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REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228
Volume 22 - Número 2 - 2º Semestre 2022
EXTRATIVISMO, AMBIENTE E ECOLOGIA: UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE O
PAPEL DAS COMUNIDADES RURAIS NA PROMOÇÃO DO EXTRATIVISMO
VEGETAL SUSTENTÁVEL NO CERRADO
Weber Pereira Nogueira¹*, João Manoel da Silva², Luci Ferreira Ribeiro³
RESUMO
A modificação da paisagem natural em decorrência das atividades antrópicas é um processo inerente
ao desenvolvimento das sociedades, dentre os quais dar-se-á destaque ao extrativismo vegetal,
atividade econômica com potencial para intensificação dessas alterações na vegetação nativa. O
extrativismo vegetal é uma atividade praticada, sobretudo, por comunidades tradicionais, estando
ligada a questões de cunho sociocultural, identitárias e econômicas sendo, muitas vezes, praticada no
âmbito da agricultura familiar, por pequenos agricultores ou para outras finalidades. A retirada de
plantas para uso medicinal, lenháceo e destinados a agroindústrias é uma prática bastante presente no
Cerrado, práticas essas que estão intrínsecas à formação cultural desses locais. Entretanto, a
exploração predatória e praticada de forma inadequada pode implicar na redução expressiva das
populações naturais das espécies presentes. A partir das reflexões teóricas elucidadas neste estudo,
foi possível estabelecer uma maior compreensão e ponderação sobre os desafios e as perspectivas
para consolidar a sustentabilidade no Cerrado com enfoque no extrativismo não madeireiro no
Cerrado.
Palavras-chave: Paisagens modificadas, Fitossociologia, Manejo sustentável, Impactos Ambientais.
EXTRACTION, ENVIRONMENT AND ECOLOGY: THE ROLE OF RURAL
COMMUNITIES IN PROMOTING SUSTAINABLE NON-TIME PLANT EXTRACTIVISM
IN THE CERRADO
ABSTRACT
The modification of the natural landscape as a result of anthropic activities is a process inherent to
the development of societies, among which plant extractivism will be highlighted, an economic
activity with the potential to intensify these changes in native vegetation. Plant extractivism is an
activity practiced, above all, by traditional communities, being linked to social culture, identity and
economic issues, and is often practiced in the context of family farming, by small farmers or for other
purposes. The removal of plants for medicinal and wood use and for agroindustries is a practice that
is very present in the Cerrado, practices that are intrinsic to the cultural formation of these places.
However, predatory exploitation, practiced improperly, can result in a significant reduction in the
natural populations of the species present. From the theoretical reflections elucidated in this study, it
was possible to establish a greater understanding and consideration of the challenges and perspectives
to consolidate sustainability in the Cerrado with a focus on non-timber extraction in the Cerrado.
Keywords: Modified landscapes, Phytosociology, Sustainable management, Environmental Impacts.
51
INTRODUÇÃO
Os ecossistemas naturais são de crucial
relevância como fonte de recursos genéticos e
também como geradores de bens e consumos ao
homem, sobretudo, no que se refere a sua
utilização destinado à alimentação, ao aspecto
medicinal, à geração de energia, dentre outras
múltiplas utilidades. Grande parte desses
recursos vem sendo destruídos de maneira
irreversível, exigindo medidas urgentes e
práticas para a sua conservação. Nesse sentido,
estudos que apontem a viabilidade e relevância
socioeconômica e ambiental de exploração
extrativista não madeireira no Cerrado ainda são
incipientes, embora essa atividade econômica
seja recorrente, considerando as distintas
fitofisionomias predominantes neste domínio
fitogeográfico (TRAVASSOS; SOUZA,2014).
Nessa lógica, a realização de um estudo
que enfoque em questões voltadas para a
caracterização ecológica e efeitos da atividade
extrativista não madeireira nas populações
naturais é de crucial importância no sentido de
possibilitar uma compreensão que possa
respaldar futuros trabalhos de cunho
socioambiental. Assim, a ampliação do
conhecimento acerca dessa abordagem poderá
contribuir para direcionar estratégias de
conservação da paisagem natural e estabelecer o
fortalecimento do extrativismo como atividade
econômica de baixo impacto, vinculadas à
valorização e manutenção dos conhecimentos
tradicionais relacionados (NDAGIJIMANA et
al., 2015).
A coleta de recursos vegetais florestais
é uma atividade praticada, sobretudo, por
comunidades tradicionais, estando ligada às
questões de cunho sociocultural, identitárias e
econômicas sendo, muitas vezes, praticada no
âmbito da agricultura familiar, por pequenos
agricultores ou para outras finalidades. Essas
práticas extrativistas baseiam-se no
conhecimento que é transmitido através das
gerações, respaldadas na sabedoria popular,
podendo implicar em problemáticas de ordem
ambiental, social e econômica (PASSOS,2016).
Outrossim, a cadeia produtiva de
produtos florestais não madeireiros está baseada
no extrativismo de populações vegetais que,
muitas vezes, complementam a renda dessas
comunidades locais. A retirada de partes das
plantas para uso medicinal, lenháceo e destinados
às agroindústrias é uma prática bastante presente
no Cerrado, práticas essas que estão intrínsecas à
formação cultural desses locais. Entretanto, a
exploração praticada de forma inadequada pode
implicar na redução expressiva das populações
naturais das espécies (NDAGIJIMANA et al.,
2015).
Nessa perspectiva, objetivou-se por
meio desse estudo, caracterizar a importância, os
desafios e perspectivas relacionadas ao
extrativismo sustentável nas comunidades
naturais, considerando seus aspectos ecológicos
e socioeconômicos relacionados, por meio de
uma abordagem teórica.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste estudo,
foi realizada uma revisão de literatura de caráter
informativo, a partir de uma reflexão teórica com
elucidação de alguns conceitos referentes ao
desenvolvimento sustentável e efeitos da
atividade extrativista não madeireira no Cerrado.
Para isso, utilizou-se como fonte de
dados as plataformas indexadas Scielo, Google
Acadêmico e Periódicos Capes.
Os descritores utilizados para a pesquisa
foram em português “Extrativismo sustentável,
Cerrado e sustentabilidade”. Foram encontrados
cerca de 500 artigos, teses e dissertações, aos
quais foram selecionados 15 destes para a análise
sistemática, sendo selecionadas produções
científicas mais recentes (a partir de 2005), e
mais condizentes com a presente abordagem,
como critério de inclusão
Nesse sentido, a busca de informações
foi realizada no período de novembro de 2022 a
março de 2023.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sustentabilidade com enfoque no extrativismo
vegetal
A percepção sustentável alicerça-se em
pilares político-ideológicos, aos quais
moldaram-se ao longo dos anos, constituindo-se
em um caminho desafiador no contexto atual,
atrelado, sobretudo, ao desenvolvimento
econômico. De acordo com as definições
preconizadas na literatura, a sustentabilidade
pode ser compreendida como um mecanismo de
equilíbrio que possui a capacidade de aliar
desenvolvimento econômico e a conservação da
natureza, auxiliando na manutenção da biosfera
(MELO et al., 2019).
O conceito de sustentabilidade surgiu
ainda no século XV, no contexto da expansão
marítima e diante de vários navios construídos
veio a escassez de madeira, a partir disso,
suscitou o pensamento de sustentabilidade. De
maneira mais específica, sustentabilidade
implica uma necessária inter-relação entre justiça
social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e
a necessidade de desenvolvimento com
capacidade de suporte (MENDES; VIOLA,
2022).
O termo é conceituado de forma geral
pela literatura científica como conjunto de alter-
nativas que visam assegurar de maneira efetiva a
qualidade de vida da população mundial com ati-
tudes ecologicamente corretas, de forma orde-
nada, economicamente viável, sem impactar ou
com mínimos impactos às gerações futuras. Em
outras palavras, a sustentabilidade serve como al-
ternativa para garantir a sobrevivência dos indi-
víduos, sem exaurir os recursos naturais do pla-
neta, além de garantir que as gerações futuras
usufruam também destes recursos (FERREIRA
et al., 2014).
Considerando essas afirmações, ao
abordar esses conceitos atrelados à perspectiva
do extrativismo de recursos naturais, pressupõe-
se que a execução da atividade extrativista seja
respaldada nas responsabilidades econômica e
socioambiental, estabelecendo estratégias e
caminhos concretos para mitigação de possíveis
impactos e degradações ambientais decorrentes
dessa atividade econômica.
Nesse ínterim, para se obter êxito na
consolidação efetiva do extrativismo sustentável,
é de crucial relevância a realização de estudos de
viabilidade ecológica e comercial, seleção
cuidadosa do recurso, monitoramento da
exploração e regeneração, calibração do
extrativismo, por meio de aprofundamento
político e científico, sendo imprescindível levar
em consideração a viabilidade econômica, bem
como promover melhorias sociais e não
comprometer o equilíbrio ecológico local
(VODOUHE et al., 2016).
No Brasil, por exemplo, a lenha é
considerada o segundo combustível mais usado
para cocção, e aliado a isso, principalmente
naquelas comunidades de menor renda per
capita, a exploração exacerbada, sem critérios
técnicos, o desmatamento, o monitoramento
insuficiente, têm contribuído para o surgimento
de problemas com devastação das florestas, solos
e ecossistemas (TRAVASSOS; SOUZA, 2014).
