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Caderno de
Terapias Naturais
Instruções práticas e procedimentos tradicionais.
2010
Distribuição Gratuita
Caderno de Terapias Naturais 1
CADERNO DE TERAPIAS NATURAIS
Esta publicação é integrante do:
1 – Programa de Extensão do Departamento de Fitotecnia – “Divulga-
ção das Plantas Medicinais, da Homeopatia e da Produção de Alimentos
Orgânicos”.
2 – Projeto CNPq 558358/2009-8 – “Ensino e Partilha de Experiên-
cias em Plantas Medicinais, Homeopatia e Produção de Alimentos Orgâni-
cos”.
Patrocínio
1)Convenio 1713 (Homeopatia)/Funarbe (Fundação Arthur Bernar-
des).
2) Projeto CNPq 558358/2009-8 – “Ensino e Partilha de Experiências
em Plantas Medicinais, Homeopatia e Produção de Alimentos Orgânicos”.
Apoio:
UNESCO/ Fundação Banco do Brasil. Certificado de Tecnologia So-
cial.
Revisão:
Vicente Wagner Dias Casali
Paulo Gontijo Veloso de Almeida
Projeto Gráfico e Assessoria Pedagógica:
Marinei de Fátima Batalha de Lana, Juliana Vieira Afonso, Lilian
Aparecida Santana.
Distribuição
Vicente Casali/ DFT/Campus da UFV – Viçosa – MG 36570-000
(31)3899-1131. vwcasali@ufv.br
Ao solicitar, mencionar nome completo, endereço e perfil.
Texto informativo distribuído entre participantes dos eventos sobre:
Plantas Medicinais, Homeopatia, Agricultura Orgânica, Agroecologia, Tra-
balhos Comunitários, Família Agrícola, Educação Rural, Terapêuticas Tradi-
cionais e Terapias Naturais, promovidos pela Universidade Federal de Viço-
sa – UFV.
Texto distribuído a Escolas Rurais, Escolas Família Agrícola e a Vo-
luntárias das Pastorais que acessam pessoas de baixa renda.
Projeto de Extensão – “Partilha de Conhecimentos sobre Plantas Me-
dicinais e Terapêuticas Tradicionais”.
2 Caderno de Terapias Naturais
AGRADECIMENTOS
Aos Mestres da Saúde de todas as épocas, doutores e não dou-
tores, famosos ou anônimos, que doaram seus saberes em amor
à humanidade doente.
Este caderno contém algumas terapias naturais que dispensam
o uso de equipamentos ou tecnologias. Essas terapias são usa-
das há mais de 13 anos, na cidade de Muriaé.
“Não acrediteis em coisa alguma pelo fato de vos mostrarem o tes-
temunho escrito de algum sábio antigo;
Não acrediteis em coisa alguma com base na autoridade de mestres
e sacerdotes;
Aquilo porém, que se enquadrar na vossa razão, depois de minucio-
so estudo for confirmado pela vossa experiência, conduzindo ao
vosso próprio bem e ao de todas as outras coisas vivas, a isto acei-
tai como verdade e daí pautai vossa conduta!”
(Sidarta Gautama)
“A fé sem obras é morta”
(Jesus de Nazaré)
ELABORAÇÃO:
● Centro Alternativo de Formação Popular Rosa Fortini – Mu-
riaé –MG.
● Farmácia Viva Comunitária Saúde e Vida Plena.
● Associação dos Terapeutas Holísticos e Integrativos da Zona
da Mata Mineira (ATHI) – Muriaé – MG.
● Núcleo de Terapias Naturais de Miracema (NTNM) – RJ.
● Complementar – Terapias Naturais – Muriaé – MG.
Caderno de Terapias Naturais 3
CONTEÚDO
INTRODUÇÂO..............................................5
1 – ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE …...........5
2 – FITOTERAPIA.............................................14
2.1 – Identificação e Manipulação...................14
2.2 – Formas de Uso.….....................................15
2.3 – Plantas mais usadas.................................18
3 – GEOTERAPIA..............................................27
3.1 – Formas de Uso e Armazenamento..........28
4 – HIDROTERAPIA..........................................32
5 – HOMEOPATIA.............................................33
5.1 – Como se faz?............................................34
5.2 – Primeiros Socorros Homeopáticos...........35
5.3 – Sais de Schüssler......................................37
6 – IOGATERAPIA.............................................39
6.1 – Concentração e Exercícios......................39
6.2 – Respiração...............................................41
6.3 – Meditação................................................44
7 – MASSOTERAPIA.........................................47
7.1 – Do-In.......................................................47
7.2 – Reflexologia............................................51
8 – TERAPIA PSICOSSOMÁTICA...................54
4 Caderno de Terapias Naturais
INTRODUÇÃO
Os tratamentos naturais sempre estiveram presentes na histó-
ria da humanidade, havendo registros na Antiguidade e na China,
Índia, Egito, Grécia e Roma. Com o advento da sociedade industri-
alizada, retornaram com toda intensidade, visando sanar os males
provocados pela ignorância das leis da Natureza, entre as quais a
mais importante: o homem não é algo isolado e fragmentado, mas
integral e se as suas partes não estiverem em harmonia entre si e
com o meio ambiente, não haverá saúde.
“...No interior do corpo existe um agente desconhecido que
trabalha pelo todo e pelas partes. É ao mesmo tempo uno (um) e
múltiplo (vários). É a natureza que cura as enfermidades e encon-
tra as vias necessárias sem necessidade de ser guiada ... a nature-
za é suficiente em tudo, e para tudo...”
Hipócrates (460 a.C.)
“Quem pode contar os grãos de areia do mar, as gotas da
chuva, os dias do tempo? Quem pode medir a altura do céu, a ex-
tensão da terra, a profundidade do abismo?... Somente o Altíssimo,
Criador Onipotente.”
Eclo 1, 2-8
1 – ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE
É inevitável citar a célebre frase do pai da medicina, Hipó-
crates: “Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remé-
dio seja o teu alimento”. Não adianta qualquer tratamento se o ní-
vel alimentar está inadequado. Recupera a saúde por algum tem-
po, mas depois volta a adoecer.
Com a industrialização, o homem se tornou preguiçoso,
passando a só ingerir alimentos fabricados, prontos. Quem mais
perdeu com isso foi a saúde. Devido ao tempo prolongado até ser
Caderno de Terapias Naturais 5
ingerido, ao refinamento (retirada da casca dos alimentos – em es-
pecial a do trigo e do arroz com rica concentração de vitaminas e
sais minerais), aos corantes, aos conservantes e outros aditivos quí-
micos, esses alimentos ficam pobres de nutrientes. Sempre deve-
mos preferir os alimentos produzidos na nossa região. Nas feiras
de frutas e verduras podem ser encontrados. São colhidos recente-
mente e ainda pode-se indagar quais feirantes não utilizam agrotó-
xicos. O uso de micro-ondas deve ser abolido, porque desvitaliza
os alimentos (sabemos, por exemplo, que o calor ativa o licopeno,
substância benéfica, existente em alguns alimentos como o tomate,
mas pesquisas comprovaram que, no micro-ondas, ele é oxidado,
perdendo sua utilidade).
Algumas pessoas às vezes preferem o industrializado devido
ao preço. Os frangos de granja, por exemplo, são mais baratos que
o caipira, isso porque com 30-45 dias a ave é abatida, por comer
24 h/dia e não dormir e pelo uso de hormônios/antibióticos, que
vão ao nosso organismo. Sobre a questão de economizar na ali-
mentação, D. C. Jarvis lamentou certa vez: “Fico triste quando al-
gumas pessoas me dizem que não usam mel, porque é mais caro do
que o açúcar branco. Afinal de contas, terão que fazer gastos da
mesma maneira, ou na mercearia, ou na farmácia. Ficando doentes,
acharão que precisam gastar em drogas... o dinheiro que economi-
zaram na comida...” Excelente para a memória, é o uso do mel
com castanhas ou nozes. As abelhas também produzem outro pro-
duto extraordinário: a geleia real. Na colmeia, geneticamente todos
os filhotes são iguais, mas só a rainha fica 3 vezes maior do que os
outros devido ao fato de se alimentar desta geleia (daí o nome ge-
leia real). Cuidado com as falsificações. A verdadeira tem consis-
tência pastosa, possui cor branca e não pode ficar em temperatura
ambiente, só na geladeira. Ingere-se colocando uma pitada debaixo
da língua uma vez ao dia e nada mais, esse produto é muito forte.
OBS 1: O uso do mel previne a diabetes de acordo com o
trabalho de F. Schultz e E. Knott que afirmaram: “o mel tem, sobre
6 Caderno de Terapias Naturais
os outros açúcares mais ricos em dextrose, a vantagem de não ele-
var o açúcar do sangue ao nível superior à capacidade que o corpo
tem de usá-lo facilmente.”
OBS 2: Quem pensa que usando adoçantes artificiais está fa-
zendo bem à sua saúde se engana. Há substâncias nocivas nos ado-
çantes que atacam o sistema nervoso. O ciclamato, por exemplo, é
adoçante proibido nos Estados Unidos. Ao invés disso, troque o seu
adoçante artificial pelo adoçante da planta stévia que contém este-
rosídios os quais adoçam até 300 vezes mais do que o açúcar e não
provocam os nocivos efeitos colaterais dos adoçantes artificiais.
Felizmente muitos alimentos além de nutrir também curam,
são de baixo custo e fácil acesso à população. Vamos comentar so-
bre: o limão, o alho, a cebola, o inhame e o dente-de-leão.
Limpeza com limão (preferir limões com semente, exem-
plo: galeguinho pois, são menos ácidos): ingerir 3 a 4 limões ao
acordar e não ingerir alimentos durante as 4 horas seguintes, só
beber água. Muita gente usa o limão como remédio, mas sem esse
semijejum de 4 horas seu efeito diminui muito. Algumas pessoas
se assustam em tomar limão em jejum com medo da sua acidez,
mas ao contrário, na sua devida medida, o limão até combate a
acidez. No livro de A. Balbach “As frutas na Medicina Domésti-
ca” há a citação: “O limão, ao terminar seu metabolismo, se porta,
não como ácido, mas, sim, como alcalino.” Nas coceiras e verme-
lhidão causados por sujeira ou poeira nos olhos, preparar a solu-
ção na proporção: 1 gota de limão por 20 gotas de água. Pingar
uma gota desta solução nos olhos.
Estando a imunidade baixa temos no alho o auxílio de pri-
meira grandeza. Krumm Heller durante anos estudou o efeito do
alho. Relata a experiência que teve com o pesquisador Wasse-
mann, famoso estudioso da sífilis. Expuseram a bactéria causa-
dora da doença a várias substâncias, sem maiores resultados, po-
rém, em contato com o alho, todas morreram. No tratamento de
Caderno de Terapias Naturais 7
lombrigas e solitárias, recomenda o alho em jejum, ao meio-dia
e à noite, junto ao leite ou com pão. O alho previne o tifo e trata
hipertensão com sucesso.
Sobre a cebola, há algum tempo, foi publicado no jornal O
Estado de São Paulo: “especialistas britânicos (...) descobriram
que as cebolas, como parte integrante da dieta, conseguem dimi-
nuir o efeito das gorduras sobre a atividade fibrinolítica” (ativi-
dade de eliminar substâncias responsáveis pela geração de coá-
gulos no sangue). Nas nossas experiências temos comprovado,
bem como o efeito extraordinário sobre a hipercolesterolemia
(colesterol alto). Tomar diariamente uma xícara de chá da decoc-
ção (ver item Formas de Uso, tópico fitoterapia) de uma rodela
de cebola. No começo é interessante acrescentar um pequeno pe-
daço de alho. Conhecemos pessoas que são intolerantes a certos
medicamentos industrializados usados contra esse mal, que en-
contraram a saída nessa simples, porém, poderosa receita.
O chá de cebola faz mais efeito do que comer crua, pois é
indigesta a algumas pessoas.
O inhame não pode ser esquecido, por causa do poder de-
purativo do sangue. Tomar o suco cru. Resolve os problemas de
pele em geral, principalmente aquelas rachaduras que aparecem
nas mãos.
O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é o legítimo repre-
sentante das verduras. Usadas também na forma de chás, as fo-
lhas são diuréticas e digestivas. A planta tem efeito tônico e de-
purativo de primeira ordem. É indicada também nos tratamentos
das dores reumáticas, diabetes, problemas hepáticos, astenia
(fraqueza geral) e afecções da pele (pruridos, eczemas, escama-
ções e vermelhidão) além de irritação dos olhos. Na sua compo-
sição química, encontramos além de outros, ácido cafeico e cítri-
co, ferro, fósforo, magnésio, potássio, sais de cálcio, sódio, vita-
minas B1, C, PP e pró-vitaminas A e D.
8 Caderno de Terapias Naturais
São inúmeros alimentos que podem beneficiar a saúde.
Nem a enciclopédia inteira sobre o tema seria suficiente ao abor-
dar todos.
Lembremos que os cereais e as frutas devem compor a
maior parte da nossa alimentação.
O princípio de qualquer tratamento consiste inicialmente
em limpar o organismo. Sobre isso, Jorge Adoum, médico e es-
critor esclarece:
“Consiste a limpeza interna em tomar muita água durante
o dia, porque a falta desse elemento produz prisão de ventre (in-
testino preso), causa de todas as enfermidades. O homem que
evacua diariamente regula sua mente... Dois ou três litros de
água tomados durante o dia limpam os rins e os intestinos, cu-
ram prisão de ventre e limpam o sangue.”
“De quando em quando usar lavagem intestinal, que é o
melhor depurador dos resíduos orgânicos.”
“O banho de sol (de manhãzinha)... mata os elementos in-
feriores... sobretudo quando diretamente dirigido sobre os ór-
gãos sexuais.”
“A ducha nasal (sobre o nariz) de água fria alivia a dor
de cabeça e evita pólipos no nariz e aftas na boca.”
“Abster-se de todo manjar ou bebida amarga (a não ser
como remédio), picante, com muito sal ou ardente, abster-se de
toda classe de carnes, mariscos, crustáceos, especiarias como o
cravo, a pimenta, a vanilina, a canela, a noz moscada e a mos-
tarda; também de vinhos e licores (...) outrossim, o café, (...)
fumo, doces, pastéis, todas espécies de frituras, assim como os
enlatados...”
“Nunca deve chegar ao fanatismo em sua dieta. Terá, vez
por outra, desejo interno de comer tal ou qual coisa para repa-
rar deficiências de certos alimentos...”
Caderno de Terapias Naturais 9
“Deve consumir alimentos sãos e mastigá-los devida-
mente...”
“Com exercícios respiratórios (ver tópico iogaterapia), regi-
me dietético e de hábitos, pode-se tratar todas as enfermidades do
corpo.”
É importante fazer o intestino funcionar bem. Caso contrário,
além de provocar doenças, provoca também mau humor, por isso se
diz que a pessoa está “enfezada”. Até espinhas (e outras doenças de
pele) podem ter sua causa na prisão de ventre. No uso da água ter
preferência pela água de mina, pois o excesso de tratamento quími-
co que fazem na água da cidade acaba por prejudicar o organismo
com o passar do tempo. Na hora das refeições, ingerir só alguns go-
les ou nenhum, porque dilui o ácido clorídrico do estômago e retar-
da a digestão. Outra receita infalível (prisão de ventre) está na in-
gestão de arroz integral com semente de trigo na proporção de 5
por 1, deixe de molho por duas horas e faça normalmente. O cálcio
isolado (carbonato de cálcio) em cápsulas usado por pessoas com
osteosporose, também acaba gerando o incômodo da prisão de ven-
tre, pois sozinho resseca as fezes. Melhor é usar farinha de alga li-
thotanimium (a mesma do Litho Calcium), que além do cálcio pos-
sui diversos outros oligoelementos como o magnésio, que equilibra
os efeitos colaterais do cálcio. É inconveniente ao tomar refrigeran-
tes, mas principalmente na osteoporose porque aumenta o nível de
fósforo do organismo.
Com relação ao excesso de cálcio, o cloreto de magnésio foi
o recurso que ficou famoso na década passada. O magnésio contro-
la a função de outros minerais. Se faltar entra em seu lugar o cálcio,
havendo enrijecimento. Ainda é muito usado o cloreto de magnésio
no tratamento e prevenção de reumatismo, artrite (que, não raro,
têm sua origem na má alimentação), além de ajudar na prisão de
ventre. Seu preparo consiste em colocar por litro d’água 33 g, e to-
mar um cálice ao dia. O professor Beno Schorr, do Colégio Catari-
nense, alertou: não comprar Cloreto de Magnésio vendido em dro-
10 Caderno de Terapias Naturais
garias (pois podem conter impurezas muito prejudiciais à saúde).
Comprar somente o P. A. (Produto para Análise). Mas esse P.A. só
é vendido em maiores quantidades. Um meio muito mais fácil con-
siste na reeducação alimentar, o cloreto de magnésio é encontrado
naturalmente no farelo de trigo, de arroz e no sal mineral do gado.
A alimentação saudável é a verdadeira fonte da juventude. O
alimento de fácil digestão poupa energia. Quanto menos energia o
corpo gastar ao realizar a digestão, mais vai sobrar nas outras fun-
ções vitais. Daí o principal motivo de fazer dieta durante qualquer
tratamento: o organismo economiza energia afim de usar no resgate
da saúde.
O leite coalhado (iogurte) é muito melhor do que o leite co-
mum, pois contém microrganismos que degradam as moléculas,
tornando muito mais digerível. Havendo azia, ingerir com pedaços
de mamão. O fermentado da soja (missô), também é mais aconse-
lhável, evita os prejuízos dos elementos não nutritivos da soja: fita-
tos, inibidores de tripsina, glutamato monossódico. (Saiba mais no
livro “Prato Feito” de Sonia Hirsch).
Há tipos de alimentos que combinam melhor entre si do que
com outros, e ajudam a poupar energia. Por exemplo: verduras não
combinam com frutas, massas não combinam com alimentos áci-
dos, frutas doces não combinam com frutas ácidas.
Algumas boas combinações:
1 – Frutas combinam com cereais e com oleaginosos.
2 – Hortaliças e verduras combinam com cereais, com olea-
ginosos e com leguminosos.
3 – Cereais combinam com oleaginosos (menor quantida-
de).
4 – Cereais podem ser usados com leguminosos, desde que
os legumes sejam em menor quantidade.
5 – Os leguminosos são usados com hortaliças e verduras.
(Viver Natural – Elisas Biazzi)
Caderno de Terapias Naturais 11
Alguns alimentos são mais adequados a determinada per-
sonalidade. A medicina ayurvédica (quase 6000 anos na Índia)
tem atenção especial com o temperamento do indivíduo. Vata –
pessoas magras, pouco resistentes, rápidas nas ações, com ten-
dência a preocupações e prisão de ventre, digestão lenta e sono
leve. Pitta – constituição e resistência medianas, ousado, boa di-
gestão, temperamento bilioso (tendência a se irritar), o que pode
afetar o fígado, autocrítico, pele clara com tendência a acnes,
avesso a exposição direta ao sol. Kapha – temperamento tranqui-
lo, às vezes tendendo a preguiça e ganho de peso, o que pode tra-
zer problemas como aumento do colesterol, possui sono pesado
e grande resistência.
O tipo Vata precisa de alimentos doces, ácidos e salgados,
deve ingerir mais alimentos mornos e cozidos. O tipo Pitta preci-
sa de alimentos doces, adstringentes e amargos, mas em peque-
nas quantidades, precisa de mais alimentos crus e menos cozi-
dos. Vata e Pitta devem tomar bastante água. Kapha: precisa de
alimentos adstringentes, picantes e amargos, sem exageros. Deve
ingerir alimentos mornos e cozidos com pouco líquido.
Não há fórmulas mágicas e definitivas, cada pessoa deve
consumir aqueles alimentos que melhor se adaptam ao seu bióti-
po.
Além da qualidade do que se come, também é necessário
estar atento à quantidade. Quando se coloca lenha demais, não
pega fogo e dá fumaça, assim também é a nossa alimentação, se
comer demais, haverá excesso de fermentação.
O jejum sempre foi recomendado por elevar o espírito e
purificar o corpo. Mas ao contrário do que a maioria pensa, de-
vemos movimentar bastante quando estamos jejuando. Caso
contrário, o ácido clorídrico do estômago intoxica o corpo. Por
isso algumas pessoas ficam mal-humoradas em jejum.
12 Caderno de Terapias Naturais
Duas receitas feitas com os mesmos ingredientes, a primeira
pode ficar gostosa e a segunda não. No Tibet, somente os monges
mais espiritualizados são cozinheiros. Eles sabem que as emoções
e pensamentos influenciam na hora de fazer a comida. Por isso a
oração antes da alimentação é importante: limpa a atmosfera ao
redor do alimento.
Receita do iogurte natural
Ferva 1 litro de leite e deixe esfriar até ficar apenas acima
da temperatura ambiente, introduza um copo de iogurte natural e
mexa. Enrole uma coberta na vasilha e aguarde 4 a 5 horas. (Não
deixar passar muito tempo além do determinado pois aumenta a
acidez). Levar à geladeira.
Receita da farinha multimistura básica
1 kg de fubá torrado, 500 g de arroz integral, 500 g de farelo
de arroz, 500 g de fibra de trigo, 1 pacote de aveia, 1 copo de pó
da semente de abóbora, semente de girassol, 2 colheres de sopa
de: pó da casca de ovo, açúcar mascavo, pó de banana verde, pó
da folha de mandioca torrada (se não torrar é altamente tóxica), 1
colher de sopa de: pó da folha de abóbora, folha da batata doce.
Torrar todos os ingredientes e moer.
Como fazer o pó da casca de ovo
Lavar a casca do ovo caipira, tirar a película de dentro, dei-
xar de molho em água com umas gotinhas de água sanitária, lavar
depois e ferver por algum tempo. Após, secar ao sol ou no forno
até atingir coloração amarelada. Bater no liquidificador até obter
o pó bem fininho.
A casca de ovo caipira contém 2.400 mg de cálcio enquanto
o copo de leite tem 290 mg.
