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Há, no Brasil e em diversos países no Mundo, o senso comum de que a
carnebovinafazmalparaasaúde,desconsiderandosuaspropriedades
nutricionais e os benefícios que a mesma traz. A carne bovina é o
alimento que maior quantidade ferro possui, sendo importantíssimo
no combate à anemia. O ferro é um nutriente essencial para a
hemoglobina, a qual tem a função, no corpo-humano, de transportar
oxigênio para todas as células e remover o gás carbônico produzido
pelarespiraçãocelular.
O principal sintoma da carência de ferro, que é a deficiência nutricional
mais generalizada no mundo, é a anemia. Segundo dados da Unicef
(FundodasNaçõesUnidasparaaInfância),essadoençaatingecercade
45% das crianças com menos de cinco anos que seriam deficientes de
ferro. Um relatório da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária), relata que apenas cerca de 22% das pessoas que não
comem carne conseguem atender em 100% as exigências de ferro,
enquanto 45% das pessoas que consomem cerca de 100 g de carne
bovinapordiaconseguematenderem100%.
A carne bovina também é uma das fontes de outros nutrientes
importantes como vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e,
principalmente, as hidrossolúveis do complexo B, em especial a B12. A
deficiência da vitamina B12 causa anemia megaloblástica e mudanças
no sistema nervoso (dificuldade de locomoção e expressão), que, se
não tiverem o tratamento adequado, podem causar deterioração
mentaleparalisia.
Além disso, a carne bovina possui zinco, magnésio, sódio, potássio e
outros nutrientes. É composta por proteínas de alto valor biológico,
que são aquelas que contêm todos os aminoácidos essenciais, sendo
aconselhada para as pessoas que praticam atividade física, pois esses
auxiliamnarecuperaçãomuscular.
Mas, afinal, faz mal? A resposta é: depende. Assim como outros
alimentos, por exemplo, as massas; a carne bovinadeve ser consumida
moderadamente. De acordo com o corte, há um teor de gordura e um
valor calórico. Assim, durante a semana é preferível cortes magros
comoopatinho,filémignon,maminha,alcatraelagartoe,aosfinaisde
semana, ou datas especiais, modere com mais gordurosos, como o
cupim.[2/4]
O aumento da produção mundial entre 2009 e 2013 foi de apenas
0,61%, pouco signicativo. (Tabela 1). Destaca-se, no período, o
crescimento da produção da Índia. Neves [3] argumenta que a
quantidade de animais diminuiu nos países com maiores rebanhos. Os
EUA apresentaram uma diminuição na produção, que se deve, entre
outros fatores, ao elevado preço dos grãos, resultante da seca e que
impactam diretamente no preço da ração. Essa redução, no entanto, é
compensadapelosganhosdaÍndia,Brasil,AustráliaeMéxico.
A produção de carne bovina da Índia foi impulsionada pela indústria de
lácteos,quegerouproduçãoadicionaldecarne,devidoaocrescimento
dos rebanhos. Além disso, a forte demanda externa a preços
competitivos ocasiona maior número de abates e é importante
salientar que o mercado interno indiano não é expressivo, devido a
preferênciasvegetarianas,reflexodareligião.
Este Boletim MarkEsalq está dividido em duas partes, apresentando informações gerais sobre
uma das commodities mais importantes do Brasil, a carne. A primeira parte aborda aspectos,
infomações a respeito do comércio em nível global e ações e cases de marketing a respeito do
produtoemquestão.
Nesta segunda parte o conteúdo está dividido em três itens: no primeiro algumas curiosidades
sobre o produto; no segundo, informações sobre produção mundial de carne bovina e, por fim,
no terceiro item, informações sobre as exportações brasileiras. Sugestões e comentários são
bem vindos e podem ser realizados pelo e-mail grupo@markesalq.com.br e pelo blog do boletim
boletimmarkesalq.blogspot.com.br.
Boaleitura!
ISSN 2318-9819
O crescimento da produção brasileira está diretamente
relacionado à expansão do rebanho, fruto do auxílio do governo,
melhoramento genético, manejo de pastagens aprimorado, preços
sustentados do gado, condições excelentes das pastagens, maior
ofertadegadoparaabateedemandainternacionalforte.[3]
A expressiva queda da produção da Argentina foi
consequência de regulamentos de exportação do governo, preços
elevadosdogadoecompetiçãodeoutrosprodutoresSul-Americanos,
principalmente o Uruguai e o Paraguai, em mercados-chaves, como o
Chile, a Rússia e Israel [5]. Já a Austrália apresentou um crescimento
significativo, apesar de enfrentar condições de seca, maior custo da
produção e dívidas rurais, assim como o México, que enfrentou baixo
volume de gado pronto para abate impactado pela pastagem seca,
altos preços de ração animal e elevadas exportações de gado vivo.
(Tabela1)
Como pode ser observado na figura 1, o Brasil apresentou,
em abril de 2013, a segunda maior participação, aproximadamente
17%, na produção mundial de carne bovina, atrás apenas dos Estados
Unidos,com20%,eseguidapelaUniãoEuropéia(13%)eChina(10%).
