SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 38
2013
Educadora:
Isabel Coelho
26-02-2013
Projeto Curricular de Sala do Berçário
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 2 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Introdução
“O projeto do educador é um projeto educativo/pedagógico que diz respeito ao
grupo e contempla as opções e intervenções educativas do educador e as formas como prevê
orientar as oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem de um grupo. Este projeto
adapta-se às características de cada grupo, enquadra as iniciativas das crianças, os seus
projetos individuais, de pequeno grupo ou de tudo o grupo.”
(Ministério da Educação, 1997: p.44)
Cada vez mais caminhamos para a valorização crescente dos aspetos emocionais da criança e não
apenas do domínio cognitivo, ou seja, estamos a caminho de uma valorização do Ser e não só do saber.
Face a este cenário, “(…) a intervenção parte da criança é , afirmando-se esta num clima de liberdade,
numa atmosfera de empatia e autenticidade(…)”. Assim o educador assume-se ele próprio como parte
indispensável para toda a construção de toda esta dinâmica do ser-se criança. Neste sentido, e visto que o
educador será orientador e facilitador do desenvolvimento global da criança, ajudando esta a Ser, é necessário
que todos os seus esforços para estimular as potencialidades de cada uma delas surjam de algo que o norteie
para que a sua prática educativa seja coerente com as necessidades e interesses do grupo de crianças.
Sendo assim, o Projeto Curricular de Sala surge com o objetivo de orientar o educador na sua ação
pedagógica, tendo em conta, as características e necessidades de cada criança e do grupo, pois através dele
podemos sintetizar de forma organizada as atividades e os objetivos que propomos para este ano letivo.
Em suma, este projeto curricular de sala, foca as competências que se pretendem trabalhar ao longo
do ano, aprendizagens essas que têm por base as orientações curriculares para a educação de creche. Contudo,
todas as aprendizagens, devem ser pensavas e estruturadas para um grupo específico, neste sentido, apresento
posteriormente a caracterização real do grupo. Tendo em conta que são vários os fatores que influenciam a
motivação da criança para aprender, evidencia-se neste documento a organização do ambiente educativo:
espaço e tempo, a interação escola – família, equipa pedagógica e forma de intervenção, ou seja, as
metodologias utilizadas.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 3 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caracterização do Grupo
“A Creche é uma realidade eu está para ficar.
O desafio está em torna-la uma realidade de qualidade.”
(Gabriela Portugal, 1998)
Sabemos que as experiências das crianças nos seus primeiros anos de vida estão muito relacionadas
com a qualidade dos cuidados que recebem. Também sabemos que estas experiências podem ter um
verdadeiro impacto no seu desenvolvimento futuro. Os cuidados adequados durante a primeira infância trazem
benefícios para a toda a vida. A infância é a etapa fundamental da vida das crianças sendo os primeiros 36
meses de vida particularmente importantes para o seu desenvolvimento físico, afetivo e intelectual.
Assim, o educador tem um papel preponderante no desenvolvimento da criança, por isso é importante
que conheça as características próprias de cada uma delas, conhecer as suas necessidades e interesses e assim
planear a sua ação de uma forma mais adequada e assertiva. Por isso mesmo, consideramos conveniente fazer
uma caracterização psicológica, em termos gerais, das várias fases de desenvolvimento da criança dos 4 meses
aos 24 meses. Isto só é possível tendo por base uma observação participante e participada.
Para uma melhor compreensão foram caracterizados em três níveis de desenvolvimento
- Desenvolvimento Motor
- Desenvolvimento Emocional/Social
- Desenvolvimento Intelectual
Com 1 ano, a criança encontra-se no período sensório-motor, conquista o mundo que a rodeia através
da própria ação. Atua sem refletir, procura a satisfação imediata e existe uma intencionalidade nos seus atos
(puxa uma toalha para conseguir o objeto que está em cima).
Segundo Piaget, encontra-se na quinta fase, caraterizada pela permanência do objeto, que embora
não tenha presente, procura-o depois de o termos mostrado. Esta fase é também caraterizada pela
experimentação-ação. A criança explora, investiga a realidade que a rodeia e observa os resultados das suas
diferentes experiências.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 4 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
A partir dos 18 meses, entra na sexta fase, dando-se um novo passo no aspeto cognitivo, o da
representação: a criança é capaz de representar mentalmente os movimentos, sem necessidade de os executar
(não sobe a uma cadeira pois pode cair).
Começam também as primeiras competências sociais ao mostrar as suas graças, ao cumprir algumas
ordens, ao brincar, etc. Adota um comportamento sociável e é capaz de demonstrar medo, afeto e simpatia.
É uma fase marcada pelo egocentrismo e requer mais atenção individual. A maioria das suas reações
relaciona-se com ela mesma e com as suas próprias atividades. Embora as crianças brinquem no mesmo
ambiente dificilmente desempenham atividades em conjunto: praticam aquilo a que chamamos - jogo paralelo –
onde a disputa pelo mesmo brinquedo é frequente.
A criança está a consolidar a sua individualidade e até aprender a partilhar tem de ganhar segurança
em relação ao espaço.
Ao nível da linguagem é notório um aumento no vocabulário, escutam as palavras com muita atenção
e repetem-nas. Manifestam um grande interesse pelas histórias e contos tradicionais.
Iniciam-se na autonomia, começando a querer e a comer sozinhas, ao vestir e despir algumas peças de
roupa simples, desapertar “atacador” dos sapatos e o controlo esfincteriano.
Este último aspeto é uma grande mudança que marca muito esta fase da vida da criança pois é um
processo que representa crescimento e amadurecimento. Contudo, deve evitar-se o início precoce deste
processo.
Normalmente o controlo voluntário dos esfíncteres é geralmente atingido entre os 18 e os 24 meses
de idade. Mas isto não significa que se tenha que estipular o seu início à data assinalada nem que aos 24 meses
esteja completamente desenvolvido e adquirido. Como em todas as aprendizagens o mais importante é fazer-se
uma observação sistemática da evolução e maturação da criança e estar atento aos indicadores mais
significativos e se decidir então, o melhor momento para dar início a este processo.
O importante será ter a certeza que a criança está preparada e permitir que esta seja uma conquista
sua e não uma imposição. Para tal, é preciso esperar que surjam os primeiros sinais que revelam a maturidade
necessária por parte da criança:
- Os músculos dos esfíncteres têm que ter atingido maturidade suficiente;
- Começar a manter a fralda seca durante períodos mais longos, talvez até durante a sesta;
- É importante que a criança já se consiga expressar verbalmente, podendo comunicar ao adulto a
necessidade de ir à casa de banho ou não querer;
- Precisa de maturação neurológica que lhe permita controlar os esfíncteres.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 5 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Características do bebé de 4 a 6 meses
Após os primeiros 3 meses, período em que há uma espécie de reconhecimento inicial, o bebé começa
então a aperfeiçoar a sua comunicação e, para isso, mostra grande interesse tanto pelos objetos como pelas
pessoas. Nesta fase inicia as suas explorações, querendo agarrar, apalpar e aproximar-se das coisas. Podemos
falar já de um certo controlo por parte da criança de algumas das partes do seu corpo, sendo um passo muito
importante para a criança. Os períodos de vigília vão-se tornando mais longos e gosta de se sentar apoiada para
ver tudo e manipular o que está ao alcance das suas mãos.
Desenvolvimento Motor
- Controla a Cabeça;
- Senta-se com apoio;
- Agarra os pés;
- Rasteja;
- Agarra com a mão toda;
- Levanta a cabeça e o tronco quando deitado de barriga para baixo;
- Já se consegue virar;
- Manipula objetos;
- Brinca e agarra os seus pés;
- Destapa-se dando aos pés;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 6 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Desenvolvimento Social/Emocional
- Estende os braços para a pessoa que conhece;
- Segue com atenção os movimentos e a conversa do adulto;
- Chora perante pessoas desconhecidas;
- Sorri ao ver a sua imagem no espelho;
- Grita para chamar a atenção;
Desenvolvimento Intelectual
- Agarra objetos que estão no seu campo visual;
- Passa objetos de uma mão para a outra;
- Brinca com as suas mãos e pés;
- Bate com as mãos nos objetos e dá gritos de alegria;
- Deixa cair objetos voluntariamente;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 7 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caraterísticas do bebé de 7 a 9 meses
Nesta fase, aparecem as primeiras aprendizagens quase intencionais (o bebé repete um
comportamento dirigido ao meio ambiente em que está inserida). Inicialmente este comportamento era feito
ao acaso, agora já é intencional. O bebé começa a entender as pessoas e os objetos como algo fora dos limites
do seu próprio corpo – a consciência da existência de uma realidade externa é cada vez mais clara.
O bebé revela já algum equilíbrio e controlo do seu corpo; senta-se, vira-se, pode começar a gatinhar
apoiando-se nas mãos e pernas e já se mantém de pé com a ajuda do adulto.
Um marco importante nesta altura é o aparecimento do palrar. O bebé diverte-se em exercícios vocais
como o balbucio, lalação e soltar gritos.
Desenvolvimento Motor
- Senta-se sozinho sem apoio e mantém a cabeça ereta;
- Põe-se na posição de gatinhar balançando o tronco para a frente e para trás;
- Agarra-se a objetos para se colocar de pé;
- Transporta objetos de uma mão para a outra;
- Rasteja;
- Rola de costas para barriga e de barriga para as costas;
- Mantém-se de pé quando agarrado;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 8 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Desenvolvimento Social/Emocional
- Começa a demostrar agrado ou desagrado pelas pessoas ou objetos;
- Localiza pessoas familiares;
- Mostra desagrado se lhe tiram um brinquedo;
- Grita, ri e palra;
- Ri para a sua imagem no espelho;
- Estende os braços para a pessoa que conhece;
- Reage com ansiedade ao separar-se dos pais;
- Brinca sozinha;
- Diz adeus com a mão;
Desenvolvimento Intelectual
- Fixa o olhar em objetos e segue-os com o olhar quando caem;
- Atira os objetos para que lhos apanhem;
- Encontra um brinquedo escondido;
- Imita gestos conhecidos;
- Tapa e destapa caixas;
- Mete e tira uma bola da caixa, uma argola de um suporte…,;
- Ecolalia: imita e repete a primeira silaba que ouve;
- Compreende frases simples;
- Reconhece vozes familiares;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 9 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caraterísticas do bebé de 10 a 12 meses
A exploração do mundo que o rodeia será a sua maior atividade ao conseguir pôr-se de pé sozinho e
deslocar-se, rastejando, de gatas, caminhar com apoio para depois o fazer sem apoio. É uma fase extremamente
ativa. O bebé começa a explorar o ambiente por conta própria, deparando-se com os limites impostos por
obstáculos físicos ou pelo adulto. O bebé tem comportamentos plenamente intencionais.
O mundo das palavras constitui um novo desafio. Gosta de fazer ruido, e por volta dos 12 meses
começa a emitir palavras com significado, e com uma palavra expressa uma frase (palavra-frase). Gosta de
atividades motoras e já consegue pegar com o polegar e o indicador (preensão em pinça).
Desenvolvimento Motor
- Bebe pelo copo;
- Começa a explorar a comida com as mãos;
- Começa a comer com as mãos;
- Gosta de abrir e fechar portas;
- Gatinha bem;
- Põe-se de pé sozinho;
- Fica em pé apoiado;
- Anda com ajuda do adulto;
- Estando de pé, agacha-se para apanhar um objeto;
- Consegue fazer “pinça” com o polegar e o indicador;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 10 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Desenvolvimento Social/Emocional
- Responde/reage quando chamam o seu nome;
- Imita ações simples do adulto;
- Gosta de se ver ao espelho;
- Expressa medo ou ansiedade perante pessoas que lhe são estranhas;
- Procura afeto ou ajuda junta de um conhecido;
- Dá brinquedos, mas quer imediatamente de volta;
- Repete atos que causam riso nos outros;
Desenvolvimento Intelectual
- Emite as primeiras palavras: papá, mamã, nené, dadá…;
- Diz uma palavra com significado para expressar uma frase: pede, recusa;
- Compreende bem a proibição;
- Dança ao som da música;
- Interessa-se por imagens coloridas nos livros;
- Bate palmas e diz adeus se o adulto pedir;
- Gosta de meter objetos uns dentro dos outros;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 11 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caraterísticas do bebé de 12 aos 18 meses
Ao adquirir a marcha – marco muito importante que acontece nesta altura. Marco este que vai mudar
para sempre a vida da criança, passando para a posição bípede.
Esta etapa caracteriza-se pelo facto da criança explorar as propriedades reais e as potencialidades dos
objetos de forma muito ativa e intencional por experiência-erro, fundamentalmente à procura de novas e
diversas formas de atuar sobre os mesmos.
A criança aproxima-se do mundo que a rodeia de forma experimental. Quando se depara com um
objeto/brinquedo novo, tentará pôr a nu as suas propriedades estruturais e funcionais de forma ativa, ao
experimentar com ele várias formas de atuar, obtendo novas formas de brincar a partir de outras por ela já
conhecidas. É capaz de repetir os jogos que funcionaram melhor de forma intencional e deliberada.
Relativamente à linguagem, a criança já é capaz de entender muitas das palavras que lhe dizemos e
obedece a ordens por gestos.
Desenvolvimento Motor
- Pega corretamente na colher para comer;
- Adquire a marcha;
- Folheia páginas de um livro;
- Sobe escadas com ajuda do adulto;
- Arrasta um brinquedo enquanto caminha;
- Abre e fecha caixas;
- Dança, mexendo todo o corpo sem se deslocar;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 12 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Desenvolvimento Social/Emocional
- Leva o adulto até ao objeto que deseja;
- Imita o que vê;
- Distingue entre “tu” e “eu”;
- Reage às mudanças de rotina e a qualquer transição brusca;
- Pergunta pelas pessoas ausentes;
- Diz “obrigada” e “adeus”;
Desenvolvimento Intelectual
- Identifica uma figura familiar num livro;
- Entrega objetos familiares que lhe pedem;
- Indica as partes do corpo: nariz, olhos, cabelo, orelhas…;
- Constrói torres;
- Reconhece o de desenho de um cão, peixe, carro, bola…;
- Mete qualquer tipo de peça num encaixe de figuras geométricas;
- Diz “não” e acompanha-o com a cabeça;
- Combina o uso de palavras com gestos para se expressar;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 13 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caraterísticas do bebé de 18 aos 24 meses
Por volta dos 18 meses, a criança caracteriza-se pela experimentação/ação em que esta explora,
investiga toda realidade que o rodeia e observa os resultados das suas experiências.
A criança dá um novo passo no aspeto cognitivo, da “representação”, a criança é capaz de representar
mentalmente os movimentos sem necessidade de os executar.
Estamos perante um grupo em que cada criança e construtora do seu desenvolvimento,
transformando e ampliando as aprendizagens que já adquiriram nesta fase do crescimento.
Desenvolvimento Motor
- Caminha rapidamente com passo firme;
- Dá pequenos saltos;
- Atira/chuta uma bola;
- Rabisca com lápis;
- Sobe a uma cadeira de adulto;
- Come sozinho com a colher;
- Lava as mãos com ajuda;
- Abre a porta, gavetas e caixas;
- Anda de costas;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 14 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Desenvolvimento Social/Emocional
- Olha para a pessoa que fala com ele;
- Imita o que vê;
- Pergunta pela mãe e pelo pai;
- Inicia sozinho com a sua própria brincadeira;
- Cumprimenta e diz “adeus”;
- Fica angustiado por se separar dos pais;
- Disputa brinquedos com outras crianças;
- Reconhece-se no espelho ou em fotografias;
- É egocêntrico;
- Reclama “é meu” (seu);
Desenvolvimento Intelectual
- Tem um vocabulário de 10 palavras;
- Identifica um objeto em imagens;
- Combina o uso de palavras e gestos para manifestar os seus desejos;
- Ri de ações engraçadas;
- Segue uma instrução simples;
- Resolve os problemas por tentativa e erro;
- Usa duas ou três frases;
