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ESTRATÉGIA EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMO DIFERENCIAL
COMPETITIVO: UM ESTUDO NA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ARAXÁ –
MINAS GERAIS.
WALDECY CARVALHO DE LIMA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ –
UNIARAXÁ – waldecylima@uniaraxa.edu.br
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo investigar a relação entre formação e desenvolvimento de estratégias em micro e
pequenas empresas e seu desempenho. Tendo como base as teorias propostas por Mintzberg, Ahlstrand e
Lampel (2000); Ansoff (1990) e Porter (1986), entre outros autores da área, o trabalho replicou o estudo de
Santos, Alves & Almeida (2007). Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, de cunho quantitativo, abrangendo
as micro e pequenas empresas que compõem a Associação Comercial, Industrial, de Turismo, Serviços e
Agronegócios da cidade de Araxá, Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário e os
dados foram tabulados e submetidos a análises uni e multivariadas, com o auxílio do software PASW
(Predictive Analytics Software). Foram também utilizadas a análise de regressão linear múltipla e a análise
discriminante. Os resultados obtidos mostram que as empresas que desenvolveram estratégias são aquelas que
alcançaram desempenho superior, mas são parcialmente semelhantes aos do estudo de Santos, Alves e Almeida.
Observou-se que emergiram duas outras questões significativas, com relação direta com o desempenho, o que
pode ser explicado pela diferença entre as populações estudadas, principalmente pelas regiões em que foram
realizadas as duas pesquisas e pelas características das empresas investigadas.
Palavras-chaves: Estratégia; desempenho; micro e pequenas empresas; pesquisa quantitativa.
INTRODUÇÃO
Este trabalho teve como proposta replicar o estudo de Santos, Alves & Almeida (2007), ao investigar e
identificar o processo de formação e desenvolvimento de estratégias em micro e pequenas empresas
componentes da Associação Comercial de Araxá-MG e seus efeitos e relações sobre o desempenho
organizacional. Na sociedade atual, dinâmica e mutável, não se justifica mais questionar se as mudanças irão
ocorrer ou não; o essencial é averiguar e evidenciar como os gestores e empreendedores enfrentarão as
mudanças com que se deparam continuamente e manter suas organizações viáveis, rentáveis e atualizadas
(Fontes Filho, 2006). Ainda para o autor, para as micro e pequenas empresas os procedimentos são os mesmos
ou até mesmo mais precisos, devido às dificuldades que o mercado apresenta e exige. Há a necessidade de rever
os modelos de gestão para assimilar as adaptações e produzir inovações que tornem este tipo de empresa mais
competitivo de modo a assegurar sua sobrevivência. Hamel & Prahalad (1995, p. 21), tratando de desempenho
organizacional e da sustentabilidade de uma empresa, avaliam que “o crescimento sustentável e lucrativo não é
fruto de um acordo, é fruto da capacidade de previsão. Esta, por sua vez, não é fruto da perspicácia, mas do
pensamento inovador e não convencional”.
Observa-se que os diversos estudos sobre desempenho, comportamento e desenvolvimento
organizacional referentes às micro e pequenas empresas, realizados principalmente pelo Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2007), demonstram que elas formulam suas estratégias de
acordo com a percepção que constroem das reações do mercado, adaptando os objetivos e sua estrutura
funcional. Santos, Alves & Almeida (2007, p. 60) apontam que “as micro e pequenas empresas possuem
algumas características que lhes são próprias e que as tornam essenciais ao funcionamento tanto das economias
desenvolvidas quanto daquelas em processo de desenvolvimento”.
Um grande diferencial para algumas micro e pequenas empresas é o conhecimento e a prática de
elaboração e utilização de estratégias como uma ferramenta competitiva (Santos, Alves & Almeida, 2007). Essa
ação resulta de um conjunto de fatores adicionados às características internas dos negócios e está associada ao
ramo de atuação, resultando na obtenção de maior competitividade no mercado, sob um ponto de vista que se
torna determinante para a sobrevivência do empreendimento.
Muito se tem dito e descrito sobre as particularidades da administração nas micro e
pequenas empresas, pouco, entretanto, tem sido feito em termos de trabalho
empírico, de cunho quantitativo, quando comparado com o volume de pesquisa que
trata de grandes empresas (Santos, Alves & Almeida, 2007, p. 59).
Visando contribuir para a ampliação do conhecimento sobre micro e pequenas empresas na cidade de
Araxá, este artigo apresenta o referencial teórico sobre estratégia como vantagem e desempenho organizacional,

1
em seguida discute estratégia e sua formação no âmbito das micro e pequenas empresas e é finalizado com a
metodologia, os resultados e algumas conclusões.
ESTRATÉGIA
A estratégia, para Mintzberg, Ahlstrand & Lampel (2000), é uma área de conhecimento que abrange
dez escolas distintas, mas que não podem ser vistas separadamente, pois o pensamento estratégico não é a
simples soma de suas partes. São elas:
1)
2)
3)

4)
5)

6)
7)

8)

9)
10)

Escola do design – trata a formação da estratégia como um processo de concepção. Propõe um
modelo de formulação de estratégia que busca estabelecer uma adequação entre as capacidades
internas e as possibilidades externas.
Escola de planejamento – concebe a estratégia como um processo formal. O processo
estratégico precisa ser elaborado em passos diferenciados, orientados e baseados em técnicas
de orçamentos, programas e planos operacionais.
Escola de posicionamento – define a formação de estratégia como um processo analítico.
Com principal origem no trabalho de Michael Porter com o modelo das cinco forças
competitivas, que propunha uma análise competitiva e de indústrias. A visão estratégia não
deve ser restringida, e sim ampliada. Com isso, devem ser analisados minuciosamente o
ambiente externo e o interno das organizações.
Escola empreendedora – percebe a formação de estratégia como um processo visionário,
enfatizando a intuição, o julgamento, a sabedoria, a experiência e o critério. Promove uma
visão da estratégia como perspectiva, associada à imagem e ao senso de direção.
Escola cognitiva – considera a formação da estratégia como processo mental. É uma escola de
pensamento em evolução sobre a formação de estratégia, caracterizando-se mais pelo seu
potencial do que por sua contribuição. Acima de tudo, diz que precisamos compreender a
mente humana, assim como o cérebro humano, para compreender a formação de estratégia.
Escola do aprendizado – concebe a formação de estratégia como um processo emergente que
se inicia na organização como um todo, por meio de seus componentes, individual ou
coletivamente.
Escola de poder – define a formação de estratégia como um processo de negociação,
resultando de um processo aberto de influência. Enfatiza o uso de poder e de política para
negociar estratégias favoráveis a determinados interesses, em especial durante períodos de
mudanças importantes, quando ocorrem inevitavelmente grandes oscilações em
relacionamentos de poder e surgem conflitos.
Escola cultural – caracteriza a formação de estratégia como um processo coletivo. Traz a
importante dimensão coletivista de processo social, assegurando um lugar para o estilo
organizacional, ao lado do estilo pessoal, questionando a tendência popular de se dividir tudo
em partes desconexas em favor da criação de perspectivas integradas.
Escola ambiental – percebe a formação de estratégia como um processo reativo – a
organização utiliza seu tempo adaptando-se ao ambiente que estabelece e aos critérios a serem
seguidos. A organização é considerada um ente passivo.
Escola da configuração – trata a formação de estratégia como um processo de transformação,
no qual as organizações são percebidas como configurações e agrupamentos coerentes de
características e comportamentos. Oferece a possibilidade de reconciliação, uma maneira de
integrar os estados da organização e do contexto que a cerca.

