Este documento discute estratégias para minimizar infecções hospitalares e acidentes de trabalho em hospitais. Ele fornece cinco estratégias para cada, como lavar as mãos regularmente e seguir protocolos de segurança para evitar acidentes. A avaliação também discute a importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar para monitorar e prevenir esses problemas.
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Avaliação fundamentos de enfermagem
1. 1
FACULDADE DE TECNOLOGIA INTENSIVA
Curso Superior de Radiologia
AVALIAÇÃO DE FUNDAMENTOS DE ENFERMAGEM
Por
Patrícia Borges
Em cumprimento parcial para
a aprovação da disciplina
Fundamentos de Enfermagem
ministrada pela Professora
Samira Valentim.
Fortaleza, junho de 2012.
2. 2
SUMÁRIO
SUMÁRIO ..................................................................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................... 3
DESENVOLVIMENTO .............................................................................................................................................. 7
1. COMO A CCIH DEVE PROCEDER DIANTE DA INFECÇÃO HOSPITALAR DA UTI PEDIÁTRICA? .................................. 7
2. COMO O HOSPITAL DEVE PROCEDER DIANTE DE UM ACIDENTE DE TRABALHO?.................................................... 7
3. DESENVOLVA CINCO ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR. ................................. 8
4. DESENVOLVA CINCO ESTRATÉGIAS PARA MINIMIZAR OS CASOS DE ACIDENTE DE TRABALHO. ............................... 9
5. ESCOLHA UM SETOR DO HOSPITAL E REALIZE UM MAPA DE RISCO E POSTERIORMENTE EXPLIQUE-O. ................. 10
6. QUAL A IMPORTÂNCIA DE CCIH PARA O HOSPITAL? ...................................................................... 10
CONCLUSÃO.............................................................................................................................................. 11
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 12
3. 3
Introdução
Procedendo a uma análise do estudo de caso em questão, torna-se
bastante óbvia, numa visão preliminar, uma deficiência na gestão do Hospital
Santo Antônio. Um desequilíbrio entre receita e despesas acabou culminando
numa série de situações que teve como ápice graves problemas de infecção
hospitalar.
O controle de qualidade na administração hospitalar deve ser incessante
porque isso vai refletir nos resultados que a entidade vai alcançar junto à sua
clientela de pacientes.
Abrindo um breve parêntese sobre administração hospitalar, pois esse não é
o foco de nosso tema, gostaria apenas de pontuar, em consonância com Bessie
L. Marquis alguns itens que considero pertinentes aos papéis da liderança e as
funções administrativas inerentes ao controle de qualidade na administração
hospitalar, a saber:
1. Estimular os subordinados no desenvolvimento ativo no processo de
controle de qualidade.
2. Comunicar claramente os padrões de atendimento esperados aos
subordinados.
3. (...) Maximizar a qualidade em vez de fixar padrões mínimos de
segurança.
4. 4
4. Envolver-se na melhoria de qualidade e priorizá-la como um processo
contínuo.
5. Distinguir entre padrões clínicos e padrões de uso de recursos,
garantindo que os pacientes recebam, no mínimo, os níveis
minimamente aceitos no atendimento de qualidade.
6. Determinar discrepâncias entre o atendimento prestado e os padrões da
unidade e buscar mais informações sobre os motivos para os padrões
não terem sido atendidos.
7. Usar achados sobre controle de qualidade para determinar áreas
necessárias de educação ou instruções aos funcionários.
8. Levantar continuamente dados sobre o ambiente da unidade e da
organização para identificar e categorizar os erros que ocorrem e, de
forma proativa, reestruturar os processos que levaram a eles.1
Diante do que foi enfatizado, a gênese de toda essa situação recai sobre a
má administração desta unidade de saúde. Se fosse uma deficiência dentro dos
critérios da CCIH o problema teria sido solucionado.
O quadro de infecção hospitalar dentro da unidade de saúde Santo Antônio
constitui um caso que já atingiu os níveis críticos de tolerância, mas esta é uma
situação que é tida como o calcanhar de alquiles de qualquer organização
hospitalar.
A preocupação em relação à IH sempre existiu e pareceu diminuir – ou
pelo menos, aumentou a tranquilidade na prática clínica – com a descoberta e a
introdução dos antibióticos no arsenal terapêutico e o reconhecimento, desde o
final do século XIX, de fatores de risco associados à gênese das infecções
hospitalares que permitia considerar, pelo menos em teoria, fatores
aparentemente passíveis de prevenção de IH em muitos casos. Os relatos
posteriores e a história demonstraram o contrário.2
1
Bessie L. Marquis & Carol J. Huston. Administração e Liderança em Enfermagem – Teoria e prática. 6ª Ed.