- Diz nomes de brinquedos;
- Trautear uma canção;
- Reproduz o som do animal para o chamar;
- Mostra consciência da aprovação ou desaprovação dos seus atos;
- Refere-se a si pelo seu nome;
- Verbaliza desejos e sentimentos;
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 15 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Área de Expressão e Comunicação
Domínio da Expressão Motora
“O corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento e de
cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação co o
mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem.”
(Orientações Curriculares, 2002:58)
Relativamente à motricidade ampla/global o grupo revela imenso prazer em atividades motoras,
embora não estejam todos ao mesmo nível de desenvolvimento. Contudo, todos demonstram imenso prazer
neste tipo de atividade: adoram dançar, imitar ações e gestos e reconhecimento das partes do corpo, músicas
com gestos, etc.
O retorno à calma (relaxamento) é que já é mais difícil e terá que se continuar a trabalhar para este
fim.
No que respeita à motricidade fina, a maior parte do grupo (crianças mais velhas) já pega e manipula
corretamente os objetos. Já seguram corretamente na colher no momento de refeição, já conseguem, com a
ajuda do adulto manusear um pincel e os lápis de cor. Contudo, esta é uma área a que damos muita importância
e por isso iremos trabalhá-la imenso durante o ano letivo. Irá ser trabalhada através da exploração de diferentes
materiais, tais como massa de farinha, lápis de cor, manuseamento de objetos, realização de jogos de encaixe,
apreensão de diferentes objetos, contatar com diferentes técnicas de pintura.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 16 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Domínio da Expressão Dramática
“A expressão dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação
de si próprio na relação com o(s) outro(s) que corresponde a uma forma de se apropriar de
situações sociais.”
(Orientações Curriculares, 2002:59)
As crianças revelam um grande interesse em imitar ações que vêm e que se realizam habitualmente, e
como já é capaz de imitar movimentos, pode representar ações sem as ver diretamente. É uma fase de grande
mobilidade e curiosidade para a exploração do seu corpo. O grupo é exemplo disto mesmo, o faz de conta está
muito presente no seu dia-a-dia e nas suas brincadeiras.
Podemos observar o grupo a imitar o andar de animais, com as suas onomatopeias; ao mostrarmos a
imagem de algum animal, eles rapidamente o imitam; bem como ações do quotidiano: dizem adeus, atiram
beijinhos.
Domínio da Expressão Plástica
“ A expressão plástica implica um controlo da motricidade fina que a relaciona
com a expressão motora, mas recorre a materiais e instrumentos específicos e a códigos
próprios que são mediadores desta forma de expressão.”
(Orientações Curriculares, 2002:61)
A criança ainda não tem um bom controlo e coordenação oculo-manual para poder traçar linhas com
um propósito definido, pois não faz mentalmente a ligação dos seus próprios movimentos com os traços da
folha. Para que se potencie esta sensibilidade artística é nossa intenção proporcionar-lhes situações
motivadoras com todo o tipo de materiais, adequados a esta faixa etária.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 17 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
O grupo já realizou alguns trabalhos com tinta e de modo geral todos demonstraram muito interesse e
satisfação, nunca querendo sair do banco para dar a vez a outra criança. As crianças mais novas ainda
demonstram alguma resistência a este novo contato.
O grupo está na fase da garatuja desordenada em que não há consciência da relação traço-gesto,
muitas vezes nem olham para o que faz. O seu prazer é explorar o material, fazem movimentos de vai e vem
vertical ou horizontal e muitas vezes o corpo acompanha este movimento. Nesta fase não há representação no
desenho.
Esta será uma área muito trabalhada com o grupo de crianças pois para além de lhes cativar imenso
interesse, proporciona-lhes momentos de prazer e de contato artístico e potencia o desenvolvimento da
motricidade fina (que é um grande marco de desenvolvimento).
Domínio da Expressão Musical
“ A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a
criança produz e explora espontaneamente e vai aprendendo a identificar e a produzir (…).”
(Orientações Curriculares, 2002:63)
O grupo gosta imenso desta área pois sempre que coloco música na sala eles chamam-se uns aos
outros ou pedem para dar as mãos para formar uma roda e dançar. Sempre que dizemos que vamos colocar
uma música nova ou que já não ouvem há algum tempo, eles reagem imenso, ficam muito contentes, e vêm
logo a correr para a frente do rádio.
São capazes também de identificar sons de animais conhecidos, já acompanham canções que
cantamos diariamente (repetindo a terminação pois ainda não se expressam muito bem).
Esta é uma área que será sempre muito explorada até porque potencia o desenvolvimento da
linguagem. Mais tarde introduziremos alguns instrumentos musicais para as crianças se irem familiarizando.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 18 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Domínio da Linguagem Oral
“Criar um clima de comunicação em que a linguagem do educador, ou seja, a
maneira como fala e se exprime, constitua um modelo para a interação e a aprendizagem das
crianças.”
(Orientações Curriculares, 2002:66)
Uma das características desta idade são os grandes progressos que a criança faz na aquisição de
vocabulário prático: preferencialmente ligado ao corpo, alimentos, animais e brinquedos. O grupo encontra-se
numa fase de aquisição de vocabulário e tentam repetir palavras se o adulto pedir (repetindo a terminação
dessa). Todos entendem o que o adulto diz ou pede, como também são capazes de exprimir sentimentos,
vontades e desejos.
Em termos linguísticos algumas crianças produzem palavras soltas e objetivas e que o adulto percebe
facilmente. Ao nível de frase só formam frases-pergunta “ O que é?” “ A bola?”.
O adulto como facilitador de aprendizagem tem que aproveitar todas as ocasiões, ligadas às rotinas
diárias, a brincadeira, à comida, à higiene par fomentar a troca linguística com as crianças e criar situações
específicas que exijam o uso da linguagem (jogos de palavras, lengalengas, canções, etc.).
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 19 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Domínio da Matemática
“As crianças vão espontaneamente construindo noções matemáticas a partir das
vivências do dia-a-dia. O papel da matemática na estruturação do pensamento, as suas
funções na vida corrente e a sua função para aprendizagens futuras, determina a atenção
que lhe deve ser dada na educação pré-escolar, cujo quotidiano oferece múltiplas
possibilidades de aprendizagens matemáticas”
(Orientações Curriculares, 2002:73).
A brincadeira e o jogo é para a criança uma necessidade vital e através desta vai explorar o meio, atuar
sobre ele, desenvolver capacidades motoras, linguísticas, sociais e cognitivas. Isto para dizer que esta área de
conteúdo está implícita em todas as atividades do dia-a-dia da creche.
Assim, a maior parte das atividades que se realizam contribuem de uma forma não tão explicita mas
lúdica para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático.
Esta área é trabalhada na realização de puzzles, jogos (encaixe, empilhamento), correspondências,
legos, cubos, associações, pelo contato e manuseamento que têm com os brinquedos e objetos da sala de
atividades, bem como em atividades mais direcionadas.
As crianças através da sua ação e exploração do espaço, vão adquirindo noções topológicas como
perto/longe; dentro/fora; aberto/fechado; em cima/em baixo; à frente/atrás.
Outro momento de grande aprendizagem é o de arrumar a sala, pois nesta tarefa as crianças têm que
seriar e fazer correspondências de objetos, uma vez que cada objeto/brinquedo tem o seu devido lugar.
O raciocínio lógico-matemático nesta fase e como já se pode observar em situação de brincadeira e/ou
atividade dirigida, funciona por tentativa e erro.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 20 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Área de Conhecimento do Mundo
“ A curiosidade natural das crianças e o seu desejo de saber é a manifestação da
busca de compreender e dar sentido ao mundo que é a própria do ser humano e que origina
as formas mais elaboradas do pensamento, o desenvolvimento das ciências, das técnicas e,
também, das artes.”
(Orientações Curriculares, 2002:73).
Tal como a domínio da matemática, a área do conhecimento do mundo é trabalhada de forma
subjacente de acordo com as atividades que vão sendo desenvolvidas e indo ao encontro dos interesses da
criança/grupo. Deve-se por isso despertar nas crianças a curiosidade, para que esta descubra o mundo que a
cerca, no qual a observação e a manipulação são as formas privilegiadas por nós para essa descoberta. É uma
área que propicia também à criança, explorar todas as possibilidades e limitações do seu corpo, de si próprias e
para os outros, e das relações entre as coisas.
Embora nesta faixa etária seja difícil perceber os seus interesses em relação a determinado
tema/assunto, pois a criança ainda não se expressa, temos que oferecer variedade e inúmeros temas bem como
diferentes técnicas.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 21 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Caraterização real do grupo
Os bebés precisam de um ambiente que seja interessante de explorar, que seja seguro e que esteja
rodeado de pessoas que respondam às suas necessidades emocionais intelectuais.
É neste espaço que os bebés são estimulados a sentar, gatinhar, conhecer o seu corpo, identificar
brinquedos, objetos, pessoas e, pouco a pouco, realizar conquistas motoras.
Os bebés também participam em atividades onde entram em contato com as características do nosso
ambiente físico, ou seja, descobrem sensações, texturas, formas e tamanhos, exploram tinta, água e objetos
como jogos, brinquedos.
Nestes espaços de exploração os bebés conhecem e criam vínculos afetivos com as pessoas que fazem
parte de sua vida na escola: as educadoras e outros bebés. Por essa razão, é necessário proporcionar um clima
de bem-estar e segurança afetiva, durante o período em que estão afastadas do seio familiar.
Assim, observar, proteger, cuidar da saúde, da higiene e da alimentação; dar atenção ao crescimento e
desenvolvimento (individualização de cada criança); brincar e divertir, educar e ensinar; abertura ao imaginário,
são alguns dos conteúdos que compõem o dia-a-dia do berçário.
Esta sala é constituída por dez crianças, sendo oito rapazes e duas raparigas com idades
compreendidas entre os cinco meses e os dezoito meses
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 22 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Equipa pedagógica
“O trabalho em equipa entre adultos, que permanentemente subjaz a toda a ação,
cria enquadramento propício para o envolvimento das crianças de uma comunidade ativa e
participante”
(Educar a criança, Hohmann M. E. Weldkart D. 2007)
O trabalho em equipa é algo que influência o funcionamento de qualquer instituição e qualidade da
resposta educativa prestada às crianças e às famílias. O diálogo, a compreensão, a troca de informação, o
debate de ideias e o respeito pela singularidade de cada um, é fundamental para se efetuar um trabalho em
parceria positivo.
Toda a equipa deverá trabalhar para um mesmo fim, por isso, para que se tenha sucesso é
indispensável a consciência que são um grupo e que precisam funcionar em conjunto para atingir
intencionalidades educativas, articulando e completando ideias. Uma equipa precisa discutir questões
relacionadas com a planificação e avaliação do trabalho desenvolvido com as crianças, organizar e
reformular/melhora a ação educativa, partilhar saberes, conhecimentos e sentimentos.
A equipa pedagógica da sala do Berçário é composta por uma educadora, duas auxiliares de sala.
Equipa esta que partilha entre si toda a ação pedagógica, procurando que as interações tenham como
sustentáculo uma comunicação aberta, em que a honestidade desempenha um papel primordial.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 23 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Organização do Ambiente Educativo
Organização do Espaço
“ O espaço em educação constitui-se como uma estrutura de oportunidades. É
uma condição externa que favorecerá ou dificultará o processo de crescimento pessoal e o
desenvolvimento das atividades instrutivas. Será facilitador, ou pelo contrário limitador, em
função do nível de congruência relativamente aos objetivos e dinâmica geral das atividades
postas em marcha ou relativamente aos métodos educativos instrutivos que caraterizam o
nosso estilo de trabalho.”
(Zabalza, 1992:120)
Ao organizar o espaço devemos ter em conta as características e necessidades das crianças, bem como
o desenvolvimento de todas as suas capacidades.
“Um ambiente bem pensado e centrado na criança promove o desenvolvimento
físico, comunicação, competências cognitivas e interações sociais”
(Hohman, 2004:101)
Consideramos que numa sala se deve privilegiar uma organização acolhedora, existindo diversos
recantos equipados com uma seleção de materiais didáticos que favoreçam as relações entre crianças e os
adultos. Sabemos que é no espaço físico e na relação que a criança estabelece com este e com os materiais, que
vai realizar descobertas e adquirindo conhecimentos, que contribuem para o seu processo de desenvolvimento.
Desta forma, a sua organização deve ser pensada de modo adequado, no sentido de dar respostas às crianças
que fazem dele o seu mundo de explorações e descobertas, devendo movimentar-se livremente e em
segurança.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 24 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
“A organização do espaço da sala é uma das estratégias a utilizar quando se
pretende implementar organização, metodologia de trabalho e promoção de um ambiente
seguro, com higiene, que possa promover e proporcionar diversos momentos de curiosidade,
exploração e desafio para a criança. A organização e a utilização do espaço são expressão
das intenções educativas e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que o educador se
interrogue sobre a função e a finalidade educativa dos materiais de modo a planear e
fundamentar as razões dessa organização.”
(Ministério da Educação, 2002: 37)
Assim, a sala não é um espaço neutro, tudo é concebido em função de atividades que aí se
desenvolvem. É um espaço muito próprio e preparado para ser flexível à mudança. O espaço sala está
subtilmente dividido por áreas bem como os seus materiais, pois assim ajuda a criança a escolher mediante as
opções possíveis. O espaço é, portanto, um contexto de significações, porque potencia momentos educativos
atribuindo-lhes significado, sentido e valor, influenciando o nosso comportamento.
Deve também potenciar e encorajar à linguagem expressiva da criança, pelo que as áreas de interesse
devem incluir objetos motivadores, para que as crianças sintam vontade de descrever as suas atividades a
outras crianças e adultos.
A nossa sala é ampla, organizada assim propositadamente para que as crianças consigam ter mais
espaço livre onde se posam sentar, deslocar de gatas, pôr de pé com apoios para desenvolver as suas destrezas
motoras e a capacidade de autonomia.
Temos duas parteleiras onde guardamos os materiais, que são utilizados nas atividades orientadas.
Todos os jogos são de acesso livre às crianças.
Temos ainda no espaço destinado a atividades de expressão plástica composto por uma mesa e quatro
cadeiras.
Esta sala contem ainda uma zona com berços.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 25 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Organização do tempo
“O tempo educativo contempla de forma equilibrada diversos ritmos e tipos de
atividade em diferentes situações – individual, com outra criança, com um pequeno grupo,
com todo o grupo – e permite oportunidades de aprendizagens diversificadas, tendo em
conta as diferentes áreas de conteúdo”.
(Orientações Curriculares, 2009:40)
A rotina assume um papel bastante relevante no desenvolvimento das competências cognitivas e
pessoais da criança, uma vez que a sua estabilidade e consistência promovem uma previsibilidade que
predispõe a criança para novas aprendizagens.
Uma rotina consistente permite á criança aceder com tempo aos seus interesses, podendo fazer
escolhas e resolver problemas no contexto dos acontecimentos que lhe vão surgindo; desta forma, a rotina
apoia, ou deve apoiar a iniciativa da criança, pois oferece-lhe uma estrutura para os acontecimentos do dia.