Nesse sentido, a ausência de
conhecimento técnico e de práticas de manejo
sustentável na utilização dos recursos florestais,
agravam este problema, visto que ainda são
incipientes informações pertinentes na literatura
científica. Nesse sentido, ressalta-se a relevância
do desenvolvimento do conhecimento científico
sobre essa temática, de modo que possibilite a
combinação sustentável entre retorno econômico
e conservação, sendo crucial o apoio à
implementação de cadeias produtivas rentáveis
associadas à pesquisa, visando à determinação de
práticas de manejo que sejam ecologicamente
sustentáveis, tanto para as espécies de interesse
quanto para o ambiente em que se inserem
(MAZZA et al., 2007).
A ausência do conhecimento técnico
sobre essas práticas ecológicas na exploração da
paisagem natural, principalmente quando se
considera o extrativismo de populações naturais,
pode ser verificado por meio de dados da
cenciometria, isto é, um estudo bibliométrico que
estima a quantidade de artigos publicados e
impacto científico de determinada temática na
comunidade acadêmico-científica. Nesse
ínterim, de acordo com um trabalho realizado por
Dutra e Souza (2020) o número de registros de
artigos publicados acerca das questões voltadas
para a ótica da sustentabilidade, aumentou de
forma substancial a partir dos anos 2000. Uma
possível explicação para esse aumento de
interesse acerca do tema, pode estar relacionada
com expectativas geradas por eventos de cunho
ambiental como a Rio+20 - Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável que aconteceu em 2012, na cidade do
Rio de Janeiro. Outro documento importante a
ser destacado é o plano de ação global Agenda
2030 para o Desenvolvimento Sustentável,
adotado em 2015, onde constam os 17 Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Em contrapartida, a análise
cenciométrica não seguiu a mesma tendência de
crescimento contínuo em relação ao extrativismo
vegetal e geopolítica da natureza no Cerrado, o
que endossa a ausência ou incipiência de estudos
elucidativos acerca dos temas abordados e seus
principais elementos associados. Contudo,
compreende-se que esses dois ramos possuem
substancial relevância para o desenvolvimento
sustentável, pois o extrativismo de bens naturais
consciente é um importante instrumento para
geração de renda e subsistência das comunidades
rurais locais, além de promover a manutenção
dos ecossistemas naturais e seu equilíbrio
dinâmico (DUTRA; SOUZA, 2017).
Outrossim, a geopolítica da natureza
pressupõe uma compreensão mais assertiva sobre
as distintas estratégias que os órgãos
governamentais devem adotar para mitigação das
problemáticas em termos socioambientais e
econômicos inerentes às modificações dos
espaços geográficos. Por ser uma área de
conhecimento multidisciplinar, a geopolítica
respalda-se em objetivos relacionados com a
integração nacional dos estados, levando em
conta características socioeconômicas das
regiões, o desenvolvimento sustentável e o
crescimento urbanístico. Nesse sentido, o
investimento intelectual no que se refere ao
estado da arte da ciência em relação a essa
temática, sobretudo vinculada à conservação do
Cerrado, é de imprescindível importância, uma
vez que permite fortalecer uma discussão que
perpassa os assuntos chave em diversos meios,
como na academia, na política, na economia e
nos debates que envolvem as articulações
internacionais (DUTRA; SOUZA, 2017).
A aplicação efetiva desses
conhecimentos numa determinada realidade
pode contribuir para a promoção do
desenvolvimento sustentável em comunidades
rurais extrativistas no sentido de fomentar maior
articulação e fortalecimento político que
beneficie as populações locais e sistemas naturais
das quais elas dependem. Apesar de serem
objetivos ainda pouco adotados em comunidades
extrativistas do Cerrado (a se pensar pelo
interesse científico), a instauração de práticas
mais sustentáveis abrange um plano de ação
exequível e simples, ao qual pode se dá por meio
de atividades interdisciplinares de educação
ambiental mais participativas envolvendo os
atores sociais, comunidades, equipes técnicas,
instituições e administração pública e privada
(VODOUHE et al., 2016).
Além disso, algumas características
ecológicas ainda são desconhecidas em muitos
trechos de Cerrado, como a estrutura, a
composição básica da vegetação e o estado de
conservação das espécies. Considerando o
exposto, este estudo poderá contribuir para
elucidação da importância e necessidade de
práticas de manejo agroflorestal ambientalmente
sustentável, praticado na pequena propriedade ou
posse rural familiar, que não descaracterize a
cobertura vegetal nativa, ou impeça sua
recuperação, e não prejudique a função ecológica
da área (MAZZA et al., 2007).
A utilização das espécies vegetais do
Cerrado pelas comunidades rurais, é uma prática
comum e, em muitos casos, é a única alternativa
que esses indivíduos têm para suprir suas
necessidades básicas referentes aos seus
múltiplos usos. A forma de extração desses
recursos e de quais indivíduos são mais
adequados para determinada finalidade, são
determinadas pelos conhecimentos que são
transmitidos através das gerações e respaldadas
no conhecimento popular local.
Nessa perspectiva, a literatura
caracteriza o extrativismo como o ato de coletar
produtos da natureza para diversas finalidades,
ao qual remonta uma das práticas mais antigas da
civilização humana. Nesse sentido, os produtos
extativos possuem grande relevância econômica,
na formação social, cultural, e ambiental do
Cerrado, inclusive no que se refere à região Oeste
da Bahia. Nessa perspectiva, Mazon (2014)
caracteriza a fitossociologia como um intrumento
relevante para carcaterização estrutural,
taxonômica e ambiental dos ecossistemas
naturais explorados pelas atividades antrópicas.
Os indicadores fistossociológicos fornecem
subsídios para elaboração de protocolos de
manejo e recuperação de áreas degradadas ou que
sejam passíveis de degradação, bem como
parâmetros que permitem compreender os efeitos
e o grau de interferência antrópica sobre a
vegetação explorada.
Tais estudos permitem estabelecer a
comparação entre diferenças ecológicas de uso
quanto a fatores abióticos no espaço-tempo,
gerando ferramentas úteis para o entendimento e
tomadas de decisões para execução de práticas
conservacionistas, silviculturais e de uso
múltiplo dos recursos florestais (MAZON,
2014).
Os estudos fitossociológicos podem ser
realizados por meio de parâmetros ou
indicadores como a densidade, que representa o
número de indivíduos encontrados de uma
determinada espécie por área amostral analisada;
a frequência, que expressa a uniformidade da
distribuição horizontal de cada espécie na área
amostral; e dominância, que é indicada pela soma
do espaço de superfície horizontal (área basal)
por espécie dentro da área amostral. Estes
parâmetros podem ser expressos tanto em valores
absolutos como relativos (MAZON, 2014).
Conforme preconiza Rios et al. (2020),
tais parâmetros caracterizam a condição de
ocorrência em que se encontram as espécies e,
quando somados na forma relativa, definem o
valor de importância (VI) de uma espécie em
relação às demais existentes na comunidade
vegetal. A fitossociologia é muito empregada
para diagnostico quali-quantitativo das
formações vegetais, sendo suas informações
imprescindíveis no que se refere à aplicação no
planejamento das ações de gestão ambiental,
manejo florestal e recuperação de áreas
degradadas.
Inventário florestal e gargalos da produção
sustentável no cerrado
O equilíbrio entre o produto e a
produção ecológica nas atividades florestais
preconizado por Mazza et al. (2007) é uma
questão paradóxica, constituindo uma tarefa
desafiadora para as comunidades produtivas. A
ausência de conhecimentos técnicos, de formas
de manejo adequadas para aquela determinada
tipologia vegetal e da estrutura da vegetação são
fatores que podem interferir para a não
consolidação efetiva do equilíbrio defendido pelo
autor supracitado
Diante desse cenário, inventário
florestal surge como uma relevante ferramenta
para contribuir para a mitigação ou
enfraquecimento desse gargalo à produção
extrativista sustentável. Refere-se a um conjunto
de instrumentos e procedimentos técnicos com o
intuito de caracterização qualitativa e
quantitativa da vegetação, auxiliando, por
conseguinte, no diagnóstico do potencial desses
recursos florestais e de eventuais perturbações de
ordem ecológica existentes em uma determinada
área (SANQUETTA et al., 2014).
Considerando os princípios da
conservação dos recursos naturais tanto de
florestas plantadas ou nativas, as informações
oriundas de um inventário florestal exercem
funções de produção e proteção, por meio da
obtenção de dados e informações precisas e
fidedignas para conservar e manejar esses
recursos. Dessa forma, o inventário florestal é
uma atividade que se respalda nos fundamentos
da teoria da amostragem, com a finalidade de
determinar ou estimar uma dada característica,
seja quantitativa ou qualitativa, de uma amostra
(SANQUETTA et al., 2009).
Informações ecológicas básicas sobre o
bioma Cerrado ainda são incipientes, sobretudo
considerando a porção Oeste da Bahia, embora
existam estudos acerca da temática. Nessa lógica,
o inventário florestal de qualidade pode
contribuir para maior elucidação de parâmetros
quantitativos, como as variáveis (volume, área
basal, diâmetro médio quadrático, altura média
etc.) podendo, no caso de florestas nativas, gerar
estimativas de cunho fitossociológico, tais como
(densidade, dominância, frequência, valor de
importância, posição sociológica, dentre outros),
evidenciando, dessa forma, uma descrição
sistemática acerca da estrutura da floresta, e
abrangendo informações capazes de predizer o
estado de conservação do fragmento amostrado,
podendo fortalecer as relações coleta e
conservação e melhorando, a articulação
produtiva e comercial dos produtos oriundos do
extrativismo (RIOS et al., 2018).
