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622 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
A atuação do psicopedagogo
no contexto hospitalar
The psychopedagogue activity
in the hospital context
La actuación del psicopedagogo
en el contexto hospitalario
Rosemeire Quilante Azevedo*
Ruth Ramalho R. Palladino*
Regina Maria A.C.Freire*
Resumo
Aatuação do psicopedagogo hospitalar é uma realidade brasileira em hospitais que aderiram à política
de humanização, proposta pelo Ministério da Saúde em 2002. Os hospitais, desde então, passaram a
reconhecer a importância da atuação de profissionais não médicos, para uma construção e circulação de
saberes de natureza interdisciplinar, possibilitando trazer à cena os aspectos biopsicossociais do paciente,
permitindo maior efetividade nos tratamentos. Objetivo: Este artigo se propõe a identificar e descrever a
atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar e as bases metodológicas que sustentam a sua prática.
Métodos: Trata-se de revisão de literatura no modelo integrativa, a partir do acesso às plataformas
Capes Periódico e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), usando as bases de dados: LILACS e SCIELO e
MEDLINE. Os critérios de inclusão foram: artigos revisados por pares, últimos 10 anos, utilizando as
palavras chave “psicopedagogia” e “hospitalar”, disponíveis eletronicamente, em português, inglês e/ou
espanhol, cujos resultados correspondiam à atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar. Resultados:
Os resultados mostram que a atuação deste profissional passou por mudanças no decorrer da história da
construção do campo psicopedagógico, mas ainda há poucos registros referentes à consolidação do seu
trabalho com crianças e adolescentes hospitalizados, como também sobre sua atuação com os familiares e
os envolvidos em seu processo escolar. Conclusão:Aatuação deste profissional ganha espaço nas equipes
multidisciplinares e se faz necessária, tanto em caráter preventivo como terapêutico, e deve ser valorizada
pelas equipes de profissionais da saúde, em busca de uma visão integrativa à criança hospitalizada.
Palavras-chave: Aprendizagem; Criança; Diagnóstico; Enfermaria
* Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
Contribuição dos autores:
RQA: Concepção de estudo; Metodologia; Coleta de dados; Esboço do artigo; Revisão critica; RMACF e RRRP: Concepção de
estudo; Metodologia; Coleta de dados; Esboço do artigo; Revisão critica e Orientação.
E-mail para correspondência: Rosemeire Quilante Azevedo - rose.quilante@uol.com.br
Recebido: 02/02/2019
Aprovado: 16/12/2019
http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2019v31i4p622-629
A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar
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Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
Abstract
The performance of the hospital psychopedagogue is a Brazilian reality in hospitals that adhered to
the humanization policy proposed by the Ministry of Health in 2002. Since then, hospitals have come
to recognize the importance of the performance of non-medical professionals for the construction and
circulation of knowledge of an interdisciplinary nature, allowing to bring to the scene the biopsychosocial
aspects of the patient, allowing greater effectiveness in treatments .Objective: This article aims to identify
and describe the performance of psychopedagogues in the hospital context and the methodological bases
that support their practice. Methods: This is a literature review in the integrative model, from access
to the Capes Periodic and Virtual Health Library (VHL) platforms, using the databases: LILACS and
SCIELO and MEDLINE. Inclusion criteria were: peer-reviewed articles, last 10 years, using the keywords
“psychopedagogy” and “hospital”, available electronically, in Portuguese, English and / or Spanish, whose
results corresponded to the psychopedagogue’s performance in the hospital context. Results: The results
show that the performance of this professional has undergone changes throughout the history of the
construction of the psycho-pedagogical field, but there are still few records regarding the consolidation
of his work with hospitalized children and adolescents, as well as about his work with family members
and their families. involved in their school process. Conclusion: The performance of this professional
gains space in multidisciplinary teams and is necessary, both preventively and therapeutically, and should
be valued by teams of health professionals, seeking an integrative view of hospitalized children.
Keywords: Learning; Child; Diagnosis; Nursing
Resumen
El desempeño del psicopedagogo hospitalario es una realidad brasileña en los hospitales que se
adhirió a la política de humanización propuesta por el Ministerio de Salud en 2002. Desde entonces,
los hospitales han llegado a reconocer la importancia del desempeño de los profesionales no médicos
para la construcción y circulación de conocimiento de carácter interdisciplinario, que permite llevar a
escena los aspectos biopsicosociales del paciente, permitiendo una mayor efectividad en los tratamientos.
Objetivo: Este artículo tiene como objetivo identificar y describir el desempeño de los psicopedagogos
en el contexto hospitalario y las bases metodológicas que respaldan su práctica. Métodos: Esta es una
revisión de la literatura en el modelo integrativo, desde el acceso a las plataformas de la Biblioteca de Salud
Periódica y Virtual de Capes (VHL), utilizando las bases de datos: LILACS y SCIELO y MEDLINE. Los
criterios de inclusión fueron: artículos revisados por pares, últimos 10 años, utilizando las palabras clave
“psicopedagogía” y “hospital”, disponibles electrónicamente, en portugués, inglés y / o español, cuyos
resultados correspondieron al desempeño del psicopedagogo en el contexto hospitalario. Resultados:
Los resultados muestran que el desempeño de este profesional ha sufrido cambios a lo largo de la historia
de la construcción del campo psicopedagógico, pero todavía hay pocos registros sobre la consolidación
de su trabajo con niños y adolescentes hospitalizados, así como sobre su trabajo con miembros de la
familia y sus familias. involucrado en su proceso escolar. Conclusión: El desempeño de este profesional
gana espacio en equipos multidisciplinarios y es necesario, tanto preventiva como terapéuticamente, y
debe ser valorado por equipos de profesionales de la salud, que buscan una visión integradora de los
niños hospitalizados.
Palabras claves: Aprendizaje; Niño; Diagnóstico; Enfermería
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624 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire
Em 1980, surgiram contribuições significativas
para a estruturação do trabalho psicopedagógico,
pelo processo de humanização no ambiente hos-
pitalar, no qual os hospitais enxergaram novas
demandas de atuação de outros profissionais além
dos médicos para proporcionar um olhar mais in-
dividualizado e singular para cada paciente1
.
Atualmente, o tema humanização é bastante
difundido na área da saúde, principalmente após
o lançamento do Projeto Piloto de Humanização
Hospitalar, em 2000, pelo Ministério da Saúde.
Tal projeto de humanização das relações hospita-
lares teve como objetivo criar uma nova cultura
de relações entre os trabalhadores de saúde e os
usuários, na busca da valorização da vida humana.
Por isso, podemos pensar que no campo da saúde
os relacionamentos não devem ficar somente no
campo do conhecimento e da linguagem técnica4
.
