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Disciplina: Fundamentos V
Professora: Manuella Aragão
 Até o final da década de 1960, e entrando pelos anos 1970, no
discurso e na ação governamentais há um claro componente
de validação e reforço ao serviço social tradicional;
 Um dos componentes das relações entre a autocracia
burguesa e o serviço social operou para a manutenção das
modalidades de intervenção e (auto) representações que
matrizavam a profissão desde o início dos anos 1950;
 Se, realmente, a autocracia burguesa investiu na reiteração de
formas tradicionais da profissão, seu movimento imanente
apontou para uma ponderável reformulação do cenário do
serviço social, justamente pela instauração de algumas
condições;
 Tais condições vinculam-se sobretudo à reorganização do
Estado e às modificações profundas na sociedade que se
efetivaram, durante o ciclo autocrático burguês, sob o
comando do grande capital;
 Essa condições ferem o serviço social, especialmente, em
dois níveis: o da sua prática e o da sua formação
profissional;
 No que diz respeito à pratica, o processo da “modernização
conservadora” engendrou um mercado nacional. A
expansão desse mercado tem conexão direta com o
andamento da industrialização pesada;
 O Estado, tradicional grande empregador dos assistente
sociais, reformula substantivamente, a partir de 1966-1967,
as estruturas onde se inseriam aqueles profissionais- na
abertura de uma série de reformas que, atingindo
primeiramente o sistema previdenciário, haveria de alterar
de cima a baixo o conjunto de instituições e aparatos
governamentais através dos quais se interfere na “questão
social”;
 Acarretando uma diferenciação e uma especialização das
próprias atividades dos assistentes sociais, decorrentes
quer do elenco mais amplo das políticas sociais, quer das
próprias sequelas do “modelo econômico” (ver nota de
rodapé 15- pg. 121);
 Além disso, o mercado nacional no final do anos 1970 é
dinamizado por outro polo, que não diretamente o Estado:
trata-se das médias e grandes empresas. O crescimento
industrial que se opera torna este segmento do mercado de
trabalho algo extremamente expressivo- é a partir de então
que podemos falar de um serviço social de empresa;
Necessidades peculiares de vigilância e controle da força de
trabalho no território da produção;
 Sinteticamente, o fato central é que, no curso deste
processo, mudou o perfil do profissional demandado pelo
mercado de trabalho que as condições novas postas pelo
quadro macroscópico da autocracia burguesa faziam
emergir: exige-se um assistente social ele mesmo
“moderno”- com um desempenho onde traços
“tradicionais” são deslocados e substituídos por
procedimentos “racionais”.
 Produzir este profissional “moderno” implicava uma
profunda rotação nos mecanismos vigentes da formação
dos assistentes sociais (pg. 124-125)/
 Inserção do ensino do Serviço Social no âmbito
universitário no lapso de vigência da autocracia burguesa;
 No plano específico do perfil da formação profissional, o
impacto operado pelo ingresso na universidade foi
multifacetado e contraditório. De um lado, propiciou
institucionalmente a interação das preocupações técnico-
profissionais com as disciplinas vinculadas às ciências
sociais; é então que a formação recebe de fato o influxo da
sociologia, da psicologia social e da antropologia.
Simultaneamente, a formação recebe a influência dos viés
tecnocrático e asséptico das disciplinas sociais possíveis na
universidade da ditadura.
 Os docentes puderam acumular reservas de forças e
engendrar no âmbito do Serviço Social uma massa crítica
(pg.126);
A “modernização conservadora "redefine a base da
legitimidade profissional ao se redefinirem as exigências do
mercado de trabalho e o quadro da formação para ele
É neste contexto que se desenvolve a renovação do Serviço
Social.
Emergência da renovação do serviço social- romper com o
confessionalismo
Modernizar a formação profissional e a sua prática
Erosão das bases do serviço social tradicional
Novas modalidades de intervenção sobre a questão social a
partir da industrialização pesada;
Inserção dos assistentes sociais em equipes
multiprofissionais;
Condição de “agente de mudança”
O movimento estudantil faz seu ingresso nas escolas de
Serviço Social.
