1. ELEMENTOS ORGÂNICOS DE MÁQUINAS II AT-102
Universidade Federal do Paraná
Curso de Engenharia Industrial Madeireira
Dr. Alan Sulato de Andrade
alansulato@ufpr.br
3. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
INTRODUÇÃO:
As correntes são elementos de máquinas flexíveis utilizadas para a transmissão de potência ou transporte/movimentação de carga. Normalmente são utilizadas em situações em que transmissões por meio de engrenagens ou correias não sejam possíveis.
6. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
CARACTERÍSTICAS:
Transmitem grande quantidade de energia.
Muito utilizado em sistemas “pesados”.
Possuem bom sincronismo, devido as engrenagens e pinhões.
Possuem bom rendimento: 0,95 a 0,99 (quando bem dimensionados).
Não há a ocorrência de deslizamento.
7. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
CARACTERÍSTICAS:
Adequada para grandes distâncias entre eixos.
Opera em condições severas de operação (correias são inadequadas sob umidade, alta temperatura ou ambiente agressivo).
Possui longa vida útil se bem selecionadas ou dimensionadas.
Permite grandes reduções (i < 7).
8. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
CARACTERÍSTICAS:
Sofrem desgaste devido a fadiga e a tensão superficial.
Geram ruídos, choques e vibrações.
Demanda lubrificações.
Opera em situações de menor velocidade.
9. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
CARACTERÍSTICAS:
São muito utilizadas em sistemas que necessitam de acionamento de vários eixos por um único eixo motor. Nesse caso, torna-se fundamental importância que todas as rodas pertençam a um mesmo plano.
Motor
10. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
Correntes de rolos,
Correntes de buchas,
Correntes de dentes,
Correntes com elos fundidos.
12. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
São correntes sem roletes, compostas apenas por placas laterais e pinos maciços. Aumentando-se o número de placas laterais pode-se obter maiores capacidades de carga. Normalmente são utilizadas para elevar ou abaixar pequenas cargas, tais como: máquinas de elevação até 20 T e com pequena altura, portões e transmissão de pequenas potências em baixas rotações. A relação de transmissão máxima recomendada é de 1:10 e a velocidade máxima recomendada de 0,5 m/s, devido ao grande desgaste das placas laterais.
13. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
Este tipo de corrente é empregado em transmissão de potência em médias velocidades (até 3,5 m/s) e relação de transmissão máxima recomendada de 1:10. São mais resistentes ao desgaste do que as correntes do tipo Galle, pois possuem maior superfície de contato. Possuem as buchas fixas às placas internas e os pinos fixos às placas externas. Os pinos podem ser ocos, resultando em uma corrente com menor peso.
14. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
São semelhantes às correntes Galle e não possuem roletes. Não são utilizadas em transmissão de movimento. São empregadas para elevação de carga, tracionamento, máquinas siderúrgicas de pequeno porte
15. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
Este tipo de corrente tem as placas laterais fabricadas em forma de dentes invertidos que se acoplam com os dentes da engrenagem. O perfil dos dentes da corrente e do pinhão é normalmente reto. Devido a esta geometria o acoplamento é feito com um perfil equivalente aos dentes de engrenagem (maior distância entre centros) proporcionado um engrenamento gradual, com melhor distribuição da carga ao longo do “dente”, diminuindo, assim, o impacto, o desgaste, o efeito cordal e o ruído em altas velocidades (7 a 16 m/s).
16. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
As correntes de rolos são as mais utilizadas, tanto para transmissão de potência como para esteira transportadora. São fabricadas com diversos elos sendo cada um deles composto de placas, roletes, grampos ou anéis e pinos (figura 2.7). A corrente se acopla à engrenagens motora (pinhão) e movida (coroa) que transmitem o movimento. Os dentes das engrenagens se acoplam com os roletes rotativos, onde o desgaste é reduzido, pois acontecem contatos do tipo deslizante e rolante. Estas correntes estão disponíveis em diversas formas padronizadas e materiais, tais como aço, aço inox, plásticos (para autolubrificação). Permitem velocidade de até 11 m/s, porém a faixa recomendada é de 3 a 5 m/s.
17. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
TIPOS:
Correntes de rolos, mais comuns,
Roda dentada (Movimenta o conjunto)
Pino
Bucha
Rolo
Tala
18. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
ANÁLISES DE TENSÕES:
As tensões a que uma corrente esta submetida durante sua utilização são:
tração na placa lateral
flexão e cisalhamento do pino
20. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSÕES CARACTERÍSTICAS:
Dr – diâmetro do rolo
S – espessura
t – passo da corrente
bz – largura do dente
bl – largura interna da corrente
b – largura externa da corrente
db – diâmetro do pino
dh – diâmetro da bucha
21. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
RODAS DENTADAS PARA CORRENTES
Diametro primitivo d0:
d0=t/sen
=180/z
d0=t/(sen180/z)
Diametro da base:
dg=d0.cos
Diametro da base:
df=d0-1,01.dr
22. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
RODAS DENTADAS PARA CORRENTES
Espessura axial do dente (medida do primitivo)
L=0,95b-0,25dr
Diâmetro externo:
dk=d0+0,70dr (Z<12)
dk=d0+0,83dr (12<Z<25)
dk=d0+0,87dr (25<Z<38)
dk=d0+0,90dr (Z>38)
Diametro de divisão: 2=360/z
23. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
O desgaste é o principal critério que deve ser levado em conta nas transmissões por correntes. Os valores encontrados para a roda dentada e a corrente nesse critério asseguram o perfeito funcionamento da transmissão. Considera-se a transmissão desgastada quando ocorrer alongamento provocado pelo estiramento das talas e o desgaste das articulações, no momento em que alongamento atingir aproximadamente 3% do comprimento original
24. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Deve dimensionar o número adequado de dentes para que a transmissão funcione adequadamente, caso isto não ocorra, a transmissão pode ser comprometida ou o ruído pode aumentar sensivelmente.
25. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Utilizaremos uma tabela que determinada o número de dentes da engrenagem menor por meio da relação de transmissão.
Tipo de Corrente Rel. de transmissão – i
1 2 3 4 5 6
Rolos 31 27 25 23 21 17
Silenciosa 40 35 31 27 23 19
26. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Número mínimo de dentes:
Rolos: Zmin9
Silenciosas Zmin13
Número máximo de dentes:
Rolos: Zmax120
Silenciosas Zmax140
27. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Passo da Corrente – quanto menor melhor será a transmissão.
Rotação máxima (correias dentadas)
Passo 1,3mm 1,6 1,9 2,5 3,2
rpm (max) 3300 2650 2200 1650 1300
Velocidade periférica (não exceder)
Rolos – vp=12m/s
Dentadas – vp=16m/s
29. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Carga máxima na Corrente
Rolos:
Fmax=Frup/ns.k
Dentada:
Fmax=Frup.b/10.ns.k
30. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Carga máxima na Corrente
Onde:
Fmax=carga máxima que pode atuar na corrente (N)
Frup=carga de ruptura da corrente (N)
ns=coeficiente de segurança
k=fator de operação
b=largura da corrente
32. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Fator de operação – K
K=ks.kl.kpo
Ks-Fator de serviço
Ks Cosntante moderados fortes
1,0 1,3 1,5
kl-Fator de lubrificação/ Fator de posição
Contínua/horizontal Períodica/inclinada
Ki/Kpo 1,0 1,3
33. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Distância entre eixos (estimativa)
C=(30 a 50).t mm
Número de elos
Y=(z1+z2)/2 + 2C/t +((z2-z1)/2)² . t/C
Velocidade da Corrente
Vc=(Z1.t.n1)/60000 m/s
34. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
DIMENSIONAMENTO (GOST-URSS)
Distância entre eixos (correta)
C=t/4.{y-((Z1+Z2)/2)+√[y-((Z1+Z2)/2)²-8.((Z2-Z1)/2)²]}
Força Tangencial
Ft=P/Vc ou Ft=2T/d0 (N)
Velocidade da Corrente
Vc=(Z1.t.N1)/(60000) (m/s)
36. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
ESPECIFICAÇÃO
Para a especificação da corrente de rolos mais adequada, o projetista deve determinar:
O número ANSI, que informa o tamanho da corrente,
O número de correntes (simples, dupla, tripla, quádrupla e etc.),
O número de elos (comprimento).
A tabela apresentada fornece as dimensões padronizadas das correntes de rolos.
37. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
ESPECIFICAÇÃO
Inicialmente deve ser determinada a potência transmitida por correntes simples (passo médio e largo) baseado em pinhão de 17 dentes. A tabela 2.3 fornece a potência nominal por correntes de rolos em função da rotação do pinhão e da serie da corrente.
P[kW] = f(np, série da corrente)
Os valores nela contidos são obtidos experimentalmente e são normalmente fornecidos pelos fabricantes.
39. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
ESPECIFICAÇÃO
As condições de operação, como o tipo de máquina movida e motora, a temperatura de trabalho, vibrações e choques, as condições ambientais e a severidade da transmissão influenciam a capacidade de carga das correntes. O fator que corrige estes problemas e denominado Fator de Serviço (KS) e seu valor se encontra na tabela a seguir.
46. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Um compressor deve ser acionado por meio de uma transmissão por corrente, por um motor de 15KW que possui uma rotação efetiva de 1160 rpm. Sabendo que o volante do compressor deve girar com 290 rpm, o trabalho é considerado normal, a distancia estimada entre centros de 600mm. Dimensionar a transmissão para uma inclinação inferior a 45 graus e lubrificação contínua.
47. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Relação de transmissão:
i=(Nmotor/Ncompressor)
i=1160/290
i=4
Número de dentes do pinhão:
Vem da tabela que determinada o número de dentes da engrenagem menor por meio da relação de transmissão. Assim, para i=4, Z1=23 dentes.
48. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Número de dentes da coroa:
Z2=Z1.i
Z2=23.4
Z2=92
92 dentes encontra-se no intervalo recomendado pelo método. (Zmax=120 dentes).
49. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Passo da Corrente:
O pinhão possui Z1=23 dentes e gira com N=1160 rpm. Busca-se na tabela o valor mais adequado par t. Lembrando que quanto menor o passo, melhor para a transmissão, pois diminuem os choques, a força centrífuga e o atrito. Para Z=23 e N=1160 a tabela recomenda t=25mm. Mas levando em consideração a afirmaçào anterior, adotaremos um valor menor = 12,7mm ou ½”.
50. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Velocidade da corrente:
Vc=Z1.t.N1/6000
Vc=23.12,7.1160/60000
Vc=5,65 m/s
Como Vc (Vp) é menor que 12m/s, está verificada a condição.
51. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Fator de Operação:
K=Ks.Kl.Kpo
Ks=1,0 – Carga constante
Kl=1,0 – Lubrificação contínua
Kpo=1,0 – Inclinação inferior a 45 graus.
K=1,0.1,0.1,0
K=1,0
52. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 1:
Carga tangencial:
Ft=P/Vc
Ft=15000/5,65
Ft=2655N
Carga de ruptura da corrente:
Frup=Ft.ns.K
Frup=2655.11,7.1
Frup=31.063N
53. TRANSMISSÕES POR CORRENTES
EXERCÍCIO 2:
Determine o número da corrente (Padrão ANSI) a ser utilizado no exercício anterior.