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(publicado em 1852, em folhetins, no(publicado em 1852, em folhetins, no
Correio MercantilCorreio Mercantil););
 Estilo/estrutura: traços primitivos;Estilo/estrutura: traços primitivos;
 Romance de humor popular, baseado nasRomance de humor popular, baseado nas
aventuras de tipos humanosaventuras de tipos humanos
característicos da sociedade carioca docaracterísticos da sociedade carioca do
começo do século XIX.começo do século XIX.
 origemorigem: Antônio César Ramos, português: Antônio César Ramos, português
que viera para o Brasil em 1817 comoque viera para o Brasil em 1817 como
soldado e depois chegara a sargento desoldado e depois chegara a sargento de
milícias, ainda na Colônia, sob o comandomilícias, ainda na Colônia, sob o comando
do major Vidigal;do major Vidigal;
 ambigüidadeambigüidade no título: refere-se ao herói dono título: refere-se ao herói do
livro, o Leonardo, ou ao outro sargentolivro, o Leonardo, ou ao outro sargento
veterano que contava ao autor casos doveterano que contava ao autor casos do
tempo do rei velho?tempo do rei velho?
1894
José Veríssimo define as Memórias de um
sargento de milícias como romance de
costumes.
Segundo ele o livro:
Descreve lugares e cenas do Rio de Janeiro
no tempo de D. João VI
Caracterizando-se por uma espécie de
realismo antecipado
A fórmula romântica:
Retrato da alta burguesia;
Personagens idealizadas;
Sentimentalismo exacerbado;
Linguagem educada, polida;
Maniqueísmo: bem(herói) X mal(vilão)
Estereótipos: figuras sem profundidade
psicológica, cristalizadas, símbolos de uma
classe;
Final feliz.
Quebra da fórmula romântica:
Retrato da baixa burguesia;
Personagens sem idealização;
Situações ridículas, engraçadas;
Humor, gozação;
Narrador levemente irônico;
Linguagem simples e giriesca;
Relativização do Maniqueísmo.
Elementos de contato com o Romantismo
A trama é simples,
inocente, sem
complexidade;
Há um casal que
passa por vários
revezes até ficar
junto;
Há final feliz,
desfecho preferido
dos românticos
brasileiros.
Classificações do livro:
Romance
carnavalesco:
promove a quebra de
um estilo consagrado,
fugindo de seus
preceitos.
Romance picaresco:
um personagem vadio
e safado passa por
várias aventuras
Classificação de Leonardinho Pataca: (segundo o
professor Antônio Cândido)
Malandro: o típico
enrolador e safado
brasileiro, cheio de
peraltices, artes,
diabruras,
brincadeiras
Narrador:
Terceira pessoa
onisciente;
Brincalhão, bem-
humorado;
Conversa com o leitor;
Faz digressões:
comentários à margem da
narrativa
Personagens (estereótipos):
Leonardinho Pataca
Luisinha (sobrinha de Dona
Maria)
Vidinha (mulata debochada,
segunda namorada de
Leonardinho)
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Leonardinho): representa a “ordem desordenada”
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Sugestão do caos social do Brasil à
época da família real;
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infernos), os malandros proliferam.
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1970
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ÍMÃS QUEÍMÃS QUE ATRAEM LEONARDOATRAEM LEONARDO
UNIVERSOUNIVERSO
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UNIVERSOUNIVERSO
DESORDEMDESORDEMLEONARDLEONARD
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 Desse processo de simplificação decorre aDesse processo de simplificação decorre a
oralidade deoralidade de MemóriasMemórias;;
Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as
ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente,
chamava-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe
assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de
todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não
pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do
que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram
gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um
dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo
oRio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um
elemento de vida: Os meirinhos de hoje são homens como
quaisquer outros; nada têm de imponentes, nem no seu semblante
nem no seu trajar, confundem-se com qualquer procurador,
escrevente de cartório ou contínuo de repartição.
Os meirinhos desse belo tempo não, não se confundiam com
ninguém; eram originais, eram tipos: nos seus semblantes transluzia
um certo ar de majestade forense, seus olhares calculados e sagazes
significavam chicana. Chamavam assim a uma rotunda e gordíssima
personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, que era o
decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos que viviam nesse
tempo. A velhice tinha-o tornado moleirão e pachorrento; com sua
vagareza atrasava o negócio das partes; não o procuravam; e por
isso jamais saía da esquina; passava ali os dias sentado na sua
cadeira, com as pernas estendidas e o queixo apoiado sobre uma
grossa bengala, que depois dos cinquenta era a sua infalível
companhia. Do hábito que tinha de queixar-se a todo o instante de
que só pagassem por sua citação a módica quantia de 320 réis, lhe
viera o apelido que juntavam ao seu nome.
Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe
em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera
ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem,
alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia,
como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no
mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça,
quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e
bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse
tempo de sua mocidade mal-apessoado, e sobretudo era
maganão. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do
navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e
com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé
direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como
envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce
um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma
declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto
do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena
de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um
pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão
extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos:
foram os dois morar juntos: e daí a um mês manifestaram-se
claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve
a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de
comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o
qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar
o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o
que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói
desta história. Afinal de contas a Maria sempre era saloia, e o
Leonardo começava a arrepender-se seriamente de tudo que tinha
feito por ela e com ela. E tinha razão, porque, digamos depressa e
sem mais cerimônias, havia ele desde certo tempo concebido
fundadas suspeitas de que era atraiçoado. Havia alguns meses atrás
tinha notado que um certo sargento passava-lhe muitas vezes pela
porta, e enfiava olhares curiosos através das rótulas: uma ocasião,
recolhendo-se ,parecera-lhe que o vira encostado à janela. Isto
porém passou sem mais novidade.
Depois começou a estranhar que um certo colega seu o
procurasse em casa, para tratar de negócios do oficio, sempre
em horas desencontradas: porém isto também passou em
breve. Finalmente aconteceu-lhe por três ou quatro vezes
esbarrar-se junto de casa com o capitão do navio em que tinha
vindo de Lisboa, e isto causou-lhe sérios cuidados. Um dia de
manhã entrou sem ser esperado pela porta adentro; alguém
que estava na sala abriu precipitadamente a janela, saltou por
ela para a rua, e desapareceu. À vista disto nada havia a
duvidar: o pobre homem perdeu, como se costuma dizer, as
estribeiras; ficou cego de ciúme. Largou apressado sobre um
banco uns autos que trazia embaixo do braço, e endireitou
para a Maria com os punhos cerrados.
— Grandessíssima!...
E a injúria que ia soltar era tão grande que o engasgou... e
pôs-se a tremer com todo o corpo.
A Maria recuou dois passos e pôs-se em guarda, pois também
não era das que se receava com qualquer coisa.
— Tira-te lá, ó Leonardo!
— Não chames mais pelo meu nome, não chames... que
tranco-te essa boca a socos..
— Safe-se daí! Quem lhe mandou pôr-se aos namoricos
comigo a bordo? Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do
amor aumentou-lhe a dor da traição, e o ciúme e a raiva de
que se achava possuído transbordaram em socos sobre a
Maria, que depois de uma tentativa inútil de resistência
desatou a correr, a chorar e a gritar:
— Ai... ai... acuda, Sr. compadre... Sr. compadre!...
O menino assistira a toda essa cena com imperturbável
sangue-frio: enquanto a Maria
apanhava e o Leonardo esbravejava, este ocupava-se
tranquilamente em rasgar as folhas dos autos que este tinha
largado ao entrar, e em fazer delas uma grande coleção de
cartuchos.
Quando, esmorecida a raiva, o Leonardo pôde ver alguma
coisa mais do que seu ciúme,
Reparou então na obra meritória em que se ocupava o
pequeno. Enfurece-se de novo: suspendeu o menino pelas
orelhas, fê-lo dar no ar uma meia-volta, ergue o pé direito,
assenta-lhe em cheio sobre os glúteos, atirando-o sentado a
quatro braças de distância.
— És filho de uma pisadela e de um beliscão; mereces que um
pontapé te acabe a casta.
O menino suportou tudo com coragem de mártir, apenas abriu
ligeiramente a boca quando foi levantado pelas orelhas: mal caiu,
ergueu-se, embarafustou pela porta fora, e em três pulos estava
dentro da loja do padrinho, e atracando-se-lhe às pernas. O
padrinho erguia nesse momento por cima da cabeça do freguês a
bacia de barbear que lhe tirara dos queixos: com o choque que
sofreu a bacia inclinou-se, e o freguês recebeu um batismo de
água de sabão.