O processo e os traços gerais da renovação do Serviço Social
 A renovação implica no conjunto de características novas
que vão permear a profissão;
 Natureza profissional dotada de legitimação prática,
através de respostas a demandas sociais e da sua
sistematização, e de validação teórica, mediante a
remissão às teorias e disciplinas sociais;
 A laicização é um dos elementos caracterizadores de
renovação do Serviço Social sob a autocracia burguesa;
 Instaurando condições para uma renovação do Serviço
Social de acordo com as suas necessidades e interesses, a
autocracia burguesa criou simultaneamente um espaço
onde de inscrevia a possibilidade de se gestarem
alternativas às praticas e às concepções profissionais que
ela demandava;
 Ênfase na analise crítica do próprio Serviço Social: a
profissão mesma se põe como objeto de pesquisa, num
andamento antes desconhecido. O Serviço Social se
questiona e se investiga como tal.
 Quatro aspectos sinalizam os nós mais decisivos do
processo de renovação do Serviço Social:
 A instauração do pluralismo teórico, ideológico, e político
no marco profissional;
 A diferenciação das concepções profissionais (natureza,
objeto, objetivos e práticas), derivada do recurso
diversificado a matrizes teórico-metodológicas
alternativas, rompendo com a homogeneidade e
inaugurando um momento de discussões e polemicas de
relevo no interior da profissão.
 A sintonia da polêmica teórico-metodológica profissional
com as discussões em curso no conjunto das ciências
sociais, inserindo o Serviço Social na interlocução
acadêmica e cultural contemporânea como protagonista
que tentar cortar com a subalternidade (intelectual) posta
por funções meramente executivas;
 A constituição de segmentos de vanguarda inseridos na
vida acadêmica, voltados para a pesquisa e investigação.
As direções da Renovação do Serviço Social no Brasil
Três momentos importantes:
1) 2° metade dos anos 1960;
Impulso organizador do CBCISS- “Seminários de teorização”
2) Dez anos depois (1975);
Objetivação das inquietudes sistematizadas no âmbito dos
cursos de pós-graduação
3) Abertura dos nos 1980;
Intervenção dos organismos ligados às agências de formação
(ABESS) ou diretamente à categoria profissional (associações
profissionais, sindicatos).
 Dados significativos desse movimento:
 O alargamento do elenco de interlocutores, em função da
pluralidade dos organismos envolvidos e da ampliação da
categoria profissional (gradualmente o grupo restrito das
“estrelas” consagradas da profissão vai sendo deslocado
por um segmento cada vez maior de profissionais;
 Nova modalidade de difusão dos conteúdos da renovação
(emergência de condutos mais capilarizados e eficazes
para divulgar os eixos da renovação.
 Erodida a base do Serviço Social tradicional, a reflexão
profissional se desenvolveu em três direções principais.
Perspectiva modernizadora
 Adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de
intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser
operacionalizado no marco de estratégias de
desenvolvimento capitalista, às exigências próprias pelos
processos sócio-políticos emergentes no pós-64;
 Seminários de Araxá e Teresópolis;
Tematização do Serviço Social como dinamizador e
integrador do processo de desenvolvimento;
Instrumento profissional de suporte a políticas de
desenvolvimento;
 Aceita como dado inquestionável a ordem sociopolítica
derivada de abril e procura dotar a profissão de
referências e instrumentos capazes de responder às
demandas que se apresentam nos seus limites;
 Abertura de espaços socioprofissionais nas instituições e
organizações estatais e paraestatais, submetidas à
racionalidade burocrática das reformas promovidas pelo
Estado ditatorial;
 Hegemonia em meados dos anos 1970;
 Conteúdo reformista;
 Intelectual de referência- Lucena Dantas
Perspectiva de Reatualizarão do Conservadorismo
 Vertente que recupera os componentes mais estratificados
da herança histórica e conservadora da profissão nos
domínios da (auto) representação e da prática, e os repõe
sobre uma base teórico-metodológica que se reclama
nova;
 Repudia tanto os padrões mais nitidamente vinculados à
tradição positivista como as referências ao pensamento de
raiz marxiana;
 Inspiração fenomenológica;
 Visão de mundo derivada do pensamento católico
tradicional- traço microscópico da intervenção
profissional.