Os hospitais enxergaram novas demandas de
atuação de outros profissionais além dos médicos,
já que apenas a cura física não estava sendo eficaz
no tratamento terapêutico e que havia a necessidade
de um olhar mais individualizado e singular para
cada paciente.
Estudos recentes procuraram sistematizar a
experiência de planejamento e intervenção psicope-
dagógica junto aos professores de classe hospitalar,
tendo como intenção o acompanhamento de crian-
ças e jovens internados para tratamento de saúde, a
partir do documento sobre estratégias e orientações
à classe hospitalar, elaborado pelo Ministério da
Educação e da lei n°10.685 de 30 de novembro de
2000 do Dr. Flavio Marques4
.
Em 2001, a psicopedagogia hospitalar aparece
como proposta de atendimento educacional inte-
grado ao sistema de saúde, garantindo o suporte
psicopedagógico aos alunos hospitalizados, na
prevenção de déficits no processo ensino-apren-
dizagem4
.
Torna-se relevante a atuação desse profissional
para um olhar e uma escuta sensíveis, buscando
compreender a situação vivenciada pela criança
e seus familiares, que podem fazer possíveis os
traumas pelo tempo de internação e pela mudança
em sua rotina5
.
Porém, há ainda poucas publicações e estudos
sobre psicopedagogia hospitalar no Brasil que
descrevem a atuação do psicopedagogo e suas con-
tribuições nas equipes multidisciplinares da saúde.
Introdução
A Psicopedagogia é gestada pelo trabalho de
profissionais, de várias áreas do conhecimento:
educadores, médicos, psicólogos, sociólogos e
linguistas, em busca de compreender os processos
de aprendizagem, seja no seu estado típico ou
atípico1,2
.
Portanto, a identidade do psicopedagogo
foi sendo construída em diferentes contextos,
educacional e hospitalar, a partir da prática de
profissionais da área, então sob demandas diversas.
Tais profissionais acabaram conquistando vários
espaços e contextos de atuação, fazendo-se assim
protagonistas principais desta história3
.
A formação do psicopedagogo é, portanto,
um processo contínuo que integra outras áreas
do conhecimento e mantém éticos, didáticos, pe-
dagógicos. Inicia-se na graduação, independente
de ser Licenciatura, Pedagogia, Fonoaudiologia,
Psicologia e áreas afins e se complementa com
cursos de psicodrama, neuroaprendizagem, psi-
canálise, possibilitando, assim, a construção de
conhecimento inter e transdisciplinar3
.
Porém, a sua fundamentação teórica inicial
teve respaldo na intersecção da Psicologia com
a Pedagogia, tendo como objeto de estudo a
aprendizagem, vista a partir de dois enfoques: o
preventivo, que considera que o ser humano em
desenvolvimento está sujeito a alterações desse pro-
cesso e o terapêutico, que é a identificação, análise
e elaboração de uma metodologia de diagnóstico
e tratamento das dificuldades de aprendizagem2
.
No início da década de 80, iniciou-se o aten-
dimento psicopedagógico hospitalar, com alguns
serviços implantados para atendimento de crianças
e adolescentes hospitalizados, entre eles o Centro
de Referência da Infância e Adolescência - CRIA
do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, criado
em 1976; do Ambulatório de Neuro-Dificuldades
deAprendizagem, do Hospital de Clínicas da Uni-
versidade Estadual de Campinas, o Serviço de Psi-
quiatria do Hospital das Clínicas de PortoAlegre1
.
Iniciado pela exigência de certas realidades,
o psicopedagogo acabou por se instrumentalizar
para intervir ao lado de outros profissionais da
saúde, na reintegração das crianças e adolescentes
hospitalizados, que se encontram em condições de
risco orgânico, emocional e educacional1
.
A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar
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Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
usando as bases de dados: LILACS e SCIELO e
MEDLINE. Os critérios de inclusão foram: artigos
revisados por pares, últimos 10 anos, utilizando as
palavras chave “psicopedagogia” e “hospitalar”
disponíveis eletronicamente, em português, inglês
e/ou espanhol, cujos resultados correspondiam à
atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar.
Foram encontrados 15 artigos, dos quais 5 fo-
ram excluídos por não corresponderem ao tema e 2
por estarem em duplicidade, restando 8 artigos para
análise: 7 encontrados na base de dados SCIELO,
1 na base LILACS e 0 MEDLINE.
Objetivo
Realizar uma revisão sistemática integrativa
para identificar a atuação do psicopedagogo no
contexto hospitalar e as bases metodológicas que
sustentam a sua prática.
Métodos
Trata-se de revisão de literatura no modelo
integrativa, a partir do acesso às plataformas Capes
Periódicos e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS),
Quadro 1. Distribuição das referências incluídas na revisão integrativa, com as bases de dados
LILACS e SCIELO em ordem de ano de publicação:
Título
Base de
Dados
Ano de
Publicação
Autores Objetivo
1.Construção
Psicopedagógica, por
que e para quem?
Pontos de vista e
reflexões.
SCIELO
Rev.
Psicoped.
2010
Fagali EQ
O artigo refere-se ao trabalho psicopedagógico
com o enfoque interdisciplinar e o compromisso
na construção do conhecimento e diálogo com as
diferenças.
2.A psicopedagogia
e o atendimento
pedagógico hospitalar
SCIELO
Rev.
Psicoped.
2010
Lima,
M.C.C.;
Natel,
M.C.
Artigo modelo entrevista sobre a contribuição da
psicopedagogia para a classe hospitalar, por meio
de uma visão institucional e sistêmica
3.Mães de crianças
com baixa visão:
compreensão sobre
o processo de
estimulação visual.
SCIELO
Pepsi. Rev.
Psicoped
2011
Figueiredo
MO, Silva
RP, Nobre
MR
Aplicação de questionário com as Mães ou respon-
sáveis de crianças com baixa visão atendidas no
Ambulatório de Oftalmologia do Hospital de Clínicas
de Campinas - S.P (HC - UNICAMP), para identificar
a forma como os pais compreendem as dificuldades
de seus filhos.
4.Psicopedagogia em
contextos hospitalares
e da saúde:
três décadas de
publicações na revista
psicopedagogia
SCIELO 2014
Castanho,
MIS
Trata-se de uma revisão integrativa sobre a história
da psicopedagogia no contexto hospitalar, publica-
dos na revista de psicopedagogia.
5.Motivación para
el cambio: una
construcción conjunta
que posibilita y
orienta la intervención
psicopedagógica
LILACS 2015
Arizmendi,
L.; Bence,
P. et al.
Psicopedagogia Ateneu- Buenos Aires atende pa-
cientes encaminhados pelas escolas e por outros
profissionais do hospital, como fonoaudiólogos,
psicólogos, pediatras, psiquiatras, neurologistas.