O pequeno, enquanto se achou novato em casa do
padrinho, portou-se com toda a sisudez e gravidade;
apenas, porém foi tomando mais familiaridade, começou a
pôr as manguinhas de fora. Apesar disto, porém captou do
padrinho maior afeição, que se foi aumentando de dia em
dia, e que em breve chegou ao extremo da amizade cega e
apaixonada. Até nas próprias travessuras do menino, as
mais das vezes malignas, achava o bom do homem muita
graça; não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais
bonito, e não se fartava de contar à vizinhança tudo o que
ele dizia e fazia; às vezes eram verdadeiras ações de
menino malcriado, que ele achava cheio de espírito e de
viveza; outras vezes eram ditos que denotavam já muita
velhacaria para aquela idade, e que ele julgava os mais
ingênuos do mundo.
Título dos capítulos
ORIGEM, NASCIMENTO E BATIZADO
PRIMEIROS INFORTÚNIOS
DESPEDIDA ÀS TRAVESSURAS
FORTUNA
O VIDIGAL
PRIMEIRA NOITE FORA DE CASA
A COMADRE
O PÁTO DOS BICHOS
O ARRANJEI-ME DO COMPADRE
EXPLICAÇOES
PROGRESSO E ATRASO
ENTRADA PARA A ESCOLA
MUDANÇA DE VIDA
NOVA VINGANÇA E SEU RESULTADO
ESTRALADA
O SUCESSO DO PLANO
D. MARIA
AMORES
DOMINGO DO ESPÍRITO SANTO
O FOGO NO CAMPO
CONTRARIEDADES ALIANÇA DECLARAÇÃO A COMADRE EM EXERCÍCIO
TRAMA
DERROTA
O MESTRE-DE-REZA
TRANSTORNO
PIOR TRANSTORNO
REMÉDIOS AOS MALES
NOVOS AMORES
JOSÉ MANUEL TRIUNFA
O AGREGADO
MALSINAÇÃO
TRIUNFO COMPLETO DE JOSÉ MANUEL
ESCAPULA
O VIDIGAL DESAPONTADO
CALDO ENTORNADO
CIÚMES
FOGO DE PALHA
REPRESÁLIAS
O GRANADEIRO
NOVAS DIABRURAS
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  • 1.
  • 2.  Escrito nos primórdios do RomantismoEscrito nos primórdios do Romantismo (publicado em 1852, em folhetins, no(publicado em 1852, em folhetins, no Correio MercantilCorreio Mercantil););  Estilo/estrutura: traços primitivos;Estilo/estrutura: traços primitivos;  Romance de humor popular, baseado nasRomance de humor popular, baseado nas aventuras de tipos humanosaventuras de tipos humanos característicos da sociedade carioca docaracterísticos da sociedade carioca do começo do século XIX.começo do século XIX.
  • 3.  origemorigem: Antônio César Ramos, português: Antônio César Ramos, português que viera para o Brasil em 1817 comoque viera para o Brasil em 1817 como soldado e depois chegara a sargento desoldado e depois chegara a sargento de milícias, ainda na Colônia, sob o comandomilícias, ainda na Colônia, sob o comando do major Vidigal;do major Vidigal;  ambigüidadeambigüidade no título: refere-se ao herói dono título: refere-se ao herói do livro, o Leonardo, ou ao outro sargentolivro, o Leonardo, ou ao outro sargento veterano que contava ao autor casos doveterano que contava ao autor casos do tempo do rei velho?tempo do rei velho?
  • 4. 1894 José Veríssimo define as Memórias de um sargento de milícias como romance de costumes.
  • 5. Segundo ele o livro: Descreve lugares e cenas do Rio de Janeiro no tempo de D. João VI Caracterizando-se por uma espécie de realismo antecipado
  • 6. A fórmula romântica: Retrato da alta burguesia; Personagens idealizadas; Sentimentalismo exacerbado; Linguagem educada, polida; Maniqueísmo: bem(herói) X mal(vilão) Estereótipos: figuras sem profundidade psicológica, cristalizadas, símbolos de uma classe; Final feliz.
  • 7. Quebra da fórmula romântica: Retrato da baixa burguesia; Personagens sem idealização; Situações ridículas, engraçadas; Humor, gozação; Narrador levemente irônico; Linguagem simples e giriesca; Relativização do Maniqueísmo.
  • 8. Elementos de contato com o Romantismo A trama é simples, inocente, sem complexidade; Há um casal que passa por vários revezes até ficar junto; Há final feliz, desfecho preferido dos românticos brasileiros.