“Porque o tempo é de cada criança, do grupo de crianças e do educador, importa
que haja uma organização do tempo decidida pelo educador e pelas crianças.”
(Ministério da educação: 1997:40)
A rotina determina horários para as diferentes atividades de aprendizagem, por isso é importante que
ela seja flexível e ao mesmo tempo equilibrada. É importante que haja sempre tempo para tudo, tempo para
brincar, tempo para trabalhar, tempo para conviver e tempo para arrumar, tudo isto deve ser pensado e gerido
para não interferir no ritmo e para não afetar as crianças.
Assim, o educador tem como função planear e avaliar o dia-a-dia, refletindo sempre sobre o modo de
como essa rotina, esse tempo vai contribuir para a educação das crianças, introduzindo sempre que necessário
os ajustes e correções necessárias e imprescindíveis.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 26 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
A rotina diária da creche tem como objetivos primordiais:
 - proporcionar uma sequência de trabalho que ajude a criança a explorar, planear e executar
projetos e tomar decisões sobre a sua aprendizagem;
 - estimular a interação através do trabalho coletivo em grande e pequeno grupo;
 - proporcionar tempo para trabalhar em grande variedade de ambientes, tanto na sala como
noutras áreas de trabalho (exterior, outras salas, etc).
Assim sendo, a rotina deverá respeitar as crianças, as suas necessidades, ideias e pensamentos,
encorajando-as a agir num ambiente saudável e feliz, facultando-lhes variadas experiências e descobertas
indispensáveis à felicidade de qualquer ser humano. Fazem parte da rotina da criança o tempo de acolhimento,
o momento de atividades direcionadas, de exploração livre, tempo exterior (parque), tempo de higiene,
refeições, repouso e saída.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 27 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Rotina da sala do berçário
Horário Atividade
07:30 ás 09:30 Acolhimento, Pequeno Almoço e Higiene
09:30 ás 10:00 Acolhimento e atividades livres
10:00 ás 11:15 Tempo de trabalho orientado
11:15 ás 11:30 Higiene para o almoço
11:30 ás 12:30 Almoço
12:30 ás 13:00 Higiene
13:00 ás 15:00 Momentos de repouso
15:00 ás 15:30 Higiene e preparação para o lanche
15:30 ás 16:00 Lanche
16:00 ás 16:30 Atividades livres
16:30 ás 18:30 Higiene e espera pelos pais com atividades livres
Momento de acolhimento:
Este é um momento que oferece às crianças a oportunidade de participar num grande grupo, partilhar
ideias, interesses e sentimentos. É o tempo que os adultos de crianças se reúnem e conversam, cantam os bons
dias, fazem jogos e/ou contam pequenas histórias. Neste momento, tenta-se promover a interação da criança
com os pares ou com objetos, fomentando a comunicação entre todos os sujeitos envolventes.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 28 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Momento de trabalho orientado:
Este é o momento em que o adulto procura oferecer à criança o contato com novas e diferentes
experiências de acordo com as intenções educativas. Orienta, facilita novas descobertas, dando liberdade á
mesma de sentir, ver, observar, provar, manipular e apoiar as ações que a criança vai realizando. A criança
precisa contatar diretamente com as coisas para construir os seus conhecimentos.
“Os conhecimentos não provêm, nem dos objetos, nem da criança, mas sim das
interações entra a criança e os objetos.”
(Hohmann e Weikart, 2007:19)
Momento de atividades livre:
A criança cria as suas próprias brincadeiras, interage e explora livremente o meio que a rodeia,
utilizando todo o seu corpo e todos os sentidos. Aqui o adulto, que como está sempre por perto vai sempre
valorizar e estimular mas sem intervir demasiado nas descobertas que a criança está a fazer.
“Um clima de apoio estimula e fortalece o desenvolvimento da crença nos outros,
da autonomia, da iniciativa, da empatia e da autoconfiança.”
(Hohmann e Weikart, 2007: 72)
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 29 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Momento de Exterior (parque):
É o momento em que as crianças podem satisfazer as suas necessidades de movimento, como correr,
saltar, escorregar, trepar. Através da observação as crianças também constroem aprendizagens e neste espaço,
podem observar o que vai acontecendo (as pessoas, os pássaros, os aviões, etc.)
“O tempo de exterior permite aos bebés e às crianças expandirem a sua
exploração e brincadeira.”
(Hohmann e Post, 2004: 269)
Momento de higiene:
É um tempo privilegiado de relação, de contato físico, transmitindo uma riqueza que fortalece a
ligação afetiva. É um momento que deve ser calmo, sem pressas, de conversa/diálogo com a criança e até de
brincadeira.
Momento de refeição:
Deve traduzir-se num contato agradável entre o adulto e a criança, dando o tempo que a mesma
necessita. É um tempo onde se conversa com a criança acerca do que está a comer. É também um momento
que potencia a autonomia da criança uma vez que o adulto a encoraja a pegar na colher e comer sozinha.
Momento de repouso:
Deve ser um momento tranquilo e calmo, respeitando o ritmo de cada criança. Tenta-se sempre não
acordar a criança e à medida que acordam são levantadas.
Momento de saída:
Este é um momento também muito importante pois é o de troca de informação. É onde se informam
as famílias como foi o dia da criança, como reagiu às mais diversas situações, as atividades que realizou…
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 30 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Atividades para o ano letivo
O nosso projeto de grupo teve o seu enquadramento no Projeto Educativo da instituição elaborado
para o próximo triénio. Cujo o tema é “vamos conhecer o planeta azul?”
Este tema, ira dividir se em três grandes subtemas:
1º ano: “Conhecer as pessoas do planeta azul”
2º ano: “Proteger o planeta azul”
3º ano: “ Localizar o planeta azul”
Este plano anual abrange as salas de berçário e sala de 2 anos tendo em conta que ambas as salas têm
como objetivos principais a relação criança-criança; criança-adulto e adulto-criança. Nestas idades as atividades
com jogos corporais, canções, curtas histórias, lengalengas e trava-línguas permitem o desenvolvimento motor
e linguística.
A planificação semanal é feita mensalmente e afixada no placard respetivo para o efeito, nessas
planificações constam as atividades/ estratégias e objetivos a tingir perante as atividades propostas.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 31 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Competências a desenvolver no berçário
Desenvolvimento Social e afetivo
Relação com as crianças e adultos:
 Estabelecer um clima calmo e afetivo que facilite a adaptação da criança e dos pais da
creche.
 Estimular uma relação estreita e de confiança com as crianças e os pais.
 Estimular a necessidade que o bebé tem de ouvir a voz do adulto e de sentir contacto
físico dele.
 Respeitar o ritmo de desenvolvimento da criança.
Aquisição de hábitos:
 Desmame: passagem a uma alimentação diversificada.
 Introdução de alimentos sólidos.
Desenvolvimento Sensorial
Visão:
 -estimular a observação do mundo que rodeia o bebé, facilitando-lhe assim a
coordenação visual-motora, ou seja, a capacidade de manipular os objetos.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 32 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Audição:
 Estimular o “palrar” do bebé, emitindo o adulto os mesmos sons que o bebé e dizendo-
lhe palavras simples (mãe, pai, papa, cão, etc…).
 Proporcionar ao bebé a audição de sons variados, através de objetos, de música, de
utilização do próprio corpo do adulto.
(palmas, estalinhos com a boca e os dedos, etc…).
Tato:
 Permitir ao bebé explorar com as mãos os objetos de formatos, tamanhos e texturas
diferentes, assim como a exploração do seu corpo e do corpo do adulto (fazer festinhas,
pegar nas mãos, no nariz, pôr o dedo na boca do adulto, etc…).
Paladar:
 Introdução de novos paladares, através de uma alimentação diversificada.
 O contacto da boca do bebé com os objetos, também lhe traz novas sensações gustativa
Desenvolvimento psicomotor
Evolução da postura do bebé:
 Fortalecimento dos músculos do pescoço que permitem ao bebé segurar a cabeça e
controlar os seus movimentos.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 33 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
 Rolar sobre si mesmo para o lado esquerdo e direito, passar da posição de costas para a
de barriga para baixo.
 Da barriga para baixo, suster com os braços o peso do corpo
 Sentar com apoio.
 Sentar sem necessitar qualquer apoio
 Gatinhar
 Pôr-se de pé agarrado às coisas ou apoiado no adulto
 Pôr-se de pé sozinho sem apoio
 Marchar apoiado nas costas ou no adulto
 Andar sozinho
Desenvolvimento da capacidade de agarrar os objetos:
 Permitindo através de manipulação (mexer em objetos variados) e de brincadeiras
(brincar com os dedos do bebé) os diversos movimentos dos dedos.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 34 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Avaliação
A avaliação em educação é um elemento integrante e regulador da prática educativa, em cada nível de
educação e ensino e implica princípios e procedimentos adequados às suas especificidades.
O currículo em educação de infância é concebido e desenvolvido pelo educador, através da
planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e projetos curriculares,
com vista à construção de aprendizagens integradas. A organização do ambiente educativo, como suporte do
trabalho curricular e da sua intencionalidade, compreende a organização do grupo, do espaço e do tempo, a
relação com os pais e outros parceiros educativos.
“Avaliar os processos e os efeitos, implica ter consciência da ação para adequar o
processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução.”
(Orientações Curriculares, 2002:27)
A avaliação é um importante instrumento de ação educativa que permite perceber a qualidade de um
processo e os resultados do mesmo. Qualquer processo educativo precisa ser avaliado. Assim, em contexto da
Creche é muito importante para percebermos se estamos a ir ao encontro das necessidades e interesses da
criança, ou se temos que escolher outro caminho.
Na sala do Berçário, vão ser adotadas três tipo de avaliação:
Avaliação com o grupo de crianças
Avaliação com a equipa pedagógica
Avaliação com a família
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 35 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
A avaliação visa medir a diferença entre os objetivos enunciados e os que foram realmente
concretizados, o que vai favorece a ação numa situação futura. O educador deve promover a avaliação como
mecanismo natural de todo o processo ensino/aprendizagem.
Diariamente e sempre que se realiza alguma atividade, realizam-se as avaliações das mesmas, aí
refletimos e reconsideramos o que falhou ou não foi tão assertivo. O Educador avalia as crianças e a si próprio
em diversos momentos.
Com as crianças
A avaliação realizada com as crianças é uma atividade educativa, que as implica na sua própria
aprendizagem, fazendo-as refletir sobre as suas dificuldades e como as superar.
A avaliação curricular tem inerente a diferentes conceções: a conceção diagnóstica, a formativa, a
formadora e a sumativa. A privilegiada por nós para este projeto é a avaliação formativa pois é entendida como
um procedimento diagnóstico sistemático de uma situação, a fim de clarificar e fundamentar o tipo de
intervenção mais adequado ao processo de interação. É aquela em que o educador está atento aos processos e
às aprendizagens das suas crianças. O educador entende que a avaliação é essencial para dar prosseguimento
aos percursos de aprendizagem.
Este tipo de avaliação é também formadora, pois tem como objetivo primordial tornar a criança o ator
da sua própria aprendizagem e realçar a intenção de a conhecer melhor no processo de ensino aprendizagem.
Será feita também trimestralmente, segundo um perfil de Desenvolvimento adaptado para a faixa
etária correspondente. Após traçado um perfil de desenvolvimento será elaborado um Plano Individual (PI),
onde estarão retratados os itens que a criança ainda não conseguiu atingir.
Assim, pretendemos conhecer as capacidades, interesses e dificuldades de cada uma em particular e
do grupo em geral recorrendo a uma observação direta para melhor adequarmos o projeto às suas
necessidades.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 36 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Esta avaliação é o ponto de partida para um processo de transformação de contextos, espaços,
crianças.
A avaliação assume-se, assim como um instrumento que permite diagnosticar os conhecimentos e
desenvolvimento das crianças, permitindo otimizar, sustentar e consolidar novas aprendizagens.
Com a equipa pedagógica
A partilha com todos os elementos da equipa (outros docentes, auxiliares, outros técnicos ou agentes
educativos) com responsabilidades na educação da criança permite ao educador um maior conhecimento sobre
ela. Para que uma ação educativa seja válida e coerente tem que haver uma reflexão partilhada por todos os
intervenientes ao longo do processo educativo. Só assim se consegue detetar os problemas da prática, assim
como verificar a adequação dos objetivos e estratégias.
Saliento que uma boa comunicação entre os membros da equipa pedagógica é muito importante e
facilitadora neste processo.
Com a família
“A família e a instituição de Educação pré-escolar são dois contextos que
contribuem para a educação da mesma criança, importa por isso, que haja uma relação entre
estes dois sistemas ”
(Ministério da Educação,2002:43)
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 37 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
A troca de opiniões com a família permite não só um melhor conhecimento da criança e de outros
contextos que influenciam a sua educação, como também, promove uma atuação concertada entre o jardim-de-
infância e a família.
É de enorme importância este tipo de ação a desenvolver com as famílias das crianças. Esta
necessidade de comunicação com os pais tem características muito peculiares, pois a família é a principal fonte
de aprendizagem da criança. É no seu seio que interioriza valores, crenças e atitudes.
Por outro lado, a Creche tem o papel de complementar esta ação dos pais na educação, apoiando-os.
Posto isto, é inevitável uma colaboração de ambas as partes, isto é, os pais (família) precisam saber o
dia-a-dia da criança na Creche, que atividade realizou, como foi o seu comportamento a nível da formação
pessoal, a sua evolução, se descansou bem. Por outro lado, nós como profissionais responsável pelas crianças
precisamos também saber como esteve a criança em casa, os comportamentos que tem no seio familiar.
Ao longo do ano letivo vamos procurar estabelecer uma ligação próxima com as famílias, permitindo-
lhes fazer parte também do dia-a-dia na Creche com a colaboração em alguma atividade, manter uma
comunicação aberta nos momentos de entregas e receções da criança. Para além disto, estão previstas reuniões
de atendimento aos pais, sempre que o necessitarem, para troca de informação e acompanhamento do
trabalho que está a ser realizado na sala.
Este acompanhamento será feito pela consulta do portfólio individual da criança onde estarão
arquivados os trabalhos mais significativos da criança ao nível das áreas de conteúdo definidas nas orientações
curriculares, juntamente com comentários e reflexões da aprendizagem da criança.
Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades
Página 38 de 38
Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013
Bibliografia
GESSEL, Arnold. (Out. 2000). A Criança dos 0 aos 5 anos. 4ª Edição. Publicações Dom
Quixote; Lisboa
HOHMANN, Mary e WEIKART, David P. (2007). Educar a criança. 4ª Edição. Fundação
Calouste Gulbenkian; Lisboa
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (2002). Orientações Curriculares para a Educação Pré-
Escolar, Ministério da Educação – Departamento da educação Básica; Lisboa
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1998). Qualidade e Projeto na Educação Pré- Escolar.
Ministério da Educação – Departamento da educação Básica; Lisboa
PAPALIA, Diane E. OLDS e FELDMAN. (2001). O Mundo da Criança. 8ª Edição. McGraw-
Hill.
POST, Jacalyn e HOHMANN, Mary. (2004). Educação de Bebés em Infantários- cuidados
e primeiras aprendizagens. 2ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian; Lisboa
Projeto “Lua Cheia” – Material de apoio didático (0-1ano) e (1-2 anos). Mundicultura
ZABALZA, Miguel A. (2011). Didática da Educação Infantil. 3ª edição. Edições Asa