Desenvolveu um trabalho motivacional com os
pais e adultos , tendo em mente as contribuições
que recebemos da Teoria Sistêmica, utilizando
ferramentas para a motivação .Realiza um teste de
triagem no âmbito do Programa de Saúde Escolar,
com o objetivo de detectar precocemente crianças
em risco de dificuldades de aprendizagem. A adesão
ao tratamento é analisado pelo grau de motivação
observado nos pais
6.A formação e
regulamentação
das atividades em
Psicopedagogia. 2016;
SCIELO 2016 Noffs, NA
A formação do psicopedagogo é um processo con-
tínuo que integra outras áreas do conhecimento e
mantém éticos, didáticos, pedagógicos. A formação
em Psicopedagogia se inicia na graduação (inde-
pendente de ser Licenciatura, Pedagogia, Fonoau-
diologia, Psicologia e áreas afins) e se especializa
em cursos de psicodrama, neuroaprendizagem,
psicanálise, possibilitando, assim, a construção de
conhecimento inter e transdisciplinar.
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Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire
Título
Base de
Dados
Ano de
Publicação
Autores Objetivo
7.Um olhar
psicopedagógico sobre
o processo ensino-
aprendizagem no
contexto hospitalar.
SCIELO 2018
Smerdel
K. S.;
Murgo,
C. S.
Atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar
enquanto membro da equipe multidisciplinar na
enfermaria pediátrica.
8.Psicopedagogia
em um diálogo
multidisciplinar
SCIELO 2018 .
Castanho
MIS.
situar a Psicopedagogia como área de conhecimento
inter e multidisciplinar e o objetivo secundário é
destacar o brincar como atividade fundamental na
integração dos aspectos cognitivos, afetivos, rela-
cionais e contextuais afinada com a aprendizagem
humana.
Figura 1. Análise dos Resultados do levantamento bibliográfico
De acordo com os dados da figura acima a
atuação do psicopedagogo segue uma tendência ao
enfoque multidisciplinar e a um trabalho integrado
com as famílias, considerando uma abordagem
sistêmica. A sua atuação se difere do atendimento
pedagógico da classe hospitalar, que se dirige ape-
nas às questões pedagógicas voltadas ao currículo
escolar. O psicopedagogo desenvolve um trabalho
mais amplo que envolve aspectos afetivos, cogni-
tivos e sociais.
Bases metodológicas que sustentam a
prática do psicopedagogo hospitalar
Comissão de Formação e Regulamentação
das atividades em Psicopedagogia da Associação
Brasileira de Psicopedagogia regulamentou a ação
do psicopedagogo com as diretrizes de formação
em Psicopedagogia onde o perfil profissional,
modalidades do curso, entre outros itens, foram
explicitados 3
.
Segundo as diretrizes da formação do psi-
copedagogo, é necessário que este profissional
esteja em constante aprimoramento, para que tenha
autoridade legítima para atuar e exercer com auto-
nomia o ofício, por apresentar um conhecimento
específico 3
.
O psicopedagogo atuava ao lado de uma equipe
de apoio multidisciplinar dando suporte aos pa-
cientes e suas famílias e ajudando no diagnóstico e
intervenção de crianças com dificuldades de apren-
dizagem e comprometendo-se com questões ligadas
à qualidade de vida, com o propósito de satisfazer
às necessidades globais da pessoa, proporcionando
seu bem-estar6
.
Por se tratar de um momento de vulnerabili-
dade emocional e privação do convívio escolar,
A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar
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Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
A avaliação psicopedagógica em
equipe multidisciplinar
Aavaliação psicopedagógica é uma ferramenta
importante para identificar as potencialidades e
dificuldades dos alunos. A adoção de um enfoque
educacional implica admitir que a avaliação psico-
pedagógica não é uma tarefa que um profissional
possa assumir de forma exclusiva. Ao contrario,
é imprescindível a estreita colaboração de outros
profissionais, garantindo a interdisciplinaridade.
O processo de desenvolvimento da aprendi-
zagem é fruto da interação do sujeito com o seu
equipamento biológico de base, com diversos
contextos da vida. Assim, diversos transtornos
podem ser fruto de diferentes variáveis envolvendo
mudanças nas condições ambientais7
.
Na avaliação, o psicopedagogo assume um
lugar analítico, que permite levantar hipóteses
provisórias de como a criança aprende e que busca
investigar e responder a indagações particulares
da criança, relacionadas aos recursos cognitivos
e afetivos de que ela dispõe para aprender, a sua
modalidade de aprendizagem, e a relação que se
estabelece com os pais e com a escola no ato de
aprender7
.
A avaliação no contexto hospitalar, é um
processo compartilhado de coleta e análise de in-
formação acerca de vários elementos que intervêm
no processo de ensino e aprendizagem, visando
oferecer suporte ao desenvolvimento psíquico,
cognitivo e emocional8
.
O objetivo é identificar e compreender em
que medida as condições pessoais dos alunos, as-
sociadas ao tempo de internação e às condições de
saúde, podem afetar o processo de desenvolvimento
e, portanto sua aprendizagem, e como incidem no
âmbito familiar e escolar.
Quando o aluno passa a frequentar regularmen-
te a escola é necessária uma parceria entre o profes-
sor da sala regular e o psicopedagogo para realizar
uma avaliação das competências curriculares, pois
é importante saber como a criança aprende e qual
o seu ritmo de aprendizagem e as experiências
vividas ao longo do processo de escolarização7
.
Discussão
Diante do material extraído para esta pesqui-
sa, observou-se que a atuação do psicopedagogo
no contexto hospitalar passou por mudanças no
decorrer da história da psicopedagogia.
a atuação do psicopedagogo é fundamental para
que o paciente/aluno continue desenvolvendo
competências e habilidades respeitando as parti-
cularidades de sua enfermidade, sem prejudicar o
tratamento médico6
.
O psicopedagogo, sendo parte de apoio da
equipe multidisciplinar pode contribuir para uma
adequação das interações existentes entre a equipe
multidisciplinar e os pacientes, para o fortalecimen-
to dos vínculos afetivos, quando estes estiverem
fragilizados, contribuindo para a prevenção de
problemas futuros de aprendizagem6
.
Sendo assim, antes de planejar uma proposta
de intervenção o profissional deverá ler o prontuá-
rio da criança internada para estar ciente do seu
quadro clínico.
A proposta de intervenção do psicopedagogo
hospitalar pode envolver diferentes profissionais,
pois é fundamental para socializar os saberes para
encontrar caminhos que colaborem para o desen-
volvimento dos pacientes hospitalizados.
Para atender às diferentes realidades e con-
textos no qual a demanda de atendimento psico-
pedagógico exige, o psicopedagogo busca outras
especializações para complementar os seus conhe-
cimentos e técnicas3
.
No contexto hospitalar, considerando o caráter
preventivo, o psicopedagogo atua realizando uma
investigação, avaliando os processos didáticos e
metodológicos aplicados, analisa toda a dinâmica
existente dos profissionais da instituição para pro-
piciar a intervenção adequada e uma reestruturação
do ambiente2
.