Caderno de Terapias Naturais 13
2 – FITOTERAPIA
A palavra fitoterapia foi criada pelo médico francês Henri Le-
clerc (1870-1955), dos radicais gregos phyton (planta) e therapeia
(tratamento), mas o tratamento com plantas medicinais é tão antigo
quanto o próprio homem. Há gravuras em cavernas, no sul da Ásia,
demonstrando o seu uso, pelo homem de Neanderthal, há quase
60.000 mil anos. Nas grandes sociedades antigas, como a grega (re-
presentada por Hipócrates), romana, egípcia, etc., encontramos inú-
meros relatos. Na China, com o Clássico do Imperador Amarelo
(Nei Jing) e na Índia, com a medicina ayurvédica, dos Vedas,
surgiram os livros mais antigos sobre o assunto, datando
aproximadamente 3.000 a.C.
Aqui no Brasil devemos muito aos nossos índios que tinham
grande conhecimento sobre os benefícios gerados pela mãe-
natureza.
As plantas como seres vivos e completos (produzem seu pró-
prio alimento) são a melhor opção. É interessante observar que,
mesmo os animais carnívoros (que não comem vegetais), ingerem
determinadas plantas quando estão doentes.
2.1 – Identificação e Manipulação
O capim-limão, a melissa ou a “erva-cidreira de horta”, todos
são chamados de erva-cidreira, esses são os “nomes populares”. Os
efeitos terapêuticos destas plantas são parecidos e possuem subs-
tâncias em comum. Mas o “nome científico” do capim-limão é:
Cymbopogon citratus; a melissa é: Melissa officinalis; e a erva-ci-
dreira de horta é: Lippia alba. Nomes esquisitos né? É porque os
nomes científicos são escritos em latim. Por causa do mesmo nome
popular causar confusão usa-se o nome científico. O nome popular,
pode ser diferente dependendo da região, o nome científico será
sempre o mesmo em qualquer lugar. O nome científico está nos li-
vros especializados. Se você tem dificuldade pergunte a pessoas en-
tendidas no assunto.
14 Caderno de Terapias Naturais
A melhor opção é formar na sua cidade, a horta comunitária
com plantas cientificamente identificadas e comprovadas. Tomar
alguns cuidados: local isento de sujeiras, longe de esgotos, onde
não tenha sido usado agrotóxico, água isenta de contaminação. Só
colher as plantas que estejam bem desenvolvidas, sem sinais de
pragas ou doenças. Fazer seu estoque de ervas (é necessário secar,
pois evita mofar). Secar as folhas na sombra, em área coberta, lim-
pa e ventilada, colocando em camadas finas (inferior a 5 cm de al-
tura) em prateleiras com tela de nylon, que devem ser remexidas de
tempo em tempo. Assim secam todas por igual, em aproximada-
mente 5 dias. A desidratação da planta pode ser com o aparelho de-
sumidificador que retira a umidade do ar. A temperatura ideal de
secagem deve estar entre 35 e 60 °C.
2.2 – Formas de uso
Há diversas formas de utilização das plantas medicinais. Es-
colhemos as mais usadas em nossos trabalhos: inalação, tintura, al-
coolatura e chás.
A tintura ou a alcoolatura são práticas. A pessoa pode levar e
tomar, em forma de gotas, em qualquer lugar. Nem todas as pesso-
as podem usá-las, pois o álcool pode interferir na absorção de al-
gum outro medicamento que a pessoa está usando. Deve-se preferir
os chás. Pessoas com dependência alcoólica também devem prefe-
rir os chás.
Inalação
A inalação é muito utilizada na aromaterapia (tratamento pelo
aroma) e produz resultados incríveis. Recentemente cientistas japo-
neses divulgaram a primeira evidência científica de que a inalação
de determinadas fragrâncias alteram a atividade celular e a química
sanguínea, de forma a reduzir os níveis de estresse. O linalol, é
muito utilizado com esse fim. Akio Nakamura e seus colegas, ex-
Caderno de Terapias Naturais 15
puseram dois grupos de ratos de laboratório a condições estressan-
tes, inalando o linalol ou não. O estresse aumenta os níveis dos
neutrófilos e linfócitos, elementos do sistema imunogênico. O gru-
po que inalava retornou o sistema imunogênico a níveis pratica-
mente normais. Além de terem reduzido a atividade de mais de 100
genes que se tornam muito ativos em situações estressantes.
Pode-se usar o vapor da fervura da planta in natura ou de óle-
os essenciais (cuidado com os óleos falsificados). Os óleos essenci-
ais são muito mais concentrados bastando pingar algumas gotas so-
bre a água quente. Esse uso requer extremo cuidado evitando quei-
maduras. Pode-se passar os óleos no corpo, nesse caso, diluir em
óleo mineral na proporção de 1 a 2%. Pode-se ainda aromatizar o
ambiente com “difusor” (pode ser encontrado em casas de artesana-
to ou de produtos naturais), que consiste do pote de barro com uma
lâmpada ou vela e do local onde se coloca 10 mL de água + 5 gotas
do óleo essencial. Ao receber calor, o líquido evapora, perfumando
o ambiente.
Algumas indicações:
 Ansiedade: jasmim, patchuli, pau-rosa, camomila, alfazema,
sândalo.
 Artrite: alecrim, vetiver, violeta.
 Depressão: cedro, mirra, jasmim, sândalo, flor de laranjeira.
 Dor de cabeça: menta, rosa, erva-doce, camomila, pau rosa.
 Inflamações: copaíba, mamona, zimbro.
 Infecções: lavanda, zimbro, citronela, cravo.
 Indigestão: limão, bergamota, funcho, hortelã, camomila,
erva-doce.
 Memória: alecrim, manjericão e violeta menta.
 Menopausa: camomila, artemísia.
 Problemas respiratórios: eucalipto, alfazema, pinheiro.
 Queimaduras: gerânio, lavanda.
 Resfriado: benjoim, eucalipto, citronela, hortelã.
 Sinusite: hortelã-pimenta, menta.
16 Caderno de Terapias Naturais
 Tônico: hortelã-pimenta, alecrim, cravo, cedro, ilangue-i-
langue.
Nota: o óleo de copaíba é de grande utilidade como anti-in-
flamatório, cicatrizante e aumenta a imunidade no uso interno (in-
gerir 5 a 10 gotas).
Tintura e alcoolatura
A tintura usa plantas secas e a alcoolatura usa plantas frescas.
Primeiramente: ter higiene, lavar as mãos, usar touca ou len-
ço limpo na cabeça e esterilizar os vidros onde será colocada a so-
lução. A proporção de mistura de álcool com a planta fresca varia
conforme a quantidade de água que a planta contém. No geral 40%
do peso da planta fresca em relação ao volume de álcool 70°GL. O
etanol terá a função de extrair os princípios ativos (substâncias me-
dicinais das plantas) e também ser conservante. Se a planta já esti-
ver seca pode usar 10 a 15% do peso da planta em relação ao volu-
me de álcool 70°GL. Tudo deve ser feito em vidro tipo âmbar (pro-
tege contra a deterioração fotoquímica), previamente lavado e este-
rilizado (esterilizar é deixar 5-10 minutos totalmente imersos em
água fervendo). Esse recipiente ficará então, em local protegido
contra agressões externas por 10-15 dias (caso de folhas) e 15-20
dias (cascas e raízes), quando então será filtrado e colocado em
frasco também âmbar (o excesso de luz pode diminuir o poder me-
dicinal). Identificar o nome da planta no vidro e colocar a data de
preparo. No geral utiliza-se 20 a 30 gotas de tintura 2 a 3 vezes ao
dia.
Chá
As formas de fazer chá são: infusão e decocção.
Infusão – Despejar água fervente sobre a planta.
Decocção ou cozimento – Ferver 8 g da planta fresca ou 5 g
da planta seca, em quantidade equivalente a xícara de água. Se for
Caderno de Terapias Naturais 17
folha, desligar o fogo assim que iniciar a fervura, abafar, aguardar
20 minutos depois ingerir. No caso de cascas, ferver de 5 a 10 mi-
nutos, desligar, abafar, aguardar 20 minutos, ingerir.
2.3 – Plantas mais usadas
Dentre aproximadamente 200 plantas utilizadas, citaremos
apenas aquelas com que tratamos 85% dos males mais frequentes
no nosso trabalho:
– Alfazema ou lavanda (Lavandula angustifolia). Estimu-
lante, digestiva, combate cólicas, calmante do nervos, indicada na
insônia, nevralgias, asma brônquica, o óleo essencial tem grande
efeito antimicrobiano (foi usado na 2ª Guerra Mundial nas feridas
dos soldados).
– Alcachofra (Cynara scolymus) excelente contra o excesso
de colesterol, protege o fígado. Estudos científicos sobre a alca-
chofra comprovaram que o suco das folhas com as flores, diminui
o colesterol ruim (LDL) aumenta o colesterol bom (HDL). Mu-
lheres grávidas ou amamentando devem evitar. Usada com a be-
rinjela (Solanum melongena) potencializa os efeitos. Temos per-
cebido que o uso em excesso do suco da berinjela, provoca resse-
camento na pele e emagrecimento.
– Anis-estrelado (Illicium verum). É básico na produção de
famoso medicamento antiviral da indústria farmacêutica. Seu
cheiro lembra a erva-doce porque possuem determinado princípio
ativo em comum. Ótimo calmante, na bronquite, cansaço, doen-
ças da bexiga e náuseas, bom carminativo (estimula o apetite).
– Aroeira (Myracrodruon urundeuva) e barbatimão (Stryph-
nodendron adstringens). Anti-inflamatórios e cicatrizantes, nas
gastrites e problemas na coluna.
– Calêndula (Calendula officinalis). Alergias, ótima
cicatrizante (a tintura diluída em água é usada nas feridas
18 Caderno de Terapias Naturais
abertas), muito útil em problemas de fígado, má digestão e gastrite,
problemas de pele em geral.
– Camomila (Chamomilla recutita). Digestiva, sedativa, có-
licas em bebês, o seu óleo essencial é azul (o azul na cromotera-
pia tem a propriedade de relaxar)
– Capim-limão (Cymbopogon citratus). Antisséptico, por
sua ação contra fungos e microrganismos, composto principal-
mente de citral que tem ação calmante e espasmolítica (elimina
cólicas), também contém mirceno que é analgésico. Por ser diuré-
tico e calmante ameniza a pressão alta.
– Carqueja (Bacharis trimera). Estudos em 1967 demons-
traram redução dos níveis de açúcar (glicose) no sangue. Muito
indicada também nos problemas do estômago e fígado. Não usar
por muito tempo. É diurético potente e pode causar a perda de mi-
nerais ou emagrecimento.
– Carobinha (Jacaranda pteroides) e a cavalinha (Equise-
tum giganteum). Juntas têm dado ótimos resultados nos casos de
alergia, afecções dos rins e da bexiga, a carobinha também é usa-
da nos problemas circulatórios, grande depurativo, combate ame-
bíase.
– Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus). Depurati-
vo, também usado no tratamento dos rins, diurético, abaixa a
pressão (Correia, 2001). Tem a propriedade de interromper a arte-
rioesclerose.
– Cipó-mil-homens (Aristolochia cymbifera). Extraordiná-
rio antiparasitário, trata má digestões, principalmente ocasionadas
por vermes. É utilizado com argila sobre a cabeça visando expul-
sar cisticercos, popularmente chamados de “ovo de solitária”. É
usado se a imunidade está baixa. Quem tem problemas cardíacos
deve ter cuidado com o uso.
– Cordão-de-frade (Leonotis nepetaefolia.). Tônico e esti-
mulante, antimicrobiano, com efeito comprovado científicamente
Caderno de Terapias Naturais 19
sobre o Staphilococcus aureus (bactéria). Usamos também na artri-
te e artrose acompanhadas de excesso de ácido úrico.
– Erva-de-são-joão (Ageratum conyzoides). Calmante,
analgésico, anti-inflamatória, no reumatismo e cólicas. A outra
erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) ficou famosa no
tratamento da depressão.
– Erva-cidreira de horta (Lippia alba). É calmante e combate
cólicas. Contém citral e mirceno. Trata pressão alta e má digestão.
– Erva-doce (Pimpinella anisum). Extremamente eficiente
contra gases estomacais, cólicas, dor de cabeça, resfriados, calman-
te.
– Espinheira-santa (Maytenus aquifolium). Cientificamente
comprovada no tratamento de gastrite e úlceras. Melhora a digestão
e elimina gases do estômago.
– Folha da uva (Vitis vinifera). Usar o banho de assento (sen-
tar na bacia) com o chá das folhas nos casos de hemorroidas. A in-
gestão aumenta a imunidade.
– Ipê-roxo (Tabebuia avellanedae). Anti-inflamatório, anti-
fúngico e antialérgico. Usado no tratamento de tumores.
– Jurubeba (Solanum paniculatum). Usada nos problemas di-
gestórios em geral. Desintoxica o fígado (oficialmente registrada na
Farmacopeia Brasileira contra anemia e problemas hepáticos).
– Macaé (Leonurus sibiricus). Diurético, diminui a pressão
arterial, nas indigestões, no excesso de menstruação, calmante do
coração e depurativa. Mulheres grávidas devem evitar.
– Macela (Achyrochline alata). No estudo de Arisawa,
(1994), reduziu 67% de células cancerosas. Calmante.
– Margarida (Bellis perennis). Problemas do sistema nervoso
e esgotamento mental.
– Melissa (Melissa officinalis). Ansiedade, insônia e má
digestão, gripe e enxaqueca. Tem ação contra o vírus da herpes
labial (aqueles sapinhos que aparecem no canto da boca).
20 Caderno de Terapias Naturais
– Para-tudo (Drimys agranatensis). Excelente nas indiges-
tões.
– Panaceia (Solanum cernuum). Tem muitos usos, é depura-
tivo, ótimos resultados em doenças venéreas (gonorreia e candidí-
ase).
– Rosa branca (Rosa galica). Calmante e refrescante. Prisão
de ventre e indigestões. Ótima em combinações de ervas.
– Sete-sangrias (Cuphea carthagenensis). Colesterol alto,
hipertensão arterial. Limpa mesmo o sangue, melhora a circula-
ção.
– Salsaparrilha (Smilax japicanga). Tônico. Depurativa.
Reumatismo. Doenças venéreas (na sífilis estudos na China con-
firmaram 90% de eficácia). Antibiótico natural. Doenças de pele.
Psoríase. Há suspeitas de que seus esteroides possam ser transfor-
mados em estrogênio e testosterona no corpo humano (reposição
hormonal).
– Sabugueiro (Sambucus australis). É antiviral. Sarampo e
catapora. Cicatrizante e anti-inflamatório. Eficiente em infecções
respiratórias, sinusite, febres, artrite e reumatismo.
– Tansagem (Plantago major). Problemas menstruais. De-
sintoxicante das vias respiratórias e do sangue. Anti-inflamatória,
principalmente em relação à boca, garganta e estômago.
– Unha-de-gato (Uncaria guianensis) e uxi amarelo (Endo-
pleura uchi). Não são nativos da zona da mata. São usados juntos
contra inflamações em geral. Há pesquisas comprovando a elimi-
nação de miomas.
NOTA: É interessante observar que nas plantas que tratam
problemas emocionais, entre elas camomila, calêndula, macela,
melissa, margarida, alfazema, erva-doce, etc, nós usamos as flores
na preparação da tintura. E a maioria dessas plantas tem resultados
comprovados no tratamento de indigestão, com isso, concluímos
que muitos casos de má digestão são de fundo emocional.
Caderno de Terapias Naturais 21
À medida que vai subindo pelo corpo da planta, a matéria vai
se sutilizando, até chegar às flores. As flores com seus aromas con-
seguem alcançar níveis mais sutis, as emoções (ver no item Inala-
ção sobre a pesquisa de Akio Nakamura).
Associação das Plantas
– Alergias: ipê-roxo, calêndula, carobinha, cavalinha, tansa-
gem, sabugueiro, camomila.
– Aftas e herpes: tansagem, espinheira-santa, melissa, malva
(Malva sylvestris) e chá-de-bugre (Casearia sylvestris) – (boche-
char).
– Asma: assa-peixe (Vernonia polyanthes) + saião (Kalan-
choe brasiliensis) + guaco (Mikania glomerata) + flor do sabuguei-
ro (Sambucus australis). Pingar 10 gotas da tintura de cada planta
na colher de sopa com mel com uma gota de azeite de mamona.
– Arrotos: para-tudo, carqueja e folha de laranjeira, mulungu
(Erythrina mulungu), espinheira-santa, erva-doce.
– Artrite, artrose e reumatismo: chapéu-de-couro, cipó-mil-
homens, sete-sangrias, pata-de-vaca (Bauhinia fortificata), ipê-ro-
xo, unha-de-gato, uxi amarelo, salsaparrilha e arnica (Solidago chi-
lensis).
– Azia: anis-estrelado, camomila e macaé.
– Bronquiectasia (distorção dos brônquios): erva-de-passari-
nho (Viscum rubrum), capim pé-de-galinha (Eleunice indica), assa-
peixe, hortelã (Menta crispa), mal-me-quer (Lantana camara), raiz
de urtiga (Urtica dioica). Depois prosseguir com as homeopatias:
Sulphur 30CH, Gelsemium 30CH, Bryonia 12CH, Melinis minuti-
flora 12CH.
– Bronquite: xarope de umbigo de bananeira – 1 umbigo
grande de bananeira, 1 quilo de açúcar mascavo, deixar em repouso
por 4 dias, tirar e coar o caldo. Tomar 15 dias sim e 15 dias não,
durante 4 meses.
22 Caderno de Terapias Naturais
– Cálculo Renal: quebra-pedra (Phyllanthus niruri), dente-
de-leão (Taraxacum officinalis), carqueja (Baccharis trimera),
carobinha, cipó-mil-homens, parietária (Parietaria officinalis),
douradinha, folha de abacate, tansagem.
– Calmante: capim-limão, camomila, melissa, erva-doce e
uma pitada de alecrim (Rosmarinus officinalis).
– Cistite: orégano (Origanum vulgare), tansagem, cabelo
de milho (Zea mays), folha de abacate (Persea americana), ca-
na-do-brejo (Costus spicatus), uva ursi (Arctostaphylos ursi).
– Doença de Chagas (Trypanossoma cruzi) e miocardite
reumática (sensação de falta de ar, dor no peito, pois há agressão
na membrana do coração): sete-sangrias, chapéu-de-couro, cipó-
mil-homens, tansagem, buva (Coniza bonariensis) e bardana
(Arctium minus). Complementar o tratamento com a homeopatia
Nux vomica 12CH.
– Diabete: pau tenente (Pricasma palo amargo), semente
de sucupira (Pterodon emarginatus), casca do pé de caju (Ana-
cardium occidentale), miraruira, pata-de-vaca, melão-de-são-ca-
etano (Momordica charantia) e carqueja.
– Garganta inflamada: própolis, óleo de copaíba, casca do
fruto da romã (Punica granatum), casca de angico vermelho
(Parapiptadenia rigida), tansagem, anis-estrelado, gengibre
(Zingiber officinale), uma pitada de sal. Gargarejar com água
morna. Quem é alérgico ao própolis, substituir por tintura de
iodo a 2% e vice-versa.
– Epilepsia devido a cisticercose na cabeça. Tratamento:
depois de usar argila fria na cabeça (ver item geoterapia) 60 mi-
nutos nos primeiros dias e 15 minutos nos últimos dias e simul-
taneamente assentar em cima da vasilha de leite quente. Depois
que a tênia sair da cabeça, usar as seguintes plantas: casca de
amoreira, carqueja, sete-sangrias, chapéu-de-couro, santa-maria
Caderno de Terapias Naturais 23
(Chenopodium ambrosioides) (não usar por mais de 14 dias), ci-
pó-mil-homens e cavalinha.
– Fadiga: colocar um punhado de raiz de pfafia ou ginseng
brasileiro (Pfaffia paniculata) na garrafa de vinho tinto seco e
deixar por 15 dias. Tomar um cálice ao dia.
– Fígado: falso boldo (Plectranthus barbatus), carqueja,
para-tudo, alcachofra, macaé, jurubeba, picão (Bidens pilosa).
– Infertilidade: primeiramente usar ervas depurativas (ver
item limpeza do organismo) depois: batata de tiririca, erva-de-
são-joão, agoniada, margarida, pfafia ou ginseng brasileiro, ca-
pim pé-de-galinha (rico em substâncias que também previnem a
ameaça de aborto e excesso de menstruação).
– Intoxicação alimentar: falso boldo, para-tudo, folha de
mamão (Carica papaya) (em excesso são tóxicas), água com
carvão vegetal.
– Insônia: camomila, erva-de-são-joão, macela, erva-ci-
dreira de horta, melissa.
– Labirintite: cravo-de-defunto (Tagetes palula), folha de
laranjeira, melissa, louro (Laurus nobilis), falso boldo, gervão
(Stachytarpheta cayennensis).
– Limpeza do organismo (depurativo): sete-sangrias, cha-
péu-de-couro, cipó-mil-homens, tansagem, cavalinha.
– Leucorreia (escorrimento vaginal): angico branco (Ana-
denanthera colubrina), panaceia, lavanda, cipó-mil-homens.
– Menopausa: folha de amora (Rubus brasiliensis), raiz de
algodão (Gossypium hirsutum), casca de coco, tiririca (Cyperus
rotundus), erva-moura (Solanum americanum) e margarida.
– Menstruação: Em excesso: algodão, calêndula, capim pé-
de-galinha, macaé. Em falta: alfazema, anis-estrelado, cipó-mil-
homens, erva-cidreira de horta.
24 Caderno de Terapias Naturais
– Nódulos e miomas no útero e ovários: açoita-cavalo, no-
gueira (Juglans regia), guaco, ipê-roxo, tuia (Tuia officinalis), cin-
co-folhas, cipó-mil-homens, barbatimão, erva-moura, uxi amarelo
e sete-sangrias
– Queimação na urina: angico vermelho, salsaparilha, la-
vanda, chapéu-de-couro alfazema e algodão.