Segundo Porter (1986) a meta da estratégia competitiva em uma unidade
empresarial é encontrar uma posição dentro dela, onde a empresa possa melhor se preparar e se
defender contra as forças competitivas. Mas,estrategicamente, essas forças precisam ser influenciadas a
favor das organizações. O autor, identifica cinco forças estruturais básicas das organizações que
determinam o conjunto das forças competitivas. A FIG. 1 representa essas forças:

2
Figura 1 – As cinco forças competitivas
Fonte: Adaptado de Porter (1986, p. 23)
Pode-se analisar a FIG. 1 de acordo com a colocação de Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (1991),
em que a estratégia leva em consideração o comportamento e a assimilação de ações de sucesso no processo
decisório da organização. Ainda pela Fig. 1, percebe-se que a estratégia encoraja as organizações a analisarem o
ambiente, buscando uma posição que as proteja, visando defender-se e influenciar a competição do mercado.
Como perspectiva, a estratégia traz questões referentes à intenção e ao comportamento em um contexto coletivo.
O estrategista, no esforço de posicionar a empresa para melhor enfrentar o ambiente
setorial ou de influenciá-lo em favor dela, deve compreender os fatores que
determinam suas peculiaridades. Essa visão da competição se aplica também aos
setores que atuam com serviços e vendem produtos; ou seja, todos os setores têm
uma estrutura subjacente ou um conjunto de características econômicas e técnicas
fundamentais que dão origem às forças competitivas (Porter, 1999, p. 29).
A estratégia competitiva, para Johnson (2007), está relacionada às bases com as quais as empresas
podem atingir vantagem competitiva no mercado em que estão inseridas, fornecendo o melhor valor para seus
clientes. O autor ainda classifica três níveis diferentes de estratégia em uma organização (Johnson, 2007, p. 47):
1)
A estratégia em nível corporativo – está relacionada com o escopo geral de uma organização
e com o modo de agregar valor às diferentes unidades de negócio (UEN) da organização. Ela é
a base de outras decisões estratégicas;
2)
Estratégia em nível empresarial – diz respeito à tática de concorrer de forma bem-sucedida
em determinados mercados. Enquanto a estratégia em nível corporativo envolve decisões
sobre a organização como um todo, as decisões neste nível precisam estar relacionadas a uma
unidade estratégica de negócios, que é uma parte da organização para a qual existe um
mercado externo distinto para bens ou serviços, diferente do mercado de outra UEN. Neste
caso, pode ou não haver uma parte estrutural separada da organização, como um departamento
ou divisão;
3)
Estratégias operacionais – estão relacionadas à maneira como as partes componentes de uma
organização entregam efetivamente as estratégias em nível corporativo e empresarial em
termos de recursos, processos e pessoas.
Para Serra (2003) as empresas de hoje não almejam somente o retorno financeiro; buscam formas de
ver seus negócios autosustentáveis no longo prazo, por interpretar que somente estabelecendo metas de
crescimento e de lucro em um mercado onde as evoluções tecnológicas são constantes já não é suficiente para
garantir a efetividade da empresa. Os micro e pequenos empresários ou empreendedores que pretendam ser
eficazes ou sistêmicos não podem mais limitar-se à mera observação passiva dos acontecimentos. Eles
necessitam da capacidade de diagnosticar o seu ambiente e desenvolver estratégias para planejar, adaptar, dirigir
e controlar mudanças (SEBRAE, 2007). Além disso, algumas dessas organizações não possuem um conjunto de
ações (ou estratégias) bem estruturado, e a falta ou deficiência de conhecimento ou experiência seria um dos
principais fatores responsáveis pelo fracasso. Neste contexto, para Santos, Alves & Almeida (2007), o
gerenciamento é um fator capaz de criar as estratégias que irão permitir as alternativas para que essas
organizações consigam adaptar-se às exigências e mutações ambientais.
As subatividades na formulação da estratégia, para Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (1991),
incluem a identificação das oportunidades e as possíveis ameaças no ambiente da empresa, analisando

3
estimativas ou riscos para as opções a serem compreendidas. Mintzberg ainda afirma que “estratégia é um
plano; é algo equivalente; é uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até
ali” (Mintzberg, 2004, p. 34).
MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Segundo Lacerda (2003), existe vários critérios utilizados para a definição das micro e pequenas empresas
(MPE). Há definições que se baseiam no número de empregados, no capital social, na receita bruta, na receita
operacional líquida, no grau de sofisticação tecnológica, etc., considerados de forma isolada ou em conjunto
(Brasil & Fleuriet, 1979, citados por Lacerda, 2003). Para Filion (1999), citado por Lacerda (2003), os Estados
Unidos da Améria – EUA, foram os primeiros a definir a pequena empresa em determinação oficial do Selective
Service Act, de 1948, estabelecendo os seguintes critérios:
a) sua posição não seja dominante no comércio ou indústria da qual faz parte;
b) o número de empregados não seja superior a 500;
c) seja possuída e operada independentemente.
Para o SEBRAE (2007) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2007), há distinções
na classificação das micro e pequenas empresas. O primeiro segue o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e o
segundo se baseia na receita operacional bruta, conforme apresentado no QUADRO 1:
CLASSIFICAÇÃO
Microempresa
Pequena Empresa

AGÊNCIA
SEBRAE
BNDES
Até 19 empregados e/ou Faturamento anual
Receita Operacional Bruta anual ou
até R$ 244 mil.
anualizada até R$ 1,2 milhão.
Receita Operacional Bruta anual ou
Até 99 empregados e/ou
anualizada superior a R$ 1,2 milhão e
Faturamento anual até R$ 1,2 milhão.
inferior ou igual a R$ 10,5 milhões.

Quadro 1 – Classificação de micro e pequena empresa
Fonte: SEBRAE, 2007- Adaptado pelo autor.
Nas micro e pequenas empresas, ou organizações empreendedoras, como definem Mintzberg,
Ahlstrand & Lampal (2001), os fundadores / empreendedores são os chefes, que geralmente tendem a dominar
todas as etapas decisórias da empresa, o que pode influenciar o processo de formação e implementação das
estratégias. Os autores ainda apontam o gestor principal da organização como o responsável pela estratégia da
organização:
A literatura sobre estratégias em pequenas empresas é influenciada por uma abordagem de natureza
empreendedora que reconhece a influência do comportamento individual do gestor sobre o processo de
formulação e implementação da estratégia (Gimenez, 2000). Como afirma Drucker (1999), empreendedores
sempre buscam inovar. Inovação é a ferramenta específica do espírito empreendedor, pois empreendedorismo
sempre envolve, direta ou indiretamente, a ideia de inovação. Os empreendedores, de acordo com Mintzberg,
Lampel, Quinn & Ghoshal (2006, p. 269), sempre fundam suas empresas para escapar de procedimentos e
controles burocráticos de onde eles trabalhavam anteriormente.
Pequenas organizações, segundo Hitt (2005, p. 34) podem possuir um único estrategista, o qual, em
muitos casos, poderá ser o próprio dono da empresa, que se encontra profundamente familiarizado com as
operações cotidianas da organização. Os gestores estratégicos “necessitam parar e formular perguntas adequadas
para superar a inércia, que é geralmente o fruto do próprio êxito”. Empresas empreendedoras, conforme
Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (2006, p. 270), buscam continuamente mercados arriscados, mas são
cuidadosas ao evitar mercados complexos, optando por permanecer em nichos que seus líderes possam
compreender. Aínda para os autores (2006), a criação e a manutenção de uma micro ou pequena empresa
requerem um trabalho completo salientando pesquisa, estudos e investimentos como principais fatores para que
não se percam tempo e dinheiro sem obter resultados que sirvam de base para o crescimento e sucesso do
empreendimento. A visão das micro e pequenas empresas tem sido imediatista, e as fronteiras do produtomercado são pequenas e próximas o bastante para o processo operacional dessas organizações, podendo impedir
o empresário de prever eventualidades de seu foco estratégico (Barbosa & Teixeira, 2003).
A evolução de uma estratégia competitiva, segundo Fleury & Fleury (2004) irá depender da
administração do processo que se adota nas organizações, ou seja, da aprendizagem organizacional em longo
prazo, para reforçar e promover todas as competências organizacionais, dando foco e reposicionando as
estratégias competitivas. Para Mintzberg (2004), há necessidade de hierarquia para mapear os fluxos de
diferentes conjuntos de procedimentos que têm sido usados e citados sob o rótulo de planejar estratégias. O
SEBRAE (2007) recomenda que as pequenas e micro empresas devem atentar para a importância do adequado
levantamento dos dados relevantes para as ações a serem implementadas. Uma informação inadequada
conduzirá a conclusões inverídicas. O planejamento estratégico, como ferramenta estratégica, deve basear-se,