Porto Alegre: Artmed, 2010. Op. Cit. Pag. 559.
2
Londoño, Gustavo Malagón. Administração Hospitalar – 3ª Ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan,
2010, Op. Cit. pag. 416. Artigo de Juan Manuel Acuña A.
5. 5
A problemática das infecções hospitalares merece acompanhamento
contínuo por parte das autoridades da saúde desde que foi identificado no século
XIX quando vírus a bactérias começaram a ser observados pelas lentes dos
microscópios. Em decorrência desse fato foram criadas várias frentes de controle
e investigação dessas infecções. No Brasil, o Ministério da Saúde através da
Portaria nº 2.616, de 12 de maio de 1998 dispõe o seguinte:
Considerando que as infecções hospitalares constituem risco
significativo à saúde dos usuários dos hospitais, e sua
prevenção e controle envolvem medidas de qualificação da
assistência hospitalar, de vigilância sanitária e outras, tomadas
no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital,
atinentes ao seu funcionamento.3
Os hospitais são instituições que apresentam características especiais do
ponto de vista dos microrganismos que conseguem colonizar ou infectar o ser
humano. Este está em permanente contato com vírus e bactérias e
frequentemente se vê infectado por estes microrganismos aos quais está exposto.
O meio hospitalar desequilibra esse balanço de todos os pontos de vista: o
hospedeiro geralmente se encontra num estado de maior vulnerabilidade, o meio
hospitalar representa um fator de risco para o ser humano e os microrganismos
que existem no hospital são diferentes e mais virulentos do que aqueles
encontrados no meio extra-hospitalar. Estas características fazem com que a
probabilidade de infecção seja maior.4
Um estudo realizado em 1970 pelo SENIC (Study on the Efficacy of
Nosocomial Infection Control Project ) determinou que os hospitais que tinham
atividades enérgicas e definidas de vigilância e controle da infecção, pelo menos
um infectologista por cada 250 leitos, um epidemiologista clínico ou com
experiência em leito hospitalar num processo de retroalimentação de informações
desses profissionais para os demais médicos envolvidos nas intervenções e/ou
3
Portaria MS 2.616/98. (março de 2000). Cursos Para Controle de Infecções Hospitalares. Disponível em
ccih.med.br: www.ccih.med.br
4
Londoño, Op. Cit. Pág. 417.
6. 6
infecções (especialmente cirurgiões), tinham taxas 32% menores de infecção do
que suas contrapartes (hospitais nos quais estes elementos não existiam de
forma total ou parcial.5
Outros elementos identificados como essenciais no controle e prevenção
da infecção hospitalar são a existência de uma comissão de controle de
infecção (grifo meu), disponibilidade de recursos específicos destinados a
detecção, pesquisa, determinação de riscos específicos de IH, intervenções
apropriadas e agressivas e avaliação permanente do sistema hospitalar. 6
A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de Teresina
elaborou um manual intitulado Normas em Controles de Infecções Hospitalares
que serve como referência e aporte para que as instituições hospitalares possam,
dentro de seu perfil e características peculiares, elaborar seu próprio plano de
trabalho em seu CCIH. Este manual traz precauções universais e simples que
ajudam no bom andamento da rotina do ambiente hospitalar, bem como ajudam
no condicionamento dos funcionários para o emprego de padrões que, quando
bem empregados garantem a maximização na qualidade do atendimento e
consequentemente na redução de fatores que levam à proliferação de infecções
hospitalares.
De posse desses elementos creio já ser possível analisar, avaliar e traçar
um plano de socorro para o Hospital Santo Antônio na busca por melhores
estratégias de monitoramento e controle das infecções hospitalares.
5
Idem, pag. 417.
6
Idem.
7. 7
Desenvolvimento
1. Como a CCIH deve proceder diante da infecção hospitalar da UTI
pediátrica?
De acordo com as diretrizes do CCIH toda UTI está catalogada dentro do
perfil de áreas críticas de qualquer unidade de saúde. Vamos supor que num
mundo real a deficiência da gestão no Hospital Santo Antônio tenha sido
resolvida. Vamos nos voltar agora para a situação dentro da UTI pediátrica.
Depois de feitos os levantamentos sobre as causas que levaram à infecção neste
setor, fichamento, relatórios, isolamentos, etc., o próximo passo seria fazer um
procedimento de higienização, desinfecção e esterilização de toda a área.
