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Terapia gênica
   Amanda Valle Pinhatti




   Porto Alegre, outubro de 2012.
Farmacoterapia
Fase Biofarmacêutica:
-Formulação farmacêutica:

• Princípio ativo

• Adjuvantes: diluentes, agentes estabilizantes,
conservantes, flavorizantes


-Formas farmacêuticas: comprimidos, cápsulas, drágea,
injetáveis, pomadas, loções,cremes.
Farmacologia
Farmacocinética e Farmacodinâmica
Relação dose administrada X efeitos no organismo
Novo fármaco
•Propriedades físico -químicas

•Propriedades farmacológicas:

-Mecanismo de ação
-Atividades metabólitos
-Velocidade de absorção
-Padrão de distribuição
-Velocidade de eliminação/excreção
-Local de ação
-Duração ação
-Degradação metabólica
-Concentração mínima para o efeito   janela terapêutica
-Concentração mínima de toxicidade
Visão biomolecular
• Séc. XIX- início genética- Mendel

• 1953- estrutura do DNA – Watson e Crick

• 1979 -DNA recombinante

• 2003- sequenciamento do genoma-Collins. E Craig Venter

       Visão biomolecular
Visão biomolecular
                         • Trilhões de células individuais no
                           corpo humano

                         • Cada célula produz proteínas
                           específicas para uma determinada
                           parte do corpo: hepatócitos,
                           hemácias, neurônios, etc


• A informação de qual proteína produzir é passada através
dos genes ~ 35.000 genes no Homo sapiens sapiens
Como o DNA transmite informações?
Os genes influenciam praticamente todas as doenças
humanas, seja pela codificação de proteínas anormais
diretamente responsáveis pela doença, seja por
determinar suscetibilidade a agentes ambientais que a
induzem.
Farmacogenética
Área especial da genética-bioquímica
que avalia a variabilidade na resposta a
drogas, decorrente da variabilidade de
um gene
Farmacogenética




Curvas dos níveis plasmáticos de nortriptilina para indivíduos com
diferentes números de cópias funcionais do gene CYP2D6
Terapia gênica
   A terapia gênica se baseia na introdução ou
modificação de genes com o uso das tecnologias
de DNA recombinante a fim de conferir uma nova
função ou melhorar os efeitos de um gene anormal
TERAPIA GÊNICA
Terapia gênica X Farmacoterapia
             Terapia Gênica                     Farmacoterapia
            Gene de interesse                     Pró-droga

             Proteína expressa                       Droga


                                                  Excipientes
Elementos presentes nos plasmídeos
  (promotores e sítios de poliadenilação)

          Vetor de transferência
                                            Formulação farmacêutica

Sequência promotora do gene que regula a
          taxa da transcrição
                                               Biodiponibilidade
Funções do Gene Introduzido
• Corrigir uma mutação de perda de função;

• Substituir ou inativar um alelo dominante
  cujo produto anormal causa a doença;
• Degradação um mRNA mutante (e.i.
  usando RNAi);
• Introdução de genes cujo produto tenha
  ação farmacológica
Como se isolam genes de
      interesse?
TERAPIA GÊNICA
Bibliotecas de DNA

Representam,
teoricamente, todo o
material genético de um
organismo clonado em um
 vetor
 – Genômica = clonada
   diretamente do
   genoma
 – cDNA = feita a partir de
   mRNA
Biblioteca Genômica
• Extração do DNA genômico;

• Clivagem com enzimas de restrição;

• Ligação dos fragmentos nos vetores;

• Transformação celular;

• Replicação do vetor
Bibliotecas de cDNA
Seleção do gene




É um fragmento de DNA de tamanho variado que é usado
    em amostras de DNA para detectar a presença de
  sequências de nucleotídeos que são complementares a
        sequencia da sonda, emitindo fluorescência
TERAPIA GÊNICA
Vetores

A base da terapia gênica consiste na
introdução de genes em células. Porém, a
entrada de DNA puro através da membrana
plasmática de células eucarióticas é
extremamente rara.