Perspectiva modernizadora Reatualização do Conservadorismo
Tem como base teórica o estrutural
 Funcionalista
Tem como base teórica a Fenomenologia
Abordagem positivista Naturalista Abordagem humanista  Culturalista
Produções teóricas  Documento de Araxá (1967)
e Documento de Teresópolis (1970)
Produções teóricas  Doc. de Súmare( 1978), Alto da
Boa Vista (1988) e as contribuições de ALMEIDA,
PAVÃO E CARVALHO
Serviço Social entendido como uma profissão
apta a atuar junto aos indivíduos desajustados
Serviço Social entendido como uma ajuda psicossocial
O assistente social é neutro e o objeto é tratado
como coisa
O assistente social busca compreender as experiências
vividas pelo cliente, levando-o a refletir sobre a
realidade em que se encontra
As funções do SSO são definidas em alinhamento
com a modernização e em combinação com o
tradicional. Ênfase na técnica, no planejamento e
na neutralidade profissional
As funções do SSO são norteadas pelo processo de ajuda
psicossocial. Ênfase na abordagem individual, no
diálogo e na interação entre profissional e cliente
Continuidade com o caldo tradicional da
profissão
Não rompe com o passado, mas lhe dá nova roupagem
 Fenomenológica
Perspectiva de intenção de ruptura
 Realiza uma crítica sistemática ao desempenho
tradicional do Serviço Social em seus suportes teóricos,
metodológicos e ideológicos;
 Tem suas elaborações junto a comunidade acadêmica;
 Aproximação a teoria social marxista:
 1º momento: Forma enviesada
 2º momento: Indo aos clássicos
 3º momento: Espraiamento sobre a categoria
profissional
 Déc. de 1980: Grandes produções  IAMAMOTO;
NETTO.
 Compreensão da profissão dentro do escopo das relações
capitalistas de produção, o aspecto funcional da profissão
é colocado para a categoria profissional;
 Busca pela essência dos fenômenos sociais;
 Crítica a ordem burguesa;
 Um projeto profissional comprometido com o avanço da
democracia, ampliação e consolidação da cidadania, com
a qualificação das políticas públicas enquanto direitos e
justiça social.

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Fundamentos V: A Renovação do Serviço Social

  • 2.  Até o final da década de 1960, e entrando pelos anos 1970, no discurso e na ação governamentais há um claro componente de validação e reforço ao serviço social tradicional;  Um dos componentes das relações entre a autocracia burguesa e o serviço social operou para a manutenção das modalidades de intervenção e (auto) representações que matrizavam a profissão desde o início dos anos 1950;  Se, realmente, a autocracia burguesa investiu na reiteração de formas tradicionais da profissão, seu movimento imanente apontou para uma ponderável reformulação do cenário do serviço social, justamente pela instauração de algumas condições;
  • 3.  Tais condições vinculam-se sobretudo à reorganização do Estado e às modificações profundas na sociedade que se efetivaram, durante o ciclo autocrático burguês, sob o comando do grande capital;  Essa condições ferem o serviço social, especialmente, em dois níveis: o da sua prática e o da sua formação profissional;  No que diz respeito à pratica, o processo da “modernização conservadora” engendrou um mercado nacional. A expansão desse mercado tem conexão direta com o andamento da industrialização pesada;
  • 4.  O Estado, tradicional grande empregador dos assistente sociais, reformula substantivamente, a partir de 1966-1967, as estruturas onde se inseriam aqueles profissionais- na abertura de uma série de reformas que, atingindo primeiramente o sistema previdenciário, haveria de alterar de cima a baixo o conjunto de instituições e aparatos governamentais através dos quais se interfere na “questão social”;  Acarretando uma diferenciação e uma especialização das próprias atividades dos assistentes sociais, decorrentes quer do elenco mais amplo das políticas sociais, quer das próprias sequelas do “modelo econômico” (ver nota de rodapé 15- pg. 121);
  • 5.  Além disso, o mercado nacional no final do anos 1970 é dinamizado por outro polo, que não diretamente o Estado: trata-se das médias e grandes empresas. O crescimento industrial que se opera torna este segmento do mercado de trabalho algo extremamente expressivo- é a partir de então que podemos falar de um serviço social de empresa; Necessidades peculiares de vigilância e controle da força de trabalho no território da produção;