Considerando o exposto, em um estudo
fitossociológico realizado em um fragmento de
Cerrado com interferência direta de uma fazenda
em um fragmento de Cerrado na Bahia, RIOS et
al. (2018) obtiveram, por meio de um inventário
florestal, resultados da importância ecológica
acerca do fragmento arbóreo amostrado,
verificando parâmetros fitossociológicos pelos
quais, permitiram obter conclusões importantes
acerca de espécies como a Eritrina (Erytrrina
poeppigiana) e Seringueira (Hevea brasiliensis),
ao qual possuem capacidade de resiliência e
adaptação. Tais levantamentos foram
importantes para o reconhecimento da
composição, estrutura e valorização dos fustes
das árvores da floresta estudada.
Considerando as informações acima
apresentadas, pode-se ponderar, por outro lado, a
necessidade de maior participação dos atores
sociais locais em pesquisas desse tipo, sendo
esses indivíduos portadores de conhecimentos
tradicionais importantes acerca da vegetação
nativa, exploração, usos e fragilidades associadas
ao aspecto de comercialização dos produtos. O
diálogo interativo com as comunidades
estudadas é fundamental.
Nesse sentido, Magalhães (2014)
efetuou um estudo mais complexo envolvendo o
extrativismo vegetal, com enfoque na questão da
sustentabilidade da exploração de baru (Dipteryx
alata), considerando a sua cadeia de
comercialização no Cerrado. O autor incluiu nas
análises, além de estimativas quantitativas,
parâmetros qualitativos acerca de aspectos
socioeconômicos do referido extrativismo. A
partir das análises, constatou-se que, nas
condições encontradas, a exploração do baru
pelas organizações amostradas não se configura
como uma atividade sustentável de geração de
renda, uma vez que atende parcialmente ao
pressuposto, pois a atividade para ser
considerada sustentável deve possuir um
equilíbrio entre as várias dimensões da
sustentabilidade. As Fragilidades na cadeia
produtiva de produtos extrativos do Cerrado, a
ausência de conhecimento técnico sobre as boas
práticas de extração e conservação constituem
obstáculos que comprometem a sustentabilidade
da atividade.
Utilização de geotecnologias no cerrado
constitui uma importante ferramenta para
sua conservação
A utilização de elementos da paisagem
natural para algumas finalidades (econômica,
ornamental, medicinal ou outra) na perspectiva
moderna de gestão do território, suscita
necessidade de planejamentos voltados ao
monitoramento do espaço, enfocando ações
relativas aos componentes do ambiente, e sua
inter-relação com o homem.
Nessa perspectiva, as geotecnologias
assumem função crucial no que se refere à
elucidação do estado de conservação de
determinada cobertura vegetal, bem como
caracterização de seus atributos ecológicos. A
legislação ambiental preconiza o
estabelecimento de dispositivos relacionados à
criação de relatórios de impacto ambiental
(RIMA) como condição prévia para implantação
de novos projetos de ocupação e uso do espaço,
como implantação de empreendimentos de
ferrovias e rodovias (VIOLA; MENDES, 2022).
Conforme Pires et al. (2012) O uso da
geotecnologia permite o estudo do ambiente de
forma mais completa e ajuda a compreender as
necessidades relacionadas ás alterações
ambientais. O uso da tecnologia de Sistemas de
Informação Geográfica (SIG), por exemplo,
apresenta expressiva importância em relação aos
estudos de impactos ambientais, levando em
consideração cinco dimensões: Mapeamento
Temático, Diagnóstico Ambiental, Avaliação de
Impacto Ambiental, Ordenamento Territorial e
os Prognósticos Ambientais. A principal
finalidade desse tipo de estudo refere-se à
caracterização da organização do espaço,
considerando suas peculiaridades ecológicas, a
estrutura da sua vegetação e também suas
possíveis vulnerabilidades, para assim,
determinar ações de planejamento para respaldar
futuros projetos e estudos ambientais, bem como
levantamentos biofísicos importantes.
O geoprocessamento vem cada vez mais
sendo aplicado em estudos de diagnósticos
ambientais, auxiliando nos procedimentos
metodológicos referentes aos efeitos da
interferência antrópica na dinâmica dos sistemas
naturais, sendo um instrumento muito
empregado em pesquisas relacionadas à
degradação do solo e da vegetação, objetivando
a obtenção de indicadores técnicos para auxiliar
nas tomadas de decisão de mitigação dos
inconvenientes causados à natureza. Em
contrapartida, ainda são poucos os trabalhos que
utilizam dessa tecnologia para melhorias às
problemáticas existentes no Cerrado do Oeste da
Bahia, sobretudo quando se considera às áreas de
exploração extrativistas. (VIOLA; MENDES,
2022).
Nessa perspectiva, o conhecimento da
Ecologia da Paisagem, campo da ciência
fundamental para o desenvolvimento, manejo,
conservação e planejamento da paisagem,
possibilita tomadas de decisão acerca da
conservação e restauração de ecossistemas
naturais, além de possibilitar ferramentas que
auxiliem na compreensão das dinâmicas de
modificações da paisagem natural, sobretudo em
decorrência das atividades humanas, além de
subsidiar estratégias para o planejamento
integrado que concilia conservação dos recursos
naturais e desenvolvimento econômico.
Nesse contexto, os conceitos da
Ecologia da Paisagem aliados às
ferramentas/técnicas de Geotecnologias como
Sensoriamento Remoto e SIG podem respaldar
as ações humanas na utilização dos elementos
naturais, além de auxiliar na compreensão das
suas vulnerabilidades e subsidiar as tomadas de
decisão acerca da restauração dos sistemas
naturais afetados. Nesse sentido, as
geotecnologias desempenham função essencial
para compreensão da organização, localização e
disposição do espaço geográfico, aos quais são
elementos indispensáveis para o planejamento de
uso e gestão das paisagens naturais (SIQUEIRA;
CASTRO; FARIA, 2013).
A relevância da utilização das
geotecnologias no Cerrado é endossada no
estudo de Gamarra et al. (2016), ao qual foram
utilizadas ferramentas do Índice de Vegetação
por Diferença Normalizada (NDVI) para avaliar
a estrutura da vegetação e efetividade da proteção
de unidade de conservação do fragmento do
bioma observado. As ferramentas de tecnologia
geográfica utilizadas pelos pesquisadores
mostraram-se eficazes para avaliar a efetividade
da proteção oferecida pela unidade de
conservação estudada, além de contribuírem para
os estudos de ecologia e conservação da
biodiversidade com otimização de custos e
tempo, além de elucidar essa metodologia para
ser empregada em outras regiões do Cerrado que
apresentam características semelhantes à área de
estudo.
Os dados obtidos pelo referido estudo
possuem a finalidade de contribuir para o
planejamento de uso e gestão dos recursos
naturais, evidenciando caminhos para manejar de
forma adequada os ecossistemas ameaçados
ecologicamente e mecanismos viáveis para
conservá-los de forma efetiva. O SIG é um
importante instrumento para promover a
conservação ambiental e inclusão social
considerando suas várias vertentes. Dessa forma,
a mesma abordagem pode se dá ao extrativismo
vegetal praticado no Cerrado, pois é notório a
forma de exploração desenfreada e contínua dos
bens naturais, sejam eles madeireiros ou não
madeireiros (GAMARRA et al., 2016).
A ausência de práticas de manejo
adequadas nas espécies utilizadas associado às
características de bienalidade das plantas
(processo de oscilação na produção da planta
considerando um período de dois anos) contribui
para a migração da área de coleta dos recursos,
em que os coletores percorrem diferentes
fragmentos de vegetação ao longo do ciclo de
extrativismo, sem lançar mão de estratégias para
conservação e recuperação da área explorada,
característica essa muito comum no Cerrado
(NUNES, et al., 2012).
Considerando essa realidade, é de
crucial importância discutir estratégias efetivas
de mitigação para essa problemática, ao qual
pode-se destacar: Estímulo ao desenvolvimento
do conhecimento cientifico no Cerrado por meio
de pesquisas que enfoquem nessas questões,
fomento à capacitação técnica das comunidades
extrativistas fomentando articulação e
envolvimento dos atores sociais, participação
política em parceria com instituições públicas e
privadas, certificação das atividades extrativistas
seguindo protocolo de boas práticas. Embora
sejam ações complexas a curto prazo, é de
imprescindível relevância para redução de
problemas como descaracterização da vegetação
nativa e degradação dos recursos naturais, e,
assim, promover o desenvolvimento sustentável
preconizado como ambição global (SIQUEIRA;
CASTRO; FARIA, 2013).
Valorização do capital natural e social do
cerrado
O Cerrado é considerado o bioma com
maior biodiversidade do mundo e caracterizado
como o segundo maior bioma da América Latina,
ocupando 21% do território brasileiro. É
caracterizado como um hotspot de
biodiversidade de fauna e flora, sendo
constituído por um mosaico de fitofisionomias
distintas, formando um conjunto de comunidades
que estão ecologicamente relacionadas
(PINHEIRO; DURIGAN, 2012).
Conforme argumentam Kunz et al.
(2009), o referido bioma faz limite com todos os
outros biomas, com exceção do pampa. Ocorre
em 11 dos 27 Unidades da Federação, incluindo
o Distrito Federal. Apresenta característiicas
fitofisionômicas com formações florestais e
campestres, com predominância de savana.