Até 2012, o Brasil era o maior exportador de carne bovina. No entanto,
segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos, em 2013, a Rússia tomará a liderança, exportando 2.106
toneladasdecarnebovina,contra1.450exportadaspelosbrasileiros.
Como pode ser observado nas figuras 2 e 3, a exportação, por tonelada,
apresentou uma queda a partir de 2009, devido à, principalmente,
suspensão de parte das importações de carne bovina brasileira por
parte da União Europeia, que exigia medidas sanitárias mais rígidas,
certificados e rastreabilidade confiáveis. As exportações para a União
Europeiaforamretomadasem2009[1].
Entretanto, deve-se salientar que, se antes a União Europeia era o
principal destino das exportações brasileiras, atualmente a Rússia
ocupou sua posição, seguida do Irã, Egito e Hong Kong. Os países
emergentes optam por cortes mais baratos, como pescoço, peito e
acém. Já os EUA não importam carne in natura do Brasil, pois dão
preferênciaàcarnebrasileiraindustrializada.
A carne bovina é um produto de grande importância na dieta
alimentar humana, uma vez que fornece nutrientes essenciais para a
manutenção das funções vitais. É importante salientar que, assim
como outros produtos alimentícios, este deve ser consumido com
consciência e moderação, tendo suas propriedades nutricionais
levadas em conta no estabelecimento da quantidade e da qualidade
docorteingerido.
Ainda tratando da carne bovina, há que citar outra importante
vertente, que é sua produção mundial. Esta, por sua vez, diminuiu
nos países detentores dos maiores rebanhos. Porém, embora o Brasil
enquadre-se nesta categoria, sua produção é crescente, pois conta
comosuportedogovernoegrandedemandainternacional.
Outro assunto demesmaimportânciasão asexportaçõesdecarne.O
Brasil foi o líder deste segmento até 2012, contudo, devido às
restrições impostas pela União Europeia, sua posição está em risco.
Este fato pode ser um indicador das novas demandas de mercado a
serem atendidas pelo país em questão, o mundo necessita de
grandes quantidade de carne, porém a rigidez relacionada à
qualidadedoprodutoécrescenteedeveseratendida.
Embora o mundo enfrente dificuldades produtivas e barreiras de
exportação citadas e explicadas por esse boletim, pode-se considerar
promissorofuturoearepresentatividadedacarnebovinaemâmbito
internacional, uma vez que ela tem propriedades nutricionais
peculiares e representa um papel fundamental na economia e nos
hábitosalimentaresdeconsumidoresdomundotodo.
i
Graduada em Ciências Econômicas pela ESALQ/USP
China
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Boletim MarkEsalq Ano 2 Nº5/Abril 2014 - Carne II

  • 1. 0 Há, no Brasil e em diversos países no Mundo, o senso comum de que a carnebovinafazmalparaasaúde,desconsiderandosuaspropriedades nutricionais e os benefícios que a mesma traz. A carne bovina é o alimento que maior quantidade ferro possui, sendo importantíssimo no combate à anemia. O ferro é um nutriente essencial para a hemoglobina, a qual tem a função, no corpo-humano, de transportar oxigênio para todas as células e remover o gás carbônico produzido pelarespiraçãocelular. O principal sintoma da carência de ferro, que é a deficiência nutricional mais generalizada no mundo, é a anemia. Segundo dados da Unicef (FundodasNaçõesUnidasparaaInfância),essadoençaatingecercade 45% das crianças com menos de cinco anos que seriam deficientes de ferro. Um relatório da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), relata que apenas cerca de 22% das pessoas que não comem carne conseguem atender em 100% as exigências de ferro, enquanto 45% das pessoas que consomem cerca de 100 g de carne bovinapordiaconseguematenderem100%. A carne bovina também é uma das fontes de outros nutrientes importantes como vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e, principalmente, as hidrossolúveis do complexo B, em especial a B12. A deficiência da vitamina B12 causa anemia megaloblástica e mudanças no sistema nervoso (dificuldade de locomoção e expressão), que, se não tiverem o tratamento adequado, podem causar deterioração mentaleparalisia. Além disso, a carne bovina possui zinco, magnésio, sódio, potássio e outros nutrientes. É composta por proteínas de alto valor biológico, que são aquelas que contêm todos os aminoácidos essenciais, sendo aconselhada para as pessoas que praticam atividade física, pois esses auxiliamnarecuperaçãomuscular. Mas, afinal, faz mal? A resposta é: depende. Assim como outros alimentos, por exemplo, as massas; a carne bovinadeve ser consumida moderadamente. De acordo com o corte, há um teor de gordura e um valor calórico. Assim, durante a semana é preferível cortes magros comoopatinho,filémignon,maminha,alcatraelagartoe,aosfinaisde semana, ou datas especiais, modere com mais gordurosos, como o cupim.