3. CECÍLIA MEIRELES.
Poeta intimista e preocupada com a educação de
qualidade, Cecília Meireles figura como um dos
maiores nomes da Literatura Brasileira.
Cecília Meireles foi uma das principais poetas da Segunda
Geração do Modernismo. Nesta aula você conhecerá um
pouco mais sobre sua vida, as características de sua
poesia e sobre suas principais obras.
Tratando-se de escola literária, Cecília Meireles pertence
à Segunda Geração Modernista. Entretanto, é possível encontrar
em sua obra influências da poesia medieval,
romântica, parnasiana e simbolista, como o uso de formas fixas,
especialmente o soneto, técnicas tradicionais de versificação,
temas filosóficos e espirituais e linguagem elevada, que tornam a
sua obra singular no contexto histórico em que é desenvolvida.
4. CECÍLIA MEIRELES
QUEM É?
• Cecília Meireles é considerada uma das
primeiras expressões femininas na
poesia brasileira.
• Cecília Benevides de Carvalho Meireles,
foi poeta, ensaísta, cronista, tradutora,
educadora e folclorista.
• Formou-se, em 1917, no Curso Normal
do Instituto de Educação do Rio de
Janeiro, e passou a desempenhar o
magistério primário em escolas oficiais da
cidade carioca.
PUBLICAÇÕES:
• Em 1919, publicou o seu
primeiro livro de poemas,
intitulado Espectros.
• Em 1939, foi agraciada com o
Prêmio de Poesia Olavo
Bilac, concedido pela
Academia Brasileira de Letras
(ABL), pelo livro Viagem.
TIPOS DE POESIAS:
• Histórica: obra
“Romanceiro da
inconfidência”.
• Sentimental: obra
“Viagem e vaga música”
• Infantil: “É isto ou aquilo”
Cecília Meireles não foi filiada a nem movimento literário
brasileiro, mas sua poesia tem um estilo marcante que a torna
uma das mais importantes poetas do Brasil.
5. CECÍLIA MEIRELES
CARACTERÍSTICAS
Traços simbolistas;
Temáticas universalistas;
Presença de elementos de caráter fluido, como o
vento, a água, o mar, o tempo, a solidão, a
música, o espaço;
Espiritualismo;
CARACTERÍSTICAS
• Temáticas orientais;
• Valorização da musicalidade;
• Predileção pelo verso curto;
• Uso frequente de paralelismo;
• Reflexão sobre a passagem do tempo.
Principais obras de Cecília Meireles
• Espectros (1919)
• Baladas para El-Rei (1925)
• Viagem (1938)
• Ou isto ou aquilo (1964)
• Romanceiro da inconfidência (1953)
6. CECÍLIA MEIRELES ANÁLISE DA PRINCIPAL OBRA
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA
Romanceiro da inconfidência, livro de poemas publicado
em 1953, é uma viagem poética no contexto da
conjuração mineira (1789), importante página da
história brasileira. Essa obra é resultado de 10 anos de
pesquisa de Cecília Meireles sobre o século XVIII no
Brasil. A ideia da construção do livro surgiu quando
Meireles foi enviada, como jornalista, à cidade mineira de
Ouro Preto para acompanhar as festividades religiosas
da Semana Santa.
Inspirada pela arquitetura e pela aura histórica da
cidade, Cecília Meireles decidiu compor uma obra
em forma de romanceiro, conjunto de poemas
curtos de origem popular. Utilizando
principalmente a redondilha maior (verso de sete
sílabas) e um esquema livre de rimas, as
composições combinam os registros:
• épico (narração dos fatos)
• dramático (presença de vozes de personagens)
• lírico (reflexões da primeira pessoa)
Cecília Meireles conseguiu, ao término
dessa obra, reconstituir cenas com
liberdade poética, mas preservando
informações históricas advindas de sua
pesquisa, e compor estilos literários
produzidos na época da inconfidência,
como a composição de versos que
lembram as liras de Tomás Antônio
Gonzaga (1744-1810), poeta que é um de
seus personagens.
O Romanceiro da inconfidência, estruturado em 85 romances,
além de outros poemas, é composto por 95 textos. A obra
divide-se em três partes:
a formação de Ouro Preto e os antecedentes da inconfidência;
os eventos diretamente relacionados ao movimento, incluindo
retratos dos envolvidos e de suas possíveis motivações;
as consequências da conjuração, com o enforcamento de
Tiradentes, o degredo para os demais acusados e a solidão das
mulheres dos exilados.
7. QUESTÃO DO MOMENTO
Questão 1 (VESTIBULAR 2018) Assinale o
que for correto.
Apresentação
Aqui está minha vida – esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.
Aqui está minha voz – esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio
lamento.
Aqui está minha dor – este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança – este mar
solitário,
que de um lado era amor e, do outro,
esquecimento.
01) O poema apresenta características fortemente naturalistas
quando enfoca o cenário do mar para falar dos conflitos externos. A
lírica da autora se volta para a geografia brasileira e é marcada
pela ideia de consolidação da nacionalidade brasileira.
02) A comparação entre “vida” e “areia”, “dor” e “concha vazia”
mostra o pensamento árcade da autora, que vê os cenários
naturais como a possibilidade de encontro com a fé e o misticismo.
04) Trata-se de um poema épico porque se centra na exposição de
sentimentos de um eu preocupado com os rumos da humanidade.
08) No verso “com desenhos de andar dedicados ao vento”
encontra-se a ideia de que os feitos do eu lírico não perduraram no
tempo.
16) A tendência do eu lírico em procurar, no mundo externo, os
elementos para expressar sua dor reflete o pensamento positivista
da autora. Nesse poema, bem como, em toda a lírica de Meireles,
há a ideia de que a ciência experimental é superior à compreensão
subjetiva, pois é a única forma de alcançar a objetividade dos fatos.