Conforme a literatura aponta, o Cerrado
apresenta uma alta variedade de frutos
comestíveis e ervas medicinais, ao qual
representa fonte de renda alternativa para as
famílias adjacentes, envolvendo comerciantes,
processadores e empresários locais
Um dos motivos que explicam a forte
influência do extrativismo vegetal nesse
domínio fitogeográfico é a presença de espécies
vegetais com potencial para múltipas utilizações,
corroborando seu aspecto atrativo para
finalidades medicinais, comestíveis e para
confecções de produtos artesanais e outros. As
questões culturais e conhecimentos tradicionais
são elementos fundamentais para o
desenvolvimento do extravismo vegetal ao longo
das gerações. O Cerrado é conhecido como o
bioma com o maior número de frutíferas
comestíveis e ainda considerada a caixa d’água
do Brasil, pois nele se encontram as nascentes
que abastecem os rios das principais bacias
hidrográficas brasileiras (DIEGUES, 2000).
A biodiversidade botânica do bioma
também desempenha papel crucial para
manutenção sociocultural e econômica de
famílias nativas, ou oriundas de outras regiões do
país, que sobrevivem dos recursos naturais
através do extrativismo ou agricultura de
subsistência. Além disso, esse modelo de
produção familiar constitui um relevante
intrumento com substancial importância para
valorização da cultura local predominante, já que
esses atores comunitários dententores de sabreres
apresentam conhecimentos tradicionais, os quais
são expressos desde a forma de extração de
recursos da natureza até as suas respectivas
formas de utilização. O uso de estrutras do
buritizeiro para confecção de artesanato ou para
composição de artefatos em manifestações
religiosas e populares é um exemplo
representativo no Cerrado da Bahia (AGUIAR,
2014).
Considerando esse esteio, a valorização
desses produtos coletados é potencializada pela
presença efetiva de empreendimentos
comunitários ou cooperativas que agregam valor
ao produto, realizando procedimentos pós-
colheita como o beneficiamento e processamento
dos frutos, transformando-os em doces, geleias,
polpas dentre outros produtos diversificados,
ampliando, desa maneira, o valor qualitativo do
fruto e, consequentemente, sua comercialização.
O consumo de produtos mais diversificados ou
transformados, oriundos do Cerrado (tais como
sorvetes, nozes, farinhas e barras de cereais), são
consumidos também nos grandes centros
urbanos e por empresas multinacionais,
sobretudo voltadas para a finalidade medicinal
(DINIZ; NOGUEIRA, 2014).
Contudo, a maioria dos frutos coletados
do Cerrado se dá através do extrativismo
considerado de forma inadequada, não
ocorrendo, nesse sentido, trabalhos de
domesticação das fruteiras nativas para que
possam ser cultivadas em lavouras comerciais,
podendo reduzir a pressão extrativista e
potencializando a conservação e valorização das
espécies em seu habitat natural. Atualmente, em
torno de 60 espécies de frutas nativas são
conhecidas e utilizadas pela população
tradicional que vive no Cerrado (ÁVIDOS;
FERREIRA, 2020).
A composição e estrutura básica da
vegetação do bioma é determinada por fatores
bióticos e abióticos, bem como por
características geomoforlógicas, climáticas,
condições hidrológicas e interferência antrópica
(ABADIA et al., 2018). Grande parte das
espécies que compõem o cerrado são
caracterizadas por possuírem a capacidade de
adaptação a diferentes condições do ambiente,
como baixa disponibilidade de água, solos ácidos
e com baixo potencial de fertilização, além do
inconveniente de propagação do fogo. Tais
espécies possuem mecanismos fisiológicos e
morfológicos que as permitem sobreviverem
nessas condições adversas (GHALAMBOR et
al., 2007).
A presença do fogo é uma característica
muito relevante que moldou a estrutura e
composição florística do cerrado ao longo do
tempo, uma vez que características como seca,
estiagem, quantidade limitada e má distribuição
das precipitações pluviométricas durante um
determinado período do ano têm contribuído para
esse fenômeno. Além disso, outras características
como temperaturas elevadas, solo seco e baixa
umidade relativa do ar, aliado à presença de
gramíneas, arbustos e árvores com galhos e
folhas secas, proporcionam condições ideais para
o surgimento e propagação desse fenomeno
(SILVA, 2019).
Bendito et al. (2018) mencionam que o
Cerrado possui 41,6% de sua cobertura vegetal
substituídos em decorrência de atividades
antrópicas realizados de forma inadequada, em
grande parte, provocando a degradação dos
recursos naturais e extinção de várias espécies.
Nesse sentido, a promoção de conhecimento e o
aprimoramento de técnicas para a reversão dos
problemas ambientais se tornaram
indispensáveis à recuperação de áreas
degradadas e dos ecossistemas intensamente
modificados pela ação do homem.
Muitas espécies arbóreas do Cerrado
possuem potencial para produção de produtos
não madereiros e madereiros, incluindo, produtos
de uso medicinal, alimenício e artesanal. Nessas
formações, as espécies possuem potencial para
uso imediato e tecnológico para estes fins,
inclusive destinados para usos considerados não
madeireiros, sobretudo em relação ao grupo
ervas, arbustos, lianas e epífitas, aos quais são as
mais utilizadas em manejo sustentáveis por
produtores familiares (SILVA, 2019).
Os fragmentos do Cerrado da região
Oeste da Bahia possuem grande potencial para a
produção de sementes destinadas à produção de
mudas para recuperação de áreas degradadas,
bem como para reserva legal e área de
preservação permanente, conforme preconizam
as normas do Código Florestal Brasileiro
(KUNZ, et al., 2009). Dentre as principais
espécies úteis e utilizadas pelo homem no
cerrado, destacam-se algumas em função do seu
valor econômico, como: aroeira (madeira),
barbatimão (medicinal e tanante), buriti
(alimentícia), piaçava (têxtil), pequi (óleo), entre
outras. Estas já possuem cadeias de mercado
consolidadas, sendo capazes de gerar renda em
curto prazo, entretanto poucos estudos ligados à
domesticação têm sido realizados,
principalmente em relação ao potencial
extrativista destas espécies.
Conforme o Ministério do Meio
Ambiente (2013), mais de 220 espécies do
Cerrado apresentam potencial para uso medicinal
e 416 podem ser usadas na recuperação de solos
degradados. Ademais, alguns tipos de frutos
comestíveis são regularmente consumidos pela
população local e vendidos nos centros urbanos,
como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense),
Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia
speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica),
Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do
Cerrado (Anacardium humile), Araticum
(Annona crassifolia) e as sementes do Baru
(Dipteryx alata).
Afonso et al. (2009) observaram uma
crescente valorização dos produtos não
madeireiros do Cerrado, uma vez que os dados
técnicos subestimam os não madeireiros,
sobretudo em relação a essas áreas extratoras.
Pesquisas na região oeste da Bahia ainda são
inccipientes em relação ao extrativismo vegetal
desses produtos.
Valorizar e reconhecer o Cerrado como
espaço de construção de saberes, culturas e
vivências diferenciadas e peculiares,
considerando para além de sua abrangência
fitogeográfica, é uma tarefa desafiadora, mas
necessária.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das discussões, pode-se endos-
sar as potencialidades das espécies vegetais do
Cerrado baiano com vistas ao extrativismo não
madeireiro, como atividade econômica capaz de
fomentar diálogos importantes para manutenção
e conservação da biodiversidade e saberes tradi-
cionais relacionados. Contudo, constatou-se a ne-
cessidade de realizações de pesquisas em muitas
áreas antropizadas do Cerrado, ao qual os aspec-
tos ecológicos e socioeconômicos relacionados
ao extrativismo de suas populações naturais,
ainda são desconhecidos.
Além disso, pode-se inferir que grande
parte das comunidades extrativistas do Cerrado
baiano exercem suas atividades à margem da
informalidade e em exploração predatória.
Ademais, nota-se as fragilidades e desarticulação
das cadeias de comercialização dos produtos
extrativos, indicando a necessidade de
elucidação do extrativismo vegetal nessa área e
seus potenciais efeitos na vegetação nativa e
socioeconomia local, com a finalidade de
contribuir para uma possível reabilitação
ecológica em áreas degradadas e,
consequentemente, promover a conservação
desses recursos e a manutenção da identidade
cultural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABADIA, A. C. et al. Savannas on two different
substrates in Brazil have a similar species
diversity, but distinct edaphic conditions and
species composition. Brazilian Journal of
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non-timber forest products in financial valuation
of savannah formation in Sudanian region.
Universal Journal of Agricultural Research.
v. 4, n. 14, p.183-197, 2016.
AGRADECIMENTOS
À Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) pela concessão de
bolsa de pesquisa e ao Programa de Pós-Gradua-
ção em Ciências Ambientais da Universidade Fe-
deral do Oeste da Bahia.
______________________________________
1-* Discente do Programa de pós-graduação em
Ciências Ambientais, Universidade Federal do
Oeste da Bahia (PPGCA-UFOB). weber.no-
gueira@ufob.edu.br
2- Bolsista de pós-doutorado PPGCA-UFOB,
Projeto de Avaliação Socioambiental Integrada.
3- Professora Doutora, Universidade Federal do
Oeste da Bahia.