Os recursos e as atividades desenvolvidas
pelo psicopedagogo buscam proporcionar uma
aprendizagem significativa para crianças e adoles-
centes que não podem frequentar a escola devido
à internação.
É um trabalho diferente do educador no am-
biente formal de ensino, porém com objetivos em
comum: desenvolver as habilidades psíquicas,
sociais, afetivas, motoras e cognitivas da criança
ou do adolescente que se encontra em situação
adversa à sua rotina7
.
O brincar e os recursos lúdicos, como jogos,
música, teatro e a oralidade, possibilitam que a
criança aprenda a se relacionar consigo e com o
mundo, em busca do desenvolvimento pessoal,
cognitivo e afetivo2
.
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628 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire
interdisciplinares e integrar vários conhecimentos
em sua prática visando potencializar a aprendiza-
gem das crianças e adolescentes hospitalizados..
Para tanto, a psicopedagogia busca o resgate
da identidade dos sujeitos hospitalizados e utiliza
diferentes recursos para atingir o objetivo desejado.
Compreendemos que a psicopedagogia hos-
pitalar, por atender uma demanda específica, se
difere da psicopedagogia clínica, com relação aos
objetivos e métodos. As propostas para o atendi-
mento ambulatorial de crianças internadas ou em
tratamento devem ser curtas e finalizadas a cada
sessão, devido à rotatividade das crianças que
estão submetidas aos tratamentos e intervenções
médicas. Os atendimentos podem ser realizados
individualmente ou em grupo, de acordo com a ne-
cessidade da demanda. São recomendadas ativida-
des lúdicas, desde que tenham objetivos definidos,
pois o brincar é uma forma de aprendizagem que
envolve funções cognitivas e afetivas.
A atuação do psicopedagogo no contexto
hospitalar está para além da reinserção à vida
escolar, pois deve oferecer apoio à criança ou
adolescente hospitalizados, juntamente com seus
acompanhantes, oportunizando a expressão de
seus sentimentos, medos e dores. O contato com a
escola é um aspecto importante a ser considerado,
para evitar um retorno traumático do paciente ao
ambiente escolar.
Para finalizar, a atuação deste profissional no
contexto hospitalar se faz necessária, tanto em
caráter preventivo como terapêutico e deve ser
valorizada pelas equipes de profissionais da saú-
de, em busca de uma visão integrativa à criança
hospitalizada.
Referências
1. Castanho MIS. Psicopedagogia em contextos hospitalares e
da saúde: três décadas de publicações na revista psicopedagogia.
Rev. psicopedag. 2014; 31(94): p. 63-72,
2. Castanho MIS. Psicopedagogia em um dialogo
multidisciplinar. Rev. Piscopedag. 2018; 35(106): 116-24.
3. Noffs N. A formação e regulamentação das atividades em
Psicopedagogia. Psicopedagogia. 2016; p. 33-100.
4. Ministério da Educação (MEC). Secretaria da Educação
Especial. Classe hospitalar e atendimento pedagógico
domiciliar: estratégias e orientações. 2002.
5. Lima MCC, Natel MC. A psicopedagogia e o atendimento
pedagógico hospitalar. Rev. Psicopedag.; 2010; 27(82): p.
127-39.
De acordo com os dados levantados, o psico-
pedagogo hospitalar atua, em parceria com outros
profissionais da saúde, atendendo as necessidades
das crianças e adolescentes em seus aspectos cog-
nitivos, afetivos, sociais. O seu atendimento vai
além das questões pedagógicas e suas intervenções
fazem uma relação entre o afeto e a cognição,
considerando as diferentes dimensões do saber,
sentir, pensar e agir.
Ao desenvolver uma atividade psicopedagógi-
ca é necessário que se tenha clareza da competência
ou habilidade que se pretende desenvolver no
aluno, considerando-o como sujeito de sua apren-
dizagem, respeitando suas limitações, e valorizando
suas potencialidades.
Dessa forma, o diagnóstico multidisciplinar
é uma ferramenta importante para compreender
as causas dos problemas de aprendizagem, onde
são observados os aspectos objetivos (através dos
testes padronizados) e aspectos subjetivos (através
da análise do discurso, de seus comportamentos e
de sua história).
No entanto, a prática de avaliação psicopeda-
gógica deve ser coerente, tanto do ponto de vista
conceitual, quanto metodológico, com uma visão
das diferenças individuais como indicadores para
o tipo de apoio necessário. O instrumento utilizado
deve partir das potencialidades e não dos déficits
dos sujeitos.
O psicopedagogo hospitalar também oferece
suporte às famílias e pode realizar intervenções
realizadas junto à escola, auxiliando no currículo
dos pacientes que retornam à escola após a alta
médica. É importante oferecer aos professores um
suporte para a elaboração de estratégias eficazes
que garantam a inclusão efetiva destes alunos em
todos os aspectos.
Conclusão
A multidisciplinaridade surge como forma
alternativa de trabalho para o psicopedagogo hospi-
talar, com o intuito de analisar a realidade das crian-
ças hospitalizadas de maneira mais abrangente.
Os processos de aprendizagem são complexos
e requerem uma integração e um diálogo entre vá-
rias áreas do conhecimento, pois o sujeito mobiliza
estruturas diferentes para aprender que dependem
dos processos relacionais, sociais, culturais.
O psicopedagogo hospitalar tem o desafio de
trabalhar com as propostas multidisciplinares e
A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar
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629
Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019
11. Bovo EB, Lima RF, Silva FC, Ciasca SM. Relações entre as
funções executivas, fluência e compreensão leitora em escolares
com dificuldades de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia. 2016;
p. 33-102.
12. Figueiredo MO, Silva RP, Nobre MR. Mães de crianças
com baixa visão: compreensão sobre o processo de estimulação
visual. Rev. Psicopedagogia. 2011; p. 28-86.
13. Pereira AM, Araújo CR, Ciasca SM, Rodrigues SD.
Avaliação da memória em crianças e adolescentes com
capacidade intelectual limítrofe e deficiência intelectual leve.
Rev. Psicopedagogia. 2015; p. 32-99.
14. Duany V, Daury E, Álvarez VC, Pérez ER. Modificación
de conocimientos en familiares de niños y niñas con trastornos
por déficit de atención. Medisan, 2011; p. 447-453, abr 2011 .
6. Smerdel KS, Murgo CS. Um olhar psicopedagógico sobre
o processo ensino-aprendizagem no contexto hospitalar. Rev.
Psicopedag. dez.2018; 35(108): 329-39.
7. Coll C; Marchesi, A. Desenvolvimento psicológico e
educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades
educativas especiais. Porto Alegre, Atmed 2010. 2ªedição
8. Fagali EQ. Construção Psicopedagógica. RevPsicopedag.
jun2010 18(16): p.1-8.