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anos
Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anosAtividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anos
Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anosArlete Laenzlinger
 
Ficha avaliação educação infantil
Ficha avaliação educação infantilFicha avaliação educação infantil
Ficha avaliação educação infantilkeillacr
 
Parecer descritivo do maternal simone helen drumond
Parecer descritivo do maternal simone helen drumondParecer descritivo do maternal simone helen drumond
Parecer descritivo do maternal simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Proposta do berçário educação infantil
Proposta do berçário   educação infantilProposta do berçário   educação infantil
Proposta do berçário educação infantilRosemary Batista
 
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumond
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumondModelos de relatórios de alunos simone helen drumond
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Projeto brincadeira de criança
Projeto brincadeira de criançaProjeto brincadeira de criança
Projeto brincadeira de criançadanizinha_blog
 
As etapas do desenvolvimento do desenho infantil
As etapas do desenvolvimento do desenho infantilAs etapas do desenvolvimento do desenho infantil
As etapas do desenvolvimento do desenho infantilDébora Frazao
 
Planejamento adaptação escolar por simone helen drumond
Planejamento adaptação escolar  por simone helen drumondPlanejamento adaptação escolar  por simone helen drumond
Planejamento adaptação escolar por simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Projeto Borboleta Metamorfose
Projeto Borboleta MetamorfoseProjeto Borboleta Metamorfose
Projeto Borboleta MetamorfoseClaudia Ramos
 
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De Neve
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De NeveProjeto De Literatura Infantil Da Branca De Neve
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De NeveEscola BN
 
Como Brincar com Blocos Lógicos
Como Brincar com Blocos LógicosComo Brincar com Blocos Lógicos
Como Brincar com Blocos LógicosJoelma Santos
 
Planejamento educação infantil
Planejamento educação infantilPlanejamento educação infantil
Planejamento educação infantilClaudia Ramos
 
Manual processos chave creche
Manual processos chave crecheManual processos chave creche
Manual processos chave crecheAMÉLIA ANDRADE
 
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...Claudinéia Barbosa
 
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...Alexandre Bandoch
 
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumond
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumondProjeto páscoa cmei2009 s imone drumond
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumondSimoneHelenDrumond
 
Inserçao da criança na creche
Inserçao da criança na crecheInserçao da criança na creche
Inserçao da criança na crecheFatinha Bretas
 

Mais procurados (20)

Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anos
Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anosAtividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anos
Atividades lúdicas com crianças de 2 a 4 anos
 
Ficha avaliação educação infantil
Ficha avaliação educação infantilFicha avaliação educação infantil
Ficha avaliação educação infantil
 
Parecer descritivo do maternal simone helen drumond
Parecer descritivo do maternal simone helen drumondParecer descritivo do maternal simone helen drumond
Parecer descritivo do maternal simone helen drumond
 
Proposta do berçário educação infantil
Proposta do berçário   educação infantilProposta do berçário   educação infantil
Proposta do berçário educação infantil
 
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumond
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumondModelos de relatórios de alunos simone helen drumond
Modelos de relatórios de alunos simone helen drumond
 
Projeto brincadeira de criança
Projeto brincadeira de criançaProjeto brincadeira de criança
Projeto brincadeira de criança
 
As etapas do desenvolvimento do desenho infantil
As etapas do desenvolvimento do desenho infantilAs etapas do desenvolvimento do desenho infantil
As etapas do desenvolvimento do desenho infantil
 
Planejamento 1º periodo
Planejamento 1º periodoPlanejamento 1º periodo
Planejamento 1º periodo
 
Planejamento adaptação escolar por simone helen drumond
Planejamento adaptação escolar  por simone helen drumondPlanejamento adaptação escolar  por simone helen drumond
Planejamento adaptação escolar por simone helen drumond
 
Projeto Borboleta Metamorfose
Projeto Borboleta MetamorfoseProjeto Borboleta Metamorfose
Projeto Borboleta Metamorfose
 
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De Neve
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De NeveProjeto De Literatura Infantil Da Branca De Neve
Projeto De Literatura Infantil Da Branca De Neve
 
Como Brincar com Blocos Lógicos
Como Brincar com Blocos LógicosComo Brincar com Blocos Lógicos
Como Brincar com Blocos Lógicos
 
Planejamento educação infantil
Planejamento educação infantilPlanejamento educação infantil
Planejamento educação infantil
 
Manual processos chave creche
Manual processos chave crecheManual processos chave creche
Manual processos chave creche
 
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...
Terra, Fogo, Água e Ar! Curiosidades sobre os quatro elementos essenciais par...
 
Planificacao Novembro
Planificacao NovembroPlanificacao Novembro
Planificacao Novembro
 
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...
Relatorios individuais do desempenho ed infantil 2ºsemestre_mundinhodacrianca...
 