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Extrativismo sustentável no Cerrado

  • 1. REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 22 - Número 2 - 2º Semestre 2022 EXTRATIVISMO, AMBIENTE E ECOLOGIA: UMA ABORDAGEM TEÓRICA SOBRE O PAPEL DAS COMUNIDADES RURAIS NA PROMOÇÃO DO EXTRATIVISMO VEGETAL SUSTENTÁVEL NO CERRADO Weber Pereira Nogueira¹*, João Manoel da Silva², Luci Ferreira Ribeiro³ RESUMO A modificação da paisagem natural em decorrência das atividades antrópicas é um processo inerente ao desenvolvimento das sociedades, dentre os quais dar-se-á destaque ao extrativismo vegetal, atividade econômica com potencial para intensificação dessas alterações na vegetação nativa. O extrativismo vegetal é uma atividade praticada, sobretudo, por comunidades tradicionais, estando ligada a questões de cunho sociocultural, identitárias e econômicas sendo, muitas vezes, praticada no âmbito da agricultura familiar, por pequenos agricultores ou para outras finalidades. A retirada de plantas para uso medicinal, lenháceo e destinados a agroindústrias é uma prática bastante presente no Cerrado, práticas essas que estão intrínsecas à formação cultural desses locais. Entretanto, a exploração predatória e praticada de forma inadequada pode implicar na redução expressiva das populações naturais das espécies presentes. A partir das reflexões teóricas elucidadas neste estudo, foi possível estabelecer uma maior compreensão e ponderação sobre os desafios e as perspectivas para consolidar a sustentabilidade no Cerrado com enfoque no extrativismo não madeireiro no Cerrado. Palavras-chave: Paisagens modificadas, Fitossociologia, Manejo sustentável, Impactos Ambientais. EXTRACTION, ENVIRONMENT AND ECOLOGY: THE ROLE OF RURAL COMMUNITIES IN PROMOTING SUSTAINABLE NON-TIME PLANT EXTRACTIVISM IN THE CERRADO ABSTRACT The modification of the natural landscape as a result of anthropic activities is a process inherent to the development of societies, among which plant extractivism will be highlighted, an economic activity with the potential to intensify these changes in native vegetation. Plant extractivism is an activity practiced, above all, by traditional communities, being linked to social culture, identity and economic issues, and is often practiced in the context of family farming, by small farmers or for other purposes. The removal of plants for medicinal and wood use and for agroindustries is a practice that is very present in the Cerrado, practices that are intrinsic to the cultural formation of these places. However, predatory exploitation, practiced improperly, can result in a significant reduction in the natural populations of the species present. From the theoretical reflections elucidated in this study, it was possible to establish a greater understanding and consideration of the challenges and perspectives to consolidate sustainability in the Cerrado with a focus on non-timber extraction in the Cerrado. Keywords: Modified landscapes, Phytosociology, Sustainable management, Environmental Impacts. 51
  • 2. INTRODUÇÃO Os ecossistemas naturais são de crucial relevância como fonte de recursos genéticos e também como geradores de bens e consumos ao homem, sobretudo, no que se refere a sua utilização destinado à alimentação, ao aspecto medicinal, à geração de energia, dentre outras múltiplas utilidades. Grande parte desses recursos vem sendo destruídos de maneira irreversível, exigindo medidas urgentes e práticas para a sua conservação. Nesse sentido, estudos que apontem a viabilidade e relevância socioeconômica e ambiental de exploração extrativista não madeireira no Cerrado ainda são incipientes, embora essa atividade econômica seja recorrente, considerando as distintas fitofisionomias predominantes neste domínio fitogeográfico (TRAVASSOS; SOUZA,2014). Nessa lógica, a realização de um estudo que enfoque em questões voltadas para a caracterização ecológica e efeitos da atividade extrativista não madeireira nas populações naturais é de crucial importância no sentido de possibilitar uma compreensão que possa respaldar futuros trabalhos de cunho socioambiental. Assim, a ampliação do conhecimento acerca dessa abordagem poderá contribuir para direcionar estratégias de conservação da paisagem natural e estabelecer o fortalecimento do extrativismo como atividade econômica de baixo impacto, vinculadas à valorização e manutenção dos conhecimentos tradicionais relacionados (NDAGIJIMANA et al., 2015). A coleta de recursos vegetais florestais é uma atividade praticada, sobretudo, por comunidades tradicionais, estando ligada às questões de cunho sociocultural, identitárias e econômicas sendo, muitas vezes, praticada no âmbito da agricultura familiar, por pequenos agricultores ou para outras finalidades. Essas práticas extrativistas baseiam-se no conhecimento que é transmitido através das gerações, respaldadas na sabedoria popular, podendo implicar em problemáticas de ordem ambiental, social e econômica (PASSOS,2016). Outrossim, a cadeia produtiva de produtos florestais não madeireiros está baseada no extrativismo de populações vegetais que, muitas vezes, complementam a renda dessas comunidades locais. A retirada de partes das plantas para uso medicinal, lenháceo e destinados às agroindústrias é uma prática bastante presente no Cerrado, práticas essas que estão intrínsecas à formação cultural desses locais. Entretanto, a exploração praticada de forma inadequada pode implicar na redução expressiva das populações naturais das espécies (NDAGIJIMANA et al., 2015). Nessa perspectiva, objetivou-se por meio desse estudo, caracterizar a importância, os desafios e perspectivas relacionadas ao extrativismo sustentável nas comunidades naturais, considerando seus aspectos ecológicos e socioeconômicos relacionados, por meio de uma abordagem teórica. METODOLOGIA Para o desenvolvimento deste estudo, foi realizada uma revisão de literatura de caráter informativo, a partir de uma reflexão teórica com elucidação de alguns conceitos referentes ao desenvolvimento sustentável e efeitos da atividade extrativista não madeireira no Cerrado. Para isso, utilizou-se como fonte de dados as plataformas indexadas Scielo, Google Acadêmico e Periódicos Capes. Os descritores utilizados para a pesquisa foram em português “Extrativismo sustentável, Cerrado e sustentabilidade”. Foram encontrados cerca de 500 artigos, teses e dissertações, aos quais foram selecionados 15 destes para a análise sistemática, sendo selecionadas produções científicas mais recentes (a partir de 2005), e mais condizentes com a presente abordagem, como critério de inclusão Nesse sentido, a busca de informações foi realizada no período de novembro de 2022 a março de 2023. RESULTADOS E DISCUSSÃO Sustentabilidade com enfoque no extrativismo vegetal A percepção sustentável alicerça-se em pilares político-ideológicos, aos quais moldaram-se ao longo dos anos, constituindo-se em um caminho desafiador no contexto atual, atrelado, sobretudo, ao desenvolvimento econômico. De acordo com as definições preconizadas na literatura, a sustentabilidade
  • 3. pode ser compreendida como um mecanismo de equilíbrio que possui a capacidade de aliar desenvolvimento econômico e a conservação da natureza, auxiliando na manutenção da biosfera (MELO et al., 2019). O conceito de sustentabilidade surgiu ainda no século XV, no contexto da expansão marítima e diante de vários navios construídos veio a escassez de madeira, a partir disso, suscitou o pensamento de sustentabilidade. De maneira mais específica, sustentabilidade implica uma necessária inter-relação entre justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a necessidade de desenvolvimento com capacidade de suporte (MENDES; VIOLA, 2022). O termo é conceituado de forma geral pela literatura científica como conjunto de alter- nativas que visam assegurar de maneira efetiva a qualidade de vida da população mundial com ati- tudes ecologicamente corretas, de forma orde- nada, economicamente viável, sem impactar ou com mínimos impactos às gerações futuras. Em outras palavras, a sustentabilidade serve como al- ternativa para garantir a sobrevivência dos indi- víduos, sem exaurir os recursos naturais do pla- neta, além de garantir que as gerações futuras usufruam também destes recursos (FERREIRA et al., 2014). Considerando essas afirmações, ao abordar esses conceitos atrelados à perspectiva do extrativismo de recursos naturais, pressupõe- se que a execução da atividade extrativista seja respaldada nas responsabilidades econômica e socioambiental, estabelecendo estratégias e caminhos concretos para mitigação de possíveis impactos e degradações ambientais decorrentes dessa atividade econômica. Nesse ínterim, para se obter êxito na consolidação efetiva do extrativismo sustentável, é de crucial relevância a realização de estudos de viabilidade ecológica e comercial, seleção cuidadosa do recurso, monitoramento da exploração e regeneração, calibração do extrativismo, por meio de aprofundamento político e científico, sendo imprescindível levar em consideração a viabilidade econômica, bem como promover melhorias sociais e não comprometer o equilíbrio ecológico local (VODOUHE et al., 2016). No Brasil, por exemplo, a lenha é considerada o segundo combustível mais usado para cocção, e aliado a isso, principalmente naquelas comunidades de menor renda per capita, a exploração exacerbada, sem critérios técnicos, o desmatamento, o monitoramento insuficiente, têm contribuído para o surgimento de problemas com devastação das florestas, solos e ecossistemas (TRAVASSOS; SOUZA, 2014). Nesse sentido, a ausência de conhecimento técnico e de práticas de manejo sustentável na utilização dos recursos florestais, agravam este problema, visto que ainda são incipientes informações pertinentes na literatura científica. Nesse sentido, ressalta-se a relevância do desenvolvimento do conhecimento científico sobre essa temática, de modo que possibilite a combinação sustentável entre retorno econômico e conservação, sendo crucial o apoio à implementação de cadeias produtivas rentáveis associadas à pesquisa, visando à determinação de práticas de manejo que sejam ecologicamente sustentáveis, tanto para as espécies de interesse quanto para o ambiente em que se inserem (MAZZA et al., 2007). A ausência do conhecimento técnico sobre essas práticas ecológicas na exploração da paisagem natural, principalmente quando se considera o extrativismo de populações naturais, pode ser verificado por meio de dados da cenciometria, isto é, um estudo bibliométrico que estima a quantidade de artigos publicados e impacto científico de determinada temática na comunidade acadêmico-científica. Nesse ínterim, de acordo com um trabalho realizado por Dutra e Souza (2020) o número de registros de artigos publicados acerca das questões voltadas para a ótica da sustentabilidade, aumentou de forma substancial a partir dos anos 2000. Uma possível explicação para esse aumento de interesse acerca do tema, pode estar relacionada com expectativas geradas por eventos de cunho ambiental como a Rio+20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que aconteceu em 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Outro documento importante a ser destacado é o plano de ação global Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, adotado em 2015, onde constam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em contrapartida, a análise cenciométrica não seguiu a mesma tendência de crescimento contínuo em relação ao extrativismo vegetal e geopolítica da natureza no Cerrado, o