[2/4] O aumento da produção mundial entre 2009 e 2013 foi de apenas 0,61%, pouco signicativo. (Tabela 1). Destaca-se, no período, o crescimento da produção da Índia. Neves [3] argumenta que a quantidade de animais diminuiu nos países com maiores rebanhos. Os EUA apresentaram uma diminuição na produção, que se deve, entre outros fatores, ao elevado preço dos grãos, resultante da seca e que impactam diretamente no preço da ração. Essa redução, no entanto, é compensadapelosganhosdaÍndia,Brasil,AustráliaeMéxico. A produção de carne bovina da Índia foi impulsionada pela indústria de lácteos,quegerouproduçãoadicionaldecarne,devidoaocrescimento dos rebanhos. Além disso, a forte demanda externa a preços competitivos ocasiona maior número de abates e é importante salientar que o mercado interno indiano não é expressivo, devido a preferênciasvegetarianas,reflexodareligião. Este Boletim MarkEsalq está dividido em duas partes, apresentando informações gerais sobre uma das commodities mais importantes do Brasil, a carne. A primeira parte aborda aspectos, infomações a respeito do comércio em nível global e ações e cases de marketing a respeito do produtoemquestão. Nesta segunda parte o conteúdo está dividido em três itens: no primeiro algumas curiosidades sobre o produto; no segundo, informações sobre produção mundial de carne bovina e, por fim, no terceiro item, informações sobre as exportações brasileiras. Sugestões e comentários são bem vindos e podem ser realizados pelo e-mail grupo@markesalq.com.br e pelo blog do boletim boletimmarkesalq.blogspot.com.br. Boaleitura! ISSN 2318-9819 O crescimento da produção brasileira está diretamente relacionado à expansão do rebanho, fruto do auxílio do governo, melhoramento genético, manejo de pastagens aprimorado, preços sustentados do gado, condições excelentes das pastagens, maior ofertadegadoparaabateedemandainternacionalforte.[3] A expressiva queda da produção da Argentina foi consequência de regulamentos de exportação do governo, preços elevadosdogadoecompetiçãodeoutrosprodutoresSul-Americanos, principalmente o Uruguai e o Paraguai, em mercados-chaves, como o Chile, a Rússia e Israel [5]. Já a Austrália apresentou um crescimento significativo, apesar de enfrentar condições de seca, maior custo da produção e dívidas rurais, assim como o México, que enfrentou baixo volume de gado pronto para abate impactado pela pastagem seca, altos preços de ração animal e elevadas exportações de gado vivo. (Tabela1) Como pode ser observado na figura 1, o Brasil apresentou, em abril de 2013, a segunda maior participação, aproximadamente 17%, na produção mundial de carne bovina, atrás apenas dos Estados Unidos,com20%,eseguidapelaUniãoEuropéia(13%)eChina(10%).
  • 2. Até 2012, o Brasil era o maior exportador de carne bovina. No entanto, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, em 2013, a Rússia tomará a liderança, exportando 2.106 toneladasdecarnebovina,contra1.450exportadaspelosbrasileiros. Como pode ser observado nas figuras 2 e 3, a exportação, por tonelada, apresentou uma queda a partir de 2009, devido à, principalmente, suspensão de parte das importações de carne bovina brasileira por parte da União Europeia, que exigia medidas sanitárias mais rígidas, certificados e rastreabilidade confiáveis. As exportações para a União Europeiaforamretomadasem2009[1]. Entretanto, deve-se salientar que, se antes a União Europeia era o principal destino das exportações brasileiras, atualmente a Rússia ocupou sua posição, seguida do Irã, Egito e Hong Kong. Os países emergentes optam por cortes mais baratos, como pescoço, peito e acém. Já os EUA não importam carne in natura do Brasil, pois dão preferênciaàcarnebrasileiraindustrializada. A carne bovina é um produto de grande importância na dieta alimentar humana, uma vez que fornece nutrientes essenciais para a manutenção das funções vitais. É importante salientar que, assim como outros produtos alimentícios, este deve ser consumido com consciência e moderação, tendo suas propriedades nutricionais levadas em conta no estabelecimento da quantidade e da qualidade docorteingerido. Ainda tratando da carne bovina, há que citar outra importante vertente, que é sua produção mundial. Esta, por sua vez, diminuiu nos países detentores dos maiores rebanhos. Porém, embora o Brasil enquadre-se nesta categoria, sua produção é crescente, pois conta comosuportedogovernoegrandedemandainternacional. Outro assunto demesmaimportânciasão asexportaçõesdecarne.O Brasil foi o líder deste segmento até 2012, contudo, devido às restrições impostas pela União Europeia, sua posição está em risco. Este fato pode ser um indicador das novas demandas de mercado a serem atendidas pelo país em questão, o mundo necessita de grandes quantidade de carne, porém a rigidez relacionada à qualidadedoprodutoécrescenteedeveseratendida. Embora o mundo enfrente dificuldades produtivas e barreiras de exportação citadas e explicadas por esse boletim, pode-se considerar promissorofuturoearepresentatividadedacarnebovinaemâmbito internacional, uma vez que ela tem propriedades nutricionais peculiares e representa um papel fundamental na economia e nos hábitosalimentaresdeconsumidoresdomundotodo. i Graduada em Ciências Econômicas pela ESALQ/USP China México Outros