  • 9. Classificações do livro: Romance carnavalesco: promove a quebra de um estilo consagrado, fugindo de seus preceitos. Romance picaresco: um personagem vadio e safado passa por várias aventuras
  • 10. Classificação de Leonardinho Pataca: (segundo o professor Antônio Cândido) Malandro: o típico enrolador e safado brasileiro, cheio de peraltices, artes, diabruras, brincadeiras
  • 11. Narrador: Terceira pessoa onisciente; Brincalhão, bem- humorado; Conversa com o leitor; Faz digressões: comentários à margem da narrativa
  • 12. Personagens (estereótipos): Leonardinho Pataca Luisinha (sobrinha de Dona Maria) Vidinha (mulata debochada, segunda namorada de Leonardinho) Leonardo Pataca (pai) Maria da Hortaliça (mãe) Padrinho barbeiro Madrinha parteira
  • 13. Vizinha (eternamente chata) Dona Maria (adorava demandas judiciais) José Manuel (gaiato oportunista) Mestre de cerimônias (padre safado) Cigana (amante do padre e de Leonardo) Sacristão da Sé (amigo de Leonardinho) Major Vidigal (incansável perseguidor de Leonardinho): representa a “ordem desordenada” do Império Toma-largura (funcionário da Ucharia) Chico-Juca (arruaceiro)
  • 14. Críticas subliminares: Sugestão do caos social do Brasil à época da família real; Sugestão do espírito corrupto que perpassava as várias camadas do poder; Retrato bem-humorado da devassidão do clero; No reino da desordem (Quinto dos infernos), os malandros proliferam.
  • 15. EstruturaEstrutura próximo de lendas epróximo de lendas e fábulas:fábulas: ““Era no tempo do rei”Era no tempo do rei” origem folclórica.origem folclórica.
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19.
  • 20.
  • 21.
  • 22.
  • 23.
  • 24.
  • 25.
  • 26.
  • 27.
  • 28.
  • 29.
  • 30. Leonardo “parente”Leonardo “parente” de Macunaíma??!!de Macunaíma??!! 1970 Antonio Candido
  • 31. ÍMÃS QUEÍMÃS QUE ATRAEM LEONARDOATRAEM LEONARDO UNIVERSOUNIVERSO ORDEMORDEM UNIVERSOUNIVERSO DESORDEMDESORDEMLEONARDLEONARD OO
  • 32. 1. Romance picaresco 2. Romance malandro 3. Romance documentário 4. Romance representativo 5. Um mundo sem culpa
  • 33. ESTRUTURAESTRUTURA Capítulos unitários, quase todosCapítulos unitários, quase todos contendo um episódio completocontendo um episódio completo  Em conjunto, a obra reconstitui a vidaEm conjunto, a obra reconstitui a vida de Leonardo Pataca e de seu filhode Leonardo Pataca e de seu filho LeonardoLeonardo  O volume dá muita atenção às festas,O volume dá muita atenção às festas, encontros, instituições e profissõesencontros, instituições e profissões populares da cidadepopulares da cidade
  • 34. IMPORTANTEIMPORTANTE  Major Vidigal: única personagemMajor Vidigal: única personagem autenticamente histórica. Chefe da políciaautenticamente histórica. Chefe da polícia colonial carioca, era habilíssimo nascolonial carioca, era habilíssimo nas diligências, perverso e ditatorial nosdiligências, perverso e ditatorial nos castigos, era o horror das classescastigos, era o horror das classes desprotegidas do Rio de Janeiro.desprotegidas do Rio de Janeiro.
  • 35. LEONARDO: HERÓI PICARESCO?LEONARDO: HERÓI PICARESCO? SEMELHANÇASEMELHANÇA  É de origem humilde e irregular,É de origem humilde e irregular, “filho de uma pisadela e um“filho de uma pisadela e um beliscãobeliscão”
  • 36. DIFERENÇASDIFERENÇAS  Não é o narradorNão é o narrador  Personagem como outro qualquer (emboraPersonagem como outro qualquer (embora preferencial)preferencial)  Pícaro é sempre ingênuo (o “nossoPícaro é sempre ingênuo (o “nosso memorando” já nasce malandro)memorando” já nasce malandro)  Nunca aparece o problema da subsistência.Nunca aparece o problema da subsistência.