  • 4. que endossa a ausência ou incipiência de estudos elucidativos acerca dos temas abordados e seus principais elementos associados. Contudo, compreende-se que esses dois ramos possuem substancial relevância para o desenvolvimento sustentável, pois o extrativismo de bens naturais consciente é um importante instrumento para geração de renda e subsistência das comunidades rurais locais, além de promover a manutenção dos ecossistemas naturais e seu equilíbrio dinâmico (DUTRA; SOUZA, 2017). Outrossim, a geopolítica da natureza pressupõe uma compreensão mais assertiva sobre as distintas estratégias que os órgãos governamentais devem adotar para mitigação das problemáticas em termos socioambientais e econômicos inerentes às modificações dos espaços geográficos. Por ser uma área de conhecimento multidisciplinar, a geopolítica respalda-se em objetivos relacionados com a integração nacional dos estados, levando em conta características socioeconômicas das regiões, o desenvolvimento sustentável e o crescimento urbanístico. Nesse sentido, o investimento intelectual no que se refere ao estado da arte da ciência em relação a essa temática, sobretudo vinculada à conservação do Cerrado, é de imprescindível importância, uma vez que permite fortalecer uma discussão que perpassa os assuntos chave em diversos meios, como na academia, na política, na economia e nos debates que envolvem as articulações internacionais (DUTRA; SOUZA, 2017). A aplicação efetiva desses conhecimentos numa determinada realidade pode contribuir para a promoção do desenvolvimento sustentável em comunidades rurais extrativistas no sentido de fomentar maior articulação e fortalecimento político que beneficie as populações locais e sistemas naturais das quais elas dependem. Apesar de serem objetivos ainda pouco adotados em comunidades extrativistas do Cerrado (a se pensar pelo interesse científico), a instauração de práticas mais sustentáveis abrange um plano de ação exequível e simples, ao qual pode se dá por meio de atividades interdisciplinares de educação ambiental mais participativas envolvendo os atores sociais, comunidades, equipes técnicas, instituições e administração pública e privada (VODOUHE et al., 2016). Além disso, algumas características ecológicas ainda são desconhecidas em muitos trechos de Cerrado, como a estrutura, a composição básica da vegetação e o estado de conservação das espécies. Considerando o exposto, este estudo poderá contribuir para elucidação da importância e necessidade de práticas de manejo agroflorestal ambientalmente sustentável, praticado na pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a função ecológica da área (MAZZA et al., 2007). A utilização das espécies vegetais do Cerrado pelas comunidades rurais, é uma prática comum e, em muitos casos, é a única alternativa que esses indivíduos têm para suprir suas necessidades básicas referentes aos seus múltiplos usos. A forma de extração desses recursos e de quais indivíduos são mais adequados para determinada finalidade, são determinadas pelos conhecimentos que são transmitidos através das gerações e respaldadas no conhecimento popular local. Nessa perspectiva, a literatura caracteriza o extrativismo como o ato de coletar produtos da natureza para diversas finalidades, ao qual remonta uma das práticas mais antigas da civilização humana. Nesse sentido, os produtos extativos possuem grande relevância econômica, na formação social, cultural, e ambiental do Cerrado, inclusive no que se refere à região Oeste da Bahia. Nessa perspectiva, Mazon (2014) caracteriza a fitossociologia como um intrumento relevante para carcaterização estrutural, taxonômica e ambiental dos ecossistemas naturais explorados pelas atividades antrópicas. Os indicadores fistossociológicos fornecem subsídios para elaboração de protocolos de manejo e recuperação de áreas degradadas ou que sejam passíveis de degradação, bem como parâmetros que permitem compreender os efeitos e o grau de interferência antrópica sobre a vegetação explorada. Tais estudos permitem estabelecer a comparação entre diferenças ecológicas de uso quanto a fatores abióticos no espaço-tempo, gerando ferramentas úteis para o entendimento e tomadas de decisões para execução de práticas conservacionistas, silviculturais e de uso múltiplo dos recursos florestais (MAZON, 2014).
  • 5. Os estudos fitossociológicos podem ser realizados por meio de parâmetros ou indicadores como a densidade, que representa o número de indivíduos encontrados de uma determinada espécie por área amostral analisada; a frequência, que expressa a uniformidade da distribuição horizontal de cada espécie na área amostral; e dominância, que é indicada pela soma do espaço de superfície horizontal (área basal) por espécie dentro da área amostral. Estes parâmetros podem ser expressos tanto em valores absolutos como relativos (MAZON, 2014). Conforme preconiza Rios et al. (2020), tais parâmetros caracterizam a condição de ocorrência em que se encontram as espécies e, quando somados na forma relativa, definem o valor de importância (VI) de uma espécie em relação às demais existentes na comunidade vegetal. A fitossociologia é muito empregada para diagnostico quali-quantitativo das formações vegetais, sendo suas informações imprescindíveis no que se refere à aplicação no planejamento das ações de gestão ambiental, manejo florestal e recuperação de áreas degradadas. Inventário florestal e gargalos da produção sustentável no cerrado O equilíbrio entre o produto e a produção ecológica nas atividades florestais preconizado por Mazza et al. (2007) é uma questão paradóxica, constituindo uma tarefa desafiadora para as comunidades produtivas. A ausência de conhecimentos técnicos, de formas de manejo adequadas para aquela determinada tipologia vegetal e da estrutura da vegetação são fatores que podem interferir para a não consolidação efetiva do equilíbrio defendido pelo autor supracitado Diante desse cenário, inventário florestal surge como uma relevante ferramenta para contribuir para a mitigação ou enfraquecimento desse gargalo à produção extrativista sustentável. Refere-se a um conjunto de instrumentos e procedimentos técnicos com o intuito de caracterização qualitativa e quantitativa da vegetação, auxiliando, por conseguinte, no diagnóstico do potencial desses recursos florestais e de eventuais perturbações de ordem ecológica existentes em uma determinada área (SANQUETTA et al., 2014). Considerando os princípios da conservação dos recursos naturais tanto de florestas plantadas ou nativas, as informações oriundas de um inventário florestal exercem funções de produção e proteção, por meio da obtenção de dados e informações precisas e fidedignas para conservar e manejar esses recursos. Dessa forma, o inventário florestal é uma atividade que se respalda nos fundamentos da teoria da amostragem, com a finalidade de determinar ou estimar uma dada característica, seja quantitativa ou qualitativa, de uma amostra (SANQUETTA et al., 2009). Informações ecológicas básicas sobre o bioma Cerrado ainda são incipientes, sobretudo considerando a porção Oeste da Bahia, embora existam estudos acerca da temática. Nessa lógica, o inventário florestal de qualidade pode contribuir para maior elucidação de parâmetros quantitativos, como as variáveis (volume, área basal, diâmetro médio quadrático, altura média etc.) podendo, no caso de florestas nativas, gerar estimativas de cunho fitossociológico, tais como (densidade, dominância, frequência, valor de importância, posição sociológica, dentre outros), evidenciando, dessa forma, uma descrição sistemática acerca da estrutura da floresta, e abrangendo informações capazes de predizer o estado de conservação do fragmento amostrado, podendo fortalecer as relações coleta e conservação e melhorando, a articulação produtiva e comercial dos produtos oriundos do extrativismo (RIOS et al., 2018). Considerando o exposto, em um estudo fitossociológico realizado em um fragmento de Cerrado com interferência direta de uma fazenda em um fragmento de Cerrado na Bahia, RIOS et al. (2018) obtiveram, por meio de um inventário florestal, resultados da importância ecológica acerca do fragmento arbóreo amostrado, verificando parâmetros fitossociológicos pelos quais, permitiram obter conclusões importantes acerca de espécies como a Eritrina (Erytrrina poeppigiana) e Seringueira (Hevea brasiliensis), ao qual possuem capacidade de resiliência e adaptação. Tais levantamentos foram importantes para o reconhecimento da composição, estrutura e valorização dos fustes das árvores da floresta estudada. Considerando as informações acima apresentadas, pode-se ponderar, por outro lado, a necessidade de maior participação dos atores
  • 6. sociais locais em pesquisas desse tipo, sendo esses indivíduos portadores de conhecimentos tradicionais importantes acerca da vegetação nativa, exploração, usos e fragilidades associadas ao aspecto de comercialização dos produtos. O diálogo interativo com as comunidades estudadas é fundamental. Nesse sentido, Magalhães (2014) efetuou um estudo mais complexo envolvendo o extrativismo vegetal, com enfoque na questão da sustentabilidade da exploração de baru (Dipteryx alata), considerando a sua cadeia de comercialização no Cerrado. O autor incluiu nas análises, além de estimativas quantitativas, parâmetros qualitativos acerca de aspectos socioeconômicos do referido extrativismo. A partir das análises, constatou-se que, nas condições encontradas, a exploração do baru pelas organizações amostradas não se configura como uma atividade sustentável de geração de renda, uma vez que atende parcialmente ao pressuposto, pois a atividade para ser considerada sustentável deve possuir um equilíbrio entre as várias dimensões da sustentabilidade. As Fragilidades na cadeia produtiva de produtos extrativos do Cerrado, a ausência de conhecimento técnico sobre as boas práticas de extração e conservação constituem obstáculos que comprometem a sustentabilidade da atividade. Utilização de geotecnologias no cerrado constitui uma importante ferramenta para sua conservação A utilização de elementos da paisagem natural para algumas finalidades (econômica, ornamental, medicinal ou outra) na perspectiva moderna de gestão do território, suscita necessidade de planejamentos voltados ao monitoramento do espaço, enfocando ações relativas aos componentes do ambiente, e sua inter-relação com o homem. Nessa perspectiva, as geotecnologias assumem função crucial no que se refere à elucidação do estado de conservação de determinada cobertura vegetal, bem como caracterização de seus atributos ecológicos. A legislação