Segundo os estudos do SENIC, um hospital deste porte deve ter pelo
menos um infectologista e um epidemiologista clínico para dar conta da demanda
de leitos existentes. A CCIH do HSA deve imediatamente nomear estes
profissionais para o quadro desta comissão.
Outro passo importante não somente para a UTI pediátrica, mas para
toda a unidade é o investimento em treinamento dos profissionais deste hospital
para que sigam as normas padronizadas da cartilha do CCIH e a compra de
materiais que promovam a segurança de profissionais e pacientes. Pessoal
treinado, ambiente asseado e bem sinalizado pode reduzir e muito os índices de
infecções.
2. Como o hospital deve proceder diante de um acidente de trabalho?
Os trabalhadores (...) atuam em ambiente hospitalar estão expostos a
inúmeros riscos ocupacionais. Entre estes, destacamos os acidentes do trabalho
8. 8
com material perfuro cortante . Atualmente, a preocupação com a questão do
acidente hospitalar com este tipo de material tem mobilizado pesquisadores e
organizações de muitos países.7
O hospital deve criar o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
(SCIH), órgão encarregado das ações programadas de controle das infecções
hospitalares e responsável também pelo registro de notificações de acidentes
laborais. Em seguida o hospital deve encaminhar o profissional ao Centro de
Referência no Atendimento de Acidentes Ocupacionais com Material Biológico de
sua região para que seja dado início a profilaxia com medicamentos
antirretrovirais.8
3. Desenvolva cinco estratégias para minimizar os casos de infecção
hospitalar.
De acordo com os manuais de rotinas hospitalares, se os profissionais
praticarem as medidas gerais de controle das infecções hospitalares, o risco de
contaminação e infecção podem se reduzir para índices aceitáveis pela OMS.
Citarei algumas:
Lavar sempre as mãos.
- Após qualquer trabalho de limpeza.
- Ao verificar sujeira visível nas mãos.
- Antes e após utilizar o banheiro.
- Após tossir, espirrar ou assoar o nariz.
- Antes e após atender o paciente.
- Antes e após o término do dia de trabalho.
Não sentar no leito do paciente (pode-se carregar germes para casa
ou deixar germes no leito do doente).
- Manter os cabelos compridos presos durante o manuseio do doente (em áreas
críticas usar gorros)
Manter o avental sempre abotoado.
Evitar o uso de joias ao realizar procedimentos; elas são possíveis
fontes de germes.
7
BRANDI, Simone, [et al] Ocorrência de acidente do trabalho por material perfuro cortante entre
trabalhadores de enfermagem de um hospital universitário da cidade de campinas, estado de São Paulo.
8
Moramay, Sol [et al], Comissão de Biossegurança do CRO-AP. www.croap.org.br
9. 9
Seguir corretamente as normas técnicas na realização de qualquer
procedimento.9
4. Desenvolva cinco estratégias para minimizar os casos de acidente
de trabalho.
Para cada procedimento realizado em hospitais há uma regra já definida
em manuais, resoluções, normas ou instruções normativas. A melhor
estratégia para minimizar os casos de acidente de trabalho é a prevenção.
Para isso alguns cuidados precisam ser tomados em relação ao local de
trabalho.
Aos chefes de grupo cabe a responsabilidade de orientar seu pessoal e
exigir o cumprimento das regras, sendo os mesmos, responsáveis
diretos por abusos e falta de capacitação profissional para utilizar os
equipamentos, reagentes e infraestrutura.
Ao perceber que um aparelho está quebrado, comunique
imediatamente ao chefe do setor para que o reparo possa ser
providenciado.
Planeje bem os seus protocolos e realize os procedimentos
operacionais dos mesmos. Idealmente, antes de começar um
experimento, você deve saber exatamente o que será consumido,
sobretudo no tocante ao uso de material.
Trabalho com patógenos não deve ser realizado em local movimentado.
O acesso ao laboratório deve ser restrito a pessoas que, realmente,
manuseiem o material biológico.
Saída da área de trabalho, mesmo que temporariamente, usando luvas
(mesmo que o profissional tenha certeza de que não estão
contaminadas), máscara ou avental, é estritamente proibida. Não se
deve tocar com as luvas em maçanetas, interruptores, telefone, etc. (Só
se deve tocar com as luvas o material estritamente necessário ao
trabalho).10
9
VERAS, Dr. Kelson Nobre [et al], Normas em Controle de Infecções Hospitalares. Fundação Municipal de
Saúde: Teresina, 2003.
