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AUTOMAÇÃO DE ESTEIRA TRANSPORTADORA


1- Requisitos para o Sistema de Automação

       Nesta experiência o aluno deverá desenvolver e implementar o sistema para controle
de uma esteira transportadora como ilustrado na figura 1.




                                  Fig. 1 - Sistema a ser controlado


       O sistema de controle a ser desenvolvido deverá atender aos seguintes requisitos:

a)- A partida da esteira se dá através do acionamento do push-botton de partida

b)- Ao ser dada a partida, o motor de indução trifásico (220 V) que aciona a esteira é ligado
    em estrela. Após 5 segundos de funcionamento a ligação deve ser automaticamente
    mudada para triângulo.

c)- O motor irá acionar a esteira até que a caçamba de transporte de material atinja a posição
    2 (esta situação é detectada pela chave fim de curso 2). O motor deve ser desligado por
    10 segundos (tempo necessário para a carga/descarga do material) e em seguida sua
    rotação deve ser automaticamente revertida de modo que a caçamba retorne à posição 1.

d)- O push-botton de parada deve interromper o movimento da esteira em qualquer etapa do
    processo. Ao ser novamente acionado o push-botton de partida, o processo deve ser
    completado até o retorno da caçamba à posição 1.

e)- Em qualquer etapa do processo, a partida do motor deve sempre ser feita na ligação
    estrela e revertida para triângulo após 5 segundos de funcionamento.
2- Circuito de Potência

        O circuito de potência necessário para o controle do motor utiliza 4 contatores
trifásicos e é mostrado na figura 2. Dois desses contatores (C e D) são utilizados para fazer as
ligações estrela e triângulo, sendo os outros dois (A e B) utilizados no controle do sentido de
rotação do motor. O contator A é responsável por girar o motor no sentido de levar a caçamba
da posição 1 para 2. O contator B, por sua vez, inverte o sentido de rotação através de uma
mudança na seqüência de fase do trifásico. O contator C, quando energizado, liga as bobinas
do motor em estrêla; o contator D altera essa ligação para delta. A figura 2-b ilustra a forma
de conexão das bobinas dos contatores com a saída digital do PLC. Os contatos normalmente
fechado em série com essas bobinas proporcionam um intertravamento físico (não somente
no diagrama ladder do PLC) entre os pares de contatores A,B e C,D. Esse intertravamento é
necessário por razões de segurança, uma vez que o acionamento simultâneo dos contatores A
e B ou C e D provoca um curto circuito no trifásico.




                     Fig. 2 - Circuito de potência para controle do motor

         As tabelas 1 e 2 indicam a forma de conexão das saídas e entradas do PLC.
  variável         saída     endereço                  variável      tipo   entrada endereço
Bobina A             1         O:2/1             P.B. partida        NA         0       I:1/0
Bobina B             4         O:2/4             P.B. parada         NF         1       I:1/1
Bobina C             2         O:2/2             Fim de curso 1      NA         2       I:1/2
Bobina D             3         O:2/3             Fim de curso 2      NA         3       I:1/3
3- Diagrama Ladder



       O diagrama ladder para controle da esteira é mostrado na figura 3. Na linha 1 desse
diagrama    a variável sentido indica a direção no deslocamento da caçamba. Quando a
variável é falsa, a caçamba desloca-se no sentido da posição 1 para 2, e quando verdadeira
ocorre o retorno para a posição 1. Ao se energizar o PLC, com a caçamba na posição inicial,
a variável sentido torna-se falsa . Ao se atingir a posição 2, devido ao fechamento da chave
fim de curso 2, a variável torna-se verdadeira indicando o retorno da caçamba. Quando esta
retorna à posição 1, a variável retornou torna-se verdadeira o que acarreta em novamente
zerar sentido.

       Na linha 2 utiliza-se a instrução OSR, a qual torna a linha verdadeira, durante uma
varredura, quando ocorre uma transição de falsa para verdadeira na entrada da instrução.
Dessa forma, quando a caçamba chega à posição 1 a variável retornou torna-se verdadeira
durante um ciclo de scan do programa. Isto é suficiente para zerar novamente a variável
sentido preparando o próximo ciclo.

       Nas linhas 4 e 5 as variáveis vai e volta controlam as saídas digitais que energizam as
bobinas dos contatores A e B (vide fig.2), respectivamente. Quando sentido é falso a variável
vai pode ser habilitada, caso contrário, a habilitação ocorre para volta. Timer_2/DN na linha
5 inicia a volta da caçamba quando o timer 2 termina a temporização referente ao tempo de
carga/descarga na posição 2.

       As instruções da linha 7 contam o tempo necessário para o chaveamento da ligação
estrela para delta. As linhas 8 e 9, por sua vez, controlam as saídas digitais que energizam as
bobinas dos contatores C e D (ligação estrela e delta do motor, respectivamente).