ambiental preconiza o estabelecimento de dispositivos relacionados à criação de relatórios de impacto ambiental (RIMA) como condição prévia para implantação de novos projetos de ocupação e uso do espaço, como implantação de empreendimentos de ferrovias e rodovias (VIOLA; MENDES, 2022). Conforme Pires et al. (2012) O uso da geotecnologia permite o estudo do ambiente de forma mais completa e ajuda a compreender as necessidades relacionadas ás alterações ambientais. O uso da tecnologia de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), por exemplo, apresenta expressiva importância em relação aos estudos de impactos ambientais, levando em consideração cinco dimensões: Mapeamento Temático, Diagnóstico Ambiental, Avaliação de Impacto Ambiental, Ordenamento Territorial e os Prognósticos Ambientais. A principal finalidade desse tipo de estudo refere-se à caracterização da organização do espaço, considerando suas peculiaridades ecológicas, a estrutura da sua vegetação e também suas possíveis vulnerabilidades, para assim, determinar ações de planejamento para respaldar futuros projetos e estudos ambientais, bem como levantamentos biofísicos importantes. O geoprocessamento vem cada vez mais sendo aplicado em estudos de diagnósticos ambientais, auxiliando nos procedimentos metodológicos referentes aos efeitos da interferência antrópica na dinâmica dos sistemas naturais, sendo um instrumento muito empregado em pesquisas relacionadas à degradação do solo e da vegetação, objetivando a obtenção de indicadores técnicos para auxiliar nas tomadas de decisão de mitigação dos inconvenientes causados à natureza. Em contrapartida, ainda são poucos os trabalhos que utilizam dessa tecnologia para melhorias às problemáticas existentes no Cerrado do Oeste da Bahia, sobretudo quando se considera às áreas de exploração extrativistas. (VIOLA; MENDES, 2022). Nessa perspectiva, o conhecimento da Ecologia da Paisagem, campo da ciência fundamental para o desenvolvimento, manejo, conservação e planejamento da paisagem, possibilita tomadas de decisão acerca da conservação e restauração de ecossistemas naturais, além de possibilitar ferramentas que auxiliem na compreensão das dinâmicas de modificações da paisagem natural, sobretudo em decorrência das atividades humanas, além de subsidiar estratégias para o planejamento integrado que concilia conservação dos recursos naturais e desenvolvimento econômico.
  • 7. Nesse contexto, os conceitos da Ecologia da Paisagem aliados às ferramentas/técnicas de Geotecnologias como Sensoriamento Remoto e SIG podem respaldar as ações humanas na utilização dos elementos naturais, além de auxiliar na compreensão das suas vulnerabilidades e subsidiar as tomadas de decisão acerca da restauração dos sistemas naturais afetados. Nesse sentido, as geotecnologias desempenham função essencial para compreensão da organização, localização e disposição do espaço geográfico, aos quais são elementos indispensáveis para o planejamento de uso e gestão das paisagens naturais (SIQUEIRA; CASTRO; FARIA, 2013). A relevância da utilização das geotecnologias no Cerrado é endossada no estudo de Gamarra et al. (2016), ao qual foram utilizadas ferramentas do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) para avaliar a estrutura da vegetação e efetividade da proteção de unidade de conservação do fragmento do bioma observado. As ferramentas de tecnologia geográfica utilizadas pelos pesquisadores mostraram-se eficazes para avaliar a efetividade da proteção oferecida pela unidade de conservação estudada, além de contribuírem para os estudos de ecologia e conservação da biodiversidade com otimização de custos e tempo, além de elucidar essa metodologia para ser empregada em outras regiões do Cerrado que apresentam características semelhantes à área de estudo. Os dados obtidos pelo referido estudo possuem a finalidade de contribuir para o planejamento de uso e gestão dos recursos naturais, evidenciando caminhos para manejar de forma adequada os ecossistemas ameaçados ecologicamente e mecanismos viáveis para conservá-los de forma efetiva. O SIG é um importante instrumento para promover a conservação ambiental e inclusão social considerando suas várias vertentes. Dessa forma, a mesma abordagem pode se dá ao extrativismo vegetal praticado no Cerrado, pois é notório a forma de exploração desenfreada e contínua dos bens naturais, sejam eles madeireiros ou não madeireiros (GAMARRA et al., 2016). A ausência de práticas de manejo adequadas nas espécies utilizadas associado às características de bienalidade das plantas (processo de oscilação na produção da planta considerando um período de dois anos) contribui para a migração da área de coleta dos recursos, em que os coletores percorrem diferentes fragmentos de vegetação ao longo do ciclo de extrativismo, sem lançar mão de estratégias para conservação e recuperação da área explorada, característica essa muito comum no Cerrado (NUNES, et al., 2012). Considerando essa realidade, é de crucial importância discutir estratégias efetivas de mitigação para essa problemática, ao qual pode-se destacar: Estímulo ao desenvolvimento do conhecimento cientifico no Cerrado por meio de pesquisas que enfoquem nessas questões, fomento à capacitação técnica das comunidades extrativistas fomentando articulação e envolvimento dos atores sociais, participação política em parceria com instituições públicas e privadas, certificação das atividades extrativistas seguindo protocolo de boas práticas. Embora sejam ações complexas a curto prazo, é de imprescindível relevância para redução de problemas como descaracterização da vegetação nativa e degradação dos recursos naturais, e, assim, promover o desenvolvimento sustentável preconizado como ambição global (SIQUEIRA; CASTRO; FARIA, 2013). Valorização do capital natural e social do cerrado O Cerrado é considerado o bioma com maior biodiversidade do mundo e caracterizado como o segundo maior bioma da América Latina, ocupando 21% do território brasileiro. É caracterizado como um hotspot de biodiversidade de fauna e flora, sendo constituído por um mosaico de fitofisionomias distintas, formando um conjunto de comunidades que estão ecologicamente relacionadas (PINHEIRO; DURIGAN, 2012). Conforme argumentam Kunz et al. (2009), o referido bioma faz limite com todos os outros biomas, com exceção do pampa. Ocorre em 11 dos 27 Unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal. Apresenta característiicas fitofisionômicas com formações florestais e campestres, com predominância de savana. Conforme a literatura aponta, o Cerrado apresenta uma alta variedade de frutos comestíveis e ervas medicinais, ao qual representa fonte de renda alternativa para as
  • 8. famílias adjacentes, envolvendo comerciantes, processadores e empresários locais Um dos motivos que explicam a forte influência do extrativismo vegetal nesse domínio fitogeográfico é a presença de espécies vegetais com potencial para múltipas utilizações, corroborando seu aspecto atrativo para finalidades medicinais, comestíveis e para confecções de produtos artesanais e outros. As questões culturais e conhecimentos tradicionais são elementos fundamentais para o desenvolvimento do extravismo vegetal ao longo das gerações. O Cerrado é conhecido como o bioma com o maior número de frutíferas comestíveis e ainda considerada a caixa d’água do Brasil, pois nele se encontram as nascentes que abastecem os rios das principais bacias hidrográficas brasileiras (DIEGUES, 2000). A biodiversidade botânica do bioma também desempenha papel crucial para manutenção sociocultural e econômica de famílias nativas, ou oriundas de outras regiões do país, que sobrevivem dos recursos naturais através do extrativismo ou agricultura de subsistência. Além disso, esse modelo de produção familiar constitui um relevante intrumento com substancial importância para valorização da cultura local predominante, já que esses atores comunitários dententores de sabreres apresentam conhecimentos tradicionais, os quais são expressos desde a forma de extração de recursos da natureza até as suas respectivas formas de utilização. O uso de estrutras do buritizeiro para confecção de artesanato ou para composição de artefatos em manifestações religiosas e populares é um exemplo representativo no Cerrado da Bahia (AGUIAR, 2014). Considerando esse esteio, a valorização desses produtos coletados é potencializada pela presença efetiva de empreendimentos comunitários ou cooperativas que agregam valor ao produto, realizando procedimentos pós- colheita como o beneficiamento e processamento dos frutos, transformando-os em doces, geleias, polpas dentre outros produtos diversificados, ampliando, desa maneira, o valor qualitativo do fruto e, consequentemente, sua comercialização. O consumo de produtos mais diversificados ou transformados, oriundos do Cerrado (tais como sorvetes, nozes, farinhas e barras de cereais), são consumidos também nos grandes centros urbanos e por empresas multinacionais, sobretudo voltadas para a finalidade medicinal (DINIZ; NOGUEIRA, 2014). Contudo, a maioria dos frutos coletados do Cerrado se dá através do extrativismo considerado de forma inadequada, não ocorrendo, nesse sentido, trabalhos de domesticação das fruteiras nativas para que possam ser cultivadas em lavouras comerciais, podendo reduzir a pressão extrativista e potencializando a conservação e valorização das espécies em seu habitat natural. Atualmente, em torno de 60 espécies de frutas nativas são conhecidas e utilizadas pela população tradicional que vive no Cerrado (ÁVIDOS; FERREIRA, 2020). A composição e estrutura básica da vegetação do bioma é determinada por fatores bióticos e abióticos, bem como por características geomoforlógicas, climáticas, condições hidrológicas e interferência antrópica (ABADIA et al., 2018). Grande parte das espécies que compõem o cerrado são caracterizadas por possuírem a capacidade de adaptação a diferentes condições do ambiente, como baixa disponibilidade de água, solos ácidos e com baixo potencial de fertilização, além do inconveniente de propagação do fogo. Tais espécies possuem mecanismos fisiológicos e morfológicos que as permitem sobreviverem nessas condições adversas (GHALAMBOR et al., 2007). A presença do fogo é uma característica muito relevante que moldou a estrutura e composição florística do cerrado ao longo do tempo, uma vez que características como seca, estiagem, quantidade limitada e má distribuição das precipitações pluviométricas durante um determinado período do ano têm contribuído para esse fenômeno. Além disso, outras características como temperaturas elevadas, solo seco e baixa umidade relativa do ar, aliado à presença de gramíneas, arbustos e árvores com galhos e folhas secas, proporcionam condições ideais para o surgimento e propagação desse fenomeno (SILVA, 2019). Bendito et al. (2018) mencionam que o Cerrado possui 41,6% de sua cobertura vegetal substituídos em decorrência de atividades antrópicas realizados de forma inadequada, em grande parte, provocando a degradação dos recursos naturais e extinção de várias espécies.