  • 6.  Sinteticamente, o fato central é que, no curso deste processo, mudou o perfil do profissional demandado pelo mercado de trabalho que as condições novas postas pelo quadro macroscópico da autocracia burguesa faziam emergir: exige-se um assistente social ele mesmo “moderno”- com um desempenho onde traços “tradicionais” são deslocados e substituídos por procedimentos “racionais”.  Produzir este profissional “moderno” implicava uma profunda rotação nos mecanismos vigentes da formação dos assistentes sociais (pg. 124-125)/  Inserção do ensino do Serviço Social no âmbito universitário no lapso de vigência da autocracia burguesa;
  • 7.  No plano específico do perfil da formação profissional, o impacto operado pelo ingresso na universidade foi multifacetado e contraditório. De um lado, propiciou institucionalmente a interação das preocupações técnico- profissionais com as disciplinas vinculadas às ciências sociais; é então que a formação recebe de fato o influxo da sociologia, da psicologia social e da antropologia. Simultaneamente, a formação recebe a influência dos viés tecnocrático e asséptico das disciplinas sociais possíveis na universidade da ditadura.  Os docentes puderam acumular reservas de forças e engendrar no âmbito do Serviço Social uma massa crítica (pg.126);
  • 8. A “modernização conservadora "redefine a base da legitimidade profissional ao se redefinirem as exigências do mercado de trabalho e o quadro da formação para ele É neste contexto que se desenvolve a renovação do Serviço Social.
  • 9. Emergência da renovação do serviço social- romper com o confessionalismo Modernizar a formação profissional e a sua prática Erosão das bases do serviço social tradicional Novas modalidades de intervenção sobre a questão social a partir da industrialização pesada; Inserção dos assistentes sociais em equipes multiprofissionais; Condição de “agente de mudança” O movimento estudantil faz seu ingresso nas escolas de Serviço Social.
  • 10. O processo e os traços gerais da renovação do Serviço Social  A renovação implica no conjunto de características novas que vão permear a profissão;  Natureza profissional dotada de legitimação prática, através de respostas a demandas sociais e da sua sistematização, e de validação teórica, mediante a remissão às teorias e disciplinas sociais;  A laicização é um dos elementos caracterizadores de renovação do Serviço Social sob a autocracia burguesa;
  • 11.  Instaurando condições para uma renovação do Serviço Social de acordo com as suas necessidades e interesses, a autocracia burguesa criou simultaneamente um espaço onde de inscrevia a possibilidade de se gestarem alternativas às praticas e às concepções profissionais que ela demandava;  Ênfase na analise crítica do próprio Serviço Social: a profissão mesma se põe como objeto de pesquisa, num andamento antes desconhecido. O Serviço Social se questiona e se investiga como tal.
  • 12.  Quatro aspectos sinalizam os nós mais decisivos do processo de renovação do Serviço Social:  A instauração do pluralismo teórico, ideológico, e político no marco profissional;  A diferenciação das concepções profissionais (natureza, objeto, objetivos e práticas), derivada do recurso diversificado a matrizes teórico-metodológicas alternativas, rompendo com a homogeneidade e inaugurando um momento de discussões e polemicas de relevo no interior da profissão.
  • 13.  A sintonia da polêmica teórico-metodológica profissional com as discussões em curso no conjunto das ciências sociais, inserindo o Serviço Social na interlocução acadêmica e cultural contemporânea como protagonista que tentar cortar com a subalternidade (intelectual) posta por funções meramente executivas;  A constituição de segmentos de vanguarda inseridos na vida acadêmica, voltados para a pesquisa e investigação.
  • 14. As direções da Renovação do Serviço Social no Brasil Três momentos importantes: 1) 2° metade dos anos 1960; Impulso organizador do CBCISS- “Seminários de teorização” 2) Dez anos depois (1975); Objetivação das inquietudes sistematizadas no âmbito dos cursos de pós-graduação 3) Abertura dos nos 1980; Intervenção dos organismos ligados às agências de formação (ABESS) ou diretamente à categoria profissional (associações profissionais, sindicatos).