– Queimadura na pele: passar a parte de dentro da casca de
banana no local, passar clara de ovo.
– Parasitose. Giárdia. Tratamento: santa-maria (não usar
mais do que duas semanas), sete-sangrias, dente-de-leão, artemí-
sia (Artemisia vulgaris), gervão, chapéu-de-couro e cipó-mil-ho-
mens.
– Próstata: cavalinha, cipó-mil-homens, ipê-roxo, tansagem,
unha de gato e uxi amarelo.
– Prostatite: buva, tansagem, dente-de-leão, cipó-mil-ho-
mens, quebra-pedra (Phyllanthus niruri), cipreste (Cupressus
sempervirens), ipê-roxo, cavalinha, urtiga e grama.
– Piolho: chá de losna ou arruda (Ruta graveolensis). Mu-
lheres grávidas devem evitar.
– Pressão alta: macaé, capim-limão, erva-cidreira de horta,
sete-sangrias.
– Sinusite: tansagem, orégano, cana-do-brejo.
– Unheiro: alho + óleo de copaíba + tintura de iodo a 2%
(uso externo)
– Visão: perda causada por plasmodium: argila aquecida no
local e ingerir os chás de folha de bananeira, santa-maria (não in-
gerir por mais de 14 dias), folha de acerola (Malphighia glabra),
calêndula, alcachofra, folha de carambola (Averrhoa carambola),
aroeira, cordão-de-frade, buva. Complementar com a homeopatia
Nux vomica 12CH. Pingar o orvalho da arruda de manhãzinha (de
local limpo). Não se expor ao sol nesse uso.
Caderno de Terapias Naturais 25
– Vitiligo: primeiro usar ervas depurativas (ver item limpe-
za do organismo, acima) depois a cada semana uma das seguintes
ervas: mamica-de-cadela, angico, babosa, serralha brava, bardana,
japecanga, folha da uva.
Receita de xarope broncodilatador
Cada litro de xarope é preparado com 860 g de açúcar mas-
cavo + 450 g de água destilada ou filtrada. Na panela de esmalte,
vidro ou inox, ferver em banho-maria o açúcar mascavo e a água,
tirar toda espuma que formar até a calda ficar limpa. Após esfriar,
coar em tecido de algodão limpo e esterilizado, acrescentar 35 go-
tas de própolis, 10 mL de tintura de alfavaca (Ocimum officinale),
10 mL de tintura de assa-peixe ou agrião (Nasturtium officinale),
10 mL de tintura de calêndula, 10 mL de tintura de mal-me-quer
(camará), 10 mL de tintura de eucalipto (Eucalyptus globulus) e
10 mL de tintura de guaco. Mexer bem com bastão de vidro ou
colher de pau (nova) completar com água destilada em quantida-
de suficiente para 1000 mL, envasar em vidro âmbar esterilizado.
Validade: 180 dias. Tomar 1 colher de sobremesa 3 vezes ao dia
(adulto) ou 1 colher de chá 3 vezes ao dia (criança).
Considerações às mamães
Como pode ser observado, em algumas plantas há a reco-
mendação de evitar o uso em mulheres grávidas. O ideal é ouvir o
terapeuta especialista em fitoterapia antes de tomar qualquer me-
dicamento. Ter cuidado principalmente nos três primeiros meses
e também quando estiver amamentando, pois parte do que é inge-
rido pela mãe estará no leite do bebê. Procure alimentar ainda o
mais natural possível.
Algumas plantas são abortivas, geralmente as vermífugas,
como a erva-de-santa-maria.
26 Caderno de Terapias Naturais
3 – GEOTERAPIA
Geoterapia é o tratamento com terra/argila.
A terra é nossa mãe. Tudo que vem da terra (não contamina-
da) combina com o nosso corpo.
A geoterapia tem muitos relatos de uso na Antiguidade: Ín-
dia, Egito, China, etc. Até no Evangelho estão os benefícios da ar-
gila, no milagre de Jesus, quando cura o cego de nascença. No sé-
culo XIX os célebres alemães, Kneip, Kuhn, Just e Felke resgata-
ram os ensinamentos dos grandes mestres, Hipócrates, Avicena,
Galeno dentre outros que usaram argila tanto interna, quanto exter-
namente.
Atualmente muitas tribos indígenas ainda têm o costume de
cobrir de terra os corpos dos doentes, com a intenção de purificá-
los. Os chineses mantêm a tradição de tratar problemas digestórios
com o preparado de argila e alcaçuz (espécie vegetal medicinal).
Na medicina oficial muitos hospitais da Europa utilizam no trata-
mento de diversas doenças e um grande hospital do Rio de Janeiro
também se aproveita dos seus benefícios. Até os animais, instinti-
vamente, mergulham na lama, suas partes enfermas.
A argila, material natural, é composta por partículas pequenas
(menores que 0,01 mm). Todas as argilas possuem 3 componentes
fundamentais: o quartzo, o feldspato e a mica. Dos diversos mine-
rais nela encontrados temos: o silício (segundo elemento mais
abundante na natureza), magnésio, fósforo, cobre, zinco, alumínio,
cálcio, potássio, manganês, ferro, etc. As variações nas cores e pro-
porções dos constituintes das argilas não modificam suas principais
atuações. Promove ação cicatrizante, trata feridas (antisséptica) eli-
minando parasitas, absorvente, diminui a febre interna da região
afetada (quando usada fria, percebemos depois do uso que a argila
está quente), deixando na região tratada a vibração de saúde. Al-
guns autores a chamam de “mata-borrão energético”.
Caderno de Terapias Naturais 27
3.1 – Formas de Uso e Armazenamento
Pode-se conseguir a argila de qualquer terreno, desde que vir-
gem, ou seja, que ainda não tenha recebido a ação do homem ou de
dejetos orgânicos (inclusive fezes do gado), agrotóxicos ou quais-
quer outros aditivos químicos e poluidores. Mesmo assim, deve-se
retirar a terra abaixo de 50 cm de profundidade.
No caso do armazenamento da argila virgem (ainda não usa-
da), tomar os cuidados normais de preservação: limpeza do local,
escolha de recipiente limpo e bem tampado. O recipiente pode ser
de aço inoxidável, madeira, vidro ou louças (não usar vasilhas de
ferro, alumínio, galvanizados ou plásticos). Revitalizar a argila ex-
pondo ao sol antes do uso. A argila, por retirar as impurezas do cor-
po, não pode ser reaproveitada de maneira alguma!
Formas de uso: cataplasmas, banhos, aterramentos, pílulas,
supositórios, suspensão coloidal, polvilhamento, etc.
Cataplasmas
Aplicar argila em qualquer local do corpo, por exemplo, na
coluna ou no local de deformações devido a artrites. Na nuca alivia
tensões nervosas, no pescoço regulariza a tireoide e a paratireoide,
na fronte combate rinite, sinusite e congestionamento nasal. No ou-
vido e nos olhos elimina supurações, inflamações, etc. (coloque
gaze sobre a região). No abdome contra congestões intestinais, in-
toxicações, febre interna, gases, gastrite, câncer, inflamações no
útero, etc.
A argila quente é aplicada nos rins, vesícula, fígado, bexiga,
pulmões, coluna, articulações, fraturas e descalcificações. A argila
fria é aplicada sobre o baixo ventre (devemos ir renovando à medi-
da que sentir o aumento de temperatura na argila) e áreas inflama-
das em geral.
Forre a cama com plástico evitando que umedeça e coloque o
lençol por cima. Prepare a argila a ser usada misturando com água
28 Caderno de Terapias Naturais
(ou chá) até formar a pasta homogênea. Depois colocar no pano ou
gaze, espessura de 1 a 2 cm, aplicar sobre o local doente (no inver-
no pode-se colocar o cobertor sobre a pessoa).
Ao cataplasma pode ser acrescentado carvão moído, e uma
colher de sobremesa de sal, além de 30 mL das tinturas em cada
caso:
Feridas: confrei.
Bronquite: eucalipto.
Intestino e estômago: hortelã ou camomila.
Dor de cabeça: malva.
Gases intestinais: menta.
Há outras indicações tradicionais.
Irritação da pele: duas xícaras de argila, uma cenoura ralada,
uma cebola pequena ralada, uma colher de sopa com mel, água em
quantidade adequada, homogeneizar.
Tumores: misturar com chá de cipó-mil-homens por mais de
3 horas diariamente, até ser totalmente absorvido.
Diabetes: misturar com chá de cipó-mil-homens e aplicar so-
bre o pâncreas.
Dores no corpo: misturar com chá de cipó-mil-homens no
pescoço.
Mal de Parkinson: misturar com chá de cipó-mil-homens e
aplicar na região do cerebelo.
Asma e coqueluche: argila morna por baixo das omoplatas.
Surdez: cobrir a orelha/ouvido com gaze e aplicar no lado es-
querdo da cabeça.
Problemas de visão: aplicar argila desde o alto da cabeça des-
cendo pelo lado direito e também sobre os olhos (cobrir com gaze
antes de colocar a argila).
Osteosporose: misturar com chá de cipó-mil-homens no pes-
coço.
Caderno de Terapias Naturais 29
Derrame cerebral: aplicar de imediato na cabeça, do lado
contrário ao da paralisia.
Queda de cabelo e manchas na pele: sinal de que o fígado não
está funcionando bem, aplicar sobre o abdome no lado do fígado.
Usar diariamente com duração de tempo variando de 1 a 3
horas, em alguns casos até mais. Em situações mais complicadas
trocar de hora em hora.
NOTA: Até em árvores doentes pode ser aplicado o cataplas-
ma de argila. No caso de podridão, por exemplo, limpe o local e
faça a aplicação, que deverá ser renovada à medida que for caindo.
Polvilhamento e Suspensão Coloidal
Pulverizar a argila, peneirando em coadores bem finos, de
modo que tenha a consistência de talco. Pode substituir o talco usa-
do em bebês, com vantagens, pois tem ação antisséptica e cicatri-
zante.
O uso da argila em pó é indicado nos casos de escoriações
cutâneas, feridas, eczemas, rachaduras e pontos vermelhos na pele.
Dissolver esse pó na água e se banhar nos casos de cansaço
físico (anemia), artrite, reumatismo e outras afecções ósseas. Esses
banhos são depurativos e regeneradores da pele.
A suspensão coloidal de uso interno, é feita com uma colher
de café de argila em pó no copo (tipo embalagem de requeijão) e
completar com água.
Deixar a argila decantar e tomar.
Obs: não utilizar copos de plástico ou de alumínio.
O tempo de tratamento é 3 semanas, prolongar caso haja ne-
cessidade por mais tempo.
Indicações: anemia, diarreia, ulcerações dos órgãos digestóri-
os, corizas, sinusite, congestionamento nasal, coceiras na pele,
olho, rinite alérgica, etc.
30 Caderno de Terapias Naturais
Cosméticos
Rica em silício e outros minerais, a argila retarda o envelheci-
mento, estimula a circulação na camada superficial da pele, regene-
rando-a e eliminando toxinas.
Rugas: 3 a 4 colheres (de sopa) de argila com água suficiente,
homogeneizar, 5 gotas de tintura de Ginkgo biloba, usar alternado
também com 5 gotas de tintura de hamamélis e confrei. Ativa a cir-
culação, tira manchas e restaura as células dos tecidos.
Varizes: 12 colheres (de sopa) de argila com água suficiente,
homogeneizar, 12 gotas de tintura de castanha da índia ou Ginkgo
biloba ou miolo da planta “copo de leite”.
Hidratação facial: 3 colheres (de sopa) de argila, 1 banana e
mel a gosto. Depois de meia hora lavar com suspensão coloidal de
argila.
Fortalecimento das mamas: 1 colher (de sopa) de argila, 2 co-
lheres (de sopa) de ricota, 1 colher (de sopa) de mel, e 1 gema de
ovo (caipira), 1 colher (de sopa) de óleo de gergelim e 1 pitada de
pó de ginseng, água suficiente, homogeneizar. Massagear as ma-
mas em movimentos suaves, isso é importante por que os tecidos
são muito sensíveis. Após meia hora, tomar banho com água quente
terminando com água fria.
IMPORTANTE. Através do cabelo, o organismo elimina
muitas impurezas, inclusive metais pesados (intoxicações por arsê-
nico são comprovadas por exame do cabelo). Se o cabelo não está
saudável, o seu organismo pode estar precisando de “tratamento in-
tensivo”.
Considerações Finais
O tratamento com argila é barato e sem contraindicações
(desde que seja de boa procedência). Os problemas menores, se
logo tratados, podem evitar problemas mais sérios. Não ignore os
sinais de seu organismo. Quanto mais rápido iniciar a geoterapia,
Caderno de Terapias Naturais 31
melhores serão os resultados. Procure o terapeuta especialista em
geoterapia sempre que julgar necessário.
4 – HIDROTERAPIA
O tratamento pela água nas suas diversas formas e temperatu-
ras é denominado hidroterapia (do grego hydro = água e therapeia
= cura).
No século XIX, Sebastian Kneipp resgatou o pensamento vi-
talista de Hipócrates (470–410 a.C.) com seus estudos sobre a im-
portância dos recursos naturais na saúde (ver o tópico Geoterapia),
e deu ênfase especial aos tratamentos pela água, depois de ter se li-
vrado da tuberculose, onde o tratamento incluía mergulhos no gela-
do rio Danúbio.
Os estudos de Kneipp sobre o poder de cura das águas inspi-
ram muitos adeptos das terapias naturais. Foram propostos diversos
usos medicinais por meio desse precioso líquido. Desde tomar uma
colher de sopa de hora em hora no combate da prisão de ventre, até
os banhos de tratamento das doenças músculo-esqueléticas e do sis-
tema nervoso. O contato da água com o corpo ativa o sistema ner-
voso, agindo sobre o aparelho circulatório, produzindo efeitos de
regularização do calor corporal.
Os banhos quentes (37 a 40 °C) são usados nos tratamentos
de obesidade, gota, reumatismo e convulsões. Têm função calman-
te e relaxante. Os banhos frios (8 a 15 °C) fortalecem o sistema
nervoso ativando a circulação sanguínea. Têm função tonificante e
estimulante.
OBS 1: No inverno, ao tomar banho quente, o organismo se
esquenta artificialmente e depois ao sair do banheiro, no ambiente
frio, se resfria. O banho frio, ao contrário, faz o cérebro ordenar ao
corpo que precisa esquentar, depois ao sair do banheiro, o corpo es-
quenta naturalmente.
32 Caderno de Terapias Naturais
OBS 2: É comum entre os chineses a prática de iniciar qual-
quer banho começando pelos pés, segundo eles isso equilibra a cir-
culação e impede o choque com a temperatura da água.
Escalda-pés
Aquecer a água até a temperatura suportável e colocar no re-
cipiente que possibilite mergulhar os pés (até a canela). Trata enxa-
quecas, ansiedade, pressão baixa, etc. Contraindicado a quem tem
pressão alta.
Água solarizada
A água é a substância mais diferente da Natureza. A única
mais leve no estado sólido do que no líquido (gelo não afunda). Isto
porque possui espaços vazios entre suas moléculas que se expan-
dem. Os espaços não são exatamente vazios e retêm o magnetismo
que é direcionado à água. Por isso, alguns padres recomendam dei-
xar um copo de água perto na hora da oração e beber depois. A
água solarizada, consiste em colocar um vidro tampado com água,
ao sol de manhãzinha, por 2 horas e depois beber. É depurativo e
tônico da melhor qualidade.
5 – HOMEOPATIA
A homeopatia surgiu em 1796, foi descoberta pelo médico
alemão Samuel Hahnemann (1755–1843), seguindo a filosofia de
tratar o ser vivo na totalidade e não as partes, apoiando-se na antiga
premissa de que “não há doenças e sim doentes”. Considera o “sin-
toma da doença” como manifestação do corpo em busca da restau-
ração da saúde. Sintomas são indicações do tratamento a ser feito.
Hahnemann entendia que eram os próprios recursos vitais do orga-
nismo que levavam à cura. Admitia que às vezes esse organismo
precisava de estímulo parecido com a doença. A frequência do estí-
mulo seria tal que “acordasse” e causasse a reação. Seus princípios:
Caderno de Terapias Naturais 33
“semelhante cura semelhante”, “experimentação”, “doses dinami-
zadas” e “preparado homeopático único”. O dinamizar consistia na
agitação vigorosa que provocasse impacto nas soluções. As molé-
culas da matéria-prima transferiam informações e vibrações às mo-
léculas de água na solução.
5.1 – Como se faz?
A maioria da matéria-prima é oriunda do reino vegetal. Tam-
bém se utiliza outras fontes (animal, mineral, microrganismos,
etc.). Primeiro é feita a tintura (ver o item “Resumo sobre identifi-
cação e manipulação” no tópico fitoterapia). O processo de mani-
pulação pode variar. Às vezes é melhor conseguir a matriz na far-
mácia de manipulação, por exemplo.
Há várias formas de utilização. Nesse texto são abordadas as
formas líquidas, que são mais fáceis de preparar.
A partir da tintura, seguindo o método centesimal haneh-
manniano (CH).
Primeiramente, deve-se ter todos os cuidados de higiene
como lavar as mãos, usar touca ou lenço limpo na cabeça e esterili-
zar os vidros onde serão colocadas as soluções.
Para cada gota de tintura colocar 99 gotas de álcool 70°GL
(30% de álcool + 70% de água) e agitar vigorosamente no mesmo
ritmo (sucussão), 100 vezes. Está pronta a 1CH. A 1CH é a matriz
para se fazer a 2CH seguindo o mesmo método de 1 gota (da 1CH)
por 99 de álcool 70°GL sucussionar, e assim sucessivamente. Em-
prega-se álcool 30°GL ou menos, com o propósito de não agredir a
mucosa da boca.
O álcool tem diversas funções, mas no caso da homeopatia é
apenas conservante. Os preparados homeopáticos podem ser feitos
simplesmente com água, mas a validade não passa de 7 dias.
Quanto maior a porcentagem alcoólica maior a validade:
34 Caderno de Terapias Naturais
Álcool 5 % __________________ 3 meses
Álcool 30% _________________ 2 anos
Álcool 70% _________________ 5 anos
Ao ingerir o medicamento homeopático, o ideal é que seja
sublingual (debaixo da língua, pois é a forma mais rápida de absor-
ção) e distante da hora das refeições pelo menos uma hora.
Importante: não guardar dentro da geladeira, em locais de
cheiro forte ou que contenham aparelhos eletroeletrônicos perto.
5.2 – Primeiros Socorros Homeopáticos
A terapia homeopática não visa o sintoma ou o órgão, mas o
conjunto de sintomas (físicos, mentais e emocionais), ou seja, a
pessoa integralmente. O similimum é o medicamento homeopático
que, se usado na pessoa sadia, provocaria esse conjunto de sinais,
mas que na pessoa doente, irá despertar o poder curativo do orga-
nismo. Como seria impossível descrever todos os sintomas e os si-
milimums disponíveis, nos limitaremos apenas ao uso homeopático
em casos de emergência (lembrando que o ideal é fazer o tratamen-
to integral, pois só assim a cura é verdadeira):
– Alcoolismo – Petroleum 30CH, há casos de pessoas que
dão a outras sem falar a finalidade, que percebem a perda da vonta-
de de beber por causa do medicamento.
– Azia ou acidez no estômago: Causticum 12CH
– Artrite e artrose: Arnica 6CH, Rhus tox 12CH, Ruta grave-
olensis 12CH, Pulsatilla 12CH, Byonia 12CH.
– Aftas e herpes: Borax, Arsenicum e Rhus tox 12CH
– Anemia: Ferrum metallicum 6CH
– Cansaço mental: Phosphorus 30CH
– Cálculo renal: Cantharis 30CH, Uva urse 12CH (o paciente
com cálculos renais deve observar que na sua vida está sendo muito
rígido e se tornar mais maleável).
Caderno de Terapias Naturais 35
– Cistite: Hydrastis e Baptisia 12CH.
– Coluna: Rhus tox 12CH.
– Crescimento físico retardado: Bambu 12CH.
– Dor de ouvido: a maioria das dores de ouvido tem relação
com a garganta, que às vezes não inflama totalmente mas reflete no
ouvido. Pingar 1 a 2 gotas de manjericão roxo 6CH, mas deve tam-
bém desintoxicar o organismo.
– Excesso de uso de antibióticos: Sulphur 30CH
– Falar pouco (insegurança em se expressar): Calcarea car-
bonica 30CH.
– Falar em exagero (por insegurança): Nux vomica ou Lache-
sis 30CH.
– Gases e intoxicações alimentares: Carbo vegetabilis e Fel
de pato – 6 a 12CH.
– Gripe: Medusa 6CH.
– Hipotireoidismo: Iodium 6CH, especialmente pessoas mui-
to magras que têm o olho projetado afora da órbita.
– Inflamação de garganta: Mercurius corrosivus 12CH alter-
nado com Pulsatilla 6CH, de 3 em 3 horas.
– Infertilidade: casca de mula 30CH, Geleia Real 6CH.
– Insuficiência cardíaca: Digitalis 12CH. A pessoa fez o ECO
(exame) antes e depois do uso e confirmou a eficácia deste medica-
mento por fortalecer a musculatura do coração.
– Labirintite: Ginkgo biloba, Nux vomica 12CH.
– Memória: Alumina 30CH.
– Menopausa: Lachesis 30CH, Pulsatilla 12CH, Graphites
12CH, Calcarea carbonica 30CH, Arsenicum album 30CH.
– Má digestão: Nux vomica 6CH.
– Nódulos: Thuya 12CH.
– Osteosporose por falta de silício: Silicea 12CH.
36 Caderno de Terapias Naturais
– Osteosporose por falta de cálcio: Calcarea carbonica ou
Ovorum.
– Prostatite: Mercurius solubilis 12CH alternado com Pul-
satilla 6CH, Thuya e Sulphur 12CH.
– Sinusite: Cantharis, Tarentula, Hydrastis e Baptisia
30CH.
