
e mestre e doutorando em Ciências Sociais (PPCIS) pela UERJ.
Lucio Sanfilippo é Egbon de Logun Edé, cantor, compositor,
professor de Educação Física, mestre e doutorando em Educa-
ção (ProPEd/UERJ).
Patrick Melo é Yiawô de Oxóssi, militante do movimento
popular de favelas, integrante do Coletivo Brota na Laje e gra-
duando em Ciências Sociais (ICS - UERJ).
Ronilso Pacheco é teólogo pela PUC-Rio, ativista, pastor
auxiliar na Comunidade Batista em São Gonçal; é autor de Je-
sus e os Direitos Humanos (2018) e Teologia Negra: o sopro an-
tirracista do Espírito (2019).
Fotógrafos: Lazy Llama (págs. 1, 7), Fernando Frazão- Agên-
cia Brasil (págs. 3, 5, 27), Alf Ribeiro (pág. 3), Valter Campanato
- Ag. Brasil (pág. 9), Marcelo Camargo (págs. 14, 21, 24), Ivanildo
Sgura (pág. 18), Gabriel Mothé (págs. 18, 20, 23).