 Por conseguinte, há necessidade de um carreador que facilite a
entrada do DNA nas células vivas. Esse veículo é denominado
“vetor”.
Vetores
• 3 classes principais:
  vetor plasmidial             vetor viral




                          vetor nanoestruturado
Vetores virais
Vetores não virais
• Plasmídeos
Vetores não virais
• Vetores nanoestruturados: polímeros e
  vesículas de lipídeos
Vetores
  Avanços: incorporação de polímeros, anticorpos, substratos
enzimáticos e ácidos nucléicos  aprimoramento
direcionamento e eficiência
TERAPIA GÊNICA
O vetor deve chegar até a célula-alvo!
Porém, ele pode ficar comprometido pela presença de ...

• Interferentes da estabilidade do sistema terapêuticos
• Interferentes na difusão a um tecido,
• Proteínas circulantes e de proteínas da matriz extracelular


Uma vez dentro da célula-alvo:

•   liberação do sistema no citoplasma,
•    transporte até o núcleo,
•    passagem por poros da carioteca ,
•   dissociação do DNA.

Demais eventos necessários para culminar na
Transferência gênica
• métodos físicos: o transgene é
  introduzido de maneira mecânica na células ;



• métodos químicos: o vetor é alguma substância de
  origem química;

• métodos biológicos: emprego de organismos que
  naturalmente possuem a capacidade de transferir
  material genético, como os vírus ou algumas bactérias.
Tipos de Terapia Gênica
• Em células germinativas
  – Terapia de prevenção

     • Introdução de um gene em
       gameta ou zigoto visando
       impedir a transmissão de um
       gene anormal para a geração
       seguinte

     • Proibida em seres humanos
Tipos de Terapia Gênica
    • Em células somáticas
        -Para fins terapêuticos
 Ex- vivo: requer a retirada de células de um
  organismo para cultivo e manipulação in vitro,
  seguidos por subsequente reimplantação destas
  células no organismo. Seus principais atrativos
  são a ausência de resposta imunológica ao vetor
  e a maior eficiência de entrega deste.

 In- vivo:
• In situ: administração do vetor diretamente no
  tecido alvo. De maior interesse clínico embora
  não seja apropriada para alguns tipos de tecidos

•    Sistêmica: maior potencial de uso, embora o
     direcionamento de genes é insuficiente e alguns
     vetores são prontamente removidos pelo fígado
Aplicações da terapia gênica
Guidelines
• Pesquisa deve estar limitada a células
 somáticas

• O benefício terapêutico deve ser maior do que o risco

• A doença deve estar limitada a um único cromossomo e o
  gene normal já deve estar clonado e disponível

• Preferencialmente, a terapia deve envolver células que
  podem ser isoladas, modificadas em cultura, e re-introduzidas
  no paciente
SCID – ADA deficiency
1989


                      Ashanti Desilva




         2011-12 YNPN Chicago Executive Board
         Ashanthi Desilva
         MPA Student
Câncer
Câncer
Hemofilia

 É uma doença monogênica.
    O procedimento é o de introduzir o
 respectivo gene sadio (fator VIII ou fator
 IX, dependendo do tipo de hemofilia) em
 células do paciente, para que essas passem
 a produzir a proteína necessária
Amaurose congênita de Leber
Doenças cardiovasculares
Hepatite C
Doença de Parkinson




Os modelos experimentais pré-clínicos consistem em
lesões químicas da substância negra em ratos ou em
primatas. Foram testados vários tipos de vetores virais
No mercado...
No mercado...
Problemas com a Terapia Gênica:
• Segurança:
toxicidade
resposta imune
integração
transformação maligna
integração às células germinativas
replicação viral por meio de recombinação

• Eficácia:                      *A avaliação do sucesso do
                                 procedimento envolve a análise
Captação pela célula-alvo       da manutenção de expressão do
Controle da expressão gênica    gene nas células transformadas e
                                 a correção da doença.
Ética
  Ensaios clínicos  aprovação

• Embora não exista legislação
  específica no Brasil

• Comitês de ética locais e nacionais,
  como a Comissão Nacional de Ética
  em Pesquisa (Conep)

• Comissão Técnica Nacional de
  Biossegurança (CtnBio)

• Aceita somente a terapia gênica em
  células somáticas/diplóides
Rede de Terapia Gênica
   O Instituto do Milênio Rede de Terapia Gênica (IMRTG)