  • 15.  Dados significativos desse movimento:  O alargamento do elenco de interlocutores, em função da pluralidade dos organismos envolvidos e da ampliação da categoria profissional (gradualmente o grupo restrito das “estrelas” consagradas da profissão vai sendo deslocado por um segmento cada vez maior de profissionais;  Nova modalidade de difusão dos conteúdos da renovação (emergência de condutos mais capilarizados e eficazes para divulgar os eixos da renovação.  Erodida a base do Serviço Social tradicional, a reflexão profissional se desenvolveu em três direções principais.
  • 16. Perspectiva modernizadora  Adequar o Serviço Social, enquanto instrumento de intervenção inserido no arsenal de técnicas sociais a ser operacionalizado no marco de estratégias de desenvolvimento capitalista, às exigências próprias pelos processos sócio-políticos emergentes no pós-64;  Seminários de Araxá e Teresópolis; Tematização do Serviço Social como dinamizador e integrador do processo de desenvolvimento; Instrumento profissional de suporte a políticas de desenvolvimento;
  • 17.  Aceita como dado inquestionável a ordem sociopolítica derivada de abril e procura dotar a profissão de referências e instrumentos capazes de responder às demandas que se apresentam nos seus limites;  Abertura de espaços socioprofissionais nas instituições e organizações estatais e paraestatais, submetidas à racionalidade burocrática das reformas promovidas pelo Estado ditatorial;  Hegemonia em meados dos anos 1970;  Conteúdo reformista;  Intelectual de referência- Lucena Dantas
  • 18. Perspectiva de Reatualizarão do Conservadorismo  Vertente que recupera os componentes mais estratificados da herança histórica e conservadora da profissão nos domínios da (auto) representação e da prática, e os repõe sobre uma base teórico-metodológica que se reclama nova;  Repudia tanto os padrões mais nitidamente vinculados à tradição positivista como as referências ao pensamento de raiz marxiana;  Inspiração fenomenológica;  Visão de mundo derivada do pensamento católico tradicional- traço microscópico da intervenção profissional.
  • 19. Perspectiva modernizadora Reatualização do Conservadorismo Tem como base teórica o estrutural  Funcionalista Tem como base teórica a Fenomenologia Abordagem positivista Naturalista Abordagem humanista  Culturalista Produções teóricas  Documento de Araxá (1967) e Documento de Teresópolis (1970) Produções teóricas  Doc. de Súmare( 1978), Alto da Boa Vista (1988) e as contribuições de ALMEIDA, PAVÃO E CARVALHO Serviço Social entendido como uma profissão apta a atuar junto aos indivíduos desajustados Serviço Social entendido como uma ajuda psicossocial O assistente social é neutro e o objeto é tratado como coisa O assistente social busca compreender as experiências vividas pelo cliente, levando-o a refletir sobre a realidade em que se encontra As funções do SSO são definidas em alinhamento com a modernização e em combinação com o tradicional. Ênfase na técnica, no planejamento e na neutralidade profissional As funções do SSO são norteadas pelo processo de ajuda psicossocial. Ênfase na abordagem individual, no diálogo e na interação entre profissional e cliente Continuidade com o caldo tradicional da profissão Não rompe com o passado, mas lhe dá nova roupagem  Fenomenológica
  • 20. Perspectiva de intenção de ruptura  Realiza uma crítica sistemática ao desempenho tradicional do Serviço Social em seus suportes teóricos, metodológicos e ideológicos;  Tem suas elaborações junto a comunidade acadêmica;  Aproximação a teoria social marxista:  1º momento: Forma enviesada  2º momento: Indo aos clássicos  3º momento: Espraiamento sobre a categoria profissional
  • 21.  Déc. de 1980: Grandes produções  IAMAMOTO; NETTO.  Compreensão da profissão dentro do escopo das relações capitalistas de produção, o aspecto funcional da profissão é colocado para a categoria profissional;  Busca pela essência dos fenômenos sociais;  Crítica a ordem burguesa;  Um projeto profissional comprometido com o avanço da democracia, ampliação e consolidação da cidadania, com a qualificação das políticas públicas enquanto direitos e justiça social.