– Psoríase: Sulphur 12CH, Arsenicum e Graphites 30CH.
– Traumas físicos: Arnica 6 a 12CH.
– Traumas emocionais: Arnica 30CH ou mais.
– Urticária: Apis melifica ou Urtica 30CH.
– Varizes e má circulação: homeopatia do manjericão roxo
12CH.
– Vitiligo: Arnica 6CH, Pau ferro 6CH, Hypericum perfo-
ratum 12CH, Mercurius solubilis 12CH, Calcarea carbonica
12CH. O vitiligo está muito relacionado com traumas emocio-
nais, a pele é o nosso primeiro contato físico com o mundo à
nossa volta. Observar se a pessoa está fugindo de algum proble-
ma.
NOTA: Abaixo de 30CH usar 20 gotas, acima de 30CH
usar 10 gotas ou menos.
Não usar depois que o sintoma desaparecer! Homeopatia
deve harmonizar e não criar dependência!
5.3 – Sais de Schüssler
Os sais minerais são encontrados em nosso organismo em
pequeníssima quantidade, mas sem os quais não seria possível o
perfeito funcionamento da nossa fisiologia.
Wilhelm Schüssler (1821–1898) médico alemão, foi poste-
rior a Hahnemann e pesquisou as cinzas de cadáveres que havi-
am sido cremados (queimados), encontrando 12 sais ao todo, po-
Caderno de Terapias Naturais 37
rém, nunca encontrava todos os sais. Alguns cadáveres possuíam
10 e faltavam outros 2 que estavam nas cinzas de outro corpo
mas que tinha outros sais ausentes. Daí percebeu que temos ca-
rência de pelo menos dois sais minerais. Dizia Schüssler “... se
no curso de alguma enfermidade atrasa a cura espontânea, então
se administram os sais minerais adequados, em forma molecular
(diluídos e dinamizados). Essas moléculas passam ao sangue
através da mucosa bucal”.
Através da homeopatia em baixa dinamização, na seis de-
cimal (6D), Schüssler conseguiu a forma prática e fácil de repor
os minerais ausentes. A preparação na potência decimal segue os
mesmos princípios da centesimal (CH), apenas difere na propor-
ção de gotas na preparação: 1 do princípio ativo por 9 do veícu-
lo.
Os sais:
Kali muriaticum (Cloreto de potássio)
Kali phosphoricum (Fosfato de potássio)
Kali sulphuricum (Sulfato de potássio)
Magnesium phosphoricum (Fosfato de magnésio)
Calcarea fluorica (Fluoreto de cálcio)
Calcarea fosforica (Fosfato de cálcio)
Calcarea sulphurica (Sulfato de cálcio)
Natrum muriaticum (Cloreto de sódio)
Natrum phosphoricum (Fosfato de sódio)
Natrum sulphuricum (Sulfato de sódio)
Ferrum phosphoricum (fosfato de ferro)
Silicea (silício)
Descobrir qual sal está precisando ou fazer tratamento pre-
ventivo. Tomar cada sal por 10 dias, o que causar melhoras no
funcionamento do organismo, será o sal que estava carente (este
deverá ser usado por tempo maior). Os sais que o corpo não esti-
ver precisando serão naturalmente desprezados.
38 Caderno de Terapias Naturais
6 – IOGATERAPIA
Criada há mais de 5000 anos na Índia, hoje há inúmeras esco-
las, com linhas de ensinamento. Dentre as várias etapas da ioga es-
tão a yama e niyama (moral e devoção), as asnas (posturas e exercí-
cios visando fortalecer o corpo), a pranayama (exercícios respirató-
rios), a pratyahara (concentração externa) e dhárana (concentração
interna – no próprio corpo). A palavra ioga, em sânscrito, significa
União. Visa em última instância, perceber a Unidade entre todas as
coisas. A autêntica escola de ioga deve possuir esse objetivo.
Esta explicação simples tem a intenção apenas de revelar que
a prática da ioga pode nos ser útil.
6.1 – Concentração e Exercícios
Surya Namaskar (surya = sol, namaskar = a saudação).
O conjunto de exercícios que compreende o Surya Namaskar
(saudação ao sol) se confirma eficaz, levanta o ânimo, da resistên-
cia ao organismo o tornando forte e saudável. O sol é a fonte de
toda a vida em todos os reinos: vegetal, animal e é claro, o huma-
no.
Antes de realizar os exercícios, sentar de frente ao sol de ma-
nhãzinha, deixando apenas a cabeça na sombra. Os raios do sol
nesse horário formam uma cruz com o sol no meio. Imagine essa
cruz e que do centro dela, ou seja, do globo solar, emanam raios de
luz em direção ao seu plexo solar (fica 3 dedos acima do umbigo).
Para completar, concentre no mantra UM, responsável por essa re-
gião do corpo. Pronuncia-se assim: UUUUUUUUMMMMMMM.
As posturas do Surya Namaskar, descritas a seguir, podem
ser aprendidas em qualquer livro de ioga. É recomendável a orien-
tação de pessoa competente no começo, depois é só decorar a se-
quência de exercícios.
Caderno de Terapias Naturais 39
Segundo H. L. Arora, estes exercícios envolvem: alongamen-
to e compressão de quase todas as partes do corpo, combinando
com exercícios respiratórios. Não só exercita todos os músculos e
órgãos, como ajusta o desempenho harmonioso.
Benefícios
– Tonifica todo o sistema digestório, previne e trata a consti-
pação;
40 Caderno de Terapias Naturais
– Desenvolve a capacidade pulmonar e previne doenças res-
piratórias;
– Revigora o coração, normaliza a pressão arterial, evita as
palpitações e melhora a circulação sanguínea;
– Tonifica o sistema nervoso, regula a atividade glandular e
tonifica músculos e articulações;
– Reduz a gordura do abdome, quadris, coxas, pescoço e
queixo.
Vantagens do Surya Namaskar
– Pode ser praticado ao ar livre ou em ambiente fechado, de
dia ou noite, durante todo o ano;
– É fácil de aprender e de memorizar, pode ser praticado,
desde a infância até a velhice;
– Uma série completa de Surya Namaskar leva cerca de 40 a
80 segundos. 15 séries não levam mais que 10 a 20 minutos. Se for
conveniente, pode dividir em duas séries, manhã e tarde.
6.2 – Respiração
“Há duas causas da divagação da mente: vasanas (desejos
produzidos por impressões latentes das sensações), e respiração. Se
houver controle de uma, a outra automaticamente será controlada.
Das duas, a respiração deve ser controlada primeiro” (Yo-
gakundlyupanishad 1.1-2). “Quando a respiração está controlada, a
mente está controlada” (Charakha Samhita). “Quando a respiração
é inconstante, tudo é inconstante, quando a respiração é tranquila,
tudo é tranquilo. Controle a respiração cuidadosamente. Inalação
dá força e controle do corpo. Retenção dá estabilidade e longevida-
de. Expiração purifica o corpo e o espírito.” (Goraksasathakam).
Pelas citações anteriores percebemos o quanto é importante
ao praticante de ioga, o domínio e a consciência da respiração.
Caderno de Terapias Naturais 41
A prática do controle da energia vital pela respiração é deno-
minada de pranayama. “Prana” é a energia vital que o ar carrega. A
respiração profunda e lenta permite ao organismo tempo de absor-
vê-la devidamente.
A respiração, função do sistema nervoso autônomo, acontece
independentemente de estarmos conscientes dela. Mas podemos
utilizar essa função mecânica de forma consciente e assim usufruir-
mos de seus benefícios.
Já no século XIX, o projeto da Universidade de Leipzig (Ale-
manha) liderado por Wilhelm Wundt, pesquisou a relação das alte-
rações respiratórias com as alterações do estado mental. No século
XX, cientistas americanos verificaram que, quando o homem respi-
rava profundamente, aparecia em sua corrente sanguínea a substân-
cia endorfina, que afeta o córtex cerebral, atua na regulação de vá-
rios órgãos, influencia na superação de temores e receios e gera
sensação de bem-estar.
Em estudos atuais, se observou a ligação entre o movimento
do diafragma e as alterações do estado emocional. Em exame bron-
coscópio inicial, o volume da cavidade bronquial variava em res-
posta a estímulos agradáveis e desagradáveis. O exame radiológico
posterior confirmou que tais estímulos provocavam acentuadas al-
terações nos movimentos do diafragma. Em outro desses estudos
foi verificado que há ligação maior das emoções com a expiração
do que com a inspiração.
O médico e escritor Jorge Adoum afirmou que o homem
morre porque aspira mais ar do que expira, deixando o ar viciado
em seu organismo. “O homem equilibrado respira com mais força e
vigor e sua respiração é sã e alegre. Se o homem respira segundo o
ritmo da Natureza viverá sempre sadio, sentindo a palpitação sau-
dável da vida.”
Em ioga a respiração é classificada em quatro fases:
1 – Respiração baixa (ou diafragmática);
2 – Respiração média (ou intercostal);
42 Caderno de Terapias Naturais
3 – Respiração alta (ou clavicular);
4 – Respiração completa (ou ióguica).
A maioria das pessoas respira mal restringindo o ar à zona
clavicular e intercostal. As emoções desequilibradas como estresse
e ansiedade causam esse tipo de respiração.
A respiração completa é a união das outras três etapas, har-
monizando as funções cardiovasculares, metabólica e neurológicas
(estimula ondas alfa no cérebro). Isso exige concentração sem ten-
são.
No livro “O médico de Lhasa”, Lobsang Rampa comenta in-
teressantes instruções sobre quatro métodos de respiração: respira-
ção superior (a menos útil), só se usa a parte superior do peito, en-
trando muito pouco ar nos pulmões deixando alguma quantidade de
ar viciado, na parte mais profunda; a respiração do diafragma; a
respiração inferior ou abdominal (a melhor das anteriores), mas que
ainda não permite os pulmões se encherem completamente de ar,
gerando outra vez, ar viciado; e finalmente, a respiração completa:
“Como o nome indica, engloba os outros três sistemas: superior,
médio e inferior, de modo que os pulmões se completam realmente
de ar e, portanto o sangue se purifica e fica cheio de força vital. É
muito fácil. Sentar ou ficar de pé em posição cômoda e respirar
pelo nariz. Manter a coluna vertebral bem ereta. Este é o segredo de
respirar corretamente. Encha o peito para fora e depois abaixe o di-
afragma, assim o abdome inferior vai sobressair. Desta maneira a
respiração será completa”.
Respiração bipolar ou alternada
A respiração bipolar consiste em equilibrar as energias positi-
vas e negativas ou yang e yin, que entram pelas narinas; a narina
direita é solar, tem relação com o sistema simpático, estimula, mo-
vimenta, traz o calor ao corpo. A narina esquerda é lunar, tem rela-
ção com o sistema parassimpático, relaxa, aquieta, traz frescor ao
corpo.
Caderno de Terapias Naturais 43
A pessoa equilibrada respira temporariamente por uma das
narinas totalizando a mesma quantidade de tempo ao final do dia.
Porém, na pessoa desequilibrada há desarmonia nesse ritmo. A pes-
soa depressiva, abatida, sempre respira mais pela narina esquerda e
a pessoa estressada, nervosa, sempre respira mais pela direita. Des-
sa forma percebemos que as duas são necessárias. Daí o benefício
da prática da respiração alternada. Assim se regula o desequilíbrio
destas duas forças que movimentam todo o universo: retração e ex-
pansão, yin e yang. Ambas precisam estar em harmonia pela vida e
a saúde do ser humano. A prática persistente dessa técnica diminui
a ansiedade, trata tanto o estresse quanto a depressão.
Técnica
Utilizando a mão direita, use o polegar ao pressionar a narina
direita. Use os outros dedos ou um dos outros dedos ao pressionar a
narina esquerda. Comece pressionando a narina esquerda, deixando
a narina direita livre ao inspirar o ar, depois prenda o ar pela meta-
de do tempo que levou ao inspirar, pressione a narina direita e solte
o ar pela esquerda; inspire pela narina esquerda, segure o ar pela
metade do tempo que levou ao inspirar, solte o ar pela narina direi-
ta, depois de pressionar a narina esquerda. No início faça essa se-
quência 7 vezes. Estando à vontade, prossiga fazendo por mais ve-
zes. Faça sem pressa e sem preocupações assim vai obter os resul-
tados desejados.
6.3 – Meditação
A mente está em constante batalhar de antíteses, de opostos.
Sobre isso disse Krishnamurt (que não era iogue): “Sabeis o que
significa viver sem comparação psicológica, quando em toda a vos-
sa vida fostes condicionado a comparar – na escola, nos jogos, na
universidade, no escritório? Tudo é comparação. Viver sem compa-
ração! Sabeis o que isso significa? Significa amar. O amor desco-
nhece a comparação e, portanto, o amor desconhece o medo. O
44 Caderno de Terapias Naturais
amor não tem consciência de si próprio como “amor”, porque a pa-
lavra não é a coisa.”
O objetivo da meditação é diminuir esse batalhar de opostos
dentro de nós. Aqui no ocidente, é o “meditar” sobre problemas.
No oriente é o contrário, meditação significa a busca pela ausência
de pensamento. O fluxo incessante da mente faz o ser humano se
desconectar da sua verdadeira essência. O pensar no problema cria
dois problemas. O primeiro que já existe (ou não) e o segundo que
é o conjunto das cansativas comparações.
Devido à sua origem oriental mística, houve receios quanto à
meditação por muito tempo, na nossa cultura. A globalização aju-
dou a disseminar esta técnica e os estudos científicos. Foram feitas
análises de ondas cerebrais e procedimentos de diagnóstico por
imagem e foi reconhecida como capaz de gerar fenômenos físicos.
Pesquisas em universidades da Europa, EUA, Japão, Índia e Brasil
estão relacionando a prática com redução da pressão arterial, regu-
lação do ritmo cardíaco, sistema hormonal, intestinal, distúrbios do
sono e da memória. “Tem dado bons resultados contra depressão,
ansiedade, na síndrome do pânico e no combate a dores crônicas”
(José Roberto Leite, Universidade Federal de São Paulo/Unifesp).
Cada vez mais está sendo usada em várias áreas profissionais,
como psicologia e neurociência. Leonardo Mascaro, graduado em
psicologia e mestre em neurociência, pela Universidade de São
Paulo (USP), explica que, quimicamente, a meditação parece esti-
mular a maior produção de neurotransmissores no cérebro, como a
dopamina, responsável pela sensação de prazer e bem-estar, e a se-
rotonina, ligada à sensação de felicidade.
A meditação (resumo):
1 – Diminui o ritmo da respiração e da pressão sanguínea;
2 – Reduz a produção de ácido lático (relacionado com ansie-
dade, neuroses, etc.);
3 – Equilibra o sistema nervoso (gera disposição e tranquili-
dade);
4 – Aumenta a atividade cerebral alfa;
Caderno de Terapias Naturais 45
5 – Equilibra o sistema nervoso (estado de calma, criativida-
de, intuição, etc.).
Há dois tipos de meditação: passiva e ativa.
Meditação passiva: sentar em posição confortável com olhos
fechados ou semifechados, não se mexer (pois isso agita a mente) e
utilizar alguma das técnicas de relaxamento:
– Repetição verbal, oral ou mental de mantra ou com vibra-
ção ressonante com estado de tranquilidade, tais como (Om, So-
ham, IEOUA, Amém, Jesus Cristo, Ave Maria, Shiva, etc);
– Observação do processo respiratório (tomada de consciên-
cia da entrada e saída de ar);
– Visualização interna (concentrar num ponto do seu interior,
algum chacra (chacras são pontos energéticos, os 7 principais se lo-
calizam na coluna vertebral) ou algum órgão funcionando;
– Uma combinação de algumas das técnicas acima citadas. O
mantra ô, prolongando a vogal assim ôôôôôôô e concentrando no
coração, desenvolve o chacra cardíaco, responsável pela intuição;
O objetivo da meditação é limpar a mente, mas é importante
ressaltar que durante o processo da prática, o indivíduo estará sujei-
to a incômodos e distrações causadas por barulhos ao seu redor e
principalmente pelos próprios pensamentos. Ao mesmo tempo, não
dar atenção a essas perturbações, não lutar contra elas, apenas dei-
xá-las irem embora naturalmente da mesma forma que surgiram. A
resistência aos pensamentos negativos acaba dando-lhes força, por-
que estamos nos identificando com eles, ao contrário, devemos nos
manter imparciais, assim aclarará a compreensão interior. (“Não re-
sistais ao mal”).
A meditação passiva deve se tornar ativa, ou seja, não se
identificar com os problemas do dia a dia e mantendo a mente sere-
na.
A prática constante da meditação resultará na economia das
suas energias sutis, não se desgastando com coisas pequenas, des-
46 Caderno de Terapias Naturais
necessárias como críticas e sentimentos de ofensa. Ao contrário são
observadas as situações de forma clara e integral, se colocando no
lugar do outro do bem comum, cessando o atrito causado pelo ego-
ísmo e a ignorância.
Advertimos sobre o risco de fugir da realidade ou dos proble-
mas da vida com a prática da meditação, não é esse o objetivo! Não
é tornar “insensível” ao que acontece ao seu redor (pois é o risco
que o praticante pode correr). Mas, ao contrário, ficar mais desper-
to e alerta contribuindo amorosamente nas ações corretas, no mo-
mento certo quando necessário.
Há muito mais o que dizer, porém somente a prática persis-
tente e assídua pode trazer resultados eficientes e duradouros. A
prática da ioga proporciona saúde, paz e alegria.
7 – MASSOTERAPIA
A massoterapia consiste no conjunto de várias técnicas
corporais. Serão expostas as duas técnicas desenvolvidas, dentro
dos nossos trabalhos, com excelentes resultados: do-in e reflexo-
logia.
7.1 – Do-In
O do-in teve origem na China, é a raiz das outras técnicas
terapêuticas similares: acupuntura, shiatsu, tuiná, etc. Provavel-
mente foi também a primeira técnica a se popularizar no Brasil,
pelo fato de ensinar o “automassagear”. Se baseia nos meridia-
nos do corpo, os quais seriam canais internos por onde circula a
energia vital (qi) da pessoa. A energia vital se estiver bloqueada
ou em excesso, acarretará doenças. Esse desequilíbrio pode ser
corrigido aplicando determinada pressão com os dedos. A pres-
são permanente seda, ou seja, abranda o excesso de energia no
Caderno de Terapias Naturais 47
local – exemplo: dor de cabeça; a pressão intermitente, excita,
ou seja aumenta a energia no local – exemplo: indigestão. Os de-
dos devem tocar pontos específicos, que têm correspondência
com as partes internas do corpo, os órgãos por exemplo, além
das emoções.
Algumas orientações a quem vai realizar o do-in em ou-
tra pessoa:
Queimar óleos essenciais ou folhas de eucalipto transmite
harmonia ao ambiente (ver item Inalação do tópico fitoterapia).
Estar bem de saúde e descansado.
Usar roupas leves, limpas, claras e confortáveis.
Ter sempre as unhas cortadas e limpas, lavar as mãos antes e
depois da massagem.
Quando os ossos estalam muito é sinal que estão com pouco
líquido entre as articulações, tomar óleo ou gelatina de peixe para-
lelamente com o cloreto de magnésio (ver o tópico alimentação in-
teligente).
Quanto mais crônico for o problema, mais os pontos corres-
pondentes irão doer.
Ao apertar algum ponto que não esteja doendo (significa não
estar doente) não insistir porque pode desequilibrá-lo.
Preferir fazer a massagem descalço, colocar tapete principal-
mente em local cimentado. Sempre que possível pisar na terra ou
abraçar alguma árvore visando descarregar o magnetismo negati-
vo.
Tomar banho com água e sal grosso, pescoço abaixo, pois
ajuda a recuperar do cansaço.
NOTA: O conhecimento dos meridianos é bastante com-
plexo e exige estudo profundo. Recomendamos treinar com ins-
trutor competente. Anexo: Algumas figuras ilustrativas.
48 Caderno de Terapias Naturais
Pontos Principais
Caderno de Terapias Naturais 49
Pontos Principais
50 Caderno de Terapias Naturais
7.2 – Reflexologia
Pela medicina tradicional chinesa, nos pés estão áreas
que “refletem” (daí a origem do nome) todas as glândulas e
órgãos do corpo. Essas áreas poderiam ser tratadas também
pela pressão dos dedos. Chegou ao Ocidente no início do sé-
culo XX trazida pelo médico americano William Fitzgerald.
Vários hospitais americanos, destacando o “Boston City”, ti-
veram resultados positivos em suas pesquisas a respeito. Hoje,
a reflexologia é praticada em mais de 20 países, inclusive no
Brasil.
Assemelha-se ao do-in, a pressão permanente seda, a
pressão intermitente, excita.
Todo calo significa proteção à dor e indica trauma.
É bom procedimento unir a aromaterapia (ver item Inala-
ção, do tópico fitoterapia) com a reflexologia, esfregando o
óleo essencial na sola dos pés até aquecer.
Massagear o pé no meio entre o 2° e o 3° dedo. É ótimo
para aliviar a dor de cabeça proveniente de má digestão.
Caderno de Terapias Naturais 51
52 Caderno de Terapias Naturais
Caderno de Terapias Naturais 53
8 – TERAPIA PSICOSSOMÁTICA
Envolve a relação corpo, emoção e mente.
O corpo é sábio. As falhas psíquicas que não corrigimos ou
não compreendemos se expressam no físico, sem punição, mas
demonstrando como estamos errando. A pessoa ansiosa, por
exemplo, que está sempre preocupada com o futuro, vivendo
“fora do seu tempo”, poderá inconscientemente projetar também
seu corpo afrente, prejudicando a coluna. Remédio e massagem
são paliativos, se a causa não é compreendida, o problema se re-
petirá.
Hipócrates, o pai da medicina, estava atento aos tempera-
mentos de cada pessoa (colérico, sanguíneo, fleumático e melan-
cólico) tendo em vista o melhor tratamento.