4
fundamentalmente, em informações confiáveis. Para tal, necessita de tempo e conhecimento suficientes para
transformar dados em informações, e estas em decisões, e de transcrever os resultados planejados em um plano
contendo as decisões e as ações a serem executadas (SEBRAE, 2007).
Ainda segundo Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (2006), no caso da pequena empresa, ela é
controlada rígida e pessoalmente pelo seu dono. Contudo, os autores afirmam que se essa pequena empresa
estiver amparada por um líder estrategista, com visão sistêmica e empreendedora, o empreendimento pode
tornar-se grande e vir a ter sucesso maior. Para Santos, Alves & Almeida (2007), as estratégias nas micro e
pequenas empresas são influenciadas pela natureza empreendedora que reconhece a influência do
comportamento do dirigente no processo de formulação e implementação da estratégia. Esta abordagem tem sua
preocupação em estudar as características pessoais do dirigente e o processo de gestão estratégica utilizado nas
micro e pequenas empresas.
O gerenciamento, segundo Santos, Alves & Almeida (2007), configura-se como um fator capaz de criar
as estratégias que poderão, ou não, permitir que as alternativas deem possibilidade a essas organizações de
adaptação às mudanças ambientais. Desse modo, duas posturas estratégicas surgem como uma possibilidade
para se garantir a conservação das atividades das micro e pequenas empresas. Tais posturas têm influência na
propensão do dirigente a adotar estratégias empreendedoras ou conservadoras. Aínda para Santos, Alves &
Almeida (2007), a postura empreendedora tem características de constante inovação de produtos e tecnologias.
Essa postura é orientada para uma posição competitiva agressiva e sem temores de correr riscos. Na direção
contrária, a postura conservadora mostra-se com mínima propensão a inovação, com postura competitiva
cuidadosa e recatada disposição para assumir riscos.
O ambiente externo à organização é importante no processo de tomada de decisão pertinente às ações
que a empresa deva assumir. À medida que a empresa cresce e se profissionaliza, segundo Santos, Alves &
Almeida (2007), é necessário que outros profissionais comecem a participar do processo decisório. Essas
contribuições tendem a ser mais técnicas, objetivando o melhor para a organização. Essas informações
transformadas em ações são pertinentes para que o empreendimento alcance seus objetivos.
Para Costa, Ribeiro, Almeida, Preta & Silva (2005), em uma pequena empresa os pontos fortes e
pontos fracos podem ser avaliados em relação a: estrutura organizacional, cultura organizacional, postura
estratégica, nível de tecnologia empregada, capacidade de inovação e criatividade, talento do empresário,
capacidade de adaptação às flutuações de mercado e baixos custos indiretos, entre outros. Por outro lado, ainda
segundo os autores, as empresas são geralmente afetadas na sua produtividade pela má aplicação (ou falta de
aplicação) de recursos materiais e financeiros disponíveis, má utilização de técnicas gerenciais fundamentais,
baixa dinâmica na utilização da mão de obra, ausência de qualidade e aspectos inovadores dos produtos.
METODOLOGIA
Pretendeu-se nesta pesquisa replicar o trabalho de Santos, Alves & Almeida (2007), que realizaram um
estudo em empresas no centro-oeste mineiro. Para a identificação e análise do processo de formação de
estratégia nas micro e pequenas empresas, foi desenvolvida uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo. A
unidade de análise desta pesquisa são as micro e pequenas empresas (MPE) que compõem a Associação
Comercial da cidade de Araxá-MG. O motivo da escolha desta unidade de análise é devido ao elevado
surgimento de pequenos negócios, pela demanda crescente em turismo, mineração e prestação de serviços. As
unidades de observação foram os gestores e empreendedores das MPE.
A população deste estudo consistiu de 947 micro e pequenas empresas, compreendendo diversas
atividades exercidas. Informações oficiais dão conta de que atualmente são 947 associados; todavia, contatos
realizados com a diretoria da entidade, revelaram que apenas 812 estão em atividade. Foram enviados 490
questionários, por meio de mala-direta, aos associados que aceitaram participar da pesquisa, obtendo um retorno
de 332 questionários respondidos (amostra probabilística). Levou-se em conta a possibilidade de obter uma
amostra com o maior número possível de respondentes.
Esse questionário foi o mesmo adaptado de Meirelles (2003) por Santos, Alves & Almeida (2007) na
sua pesquisa. Consta de 39 questões, distribuídas da seguinte forma: 1) caracterização do respondente e da
empresa (questões não numeradas); 2) conhecimento referente aos aspectos da formação da estratégia (questões
1 a 32); e 3) avaliação subjetiva do desempenho da empresa (questões 33 a 35). Foi utilizada uma escala Likert
de 5 pontos (de “Discordo totalmente” a “Concordo totalmente”). Essa escala, segundo Malhotra (2001), possui
cinco categorias de respostas e exige que os participantes indiquem um grau de concordância ou de discordância
com cada uma de uma série de afirmações relacionadas com os objetos de estímulo. A preocupação maior foi
com a clareza e precisão dos termos, de modo que os respondentes pudessem compreender e responder
adequadamente às questões.
Os dados coletados foram tabulados e submetidos a análises uni e multivariadas, com o auxílio do
software PASW (Predictive Analytics Software), visando elaborar o tratamento estatístico pretendido pela