• Pesquisadores dos Estados do RJ, SP e RS compõem
  10 grupos de terapia gênica experimental strictu
  sensu.
• Os aspectos abordados incluem o desenvolvimento
  de vetores e suas aplicações em 5 classes principais
  de patologias: câncer, doenças hematológicas,
  doenças monogênicas, doenças degenerativas e
  doenças infecciosas.
Rede de Terapia Gênica
UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho - RJ
UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo - SP
USP - Departamento de Microbiologia - SP
USP/INCOR - Instituto do Coração - SP
INCA - Instituto Nacional do Câncer - RJ
UFRGS - Departamento de Genética - RS
HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS
IBU - Instituto Butantan - SP
FFFCMPA - Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto
Alegre - RS
IC-FUC - Instituto de Cardiologia do RS - Fundação Universitária de
Cardiologia - RS
DBCD - Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento - SP
FIOCRUZ/IOC - Instituto Oswaldo Cruz - RJ
UFRGS - Departamento de Biofísica - RS
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Aula terapia gênica

  • 1. Terapia gênica Amanda Valle Pinhatti Porto Alegre, outubro de 2012.
  • 3. Fase Biofarmacêutica: -Formulação farmacêutica: • Princípio ativo • Adjuvantes: diluentes, agentes estabilizantes, conservantes, flavorizantes -Formas farmacêuticas: comprimidos, cápsulas, drágea, injetáveis, pomadas, loções,cremes.
  • 4. Farmacologia Farmacocinética e Farmacodinâmica Relação dose administrada X efeitos no organismo
  • 5. Novo fármaco •Propriedades físico -químicas •Propriedades farmacológicas: -Mecanismo de ação -Atividades metabólitos -Velocidade de absorção -Padrão de distribuição -Velocidade de eliminação/excreção -Local de ação -Duração ação -Degradação metabólica -Concentração mínima para o efeito janela terapêutica -Concentração mínima de toxicidade
  • 6. Visão biomolecular • Séc. XIX- início genética- Mendel • 1953- estrutura do DNA – Watson e Crick • 1979 -DNA recombinante • 2003- sequenciamento do genoma-Collins. E Craig Venter Visão biomolecular
  • 7. Visão biomolecular • Trilhões de células individuais no corpo humano • Cada célula produz proteínas específicas para uma determinada parte do corpo: hepatócitos, hemácias, neurônios, etc • A informação de qual proteína produzir é passada através dos genes ~ 35.000 genes no Homo sapiens sapiens
  • 8. Como o DNA transmite informações?
  • 9. Os genes influenciam praticamente todas as doenças humanas, seja pela codificação de proteínas anormais diretamente responsáveis pela doença, seja por determinar suscetibilidade a agentes ambientais que a induzem.
  • 10. Farmacogenética Área especial da genética-bioquímica que avalia a variabilidade na resposta a drogas, decorrente da variabilidade de um gene
  • 11. Farmacogenética Curvas dos níveis plasmáticos de nortriptilina para indivíduos com diferentes números de cópias funcionais do gene CYP2D6
  • 12.
  • 13.
  • 14. Terapia gênica A terapia gênica se baseia na introdução ou modificação de genes com o uso das tecnologias de DNA recombinante a fim de conferir uma nova função ou melhorar os efeitos de um gene anormal
  • 15.
  • 17. Terapia gênica X Farmacoterapia Terapia Gênica Farmacoterapia Gene de interesse Pró-droga Proteína expressa Droga Excipientes Elementos presentes nos plasmídeos (promotores e sítios de poliadenilação) Vetor de transferência Formulação farmacêutica Sequência promotora do gene que regula a taxa da transcrição Biodiponibilidade
  • 18. Funções do Gene Introduzido • Corrigir uma mutação de perda de função; • Substituir ou inativar um alelo dominante cujo produto anormal causa a doença; • Degradação um mRNA mutante (e.i. usando RNAi); • Introdução de genes cujo produto tenha ação farmacológica
  • 19. Como se isolam genes de interesse?
  • 21. Bibliotecas de DNA Representam, teoricamente, todo o material genético de um organismo clonado em um vetor – Genômica = clonada diretamente do genoma – cDNA = feita a partir de mRNA
  • 22. Biblioteca Genômica • Extração do DNA genômico; • Clivagem com enzimas de restrição; • Ligação dos fragmentos nos vetores; • Transformação celular; • Replicação do vetor
  • 24. Seleção do gene É um fragmento de DNA de tamanho variado que é usado em amostras de DNA para detectar a presença de sequências de nucleotídeos que são complementares a sequencia da sonda, emitindo fluorescência
  • 25.
  • 27. Vetores A base da terapia gênica consiste na introdução de genes em células. Porém, a entrada de DNA puro através da membrana plasmática de células eucarióticas é extremamente rara. Por conseguinte, há necessidade de um carreador que facilite a entrada do DNA nas células vivas. Esse veículo é denominado “vetor”.
  • 28.
  • 29. Vetores • 3 classes principais: vetor plasmidial vetor viral vetor nanoestruturado