10
Manual de Biossegurança. Laboratório de hemoglobinas e Genética das Doenças Hematológicas. UNESP,
SP, s/d. (Paulista)
10. 10
5. Escolha um setor do hospital e realize um mapa de risco e
posteriormente explique-o.
MAPA DE RISCO DO SETOR DE RADIOLOGIA
Este setor apresenta todas as variáveis que um mapa de risco contém:
TIPO DE RISCO QUÍMICO ERGONÔMICO MECÂNICO FÍSICO BIOLÓGICO
COR
Por falta de Por máquinas ou contágio pelo ar e
Por manipulação orientação ou equipamentos possíveis
Por radiação.
AGENTES de radiofármacos. treinamento ou por sem proteção ou queimaduras por
CAUSADORES jornada dupla. manutenção. exposição
radioativa.
RISCO LEVE
RISCO MÉDIO
RISCO ELEVADO
Figura 1 – Mapa de risco do setor de radiologia.
6. Qual a importância de CCIH para o hospital?
A CCIH é um serviço de vigilância sanitária dentro do próprio hospital e como tal ele
deve criar dentro da instituição uma cultura de vigilância permanente a fim de que os
riscos de infecções estejam dentro dos níveis aceitáveis.
É importante também para o profissional porque ele tem a segurança de que os
métodos empregados em sua rotina de trabalho estão respaldados dentro de um padrão
internacional.
É importante para o paciente porque ele é razão maior de toda aquela estrutura que
funciona em prol da manutenção de sua saúde e bem-estar. É importante também para a
comunidade como um todo porque é uma maneira de melhorarmos a qualidade da saúde
em todo o território nacional.
11. 11
Conclusão
Em primeiro lugar recomendaria uma substituição geral do grupo de
gestores devido a sua incapacidade administrativa, haja vista os péssimos
resultados acumulados ao longo de cinco anos.
O Hospital Santo Antônio deve ser visto e tratado com um ser
extremamente enfermo. Deve-se proceder a uma Anamnese e trazer à tona todas
as situações que culminaram com sua enfermidade. Em seguida, uma junta de
profissionais na área de gestão hospitalar deve avaliar toda a situação e partir em
busca de uma solução. Depois de todo esse trabalho de base é que a equipe
deve se voltar pra área da logística e implementar novas regras para o seu
funcionamento.
A CCIH deve nomear um infectologista e um epidemiologista para fazer a
cobertura das áreas de risco como reza os critérios do SENIC e prover o hospital
de equipamentos e materiais necessários à segurança de seu corpo de
funcionários, bem como o investimento em treinamento de todos os seus
funcionários.
Isto posto, teria como uma última recomendação cobrar de todos os
colaboradores deste hospital o compromisso individual e coletivo de
perseverarem no sentido manter em ordem toda a estrutura de vigilância com
base no que foi estabelecido pelos gestores e pela CCIH.
12. 12
Bibliografia
Brandi, S. (s.d.). Universidade de São Paulo - USP. Acesso em 07 de JUNHO de 2012, disponível em
http://www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/426.pdf
Londoño, G. M. (2010). Administração Hospitalar (3ª ed.). Rio de janeiro, RJ: Guanabara Koogan.
Marquis, B. L., & Huston, C. J. (2010). Administração e Liderança em Enfermagem - Teoria e
prática (6ª ed.). Porto Alegre, RS, Brasil: Artmed.
Moramay, S., & Barbosa, M. (2009). Comissão de Biossegurança do CRO - AP. Acesso em 08 de
junho de 2012, disponível em Conselho Regional de Odontologia do Amapá:
www.croap.org.br/site/arquivos/4.doc
Paulista, U. E. (s.d.). Manual de Biossegurança. Acesso em 08 de junho de 2012, disponível em
http://www.cro-
rj.org.br/biosseguranca/Manual%20Biosseguranca%20praticas%20corretas.pdf
Portaria MS 2.616/98. (março de 2000). Cursos Para Controle de Infecções Hospitalares. Acesso
em 07 de junho de 2012, disponível em ccih.med.br: www.ccih.med.br
Veras, D. N., Alexandria, D. E., & Dantas, D. E. (2003). Manual de Rotinas em CCIH. (F. M. Saúde,
Ed.) Acesso em 08 de junho de 2012, disponível em Normas em Controle de Infecções
Hospitalares: http://pt.scribd.com/doc/7154947/Manual-de-Rotinas-Em-CCIH#page=102