4- Exercício para o Relatório
Automacao De Esteira Transportora2

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Automacao De Esteira Transportora2

  • 1. AUTOMAÇÃO DE ESTEIRA TRANSPORTADORA 1- Requisitos para o Sistema de Automação Nesta experiência o aluno deverá desenvolver e implementar o sistema para controle de uma esteira transportadora como ilustrado na figura 1. Fig. 1 - Sistema a ser controlado O sistema de controle a ser desenvolvido deverá atender aos seguintes requisitos: a)- A partida da esteira se dá através do acionamento do push-botton de partida b)- Ao ser dada a partida, o motor de indução trifásico (220 V) que aciona a esteira é ligado em estrela. Após 5 segundos de funcionamento a ligação deve ser automaticamente mudada para triângulo. c)- O motor irá acionar a esteira até que a caçamba de transporte de material atinja a posição 2 (esta situação é detectada pela chave fim de curso 2). O motor deve ser desligado por 10 segundos (tempo necessário para a carga/descarga do material) e em seguida sua rotação deve ser automaticamente revertida de modo que a caçamba retorne à posição 1. d)- O push-botton de parada deve interromper o movimento da esteira em qualquer etapa do processo. Ao ser novamente acionado o push-botton de partida, o processo deve ser completado até o retorno da caçamba à posição 1. e)- Em qualquer etapa do processo, a partida do motor deve sempre ser feita na ligação estrela e revertida para triângulo após 5 segundos de funcionamento.
  • 2. 2- Circuito de Potência O circuito de potência necessário para o controle do motor utiliza 4 contatores trifásicos e é mostrado na figura 2. Dois desses contatores (C e D) são utilizados para fazer as ligações estrela e triângulo, sendo os outros dois (A e B) utilizados no controle do sentido de rotação do motor. O contator A é responsável por girar o motor no sentido de levar a caçamba da posição 1 para 2. O contator B, por sua vez, inverte o sentido de rotação através de uma mudança na seqüência de fase do trifásico. O contator C, quando energizado, liga as bobinas do motor em estrêla; o contator D altera essa ligação para delta. A figura 2-b ilustra a forma de conexão das bobinas dos contatores com a saída digital do PLC. Os contatos normalmente fechado em série com essas bobinas proporcionam um intertravamento físico (não somente no diagrama ladder do PLC) entre os pares de contatores A,B e C,D. Esse intertravamento é necessário por razões de segurança, uma vez que o acionamento simultâneo dos contatores A e B ou C e D provoca um curto circuito no trifásico. Fig. 2 - Circuito de potência para controle do motor As tabelas 1 e 2 indicam a forma de conexão das saídas e entradas do PLC. variável saída endereço variável tipo entrada endereço Bobina A 1 O:2/1 P.B. partida NA 0 I:1/0 Bobina B 4 O:2/4 P.B. parada NF 1 I:1/1 Bobina C 2 O:2/2 Fim de curso 1 NA 2 I:1/2 Bobina D 3 O:2/3 Fim de curso 2 NA 3 I:1/3
  • 3. 3- Diagrama Ladder O diagrama ladder para controle da esteira é mostrado na figura 3. Na linha 1 desse diagrama a variável sentido indica a direção no deslocamento da caçamba. Quando a variável é falsa, a caçamba desloca-se no sentido da posição 1 para 2, e quando verdadeira ocorre o retorno para a posição 1. Ao se energizar o PLC, com a caçamba na posição inicial, a variável sentido torna-se falsa . Ao se atingir a posição 2, devido ao fechamento da chave fim de curso 2, a variável torna-se verdadeira indicando o retorno da caçamba. Quando esta retorna à posição 1, a variável retornou torna-se verdadeira o que acarreta em novamente zerar sentido. Na linha 2 utiliza-se a instrução OSR, a qual torna a linha verdadeira, durante uma varredura, quando ocorre uma transição de falsa para verdadeira na entrada da instrução. Dessa forma, quando a caçamba chega à posição 1 a variável retornou torna-se verdadeira durante um ciclo de scan do programa. Isto é suficiente para zerar novamente a variável sentido preparando o próximo ciclo. Nas linhas 4 e 5 as variáveis vai e volta controlam as saídas digitais que energizam as bobinas dos contatores A e B (vide fig.2), respectivamente. Quando sentido é falso a variável vai pode ser habilitada, caso contrário, a habilitação ocorre para volta. Timer_2/DN na linha 5 inicia a volta da caçamba quando o timer 2 termina a temporização referente ao tempo de carga/descarga na posição 2. As instruções da linha 7 contam o tempo necessário para o chaveamento da ligação estrela para delta. As linhas 8 e 9, por sua vez, controlam as saídas digitais que energizam as bobinas dos contatores C e D (ligação estrela e delta do motor, respectivamente). 4- Exercício para o Relatório