  • 31. Vetores não virais • Plasmídeos
  • 32. Vetores não virais • Vetores nanoestruturados: polímeros e vesículas de lipídeos
  • 33.
  • 34. Vetores Avanços: incorporação de polímeros, anticorpos, substratos enzimáticos e ácidos nucléicos  aprimoramento direcionamento e eficiência
  • 36. O vetor deve chegar até a célula-alvo! Porém, ele pode ficar comprometido pela presença de ... • Interferentes da estabilidade do sistema terapêuticos • Interferentes na difusão a um tecido, • Proteínas circulantes e de proteínas da matriz extracelular Uma vez dentro da célula-alvo: • liberação do sistema no citoplasma, • transporte até o núcleo, • passagem por poros da carioteca , • dissociação do DNA. Demais eventos necessários para culminar na
  • 37. Transferência gênica • métodos físicos: o transgene é introduzido de maneira mecânica na células ; • métodos químicos: o vetor é alguma substância de origem química; • métodos biológicos: emprego de organismos que naturalmente possuem a capacidade de transferir material genético, como os vírus ou algumas bactérias.
  • 38.
  • 39.
  • 40.
  • 41. Tipos de Terapia Gênica • Em células germinativas – Terapia de prevenção • Introdução de um gene em gameta ou zigoto visando impedir a transmissão de um gene anormal para a geração seguinte • Proibida em seres humanos
  • 42. Tipos de Terapia Gênica • Em células somáticas -Para fins terapêuticos  Ex- vivo: requer a retirada de células de um organismo para cultivo e manipulação in vitro, seguidos por subsequente reimplantação destas células no organismo. Seus principais atrativos são a ausência de resposta imunológica ao vetor e a maior eficiência de entrega deste.  In- vivo: • In situ: administração do vetor diretamente no tecido alvo. De maior interesse clínico embora não seja apropriada para alguns tipos de tecidos • Sistêmica: maior potencial de uso, embora o direcionamento de genes é insuficiente e alguns vetores são prontamente removidos pelo fígado
  • 44. Guidelines • Pesquisa deve estar limitada a células somáticas • O benefício terapêutico deve ser maior do que o risco • A doença deve estar limitada a um único cromossomo e o gene normal já deve estar clonado e disponível • Preferencialmente, a terapia deve envolver células que podem ser isoladas, modificadas em cultura, e re-introduzidas no paciente
  • 45.
  • 46.
  • 47. SCID – ADA deficiency 1989 Ashanti Desilva 2011-12 YNPN Chicago Executive Board Ashanthi Desilva MPA Student
  • 50.
  • 51. Hemofilia É uma doença monogênica. O procedimento é o de introduzir o respectivo gene sadio (fator VIII ou fator IX, dependendo do tipo de hemofilia) em células do paciente, para que essas passem a produzir a proteína necessária
  • 54.
  • 55.
  • 57. Doença de Parkinson Os modelos experimentais pré-clínicos consistem em lesões químicas da substância negra em ratos ou em primatas. Foram testados vários tipos de vetores virais
  • 58.
  • 59.
  • 62.
  • 63. Problemas com a Terapia Gênica: • Segurança: toxicidade resposta imune integração transformação maligna integração às células germinativas replicação viral por meio de recombinação • Eficácia: *A avaliação do sucesso do procedimento envolve a análise Captação pela célula-alvo da manutenção de expressão do Controle da expressão gênica gene nas células transformadas e a correção da doença.
  • 64. Ética Ensaios clínicos  aprovação • Embora não exista legislação específica no Brasil • Comitês de ética locais e nacionais, como a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) • Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CtnBio) • Aceita somente a terapia gênica em células somáticas/diplóides
  • 65. Rede de Terapia Gênica O Instituto do Milênio Rede de Terapia Gênica (IMRTG) • Pesquisadores dos Estados do RJ, SP e RS compõem 10 grupos de terapia gênica experimental strictu sensu. • Os aspectos abordados incluem o desenvolvimento de vetores e suas aplicações em 5 classes principais de patologias: câncer, doenças hematológicas, doenças monogênicas, doenças degenerativas e doenças infecciosas.
  • 66. Rede de Terapia Gênica UFRJ - Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho - RJ UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo - SP USP - Departamento de Microbiologia - SP USP/INCOR - Instituto do Coração - SP INCA - Instituto Nacional do Câncer - RJ UFRGS - Departamento de Genética - RS HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre - RS IBU - Instituto Butantan - SP FFFCMPA - Fundação Faculdade Federal de Ciências Médicas de Porto Alegre - RS IC-FUC - Instituto de Cardiologia do RS - Fundação Universitária de Cardiologia - RS DBCD - Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento - SP FIOCRUZ/IOC - Instituto Oswaldo Cruz - RJ UFRGS - Departamento de Biofísica - RS

