6. Laurentino Rosa dos Santos
• Laurentino Rosa dos Santos nasceu em 1937, na vila de Lancinha, em Rio
Branco do Sul, Paraná. Filho de gente da roça começou a trabalhar com
madeira aos oito anos de idade, após a morte do pai, que fabricava cestos e
também violinos.
• Laurentino trabalhou ainda como jardineiro, mas é conhecido em todo o País
e no exterior por causa de seus “sinaleiros do vento”, um boneco de madeira,
cujos braços se movem à maneira de uma rosa-dos-ventos.
• “Eu inventei essa brincadeira com mais ou menos 7 anos. Eu queria fazer um
aviãozinho, por isso fiz as asas e acabei colocando no boneco”, contou certa
vez o artista.
• Durante muito tempo trabalhou como pipoqueiro e seus sinaleiros faziam
parte de seu carrinho.
• Os “sinaleiros do vento” ou “homens-catavento” criados por Laurentino
encantaram o público por nada menos do que seis décadas.
• Precisava de um dia para confeccionar cada uma e não raro se via
assoberbado pelos pedidos. Fãs do homenzinho de madeira espalharam a
peça pelo país e há quem a considere um dos símbolos do Paraná. Um
exemplar gigante durante duas décadas pontificou no Alto da XV em Curitiba,
até se desintegrar.
7. Laurentino Rosa dos Santos
• O sucesso no mundo da arte popular, contudo, não o
colocou em berço esplêndido. Ficou conhecido no meio
cultural como "Pipoqueiro". No início dos anos 2000
passou a dividir o tempo entre as goivas e um novo
trabalho, a jardinagem - seu ganha-pão. Saía de bicicleta
de manhã e só voltava à noite. Aos poucos, passou o
segredo do cata-vento para seus dez filhos e netos - os
filhos Francisco e Denise se destacaram na produção.
Francisco já esteve no Canadá e na França mostrando o
legado do pai. Toda produção é realizada no terreno onde
vivem no bairro Santa Cândida em Curitiba. Denise conta
que o pai não ficou amargo por causa da dificuldade de
viver de arte. Laurentino faleceu no dia 15 de junho de
2009 em Curitiba.
12. GTO
• Geraldo Teles de Oliveira (Itapecerica MG 1913 - Divinópolis MG
1990). Escultor. GTO, como é conhecido, vem de uma família
pobre. Ele exerce ocupações de trabalhador rural, fundidor e
vigia noturno antes de dedicar-se à escultura. Realiza a primeira
individual em 1967, na Galeria Guignard, em Belo Horizonte. A
partir de então, participa de importantes coletivas no Brasil e no
exterior, como Biennale Formes Humaines, Musée Rodin, Paris,
em 1974; 13ª Bienal Internacional de São Paulo - Sala Especial,
em 1975; e Bienal de Veneza, Itália, em 1980. O artista aborda
temas regionais como as festas religiosas e as danças do interior
de Minas Gerais. Sua obra é tema de livro de Lélia Coelho Frota,
Mitopoética de 9 Artistas Brasileiros, de 1978, e de filmes como A
Árvore dos Sonhos, de Carlos Augusto Calil, produzido para a 42ª
Bienal de Veneza. Em 1995, é realizada a retrospectiva Cinco
Anos sem Novos Sonhos de GTO, em Belo Horizonte. Sua
produção tem sido exposta em coletivas como Arte Popular:
Mostra do Redescobrimento, em 2000, e Pop Brasil: Arte Popular
e o Popular na Arte, em 2002.
• FONTE ENCICLOPEDIA ITAU CULTURAL
15. Capitão Pereira
• “Nesse trabalho eu faço tudo sozinho. Uso
arame, tábuas, caibros, prego, cipó, cabelo,
cordão, estopa, pano mais fino, tinta...
Esculturo primeiro e depois começo a cobrir”,
assim descreve seu ofício Capitão Pereira, o
mais antigo animador de bumba-meu-boi de
Pernambuco, em 1977. Pereira integra o
singular grupo de “escultor popular
brincante”, figura que se divide entre o
artesão e o animador de folguedo.
21. Mestre Zezinho de Arapiraca
• Criatividade e cor talvez sejam as duas palavras que
melhor resumem a obra de José Cícero da Silva, o
Mestre Zezinho de Arapiraca.
• O artista nasceu em 1967 em Arapiraca, agreste de
Alagoas, cidade que lhe emprestou o nome pelo qual é
conhecido.
• Antes do seu envolvimento com o mundo da arte,
Zezinho trabalhou com servente de pedreiro, cortador
de cana, agricultor e na colheita de flores.