Paracelso, médico e alquimista, dizia que a saúde era o
equilíbrio dos três elementos: sal, mercúrio e enxofre. Segundo
Franz Hartmann, em linguagem alquímica, isto significava: sal =
matéria (corpo), mercúrio = mente e enxofre = emoção.
A medicina chinesa também relaciona há milênios as emo-
ções com o corpo físico. A raiva afeta o fígado, a tristeza o pul-
mão, a alegria (em desequilíbrio) o coração, o medo os rins e a
preocupação, o baço.
Estresse X Bom Humor
O estresse e a ansiedade aumentam os níveis dos hormô-
nios cortisol e adrenalina, provocando queda da imunidade,
taquicardia (aceleração dos batimentos do coração) e retarda-
mento da digestão. O bom humor provoca diminuição da
pressão sanguínea, melhora da digestão, aumento das respos-
tas imunogênicas, liberação de endorfinas e serotoninas (subs-
tâncias responsáveis pela sensação de bem-estar) reduzindo os
hormônios do estresse. Portanto, sorria!
54 Caderno de Terapias Naturais
Todas as pessoas longevas têm algo em comum: é a forma
otimista de encarar a vida. Problemas aparecem a todos e todas,
temos duas escolhas: aprender com os problemas ou nos fazer de
vítimas. “O exterior é o reflexo do interior”. Não devemos enca-
rar as dificuldades como vilões, mas como instrutores. Dizia o
poeta: “quem passou pela vida em brancas nuvens e plácido re-
pouso, adormeceu, foi espectro de homem, não foi homem, pas-
sou pela vida e não viveu”. Os problemas nos ajudam a eliminar
nossas ilusões e apegos pelas aparências da vida, nos tiram do
comodismo e nos empurram até a mudança, ao novo. Muitas ve-
zes a resistência que colocamos em relação às mudanças é o nos-
so verdadeiro problema. Ao invés de resistência, devemos apren-
der a ter resiliência, que significa adaptação e superação das difi-
culdades.
Pense menos. Sinta mais! Disse Albert Einstein: “A mente
racional é fiel servente, a mente intuitiva é presente sagrado. Te-
mos criado essa sociedade que rende honras ao servente e esque-
ceu-se do presente”.
Antes de mostrar que você tem conhecimento a quem pre-
cisa de ajuda, mostre que você tem amor! Escute as(os) pacien-
tes e faça as pessoas participarem da própria harmonização.
Caderno de Terapias Naturais 55

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  • 3. AGRADECIMENTOS Aos Mestres da Saúde de todas as épocas, doutores e não dou- tores, famosos ou anônimos, que doaram seus saberes em amor à humanidade doente. Este caderno contém algumas terapias naturais que dispensam o uso de equipamentos ou tecnologias. Essas terapias são usa- das há mais de 13 anos, na cidade de Muriaé. “Não acrediteis em coisa alguma pelo fato de vos mostrarem o tes- temunho escrito de algum sábio antigo; Não acrediteis em coisa alguma com base na autoridade de mestres e sacerdotes; Aquilo porém, que se enquadrar na vossa razão, depois de minucio- so estudo for confirmado pela vossa experiência, conduzindo ao vosso próprio bem e ao de todas as outras coisas vivas, a isto acei- tai como verdade e daí pautai vossa conduta!” (Sidarta Gautama) “A fé sem obras é morta” (Jesus de Nazaré) ELABORAÇÃO: ● Centro Alternativo de Formação Popular Rosa Fortini – Mu- riaé –MG. ● Farmácia Viva Comunitária Saúde e Vida Plena. ● Associação dos Terapeutas Holísticos e Integrativos da Zona da Mata Mineira (ATHI) – Muriaé – MG. ● Núcleo de Terapias Naturais de Miracema (NTNM) – RJ. ● Complementar – Terapias Naturais – Muriaé – MG. Caderno de Terapias Naturais 3
  • 4. CONTEÚDO INTRODUÇÂO..............................................5 1 – ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE …...........5 2 – FITOTERAPIA.............................................14 2.1 – Identificação e Manipulação...................14 2.2 – Formas de Uso.….....................................15 2.3 – Plantas mais usadas.................................18 3 – GEOTERAPIA..............................................27 3.1 – Formas de Uso e Armazenamento..........28 4 – HIDROTERAPIA..........................................32 5 – HOMEOPATIA.............................................33 5.1 – Como se faz?............................................34 5.2 – Primeiros Socorros Homeopáticos...........35 5.3 – Sais de Schüssler......................................37 6 – IOGATERAPIA.............................................39 6.1 – Concentração e Exercícios......................39 6.2 – Respiração...............................................41 6.3 – Meditação................................................44 7 – MASSOTERAPIA.........................................47 7.1 – Do-In.......................................................47 7.2 – Reflexologia............................................51 8 – TERAPIA PSICOSSOMÁTICA...................54 4 Caderno de Terapias Naturais
  • 5. INTRODUÇÃO Os tratamentos naturais sempre estiveram presentes na histó- ria da humanidade, havendo registros na Antiguidade e na China, Índia, Egito, Grécia e Roma. Com o advento da sociedade industri- alizada, retornaram com toda intensidade, visando sanar os males provocados pela ignorância das leis da Natureza, entre as quais a mais importante: o homem não é algo isolado e fragmentado, mas integral e se as suas partes não estiverem em harmonia entre si e com o meio ambiente, não haverá saúde. “...No interior do corpo existe um agente desconhecido que trabalha pelo todo e pelas partes. É ao mesmo tempo uno (um) e múltiplo (vários). É a natureza que cura as enfermidades e encon- tra as vias necessárias sem necessidade de ser guiada ... a nature- za é suficiente em tudo, e para tudo...” Hipócrates (460 a.C.) “Quem pode contar os grãos de areia do mar, as gotas da chuva, os dias do tempo? Quem pode medir a altura do céu, a ex- tensão da terra, a profundidade do abismo?... Somente o Altíssimo, Criador Onipotente.” Eclo 1, 2-8 1 – ALIMENTAÇÃO INTELIGENTE É inevitável citar a célebre frase do pai da medicina, Hipó- crates: “Que o teu alimento seja o teu remédio e que o teu remé- dio seja o teu alimento”. Não adianta qualquer tratamento se o ní- vel alimentar está inadequado. Recupera a saúde por algum tem- po, mas depois volta a adoecer. Com a industrialização, o homem se tornou preguiçoso, passando a só ingerir alimentos fabricados, prontos. Quem mais perdeu com isso foi a saúde. Devido ao tempo prolongado até ser Caderno de Terapias Naturais 5
  • 6. ingerido, ao refinamento (retirada da casca dos alimentos – em es- pecial a do trigo e do arroz com rica concentração de vitaminas e sais minerais), aos corantes, aos conservantes e outros aditivos quí- micos, esses alimentos ficam pobres de nutrientes. Sempre deve- mos preferir os alimentos produzidos na nossa região. Nas feiras de frutas e verduras podem ser encontrados. São colhidos recente- mente e ainda pode-se indagar quais feirantes não utilizam agrotó- xicos. O uso de micro-ondas deve ser abolido, porque desvitaliza os alimentos (sabemos, por exemplo, que o calor ativa o licopeno, substância benéfica, existente em alguns alimentos como o tomate, mas pesquisas comprovaram que, no micro-ondas, ele é oxidado, perdendo sua utilidade). Algumas pessoas às vezes preferem o industrializado devido ao preço. Os frangos de granja, por exemplo, são mais baratos que o caipira, isso porque com 30-45 dias a ave é abatida, por comer 24 h/dia e não dormir e pelo uso de hormônios/antibióticos, que vão ao nosso organismo. Sobre a questão de economizar na ali- mentação, D. C. Jarvis lamentou certa vez: “Fico triste quando al- gumas pessoas me dizem que não usam mel, porque é mais caro do que o açúcar branco. Afinal de contas, terão que fazer gastos da mesma maneira, ou na mercearia, ou na farmácia. Ficando doentes, acharão que precisam gastar em drogas... o dinheiro que economi- zaram na comida...” Excelente para a memória, é o uso do mel com castanhas ou nozes. As abelhas também produzem outro pro- duto extraordinário: a geleia real. Na colmeia, geneticamente todos os filhotes são iguais, mas só a rainha fica 3 vezes maior do que os outros devido ao fato de se alimentar desta geleia (daí o nome ge- leia real). Cuidado com as falsificações. A verdadeira tem consis- tência pastosa, possui cor branca e não pode ficar em temperatura ambiente, só na geladeira. Ingere-se colocando uma pitada debaixo da língua uma vez ao dia e nada mais, esse produto é muito forte. OBS 1: O uso do mel previne a diabetes de acordo com o trabalho de F. Schultz e E. Knott que afirmaram: “o mel tem, sobre 6 Caderno de Terapias Naturais
  • 7. os outros açúcares mais ricos em dextrose, a vantagem de não ele- var o açúcar do sangue ao nível superior à capacidade que o corpo tem de usá-lo facilmente.” OBS 2: Quem pensa que usando adoçantes artificiais está fa- zendo bem à sua saúde se engana. Há substâncias nocivas nos ado- çantes que atacam o sistema nervoso. O ciclamato, por exemplo, é adoçante proibido nos Estados Unidos. Ao invés disso, troque o seu adoçante artificial pelo adoçante da planta stévia que contém este- rosídios os quais adoçam até 300 vezes mais do que o açúcar e não provocam os nocivos efeitos colaterais dos adoçantes artificiais. Felizmente muitos alimentos além de nutrir também curam, são de baixo custo e fácil acesso à população. Vamos comentar so- bre: o limão, o alho, a cebola, o inhame e o dente-de-leão. Limpeza com limão (preferir limões com semente, exem- plo: galeguinho pois, são menos ácidos): ingerir 3 a 4 limões ao acordar e não ingerir alimentos durante as 4 horas seguintes, só beber água. Muita gente usa o limão como remédio, mas sem esse semijejum de 4 horas seu efeito diminui muito. Algumas pessoas se assustam em tomar limão em jejum com medo da sua acidez, mas ao contrário, na sua devida medida, o limão até combate a acidez. No livro de A. Balbach “As frutas na Medicina Domésti- ca” há a citação: “O limão, ao terminar seu metabolismo, se porta, não como ácido, mas, sim, como alcalino.” Nas coceiras e verme- lhidão causados por sujeira ou poeira nos olhos, preparar a solu- ção na proporção: 1 gota de limão por 20 gotas de água. Pingar uma gota desta solução nos olhos. Estando a imunidade baixa temos no alho o auxílio de pri- meira grandeza. Krumm Heller durante anos estudou o efeito do alho. Relata a experiência que teve com o pesquisador Wasse- mann, famoso estudioso da sífilis. Expuseram a bactéria causa- dora da doença a várias substâncias, sem maiores resultados, po- rém, em contato com o alho, todas morreram. No tratamento de Caderno de Terapias Naturais 7
  • 8. lombrigas e solitárias, recomenda o alho em jejum, ao meio-dia e à noite, junto ao leite ou com pão. O alho previne o tifo e trata hipertensão com sucesso. Sobre a cebola, há algum tempo, foi publicado no jornal O Estado de São Paulo: “especialistas britânicos (...) descobriram que as cebolas, como parte integrante da dieta, conseguem dimi- nuir o efeito das gorduras sobre a atividade fibrinolítica” (ativi- dade de eliminar substâncias responsáveis pela geração de coá- gulos no sangue). Nas nossas experiências temos comprovado, bem como o efeito extraordinário sobre a hipercolesterolemia (colesterol alto). Tomar diariamente uma xícara de chá da decoc- ção (ver item Formas de Uso, tópico fitoterapia) de uma rodela de cebola. No começo é interessante acrescentar um pequeno pe- daço de alho. Conhecemos pessoas que são intolerantes a certos medicamentos industrializados usados contra esse mal, que en- contraram a saída nessa simples, porém, poderosa receita. O chá de cebola faz mais efeito do que comer crua, pois é indigesta a algumas pessoas. O inhame não pode ser esquecido, por causa do poder de- purativo do sangue. Tomar o suco cru. Resolve os problemas de pele em geral, principalmente aquelas rachaduras que aparecem nas mãos. O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é o legítimo repre- sentante das verduras. Usadas também na forma de chás, as fo- lhas são diuréticas e digestivas. A planta tem efeito tônico e de- purativo de primeira ordem. É indicada também nos tratamentos das dores reumáticas, diabetes, problemas hepáticos, astenia (fraqueza geral) e afecções da pele (pruridos, eczemas, escama- ções e vermelhidão) além de irritação dos olhos. Na sua compo- sição química, encontramos além de outros, ácido cafeico e cítri- co, ferro, fósforo, magnésio, potássio, sais de cálcio, sódio, vita- minas B1, C, PP e pró-vitaminas A e D. 8 Caderno de Terapias Naturais
  • 9. São inúmeros alimentos que podem beneficiar a saúde. Nem a enciclopédia inteira sobre o tema seria suficiente ao abor- dar todos. Lembremos que os cereais e as frutas devem compor a maior parte da nossa alimentação. O princípio de qualquer tratamento consiste inicialmente em limpar o organismo. Sobre isso, Jorge Adoum, médico e es- critor esclarece: “Consiste a limpeza interna em tomar muita água durante o dia, porque a falta desse elemento produz prisão de ventre (in- testino preso), causa de todas as enfermidades. O homem que evacua diariamente regula sua mente... Dois ou três litros de água tomados durante o dia limpam os rins e os intestinos, cu- ram prisão de ventre e limpam o sangue.” “De quando em quando usar lavagem intestinal, que é o melhor depurador dos resíduos orgânicos.” “O banho de sol (de manhãzinha)... mata os elementos in- feriores... sobretudo quando diretamente dirigido sobre os ór- gãos sexuais.” “A ducha nasal (sobre o nariz) de água fria alivia a dor de cabeça e evita pólipos no nariz e aftas na boca.” “Abster-se de todo manjar ou bebida amarga (a não ser como remédio), picante, com muito sal ou ardente, abster-se de toda classe de carnes, mariscos, crustáceos, especiarias como o cravo, a pimenta, a vanilina, a canela, a noz moscada e a mos- tarda; também de vinhos e licores (...) outrossim, o café, (...) fumo, doces, pastéis, todas espécies de frituras, assim como os enlatados...” “Nunca deve chegar ao fanatismo em sua dieta. Terá, vez por outra, desejo interno de comer tal ou qual coisa para repa- rar deficiências de certos alimentos...” Caderno de Terapias Naturais 9
  • 10. “Deve consumir alimentos sãos e mastigá-los devida- mente...” “Com exercícios respiratórios (ver tópico iogaterapia), regi- me dietético e de hábitos, pode-se tratar todas as enfermidades do corpo.” É importante fazer o intestino funcionar bem. Caso contrário, além de provocar doenças, provoca também mau humor, por isso se diz que a pessoa está “enfezada”. Até espinhas (e outras doenças de pele) podem ter sua causa na prisão de ventre. No uso da água ter preferência pela água de mina, pois o excesso de tratamento quími- co que fazem na água da cidade acaba por prejudicar o organismo com o passar do tempo. Na hora das refeições, ingerir só alguns go- les ou nenhum, porque dilui o ácido clorídrico do estômago e retar- da a digestão. Outra receita infalível (prisão de ventre) está na in- gestão de arroz integral com semente de trigo na proporção de 5 por 1, deixe de molho por duas horas e faça normalmente. O cálcio isolado (carbonato de cálcio) em cápsulas usado por pessoas com osteosporose, também acaba gerando o incômodo da prisão de ven- tre, pois sozinho resseca as fezes. Melhor é usar farinha de alga li- thotanimium (a mesma do Litho Calcium), que além do cálcio pos- sui diversos outros oligoelementos como o magnésio, que equilibra os efeitos colaterais do cálcio. É inconveniente ao tomar refrigeran- tes, mas principalmente na osteoporose porque aumenta o nível de fósforo do organismo. Com relação ao excesso de cálcio, o cloreto de magnésio foi o recurso que ficou famoso na década passada. O magnésio contro- la a função de outros minerais. Se faltar entra em seu lugar o cálcio, havendo enrijecimento. Ainda é muito usado o cloreto de magnésio no tratamento e prevenção de reumatismo, artrite (que, não raro, têm sua origem na má alimentação), além de ajudar na prisão de ventre. Seu preparo consiste em colocar por litro d’água 33 g, e to- mar um cálice ao dia. O professor Beno Schorr, do Colégio Catari- nense, alertou: não comprar Cloreto de Magnésio vendido em dro- 10 Caderno de Terapias Naturais
  • 11. garias (pois podem conter impurezas muito prejudiciais à saúde). Comprar somente o P. A. (Produto para Análise). Mas esse P.A. só é vendido em maiores quantidades. Um meio muito mais fácil con- siste na reeducação alimentar, o cloreto de magnésio é encontrado naturalmente no farelo de trigo, de arroz e no sal mineral do gado. A alimentação saudável é a verdadeira fonte da juventude. O alimento de fácil digestão poupa energia. Quanto menos energia o corpo gastar ao realizar a digestão, mais vai sobrar nas outras fun- ções vitais. Daí o principal motivo de fazer dieta durante qualquer tratamento: o organismo economiza energia afim de usar no resgate da saúde. O leite coalhado (iogurte) é muito melhor do que o leite co- mum, pois contém microrganismos que degradam as moléculas, tornando muito mais digerível. Havendo azia, ingerir com pedaços de mamão. O fermentado da soja (missô), também é mais aconse- lhável, evita os prejuízos dos elementos não nutritivos da soja: fita- tos, inibidores de tripsina, glutamato monossódico. (Saiba mais no livro “Prato Feito” de Sonia Hirsch). Há tipos de alimentos que combinam melhor entre si do que com outros, e ajudam a poupar energia. Por exemplo: verduras não combinam com frutas, massas não combinam com alimentos áci- dos, frutas doces não combinam com frutas ácidas. Algumas boas combinações: 1 – Frutas combinam com cereais e com oleaginosos. 2 – Hortaliças e verduras combinam com cereais, com olea- ginosos e com leguminosos. 3 – Cereais combinam com oleaginosos (menor quantida- de). 4 – Cereais podem ser usados com leguminosos, desde que os legumes sejam em menor quantidade. 5 – Os leguminosos são usados com hortaliças e verduras. (Viver Natural – Elisas Biazzi) Caderno de Terapias Naturais 11
  • 12. Alguns alimentos são mais adequados a determinada per- sonalidade. A medicina ayurvédica (quase 6000 anos na Índia) tem atenção especial com o temperamento do indivíduo. Vata – pessoas magras, pouco resistentes, rápidas nas ações, com ten- dência a preocupações e prisão de ventre, digestão lenta e sono leve. Pitta – constituição e resistência medianas, ousado, boa di- gestão, temperamento bilioso (tendência a se irritar), o que pode afetar o fígado, autocrítico, pele clara com tendência a acnes, avesso a exposição direta ao sol. Kapha – temperamento tranqui- lo, às vezes tendendo a preguiça e ganho de peso, o que pode tra- zer problemas como aumento do colesterol, possui sono pesado e grande resistência. O tipo Vata precisa de alimentos doces, ácidos e salgados, deve ingerir mais alimentos mornos e cozidos. O tipo Pitta preci- sa de alimentos doces, adstringentes e amargos, mas em peque- nas quantidades, precisa de mais alimentos crus e menos cozi- dos. Vata e Pitta devem tomar bastante água. Kapha: precisa de alimentos adstringentes, picantes e amargos, sem exageros. Deve ingerir alimentos mornos e cozidos com pouco líquido. Não há fórmulas mágicas e definitivas, cada pessoa deve consumir aqueles alimentos que melhor se adaptam ao seu bióti- po. Além da qualidade do que se come, também é necessário estar atento à quantidade. Quando se coloca lenha demais, não pega fogo e dá fumaça, assim também é a nossa alimentação, se comer demais, haverá excesso de fermentação. O jejum sempre foi recomendado por elevar o espírito e purificar o corpo. Mas ao contrário do que a maioria pensa, de- vemos movimentar bastante quando estamos jejuando. Caso contrário, o ácido clorídrico do estômago intoxica o corpo. Por isso algumas pessoas ficam mal-humoradas em jejum. 12 Caderno de Terapias Naturais
  • 13. Duas receitas feitas com os mesmos ingredientes, a primeira pode ficar gostosa e a segunda não. No Tibet, somente os monges mais espiritualizados são cozinheiros. Eles sabem que as emoções e pensamentos influenciam na hora de fazer a comida. Por isso a oração antes da alimentação é importante: limpa a atmosfera ao redor do alimento. Receita do iogurte natural Ferva 1 litro de leite e deixe esfriar até ficar apenas acima da temperatura ambiente, introduza um copo de iogurte natural e mexa. Enrole uma coberta na vasilha e aguarde 4 a 5 horas. (Não deixar passar muito tempo além do determinado pois aumenta a acidez). Levar à geladeira. Receita da farinha multimistura básica 1 kg de fubá torrado, 500 g de arroz integral, 500 g de farelo de arroz, 500 g de fibra de trigo, 1 pacote de aveia, 1 copo de pó da semente de abóbora, semente de girassol, 2 colheres de sopa de: pó da casca de ovo, açúcar mascavo, pó de banana verde, pó da folha de mandioca torrada (se não torrar é altamente tóxica), 1 colher de sopa de: pó da folha de abóbora, folha da batata doce. Torrar todos os ingredientes e moer. Como fazer o pó da casca de ovo Lavar a casca do ovo caipira, tirar a película de dentro, dei- xar de molho em água com umas gotinhas de água sanitária, lavar depois e ferver por algum tempo. Após, secar ao sol ou no forno até atingir coloração amarelada. Bater no liquidificador até obter o pó bem fininho. A casca de ovo caipira contém 2.400 mg de cálcio enquanto o copo de leite tem 290 mg. Caderno de Terapias Naturais 13