Notas do Editor

  1. Boa tarde
  2. Para introduzir a temática da terapia gênica, vamos revisar alguns conceitos da farmacologia que vão nos ajudar na contextualização desta modalidade terapêutica . A farmacologia é a junção dos estudos de farmacocinética, onde estuda o processo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção de um farmaco, bem como da farmacodinâmica que se baseia na elucidação do mecanismo de ação de farmácos no organismo, através da interação com receptores. Porém, antes disso existe a fase biofarmacêutica que é de fundamental importância na estruturação do medicamento
  3. Fase biofarmaceutica envolve A formulação farmaceutica
  4. Antidepressivo triciclico- CYP2D6 cytochrome P450, family 2, subfamily D, polypeptide 6
  5. A terapia gênica (TG) é um tratamento que se caracteriza pela inserção de um gene funcional dentro da célula humana a fim de conferir uma nova função ou melhorar os efeitos de um gene anormal. A terapia gênica constitui-se na transferencia de material genético para dentro das células de um indivíduo com objetivo de conferirir um benefício terapeutico ao corrigir alguma anormalidade existente ou proporcionar às células uma nova função.
  6. Compensação de genes defeituosos ou ausentes; aumento ou redução das funções de genes presentes; interferência no ciclo de vida de agentes infecciosos; aquisição da sensibilidade a uma pró-droga normalmente inerte
  7. Plasmídeos são moléculas de DNA circular, de fita dupla e extracromossômico, relativamente pequenas de vários milhares de pares de nucleotídeos que possuem capacidade de replicação autônoma
  8. Microinjeção
  9. Ex- vivo: ausência de resposta imunológica ao vetor e maior eficiência na entrega deste, porém é um processo que exige mais etapas e com alguns tipos de tecido isto não é possível. In- vivo: in situ, facilita a eficiência, visto a baixa capacidade de entrega de alguns vetores, embora não seja possível em alguns tipos de tecidos Sistemica, não fosse a baixa eficiência da entrega de vetores e degração hepática
  10. Procurar definições de estudos clínicos
  11. Severe Combined Defficience -Deficiência da Adenosina Desaminase- degeneração das células do sistema imune 7 Injeções com intervalo de 1 a 2 meses – parou 6 meses. Recontinuou aplicações por 2 anos, após 12 anos foi verificado que as células continuavam a expressar a ADA. Porém continuaram a realizar injeções semanais da enzima em doses menores
  12. . A terapia deve não apenas fazer o organismo voltar a produzir a proteína que falta, mas produzi-la em quantidade suficiente para restabelecer a saúde do paciente e por longo prazo, idealmente por toda a vida.
  13. 2008. Esudos clínicos fase I/II