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumond
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumondProjeto páscoa cmei2009 s imone drumond
Projeto páscoa cmei2009 s imone drumond
 
Jardim i planejamento anual
Jardim i planejamento anualJardim i planejamento anual
Jardim i planejamento anual
 
Inserçao da criança na creche
Inserçao da criança na crecheInserçao da criança na creche
Inserçao da criança na creche
 

Semelhante a Berçario

Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos ultimos 15 de abril
Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos   ultimos 15 de abrilProjeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos   ultimos 15 de abril
Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos ultimos 15 de abrilMaria de lurdes valentim gerardo
 
Creche projecto educativo_sala_1ano
Creche projecto educativo_sala_1anoCreche projecto educativo_sala_1ano
Creche projecto educativo_sala_1anoAna Marto
 
Texto desenvolvimento infantil[1]
Texto desenvolvimento infantil[1]Texto desenvolvimento infantil[1]
Texto desenvolvimento infantil[1]Ana Carreiro
 
Newsletter conceitos sobre multideficiência
Newsletter conceitos sobre multideficiênciaNewsletter conceitos sobre multideficiência
Newsletter conceitos sobre multideficiênciaSandra Borges
 
Semana Pedagógica 2022.pptx
Semana Pedagógica 2022.pptxSemana Pedagógica 2022.pptx
Semana Pedagógica 2022.pptxSocorroBrito12
 
Sdi desenvolvimento emocional
Sdi desenvolvimento emocionalSdi desenvolvimento emocional
Sdi desenvolvimento emocionalbecresforte
 
O que a creche pode ensinar
O que a creche pode ensinarO que a creche pode ensinar
O que a creche pode ensinargracabt2011
 
Como lidar com crianças autistas na escola
Como lidar com crianças autistas na escolaComo lidar com crianças autistas na escola
Como lidar com crianças autistas na escolamaria joana
 
Apresentação sobre jardim de infancia
Apresentação sobre jardim de infancia Apresentação sobre jardim de infancia
Apresentação sobre jardim de infancia ruben faria
 
RelatóRio De DeficiêNcia Visual
RelatóRio De DeficiêNcia VisualRelatóRio De DeficiêNcia Visual
RelatóRio De DeficiêNcia VisualGuilherminaP
 
A criança em idade pré escolar
A criança em idade pré escolarA criança em idade pré escolar
A criança em idade pré escolarEU O Escutismo
 
Finalidades e práticas educativas em creche 1
Finalidades e práticas educativas em creche 1Finalidades e práticas educativas em creche 1
Finalidades e práticas educativas em creche 1Nanda Jecas
 
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....PatriciaDaSilvaMunho
 
Planejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantilPlanejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantilPaula Spadoni
 
Educação de Crianças em Creches - Grupo União
Educação de Crianças em Creches - Grupo UniãoEducação de Crianças em Creches - Grupo União
Educação de Crianças em Creches - Grupo Uniãogrupouniao
 
Oficina 3 avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...
Oficina 3  avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...Oficina 3  avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...
Oficina 3 avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...Rosicler Casal Bueno Cardoso
 

Semelhante a Berçario (20)

Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos ultimos 15 de abril
Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos   ultimos 15 de abrilProjeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos   ultimos 15 de abril
Projeto pedagogico berçário sala intermedia os pirilampos ultimos 15 de abril
 
Creche projecto educativo_sala_1ano
Creche projecto educativo_sala_1anoCreche projecto educativo_sala_1ano
Creche projecto educativo_sala_1ano
 
Texto desenvolvimento infantil[1]
Texto desenvolvimento infantil[1]Texto desenvolvimento infantil[1]
Texto desenvolvimento infantil[1]
 
Newsletter conceitos sobre multideficiência
Newsletter conceitos sobre multideficiênciaNewsletter conceitos sobre multideficiência
Newsletter conceitos sobre multideficiência
 
P curricular dos 2 anos borboletas
P curricular dos 2 anos borboletasP curricular dos 2 anos borboletas
P curricular dos 2 anos borboletas
 
Semana Pedagógica 2022.pptx
Semana Pedagógica 2022.pptxSemana Pedagógica 2022.pptx
Semana Pedagógica 2022.pptx
 
Sdi desenvolvimento emocional
Sdi desenvolvimento emocionalSdi desenvolvimento emocional
Sdi desenvolvimento emocional
 
O que a creche pode ensinar
O que a creche pode ensinarO que a creche pode ensinar
O que a creche pode ensinar
 
Educação infantil
Educação infantilEducação infantil
Educação infantil
 
Como lidar com crianças autistas na escola
Como lidar com crianças autistas na escolaComo lidar com crianças autistas na escola
Como lidar com crianças autistas na escola
 
Talita
TalitaTalita
Talita
 
Apresentação sobre jardim de infancia
Apresentação sobre jardim de infancia Apresentação sobre jardim de infancia
Apresentação sobre jardim de infancia
 
RelatóRio De DeficiêNcia Visual
RelatóRio De DeficiêNcia VisualRelatóRio De DeficiêNcia Visual
RelatóRio De DeficiêNcia Visual
 
A criança em idade pré escolar
A criança em idade pré escolarA criança em idade pré escolar
A criança em idade pré escolar
 
Finalidades e práticas educativas em creche 1
Finalidades e práticas educativas em creche 1Finalidades e práticas educativas em creche 1
Finalidades e práticas educativas em creche 1
 
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....
Afetividade na primeira infância - a importância do desenvolvimento infantil....
 
Planejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantilPlanejamento na educação infantil
Planejamento na educação infantil
 
Fases desenvolvimento-crianca
Fases desenvolvimento-criancaFases desenvolvimento-crianca
Fases desenvolvimento-crianca
 
Educação de Crianças em Creches - Grupo União
Educação de Crianças em Creches - Grupo UniãoEducação de Crianças em Creches - Grupo União
Educação de Crianças em Creches - Grupo União
 
Oficina 3 avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...
Oficina 3  avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...Oficina 3  avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...
Oficina 3 avaliar, registrar e refletir as práticas docentes e o desenvolvim...
 