  • 14. 2 – FITOTERAPIA A palavra fitoterapia foi criada pelo médico francês Henri Le- clerc (1870-1955), dos radicais gregos phyton (planta) e therapeia (tratamento), mas o tratamento com plantas medicinais é tão antigo quanto o próprio homem. Há gravuras em cavernas, no sul da Ásia, demonstrando o seu uso, pelo homem de Neanderthal, há quase 60.000 mil anos. Nas grandes sociedades antigas, como a grega (re- presentada por Hipócrates), romana, egípcia, etc., encontramos inú- meros relatos. Na China, com o Clássico do Imperador Amarelo (Nei Jing) e na Índia, com a medicina ayurvédica, dos Vedas, surgiram os livros mais antigos sobre o assunto, datando aproximadamente 3.000 a.C. Aqui no Brasil devemos muito aos nossos índios que tinham grande conhecimento sobre os benefícios gerados pela mãe- natureza. As plantas como seres vivos e completos (produzem seu pró- prio alimento) são a melhor opção. É interessante observar que, mesmo os animais carnívoros (que não comem vegetais), ingerem determinadas plantas quando estão doentes. 2.1 – Identificação e Manipulação O capim-limão, a melissa ou a “erva-cidreira de horta”, todos são chamados de erva-cidreira, esses são os “nomes populares”. Os efeitos terapêuticos destas plantas são parecidos e possuem subs- tâncias em comum. Mas o “nome científico” do capim-limão é: Cymbopogon citratus; a melissa é: Melissa officinalis; e a erva-ci- dreira de horta é: Lippia alba. Nomes esquisitos né? É porque os nomes científicos são escritos em latim. Por causa do mesmo nome popular causar confusão usa-se o nome científico. O nome popular, pode ser diferente dependendo da região, o nome científico será sempre o mesmo em qualquer lugar. O nome científico está nos li- vros especializados. Se você tem dificuldade pergunte a pessoas en- tendidas no assunto. 14 Caderno de Terapias Naturais
  • 15. A melhor opção é formar na sua cidade, a horta comunitária com plantas cientificamente identificadas e comprovadas. Tomar alguns cuidados: local isento de sujeiras, longe de esgotos, onde não tenha sido usado agrotóxico, água isenta de contaminação. Só colher as plantas que estejam bem desenvolvidas, sem sinais de pragas ou doenças. Fazer seu estoque de ervas (é necessário secar, pois evita mofar). Secar as folhas na sombra, em área coberta, lim- pa e ventilada, colocando em camadas finas (inferior a 5 cm de al- tura) em prateleiras com tela de nylon, que devem ser remexidas de tempo em tempo. Assim secam todas por igual, em aproximada- mente 5 dias. A desidratação da planta pode ser com o aparelho de- sumidificador que retira a umidade do ar. A temperatura ideal de secagem deve estar entre 35 e 60 °C. 2.2 – Formas de uso Há diversas formas de utilização das plantas medicinais. Es- colhemos as mais usadas em nossos trabalhos: inalação, tintura, al- coolatura e chás. A tintura ou a alcoolatura são práticas. A pessoa pode levar e tomar, em forma de gotas, em qualquer lugar. Nem todas as pesso- as podem usá-las, pois o álcool pode interferir na absorção de al- gum outro medicamento que a pessoa está usando. Deve-se preferir os chás. Pessoas com dependência alcoólica também devem prefe- rir os chás. Inalação A inalação é muito utilizada na aromaterapia (tratamento pelo aroma) e produz resultados incríveis. Recentemente cientistas japo- neses divulgaram a primeira evidência científica de que a inalação de determinadas fragrâncias alteram a atividade celular e a química sanguínea, de forma a reduzir os níveis de estresse. O linalol, é muito utilizado com esse fim. Akio Nakamura e seus colegas, ex- Caderno de Terapias Naturais 15
  • 16. puseram dois grupos de ratos de laboratório a condições estressan- tes, inalando o linalol ou não. O estresse aumenta os níveis dos neutrófilos e linfócitos, elementos do sistema imunogênico. O gru- po que inalava retornou o sistema imunogênico a níveis pratica- mente normais. Além de terem reduzido a atividade de mais de 100 genes que se tornam muito ativos em situações estressantes. Pode-se usar o vapor da fervura da planta in natura ou de óle- os essenciais (cuidado com os óleos falsificados). Os óleos essenci- ais são muito mais concentrados bastando pingar algumas gotas so- bre a água quente. Esse uso requer extremo cuidado evitando quei- maduras. Pode-se passar os óleos no corpo, nesse caso, diluir em óleo mineral na proporção de 1 a 2%. Pode-se ainda aromatizar o ambiente com “difusor” (pode ser encontrado em casas de artesana- to ou de produtos naturais), que consiste do pote de barro com uma lâmpada ou vela e do local onde se coloca 10 mL de água + 5 gotas do óleo essencial. Ao receber calor, o líquido evapora, perfumando o ambiente. Algumas indicações:  Ansiedade: jasmim, patchuli, pau-rosa, camomila, alfazema, sândalo.  Artrite: alecrim, vetiver, violeta.  Depressão: cedro, mirra, jasmim, sândalo, flor de laranjeira.  Dor de cabeça: menta, rosa, erva-doce, camomila, pau rosa.  Inflamações: copaíba, mamona, zimbro.  Infecções: lavanda, zimbro, citronela, cravo.  Indigestão: limão, bergamota, funcho, hortelã, camomila, erva-doce.  Memória: alecrim, manjericão e violeta menta.  Menopausa: camomila, artemísia.  Problemas respiratórios: eucalipto, alfazema, pinheiro.  Queimaduras: gerânio, lavanda.  Resfriado: benjoim, eucalipto, citronela, hortelã.  Sinusite: hortelã-pimenta, menta. 16 Caderno de Terapias Naturais
  • 17.  Tônico: hortelã-pimenta, alecrim, cravo, cedro, ilangue-i- langue. Nota: o óleo de copaíba é de grande utilidade como anti-in- flamatório, cicatrizante e aumenta a imunidade no uso interno (in- gerir 5 a 10 gotas). Tintura e alcoolatura A tintura usa plantas secas e a alcoolatura usa plantas frescas. Primeiramente: ter higiene, lavar as mãos, usar touca ou len- ço limpo na cabeça e esterilizar os vidros onde será colocada a so- lução. A proporção de mistura de álcool com a planta fresca varia conforme a quantidade de água que a planta contém. No geral 40% do peso da planta fresca em relação ao volume de álcool 70°GL. O etanol terá a função de extrair os princípios ativos (substâncias me- dicinais das plantas) e também ser conservante. Se a planta já esti- ver seca pode usar 10 a 15% do peso da planta em relação ao volu- me de álcool 70°GL. Tudo deve ser feito em vidro tipo âmbar (pro- tege contra a deterioração fotoquímica), previamente lavado e este- rilizado (esterilizar é deixar 5-10 minutos totalmente imersos em água fervendo). Esse recipiente ficará então, em local protegido contra agressões externas por 10-15 dias (caso de folhas) e 15-20 dias (cascas e raízes), quando então será filtrado e colocado em frasco também âmbar (o excesso de luz pode diminuir o poder me- dicinal). Identificar o nome da planta no vidro e colocar a data de preparo. No geral utiliza-se 20 a 30 gotas de tintura 2 a 3 vezes ao dia. Chá As formas de fazer chá são: infusão e decocção. Infusão – Despejar água fervente sobre a planta. Decocção ou cozimento – Ferver 8 g da planta fresca ou 5 g da planta seca, em quantidade equivalente a xícara de água. Se for Caderno de Terapias Naturais 17
  • 18. folha, desligar o fogo assim que iniciar a fervura, abafar, aguardar 20 minutos depois ingerir. No caso de cascas, ferver de 5 a 10 mi- nutos, desligar, abafar, aguardar 20 minutos, ingerir. 2.3 – Plantas mais usadas Dentre aproximadamente 200 plantas utilizadas, citaremos apenas aquelas com que tratamos 85% dos males mais frequentes no nosso trabalho: – Alfazema ou lavanda (Lavandula angustifolia). Estimu- lante, digestiva, combate cólicas, calmante do nervos, indicada na insônia, nevralgias, asma brônquica, o óleo essencial tem grande efeito antimicrobiano (foi usado na 2ª Guerra Mundial nas feridas dos soldados). – Alcachofra (Cynara scolymus) excelente contra o excesso de colesterol, protege o fígado. Estudos científicos sobre a alca- chofra comprovaram que o suco das folhas com as flores, diminui o colesterol ruim (LDL) aumenta o colesterol bom (HDL). Mu- lheres grávidas ou amamentando devem evitar. Usada com a be- rinjela (Solanum melongena) potencializa os efeitos. Temos per- cebido que o uso em excesso do suco da berinjela, provoca resse- camento na pele e emagrecimento. – Anis-estrelado (Illicium verum). É básico na produção de famoso medicamento antiviral da indústria farmacêutica. Seu cheiro lembra a erva-doce porque possuem determinado princípio ativo em comum. Ótimo calmante, na bronquite, cansaço, doen- ças da bexiga e náuseas, bom carminativo (estimula o apetite). – Aroeira (Myracrodruon urundeuva) e barbatimão (Stryph- nodendron adstringens). Anti-inflamatórios e cicatrizantes, nas gastrites e problemas na coluna. – Calêndula (Calendula officinalis). Alergias, ótima cicatrizante (a tintura diluída em água é usada nas feridas 18 Caderno de Terapias Naturais
  • 19. abertas), muito útil em problemas de fígado, má digestão e gastrite, problemas de pele em geral. – Camomila (Chamomilla recutita). Digestiva, sedativa, có- licas em bebês, o seu óleo essencial é azul (o azul na cromotera- pia tem a propriedade de relaxar) – Capim-limão (Cymbopogon citratus). Antisséptico, por sua ação contra fungos e microrganismos, composto principal- mente de citral que tem ação calmante e espasmolítica (elimina cólicas), também contém mirceno que é analgésico. Por ser diuré- tico e calmante ameniza a pressão alta. – Carqueja (Bacharis trimera). Estudos em 1967 demons- traram redução dos níveis de açúcar (glicose) no sangue. Muito indicada também nos problemas do estômago e fígado. Não usar por muito tempo. É diurético potente e pode causar a perda de mi- nerais ou emagrecimento. – Carobinha (Jacaranda pteroides) e a cavalinha (Equise- tum giganteum). Juntas têm dado ótimos resultados nos casos de alergia, afecções dos rins e da bexiga, a carobinha também é usa- da nos problemas circulatórios, grande depurativo, combate ame- bíase. – Chapéu-de-couro (Echinodorus grandiflorus). Depurati- vo, também usado no tratamento dos rins, diurético, abaixa a pressão (Correia, 2001). Tem a propriedade de interromper a arte- rioesclerose. – Cipó-mil-homens (Aristolochia cymbifera). Extraordiná- rio antiparasitário, trata má digestões, principalmente ocasionadas por vermes. É utilizado com argila sobre a cabeça visando expul- sar cisticercos, popularmente chamados de “ovo de solitária”. É usado se a imunidade está baixa. Quem tem problemas cardíacos deve ter cuidado com o uso. – Cordão-de-frade (Leonotis nepetaefolia.). Tônico e esti- mulante, antimicrobiano, com efeito comprovado científicamente Caderno de Terapias Naturais 19
  • 20. sobre o Staphilococcus aureus (bactéria). Usamos também na artri- te e artrose acompanhadas de excesso de ácido úrico. – Erva-de-são-joão (Ageratum conyzoides). Calmante, analgésico, anti-inflamatória, no reumatismo e cólicas. A outra erva-de-são-joão (Hypericum perforatum) ficou famosa no tratamento da depressão. – Erva-cidreira de horta (Lippia alba). É calmante e combate cólicas. Contém citral e mirceno. Trata pressão alta e má digestão. – Erva-doce (Pimpinella anisum). Extremamente eficiente contra gases estomacais, cólicas, dor de cabeça, resfriados, calman- te. – Espinheira-santa (Maytenus aquifolium). Cientificamente comprovada no tratamento de gastrite e úlceras. Melhora a digestão e elimina gases do estômago. – Folha da uva (Vitis vinifera). Usar o banho de assento (sen- tar na bacia) com o chá das folhas nos casos de hemorroidas. A in- gestão aumenta a imunidade. – Ipê-roxo (Tabebuia avellanedae). Anti-inflamatório, anti- fúngico e antialérgico. Usado no tratamento de tumores. – Jurubeba (Solanum paniculatum). Usada nos problemas di- gestórios em geral. Desintoxica o fígado (oficialmente registrada na Farmacopeia Brasileira contra anemia e problemas hepáticos). – Macaé (Leonurus sibiricus). Diurético, diminui a pressão arterial, nas indigestões, no excesso de menstruação, calmante do coração e depurativa. Mulheres grávidas devem evitar. – Macela (Achyrochline alata). No estudo de Arisawa, (1994), reduziu 67% de células cancerosas. Calmante. – Margarida (Bellis perennis). Problemas do sistema nervoso e esgotamento mental. – Melissa (Melissa officinalis). Ansiedade, insônia e má digestão, gripe e enxaqueca. Tem ação contra o vírus da herpes labial (aqueles sapinhos que aparecem no canto da boca). 20 Caderno de Terapias Naturais
  • 21. – Para-tudo (Drimys agranatensis). Excelente nas indiges- tões. – Panaceia (Solanum cernuum). Tem muitos usos, é depura- tivo, ótimos resultados em doenças venéreas (gonorreia e candidí- ase). – Rosa branca (Rosa galica). Calmante e refrescante. Prisão de ventre e indigestões. Ótima em combinações de ervas. – Sete-sangrias (Cuphea carthagenensis). Colesterol alto, hipertensão arterial. Limpa mesmo o sangue, melhora a circula- ção. – Salsaparrilha (Smilax japicanga). Tônico. Depurativa. Reumatismo. Doenças venéreas (na sífilis estudos na China con- firmaram 90% de eficácia). Antibiótico natural. Doenças de pele. Psoríase. Há suspeitas de que seus esteroides possam ser transfor- mados em estrogênio e testosterona no corpo humano (reposição hormonal). – Sabugueiro (Sambucus australis). É antiviral. Sarampo e catapora. Cicatrizante e anti-inflamatório. Eficiente em infecções respiratórias, sinusite, febres, artrite e reumatismo. – Tansagem (Plantago major). Problemas menstruais. De- sintoxicante das vias respiratórias e do sangue. Anti-inflamatória, principalmente em relação à boca, garganta e estômago. – Unha-de-gato (Uncaria guianensis) e uxi amarelo (Endo- pleura uchi). Não são nativos da zona da mata. São usados juntos contra inflamações em geral. Há pesquisas comprovando a elimi- nação de miomas. NOTA: É interessante observar que nas plantas que tratam problemas emocionais, entre elas camomila, calêndula, macela, melissa, margarida, alfazema, erva-doce, etc, nós usamos as flores na preparação da tintura. E a maioria dessas plantas tem resultados comprovados no tratamento de indigestão, com isso, concluímos que muitos casos de má digestão são de fundo emocional. Caderno de Terapias Naturais 21
  • 22. À medida que vai subindo pelo corpo da planta, a matéria vai se sutilizando, até chegar às flores. As flores com seus aromas con- seguem alcançar níveis mais sutis, as emoções (ver no item Inala- ção sobre a pesquisa de Akio Nakamura). Associação das Plantas – Alergias: ipê-roxo, calêndula, carobinha, cavalinha, tansa- gem, sabugueiro, camomila. – Aftas e herpes: tansagem, espinheira-santa, melissa, malva (Malva sylvestris) e chá-de-bugre (Casearia sylvestris) – (boche- char). – Asma: assa-peixe (Vernonia polyanthes) + saião (Kalan- choe brasiliensis) + guaco (Mikania glomerata) + flor do sabuguei- ro (Sambucus australis). Pingar 10 gotas da tintura de cada planta na colher de sopa com mel com uma gota de azeite de mamona. – Arrotos: para-tudo, carqueja e folha de laranjeira, mulungu (Erythrina mulungu), espinheira-santa, erva-doce. – Artrite, artrose e reumatismo: chapéu-de-couro, cipó-mil- homens, sete-sangrias, pata-de-vaca (Bauhinia fortificata), ipê-ro- xo, unha-de-gato, uxi amarelo, salsaparrilha e arnica (Solidago chi- lensis). – Azia: anis-estrelado, camomila e macaé. – Bronquiectasia (distorção dos brônquios): erva-de-passari- nho (Viscum rubrum), capim pé-de-galinha (Eleunice indica), assa- peixe, hortelã (Menta crispa), mal-me-quer (Lantana camara), raiz de urtiga (Urtica dioica). Depois prosseguir com as homeopatias: Sulphur 30CH, Gelsemium 30CH, Bryonia 12CH, Melinis minuti- flora 12CH. – Bronquite: xarope de umbigo de bananeira – 1 umbigo grande de bananeira, 1 quilo de açúcar mascavo, deixar em repouso por 4 dias, tirar e coar o caldo. Tomar 15 dias sim e 15 dias não, durante 4 meses. 22 Caderno de Terapias Naturais
  • 23. – Cálculo Renal: quebra-pedra (Phyllanthus niruri), dente- de-leão (Taraxacum officinalis), carqueja (Baccharis trimera), carobinha, cipó-mil-homens, parietária (Parietaria officinalis), douradinha, folha de abacate, tansagem. – Calmante: capim-limão, camomila, melissa, erva-doce e uma pitada de alecrim (Rosmarinus officinalis). – Cistite: orégano (Origanum vulgare), tansagem, cabelo de milho (Zea mays), folha de abacate (Persea americana), ca- na-do-brejo (Costus spicatus), uva ursi (Arctostaphylos ursi). – Doença de Chagas (Trypanossoma cruzi) e miocardite reumática (sensação de falta de ar, dor no peito, pois há agressão na membrana do coração): sete-sangrias, chapéu-de-couro, cipó- mil-homens, tansagem, buva (Coniza bonariensis) e bardana (Arctium minus). Complementar o tratamento com a homeopatia Nux vomica 12CH. – Diabete: pau tenente (Pricasma palo amargo), semente de sucupira (Pterodon emarginatus), casca do pé de caju (Ana- cardium occidentale), miraruira, pata-de-vaca, melão-de-são-ca- etano (Momordica charantia) e carqueja. – Garganta inflamada: própolis, óleo de copaíba, casca do fruto da romã (Punica granatum), casca de angico vermelho (Parapiptadenia rigida), tansagem, anis-estrelado, gengibre (Zingiber officinale), uma pitada de sal. Gargarejar com água morna. Quem é alérgico ao própolis, substituir por tintura de iodo a 2% e vice-versa. – Epilepsia devido a cisticercose na cabeça. Tratamento: depois de usar argila fria na cabeça (ver item geoterapia) 60 mi- nutos nos primeiros dias e 15 minutos nos últimos dias e simul- taneamente assentar em cima da vasilha de leite quente. Depois que a tênia sair da cabeça, usar as seguintes plantas: casca de amoreira, carqueja, sete-sangrias, chapéu-de-couro, santa-maria Caderno de Terapias Naturais 23
  • 24. (Chenopodium ambrosioides) (não usar por mais de 14 dias), ci- pó-mil-homens e cavalinha. – Fadiga: colocar um punhado de raiz de pfafia ou ginseng brasileiro (Pfaffia paniculata) na garrafa de vinho tinto seco e deixar por 15 dias. Tomar um cálice ao dia. – Fígado: falso boldo (Plectranthus barbatus), carqueja, para-tudo, alcachofra, macaé, jurubeba, picão (Bidens pilosa). – Infertilidade: primeiramente usar ervas depurativas (ver item limpeza do organismo) depois: batata de tiririca, erva-de- são-joão, agoniada, margarida, pfafia ou ginseng brasileiro, ca- pim pé-de-galinha (rico em substâncias que também previnem a ameaça de aborto e excesso de menstruação). – Intoxicação alimentar: falso boldo, para-tudo, folha de mamão (Carica papaya) (em excesso são tóxicas), água com carvão vegetal. – Insônia: camomila, erva-de-são-joão, macela, erva-ci- dreira de horta, melissa. – Labirintite: cravo-de-defunto (Tagetes palula), folha de laranjeira, melissa, louro (Laurus nobilis), falso boldo, gervão (Stachytarpheta cayennensis). – Limpeza do organismo (depurativo): sete-sangrias, cha- péu-de-couro, cipó-mil-homens, tansagem, cavalinha. – Leucorreia (escorrimento vaginal): angico branco (Ana- denanthera colubrina), panaceia, lavanda, cipó-mil-homens. – Menopausa: folha de amora (Rubus brasiliensis), raiz de algodão (Gossypium hirsutum), casca de coco, tiririca (Cyperus rotundus), erva-moura (Solanum americanum) e margarida. – Menstruação: Em excesso: algodão, calêndula, capim pé- de-galinha, macaé. Em falta: alfazema, anis-estrelado, cipó-mil- homens, erva-cidreira de horta. 24 Caderno de Terapias Naturais
  • 25. – Nódulos e miomas no útero e ovários: açoita-cavalo, no- gueira (Juglans regia), guaco, ipê-roxo, tuia (Tuia officinalis), cin- co-folhas, cipó-mil-homens, barbatimão, erva-moura, uxi amarelo e sete-sangrias – Queimação na urina: angico vermelho, salsaparilha, la- vanda, chapéu-de-couro alfazema e algodão. – Queimadura na pele: passar a parte de dentro da casca de banana no local, passar clara de ovo. – Parasitose. Giárdia. Tratamento: santa-maria (não usar mais do que duas semanas), sete-sangrias, dente-de-leão, artemí- sia (Artemisia vulgaris), gervão, chapéu-de-couro e cipó-mil-ho- mens. – Próstata: cavalinha, cipó-mil-homens, ipê-roxo, tansagem, unha de gato e uxi amarelo. – Prostatite: buva, tansagem, dente-de-leão, cipó-mil-ho- mens, quebra-pedra (Phyllanthus niruri), cipreste (Cupressus sempervirens), ipê-roxo, cavalinha, urtiga e grama. – Piolho: chá de losna ou arruda (Ruta graveolensis). Mu- lheres grávidas devem evitar. – Pressão alta: macaé, capim-limão, erva-cidreira de horta, sete-sangrias. – Sinusite: tansagem, orégano, cana-do-brejo. – Unheiro: alho + óleo de copaíba + tintura de iodo a 2% (uso externo) – Visão: perda causada por plasmodium: argila aquecida no local e ingerir os chás de folha de bananeira, santa-maria (não in- gerir por mais de 14 dias), folha de acerola (Malphighia glabra), calêndula, alcachofra, folha de carambola (Averrhoa carambola), aroeira, cordão-de-frade, buva. Complementar com a homeopatia Nux vomica 12CH. Pingar o orvalho da arruda de manhãzinha (de local limpo). Não se expor ao sol nesse uso. Caderno de Terapias Naturais 25
