5. 1) Introdução:
• a) Corinto era:
– porto ativo;
– cidade cosmopolita;
– 600 mil habitantes;
– Dois terços eram escravos;
– tem uma reputação: “Viver à coríntia”
(= liberdade de costumes);
– é aí que Paulo vai “inventar” a moral cristã.
• b) Objetivo de 1Cor:
– mostrar como a fé no Cristo e o batismo
fazem com que as diversas situações
humanas sejam vividas de uma maneira
nova.
6. 2) Contexto:
• a) Corinto ficava na Acaia. Era cidade portuária.
Viajantes de todas as partes do mundo acorriam
para lá com suas mercadorias e seus sistemas
de vida.
• b) Os cultos pagãos promoviam a devassidão
moral. Das várias divindades cultuadas em
Corinto, a que mais se destacava era Vênus ou
Afrodite, em cujo templo se abrigavam mais de
mil mulheres prostituídas. As festas desta
deusa, cognominadas Pandemos (= “de todo o
povo”), provocavam a população à luxúria mais
grosseira.
• c) A mentalidade de tal população só podia ser
fútil. Só possuíam a sabedoria eclética,
decadente, da sua época, ou seja, estoicismo
panteísta, cinismo e epicurismo materialista.
12. 2) Contexto:
• d) A fundação dessa comunidade ocorreu na segunda
viagem missionária de Paulo (At 18,1-18). Paulo
chegou aí depois de ter sido expulso de Filipos,
Tessalônica, Beréia e Atenas. Era o ano de 51.
• e) Paulo procurou apoio na colônia judaica, que era
muito numerosa em Corinto. Entre estes, encontrava-
se o casal Áquila e Priscila, provavelmente já cristão,
que exercia a profissão de curtidor como Paulo.
Ofereceu a Paulo hospedagem e oportunidade de
trabalhar e ganhar o pão. Paulo não queria ser
pesado a ninguém, e aceitou a proposta.
• f) Paulo começou a pregar aos judeus. Converteram-
se o chefe da sinagoga Crispo e companheiros, mas
os judeus que não aceitavam o Evangelho, levaram-
no ao tribunal do procônsul romano Galião, o qual, por
se tratar de questão religiosa judaica, não quis intervir.
13. 2) Contexto:
• g) Passando aos gentios conseguiu muitas conversões
entre as camadas humildes (At 18,8; 1Cor 1,26-29). Foi
reconfortado pelo Senhor em visão noturna (At 18,9s).
• h) Permaneceu em Corinto por um ano e seis meses, ou
seja, até 52/53, partindo depois para Éfeso. Após Paulo,
esteve em Corinto um judeu chamado Apolo, o qual era
de cultura helenista e possuía talentos de oratória que
Paulo não tinha (At 18,24-28; 1Cor 1,17-25; 2,1-5; 3,1-
4).
• i) Paulo continuou as relações com Corinto. Na terceira
viagem missionária, deixando-se permanecer em Éfeso,
deve teve freqüente notícias dos coríntios.
• j) As notícias que de lá viam não eram boas: davam-se
freqüentes escândalos por causa da luxúria. Paulo,
então, resolveu escrever de Éfeso aos coríntios uma
carta, datada de 55 e mencionada em 1Cor 5,9-11. Esta
foi perdida. Só sabemos que Paulo proibia os fiéis de
que tivessem comunhão com os cristãos impudicos.
14. 2) Contexto:
• k) A situação não melhorou. Alguns cristãos quiseram,
então, desacreditar Paulo perante a comunidade,
afirmando que ele queria impedir quaisquer relações
com fornicadores, avarentos ou idólatras, fossem
pagãos ou batizados.
• l) As preocupações de Paulo aumentaram quando
familiares de uma rica senhora, chamada Cloé, de
Corinto, chegaram a Éfeso, referindo a formação de
partidos naquela cidade:
1) o de Paulo (o pai espiritual);
2) o de Apolo (o orador eloqüente);
3) o de Pedro (judaizantes);
4) e o de Cristo (libertinos).
• Estes partidos favoreciam disputas, em que a sutileza
da dialética e a ostentação da sabedoria vaidosa tinham
largas partes (1Cor 1,11.17-25; 2,1-5; 3,3-9).
15. 2) Contexto:
• m) Outros informantes ainda falavam a Paulo:
1) de luxúria como não a praticavam os próprios
pagãos (1Cor 5,1);
2) que os cristãos se acusavam mutuamente diante
dos tribunais pagãos (1Cor 6,1-6);
3) as mulheres se comportavam imodestamente nas
assembléias de culto (1Cor 11,5-10; 14,30);
4) verificavam-se abusos na celebração da Eucaristia
(1Cor 11,17-22).
• n) Sabendo disso, Paulo resolveu agir: pediu a Apolo que
fosse ele mesmo a Corinto, testemunhando sua plena
concórdia com Paulo, o que dissiparia o espírito partidário.
Apolo, porém, declinou (1Cor 16,12). Paulo, então,
resolveu mandar o jovem Timóteo, já que ele não estava
envolvido com litígios da comunidade (1Cor 4,17; 16,10).