5
pesquisa.
Para avaliar as relações existentes entre as variáveis do processo de formação da estratégia nas
empresas e seu desempenho, foi utilizada a análise de regressão linear múltipla e a técnica de análise
discriminante, que segundo Malhotra (2001), é uma técnica de análise de dados de pesquisa em que a variável
dependente é categórica e as variáveis prognosticadoras ou independentes têm natureza intervalar.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Assim como no estudo de Santos, Alves & Almeida (2007), a variável que caracteriza o desempenho
geral percebido pelas organizações foi obtida pela média aritmética entre as questões Q33, Q34 e Q35, sendo a
questão Q33 dividida por duas antes do cálculo para que esta, que originalmente está numa escala de 0 a 10,
passe para uma escala de 0 a 5. Os autores supracitados chamam atenção para o fato de haver um possível
problema com valores originalmente entre 0,00 e 1,99 na Q33, pois esses, numa divisão por 2, estariam abaixo
do valor mínimo das questões Q34 e Q35, que é 1. Porém, aqui também todos os valores obtidos para Q33
foram maiores que 2, eliminando a possibilidade de ocorrência deste fato.
Inicialmente procedeu-se à análise descritiva do desempenho percebido pelas empresas. Para tanto,
construiu-se a TAB 1, contendo a média, a mediana, o desvio padrão, o mínimo e o máximo para o desempenho
geral percebido pelas empresas.
Desvio
Variável
Média
Mediana
Mínimo
Máximo
Padrão
Desempenho
3,83
4,00
0,62
1,50
4,83
Tabela 1 – Análise descritiva do desempenho
Fonte: Dados coletados da pesquisa
O desempenho variou de 1 a 5 na escala, sendo que a percepção das empresas quanto ao desempenho foi,
em geral, alta, com média e mediana elevadas e uma pequena variação.
Para avaliar a adequação das escalas utilizadas para mensurar a opinião dos entrevistados, utilizou-se o
teste de confiabilidade interna dos dados, alfa de Cronbach. Para as 32 questões utilizadas no questionário em
estudo, obteve-se um valor geral de alfa de 0,805. Conclui-se que a consistência interna das escalas é boa, pois o
valor encontrado está acima do nível mínimo aceitável, que é de 0,6 (Hair & Jr., 2009).
Procedeu-se à análise, com a construção do modelo de regressão linear múltipla para avaliar se existe
alguma associação entre as questões referentes ao processo de formação da estratégia nas empresas e seu
respectivo desempenho. Observou-se que as questões Q21, Q24, Q29 e Q32 se mostraram importantes para a
explicação do desempenho das empresas, de acordo com o modelo de regressão obtido.
Do modelo final obtido, identificaram-se 19 outliers, os quais foram retirados do estudo por representar
empresas que não possuíam conhecimento sobre o processo de formação da estratégia. A validação do modelo
foi feita através da verificação do atendimento do mesmo às suposições de normalidade, independência e
variância constante dos resíduos. A partir dessa análise, concluiu-se que o modelo que utiliza as questões Q21,
Q24, Q29 e Q32 é adequado para explicar o desempenho das empresas, tendo em vista o atendimento às
suposições (TAB 2).
Variável
Dependente

Variável
Sig.
β Padronizado
Independente
(Coeficientes)
Q21
0,259
< 0,001
Desempenho
Q24
0,289
< 0,001
Q29
0,246
< 0,001
percebido
Q32
0,193
< 0,001
Tabela 2 – Modelo de regressão final
Fonte: Dados coletados da pesquisa
Nota: Desempenho = β21*Q21 + β24*Q24 + β29*Q29 + β32*Q32 + e.

R2
Ajustado

Sig.
(Modelo)

0,391

< 0,001

Inicialmente criou-se uma variável resposta categórica, que classifica as empresas em dois grupos distintos
com relação ao desempenho geral percebido pelas mesmas. Primeiro, obteve-se a média geral do desempenho:
3,83. As empresas cujo desempenho percebido esteve abaixo da média foram classificadas no grupo Abaixo da
Média e aquelas com desempenho acima da média foram classificadas no outro grupo, Acima da Média (TAB
3). As empresas retiradas na análise de regressão também não entraram nesse estudo.
Grupos
N
Média
Desvio Padrão
Abaixo da média
137
-0,945
0,669

6
Acima da média

176

0,737

0,437

Total

313

0,000

1,000

Tabela 3 – Análise descritiva do desempenho padronizado para os dois grupos
Fonte: Dados coletados da pesquisa
O resultado médio para o grupo com desempenho abaixo da média foi de -0,945, sendo que para o
grupo acima da média foi de 0,737, valores bem distintos. O grupo com desempenho abaixo da média apresenta
maior desvio padrão. A TAB. 4 apresenta o teste de comparação das médias dos dois grupos.
Soma de
Graus de
Quadrados
Fonte de Variação
F
Sig.
Quadrados
Liberdade
Médios
Entre grupos
63,994
1
63,994
717,13
0,000
Dentro dos grupos
27,753
311
0,089
Total
91,747
312
Tabela 4 – Teste de comparação das médias para os dois grupos (ANOVA) –
Fonte: Dados coletados da pesquisa
Para determinar as questões inerentes ao processo de formação da estratégia que têm maior poder de
discriminação com relação aos dois grupos, foi utilizada a técnica stepwise (passo a passo), que seleciona,
dentre as variáveis independentes (questões de 1 a 32), o conjunto que melhor consegue distinguir as empresas
quanto ao seu desempenho. Os resultados são apresentados na TAB. 5.
Wilk’s
Passo
Entrada Variável
Sig
Lambda
A estratégia representou uma mudança inovadora em relação
1
Q32.
0,872
< 0,001
ao que o mercado vinha praticando até então
2

Q24.

Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada
inicialmente e a que foi efetivamente implantada

0,807

< 0,001

3

Q21

A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas,
planos de ação, orçamentos.

0,765

< 0,001

0,733

< 0,001

A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades
que a empresa possui até então
Tabela 5 – Stepwise modelo discriminante
Fonte: Dados coletados da pesquisa
4

Q29.

A partir do stepwise foi possível verificar que o modelo que utiliza as questões Q21, Q24, Q29 e Q32
conseguiu discriminar os dois grupos de forma significativa, pelo teste de Wilk’s Lambda, que compara a média
das duas funções discriminantes criadas. A TAB. 6 apresenta as principais características da função
discriminante.
Teste da
Auto
% Variância
Wilk’s
Qui
Coef. Correl.
G.L.
Sig.
Função
Valor
Explicada
Lambda
Quadrado
Canônica
1
0,365
100
0,733
96,04
4
< 0,001
0,517
Tabela 6 – Avaliação da significância da função discriminante
Fonte: Dados coletados da pesquisa
Percebe-se que o modelo possui alto grau de significância (p-valor < 0,001) e que o ajuste aos dados
não é tão elevado, tendo uma capacidade de explicação relativamente baixa, de acordo com o coeficiente de
correlação canônica (0,517); esse valor quer dizer que o modelo explica 26,7% do desempenho categorizado
(TAB 7).
Coeficientes Padronizados da
Variáveis Independentes
Função (1)
A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas,
Q21
0,430
planos de ação, orçamentos.
Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada
Q24
0,417
inicialmente e a que foi efetivamente implantada.

