2. Elementos de fixação
Na mecânica é muito comum a necessidade de unir
peças como chapas, perfis e barras. Qualquer
construção, por mais simples que seja, exige união de
peças entre si. Para tanto, exige-se elementos próprios
que proporcione a união, os quais tem o nome de
elementos de fixação
3. Elementos de Fixação
A união de peças feita pelos elementos de fixação
pode ser de dois tipos:
Fixação móvel - os elementos de fixação podem ser
colocados ou retirados do conjunto sem causar
qualquer dano às peças que foram unidas. É o caso,
por exemplo, de uniõesfeitas com parafusos, porcas
e arruelas.
Fixação Permanente- os elementos de fixação, uma
vez instalados, não podem ser retirados sem que
fiquem inutilizados. É ocaso, por exemplo, de uniões
feitas com rebites e soldas.
4. Rebites
Um rebite compõe-se de um corpo em forma de
eixo cilíndrico e de uma cabeça sendo que a
cabeça pode ter vários formatos de acordo com
sua aplicação
Os rebites são peças fabricadas em aço, alumínio,
cobre ou latão.
Unem rigidamente peças ou chapas principalmente
em estruturas metálicas, como por exemplo as de
reservatórios, caldeiras, máquinas, navios, aviões,
veículos de transporte e treliças
5. Classificação dos Rebites
A fabricação de rebites é padronizada, ou seja,
segue normas técnicas que indicam medidas da
cabeça, do corpo e do comprimento útil dos rebites.
No quadro a seguir apresentamos as proporções
padronizadas para os rebites e suas respectivas
funções
6.
7. Rebites
Existem também rebites com nomes especiais: de
tubo, com alojamento, explosivo, distanciadores, com
secções diferentes, etc.
8. Rebites de repuxo
Além desses rebites, destaca-se, pela sua importância,
rebite de repuxo, conhecido por “rebite pop”, que é um
elemento especial de união, empregado para fixar peças
com rapidez, economia e simplicidade.
Os rebites de repuxo podem ser fabricados com aço-carbono;
aço inoxidável, alumínio, cobre, monel (liga de
níquel e cobre).
9. Epecificação dos rebites
Para saber qual rebite deve ser usado para cada
tipo de aplicação deve ser levado em conta:
material que ele é feito;
o tipo de sua cabeça;
o diâmetro do seu corpo;
o seu comprimento útil.
10. Rebitagem
O rebite deve ser colocado em furos já feitos nas
peças a serem unidas. Depois deve-se dar forma de
cabeça no corpo dos rebites.
11. Rebitagem
A segunda cabeça do rebite pode ser feita por
meio de dois processos
Processo manual- é feito à mão, com pancadas de
martelo. Antes de iniciar o processo, é preciso
comprimir as duas superfícies metálicas a serem
unidas, com o auxílio de duas ferramentas:
o contra estampo, que fica sob as chapas,
e o repuxador, que é uma peça de aço
com furo interno, no qual é introduzida a
ponta saliente do rebite.
12. Processo manual
Após as chapas serem prensadas, o rebite é
martelado ate dilatar e preencher totalmente o furo.
Depois, com o martelo de bola, o rebite é “boleado”,
ou seja, é martelado até começar a se arredondar
13. Processo manual
Em seguida, o formato da segunda cabeça é feito
por meio de outra ferramenta chamada estampo ,
em cuja ponta existe uma cavidade que será usada
como matriz para a cabeça redonda.
14. Processo mecânico
O processo mecânico é feito por meio de martelo
pneumático ou de rebitadeiras pneumáticas e
hidráulicas.
O martelo funciona por meio de um pistão ou
êmbolo que impulsiona a ferramenta existente na sua
extremidade . Essa ferramenta é o estampo, que dá a
forma à cabeça do rebite e pode ser trocado,
dependendo da
necessidade
martelo pneumático para rebitagem
15. A rebitadeira pneumática ou hidráulica funciona
por meio de pressão contínua. Essa máquina tem a
forma de um C e é constituída de duas garras, uma
fixa e outra móvel com estampos nas extremidades.
Rebitadeira pneumática ou hidráulica
16. Vantagens dos processos
O sistema manual é utilizado para rebitar em locais
de difícil acesso ou peças pequenas, já a rebitagem
por processo mecânico apresenta vantagens, princi-palmente
quando é usada a rebitadeira pneumática
ou hidráulica pois são máquinas silenciosas, trabalham
com rapidez e permite rebitamento mais resistente,
pois o rebite preenche totalmente o furo, sem deixar
espaço.
Entretanto, as rebitadeiras são máquinas grandes e
fixas e não trabalham em qualquer posição. Nos casos
em que é necessário o deslocamento da pessoa e da
máquina, é preferível o uso do martelo pneumático.
17. Rebitagem a quente e a frio
Rebitagem a quente: é indicada para rebites com
diâmetro superior a 6,35 mm, sendo aplicada,
especialmente, em rebites de aço.
Rebitagem a frio: é indicada para rebites com
diâmetro de até 6,3 mm, se o trabalho for à mão, e
de 10 mm, se for à máquina. Usa-se na rebitagem a
frio rebites de aço, alumínio etc.
18. Tipos de rebitagem
Os tipos de rebitagem variam de acordo com a
largura das chapas que serão rebitadas e o esforço a
que serão submetidas. Assim, temos:
Rebitagem de recobrimento
Rebitagem de recobrimento simples
Rebitagem de recobrimento duplo
19. Rebitagem de recobrimento
Na rebitagem de recobrimento, as chapas são
apenas sobrepostas e rebitadas. Esse tipo destina-se
somente a suportar esforços e é empregado por
exemplo na fabricação de vigas e de estruturas
metálicas.