  • 9. Nesse sentido, a promoção de conhecimento e o aprimoramento de técnicas para a reversão dos problemas ambientais se tornaram indispensáveis à recuperação de áreas degradadas e dos ecossistemas intensamente modificados pela ação do homem. Muitas espécies arbóreas do Cerrado possuem potencial para produção de produtos não madereiros e madereiros, incluindo, produtos de uso medicinal, alimenício e artesanal. Nessas formações, as espécies possuem potencial para uso imediato e tecnológico para estes fins, inclusive destinados para usos considerados não madeireiros, sobretudo em relação ao grupo ervas, arbustos, lianas e epífitas, aos quais são as mais utilizadas em manejo sustentáveis por produtores familiares (SILVA, 2019). Os fragmentos do Cerrado da região Oeste da Bahia possuem grande potencial para a produção de sementes destinadas à produção de mudas para recuperação de áreas degradadas, bem como para reserva legal e área de preservação permanente, conforme preconizam as normas do Código Florestal Brasileiro (KUNZ, et al., 2009). Dentre as principais espécies úteis e utilizadas pelo homem no cerrado, destacam-se algumas em função do seu valor econômico, como: aroeira (madeira), barbatimão (medicinal e tanante), buriti (alimentícia), piaçava (têxtil), pequi (óleo), entre outras. Estas já possuem cadeias de mercado consolidadas, sendo capazes de gerar renda em curto prazo, entretanto poucos estudos ligados à domesticação têm sido realizados, principalmente em relação ao potencial extrativista destas espécies. Conforme o Ministério do Meio Ambiente (2013), mais de 220 espécies do Cerrado apresentam potencial para uso medicinal e 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados. Ademais, alguns tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do Cerrado (Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Baru (Dipteryx alata). Afonso et al. (2009) observaram uma crescente valorização dos produtos não madeireiros do Cerrado, uma vez que os dados técnicos subestimam os não madeireiros, sobretudo em relação a essas áreas extratoras. Pesquisas na região oeste da Bahia ainda são inccipientes em relação ao extrativismo vegetal desses produtos. Valorizar e reconhecer o Cerrado como espaço de construção de saberes, culturas e vivências diferenciadas e peculiares, considerando para além de sua abrangência fitogeográfica, é uma tarefa desafiadora, mas necessária. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir das discussões, pode-se endos- sar as potencialidades das espécies vegetais do Cerrado baiano com vistas ao extrativismo não madeireiro, como atividade econômica capaz de fomentar diálogos importantes para manutenção e conservação da biodiversidade e saberes tradi- cionais relacionados. Contudo, constatou-se a ne- cessidade de realizações de pesquisas em muitas áreas antropizadas do Cerrado, ao qual os aspec- tos ecológicos e socioeconômicos relacionados ao extrativismo de suas populações naturais, ainda são desconhecidos. Além disso, pode-se inferir que grande parte das comunidades extrativistas do Cerrado baiano exercem suas atividades à margem da informalidade e em exploração predatória. Ademais, nota-se as fragilidades e desarticulação das cadeias de comercialização dos produtos extrativos, indicando a necessidade de elucidação do extrativismo vegetal nessa área e seus potenciais efeitos na vegetação nativa e socioeconomia local, com a finalidade de contribuir para uma possível reabilitação ecológica em áreas degradadas e, consequentemente, promover a conservação desses recursos e a manutenção da identidade cultural. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABADIA, A. C. et al. Savannas on two different substrates in Brazil have a similar species diversity, but distinct edaphic conditions and species composition. Brazilian Journal of Botany, São Paulo, v. 41, n. 1, p. 57–64, dez, 2018.
  • 10. AFONSO, S. R. et al. Mercado dos produtos florestais não-madeireiros do cerrado brasileiro. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 19, n. 3, p. 315–326, set. 2009. AGUIAR, C, de M. Parcerias para a sustentabilidade no Cerrado: seus desafios e oportunidade. 2014. 89 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Recursos florestais, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz,USP, Piracicaba, 2014. BENDITO, B. P. C. et al. Espécies do cerrado com potencial para recuperação de áreas degradadas, Gurupi (TO). Revista Agrogeoambiental,. v. 10, n. 2. p. 81-117, jul, 2018. DIEGUES, A. C. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: NUPAUB-USP, 2000. DINIZ, J.; NOGUEIRA, M. O agroextrativismo do Cerrado em perspectiva: Aldicir Scariot, João D’Angelis, Luís Carrazza e Sandra Afonso. Sustentabilidade em Debate. Revista de Ciências Sociais, v.7, n 1, p.130-156, jan./Jun. 2017. DUTRA, R. M. S.; SOUZA, M. M. O. de. Agroextrativismo e geopolítica da natureza: alternativa para o Cerrado na perspectiva analítica da cienciometria. Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 11, n. 3, p. 110–133, 2018. DUTRAS, R. M. S.; SOUZA, M. M. Agroextra- tivismo e geopolítica da natureza: alternativa para o Cerrado na perspectiva analítica da cien- ciometria. O. Ateliê Geográfico, Goiânia, v. 11, n.3, p. 110-133, dez, 2017. FERREIRA, T. N. et al. Características Físicas do cajuí (Anacardium sp.) do Cerrado Baiano. In: Congresso Brasileiro de Processamento mínimo e Pós-colheita de frutas, flores e hortaliças. Aracaju. Anais, 14. MFPA, 2010. v. 1, p. 236-240.001., 2014. GAMARRA, R, M. et al. Uso do NDVI na análise da estrutura da vegetação e efetividade da proteção de unidade de conservação no Cerrado. Raega, Curitiba, v.37, n. 1, p. 307- 332, ago, 2016. GHALAMBOR, C. K. et al. Adaptive versus non-adaptive phenotypic plasticity and the potential for contemporary adaptation in new environments. Functional Ecology, Chichester, v. 21, n. 3, p. 394-407, abril,2007. KUNZ, S,H.; IVANAUSKAS, N. M.; MARTINS, S. V. Estrutura fitossociológica de uma área de cerradão em Canarana, Estado do Mato Grosso, Brasil. Acta Scientiarum. Biological Sciences, Maringá, v. 31, n. 3, p. 255- 261, 2009. MAGALHÃES, R. M. CADEIA PRODUTIVA DA AMÊNDOA DO BARU (Dipteryx alata Vog.) NO CERRADO: UMA ANÁLISE DA SUSTENTABILIDADE DA SUA EXPLORAÇÃO. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 24, n. 3, p. 665-676, jul./set., 2014. MAZON, J. A. Composição florística e fitossociológica de floresta ombrófila mista em áreas sob manejo silvipastoril e sucessão secundária. 2014. 15889 f. Dissertação (mestrado), Universidade Estadual do Centro- Oeste, Irati, 2014. MAZZA, C. A. et al. Roteiro Metodológico para Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade. Colombo: Embrapa Florestas, 2007. Disponível em http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infot eca/handle/doc/313849 Acesso em: 20 jan 2023. MELO, A, L. R. et al. Ostreicultura e o extrativismo sustentável na Vila de Lauro Sodré. In: ANDRAD, D, F. Meio Ambiente, Sustentabilidade e Tecnologia. Belo Horizonte, 2019. p. 29-35. NDAGIJIMANA, C.; PAREYN, F. G. C.; RIEGELHAULPT, E. Uso do solo e desmatamento da Caatinga: um estudo de caso na Paraíba e no Ceará - Brasil. Estatística Florestal da Caatinga, Recife, v.2, p.18-29, 2015. PASSOS, B. M. et al. Características do consumo residencial de lenha e carvão vegetal. Floresta, Curitiba, v.46, n. 1, p.21-9, 2016.
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