7
A estratégia exigia mudanças nas competências e
habilidades que a empresa possui até então.
A estratégia representou uma mudança inovadora em
Q32
relação ao que o mercado vinha praticando até então.
Tabela 7 – Coeficientes padronizados da função discriminante canônica
Fonte: Dados coletados da pesquisa.
Q29

0,411
0,465

De acordo com o sinal dos coeficientes, conclui-se que quanto maior o valor atribuído pela empresa às
questões Q21, Q29 e Q32, mais próxima ela estará do grupo que apresenta um desempenho geral percebido
acima da média. A regra geral de classificação, utilizada para discriminar uma dada empresa é descrita na TAB.
8.
Desempenho
Variáveis Independentes
Abaixo da
Acima da
Média
Média
Q21

A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas,
planos de ação e orçamentos

2,882

3,375

Q24

Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada
inicialmente e a que foi efetivamente implantada

1,983

2,456

Q29

A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades
que a empresa possui até então

2,361

2,838

Q32

A estratégia representou uma mudança inovadora em relação ao
que o mercado vinha praticando até então

2,855

3,430

-18,829

-26,836

Constante
Tabela 8 – Função discriminante linear de Fisher
Fonte: Dados coletados da pesquisa

Para determinar o grupo em que uma nova empresa poderá ser incluída basta multiplicar as notas
atribuídas por essa organização em cada uma das questões com os respectivos coeficientes, somando os
resultados em cada uma das funções obtidas (Abaixo e Acima da Média).
Nível de Desempenho Predito
Grupo Original
Número de Casos
Abaixo da Média
Acima da Média
Abaixo da média

85 (62,0%)

52 (38,0%)

137

Acima da média
29 (16,5%)
147 (83,5%)
Tabela 9 – Matriz de classificação da função discriminante
Fonte: Dados coletados da pesquisa

176

Para avaliar se o percentual de classificações corretas é satisfatório, utilizou-se a estatística Press’s Q
(Hair, 2009). Segundo os cálculos, o valor obtido para a estatística foi de 72,85, que é bem superior ao nível
crítico 6,63, a 1% de significância. Ao final, os resultados obtidos para a população de estudo foram ainda
comparados com os apresentados por Santos, Alves & Almeida (2007):
PME-Araxá MG 2009
PME-CO/MG 2007
Variável
Questões
Coef.
Coef.
Questões
Coef.
Coeficiente
Dependente
Sig.
Regres.
Discrim.
Sig.
Regres.
Discrim.
Q21
0,259
0,430
Q21
0,494
0,656
0,289

0,417

Q28

-0,293

-0,503

0,246
0,193
R2 Ajustado
0,391
Cor. Canônica
0,517
Tabela 10 – Comparação entre os estudos
Fonte: Dados coletados da pesquisa

0,411
0,465

Q32
-

0,335
0,524
0,653

0,610
-

Desempenho
percebido

Q24
Q29
Q32

8
Nota: Coeficientes Padronizados
Os resultados obtidos foram apenas em parte semelhantes aos do estudo de Santos, Alves & Almeida
(2007), que encontraram como significativas as questões Q21 (A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada
em metas, planos de ação, orçamentos), Q28 (Pelo menos inicialmente, a ideia da estratégia foi recebida com
desconfiança por alguns daqueles que participavam da decisão) e Q32 (A estratégia representou uma mudança
inovadora em relação ao que o mercado vinha praticando até então), sendo que a relação com a questão Q28 foi
no sentido inverso. Ou seja, quanto maior o valor atribuído a essa questão, menor seria o desempenho percebido
e mais próximo do grupo “Abaixo da Média” a organização estaria. Porém dentre as questões selecionadas
como mais importantes na determinação do desempenho, neste estudo a questão Q28 não mostrou relevância.
Outro ponto importante foi que as questões Q24 (Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada
inicialmente e a que foi efetivamente implantada) e Q29 (A estratégia exigia mudanças nas competências e
habilidades que a empresa possui até então) emergiram como significativas, com relação direta com o
desempenho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo inspirou-se em um trabalho aplicado por um grupo de pesquisadores no Centro-Oeste
Mineiro, em que se pesquisou a formação de estratégia nas micro e pequenas empresas, buscando compreender
o universo deste segmento e procurando contribuir para o processo de gestão dessas organizações. Replicou-se a
pesquisa em empresas ligadas à Associação Comercial, Industrial, de Turismo, Serviços e Agronegócios de
Araxá, MG. Ficaram evidenciadas as distinções entre os dois estudos, tendo-se conseguido resultados em parte
semelhantes à pesquisa realizada no Centro-Oeste Mineiro, o que pode ser explicado pela diferença entre as
populações estudadas, principalmente pelas regiões em que foram realizadas as duas pesquisas e pelas
características das empresas investigadas em cada um dos estudos.
No cenário socioeconômico atual, a competição entre as empresas é fator de sobrevivência no mercado
e a utilização de ferramentas e recursos inovadores (estratégias) pode minimizar ou superar as ameaças onde as
organizações atuam ou onde estão inseridas. A utilização de ações estratégicas pode ser entendida como uma
ferramenta sistêmica no processo de gestão, que favorece o desempenho da organização, cria vantagens
competitivas, agrega valor, diferencia produtos e serviços e consegue atender às necessidades do mercado.
Esta pesquisa foi realizada visando perceber qual é a relação entre a formação e o desenvovimento de
estratégias e o desempenho de micro e pequenas empresas. O processo de elaboração, implementação e controle
de estratégias em micro e pequenas empresas precisa ser cotidiano e não apenas ser visto como um controle ou
um método corriqueiro de se trabalhar, sendo necessário atuar em todos os níveis da empresa. A utilização
dessas ferramentas torna as organizações inovadoras, conscientes de seus recursos e de suas potencialidades e
isso as faz crescer e atingir níveis cada vez melhores.
O estudo realizado apresentou algumas limitações, podendo-se apontar como a principal delas o fato de
ter sido realizado com organizações de uma única cidade. Além desse fato, pode-se apontar como uma
dificuldade encontrada a carência de trabalhos empíricos sobre tais empresas, comparados com os realizados em
grandes empresas. A própria definição de micro e pequena empresa torna-se complexa diante dos critérios já
existentes, devendo-se acrescer a isto o nível de tecnologia utilizada pelas organizações, o perfil do gestor, o
nível de produtividade e a estrutura administrativa muito heterogênea.
Como sugestão para trabalhos futuros, em se tratando de elaboração de estratégia e desempenho
organizacional para micro e pequenas empresas, a maior necessidade é para pesquisas que evidenciem e
abordem a importância do comportamento do principal gestor da organização. Constituirá também uma
contribuição significativa a realização de um estudo dessa natureza abrangendo uma amostra de empresas em
diversas regiões do País.
REFERÊNCIAS
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BARBOSA, J. D.; TEIXEIRA, R. M. Gestão Estratégica nas Empresas de Pequeno e Médio Porte. Caderno de Pesquisas em
Administração, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 31-42, 2003. www.ead.fea.usp.br/cad-pesq
BRASIL, H.V.; FLEURIET, M. Planejamento financeiro das pequenas empresas e médias empresas: um modelo integrado. Belo Horizonte:
Edições Fundação Dom Cabral, 1979.
COSTA, A. F.; RIBEIRO, B.; ALMEIDA, G. M. de; PRETA, J. de O. C.; SILVA, V. B. A utilização do planejamento estratégico na
gestão de pequenas e médias empresas. SEBRAE. 2005. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br> Acesso em 21 nov. 2008.
DRUCKER, P. Administrando em Tempos de Grandes Mudanças. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 387 p.