20. Rebitagem de recobrimento
simples
É destinada a suportar esforços e permitir fechamento
ou vedação. É empregada por exemplo na construção
de caldeiras a vapor e recipientes de ar
comprimido. Nessa rebitagem as chapas
se justapõem e sobre elas estende-se
uma outra chapa para cobri-las.
21. Rebitagem de recobrimento
duplo
Usada unicamente para uma perfeita vedação. É
empregada por exemplo na construção de chaminés
e recipientes de gás para iluminação. As chapas são
justapostas e envolvidas por duas
outras chapas que as recobrem dos
dois lados.
22. Defeitos de rebitagem
Os principais defeitos na rebitagem são devidos,
geralmente, ao mau preparo das chapas a serem
unidas e à má execução das operações nas fases
de rebitagem.
Para eliminar os defeitos é preciso remover a
cabeça do rebite. Isso pode ser feito com talhadeira,
lima ou com esmerilhadora.
23. Defeitos devido a má preparação
das chapas
Furos fora do eixo, formando degraus
Chapas mal encostadas
Diâmetro do furo muito maior em relação
ao diâmetro do rebite
24. Defeitos causados pela má execução
das operações e fases de rebitagem
Aquecimento excessivo do rebite
Rebitagem descentralizada
Mal uso das ferramentas para fazer a
cabeça
O comprimento do corpo do rebite é
pequeno em relação à espessura da
chapa
27. Chavetas
É um elemento mecânico fabricado em aço. Sua
forma, em geral, é retangular ou semicircular. A
chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo ou
de uma peça afim de ligar dois elementos mecânicos
e/ou transmitir movimento.
28. Classificação
As chavetas se classificam em:
Chavetas de cunha;
Chavetas paralelas;
Chavetas de disco
29. Chavetas de cunha
As chavetas têm esse nome porque são parecidas
com uma cunha. Uma de suas faces é inclinada, para
facilitar a união de peças.
Elas são divididas em dois grupo:
Chavetas longitudinais;
Chavetas transversais.
30. Chavetas longitudinais
São colocadas na extensão do eixo para unir
roldanas, rodas, volantes etc. Podem ser com ou sem
cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.
Sua inclinação é de 1:100 e suas medidas principais
são definidas quanto a:
Altura (h);
Comprimento (L);
Largura (b).
31. Chavetas longitudinais
As chavetas longitudinais podem ser de diversos tipos:
Chavetas encaixadas– São muito usadas. Sua forma
corresponde à do tipo mais simples de chaveta de
cunha. Para possibilitar seu emprego, o rasgo do eixo
é sempre mais comprido que a chaveta.
32. Chavetas longitudinais
Chaveta meia-cana – Sua base é côncava (com o
mesmo raio do eixo). Sua inclinação é de 1:100, com
ou sem cabeça. Não é necessário rasgo na árvore,
pois a chaveta transmite o movimento por efeito do
atrito. Desta forma, quando o esforço no elemento
conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre a
árvore.
33. Chavetas longitudinais
Chaveta plana – Sua forma é similar à da chaveta
encaixada, porém, para sua montagem não se abre
rasgo no eixo. É feito um rebaixo plano.
34. Chavetas longitudinais
Chavetas embutidas – Essas chavetas têm os
extremos arredondados. O rasgo para seu alojamento
no eixo possui o mesmo comprimento da chaveta. As
chavetas embutidas nunca têm cabeça.
35. Chavetas longitudinais
Chavetas tangenciais – Chavetas tangenciais – São
formadas por um par de cunhas, colocado em cada
rasgo. São sempre utilizadas duas chavetas, e os
rasgos são posicionados a 120º. Transmitem fortes
cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está
submetido a mudança de carga ou golpes.
36. Chavetas Transversais
São aplicadas em união de peças que transmitem
movimentos rotativos e retilíneos alternativos.
37. Chavetas transversais
Quando as chavetas transversais são empregadas em
uniões permanentes, sua inclinação varia entre 1:25 e 1:50.
Se a união se submete a montagem e desmontagem
freqüentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.
38. Chavetas paralelas ou linguetas
Essas chavetas têm as faces paralelas, portanto, não
têm inclinação.
A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de
suas faces laterais às laterais do rasgo da chaveta.
Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da
chaveta e o fundo do rasgo do elemento conduzido.
39. Chavetas paralelas ou linguetas
As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto
à forma de seus extremos, eles podem ser retos ou
arredondados. Podem, ainda, ter parafusos para fixarem
a chaveta ao eixo.
40. Chaveta de disco ou meia-lua
(tipo woodruff)
É uma variante da chaveta paralela. Recebe esse
nome porque sua forma corresponde a um segmento
circular.
É comumente empregada em eixos cônicos por
facilitar a montagem e se adaptar à conicidade do
fundo do rasgo do elemento externo.
41. Tolerâncias para chavetas
As tolerâncias dos rasgos e das chavetas devem
ser definidas em função da aplicação, porém para
uma consulta rápida seguem as mais usuais:
Notas do Editor
O que significa 2 ´d para um rebite de cabeça redonda larga, por exemplo?
Significa que o diâmetro da cabeça desse rebite é duas vezes o diâmetro do
seu corpo.
Na rebitagem a quente o rebite é aquecido por meio de fornos a gás , elétricos ou maçarico até atingir a cor vermelho-brilhante. Depois o rebite é martelado à mão ou à máquina até adquirir o formato.