9. Arizmendi L, Bence PEA. Motivación para el cambio: una
construcción conjunta que posibilita y orienta la intervención
psicopedagógica. Rev.Buenos Aires.s.n 2015; p. 46.
10. Andrade MS, Castanho MS. Caracterizaçao do perfil de
clientela de clínica-escola de psicopedagogia. Psicopedagogia.
2014; p. 31-95.

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  • 1. AR T IG OS 622 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar The psychopedagogue activity in the hospital context La actuación del psicopedagogo en el contexto hospitalario Rosemeire Quilante Azevedo* Ruth Ramalho R. Palladino* Regina Maria A.C.Freire* Resumo Aatuação do psicopedagogo hospitalar é uma realidade brasileira em hospitais que aderiram à política de humanização, proposta pelo Ministério da Saúde em 2002. Os hospitais, desde então, passaram a reconhecer a importância da atuação de profissionais não médicos, para uma construção e circulação de saberes de natureza interdisciplinar, possibilitando trazer à cena os aspectos biopsicossociais do paciente, permitindo maior efetividade nos tratamentos. Objetivo: Este artigo se propõe a identificar e descrever a atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar e as bases metodológicas que sustentam a sua prática. Métodos: Trata-se de revisão de literatura no modelo integrativa, a partir do acesso às plataformas Capes Periódico e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), usando as bases de dados: LILACS e SCIELO e MEDLINE. Os critérios de inclusão foram: artigos revisados por pares, últimos 10 anos, utilizando as palavras chave “psicopedagogia” e “hospitalar”, disponíveis eletronicamente, em português, inglês e/ou espanhol, cujos resultados correspondiam à atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar. Resultados: Os resultados mostram que a atuação deste profissional passou por mudanças no decorrer da história da construção do campo psicopedagógico, mas ainda há poucos registros referentes à consolidação do seu trabalho com crianças e adolescentes hospitalizados, como também sobre sua atuação com os familiares e os envolvidos em seu processo escolar. Conclusão:Aatuação deste profissional ganha espaço nas equipes multidisciplinares e se faz necessária, tanto em caráter preventivo como terapêutico, e deve ser valorizada pelas equipes de profissionais da saúde, em busca de uma visão integrativa à criança hospitalizada. Palavras-chave: Aprendizagem; Criança; Diagnóstico; Enfermaria * Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil Contribuição dos autores: RQA: Concepção de estudo; Metodologia; Coleta de dados; Esboço do artigo; Revisão critica; RMACF e RRRP: Concepção de estudo; Metodologia; Coleta de dados; Esboço do artigo; Revisão critica e Orientação. E-mail para correspondência: Rosemeire Quilante Azevedo - rose.quilante@uol.com.br Recebido: 02/02/2019 Aprovado: 16/12/2019 http://dx.doi.org/10.23925/2176-2724.2019v31i4p622-629
  • 2. A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar AR T IG OS 623 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 Abstract The performance of the hospital psychopedagogue is a Brazilian reality in hospitals that adhered to the humanization policy proposed by the Ministry of Health in 2002. Since then, hospitals have come to recognize the importance of the performance of non-medical professionals for the construction and circulation of knowledge of an interdisciplinary nature, allowing to bring to the scene the biopsychosocial aspects of the patient, allowing greater effectiveness in treatments .Objective: This article aims to identify and describe the performance of psychopedagogues in the hospital context and the methodological bases that support their practice. Methods: This is a literature review in the integrative model, from access to the Capes Periodic and Virtual Health Library (VHL) platforms, using the databases: LILACS and SCIELO and MEDLINE. Inclusion criteria were: peer-reviewed articles, last 10 years, using the keywords “psychopedagogy” and “hospital”, available electronically, in Portuguese, English and / or Spanish, whose results corresponded to the psychopedagogue’s performance in the hospital context. Results: The results show that the performance of this professional has undergone changes throughout the history of the construction of the psycho-pedagogical field, but there are still few records regarding the consolidation of his work with hospitalized children and adolescents, as well as about his work with family members and their families. involved in their school process. Conclusion: The performance of this professional gains space in multidisciplinary teams and is necessary, both preventively and therapeutically, and should be valued by teams of health professionals, seeking an integrative view of hospitalized children. Keywords: Learning; Child; Diagnosis; Nursing Resumen El desempeño del psicopedagogo hospitalario es una realidad brasileña en los hospitales que se adhirió a la política de humanización propuesta por el Ministerio de Salud en 2002. Desde entonces, los hospitales han llegado a reconocer la importancia del desempeño de los profesionales no médicos para la construcción y circulación de conocimiento de carácter interdisciplinario, que permite llevar a escena los aspectos biopsicosociales del paciente, permitiendo una mayor efectividad en los tratamientos. Objetivo: Este artículo tiene como objetivo identificar y describir el desempeño de los psicopedagogos en el contexto hospitalario y las bases metodológicas que respaldan su práctica. Métodos: Esta es una revisión de la literatura en el modelo integrativo, desde el acceso a las plataformas de la Biblioteca de Salud Periódica y Virtual de Capes (VHL), utilizando las bases de datos: LILACS y SCIELO y MEDLINE. Los criterios de inclusión fueron: artículos revisados por pares, últimos 10 años, utilizando las palabras clave “psicopedagogía” y “hospital”, disponibles electrónicamente, en portugués, inglés y / o español, cuyos resultados correspondieron al desempeño del psicopedagogo en el contexto hospitalario. Resultados: Los resultados muestran que el desempeño de este profesional ha sufrido cambios a lo largo de la historia de la construcción del campo psicopedagógico, pero todavía hay pocos registros sobre la consolidación de su trabajo con niños y adolescentes hospitalizados, así como sobre su trabajo con miembros de la familia y sus familias. involucrado en su proceso escolar. Conclusión: El desempeño de este profesional gana espacio en equipos multidisciplinarios y es necesario, tanto preventiva como terapéuticamente, y debe ser valorado por equipos de profesionales de la salud, que buscan una visión integradora de los niños hospitalizados. Palabras claves: Aprendizaje; Niño; Diagnóstico; Enfermería