Berçario

  • 2. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 2 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Introdução “O projeto do educador é um projeto educativo/pedagógico que diz respeito ao grupo e contempla as opções e intervenções educativas do educador e as formas como prevê orientar as oportunidades de desenvolvimento e aprendizagem de um grupo. Este projeto adapta-se às características de cada grupo, enquadra as iniciativas das crianças, os seus projetos individuais, de pequeno grupo ou de tudo o grupo.” (Ministério da Educação, 1997: p.44) Cada vez mais caminhamos para a valorização crescente dos aspetos emocionais da criança e não apenas do domínio cognitivo, ou seja, estamos a caminho de uma valorização do Ser e não só do saber. Face a este cenário, “(…) a intervenção parte da criança é , afirmando-se esta num clima de liberdade, numa atmosfera de empatia e autenticidade(…)”. Assim o educador assume-se ele próprio como parte indispensável para toda a construção de toda esta dinâmica do ser-se criança. Neste sentido, e visto que o educador será orientador e facilitador do desenvolvimento global da criança, ajudando esta a Ser, é necessário que todos os seus esforços para estimular as potencialidades de cada uma delas surjam de algo que o norteie para que a sua prática educativa seja coerente com as necessidades e interesses do grupo de crianças. Sendo assim, o Projeto Curricular de Sala surge com o objetivo de orientar o educador na sua ação pedagógica, tendo em conta, as características e necessidades de cada criança e do grupo, pois através dele podemos sintetizar de forma organizada as atividades e os objetivos que propomos para este ano letivo. Em suma, este projeto curricular de sala, foca as competências que se pretendem trabalhar ao longo do ano, aprendizagens essas que têm por base as orientações curriculares para a educação de creche. Contudo, todas as aprendizagens, devem ser pensavas e estruturadas para um grupo específico, neste sentido, apresento posteriormente a caracterização real do grupo. Tendo em conta que são vários os fatores que influenciam a motivação da criança para aprender, evidencia-se neste documento a organização do ambiente educativo: espaço e tempo, a interação escola – família, equipa pedagógica e forma de intervenção, ou seja, as metodologias utilizadas.
  • 3. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 3 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caracterização do Grupo “A Creche é uma realidade eu está para ficar. O desafio está em torna-la uma realidade de qualidade.” (Gabriela Portugal, 1998) Sabemos que as experiências das crianças nos seus primeiros anos de vida estão muito relacionadas com a qualidade dos cuidados que recebem. Também sabemos que estas experiências podem ter um verdadeiro impacto no seu desenvolvimento futuro. Os cuidados adequados durante a primeira infância trazem benefícios para a toda a vida. A infância é a etapa fundamental da vida das crianças sendo os primeiros 36 meses de vida particularmente importantes para o seu desenvolvimento físico, afetivo e intelectual. Assim, o educador tem um papel preponderante no desenvolvimento da criança, por isso é importante que conheça as características próprias de cada uma delas, conhecer as suas necessidades e interesses e assim planear a sua ação de uma forma mais adequada e assertiva. Por isso mesmo, consideramos conveniente fazer uma caracterização psicológica, em termos gerais, das várias fases de desenvolvimento da criança dos 4 meses aos 24 meses. Isto só é possível tendo por base uma observação participante e participada. Para uma melhor compreensão foram caracterizados em três níveis de desenvolvimento - Desenvolvimento Motor - Desenvolvimento Emocional/Social - Desenvolvimento Intelectual Com 1 ano, a criança encontra-se no período sensório-motor, conquista o mundo que a rodeia através da própria ação. Atua sem refletir, procura a satisfação imediata e existe uma intencionalidade nos seus atos (puxa uma toalha para conseguir o objeto que está em cima). Segundo Piaget, encontra-se na quinta fase, caraterizada pela permanência do objeto, que embora não tenha presente, procura-o depois de o termos mostrado. Esta fase é também caraterizada pela experimentação-ação. A criança explora, investiga a realidade que a rodeia e observa os resultados das suas diferentes experiências.
  • 4. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 4 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 A partir dos 18 meses, entra na sexta fase, dando-se um novo passo no aspeto cognitivo, o da representação: a criança é capaz de representar mentalmente os movimentos, sem necessidade de os executar (não sobe a uma cadeira pois pode cair). Começam também as primeiras competências sociais ao mostrar as suas graças, ao cumprir algumas ordens, ao brincar, etc. Adota um comportamento sociável e é capaz de demonstrar medo, afeto e simpatia. É uma fase marcada pelo egocentrismo e requer mais atenção individual. A maioria das suas reações relaciona-se com ela mesma e com as suas próprias atividades. Embora as crianças brinquem no mesmo ambiente dificilmente desempenham atividades em conjunto: praticam aquilo a que chamamos - jogo paralelo – onde a disputa pelo mesmo brinquedo é frequente. A criança está a consolidar a sua individualidade e até aprender a partilhar tem de ganhar segurança em relação ao espaço. Ao nível da linguagem é notório um aumento no vocabulário, escutam as palavras com muita atenção e repetem-nas. Manifestam um grande interesse pelas histórias e contos tradicionais. Iniciam-se na autonomia, começando a querer e a comer sozinhas, ao vestir e despir algumas peças de roupa simples, desapertar “atacador” dos sapatos e o controlo esfincteriano. Este último aspeto é uma grande mudança que marca muito esta fase da vida da criança pois é um processo que representa crescimento e amadurecimento. Contudo, deve evitar-se o início precoce deste processo. Normalmente o controlo voluntário dos esfíncteres é geralmente atingido entre os 18 e os 24 meses de idade. Mas isto não significa que se tenha que estipular o seu início à data assinalada nem que aos 24 meses esteja completamente desenvolvido e adquirido. Como em todas as aprendizagens o mais importante é fazer-se uma observação sistemática da evolução e maturação da criança e estar atento aos indicadores mais significativos e se decidir então, o melhor momento para dar início a este processo. O importante será ter a certeza que a criança está preparada e permitir que esta seja uma conquista sua e não uma imposição. Para tal, é preciso esperar que surjam os primeiros sinais que revelam a maturidade necessária por parte da criança: - Os músculos dos esfíncteres têm que ter atingido maturidade suficiente; - Começar a manter a fralda seca durante períodos mais longos, talvez até durante a sesta; - É importante que a criança já se consiga expressar verbalmente, podendo comunicar ao adulto a necessidade de ir à casa de banho ou não querer; - Precisa de maturação neurológica que lhe permita controlar os esfíncteres.
  • 5. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 5 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Características do bebé de 4 a 6 meses Após os primeiros 3 meses, período em que há uma espécie de reconhecimento inicial, o bebé começa então a aperfeiçoar a sua comunicação e, para isso, mostra grande interesse tanto pelos objetos como pelas pessoas. Nesta fase inicia as suas explorações, querendo agarrar, apalpar e aproximar-se das coisas. Podemos falar já de um certo controlo por parte da criança de algumas das partes do seu corpo, sendo um passo muito importante para a criança. Os períodos de vigília vão-se tornando mais longos e gosta de se sentar apoiada para ver tudo e manipular o que está ao alcance das suas mãos. Desenvolvimento Motor - Controla a Cabeça; - Senta-se com apoio; - Agarra os pés; - Rasteja; - Agarra com a mão toda; - Levanta a cabeça e o tronco quando deitado de barriga para baixo; - Já se consegue virar; - Manipula objetos; - Brinca e agarra os seus pés; - Destapa-se dando aos pés;
  • 6. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 6 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Desenvolvimento Social/Emocional - Estende os braços para a pessoa que conhece; - Segue com atenção os movimentos e a conversa do adulto; - Chora perante pessoas desconhecidas; - Sorri ao ver a sua imagem no espelho; - Grita para chamar a atenção; Desenvolvimento Intelectual - Agarra objetos que estão no seu campo visual; - Passa objetos de uma mão para a outra; - Brinca com as suas mãos e pés; - Bate com as mãos nos objetos e dá gritos de alegria; - Deixa cair objetos voluntariamente;
  • 7. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 7 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caraterísticas do bebé de 7 a 9 meses Nesta fase, aparecem as primeiras aprendizagens quase intencionais (o bebé repete um comportamento dirigido ao meio ambiente em que está inserida). Inicialmente este comportamento era feito ao acaso, agora já é intencional. O bebé começa a entender as pessoas e os objetos como algo fora dos limites do seu próprio corpo – a consciência da existência de uma realidade externa é cada vez mais clara. O bebé revela já algum equilíbrio e controlo do seu corpo; senta-se, vira-se, pode começar a gatinhar apoiando-se nas mãos e pernas e já se mantém de pé com a ajuda do adulto. Um marco importante nesta altura é o aparecimento do palrar. O bebé diverte-se em exercícios vocais como o balbucio, lalação e soltar gritos. Desenvolvimento Motor - Senta-se sozinho sem apoio e mantém a cabeça ereta; - Põe-se na posição de gatinhar balançando o tronco para a frente e para trás; - Agarra-se a objetos para se colocar de pé; - Transporta objetos de uma mão para a outra; - Rasteja; - Rola de costas para barriga e de barriga para as costas; - Mantém-se de pé quando agarrado;
  • 8. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 8 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Desenvolvimento Social/Emocional - Começa a demostrar agrado ou desagrado pelas pessoas ou objetos; - Localiza pessoas familiares; - Mostra desagrado se lhe tiram um brinquedo; - Grita, ri e palra; - Ri para a sua imagem no espelho; - Estende os braços para a pessoa que conhece; - Reage com ansiedade ao separar-se dos pais; - Brinca sozinha; - Diz adeus com a mão; Desenvolvimento Intelectual - Fixa o olhar em objetos e segue-os com o olhar quando caem; - Atira os objetos para que lhos apanhem; - Encontra um brinquedo escondido; - Imita gestos conhecidos; - Tapa e destapa caixas; - Mete e tira uma bola da caixa, uma argola de um suporte…,; - Ecolalia: imita e repete a primeira silaba que ouve; - Compreende frases simples; - Reconhece vozes familiares;
  • 9. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 9 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caraterísticas do bebé de 10 a 12 meses A exploração do mundo que o rodeia será a sua maior atividade ao conseguir pôr-se de pé sozinho e deslocar-se, rastejando, de gatas, caminhar com apoio para depois o fazer sem apoio. É uma fase extremamente ativa. O bebé começa a explorar o ambiente por conta própria, deparando-se com os limites impostos por obstáculos físicos ou pelo adulto. O bebé tem comportamentos plenamente intencionais. O mundo das palavras constitui um novo desafio. Gosta de fazer ruido, e por volta dos 12 meses começa a emitir palavras com significado, e com uma palavra expressa uma frase (palavra-frase). Gosta de atividades motoras e já consegue pegar com o polegar e o indicador (preensão em pinça). Desenvolvimento Motor - Bebe pelo copo; - Começa a explorar a comida com as mãos; - Começa a comer com as mãos; - Gosta de abrir e fechar portas; - Gatinha bem; - Põe-se de pé sozinho; - Fica em pé apoiado; - Anda com ajuda do adulto; - Estando de pé, agacha-se para apanhar um objeto; - Consegue fazer “pinça” com o polegar e o indicador;
  • 10. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 10 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Desenvolvimento Social/Emocional - Responde/reage quando chamam o seu nome; - Imita ações simples do adulto; - Gosta de se ver ao espelho; - Expressa medo ou ansiedade perante pessoas que lhe são estranhas; - Procura afeto ou ajuda junta de um conhecido; - Dá brinquedos, mas quer imediatamente de volta; - Repete atos que causam riso nos outros; Desenvolvimento Intelectual - Emite as primeiras palavras: papá, mamã, nené, dadá…; - Diz uma palavra com significado para expressar uma frase: pede, recusa; - Compreende bem a proibição; - Dança ao som da música; - Interessa-se por imagens coloridas nos livros; - Bate palmas e diz adeus se o adulto pedir; - Gosta de meter objetos uns dentro dos outros;
  • 11. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 11 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caraterísticas do bebé de 12 aos 18 meses Ao adquirir a marcha – marco muito importante que acontece nesta altura. Marco este que vai mudar para sempre a vida da criança, passando para a posição bípede. Esta etapa caracteriza-se pelo facto da criança explorar as propriedades reais e as potencialidades dos objetos de forma muito ativa e intencional por experiência-erro, fundamentalmente à procura de novas e diversas formas de atuar sobre os mesmos. A criança aproxima-se do mundo que a rodeia de forma experimental. Quando se depara com um objeto/brinquedo novo, tentará pôr a nu as suas propriedades estruturais e funcionais de forma ativa, ao experimentar com ele várias formas de atuar, obtendo novas formas de brincar a partir de outras por ela já conhecidas. É capaz de repetir os jogos que funcionaram melhor de forma intencional e deliberada. Relativamente à linguagem, a criança já é capaz de entender muitas das palavras que lhe dizemos e obedece a ordens por gestos. Desenvolvimento Motor - Pega corretamente na colher para comer; - Adquire a marcha; - Folheia páginas de um livro; - Sobe escadas com ajuda do adulto; - Arrasta um brinquedo enquanto caminha; - Abre e fecha caixas; - Dança, mexendo todo o corpo sem se deslocar;
  • 12. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 12 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Desenvolvimento Social/Emocional - Leva o adulto até ao objeto que deseja; - Imita o que vê; - Distingue entre “tu” e “eu”; - Reage às mudanças de rotina e a qualquer transição brusca; - Pergunta pelas pessoas ausentes; - Diz “obrigada” e “adeus”; Desenvolvimento Intelectual - Identifica uma figura familiar num livro; - Entrega objetos familiares que lhe pedem; - Indica as partes do corpo: nariz, olhos, cabelo, orelhas…; - Constrói torres; - Reconhece o de desenho de um cão, peixe, carro, bola…; - Mete qualquer tipo de peça num encaixe de figuras geométricas; - Diz “não” e acompanha-o com a cabeça; - Combina o uso de palavras com gestos para se expressar;
  • 13. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 13 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caraterísticas do bebé de 18 aos 24 meses Por volta dos 18 meses, a criança caracteriza-se pela experimentação/ação em que esta explora, investiga toda realidade que o rodeia e observa os resultados das suas experiências. A criança dá um novo passo no aspeto cognitivo, da “representação”, a criança é capaz de representar mentalmente os movimentos sem necessidade de os executar. Estamos perante um grupo em que cada criança e construtora do seu desenvolvimento, transformando e ampliando as aprendizagens que já adquiriram nesta fase do crescimento. Desenvolvimento Motor - Caminha rapidamente com passo firme; - Dá pequenos saltos; - Atira/chuta uma bola; - Rabisca com lápis; - Sobe a uma cadeira de adulto; - Come sozinho com a colher; - Lava as mãos com ajuda; - Abre a porta, gavetas e caixas; - Anda de costas;
  • 14. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 14 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Desenvolvimento Social/Emocional - Olha para a pessoa que fala com ele; - Imita o que vê; - Pergunta pela mãe e pelo pai; - Inicia sozinho com a sua própria brincadeira; - Cumprimenta e diz “adeus”; - Fica angustiado por se separar dos pais; - Disputa brinquedos com outras crianças; - Reconhece-se no espelho ou em fotografias; - É egocêntrico; - Reclama “é meu” (seu); Desenvolvimento Intelectual - Tem um vocabulário de 10 palavras; - Identifica um objeto em imagens; - Combina o uso de palavras e gestos para manifestar os seus desejos; - Ri de ações engraçadas; - Segue uma instrução simples; - Resolve os problemas por tentativa e erro; - Usa duas ou três frases; - Diz nomes de brinquedos; - Trautear uma canção; - Reproduz o som do animal para o chamar; - Mostra consciência da aprovação ou desaprovação dos seus atos; - Refere-se a si pelo seu nome; - Verbaliza desejos e sentimentos;