  • 26. – Vitiligo: primeiro usar ervas depurativas (ver item limpe- za do organismo, acima) depois a cada semana uma das seguintes ervas: mamica-de-cadela, angico, babosa, serralha brava, bardana, japecanga, folha da uva. Receita de xarope broncodilatador Cada litro de xarope é preparado com 860 g de açúcar mas- cavo + 450 g de água destilada ou filtrada. Na panela de esmalte, vidro ou inox, ferver em banho-maria o açúcar mascavo e a água, tirar toda espuma que formar até a calda ficar limpa. Após esfriar, coar em tecido de algodão limpo e esterilizado, acrescentar 35 go- tas de própolis, 10 mL de tintura de alfavaca (Ocimum officinale), 10 mL de tintura de assa-peixe ou agrião (Nasturtium officinale), 10 mL de tintura de calêndula, 10 mL de tintura de mal-me-quer (camará), 10 mL de tintura de eucalipto (Eucalyptus globulus) e 10 mL de tintura de guaco. Mexer bem com bastão de vidro ou colher de pau (nova) completar com água destilada em quantida- de suficiente para 1000 mL, envasar em vidro âmbar esterilizado. Validade: 180 dias. Tomar 1 colher de sobremesa 3 vezes ao dia (adulto) ou 1 colher de chá 3 vezes ao dia (criança). Considerações às mamães Como pode ser observado, em algumas plantas há a reco- mendação de evitar o uso em mulheres grávidas. O ideal é ouvir o terapeuta especialista em fitoterapia antes de tomar qualquer me- dicamento. Ter cuidado principalmente nos três primeiros meses e também quando estiver amamentando, pois parte do que é inge- rido pela mãe estará no leite do bebê. Procure alimentar ainda o mais natural possível. Algumas plantas são abortivas, geralmente as vermífugas, como a erva-de-santa-maria. 26 Caderno de Terapias Naturais
  • 27. 3 – GEOTERAPIA Geoterapia é o tratamento com terra/argila. A terra é nossa mãe. Tudo que vem da terra (não contamina- da) combina com o nosso corpo. A geoterapia tem muitos relatos de uso na Antiguidade: Ín- dia, Egito, China, etc. Até no Evangelho estão os benefícios da ar- gila, no milagre de Jesus, quando cura o cego de nascença. No sé- culo XIX os célebres alemães, Kneip, Kuhn, Just e Felke resgata- ram os ensinamentos dos grandes mestres, Hipócrates, Avicena, Galeno dentre outros que usaram argila tanto interna, quanto exter- namente. Atualmente muitas tribos indígenas ainda têm o costume de cobrir de terra os corpos dos doentes, com a intenção de purificá- los. Os chineses mantêm a tradição de tratar problemas digestórios com o preparado de argila e alcaçuz (espécie vegetal medicinal). Na medicina oficial muitos hospitais da Europa utilizam no trata- mento de diversas doenças e um grande hospital do Rio de Janeiro também se aproveita dos seus benefícios. Até os animais, instinti- vamente, mergulham na lama, suas partes enfermas. A argila, material natural, é composta por partículas pequenas (menores que 0,01 mm). Todas as argilas possuem 3 componentes fundamentais: o quartzo, o feldspato e a mica. Dos diversos mine- rais nela encontrados temos: o silício (segundo elemento mais abundante na natureza), magnésio, fósforo, cobre, zinco, alumínio, cálcio, potássio, manganês, ferro, etc. As variações nas cores e pro- porções dos constituintes das argilas não modificam suas principais atuações. Promove ação cicatrizante, trata feridas (antisséptica) eli- minando parasitas, absorvente, diminui a febre interna da região afetada (quando usada fria, percebemos depois do uso que a argila está quente), deixando na região tratada a vibração de saúde. Al- guns autores a chamam de “mata-borrão energético”. Caderno de Terapias Naturais 27
  • 28. 3.1 – Formas de Uso e Armazenamento Pode-se conseguir a argila de qualquer terreno, desde que vir- gem, ou seja, que ainda não tenha recebido a ação do homem ou de dejetos orgânicos (inclusive fezes do gado), agrotóxicos ou quais- quer outros aditivos químicos e poluidores. Mesmo assim, deve-se retirar a terra abaixo de 50 cm de profundidade. No caso do armazenamento da argila virgem (ainda não usa- da), tomar os cuidados normais de preservação: limpeza do local, escolha de recipiente limpo e bem tampado. O recipiente pode ser de aço inoxidável, madeira, vidro ou louças (não usar vasilhas de ferro, alumínio, galvanizados ou plásticos). Revitalizar a argila ex- pondo ao sol antes do uso. A argila, por retirar as impurezas do cor- po, não pode ser reaproveitada de maneira alguma! Formas de uso: cataplasmas, banhos, aterramentos, pílulas, supositórios, suspensão coloidal, polvilhamento, etc. Cataplasmas Aplicar argila em qualquer local do corpo, por exemplo, na coluna ou no local de deformações devido a artrites. Na nuca alivia tensões nervosas, no pescoço regulariza a tireoide e a paratireoide, na fronte combate rinite, sinusite e congestionamento nasal. No ou- vido e nos olhos elimina supurações, inflamações, etc. (coloque gaze sobre a região). No abdome contra congestões intestinais, in- toxicações, febre interna, gases, gastrite, câncer, inflamações no útero, etc. A argila quente é aplicada nos rins, vesícula, fígado, bexiga, pulmões, coluna, articulações, fraturas e descalcificações. A argila fria é aplicada sobre o baixo ventre (devemos ir renovando à medi- da que sentir o aumento de temperatura na argila) e áreas inflama- das em geral. Forre a cama com plástico evitando que umedeça e coloque o lençol por cima. Prepare a argila a ser usada misturando com água 28 Caderno de Terapias Naturais
  • 29. (ou chá) até formar a pasta homogênea. Depois colocar no pano ou gaze, espessura de 1 a 2 cm, aplicar sobre o local doente (no inver- no pode-se colocar o cobertor sobre a pessoa). Ao cataplasma pode ser acrescentado carvão moído, e uma colher de sobremesa de sal, além de 30 mL das tinturas em cada caso: Feridas: confrei. Bronquite: eucalipto. Intestino e estômago: hortelã ou camomila. Dor de cabeça: malva. Gases intestinais: menta. Há outras indicações tradicionais. Irritação da pele: duas xícaras de argila, uma cenoura ralada, uma cebola pequena ralada, uma colher de sopa com mel, água em quantidade adequada, homogeneizar. Tumores: misturar com chá de cipó-mil-homens por mais de 3 horas diariamente, até ser totalmente absorvido. Diabetes: misturar com chá de cipó-mil-homens e aplicar so- bre o pâncreas. Dores no corpo: misturar com chá de cipó-mil-homens no pescoço. Mal de Parkinson: misturar com chá de cipó-mil-homens e aplicar na região do cerebelo. Asma e coqueluche: argila morna por baixo das omoplatas. Surdez: cobrir a orelha/ouvido com gaze e aplicar no lado es- querdo da cabeça. Problemas de visão: aplicar argila desde o alto da cabeça des- cendo pelo lado direito e também sobre os olhos (cobrir com gaze antes de colocar a argila). Osteosporose: misturar com chá de cipó-mil-homens no pes- coço. Caderno de Terapias Naturais 29
  • 30. Derrame cerebral: aplicar de imediato na cabeça, do lado contrário ao da paralisia. Queda de cabelo e manchas na pele: sinal de que o fígado não está funcionando bem, aplicar sobre o abdome no lado do fígado. Usar diariamente com duração de tempo variando de 1 a 3 horas, em alguns casos até mais. Em situações mais complicadas trocar de hora em hora. NOTA: Até em árvores doentes pode ser aplicado o cataplas- ma de argila. No caso de podridão, por exemplo, limpe o local e faça a aplicação, que deverá ser renovada à medida que for caindo. Polvilhamento e Suspensão Coloidal Pulverizar a argila, peneirando em coadores bem finos, de modo que tenha a consistência de talco. Pode substituir o talco usa- do em bebês, com vantagens, pois tem ação antisséptica e cicatri- zante. O uso da argila em pó é indicado nos casos de escoriações cutâneas, feridas, eczemas, rachaduras e pontos vermelhos na pele. Dissolver esse pó na água e se banhar nos casos de cansaço físico (anemia), artrite, reumatismo e outras afecções ósseas. Esses banhos são depurativos e regeneradores da pele. A suspensão coloidal de uso interno, é feita com uma colher de café de argila em pó no copo (tipo embalagem de requeijão) e completar com água. Deixar a argila decantar e tomar. Obs: não utilizar copos de plástico ou de alumínio. O tempo de tratamento é 3 semanas, prolongar caso haja ne- cessidade por mais tempo. Indicações: anemia, diarreia, ulcerações dos órgãos digestóri- os, corizas, sinusite, congestionamento nasal, coceiras na pele, olho, rinite alérgica, etc. 30 Caderno de Terapias Naturais
  • 31. Cosméticos Rica em silício e outros minerais, a argila retarda o envelheci- mento, estimula a circulação na camada superficial da pele, regene- rando-a e eliminando toxinas. Rugas: 3 a 4 colheres (de sopa) de argila com água suficiente, homogeneizar, 5 gotas de tintura de Ginkgo biloba, usar alternado também com 5 gotas de tintura de hamamélis e confrei. Ativa a cir- culação, tira manchas e restaura as células dos tecidos. Varizes: 12 colheres (de sopa) de argila com água suficiente, homogeneizar, 12 gotas de tintura de castanha da índia ou Ginkgo biloba ou miolo da planta “copo de leite”. Hidratação facial: 3 colheres (de sopa) de argila, 1 banana e mel a gosto. Depois de meia hora lavar com suspensão coloidal de argila. Fortalecimento das mamas: 1 colher (de sopa) de argila, 2 co- lheres (de sopa) de ricota, 1 colher (de sopa) de mel, e 1 gema de ovo (caipira), 1 colher (de sopa) de óleo de gergelim e 1 pitada de pó de ginseng, água suficiente, homogeneizar. Massagear as ma- mas em movimentos suaves, isso é importante por que os tecidos são muito sensíveis. Após meia hora, tomar banho com água quente terminando com água fria. IMPORTANTE. Através do cabelo, o organismo elimina muitas impurezas, inclusive metais pesados (intoxicações por arsê- nico são comprovadas por exame do cabelo). Se o cabelo não está saudável, o seu organismo pode estar precisando de “tratamento in- tensivo”. Considerações Finais O tratamento com argila é barato e sem contraindicações (desde que seja de boa procedência). Os problemas menores, se logo tratados, podem evitar problemas mais sérios. Não ignore os sinais de seu organismo. Quanto mais rápido iniciar a geoterapia, Caderno de Terapias Naturais 31
  • 32. melhores serão os resultados. Procure o terapeuta especialista em geoterapia sempre que julgar necessário. 4 – HIDROTERAPIA O tratamento pela água nas suas diversas formas e temperatu- ras é denominado hidroterapia (do grego hydro = água e therapeia = cura). No século XIX, Sebastian Kneipp resgatou o pensamento vi- talista de Hipócrates (470–410 a.C.) com seus estudos sobre a im- portância dos recursos naturais na saúde (ver o tópico Geoterapia), e deu ênfase especial aos tratamentos pela água, depois de ter se li- vrado da tuberculose, onde o tratamento incluía mergulhos no gela- do rio Danúbio. Os estudos de Kneipp sobre o poder de cura das águas inspi- ram muitos adeptos das terapias naturais. Foram propostos diversos usos medicinais por meio desse precioso líquido. Desde tomar uma colher de sopa de hora em hora no combate da prisão de ventre, até os banhos de tratamento das doenças músculo-esqueléticas e do sis- tema nervoso. O contato da água com o corpo ativa o sistema ner- voso, agindo sobre o aparelho circulatório, produzindo efeitos de regularização do calor corporal. Os banhos quentes (37 a 40 °C) são usados nos tratamentos de obesidade, gota, reumatismo e convulsões. Têm função calman- te e relaxante. Os banhos frios (8 a 15 °C) fortalecem o sistema nervoso ativando a circulação sanguínea. Têm função tonificante e estimulante. OBS 1: No inverno, ao tomar banho quente, o organismo se esquenta artificialmente e depois ao sair do banheiro, no ambiente frio, se resfria. O banho frio, ao contrário, faz o cérebro ordenar ao corpo que precisa esquentar, depois ao sair do banheiro, o corpo es- quenta naturalmente. 32 Caderno de Terapias Naturais
  • 33. OBS 2: É comum entre os chineses a prática de iniciar qual- quer banho começando pelos pés, segundo eles isso equilibra a cir- culação e impede o choque com a temperatura da água. Escalda-pés Aquecer a água até a temperatura suportável e colocar no re- cipiente que possibilite mergulhar os pés (até a canela). Trata enxa- quecas, ansiedade, pressão baixa, etc. Contraindicado a quem tem pressão alta. Água solarizada A água é a substância mais diferente da Natureza. A única mais leve no estado sólido do que no líquido (gelo não afunda). Isto porque possui espaços vazios entre suas moléculas que se expan- dem. Os espaços não são exatamente vazios e retêm o magnetismo que é direcionado à água. Por isso, alguns padres recomendam dei- xar um copo de água perto na hora da oração e beber depois. A água solarizada, consiste em colocar um vidro tampado com água, ao sol de manhãzinha, por 2 horas e depois beber. É depurativo e tônico da melhor qualidade. 5 – HOMEOPATIA A homeopatia surgiu em 1796, foi descoberta pelo médico alemão Samuel Hahnemann (1755–1843), seguindo a filosofia de tratar o ser vivo na totalidade e não as partes, apoiando-se na antiga premissa de que “não há doenças e sim doentes”. Considera o “sin- toma da doença” como manifestação do corpo em busca da restau- ração da saúde. Sintomas são indicações do tratamento a ser feito. Hahnemann entendia que eram os próprios recursos vitais do orga- nismo que levavam à cura. Admitia que às vezes esse organismo precisava de estímulo parecido com a doença. A frequência do estí- mulo seria tal que “acordasse” e causasse a reação. Seus princípios: Caderno de Terapias Naturais 33
  • 34. “semelhante cura semelhante”, “experimentação”, “doses dinami- zadas” e “preparado homeopático único”. O dinamizar consistia na agitação vigorosa que provocasse impacto nas soluções. As molé- culas da matéria-prima transferiam informações e vibrações às mo- léculas de água na solução. 5.1 – Como se faz? A maioria da matéria-prima é oriunda do reino vegetal. Tam- bém se utiliza outras fontes (animal, mineral, microrganismos, etc.). Primeiro é feita a tintura (ver o item “Resumo sobre identifi- cação e manipulação” no tópico fitoterapia). O processo de mani- pulação pode variar. Às vezes é melhor conseguir a matriz na far- mácia de manipulação, por exemplo. Há várias formas de utilização. Nesse texto são abordadas as formas líquidas, que são mais fáceis de preparar. A partir da tintura, seguindo o método centesimal haneh- manniano (CH). Primeiramente, deve-se ter todos os cuidados de higiene como lavar as mãos, usar touca ou lenço limpo na cabeça e esterili- zar os vidros onde serão colocadas as soluções. Para cada gota de tintura colocar 99 gotas de álcool 70°GL (30% de álcool + 70% de água) e agitar vigorosamente no mesmo ritmo (sucussão), 100 vezes. Está pronta a 1CH. A 1CH é a matriz para se fazer a 2CH seguindo o mesmo método de 1 gota (da 1CH) por 99 de álcool 70°GL sucussionar, e assim sucessivamente. Em- prega-se álcool 30°GL ou menos, com o propósito de não agredir a mucosa da boca. O álcool tem diversas funções, mas no caso da homeopatia é apenas conservante. Os preparados homeopáticos podem ser feitos simplesmente com água, mas a validade não passa de 7 dias. Quanto maior a porcentagem alcoólica maior a validade: 34 Caderno de Terapias Naturais
  • 35. Álcool 5 % __________________ 3 meses Álcool 30% _________________ 2 anos Álcool 70% _________________ 5 anos Ao ingerir o medicamento homeopático, o ideal é que seja sublingual (debaixo da língua, pois é a forma mais rápida de absor- ção) e distante da hora das refeições pelo menos uma hora. Importante: não guardar dentro da geladeira, em locais de cheiro forte ou que contenham aparelhos eletroeletrônicos perto. 5.2 – Primeiros Socorros Homeopáticos A terapia homeopática não visa o sintoma ou o órgão, mas o conjunto de sintomas (físicos, mentais e emocionais), ou seja, a pessoa integralmente. O similimum é o medicamento homeopático que, se usado na pessoa sadia, provocaria esse conjunto de sinais, mas que na pessoa doente, irá despertar o poder curativo do orga- nismo. Como seria impossível descrever todos os sintomas e os si- milimums disponíveis, nos limitaremos apenas ao uso homeopático em casos de emergência (lembrando que o ideal é fazer o tratamen- to integral, pois só assim a cura é verdadeira): – Alcoolismo – Petroleum 30CH, há casos de pessoas que dão a outras sem falar a finalidade, que percebem a perda da vonta- de de beber por causa do medicamento. – Azia ou acidez no estômago: Causticum 12CH – Artrite e artrose: Arnica 6CH, Rhus tox 12CH, Ruta grave- olensis 12CH, Pulsatilla 12CH, Byonia 12CH. – Aftas e herpes: Borax, Arsenicum e Rhus tox 12CH – Anemia: Ferrum metallicum 6CH – Cansaço mental: Phosphorus 30CH – Cálculo renal: Cantharis 30CH, Uva urse 12CH (o paciente com cálculos renais deve observar que na sua vida está sendo muito rígido e se tornar mais maleável). Caderno de Terapias Naturais 35
  • 36. – Cistite: Hydrastis e Baptisia 12CH. – Coluna: Rhus tox 12CH. – Crescimento físico retardado: Bambu 12CH. – Dor de ouvido: a maioria das dores de ouvido tem relação com a garganta, que às vezes não inflama totalmente mas reflete no ouvido. Pingar 1 a 2 gotas de manjericão roxo 6CH, mas deve tam- bém desintoxicar o organismo. – Excesso de uso de antibióticos: Sulphur 30CH – Falar pouco (insegurança em se expressar): Calcarea car- bonica 30CH. – Falar em exagero (por insegurança): Nux vomica ou Lache- sis 30CH. – Gases e intoxicações alimentares: Carbo vegetabilis e Fel de pato – 6 a 12CH. – Gripe: Medusa 6CH. – Hipotireoidismo: Iodium 6CH, especialmente pessoas mui- to magras que têm o olho projetado afora da órbita. – Inflamação de garganta: Mercurius corrosivus 12CH alter- nado com Pulsatilla 6CH, de 3 em 3 horas. – Infertilidade: casca de mula 30CH, Geleia Real 6CH. – Insuficiência cardíaca: Digitalis 12CH. A pessoa fez o ECO (exame) antes e depois do uso e confirmou a eficácia deste medica- mento por fortalecer a musculatura do coração. – Labirintite: Ginkgo biloba, Nux vomica 12CH. – Memória: Alumina 30CH. – Menopausa: Lachesis 30CH, Pulsatilla 12CH, Graphites 12CH, Calcarea carbonica 30CH, Arsenicum album 30CH. – Má digestão: Nux vomica 6CH. – Nódulos: Thuya 12CH. – Osteosporose por falta de silício: Silicea 12CH. 36 Caderno de Terapias Naturais
  • 37. – Osteosporose por falta de cálcio: Calcarea carbonica ou Ovorum. – Prostatite: Mercurius solubilis 12CH alternado com Pul- satilla 6CH, Thuya e Sulphur 12CH. – Sinusite: Cantharis, Tarentula, Hydrastis e Baptisia 30CH. – Psoríase: Sulphur 12CH, Arsenicum e Graphites 30CH. – Traumas físicos: Arnica 6 a 12CH. – Traumas emocionais: Arnica 30CH ou mais. – Urticária: Apis melifica ou Urtica 30CH. – Varizes e má circulação: homeopatia do manjericão roxo 12CH. – Vitiligo: Arnica 6CH, Pau ferro 6CH, Hypericum perfo- ratum 12CH, Mercurius solubilis 12CH, Calcarea carbonica 12CH. O vitiligo está muito relacionado com traumas emocio- nais, a pele é o nosso primeiro contato físico com o mundo à nossa volta. Observar se a pessoa está fugindo de algum proble- ma. NOTA: Abaixo de 30CH usar 20 gotas, acima de 30CH usar 10 gotas ou menos. Não usar depois que o sintoma desaparecer! Homeopatia deve harmonizar e não criar dependência! 5.3 – Sais de Schüssler Os sais minerais são encontrados em nosso organismo em pequeníssima quantidade, mas sem os quais não seria possível o perfeito funcionamento da nossa fisiologia. Wilhelm Schüssler (1821–1898) médico alemão, foi poste- rior a Hahnemann e pesquisou as cinzas de cadáveres que havi- am sido cremados (queimados), encontrando 12 sais ao todo, po- Caderno de Terapias Naturais 37
  • 38. rém, nunca encontrava todos os sais. Alguns cadáveres possuíam 10 e faltavam outros 2 que estavam nas cinzas de outro corpo mas que tinha outros sais ausentes. Daí percebeu que temos ca- rência de pelo menos dois sais minerais. Dizia Schüssler “... se no curso de alguma enfermidade atrasa a cura espontânea, então se administram os sais minerais adequados, em forma molecular (diluídos e dinamizados). Essas moléculas passam ao sangue através da mucosa bucal”. Através da homeopatia em baixa dinamização, na seis de- cimal (6D), Schüssler conseguiu a forma prática e fácil de repor os minerais ausentes. A preparação na potência decimal segue os mesmos princípios da centesimal (CH), apenas difere na propor- ção de gotas na preparação: 1 do princípio ativo por 9 do veícu- lo. Os sais: Kali muriaticum (Cloreto de potássio) Kali phosphoricum (Fosfato de potássio) Kali sulphuricum (Sulfato de potássio) Magnesium phosphoricum (Fosfato de magnésio) Calcarea fluorica (Fluoreto de cálcio) Calcarea fosforica (Fosfato de cálcio) Calcarea sulphurica (Sulfato de cálcio) Natrum muriaticum (Cloreto de sódio) Natrum phosphoricum (Fosfato de sódio) Natrum sulphuricum (Sulfato de sódio) Ferrum phosphoricum (fosfato de ferro) Silicea (silício) Descobrir qual sal está precisando ou fazer tratamento pre- ventivo. Tomar cada sal por 10 dias, o que causar melhoras no funcionamento do organismo, será o sal que estava carente (este deverá ser usado por tempo maior). Os sais que o corpo não esti- ver precisando serão naturalmente desprezados. 38 Caderno de Terapias Naturais