  • 3. AR T IG OS 624 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire Em 1980, surgiram contribuições significativas para a estruturação do trabalho psicopedagógico, pelo processo de humanização no ambiente hos- pitalar, no qual os hospitais enxergaram novas demandas de atuação de outros profissionais além dos médicos para proporcionar um olhar mais in- dividualizado e singular para cada paciente1 . Atualmente, o tema humanização é bastante difundido na área da saúde, principalmente após o lançamento do Projeto Piloto de Humanização Hospitalar, em 2000, pelo Ministério da Saúde. Tal projeto de humanização das relações hospita- lares teve como objetivo criar uma nova cultura de relações entre os trabalhadores de saúde e os usuários, na busca da valorização da vida humana. Por isso, podemos pensar que no campo da saúde os relacionamentos não devem ficar somente no campo do conhecimento e da linguagem técnica4 . Os hospitais enxergaram novas demandas de atuação de outros profissionais além dos médicos, já que apenas a cura física não estava sendo eficaz no tratamento terapêutico e que havia a necessidade de um olhar mais individualizado e singular para cada paciente. Estudos recentes procuraram sistematizar a experiência de planejamento e intervenção psicope- dagógica junto aos professores de classe hospitalar, tendo como intenção o acompanhamento de crian- ças e jovens internados para tratamento de saúde, a partir do documento sobre estratégias e orientações à classe hospitalar, elaborado pelo Ministério da Educação e da lei n°10.685 de 30 de novembro de 2000 do Dr. Flavio Marques4 . Em 2001, a psicopedagogia hospitalar aparece como proposta de atendimento educacional inte- grado ao sistema de saúde, garantindo o suporte psicopedagógico aos alunos hospitalizados, na prevenção de déficits no processo ensino-apren- dizagem4 . Torna-se relevante a atuação desse profissional para um olhar e uma escuta sensíveis, buscando compreender a situação vivenciada pela criança e seus familiares, que podem fazer possíveis os traumas pelo tempo de internação e pela mudança em sua rotina5 . Porém, há ainda poucas publicações e estudos sobre psicopedagogia hospitalar no Brasil que descrevem a atuação do psicopedagogo e suas con- tribuições nas equipes multidisciplinares da saúde. Introdução A Psicopedagogia é gestada pelo trabalho de profissionais, de várias áreas do conhecimento: educadores, médicos, psicólogos, sociólogos e linguistas, em busca de compreender os processos de aprendizagem, seja no seu estado típico ou atípico1,2 . Portanto, a identidade do psicopedagogo foi sendo construída em diferentes contextos, educacional e hospitalar, a partir da prática de profissionais da área, então sob demandas diversas. Tais profissionais acabaram conquistando vários espaços e contextos de atuação, fazendo-se assim protagonistas principais desta história3 . A formação do psicopedagogo é, portanto, um processo contínuo que integra outras áreas do conhecimento e mantém éticos, didáticos, pe- dagógicos. Inicia-se na graduação, independente de ser Licenciatura, Pedagogia, Fonoaudiologia, Psicologia e áreas afins e se complementa com cursos de psicodrama, neuroaprendizagem, psi- canálise, possibilitando, assim, a construção de conhecimento inter e transdisciplinar3 . Porém, a sua fundamentação teórica inicial teve respaldo na intersecção da Psicologia com a Pedagogia, tendo como objeto de estudo a aprendizagem, vista a partir de dois enfoques: o preventivo, que considera que o ser humano em desenvolvimento está sujeito a alterações desse pro- cesso e o terapêutico, que é a identificação, análise e elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem2 . No início da década de 80, iniciou-se o aten- dimento psicopedagógico hospitalar, com alguns serviços implantados para atendimento de crianças e adolescentes hospitalizados, entre eles o Centro de Referência da Infância e Adolescência - CRIA do Departamento de Psiquiatria da Unifesp, criado em 1976; do Ambulatório de Neuro-Dificuldades deAprendizagem, do Hospital de Clínicas da Uni- versidade Estadual de Campinas, o Serviço de Psi- quiatria do Hospital das Clínicas de PortoAlegre1 . Iniciado pela exigência de certas realidades, o psicopedagogo acabou por se instrumentalizar para intervir ao lado de outros profissionais da saúde, na reintegração das crianças e adolescentes hospitalizados, que se encontram em condições de risco orgânico, emocional e educacional1 .
  • 4. A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar AR T IG OS 625 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 usando as bases de dados: LILACS e SCIELO e MEDLINE. Os critérios de inclusão foram: artigos revisados por pares, últimos 10 anos, utilizando as palavras chave “psicopedagogia” e “hospitalar” disponíveis eletronicamente, em português, inglês e/ou espanhol, cujos resultados correspondiam à atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar. Foram encontrados 15 artigos, dos quais 5 fo- ram excluídos por não corresponderem ao tema e 2 por estarem em duplicidade, restando 8 artigos para análise: 7 encontrados na base de dados SCIELO, 1 na base LILACS e 0 MEDLINE. Objetivo Realizar uma revisão sistemática integrativa para identificar a atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar e as bases metodológicas que sustentam a sua prática. Métodos Trata-se de revisão de literatura no modelo integrativa, a partir do acesso às plataformas Capes Periódicos e Biblioteca Virtual da Saúde (BVS), Quadro 1. Distribuição das referências incluídas na revisão integrativa, com as bases de dados LILACS e SCIELO em ordem de ano de publicação: Título Base de Dados Ano de Publicação Autores Objetivo 1.Construção Psicopedagógica, por que e para quem? Pontos de vista e reflexões. SCIELO Rev. Psicoped. 2010 Fagali EQ O artigo refere-se ao trabalho psicopedagógico com o enfoque interdisciplinar e o compromisso na construção do conhecimento e diálogo com as diferenças. 2.A psicopedagogia e o atendimento pedagógico hospitalar SCIELO Rev. Psicoped. 2010 Lima, M.C.C.; Natel, M.C. Artigo modelo entrevista sobre a contribuição da psicopedagogia para a classe hospitalar, por meio de uma visão institucional e sistêmica 3.Mães de crianças com baixa visão: compreensão sobre o processo de estimulação visual. SCIELO Pepsi. Rev. Psicoped 2011 Figueiredo MO, Silva RP, Nobre MR Aplicação de questionário com as Mães ou respon- sáveis de crianças com baixa visão atendidas no Ambulatório de Oftalmologia do Hospital de Clínicas de Campinas - S.P (HC - UNICAMP), para identificar a forma como os pais compreendem as dificuldades de seus filhos. 4.Psicopedagogia em contextos hospitalares e da saúde: três décadas de publicações na revista psicopedagogia SCIELO 2014 Castanho, MIS Trata-se de uma revisão integrativa sobre a história da psicopedagogia no contexto hospitalar, publica- dos na revista de psicopedagogia. 5.Motivación para el cambio: una construcción conjunta que posibilita y orienta la intervención psicopedagógica LILACS 2015 Arizmendi, L.; Bence, P. et al. Psicopedagogia Ateneu- Buenos Aires atende pa- cientes encaminhados pelas escolas e por outros profissionais do hospital, como fonoaudiólogos, psicólogos, pediatras, psiquiatras, neurologistas. Desenvolveu um trabalho motivacional com os pais e adultos , tendo em mente as contribuições que recebemos da Teoria Sistêmica, utilizando ferramentas para a motivação .Realiza um teste de triagem no âmbito do Programa de Saúde Escolar, com o objetivo de detectar precocemente crianças em risco de dificuldades de aprendizagem. A adesão ao tratamento é analisado pelo grau de motivação observado nos pais 6.A formação e regulamentação das atividades em Psicopedagogia. 2016; SCIELO 2016 Noffs, NA A formação do psicopedagogo é um processo con- tínuo que integra outras áreas do conhecimento e mantém éticos, didáticos, pedagógicos. A formação em Psicopedagogia se inicia na graduação (inde- pendente de ser Licenciatura, Pedagogia, Fonoau- diologia, Psicologia e áreas afins) e se especializa em cursos de psicodrama, neuroaprendizagem, psicanálise, possibilitando, assim, a construção de conhecimento inter e transdisciplinar.