  • 15. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 15 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Área de Expressão e Comunicação Domínio da Expressão Motora “O corpo que a criança vai progressivamente dominando desde o nascimento e de cujas potencialidades vai tomando consciência, constitui o instrumento de relação co o mundo e o fundamento de todo o processo de desenvolvimento e aprendizagem.” (Orientações Curriculares, 2002:58) Relativamente à motricidade ampla/global o grupo revela imenso prazer em atividades motoras, embora não estejam todos ao mesmo nível de desenvolvimento. Contudo, todos demonstram imenso prazer neste tipo de atividade: adoram dançar, imitar ações e gestos e reconhecimento das partes do corpo, músicas com gestos, etc. O retorno à calma (relaxamento) é que já é mais difícil e terá que se continuar a trabalhar para este fim. No que respeita à motricidade fina, a maior parte do grupo (crianças mais velhas) já pega e manipula corretamente os objetos. Já seguram corretamente na colher no momento de refeição, já conseguem, com a ajuda do adulto manusear um pincel e os lápis de cor. Contudo, esta é uma área a que damos muita importância e por isso iremos trabalhá-la imenso durante o ano letivo. Irá ser trabalhada através da exploração de diferentes materiais, tais como massa de farinha, lápis de cor, manuseamento de objetos, realização de jogos de encaixe, apreensão de diferentes objetos, contatar com diferentes técnicas de pintura.
  • 16. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 16 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Domínio da Expressão Dramática “A expressão dramática é um meio de descoberta de si e do outro, de afirmação de si próprio na relação com o(s) outro(s) que corresponde a uma forma de se apropriar de situações sociais.” (Orientações Curriculares, 2002:59) As crianças revelam um grande interesse em imitar ações que vêm e que se realizam habitualmente, e como já é capaz de imitar movimentos, pode representar ações sem as ver diretamente. É uma fase de grande mobilidade e curiosidade para a exploração do seu corpo. O grupo é exemplo disto mesmo, o faz de conta está muito presente no seu dia-a-dia e nas suas brincadeiras. Podemos observar o grupo a imitar o andar de animais, com as suas onomatopeias; ao mostrarmos a imagem de algum animal, eles rapidamente o imitam; bem como ações do quotidiano: dizem adeus, atiram beijinhos. Domínio da Expressão Plástica “ A expressão plástica implica um controlo da motricidade fina que a relaciona com a expressão motora, mas recorre a materiais e instrumentos específicos e a códigos próprios que são mediadores desta forma de expressão.” (Orientações Curriculares, 2002:61) A criança ainda não tem um bom controlo e coordenação oculo-manual para poder traçar linhas com um propósito definido, pois não faz mentalmente a ligação dos seus próprios movimentos com os traços da folha. Para que se potencie esta sensibilidade artística é nossa intenção proporcionar-lhes situações motivadoras com todo o tipo de materiais, adequados a esta faixa etária.
  • 17. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 17 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 O grupo já realizou alguns trabalhos com tinta e de modo geral todos demonstraram muito interesse e satisfação, nunca querendo sair do banco para dar a vez a outra criança. As crianças mais novas ainda demonstram alguma resistência a este novo contato. O grupo está na fase da garatuja desordenada em que não há consciência da relação traço-gesto, muitas vezes nem olham para o que faz. O seu prazer é explorar o material, fazem movimentos de vai e vem vertical ou horizontal e muitas vezes o corpo acompanha este movimento. Nesta fase não há representação no desenho. Esta será uma área muito trabalhada com o grupo de crianças pois para além de lhes cativar imenso interesse, proporciona-lhes momentos de prazer e de contato artístico e potencia o desenvolvimento da motricidade fina (que é um grande marco de desenvolvimento). Domínio da Expressão Musical “ A expressão musical assenta num trabalho de exploração de sons e ritmos, que a criança produz e explora espontaneamente e vai aprendendo a identificar e a produzir (…).” (Orientações Curriculares, 2002:63) O grupo gosta imenso desta área pois sempre que coloco música na sala eles chamam-se uns aos outros ou pedem para dar as mãos para formar uma roda e dançar. Sempre que dizemos que vamos colocar uma música nova ou que já não ouvem há algum tempo, eles reagem imenso, ficam muito contentes, e vêm logo a correr para a frente do rádio. São capazes também de identificar sons de animais conhecidos, já acompanham canções que cantamos diariamente (repetindo a terminação pois ainda não se expressam muito bem). Esta é uma área que será sempre muito explorada até porque potencia o desenvolvimento da linguagem. Mais tarde introduziremos alguns instrumentos musicais para as crianças se irem familiarizando.
  • 18. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 18 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Domínio da Linguagem Oral “Criar um clima de comunicação em que a linguagem do educador, ou seja, a maneira como fala e se exprime, constitua um modelo para a interação e a aprendizagem das crianças.” (Orientações Curriculares, 2002:66) Uma das características desta idade são os grandes progressos que a criança faz na aquisição de vocabulário prático: preferencialmente ligado ao corpo, alimentos, animais e brinquedos. O grupo encontra-se numa fase de aquisição de vocabulário e tentam repetir palavras se o adulto pedir (repetindo a terminação dessa). Todos entendem o que o adulto diz ou pede, como também são capazes de exprimir sentimentos, vontades e desejos. Em termos linguísticos algumas crianças produzem palavras soltas e objetivas e que o adulto percebe facilmente. Ao nível de frase só formam frases-pergunta “ O que é?” “ A bola?”. O adulto como facilitador de aprendizagem tem que aproveitar todas as ocasiões, ligadas às rotinas diárias, a brincadeira, à comida, à higiene par fomentar a troca linguística com as crianças e criar situações específicas que exijam o uso da linguagem (jogos de palavras, lengalengas, canções, etc.).
  • 19. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 19 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Domínio da Matemática “As crianças vão espontaneamente construindo noções matemáticas a partir das vivências do dia-a-dia. O papel da matemática na estruturação do pensamento, as suas funções na vida corrente e a sua função para aprendizagens futuras, determina a atenção que lhe deve ser dada na educação pré-escolar, cujo quotidiano oferece múltiplas possibilidades de aprendizagens matemáticas” (Orientações Curriculares, 2002:73). A brincadeira e o jogo é para a criança uma necessidade vital e através desta vai explorar o meio, atuar sobre ele, desenvolver capacidades motoras, linguísticas, sociais e cognitivas. Isto para dizer que esta área de conteúdo está implícita em todas as atividades do dia-a-dia da creche. Assim, a maior parte das atividades que se realizam contribuem de uma forma não tão explicita mas lúdica para o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático. Esta área é trabalhada na realização de puzzles, jogos (encaixe, empilhamento), correspondências, legos, cubos, associações, pelo contato e manuseamento que têm com os brinquedos e objetos da sala de atividades, bem como em atividades mais direcionadas. As crianças através da sua ação e exploração do espaço, vão adquirindo noções topológicas como perto/longe; dentro/fora; aberto/fechado; em cima/em baixo; à frente/atrás. Outro momento de grande aprendizagem é o de arrumar a sala, pois nesta tarefa as crianças têm que seriar e fazer correspondências de objetos, uma vez que cada objeto/brinquedo tem o seu devido lugar. O raciocínio lógico-matemático nesta fase e como já se pode observar em situação de brincadeira e/ou atividade dirigida, funciona por tentativa e erro.
  • 20. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 20 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Área de Conhecimento do Mundo “ A curiosidade natural das crianças e o seu desejo de saber é a manifestação da busca de compreender e dar sentido ao mundo que é a própria do ser humano e que origina as formas mais elaboradas do pensamento, o desenvolvimento das ciências, das técnicas e, também, das artes.” (Orientações Curriculares, 2002:73). Tal como a domínio da matemática, a área do conhecimento do mundo é trabalhada de forma subjacente de acordo com as atividades que vão sendo desenvolvidas e indo ao encontro dos interesses da criança/grupo. Deve-se por isso despertar nas crianças a curiosidade, para que esta descubra o mundo que a cerca, no qual a observação e a manipulação são as formas privilegiadas por nós para essa descoberta. É uma área que propicia também à criança, explorar todas as possibilidades e limitações do seu corpo, de si próprias e para os outros, e das relações entre as coisas. Embora nesta faixa etária seja difícil perceber os seus interesses em relação a determinado tema/assunto, pois a criança ainda não se expressa, temos que oferecer variedade e inúmeros temas bem como diferentes técnicas.
  • 21. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 21 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Caraterização real do grupo Os bebés precisam de um ambiente que seja interessante de explorar, que seja seguro e que esteja rodeado de pessoas que respondam às suas necessidades emocionais intelectuais. É neste espaço que os bebés são estimulados a sentar, gatinhar, conhecer o seu corpo, identificar brinquedos, objetos, pessoas e, pouco a pouco, realizar conquistas motoras. Os bebés também participam em atividades onde entram em contato com as características do nosso ambiente físico, ou seja, descobrem sensações, texturas, formas e tamanhos, exploram tinta, água e objetos como jogos, brinquedos. Nestes espaços de exploração os bebés conhecem e criam vínculos afetivos com as pessoas que fazem parte de sua vida na escola: as educadoras e outros bebés. Por essa razão, é necessário proporcionar um clima de bem-estar e segurança afetiva, durante o período em que estão afastadas do seio familiar. Assim, observar, proteger, cuidar da saúde, da higiene e da alimentação; dar atenção ao crescimento e desenvolvimento (individualização de cada criança); brincar e divertir, educar e ensinar; abertura ao imaginário, são alguns dos conteúdos que compõem o dia-a-dia do berçário. Esta sala é constituída por dez crianças, sendo oito rapazes e duas raparigas com idades compreendidas entre os cinco meses e os dezoito meses
  • 22. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 22 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Equipa pedagógica “O trabalho em equipa entre adultos, que permanentemente subjaz a toda a ação, cria enquadramento propício para o envolvimento das crianças de uma comunidade ativa e participante” (Educar a criança, Hohmann M. E. Weldkart D. 2007) O trabalho em equipa é algo que influência o funcionamento de qualquer instituição e qualidade da resposta educativa prestada às crianças e às famílias. O diálogo, a compreensão, a troca de informação, o debate de ideias e o respeito pela singularidade de cada um, é fundamental para se efetuar um trabalho em parceria positivo. Toda a equipa deverá trabalhar para um mesmo fim, por isso, para que se tenha sucesso é indispensável a consciência que são um grupo e que precisam funcionar em conjunto para atingir intencionalidades educativas, articulando e completando ideias. Uma equipa precisa discutir questões relacionadas com a planificação e avaliação do trabalho desenvolvido com as crianças, organizar e reformular/melhora a ação educativa, partilhar saberes, conhecimentos e sentimentos. A equipa pedagógica da sala do Berçário é composta por uma educadora, duas auxiliares de sala. Equipa esta que partilha entre si toda a ação pedagógica, procurando que as interações tenham como sustentáculo uma comunicação aberta, em que a honestidade desempenha um papel primordial.
  • 23. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 23 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Organização do Ambiente Educativo Organização do Espaço “ O espaço em educação constitui-se como uma estrutura de oportunidades. É uma condição externa que favorecerá ou dificultará o processo de crescimento pessoal e o desenvolvimento das atividades instrutivas. Será facilitador, ou pelo contrário limitador, em função do nível de congruência relativamente aos objetivos e dinâmica geral das atividades postas em marcha ou relativamente aos métodos educativos instrutivos que caraterizam o nosso estilo de trabalho.” (Zabalza, 1992:120) Ao organizar o espaço devemos ter em conta as características e necessidades das crianças, bem como o desenvolvimento de todas as suas capacidades. “Um ambiente bem pensado e centrado na criança promove o desenvolvimento físico, comunicação, competências cognitivas e interações sociais” (Hohman, 2004:101) Consideramos que numa sala se deve privilegiar uma organização acolhedora, existindo diversos recantos equipados com uma seleção de materiais didáticos que favoreçam as relações entre crianças e os adultos. Sabemos que é no espaço físico e na relação que a criança estabelece com este e com os materiais, que vai realizar descobertas e adquirindo conhecimentos, que contribuem para o seu processo de desenvolvimento. Desta forma, a sua organização deve ser pensada de modo adequado, no sentido de dar respostas às crianças que fazem dele o seu mundo de explorações e descobertas, devendo movimentar-se livremente e em segurança.
  • 24. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 24 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 “A organização do espaço da sala é uma das estratégias a utilizar quando se pretende implementar organização, metodologia de trabalho e promoção de um ambiente seguro, com higiene, que possa promover e proporcionar diversos momentos de curiosidade, exploração e desafio para a criança. A organização e a utilização do espaço são expressão das intenções educativas e da dinâmica do grupo, sendo indispensável que o educador se interrogue sobre a função e a finalidade educativa dos materiais de modo a planear e fundamentar as razões dessa organização.” (Ministério da Educação, 2002: 37) Assim, a sala não é um espaço neutro, tudo é concebido em função de atividades que aí se desenvolvem. É um espaço muito próprio e preparado para ser flexível à mudança. O espaço sala está subtilmente dividido por áreas bem como os seus materiais, pois assim ajuda a criança a escolher mediante as opções possíveis. O espaço é, portanto, um contexto de significações, porque potencia momentos educativos atribuindo-lhes significado, sentido e valor, influenciando o nosso comportamento. Deve também potenciar e encorajar à linguagem expressiva da criança, pelo que as áreas de interesse devem incluir objetos motivadores, para que as crianças sintam vontade de descrever as suas atividades a outras crianças e adultos. A nossa sala é ampla, organizada assim propositadamente para que as crianças consigam ter mais espaço livre onde se posam sentar, deslocar de gatas, pôr de pé com apoios para desenvolver as suas destrezas motoras e a capacidade de autonomia. Temos duas parteleiras onde guardamos os materiais, que são utilizados nas atividades orientadas. Todos os jogos são de acesso livre às crianças. Temos ainda no espaço destinado a atividades de expressão plástica composto por uma mesa e quatro cadeiras. Esta sala contem ainda uma zona com berços.
  • 25. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 25 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Organização do tempo “O tempo educativo contempla de forma equilibrada diversos ritmos e tipos de atividade em diferentes situações – individual, com outra criança, com um pequeno grupo, com todo o grupo – e permite oportunidades de aprendizagens diversificadas, tendo em conta as diferentes áreas de conteúdo”. (Orientações Curriculares, 2009:40) A rotina assume um papel bastante relevante no desenvolvimento das competências cognitivas e pessoais da criança, uma vez que a sua estabilidade e consistência promovem uma previsibilidade que predispõe a criança para novas aprendizagens. Uma rotina consistente permite á criança aceder com tempo aos seus interesses, podendo fazer escolhas e resolver problemas no contexto dos acontecimentos que lhe vão surgindo; desta forma, a rotina apoia, ou deve apoiar a iniciativa da criança, pois oferece-lhe uma estrutura para os acontecimentos do dia. “Porque o tempo é de cada criança, do grupo de crianças e do educador, importa que haja uma organização do tempo decidida pelo educador e pelas crianças.” (Ministério da educação: 1997:40) A rotina determina horários para as diferentes atividades de aprendizagem, por isso é importante que ela seja flexível e ao mesmo tempo equilibrada. É importante que haja sempre tempo para tudo, tempo para brincar, tempo para trabalhar, tempo para conviver e tempo para arrumar, tudo isto deve ser pensado e gerido para não interferir no ritmo e para não afetar as crianças. Assim, o educador tem como função planear e avaliar o dia-a-dia, refletindo sempre sobre o modo de como essa rotina, esse tempo vai contribuir para a educação das crianças, introduzindo sempre que necessário os ajustes e correções necessárias e imprescindíveis.