  • 37. ESTILO JORNALÍSTICOESTILO JORNALÍSTICO  Linguagem simples, direta, praticamenteLinguagem simples, direta, praticamente sem metáforas ou refinamentos estilísticossem metáforas ou refinamentos estilísticos  M. A. Almeida foi o primeiro escritorM. A. Almeida foi o primeiro escritor brasileiro a adotar o estilo descontraído dobrasileiro a adotar o estilo descontraído do jornal no romancejornal no romance  Desse processo de simplificação decorre aDesse processo de simplificação decorre a oralidade deoralidade de MemóriasMemórias;;
  • 38. Era no tempo do rei. Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo — O canto dos meirinhos —; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo oRio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: Os meirinhos de hoje são homens como quaisquer outros; nada têm de imponentes, nem no seu semblante nem no seu trajar, confundem-se com qualquer procurador, escrevente de cartório ou contínuo de repartição.
  • 39. Os meirinhos desse belo tempo não, não se confundiam com ninguém; eram originais, eram tipos: nos seus semblantes transluzia um certo ar de majestade forense, seus olhares calculados e sagazes significavam chicana. Chamavam assim a uma rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, que era o decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos que viviam nesse tempo. A velhice tinha-o tornado moleirão e pachorrento; com sua vagareza atrasava o negócio das partes; não o procuravam; e por isso jamais saía da esquina; passava ali os dias sentado na sua cadeira, com as pernas estendidas e o queixo apoiado sobre uma grossa bengala, que depois dos cinquenta era a sua infalível companhia. Do hábito que tinha de queixar-se a todo o instante de que só pagassem por sua citação a módica quantia de 320 réis, lhe viera o apelido que juntavam ao seu nome.
  • 40. Sua história tem pouca coisa de notável. Fora Leonardo algibebe em Lisboa, sua pátria; aborrecera-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos. Mas viera com ele no mesmo navio, não sei fazer o quê, uma certa Maria da hortaliça, quitandeira das praças de Lisboa, saloia rechonchuda e bonitona. O Leonardo, fazendo-se-lhe justiça, não era nesse tempo de sua mocidade mal-apessoado, e sobretudo era maganão. Ao sair do Tejo, estando a Maria encostada à borda do navio, o Leonardo fingiu que passava distraído por junto dela, e com o ferrado sapatão assentou-lhe uma valente pisadela no pé direito. A Maria, como se já esperasse por aquilo, sorriu-se como envergonhada do gracejo, e deu-lhe também em ar de disfarce um tremendo beliscão nas costas da mão esquerda. Era isto uma declaração em forma, segundo os usos da terra: levaram o resto do dia de namoro cerrado; ao anoitecer passou-se a mesma cena de pisadela e beliscão, com a diferença de serem desta vez um pouco mais fortes; e no dia seguinte estavam os dois amantes tão extremosos e familiares, que pareciam sê-lo de muitos anos.
  • 41. Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos: foram os dois morar juntos: e daí a um mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho, formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamente de tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história. Afinal de contas a Maria sempre era saloia, e o Leonardo começava a arrepender-se seriamente de tudo que tinha feito por ela e com ela. E tinha razão, porque, digamos depressa e sem mais cerimônias, havia ele desde certo tempo concebido fundadas suspeitas de que era atraiçoado. Havia alguns meses atrás tinha notado que um certo sargento passava-lhe muitas vezes pela porta, e enfiava olhares curiosos através das rótulas: uma ocasião, recolhendo-se ,parecera-lhe que o vira encostado à janela. Isto porém passou sem mais novidade.
  • 42. Depois começou a estranhar que um certo colega seu o procurasse em casa, para tratar de negócios do oficio, sempre em horas desencontradas: porém isto também passou em breve. Finalmente aconteceu-lhe por três ou quatro vezes esbarrar-se junto de casa com o capitão do navio em que tinha vindo de Lisboa, e isto causou-lhe sérios cuidados. Um dia de manhã entrou sem ser esperado pela porta adentro; alguém que estava na sala abriu precipitadamente a janela, saltou por ela para a rua, e desapareceu. À vista disto nada havia a duvidar: o pobre homem perdeu, como se costuma dizer, as estribeiras; ficou cego de ciúme. Largou apressado sobre um banco uns autos que trazia embaixo do braço, e endireitou para a Maria com os punhos cerrados. — Grandessíssima!... E a injúria que ia soltar era tão grande que o engasgou... e pôs-se a tremer com todo o corpo. A Maria recuou dois passos e pôs-se em guarda, pois também não era das que se receava com qualquer coisa. — Tira-te lá, ó Leonardo! — Não chames mais pelo meu nome, não chames... que tranco-te essa boca a socos..