Ora, após a partida de Timóteo, Paulo, tencionando
fortalecer a autoridade do mesmo, resolveu escrever
pessoalmente aos coríntios. Assim surgiu a 1Cor.
16. 2) Contexto:
• o) A redação deste escrito havia de consumir, durantes várias
semanas, os serões de Paulo e seu escriba (1,1). Parece que
quando estavam terminando o capítulo 4 (5,1: “ouve-se
claramente dizer...”), novos emissários (Estefanaz, Fortunato
e Acaico) chegaram a Corinto, trazendo uma carta em que
várias questões eram apresentadas a Paulo (16,17):
1) matrimônio e virgindade (7,1);
2) carnes imoladas aos ídolos (8,1);
3) uso dos carismas (12,1);
4) ressurreição dos mortos (15,12.35).
• p) Deve ter sido escrita poucos meses após a Carta
mencionada em 1Cor 5,9, pois supõe o equívoco ainda
recente. Considerando-se 5,7 e 16,8, deve-se dizer que foi
redigida pouco antes da Páscoa de 56, três ou quatro anos
depois que Paulo deixara Corinto. De 16,8 e 18 se
depreende que foi escrita em Éfeso.
17. 3) Estrutura:
1,1-1,9
saudação e agradecimento
1,10-6,20
abusos e divisões na comunidade cristã de Corinto
7,1-15,58
respostas aos pedidos e perguntas
da comunidade cristã de Corinto:
matrimônio e celibato (7,1-40);
as carnes sacrificadas aos ídolos (8,1-11,1);
serviço da comunidade a Deus (12,1-14,40);
ressurreição dos mortos (15,1-58)
16,1-16,24
conclusão da epístola
18. 4) Mensagem:
• a) Em 1Cor Paulo explana assuntos muito variados, estabelecendo
princípios para vários tratados teológicos, lançando os rudimentos
do Direito eclesiástico (1Cor 5,3-5). Esta variedade de temas é sinal
de uma comunidade importante da Igreja nascente e dá à 1Cor o
caráter de “enciclopédia paulina”.
• b) Enquanto em 1 e 2Ts Paulo se voltava para o Cristo vindouro e
os problemas da parusia, em 1Cor (assim como em Gl, 2Cor, Rm)
ele manifesta a consciência de que o Cristo está presente e vive
nos membros da sua Igreja, esta doutrina, perpassa todos os temas
de 1Cor, conferindo-lhe considerável unidade:
• 1) As facções são condenadas pela razão de que Cristo é um
só. Cabeça e corpo constituem uma comunhão de vida, na qual não
se pode admitir divisão sem que haja morte (1,13);
• 2) A sabedoria de Deus, que Paulo opõe à sabedoria deste
mundo, encarnou-se no Cristo Jesus, que foi crucificado. Este
aspecto paradoxal da sabedoria divina reflete-se nos membros da
comunidade coríntia, que, aos olhos dos sábios da terra, são
desprezíveis, mas possuem bens indizíveis (1,18-31);
• 3) Os apóstolos são cooperadores de Deus (3,9), ministros
pelos quais Cristo age (4,1);
19. 4) Mensagem:
• 4) A pureza moral decorre do fato de que o cristão é membro de
Cristo, constitui um só espírito com Cristo à semelhança de esposa e
esposo, que entre si constituem uma só carne (6,15-17). Por isso os
cristãos devem fazer do seu corpo o reflexo da glória de Deus, que
neles habita (6,19s);
• 5) No lar em que nem todos são cristãos, a parte fiel santifica a parte
não cristã e os filhos (7,14). A virgindade é preferível ao matrimônio
porque permite mais íntima aplicação às coisas do Senhor (7,32-35);
• 6) Quanto aos idolotitos, há cristãos de consciência fraca que se
escandalizam quando vêem seus irmãos comer tais carnes. Os mais
esclarecidos devem, pois, renunciar aos seus direitos, quando
necessário, para não ofender a consciência deles, o que seria ofender
a do próprio Cristo (8,4.11-13);
• 7) As reuniões de culto merecem o máximo respeito, pois então é a
vida do Pai que, através do Cristo, se comunica ao homem e à mulher
(11,2-16);
• 8) Também à diversidade de dons é aplicada a regra do corpo de
Cristo, tendo em vista sempre o maior bem do Corpo (12,1-31; 14,1-
40). Nesse contexto, a caridade aparece como dom supremo para a
unidade;
• 9) A ressurreição dos mortos era odiosa aos gregos, que só
conheciam o corpo como cárcere da alma. Paulo afirma que, se Cristo
ressuscitou (e disto os coríntios não duvidam), não pode haver dúvida
de que os membros do seu Corpo Místico ressuscitarão com Ele para
uma vida gloriosa como a do próprio Senhor ressuscitado (15,1-58).
20. 5) Conclusão:
Cartas perdidas de Paulo:
1) 1Cor 5,9: seria uma “Carta A” (= foi
perdida);
2) A atual 1Cor seria uma “Carta B”;
3) 2Cor 2,4: “Carta de lágrimas” (= foi
perdida), seria uma “Carta C”;
4) A 2Cor seria uma “Carta D”.
Tema central de 1Cor: moral;
Data de 55-56 (54);
Escrita de Éfeso.
Autoria paulina.