  • 26. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 26 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 A rotina diária da creche tem como objetivos primordiais:  - proporcionar uma sequência de trabalho que ajude a criança a explorar, planear e executar projetos e tomar decisões sobre a sua aprendizagem;  - estimular a interação através do trabalho coletivo em grande e pequeno grupo;  - proporcionar tempo para trabalhar em grande variedade de ambientes, tanto na sala como noutras áreas de trabalho (exterior, outras salas, etc). Assim sendo, a rotina deverá respeitar as crianças, as suas necessidades, ideias e pensamentos, encorajando-as a agir num ambiente saudável e feliz, facultando-lhes variadas experiências e descobertas indispensáveis à felicidade de qualquer ser humano. Fazem parte da rotina da criança o tempo de acolhimento, o momento de atividades direcionadas, de exploração livre, tempo exterior (parque), tempo de higiene, refeições, repouso e saída.
  • 27. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 27 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Rotina da sala do berçário Horário Atividade 07:30 ás 09:30 Acolhimento, Pequeno Almoço e Higiene 09:30 ás 10:00 Acolhimento e atividades livres 10:00 ás 11:15 Tempo de trabalho orientado 11:15 ás 11:30 Higiene para o almoço 11:30 ás 12:30 Almoço 12:30 ás 13:00 Higiene 13:00 ás 15:00 Momentos de repouso 15:00 ás 15:30 Higiene e preparação para o lanche 15:30 ás 16:00 Lanche 16:00 ás 16:30 Atividades livres 16:30 ás 18:30 Higiene e espera pelos pais com atividades livres Momento de acolhimento: Este é um momento que oferece às crianças a oportunidade de participar num grande grupo, partilhar ideias, interesses e sentimentos. É o tempo que os adultos de crianças se reúnem e conversam, cantam os bons dias, fazem jogos e/ou contam pequenas histórias. Neste momento, tenta-se promover a interação da criança com os pares ou com objetos, fomentando a comunicação entre todos os sujeitos envolventes.
  • 28. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 28 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Momento de trabalho orientado: Este é o momento em que o adulto procura oferecer à criança o contato com novas e diferentes experiências de acordo com as intenções educativas. Orienta, facilita novas descobertas, dando liberdade á mesma de sentir, ver, observar, provar, manipular e apoiar as ações que a criança vai realizando. A criança precisa contatar diretamente com as coisas para construir os seus conhecimentos. “Os conhecimentos não provêm, nem dos objetos, nem da criança, mas sim das interações entra a criança e os objetos.” (Hohmann e Weikart, 2007:19) Momento de atividades livre: A criança cria as suas próprias brincadeiras, interage e explora livremente o meio que a rodeia, utilizando todo o seu corpo e todos os sentidos. Aqui o adulto, que como está sempre por perto vai sempre valorizar e estimular mas sem intervir demasiado nas descobertas que a criança está a fazer. “Um clima de apoio estimula e fortalece o desenvolvimento da crença nos outros, da autonomia, da iniciativa, da empatia e da autoconfiança.” (Hohmann e Weikart, 2007: 72)
  • 29. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 29 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Momento de Exterior (parque): É o momento em que as crianças podem satisfazer as suas necessidades de movimento, como correr, saltar, escorregar, trepar. Através da observação as crianças também constroem aprendizagens e neste espaço, podem observar o que vai acontecendo (as pessoas, os pássaros, os aviões, etc.) “O tempo de exterior permite aos bebés e às crianças expandirem a sua exploração e brincadeira.” (Hohmann e Post, 2004: 269) Momento de higiene: É um tempo privilegiado de relação, de contato físico, transmitindo uma riqueza que fortalece a ligação afetiva. É um momento que deve ser calmo, sem pressas, de conversa/diálogo com a criança e até de brincadeira. Momento de refeição: Deve traduzir-se num contato agradável entre o adulto e a criança, dando o tempo que a mesma necessita. É um tempo onde se conversa com a criança acerca do que está a comer. É também um momento que potencia a autonomia da criança uma vez que o adulto a encoraja a pegar na colher e comer sozinha. Momento de repouso: Deve ser um momento tranquilo e calmo, respeitando o ritmo de cada criança. Tenta-se sempre não acordar a criança e à medida que acordam são levantadas. Momento de saída: Este é um momento também muito importante pois é o de troca de informação. É onde se informam as famílias como foi o dia da criança, como reagiu às mais diversas situações, as atividades que realizou…
  • 30. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 30 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Atividades para o ano letivo O nosso projeto de grupo teve o seu enquadramento no Projeto Educativo da instituição elaborado para o próximo triénio. Cujo o tema é “vamos conhecer o planeta azul?” Este tema, ira dividir se em três grandes subtemas: 1º ano: “Conhecer as pessoas do planeta azul” 2º ano: “Proteger o planeta azul” 3º ano: “ Localizar o planeta azul” Este plano anual abrange as salas de berçário e sala de 2 anos tendo em conta que ambas as salas têm como objetivos principais a relação criança-criança; criança-adulto e adulto-criança. Nestas idades as atividades com jogos corporais, canções, curtas histórias, lengalengas e trava-línguas permitem o desenvolvimento motor e linguística. A planificação semanal é feita mensalmente e afixada no placard respetivo para o efeito, nessas planificações constam as atividades/ estratégias e objetivos a tingir perante as atividades propostas.
  • 31. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 31 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Competências a desenvolver no berçário Desenvolvimento Social e afetivo Relação com as crianças e adultos:  Estabelecer um clima calmo e afetivo que facilite a adaptação da criança e dos pais da creche.  Estimular uma relação estreita e de confiança com as crianças e os pais.  Estimular a necessidade que o bebé tem de ouvir a voz do adulto e de sentir contacto físico dele.  Respeitar o ritmo de desenvolvimento da criança. Aquisição de hábitos:  Desmame: passagem a uma alimentação diversificada.  Introdução de alimentos sólidos. Desenvolvimento Sensorial Visão:  -estimular a observação do mundo que rodeia o bebé, facilitando-lhe assim a coordenação visual-motora, ou seja, a capacidade de manipular os objetos.
  • 32. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 32 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Audição:  Estimular o “palrar” do bebé, emitindo o adulto os mesmos sons que o bebé e dizendo- lhe palavras simples (mãe, pai, papa, cão, etc…).  Proporcionar ao bebé a audição de sons variados, através de objetos, de música, de utilização do próprio corpo do adulto. (palmas, estalinhos com a boca e os dedos, etc…). Tato:  Permitir ao bebé explorar com as mãos os objetos de formatos, tamanhos e texturas diferentes, assim como a exploração do seu corpo e do corpo do adulto (fazer festinhas, pegar nas mãos, no nariz, pôr o dedo na boca do adulto, etc…). Paladar:  Introdução de novos paladares, através de uma alimentação diversificada.  O contacto da boca do bebé com os objetos, também lhe traz novas sensações gustativa Desenvolvimento psicomotor Evolução da postura do bebé:  Fortalecimento dos músculos do pescoço que permitem ao bebé segurar a cabeça e controlar os seus movimentos.
  • 33. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 33 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013  Rolar sobre si mesmo para o lado esquerdo e direito, passar da posição de costas para a de barriga para baixo.  Da barriga para baixo, suster com os braços o peso do corpo  Sentar com apoio.  Sentar sem necessitar qualquer apoio  Gatinhar  Pôr-se de pé agarrado às coisas ou apoiado no adulto  Pôr-se de pé sozinho sem apoio  Marchar apoiado nas costas ou no adulto  Andar sozinho Desenvolvimento da capacidade de agarrar os objetos:  Permitindo através de manipulação (mexer em objetos variados) e de brincadeiras (brincar com os dedos do bebé) os diversos movimentos dos dedos.
  • 34. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 34 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Avaliação A avaliação em educação é um elemento integrante e regulador da prática educativa, em cada nível de educação e ensino e implica princípios e procedimentos adequados às suas especificidades. O currículo em educação de infância é concebido e desenvolvido pelo educador, através da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das atividades e projetos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas. A organização do ambiente educativo, como suporte do trabalho curricular e da sua intencionalidade, compreende a organização do grupo, do espaço e do tempo, a relação com os pais e outros parceiros educativos. “Avaliar os processos e os efeitos, implica ter consciência da ação para adequar o processo educativo às necessidades das crianças e do grupo e à sua evolução.” (Orientações Curriculares, 2002:27) A avaliação é um importante instrumento de ação educativa que permite perceber a qualidade de um processo e os resultados do mesmo. Qualquer processo educativo precisa ser avaliado. Assim, em contexto da Creche é muito importante para percebermos se estamos a ir ao encontro das necessidades e interesses da criança, ou se temos que escolher outro caminho. Na sala do Berçário, vão ser adotadas três tipo de avaliação: Avaliação com o grupo de crianças Avaliação com a equipa pedagógica Avaliação com a família
  • 35. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 35 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 A avaliação visa medir a diferença entre os objetivos enunciados e os que foram realmente concretizados, o que vai favorece a ação numa situação futura. O educador deve promover a avaliação como mecanismo natural de todo o processo ensino/aprendizagem. Diariamente e sempre que se realiza alguma atividade, realizam-se as avaliações das mesmas, aí refletimos e reconsideramos o que falhou ou não foi tão assertivo. O Educador avalia as crianças e a si próprio em diversos momentos. Com as crianças A avaliação realizada com as crianças é uma atividade educativa, que as implica na sua própria aprendizagem, fazendo-as refletir sobre as suas dificuldades e como as superar. A avaliação curricular tem inerente a diferentes conceções: a conceção diagnóstica, a formativa, a formadora e a sumativa. A privilegiada por nós para este projeto é a avaliação formativa pois é entendida como um procedimento diagnóstico sistemático de uma situação, a fim de clarificar e fundamentar o tipo de intervenção mais adequado ao processo de interação. É aquela em que o educador está atento aos processos e às aprendizagens das suas crianças. O educador entende que a avaliação é essencial para dar prosseguimento aos percursos de aprendizagem. Este tipo de avaliação é também formadora, pois tem como objetivo primordial tornar a criança o ator da sua própria aprendizagem e realçar a intenção de a conhecer melhor no processo de ensino aprendizagem. Será feita também trimestralmente, segundo um perfil de Desenvolvimento adaptado para a faixa etária correspondente. Após traçado um perfil de desenvolvimento será elaborado um Plano Individual (PI), onde estarão retratados os itens que a criança ainda não conseguiu atingir. Assim, pretendemos conhecer as capacidades, interesses e dificuldades de cada uma em particular e do grupo em geral recorrendo a uma observação direta para melhor adequarmos o projeto às suas necessidades.
  • 36. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 36 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Esta avaliação é o ponto de partida para um processo de transformação de contextos, espaços, crianças. A avaliação assume-se, assim como um instrumento que permite diagnosticar os conhecimentos e desenvolvimento das crianças, permitindo otimizar, sustentar e consolidar novas aprendizagens. Com a equipa pedagógica A partilha com todos os elementos da equipa (outros docentes, auxiliares, outros técnicos ou agentes educativos) com responsabilidades na educação da criança permite ao educador um maior conhecimento sobre ela. Para que uma ação educativa seja válida e coerente tem que haver uma reflexão partilhada por todos os intervenientes ao longo do processo educativo. Só assim se consegue detetar os problemas da prática, assim como verificar a adequação dos objetivos e estratégias. Saliento que uma boa comunicação entre os membros da equipa pedagógica é muito importante e facilitadora neste processo. Com a família “A família e a instituição de Educação pré-escolar são dois contextos que contribuem para a educação da mesma criança, importa por isso, que haja uma relação entre estes dois sistemas ” (Ministério da Educação,2002:43)
  • 37. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 37 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 A troca de opiniões com a família permite não só um melhor conhecimento da criança e de outros contextos que influenciam a sua educação, como também, promove uma atuação concertada entre o jardim-de- infância e a família. É de enorme importância este tipo de ação a desenvolver com as famílias das crianças. Esta necessidade de comunicação com os pais tem características muito peculiares, pois a família é a principal fonte de aprendizagem da criança. É no seu seio que interioriza valores, crenças e atitudes. Por outro lado, a Creche tem o papel de complementar esta ação dos pais na educação, apoiando-os. Posto isto, é inevitável uma colaboração de ambas as partes, isto é, os pais (família) precisam saber o dia-a-dia da criança na Creche, que atividade realizou, como foi o seu comportamento a nível da formação pessoal, a sua evolução, se descansou bem. Por outro lado, nós como profissionais responsável pelas crianças precisamos também saber como esteve a criança em casa, os comportamentos que tem no seio familiar. Ao longo do ano letivo vamos procurar estabelecer uma ligação próxima com as famílias, permitindo- lhes fazer parte também do dia-a-dia na Creche com a colaboração em alguma atividade, manter uma comunicação aberta nos momentos de entregas e receções da criança. Para além disto, estão previstas reuniões de atendimento aos pais, sempre que o necessitarem, para troca de informação e acompanhamento do trabalho que está a ser realizado na sala. Este acompanhamento será feito pela consulta do portfólio individual da criança onde estarão arquivados os trabalhos mais significativos da criança ao nível das áreas de conteúdo definidas nas orientações curriculares, juntamente com comentários e reflexões da aprendizagem da criança.
  • 38. Centro Paroquial de Solidariedade Social de Ribeira de Frades Página 38 de 38 Projeto Curricular de Sala do Berçário – 2012 / 2013 Bibliografia GESSEL, Arnold. (Out. 2000). A Criança dos 0 aos 5 anos. 4ª Edição. Publicações Dom Quixote; Lisboa HOHMANN, Mary e WEIKART, David P. (2007). Educar a criança. 4ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian; Lisboa MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (2002). Orientações Curriculares para a Educação Pré- Escolar, Ministério da Educação – Departamento da educação Básica; Lisboa MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. (1998). Qualidade e Projeto na Educação Pré- Escolar. Ministério da Educação – Departamento da educação Básica; Lisboa PAPALIA, Diane E. OLDS e FELDMAN. (2001). O Mundo da Criança. 8ª Edição. McGraw- Hill. POST, Jacalyn e HOHMANN, Mary. (2004). Educação de Bebés em Infantários- cuidados e primeiras aprendizagens. 2ª Edição. Fundação Calouste Gulbenkian; Lisboa Projeto “Lua Cheia” – Material de apoio didático (0-1ano) e (1-2 anos). Mundicultura ZABALZA, Miguel A. (2011). Didática da Educação Infantil. 3ª edição. Edições Asa