9
FILION, L.J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração da
Universidade de São Paulo – RAUSP. SP, abril / jun. 1999.
FLEURY, A.; FLEURY, M.T.L. A. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeças caleidoscópico da
indústria brasileira. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 155 p.
FONTES FILHO, J.R.; Planejamento estratégico da pequena e média empresa: aplicações no setor turístico. Rio de Janeiro: Publit
Soluções Editoriais, 2006, 140 p.
GIMENEZ, F.A.P.; O estrategista na pequena empresa. Maringá. Edição do autor, 2000, v.l, 176 p.
HAIR, J. F. Jr. et al.; Análise de Dados Multivariados. 6. ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 2009.
HAMEL, G. PRAHALAD, C.K.; Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de
amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 377 p.
HITT, M. A. Administração estratégica: competitividade e globalização. 1. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2005, 550 p.
JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa: textos e casos. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007, 799 p.
LACERDA, J.B. A contabilidade como ferramenta gerencial na gestão financeira das micro, pequenas e médias empresas
(MPME’S): Necessidade e aplicabilidade. SEBRAE: 2003. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em 08 dez. 08.
MALHOTRA, N.K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001, 719 p.
MEIRELLES, A. M. A formação de estratégias no sistema bancário brasileiro: modelo teórico e evidências empíricas. Tese (Doutorado
em Administração). Belo Horizonte. UFMG/CEPEAD, 2003.
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 3 ed.
Porto Alegre: Bookman, 1991. 404 p.
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 3 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 4 ed.
Porto Alegre: Bookman, 2006, 496 p.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J.; Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre:
Bookman, 2000. 299 p.
MINTZBERG, H., Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. 359 p.
PORTER, M.E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999, 515 p.
PORTER, M.E. Estratégia competitiva: técnicas para a análise da indústria e da concorrência. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus. 1986. 362 p.
SANTOS, L.L. da S., ALVES, R.C., ALMEIDA, K.N.T. de, Formação de Estratégia nas Micro e Pequenas Empresas: um estudo no centrooeste mineiro. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo,v. 47 n. 4, p. 59-73, out/dez. 2007.
www.rae.com.br/rae/index.cfm
SEBRAE. Plano de Negócio & Planejamento Estratégico – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS. Banco de Dados. 2002 - 2007. Disponível em: <http://www.sebrae.gov.br. Acesso desde: 22 jun. 2007.
SEBRAE, Pesquisa Perfil da Micro e Pequena Empresa de Minas Gerais - Indústria e Comércio. Maio de 2008, 49 p.
SERRA, F.A.R. Administração Estratégica: conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003.

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A gestão estratégica das organizações no novo milênio
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Estratégias de MPE como diferencial competitivo em Araxá