  • 5. AR T IG OS 626 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire Título Base de Dados Ano de Publicação Autores Objetivo 7.Um olhar psicopedagógico sobre o processo ensino- aprendizagem no contexto hospitalar. SCIELO 2018 Smerdel K. S.; Murgo, C. S. Atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar enquanto membro da equipe multidisciplinar na enfermaria pediátrica. 8.Psicopedagogia em um diálogo multidisciplinar SCIELO 2018 . Castanho MIS. situar a Psicopedagogia como área de conhecimento inter e multidisciplinar e o objetivo secundário é destacar o brincar como atividade fundamental na integração dos aspectos cognitivos, afetivos, rela- cionais e contextuais afinada com a aprendizagem humana. Figura 1. Análise dos Resultados do levantamento bibliográfico De acordo com os dados da figura acima a atuação do psicopedagogo segue uma tendência ao enfoque multidisciplinar e a um trabalho integrado com as famílias, considerando uma abordagem sistêmica. A sua atuação se difere do atendimento pedagógico da classe hospitalar, que se dirige ape- nas às questões pedagógicas voltadas ao currículo escolar. O psicopedagogo desenvolve um trabalho mais amplo que envolve aspectos afetivos, cogni- tivos e sociais. Bases metodológicas que sustentam a prática do psicopedagogo hospitalar Comissão de Formação e Regulamentação das atividades em Psicopedagogia da Associação Brasileira de Psicopedagogia regulamentou a ação do psicopedagogo com as diretrizes de formação em Psicopedagogia onde o perfil profissional, modalidades do curso, entre outros itens, foram explicitados 3 . Segundo as diretrizes da formação do psi- copedagogo, é necessário que este profissional esteja em constante aprimoramento, para que tenha autoridade legítima para atuar e exercer com auto- nomia o ofício, por apresentar um conhecimento específico 3 . O psicopedagogo atuava ao lado de uma equipe de apoio multidisciplinar dando suporte aos pa- cientes e suas famílias e ajudando no diagnóstico e intervenção de crianças com dificuldades de apren- dizagem e comprometendo-se com questões ligadas à qualidade de vida, com o propósito de satisfazer às necessidades globais da pessoa, proporcionando seu bem-estar6 . Por se tratar de um momento de vulnerabili- dade emocional e privação do convívio escolar,
  • 6. A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar AR T IG OS 627 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 A avaliação psicopedagógica em equipe multidisciplinar Aavaliação psicopedagógica é uma ferramenta importante para identificar as potencialidades e dificuldades dos alunos. A adoção de um enfoque educacional implica admitir que a avaliação psico- pedagógica não é uma tarefa que um profissional possa assumir de forma exclusiva. Ao contrario, é imprescindível a estreita colaboração de outros profissionais, garantindo a interdisciplinaridade. O processo de desenvolvimento da aprendi- zagem é fruto da interação do sujeito com o seu equipamento biológico de base, com diversos contextos da vida. Assim, diversos transtornos podem ser fruto de diferentes variáveis envolvendo mudanças nas condições ambientais7 . Na avaliação, o psicopedagogo assume um lugar analítico, que permite levantar hipóteses provisórias de como a criança aprende e que busca investigar e responder a indagações particulares da criança, relacionadas aos recursos cognitivos e afetivos de que ela dispõe para aprender, a sua modalidade de aprendizagem, e a relação que se estabelece com os pais e com a escola no ato de aprender7 . A avaliação no contexto hospitalar, é um processo compartilhado de coleta e análise de in- formação acerca de vários elementos que intervêm no processo de ensino e aprendizagem, visando oferecer suporte ao desenvolvimento psíquico, cognitivo e emocional8 . O objetivo é identificar e compreender em que medida as condições pessoais dos alunos, as- sociadas ao tempo de internação e às condições de saúde, podem afetar o processo de desenvolvimento e, portanto sua aprendizagem, e como incidem no âmbito familiar e escolar. Quando o aluno passa a frequentar regularmen- te a escola é necessária uma parceria entre o profes- sor da sala regular e o psicopedagogo para realizar uma avaliação das competências curriculares, pois é importante saber como a criança aprende e qual o seu ritmo de aprendizagem e as experiências vividas ao longo do processo de escolarização7 . Discussão Diante do material extraído para esta pesqui- sa, observou-se que a atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar passou por mudanças no decorrer da história da psicopedagogia. a atuação do psicopedagogo é fundamental para que o paciente/aluno continue desenvolvendo competências e habilidades respeitando as parti- cularidades de sua enfermidade, sem prejudicar o tratamento médico6 . O psicopedagogo, sendo parte de apoio da equipe multidisciplinar pode contribuir para uma adequação das interações existentes entre a equipe multidisciplinar e os pacientes, para o fortalecimen- to dos vínculos afetivos, quando estes estiverem fragilizados, contribuindo para a prevenção de problemas futuros de aprendizagem6 . Sendo assim, antes de planejar uma proposta de intervenção o profissional deverá ler o prontuá- rio da criança internada para estar ciente do seu quadro clínico. A proposta de intervenção do psicopedagogo hospitalar pode envolver diferentes profissionais, pois é fundamental para socializar os saberes para encontrar caminhos que colaborem para o desen- volvimento dos pacientes hospitalizados. Para atender às diferentes realidades e con- textos no qual a demanda de atendimento psico- pedagógico exige, o psicopedagogo busca outras especializações para complementar os seus conhe- cimentos e técnicas3 . No contexto hospitalar, considerando o caráter preventivo, o psicopedagogo atua realizando uma investigação, avaliando os processos didáticos e metodológicos aplicados, analisa toda a dinâmica existente dos profissionais da instituição para pro- piciar a intervenção adequada e uma reestruturação do ambiente2 . Os recursos e as atividades desenvolvidas pelo psicopedagogo buscam proporcionar uma aprendizagem significativa para crianças e adoles- centes que não podem frequentar a escola devido à internação. É um trabalho diferente do educador no am- biente formal de ensino, porém com objetivos em comum: desenvolver as habilidades psíquicas, sociais, afetivas, motoras e cognitivas da criança ou do adolescente que se encontra em situação adversa à sua rotina7 . O brincar e os recursos lúdicos, como jogos, música, teatro e a oralidade, possibilitam que a criança aprenda a se relacionar consigo e com o mundo, em busca do desenvolvimento pessoal, cognitivo e afetivo2 .