  • 43. — Safe-se daí! Quem lhe mandou pôr-se aos namoricos comigo a bordo? Isto exasperou o Leonardo; a lembrança do amor aumentou-lhe a dor da traição, e o ciúme e a raiva de que se achava possuído transbordaram em socos sobre a Maria, que depois de uma tentativa inútil de resistência desatou a correr, a chorar e a gritar: — Ai... ai... acuda, Sr. compadre... Sr. compadre!... O menino assistira a toda essa cena com imperturbável sangue-frio: enquanto a Maria apanhava e o Leonardo esbravejava, este ocupava-se tranquilamente em rasgar as folhas dos autos que este tinha largado ao entrar, e em fazer delas uma grande coleção de cartuchos. Quando, esmorecida a raiva, o Leonardo pôde ver alguma coisa mais do que seu ciúme, Reparou então na obra meritória em que se ocupava o pequeno. Enfurece-se de novo: suspendeu o menino pelas orelhas, fê-lo dar no ar uma meia-volta, ergue o pé direito,
  • 44. assenta-lhe em cheio sobre os glúteos, atirando-o sentado a quatro braças de distância. — És filho de uma pisadela e de um beliscão; mereces que um pontapé te acabe a casta. O menino suportou tudo com coragem de mártir, apenas abriu ligeiramente a boca quando foi levantado pelas orelhas: mal caiu, ergueu-se, embarafustou pela porta fora, e em três pulos estava dentro da loja do padrinho, e atracando-se-lhe às pernas. O padrinho erguia nesse momento por cima da cabeça do freguês a bacia de barbear que lhe tirara dos queixos: com o choque que sofreu a bacia inclinou-se, e o freguês recebeu um batismo de água de sabão.
  • 45. O pequeno, enquanto se achou novato em casa do padrinho, portou-se com toda a sisudez e gravidade; apenas, porém foi tomando mais familiaridade, começou a pôr as manguinhas de fora. Apesar disto, porém captou do padrinho maior afeição, que se foi aumentando de dia em dia, e que em breve chegou ao extremo da amizade cega e apaixonada. Até nas próprias travessuras do menino, as mais das vezes malignas, achava o bom do homem muita graça; não havia para ele em todo o bairro rapazinho mais bonito, e não se fartava de contar à vizinhança tudo o que ele dizia e fazia; às vezes eram verdadeiras ações de menino malcriado, que ele achava cheio de espírito e de viveza; outras vezes eram ditos que denotavam já muita velhacaria para aquela idade, e que ele julgava os mais ingênuos do mundo.
  • 46. Título dos capítulos ORIGEM, NASCIMENTO E BATIZADO PRIMEIROS INFORTÚNIOS DESPEDIDA ÀS TRAVESSURAS FORTUNA O VIDIGAL PRIMEIRA NOITE FORA DE CASA A COMADRE O PÁTO DOS BICHOS O ARRANJEI-ME DO COMPADRE EXPLICAÇOES PROGRESSO E ATRASO ENTRADA PARA A ESCOLA MUDANÇA DE VIDA NOVA VINGANÇA E SEU RESULTADO ESTRALADA O SUCESSO DO PLANO D. MARIA AMORES
  • 47. DOMINGO DO ESPÍRITO SANTO O FOGO NO CAMPO CONTRARIEDADES ALIANÇA DECLARAÇÃO A COMADRE EM EXERCÍCIO TRAMA DERROTA O MESTRE-DE-REZA TRANSTORNO PIOR TRANSTORNO REMÉDIOS AOS MALES NOVOS AMORES JOSÉ MANUEL TRIUNFA O AGREGADO MALSINAÇÃO TRIUNFO COMPLETO DE JOSÉ MANUEL ESCAPULA O VIDIGAL DESAPONTADO CALDO ENTORNADO CIÚMES FOGO DE PALHA REPRESÁLIAS O GRANADEIRO NOVAS DIABRURAS DESCOBERTA EMPENHOS OS TRÊS EM COMISSÃO A MORTE É JUIZ CONCLUSÃO FELIZ

Notas do Editor

  1. Analisa o romance como