  • 1. ESTRATÉGIA EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO: UM ESTUDO NA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE ARAXÁ – MINAS GERAIS. WALDECY CARVALHO DE LIMA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DO PLANALTO DE ARAXÁ – UNIARAXÁ – waldecylima@uniaraxa.edu.br RESUMO Este trabalho teve por objetivo investigar a relação entre formação e desenvolvimento de estratégias em micro e pequenas empresas e seu desempenho. Tendo como base as teorias propostas por Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000); Ansoff (1990) e Porter (1986), entre outros autores da área, o trabalho replicou o estudo de Santos, Alves & Almeida (2007). Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva, de cunho quantitativo, abrangendo as micro e pequenas empresas que compõem a Associação Comercial, Industrial, de Turismo, Serviços e Agronegócios da cidade de Araxá, Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário e os dados foram tabulados e submetidos a análises uni e multivariadas, com o auxílio do software PASW (Predictive Analytics Software). Foram também utilizadas a análise de regressão linear múltipla e a análise discriminante. Os resultados obtidos mostram que as empresas que desenvolveram estratégias são aquelas que alcançaram desempenho superior, mas são parcialmente semelhantes aos do estudo de Santos, Alves e Almeida. Observou-se que emergiram duas outras questões significativas, com relação direta com o desempenho, o que pode ser explicado pela diferença entre as populações estudadas, principalmente pelas regiões em que foram realizadas as duas pesquisas e pelas características das empresas investigadas. Palavras-chaves: Estratégia; desempenho; micro e pequenas empresas; pesquisa quantitativa. INTRODUÇÃO Este trabalho teve como proposta replicar o estudo de Santos, Alves & Almeida (2007), ao investigar e identificar o processo de formação e desenvolvimento de estratégias em micro e pequenas empresas componentes da Associação Comercial de Araxá-MG e seus efeitos e relações sobre o desempenho organizacional. Na sociedade atual, dinâmica e mutável, não se justifica mais questionar se as mudanças irão ocorrer ou não; o essencial é averiguar e evidenciar como os gestores e empreendedores enfrentarão as mudanças com que se deparam continuamente e manter suas organizações viáveis, rentáveis e atualizadas (Fontes Filho, 2006). Ainda para o autor, para as micro e pequenas empresas os procedimentos são os mesmos ou até mesmo mais precisos, devido às dificuldades que o mercado apresenta e exige. Há a necessidade de rever os modelos de gestão para assimilar as adaptações e produzir inovações que tornem este tipo de empresa mais competitivo de modo a assegurar sua sobrevivência. Hamel & Prahalad (1995, p. 21), tratando de desempenho organizacional e da sustentabilidade de uma empresa, avaliam que “o crescimento sustentável e lucrativo não é fruto de um acordo, é fruto da capacidade de previsão. Esta, por sua vez, não é fruto da perspicácia, mas do pensamento inovador e não convencional”. Observa-se que os diversos estudos sobre desempenho, comportamento e desenvolvimento organizacional referentes às micro e pequenas empresas, realizados principalmente pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2007), demonstram que elas formulam suas estratégias de acordo com a percepção que constroem das reações do mercado, adaptando os objetivos e sua estrutura funcional. Santos, Alves & Almeida (2007, p. 60) apontam que “as micro e pequenas empresas possuem algumas características que lhes são próprias e que as tornam essenciais ao funcionamento tanto das economias desenvolvidas quanto daquelas em processo de desenvolvimento”. Um grande diferencial para algumas micro e pequenas empresas é o conhecimento e a prática de elaboração e utilização de estratégias como uma ferramenta competitiva (Santos, Alves & Almeida, 2007). Essa ação resulta de um conjunto de fatores adicionados às características internas dos negócios e está associada ao ramo de atuação, resultando na obtenção de maior competitividade no mercado, sob um ponto de vista que se torna determinante para a sobrevivência do empreendimento. Muito se tem dito e descrito sobre as particularidades da administração nas micro e pequenas empresas, pouco, entretanto, tem sido feito em termos de trabalho empírico, de cunho quantitativo, quando comparado com o volume de pesquisa que trata de grandes empresas (Santos, Alves & Almeida, 2007, p. 59). Visando contribuir para a ampliação do conhecimento sobre micro e pequenas empresas na cidade de Araxá, este artigo apresenta o referencial teórico sobre estratégia como vantagem e desempenho organizacional, 1
  • 2. em seguida discute estratégia e sua formação no âmbito das micro e pequenas empresas e é finalizado com a metodologia, os resultados e algumas conclusões. ESTRATÉGIA A estratégia, para Mintzberg, Ahlstrand & Lampel (2000), é uma área de conhecimento que abrange dez escolas distintas, mas que não podem ser vistas separadamente, pois o pensamento estratégico não é a simples soma de suas partes. São elas: 1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) 9) 10) Escola do design – trata a formação da estratégia como um processo de concepção. Propõe um modelo de formulação de estratégia que busca estabelecer uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas. Escola de planejamento – concebe a estratégia como um processo formal. O processo estratégico precisa ser elaborado em passos diferenciados, orientados e baseados em técnicas de orçamentos, programas e planos operacionais. Escola de posicionamento – define a formação de estratégia como um processo analítico. Com principal origem no trabalho de Michael Porter com o modelo das cinco forças competitivas, que propunha uma análise competitiva e de indústrias. A visão estratégia não deve ser restringida, e sim ampliada. Com isso, devem ser analisados minuciosamente o ambiente externo e o interno das organizações. Escola empreendedora – percebe a formação de estratégia como um processo visionário, enfatizando a intuição, o julgamento, a sabedoria, a experiência e o critério. Promove uma visão da estratégia como perspectiva, associada à imagem e ao senso de direção. Escola cognitiva – considera a formação da estratégia como processo mental. É uma escola de pensamento em evolução sobre a formação de estratégia, caracterizando-se mais pelo seu potencial do que por sua contribuição. Acima de tudo, diz que precisamos compreender a mente humana, assim como o cérebro humano, para compreender a formação de estratégia. Escola do aprendizado – concebe a formação de estratégia como um processo emergente que se inicia na organização como um todo, por meio de seus componentes, individual ou coletivamente. Escola de poder – define a formação de estratégia como um processo de negociação, resultando de um processo aberto de influência. Enfatiza o uso de poder e de política para negociar estratégias favoráveis a determinados interesses, em especial durante períodos de mudanças importantes, quando ocorrem inevitavelmente grandes oscilações em relacionamentos de poder e surgem conflitos. Escola cultural – caracteriza a formação de estratégia como um processo coletivo. Traz a importante dimensão coletivista de processo social, assegurando um lugar para o estilo organizacional, ao lado do estilo pessoal, questionando a tendência popular de se dividir tudo em partes desconexas em favor da criação de perspectivas integradas. Escola ambiental – percebe a formação de estratégia como um processo reativo – a organização utiliza seu tempo adaptando-se ao ambiente que estabelece e aos critérios a serem seguidos. A organização é considerada um ente passivo. Escola da configuração – trata a formação de estratégia como um processo de transformação, no qual as organizações são percebidas como configurações e agrupamentos coerentes de características e comportamentos. Oferece a possibilidade de reconciliação, uma maneira de integrar os estados da organização e do contexto que a cerca. Segundo Porter (1986) a meta da estratégia competitiva em uma unidade empresarial é encontrar uma posição dentro dela, onde a empresa possa melhor se preparar e se defender contra as forças competitivas. Mas,estrategicamente, essas forças precisam ser influenciadas a favor das organizações. O autor, identifica cinco forças estruturais básicas das organizações que determinam o conjunto das forças competitivas. A FIG. 1 representa essas forças: 2
  • 3. Figura 1 – As cinco forças competitivas Fonte: Adaptado de Porter (1986, p. 23) Pode-se analisar a FIG. 1 de acordo com a colocação de Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (1991), em que a estratégia leva em consideração o comportamento e a assimilação de ações de sucesso no processo decisório da organização. Ainda pela Fig. 1, percebe-se que a estratégia encoraja as organizações a analisarem o ambiente, buscando uma posição que as proteja, visando defender-se e influenciar a competição do mercado. Como perspectiva, a estratégia traz questões referentes à intenção e ao comportamento em um contexto coletivo. O estrategista, no esforço de posicionar a empresa para melhor enfrentar o ambiente setorial ou de influenciá-lo em favor dela, deve compreender os fatores que determinam suas peculiaridades. Essa visão da competição se aplica também aos setores que atuam com serviços e vendem produtos; ou seja, todos os setores têm uma estrutura subjacente ou um conjunto de características econômicas e técnicas fundamentais que dão origem às forças competitivas (Porter, 1999, p. 29). A estratégia competitiva, para Johnson (2007), está relacionada às bases com as quais as empresas podem atingir vantagem competitiva no mercado em que estão inseridas, fornecendo o melhor valor para seus clientes. O autor ainda classifica três níveis diferentes de estratégia em uma organização (Johnson, 2007, p. 47): 1) A estratégia em nível corporativo – está relacionada com o escopo geral de uma organização e com o modo de agregar valor às diferentes unidades de negócio (UEN) da organização. Ela é a base de outras decisões estratégicas; 2) Estratégia em nível empresarial – diz respeito à tática de concorrer de forma bem-sucedida em determinados mercados. Enquanto a estratégia em nível corporativo envolve decisões sobre a organização como um todo, as decisões neste nível precisam estar relacionadas a uma unidade estratégica de negócios, que é uma parte da organização para a qual existe um mercado externo distinto para bens ou serviços, diferente do mercado de outra UEN. Neste caso, pode ou não haver uma parte estrutural separada da organização, como um departamento ou divisão; 3) Estratégias operacionais – estão relacionadas à maneira como as partes componentes de uma organização entregam efetivamente as estratégias em nível corporativo e empresarial em termos de recursos, processos e pessoas. Para Serra (2003) as empresas de hoje não almejam somente o retorno financeiro; buscam formas de ver seus negócios autosustentáveis no longo prazo, por interpretar que somente estabelecendo metas de crescimento e de lucro em um mercado onde as evoluções tecnológicas são constantes já não é suficiente para garantir a efetividade da empresa. Os micro e pequenos empresários ou empreendedores que pretendam ser eficazes ou sistêmicos não podem mais limitar-se à mera observação passiva dos acontecimentos. Eles necessitam da capacidade de diagnosticar o seu ambiente e desenvolver estratégias para planejar, adaptar, dirigir e controlar mudanças (SEBRAE, 2007). Além disso, algumas dessas organizações não possuem um conjunto de ações (ou estratégias) bem estruturado, e a falta ou deficiência de conhecimento ou experiência seria um dos principais fatores responsáveis pelo fracasso. Neste contexto, para Santos, Alves & Almeida (2007), o gerenciamento é um fator capaz de criar as estratégias que irão permitir as alternativas para que essas organizações consigam adaptar-se às exigências e mutações ambientais. As subatividades na formulação da estratégia, para Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (1991), incluem a identificação das oportunidades e as possíveis ameaças no ambiente da empresa, analisando 3