• Em 2000 descobriu sua vocação para a arte e desde
então nunca mais parou. Mestre Zezinho é hoje um dos
mais respeitados artistas populares de Alagoas, entre
tantos outros que esse estado viu nascer.
22. • Zezinho deve sua arte em parte aos ensinamentos de outro
mestre da arte popular alagoana e brasileira, Aluízio
Nogueira Motas, o Mestre Lampião de Arapiraca.
• Porém, muitos antes do Mestre Lampião, ainda na infância,
Zezinho foi influenciado pelo seu pai, um construtor de
casas de taipa, barro e madeira; foi aí que Zezinho deu seus
primeiros passos, utilizando sobras das construções de seu
pai para fazer pequenos carrinhos que ele utilizava como
brinquedo.
• O sucesso foi tanto que Zezinho passou a fabricar e vender
os carrinhos de madeira para as crianças da vizinhança.
Atualmente, a madeira que o artista utiliza na composição
de suas peças é coletada nos arredores Arapiraca; ele só
utiliza madeira velha que foi descartada por outros.
• Zezinho já não precisa trabalhar em outros oficios, hoje o
sustento de sua família vem da sua arte; ele é casado e tem
cinco filhos.
23. • Uma das características marcantes de Zezinho é o
caráter lúdico de sua obra, o que faz despertar
tanto interesse das crianças. São esculturas de
traço rústico e simples, resultado de muita
dedicação e da combinação primorosa de cores,
pessoas e animais.
• “É um prazer mexer com a madeira, olhar a peça
feita, mas a cada trabalho pronto, sei que o
próximo pode ficar melhor”, diz Zezinho.
24. • O trabalho do Mestre Zezinho
passou algum tempo no
“anonimato”, até que uma
galerista de Maceió descobriu
seu trabalho e passou a
comercializar suas peças.
• Hoje o trabalho do artista está
espalhado pelo Brasil e em alguns
países, em galerias e coleções
particulares.
Fonte:
http://artepopularbrasil.blogspot.com.br
29. • Vitalino Pereira dos Santos (Ribeira dos Campos, Caruaru PE 1909 - Alto do
Moura, Caruaru 1963). Ceramista popular e músico. Filho de lavradores, ainda
criança começa a modelar pequenos animais com as sobras do barro usado por
sua mãe na produção de utensílios domésticos, para serem vendidos na feira de
Caruaru. Ele cria, na década de 1920, a banda Zabumba Vitalino, da qual é o
tocador de pífano principal. Muda-se para o povoado Alto do Moura, para ficar
mais próximo ao centro de Caruaru.
• Sua atividade como ceramista permanece desconhecida do grande público até
1947, quando o desenhista e educador Augusto Rodrigues (1913 - 1993)
organiza no Rio de Janeiro a 1ª Exposição de Cerâmica Pernambucana, com
diversas obras suas. Segue-se uma série de eventos que contribuem para torná-
lo conhecido nacionalmente e são publicadas diversas reportagens sobre o
artista, como a editada pelo Jornal de Letras em 1953, com textos de José
Condé, e na Revista Esso, em 1959.
• Em 1955, integra a exposição Arte Primitiva e Moderna Brasileiras, em
Neuchatel, Suíça. O Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais e a Prefeitura
de Caruaru editam o livro Vitalino, com texto do antropólogo René Ribeiro e
fotografias de Marcel Gautherot (1910 - 1996) e Cecil Ayres. Nessa época,
conhece Abelardo Rodrigues, arquiteto e colecionador, que forma um
significativo acervo de peças do artista, mais tarde doadas para o Museu de Arte
Popular, atual Museu do Barro de Caruaru.
30. • Mestre Vitalino, em 1960, realiza viagem ao Rio de Janeiro e participa da
Noite de Caruaru, organizada por intelectuais como os irmãos João Condé
e José Condé, ocasião em que suas peças são leiloadas em benefício da
construção do Museu de Arte Popular de Caruaru. Participa de programas
de televisão e exibições musicais, comparece a eventos e recebe diversas
homenagens, como Medalha Sílvio Romero. Nessa ocasião, a Rádio MEC
realiza a gravação de seis músicas da banda de Vitalino, lançadas em disco
pela Companhia de Defesa do Folclore Brasileiro na década de 1970. Em
1961, atendendo a pedido da Prefeitura de Caruaru, doa cerca de 250
peças ao Museu de Arte Popular, inaugurado nesse ano.
• Em 1971, é inaugurada no Alto do Moura, no local onde o artista residiu, a
Casa Museu Mestre Vitalino. No espaço, administrado pela família, estão
expostas suas principais obras, além de objetos de uso pessoal,
ferramentas de trabalho e o rústico forno a lenha em que fazia suas
queimas.
• Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural
34. Ana das carrancas
• Ana das Carrancas nasceu no dia 18 de fevereiro de 1923 na localidade Santa Filomena no
município pernambucano de Ouricuri. Filha de uma louçeira e de um agricultor, começou a
trabalhar aos sete anos de idade, ajudando a mãe a fazer potes e panelas de barro para
vender na feira. Foi a partir daí que ela foi “pegando gosto” pelo barro. Da cerâmica
utilitária, passou a produzir também pecinhas figurativas; eram bois, cavalos e santos de
lapinha. Ana se casou aos 22 anos de idade com um pedreiro, mas ficou viúva muito cedo;
com ele teve duas filhas: Maria da Cruz e Ângela. Depois de pouco mais de um ano da morte
do primeiro marido, casou-se com o piauiense José Vicente de Barros, com o qual
permaneceu casada até sua morte. Ana das Carrancas faleceu no dia 01 de outubro de 2008
em Petrolina-PE.
• Sua história é como a de tantos nordestinos, feita de luta, trabalho e fuga da seca. Quando
Ana se casou com José Vicente a família morava em Picos-PI, mas devido às dificuldades
financeiras, mudaram para Petrolina-PE em busca de uma vida melhor. Quando chegou a
Petrolina, Ana era conhecida como “Ana do cego”, uma referencia a seu marido José Vicente
que é deficiente visual. Ali, insistiu no trabalho com o barro, começou a fazer louça para
vender na feira; “virou Ana louçeira”. Ganhava pouco com a venda das louças e por isso as
dificuldades financeiras continuavam a perseguir sua família. Nos anos 60 Petrolina viveu
uma série crise do barro, a qual obrigou a muitas louçeiras a optarem por outras alternativas
de sobrevivência. Mesmo diante das dificuldades, Ana nunca aceitou que o marido fosse
pedinte. Devota de São Francisco das Chagas e do Padre Cícero, ela pediu a eles que
mostrassem uma forma de ganhar dinheiro para sustentar sua família. O pedido parece ter
sido atendido.
35. • Em uma de suas idas ao Rio São Francisco para buscar barro, ela sentiu
uma forte inspiração ao ver as carrancas de madeira dos barcos que
aportavam às margens do rio. Foi ali, debaixo de um pé de mussambê,
que a história de Ana começou a mudar. Sentada à beira do rio, fez um
barquinho de barro com uma carranca à frente, no qual colocou o nome
de gangula. Em casa todos gostaram e aprovaram a idéia. A partir daí,
além dos potes e das panelas que já fazia, Ana passou a produzir
carrancas de barro em grande quantidade, as quais eram comercializadas
na feira.
• A obra de Ana nem sempre teve o reconhecimento que tem hoje. Suas
primeiras carrancas comercializadas na feira foram motivo de piada; os
demais comerciantes diziam que era coisa de doido. Ana só ganhou fama
ao ser “descoberta”, por volta de 1970, pelos técnicos em turismo
Olímpio Bonald Neto e Francisco Bandeira de Mello, assessores do então
presidente da EMPETUR (Empresa Pernambucana de Turismo), Eduardo
Vasconcelos, que viajavam pelo sertão, em trabalho de pesquisa sobre o
artesanato pernambucano. Com a fama, veio a oportunidade de
participar de varias feiras em Pernambuco e em outros Estados
brasileiros; as peças de Ana ganharam o mundo. Foi aí que Ana
Leopoldina deixou de ser a “Ana louçeira” e passou a ser conhecida como
a “Ana das carrancas”.
36. • As peças de Ana das Carrancas são peças de aspecto
rústico, criadas no estilo próprio da artesã, com
formas simples, primitivas e com um detalhe
importante: possuem os olhos vazados, em
homenagem ao marido, José Vicente, que sempre
participou ativamente de seus trabalhos, fazendo os
bolos de barro para a confecção das carrancas.
• Com suas peças em galerias, museus e coleções
particulares, Ana conseguiu com sua força atingir às
exigências da arte rústica, com seu currículo repleto
de congratulações, homenagens, troféus e
medalhas, como: o Troféu do Conselho Municipal de
Cultura do Recife, a Ordem do Mérito Cultural
(2005), e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco
(2005).
37. • Parte de sua obra está abrigada no
Centro de Artes Ana das Carrancas,
inaugurado no ano 2000 em Petrolina.
O centro também conta com um
memorial composto por fotos,
recortes de jornal, medalhas e troféus
conquistados pela artesã. Suas filhas
Maria da Cruz e Ângela Lima são as
responsáveis pela administração do
Centro. Elas também são ceramistas e,
com a morte da mãe, dão
continuidade à produção das
carrancas no mesmo estilo das
produzidas por Ana.
•
fonte:artepopularbrasil.blogspot.com.
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