  • 39. 6 – IOGATERAPIA Criada há mais de 5000 anos na Índia, hoje há inúmeras esco- las, com linhas de ensinamento. Dentre as várias etapas da ioga es- tão a yama e niyama (moral e devoção), as asnas (posturas e exercí- cios visando fortalecer o corpo), a pranayama (exercícios respirató- rios), a pratyahara (concentração externa) e dhárana (concentração interna – no próprio corpo). A palavra ioga, em sânscrito, significa União. Visa em última instância, perceber a Unidade entre todas as coisas. A autêntica escola de ioga deve possuir esse objetivo. Esta explicação simples tem a intenção apenas de revelar que a prática da ioga pode nos ser útil. 6.1 – Concentração e Exercícios Surya Namaskar (surya = sol, namaskar = a saudação). O conjunto de exercícios que compreende o Surya Namaskar (saudação ao sol) se confirma eficaz, levanta o ânimo, da resistên- cia ao organismo o tornando forte e saudável. O sol é a fonte de toda a vida em todos os reinos: vegetal, animal e é claro, o huma- no. Antes de realizar os exercícios, sentar de frente ao sol de ma- nhãzinha, deixando apenas a cabeça na sombra. Os raios do sol nesse horário formam uma cruz com o sol no meio. Imagine essa cruz e que do centro dela, ou seja, do globo solar, emanam raios de luz em direção ao seu plexo solar (fica 3 dedos acima do umbigo). Para completar, concentre no mantra UM, responsável por essa re- gião do corpo. Pronuncia-se assim: UUUUUUUUMMMMMMM. As posturas do Surya Namaskar, descritas a seguir, podem ser aprendidas em qualquer livro de ioga. É recomendável a orien- tação de pessoa competente no começo, depois é só decorar a se- quência de exercícios. Caderno de Terapias Naturais 39
  • 40. Segundo H. L. Arora, estes exercícios envolvem: alongamen- to e compressão de quase todas as partes do corpo, combinando com exercícios respiratórios. Não só exercita todos os músculos e órgãos, como ajusta o desempenho harmonioso. Benefícios – Tonifica todo o sistema digestório, previne e trata a consti- pação; 40 Caderno de Terapias Naturais
  • 41. – Desenvolve a capacidade pulmonar e previne doenças res- piratórias; – Revigora o coração, normaliza a pressão arterial, evita as palpitações e melhora a circulação sanguínea; – Tonifica o sistema nervoso, regula a atividade glandular e tonifica músculos e articulações; – Reduz a gordura do abdome, quadris, coxas, pescoço e queixo. Vantagens do Surya Namaskar – Pode ser praticado ao ar livre ou em ambiente fechado, de dia ou noite, durante todo o ano; – É fácil de aprender e de memorizar, pode ser praticado, desde a infância até a velhice; – Uma série completa de Surya Namaskar leva cerca de 40 a 80 segundos. 15 séries não levam mais que 10 a 20 minutos. Se for conveniente, pode dividir em duas séries, manhã e tarde. 6.2 – Respiração “Há duas causas da divagação da mente: vasanas (desejos produzidos por impressões latentes das sensações), e respiração. Se houver controle de uma, a outra automaticamente será controlada. Das duas, a respiração deve ser controlada primeiro” (Yo- gakundlyupanishad 1.1-2). “Quando a respiração está controlada, a mente está controlada” (Charakha Samhita). “Quando a respiração é inconstante, tudo é inconstante, quando a respiração é tranquila, tudo é tranquilo. Controle a respiração cuidadosamente. Inalação dá força e controle do corpo. Retenção dá estabilidade e longevida- de. Expiração purifica o corpo e o espírito.” (Goraksasathakam). Pelas citações anteriores percebemos o quanto é importante ao praticante de ioga, o domínio e a consciência da respiração. Caderno de Terapias Naturais 41
  • 42. A prática do controle da energia vital pela respiração é deno- minada de pranayama. “Prana” é a energia vital que o ar carrega. A respiração profunda e lenta permite ao organismo tempo de absor- vê-la devidamente. A respiração, função do sistema nervoso autônomo, acontece independentemente de estarmos conscientes dela. Mas podemos utilizar essa função mecânica de forma consciente e assim usufruir- mos de seus benefícios. Já no século XIX, o projeto da Universidade de Leipzig (Ale- manha) liderado por Wilhelm Wundt, pesquisou a relação das alte- rações respiratórias com as alterações do estado mental. No século XX, cientistas americanos verificaram que, quando o homem respi- rava profundamente, aparecia em sua corrente sanguínea a substân- cia endorfina, que afeta o córtex cerebral, atua na regulação de vá- rios órgãos, influencia na superação de temores e receios e gera sensação de bem-estar. Em estudos atuais, se observou a ligação entre o movimento do diafragma e as alterações do estado emocional. Em exame bron- coscópio inicial, o volume da cavidade bronquial variava em res- posta a estímulos agradáveis e desagradáveis. O exame radiológico posterior confirmou que tais estímulos provocavam acentuadas al- terações nos movimentos do diafragma. Em outro desses estudos foi verificado que há ligação maior das emoções com a expiração do que com a inspiração. O médico e escritor Jorge Adoum afirmou que o homem morre porque aspira mais ar do que expira, deixando o ar viciado em seu organismo. “O homem equilibrado respira com mais força e vigor e sua respiração é sã e alegre. Se o homem respira segundo o ritmo da Natureza viverá sempre sadio, sentindo a palpitação sau- dável da vida.” Em ioga a respiração é classificada em quatro fases: 1 – Respiração baixa (ou diafragmática); 2 – Respiração média (ou intercostal); 42 Caderno de Terapias Naturais
  • 43. 3 – Respiração alta (ou clavicular); 4 – Respiração completa (ou ióguica). A maioria das pessoas respira mal restringindo o ar à zona clavicular e intercostal. As emoções desequilibradas como estresse e ansiedade causam esse tipo de respiração. A respiração completa é a união das outras três etapas, har- monizando as funções cardiovasculares, metabólica e neurológicas (estimula ondas alfa no cérebro). Isso exige concentração sem ten- são. No livro “O médico de Lhasa”, Lobsang Rampa comenta in- teressantes instruções sobre quatro métodos de respiração: respira- ção superior (a menos útil), só se usa a parte superior do peito, en- trando muito pouco ar nos pulmões deixando alguma quantidade de ar viciado, na parte mais profunda; a respiração do diafragma; a respiração inferior ou abdominal (a melhor das anteriores), mas que ainda não permite os pulmões se encherem completamente de ar, gerando outra vez, ar viciado; e finalmente, a respiração completa: “Como o nome indica, engloba os outros três sistemas: superior, médio e inferior, de modo que os pulmões se completam realmente de ar e, portanto o sangue se purifica e fica cheio de força vital. É muito fácil. Sentar ou ficar de pé em posição cômoda e respirar pelo nariz. Manter a coluna vertebral bem ereta. Este é o segredo de respirar corretamente. Encha o peito para fora e depois abaixe o di- afragma, assim o abdome inferior vai sobressair. Desta maneira a respiração será completa”. Respiração bipolar ou alternada A respiração bipolar consiste em equilibrar as energias positi- vas e negativas ou yang e yin, que entram pelas narinas; a narina direita é solar, tem relação com o sistema simpático, estimula, mo- vimenta, traz o calor ao corpo. A narina esquerda é lunar, tem rela- ção com o sistema parassimpático, relaxa, aquieta, traz frescor ao corpo. Caderno de Terapias Naturais 43
  • 44. A pessoa equilibrada respira temporariamente por uma das narinas totalizando a mesma quantidade de tempo ao final do dia. Porém, na pessoa desequilibrada há desarmonia nesse ritmo. A pes- soa depressiva, abatida, sempre respira mais pela narina esquerda e a pessoa estressada, nervosa, sempre respira mais pela direita. Des- sa forma percebemos que as duas são necessárias. Daí o benefício da prática da respiração alternada. Assim se regula o desequilíbrio destas duas forças que movimentam todo o universo: retração e ex- pansão, yin e yang. Ambas precisam estar em harmonia pela vida e a saúde do ser humano. A prática persistente dessa técnica diminui a ansiedade, trata tanto o estresse quanto a depressão. Técnica Utilizando a mão direita, use o polegar ao pressionar a narina direita. Use os outros dedos ou um dos outros dedos ao pressionar a narina esquerda. Comece pressionando a narina esquerda, deixando a narina direita livre ao inspirar o ar, depois prenda o ar pela meta- de do tempo que levou ao inspirar, pressione a narina direita e solte o ar pela esquerda; inspire pela narina esquerda, segure o ar pela metade do tempo que levou ao inspirar, solte o ar pela narina direi- ta, depois de pressionar a narina esquerda. No início faça essa se- quência 7 vezes. Estando à vontade, prossiga fazendo por mais ve- zes. Faça sem pressa e sem preocupações assim vai obter os resul- tados desejados. 6.3 – Meditação A mente está em constante batalhar de antíteses, de opostos. Sobre isso disse Krishnamurt (que não era iogue): “Sabeis o que significa viver sem comparação psicológica, quando em toda a vos- sa vida fostes condicionado a comparar – na escola, nos jogos, na universidade, no escritório? Tudo é comparação. Viver sem compa- ração! Sabeis o que isso significa? Significa amar. O amor desco- nhece a comparação e, portanto, o amor desconhece o medo. O 44 Caderno de Terapias Naturais
  • 45. amor não tem consciência de si próprio como “amor”, porque a pa- lavra não é a coisa.” O objetivo da meditação é diminuir esse batalhar de opostos dentro de nós. Aqui no ocidente, é o “meditar” sobre problemas. No oriente é o contrário, meditação significa a busca pela ausência de pensamento. O fluxo incessante da mente faz o ser humano se desconectar da sua verdadeira essência. O pensar no problema cria dois problemas. O primeiro que já existe (ou não) e o segundo que é o conjunto das cansativas comparações. Devido à sua origem oriental mística, houve receios quanto à meditação por muito tempo, na nossa cultura. A globalização aju- dou a disseminar esta técnica e os estudos científicos. Foram feitas análises de ondas cerebrais e procedimentos de diagnóstico por imagem e foi reconhecida como capaz de gerar fenômenos físicos. Pesquisas em universidades da Europa, EUA, Japão, Índia e Brasil estão relacionando a prática com redução da pressão arterial, regu- lação do ritmo cardíaco, sistema hormonal, intestinal, distúrbios do sono e da memória. “Tem dado bons resultados contra depressão, ansiedade, na síndrome do pânico e no combate a dores crônicas” (José Roberto Leite, Universidade Federal de São Paulo/Unifesp). Cada vez mais está sendo usada em várias áreas profissionais, como psicologia e neurociência. Leonardo Mascaro, graduado em psicologia e mestre em neurociência, pela Universidade de São Paulo (USP), explica que, quimicamente, a meditação parece esti- mular a maior produção de neurotransmissores no cérebro, como a dopamina, responsável pela sensação de prazer e bem-estar, e a se- rotonina, ligada à sensação de felicidade. A meditação (resumo): 1 – Diminui o ritmo da respiração e da pressão sanguínea; 2 – Reduz a produção de ácido lático (relacionado com ansie- dade, neuroses, etc.); 3 – Equilibra o sistema nervoso (gera disposição e tranquili- dade); 4 – Aumenta a atividade cerebral alfa; Caderno de Terapias Naturais 45
  • 46. 5 – Equilibra o sistema nervoso (estado de calma, criativida- de, intuição, etc.). Há dois tipos de meditação: passiva e ativa. Meditação passiva: sentar em posição confortável com olhos fechados ou semifechados, não se mexer (pois isso agita a mente) e utilizar alguma das técnicas de relaxamento: – Repetição verbal, oral ou mental de mantra ou com vibra- ção ressonante com estado de tranquilidade, tais como (Om, So- ham, IEOUA, Amém, Jesus Cristo, Ave Maria, Shiva, etc); – Observação do processo respiratório (tomada de consciên- cia da entrada e saída de ar); – Visualização interna (concentrar num ponto do seu interior, algum chacra (chacras são pontos energéticos, os 7 principais se lo- calizam na coluna vertebral) ou algum órgão funcionando; – Uma combinação de algumas das técnicas acima citadas. O mantra ô, prolongando a vogal assim ôôôôôôô e concentrando no coração, desenvolve o chacra cardíaco, responsável pela intuição; O objetivo da meditação é limpar a mente, mas é importante ressaltar que durante o processo da prática, o indivíduo estará sujei- to a incômodos e distrações causadas por barulhos ao seu redor e principalmente pelos próprios pensamentos. Ao mesmo tempo, não dar atenção a essas perturbações, não lutar contra elas, apenas dei- xá-las irem embora naturalmente da mesma forma que surgiram. A resistência aos pensamentos negativos acaba dando-lhes força, por- que estamos nos identificando com eles, ao contrário, devemos nos manter imparciais, assim aclarará a compreensão interior. (“Não re- sistais ao mal”). A meditação passiva deve se tornar ativa, ou seja, não se identificar com os problemas do dia a dia e mantendo a mente sere- na. A prática constante da meditação resultará na economia das suas energias sutis, não se desgastando com coisas pequenas, des- 46 Caderno de Terapias Naturais
  • 47. necessárias como críticas e sentimentos de ofensa. Ao contrário são observadas as situações de forma clara e integral, se colocando no lugar do outro do bem comum, cessando o atrito causado pelo ego- ísmo e a ignorância. Advertimos sobre o risco de fugir da realidade ou dos proble- mas da vida com a prática da meditação, não é esse o objetivo! Não é tornar “insensível” ao que acontece ao seu redor (pois é o risco que o praticante pode correr). Mas, ao contrário, ficar mais desper- to e alerta contribuindo amorosamente nas ações corretas, no mo- mento certo quando necessário. Há muito mais o que dizer, porém somente a prática persis- tente e assídua pode trazer resultados eficientes e duradouros. A prática da ioga proporciona saúde, paz e alegria. 7 – MASSOTERAPIA A massoterapia consiste no conjunto de várias técnicas corporais. Serão expostas as duas técnicas desenvolvidas, dentro dos nossos trabalhos, com excelentes resultados: do-in e reflexo- logia. 7.1 – Do-In O do-in teve origem na China, é a raiz das outras técnicas terapêuticas similares: acupuntura, shiatsu, tuiná, etc. Provavel- mente foi também a primeira técnica a se popularizar no Brasil, pelo fato de ensinar o “automassagear”. Se baseia nos meridia- nos do corpo, os quais seriam canais internos por onde circula a energia vital (qi) da pessoa. A energia vital se estiver bloqueada ou em excesso, acarretará doenças. Esse desequilíbrio pode ser corrigido aplicando determinada pressão com os dedos. A pres- são permanente seda, ou seja, abranda o excesso de energia no Caderno de Terapias Naturais 47
  • 48. local – exemplo: dor de cabeça; a pressão intermitente, excita, ou seja aumenta a energia no local – exemplo: indigestão. Os de- dos devem tocar pontos específicos, que têm correspondência com as partes internas do corpo, os órgãos por exemplo, além das emoções. Algumas orientações a quem vai realizar o do-in em ou- tra pessoa: Queimar óleos essenciais ou folhas de eucalipto transmite harmonia ao ambiente (ver item Inalação do tópico fitoterapia). Estar bem de saúde e descansado. Usar roupas leves, limpas, claras e confortáveis. Ter sempre as unhas cortadas e limpas, lavar as mãos antes e depois da massagem. Quando os ossos estalam muito é sinal que estão com pouco líquido entre as articulações, tomar óleo ou gelatina de peixe para- lelamente com o cloreto de magnésio (ver o tópico alimentação in- teligente). Quanto mais crônico for o problema, mais os pontos corres- pondentes irão doer. Ao apertar algum ponto que não esteja doendo (significa não estar doente) não insistir porque pode desequilibrá-lo. Preferir fazer a massagem descalço, colocar tapete principal- mente em local cimentado. Sempre que possível pisar na terra ou abraçar alguma árvore visando descarregar o magnetismo negati- vo. Tomar banho com água e sal grosso, pescoço abaixo, pois ajuda a recuperar do cansaço. NOTA: O conhecimento dos meridianos é bastante com- plexo e exige estudo profundo. Recomendamos treinar com ins- trutor competente. Anexo: Algumas figuras ilustrativas. 48 Caderno de Terapias Naturais
  • 49. Pontos Principais Caderno de Terapias Naturais 49
  • 50. Pontos Principais 50 Caderno de Terapias Naturais
  • 51. 7.2 – Reflexologia Pela medicina tradicional chinesa, nos pés estão áreas que “refletem” (daí a origem do nome) todas as glândulas e órgãos do corpo. Essas áreas poderiam ser tratadas também pela pressão dos dedos. Chegou ao Ocidente no início do sé- culo XX trazida pelo médico americano William Fitzgerald. Vários hospitais americanos, destacando o “Boston City”, ti- veram resultados positivos em suas pesquisas a respeito. Hoje, a reflexologia é praticada em mais de 20 países, inclusive no Brasil. Assemelha-se ao do-in, a pressão permanente seda, a pressão intermitente, excita. Todo calo significa proteção à dor e indica trauma. É bom procedimento unir a aromaterapia (ver item Inala- ção, do tópico fitoterapia) com a reflexologia, esfregando o óleo essencial na sola dos pés até aquecer. Massagear o pé no meio entre o 2° e o 3° dedo. É ótimo para aliviar a dor de cabeça proveniente de má digestão. Caderno de Terapias Naturais 51
  • 52. 52 Caderno de Terapias Naturais
  • 53. Caderno de Terapias Naturais 53
  • 54. 8 – TERAPIA PSICOSSOMÁTICA Envolve a relação corpo, emoção e mente. O corpo é sábio. As falhas psíquicas que não corrigimos ou não compreendemos se expressam no físico, sem punição, mas demonstrando como estamos errando. A pessoa ansiosa, por exemplo, que está sempre preocupada com o futuro, vivendo “fora do seu tempo”, poderá inconscientemente projetar também seu corpo afrente, prejudicando a coluna. Remédio e massagem são paliativos, se a causa não é compreendida, o problema se re- petirá. Hipócrates, o pai da medicina, estava atento aos tempera- mentos de cada pessoa (colérico, sanguíneo, fleumático e melan- cólico) tendo em vista o melhor tratamento. Paracelso, médico e alquimista, dizia que a saúde era o equilíbrio dos três elementos: sal, mercúrio e enxofre. Segundo Franz Hartmann, em linguagem alquímica, isto significava: sal = matéria (corpo), mercúrio = mente e enxofre = emoção. A medicina chinesa também relaciona há milênios as emo- ções com o corpo físico. A raiva afeta o fígado, a tristeza o pul- mão, a alegria (em desequilíbrio) o coração, o medo os rins e a preocupação, o baço. Estresse X Bom Humor O estresse e a ansiedade aumentam os níveis dos hormô- nios cortisol e adrenalina, provocando queda da imunidade, taquicardia (aceleração dos batimentos do coração) e retarda- mento da digestão. O bom humor provoca diminuição da pressão sanguínea, melhora da digestão, aumento das respos- tas imunogênicas, liberação de endorfinas e serotoninas (subs- tâncias responsáveis pela sensação de bem-estar) reduzindo os hormônios do estresse. Portanto, sorria! 54 Caderno de Terapias Naturais
  • 55. Todas as pessoas longevas têm algo em comum: é a forma otimista de encarar a vida. Problemas aparecem a todos e todas, temos duas escolhas: aprender com os problemas ou nos fazer de vítimas. “O exterior é o reflexo do interior”. Não devemos enca- rar as dificuldades como vilões, mas como instrutores. Dizia o poeta: “quem passou pela vida em brancas nuvens e plácido re- pouso, adormeceu, foi espectro de homem, não foi homem, pas- sou pela vida e não viveu”. Os problemas nos ajudam a eliminar nossas ilusões e apegos pelas aparências da vida, nos tiram do comodismo e nos empurram até a mudança, ao novo. Muitas ve- zes a resistência que colocamos em relação às mudanças é o nos- so verdadeiro problema. Ao invés de resistência, devemos apren- der a ter resiliência, que significa adaptação e superação das difi- culdades. Pense menos. Sinta mais! Disse Albert Einstein: “A mente racional é fiel servente, a mente intuitiva é presente sagrado. Te- mos criado essa sociedade que rende honras ao servente e esque- ceu-se do presente”. Antes de mostrar que você tem conhecimento a quem pre- cisa de ajuda, mostre que você tem amor! Escute as(os) pacien- tes e faça as pessoas participarem da própria harmonização. Caderno de Terapias Naturais 55