  • 7. AR T IG OS 628 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 Rosemeire Quilante Azevedo, Ruth Ramalho R. Palladino, Regina Maria A.C.Freire interdisciplinares e integrar vários conhecimentos em sua prática visando potencializar a aprendiza- gem das crianças e adolescentes hospitalizados.. Para tanto, a psicopedagogia busca o resgate da identidade dos sujeitos hospitalizados e utiliza diferentes recursos para atingir o objetivo desejado. Compreendemos que a psicopedagogia hos- pitalar, por atender uma demanda específica, se difere da psicopedagogia clínica, com relação aos objetivos e métodos. As propostas para o atendi- mento ambulatorial de crianças internadas ou em tratamento devem ser curtas e finalizadas a cada sessão, devido à rotatividade das crianças que estão submetidas aos tratamentos e intervenções médicas. Os atendimentos podem ser realizados individualmente ou em grupo, de acordo com a ne- cessidade da demanda. São recomendadas ativida- des lúdicas, desde que tenham objetivos definidos, pois o brincar é uma forma de aprendizagem que envolve funções cognitivas e afetivas. A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar está para além da reinserção à vida escolar, pois deve oferecer apoio à criança ou adolescente hospitalizados, juntamente com seus acompanhantes, oportunizando a expressão de seus sentimentos, medos e dores. O contato com a escola é um aspecto importante a ser considerado, para evitar um retorno traumático do paciente ao ambiente escolar. Para finalizar, a atuação deste profissional no contexto hospitalar se faz necessária, tanto em caráter preventivo como terapêutico e deve ser valorizada pelas equipes de profissionais da saú- de, em busca de uma visão integrativa à criança hospitalizada. Referências 1. Castanho MIS. Psicopedagogia em contextos hospitalares e da saúde: três décadas de publicações na revista psicopedagogia. Rev. psicopedag. 2014; 31(94): p. 63-72, 2. Castanho MIS. Psicopedagogia em um dialogo multidisciplinar. Rev. Piscopedag. 2018; 35(106): 116-24. 3. Noffs N. A formação e regulamentação das atividades em Psicopedagogia. Psicopedagogia. 2016; p. 33-100. 4. Ministério da Educação (MEC). Secretaria da Educação Especial. Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações. 2002. 5. Lima MCC, Natel MC. A psicopedagogia e o atendimento pedagógico hospitalar. Rev. Psicopedag.; 2010; 27(82): p. 127-39. De acordo com os dados levantados, o psico- pedagogo hospitalar atua, em parceria com outros profissionais da saúde, atendendo as necessidades das crianças e adolescentes em seus aspectos cog- nitivos, afetivos, sociais. O seu atendimento vai além das questões pedagógicas e suas intervenções fazem uma relação entre o afeto e a cognição, considerando as diferentes dimensões do saber, sentir, pensar e agir. Ao desenvolver uma atividade psicopedagógi- ca é necessário que se tenha clareza da competência ou habilidade que se pretende desenvolver no aluno, considerando-o como sujeito de sua apren- dizagem, respeitando suas limitações, e valorizando suas potencialidades. Dessa forma, o diagnóstico multidisciplinar é uma ferramenta importante para compreender as causas dos problemas de aprendizagem, onde são observados os aspectos objetivos (através dos testes padronizados) e aspectos subjetivos (através da análise do discurso, de seus comportamentos e de sua história). No entanto, a prática de avaliação psicopeda- gógica deve ser coerente, tanto do ponto de vista conceitual, quanto metodológico, com uma visão das diferenças individuais como indicadores para o tipo de apoio necessário. O instrumento utilizado deve partir das potencialidades e não dos déficits dos sujeitos. O psicopedagogo hospitalar também oferece suporte às famílias e pode realizar intervenções realizadas junto à escola, auxiliando no currículo dos pacientes que retornam à escola após a alta médica. É importante oferecer aos professores um suporte para a elaboração de estratégias eficazes que garantam a inclusão efetiva destes alunos em todos os aspectos. Conclusão A multidisciplinaridade surge como forma alternativa de trabalho para o psicopedagogo hospi- talar, com o intuito de analisar a realidade das crian- ças hospitalizadas de maneira mais abrangente. Os processos de aprendizagem são complexos e requerem uma integração e um diálogo entre vá- rias áreas do conhecimento, pois o sujeito mobiliza estruturas diferentes para aprender que dependem dos processos relacionais, sociais, culturais. O psicopedagogo hospitalar tem o desafio de trabalhar com as propostas multidisciplinares e
  • 8. A atuação do psicopedagogo no contexto hospitalar AR T IG OS 629 Distúrb Comun, São Paulo, 31(4): 622-629, dezembro, 2019 11. Bovo EB, Lima RF, Silva FC, Ciasca SM. Relações entre as funções executivas, fluência e compreensão leitora em escolares com dificuldades de aprendizagem. Rev. Psicopedagogia. 2016; p. 33-102. 12. Figueiredo MO, Silva RP, Nobre MR. Mães de crianças com baixa visão: compreensão sobre o processo de estimulação visual. Rev. Psicopedagogia. 2011; p. 28-86. 13. Pereira AM, Araújo CR, Ciasca SM, Rodrigues SD. Avaliação da memória em crianças e adolescentes com capacidade intelectual limítrofe e deficiência intelectual leve. Rev. Psicopedagogia. 2015; p. 32-99. 14. Duany V, Daury E, Álvarez VC, Pérez ER. Modificación de conocimientos en familiares de niños y niñas con trastornos por déficit de atención. Medisan, 2011; p. 447-453, abr 2011 . 6. Smerdel KS, Murgo CS. Um olhar psicopedagógico sobre o processo ensino-aprendizagem no contexto hospitalar. Rev. Psicopedag. dez.2018; 35(108): 329-39. 7. Coll C; Marchesi, A. Desenvolvimento psicológico e educação: Transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais. Porto Alegre, Atmed 2010. 2ªedição 8. Fagali EQ. Construção Psicopedagógica. RevPsicopedag. jun2010 18(16): p.1-8. 9. Arizmendi L, Bence PEA. Motivación para el cambio: una construcción conjunta que posibilita y orienta la intervención psicopedagógica. Rev.Buenos Aires.s.n 2015; p. 46. 10. Andrade MS, Castanho MS. Caracterizaçao do perfil de clientela de clínica-escola de psicopedagogia. Psicopedagogia. 2014; p. 31-95.