  • 4. estimativas ou riscos para as opções a serem compreendidas. Mintzberg ainda afirma que “estratégia é um plano; é algo equivalente; é uma direção, um guia ou curso de ação para o futuro, um caminho para ir daqui até ali” (Mintzberg, 2004, p. 34). MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Segundo Lacerda (2003), existe vários critérios utilizados para a definição das micro e pequenas empresas (MPE). Há definições que se baseiam no número de empregados, no capital social, na receita bruta, na receita operacional líquida, no grau de sofisticação tecnológica, etc., considerados de forma isolada ou em conjunto (Brasil & Fleuriet, 1979, citados por Lacerda, 2003). Para Filion (1999), citado por Lacerda (2003), os Estados Unidos da Améria – EUA, foram os primeiros a definir a pequena empresa em determinação oficial do Selective Service Act, de 1948, estabelecendo os seguintes critérios: a) sua posição não seja dominante no comércio ou indústria da qual faz parte; b) o número de empregados não seja superior a 500; c) seja possuída e operada independentemente. Para o SEBRAE (2007) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (2007), há distinções na classificação das micro e pequenas empresas. O primeiro segue o Estatuto da Micro e Pequena Empresa e o segundo se baseia na receita operacional bruta, conforme apresentado no QUADRO 1: CLASSIFICAÇÃO Microempresa Pequena Empresa AGÊNCIA SEBRAE BNDES Até 19 empregados e/ou Faturamento anual Receita Operacional Bruta anual ou até R$ 244 mil. anualizada até R$ 1,2 milhão. Receita Operacional Bruta anual ou Até 99 empregados e/ou anualizada superior a R$ 1,2 milhão e Faturamento anual até R$ 1,2 milhão. inferior ou igual a R$ 10,5 milhões. Quadro 1 – Classificação de micro e pequena empresa Fonte: SEBRAE, 2007- Adaptado pelo autor. Nas micro e pequenas empresas, ou organizações empreendedoras, como definem Mintzberg, Ahlstrand & Lampal (2001), os fundadores / empreendedores são os chefes, que geralmente tendem a dominar todas as etapas decisórias da empresa, o que pode influenciar o processo de formação e implementação das estratégias. Os autores ainda apontam o gestor principal da organização como o responsável pela estratégia da organização: A literatura sobre estratégias em pequenas empresas é influenciada por uma abordagem de natureza empreendedora que reconhece a influência do comportamento individual do gestor sobre o processo de formulação e implementação da estratégia (Gimenez, 2000). Como afirma Drucker (1999), empreendedores sempre buscam inovar. Inovação é a ferramenta específica do espírito empreendedor, pois empreendedorismo sempre envolve, direta ou indiretamente, a ideia de inovação. Os empreendedores, de acordo com Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (2006, p. 269), sempre fundam suas empresas para escapar de procedimentos e controles burocráticos de onde eles trabalhavam anteriormente. Pequenas organizações, segundo Hitt (2005, p. 34) podem possuir um único estrategista, o qual, em muitos casos, poderá ser o próprio dono da empresa, que se encontra profundamente familiarizado com as operações cotidianas da organização. Os gestores estratégicos “necessitam parar e formular perguntas adequadas para superar a inércia, que é geralmente o fruto do próprio êxito”. Empresas empreendedoras, conforme Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (2006, p. 270), buscam continuamente mercados arriscados, mas são cuidadosas ao evitar mercados complexos, optando por permanecer em nichos que seus líderes possam compreender. Aínda para os autores (2006), a criação e a manutenção de uma micro ou pequena empresa requerem um trabalho completo salientando pesquisa, estudos e investimentos como principais fatores para que não se percam tempo e dinheiro sem obter resultados que sirvam de base para o crescimento e sucesso do empreendimento. A visão das micro e pequenas empresas tem sido imediatista, e as fronteiras do produtomercado são pequenas e próximas o bastante para o processo operacional dessas organizações, podendo impedir o empresário de prever eventualidades de seu foco estratégico (Barbosa & Teixeira, 2003). A evolução de uma estratégia competitiva, segundo Fleury & Fleury (2004) irá depender da administração do processo que se adota nas organizações, ou seja, da aprendizagem organizacional em longo prazo, para reforçar e promover todas as competências organizacionais, dando foco e reposicionando as estratégias competitivas. Para Mintzberg (2004), há necessidade de hierarquia para mapear os fluxos de diferentes conjuntos de procedimentos que têm sido usados e citados sob o rótulo de planejar estratégias. O SEBRAE (2007) recomenda que as pequenas e micro empresas devem atentar para a importância do adequado levantamento dos dados relevantes para as ações a serem implementadas. Uma informação inadequada conduzirá a conclusões inverídicas. O planejamento estratégico, como ferramenta estratégica, deve basear-se, 4
  • 5. fundamentalmente, em informações confiáveis. Para tal, necessita de tempo e conhecimento suficientes para transformar dados em informações, e estas em decisões, e de transcrever os resultados planejados em um plano contendo as decisões e as ações a serem executadas (SEBRAE, 2007). Ainda segundo Mintzberg, Lampel, Quinn & Ghoshal (2006), no caso da pequena empresa, ela é controlada rígida e pessoalmente pelo seu dono. Contudo, os autores afirmam que se essa pequena empresa estiver amparada por um líder estrategista, com visão sistêmica e empreendedora, o empreendimento pode tornar-se grande e vir a ter sucesso maior. Para Santos, Alves & Almeida (2007), as estratégias nas micro e pequenas empresas são influenciadas pela natureza empreendedora que reconhece a influência do comportamento do dirigente no processo de formulação e implementação da estratégia. Esta abordagem tem sua preocupação em estudar as características pessoais do dirigente e o processo de gestão estratégica utilizado nas micro e pequenas empresas. O gerenciamento, segundo Santos, Alves & Almeida (2007), configura-se como um fator capaz de criar as estratégias que poderão, ou não, permitir que as alternativas deem possibilidade a essas organizações de adaptação às mudanças ambientais. Desse modo, duas posturas estratégicas surgem como uma possibilidade para se garantir a conservação das atividades das micro e pequenas empresas. Tais posturas têm influência na propensão do dirigente a adotar estratégias empreendedoras ou conservadoras. Aínda para Santos, Alves & Almeida (2007), a postura empreendedora tem características de constante inovação de produtos e tecnologias. Essa postura é orientada para uma posição competitiva agressiva e sem temores de correr riscos. Na direção contrária, a postura conservadora mostra-se com mínima propensão a inovação, com postura competitiva cuidadosa e recatada disposição para assumir riscos. O ambiente externo à organização é importante no processo de tomada de decisão pertinente às ações que a empresa deva assumir. À medida que a empresa cresce e se profissionaliza, segundo Santos, Alves & Almeida (2007), é necessário que outros profissionais comecem a participar do processo decisório. Essas contribuições tendem a ser mais técnicas, objetivando o melhor para a organização. Essas informações transformadas em ações são pertinentes para que o empreendimento alcance seus objetivos. Para Costa, Ribeiro, Almeida, Preta & Silva (2005), em uma pequena empresa os pontos fortes e pontos fracos podem ser avaliados em relação a: estrutura organizacional, cultura organizacional, postura estratégica, nível de tecnologia empregada, capacidade de inovação e criatividade, talento do empresário, capacidade de adaptação às flutuações de mercado e baixos custos indiretos, entre outros. Por outro lado, ainda segundo os autores, as empresas são geralmente afetadas na sua produtividade pela má aplicação (ou falta de aplicação) de recursos materiais e financeiros disponíveis, má utilização de técnicas gerenciais fundamentais, baixa dinâmica na utilização da mão de obra, ausência de qualidade e aspectos inovadores dos produtos. METODOLOGIA Pretendeu-se nesta pesquisa replicar o trabalho de Santos, Alves & Almeida (2007), que realizaram um estudo em empresas no centro-oeste mineiro. Para a identificação e análise do processo de formação de estratégia nas micro e pequenas empresas, foi desenvolvida uma pesquisa quantitativa de caráter descritivo. A unidade de análise desta pesquisa são as micro e pequenas empresas (MPE) que compõem a Associação Comercial da cidade de Araxá-MG. O motivo da escolha desta unidade de análise é devido ao elevado surgimento de pequenos negócios, pela demanda crescente em turismo, mineração e prestação de serviços. As unidades de observação foram os gestores e empreendedores das MPE. A população deste estudo consistiu de 947 micro e pequenas empresas, compreendendo diversas atividades exercidas. Informações oficiais dão conta de que atualmente são 947 associados; todavia, contatos realizados com a diretoria da entidade, revelaram que apenas 812 estão em atividade. Foram enviados 490 questionários, por meio de mala-direta, aos associados que aceitaram participar da pesquisa, obtendo um retorno de 332 questionários respondidos (amostra probabilística). Levou-se em conta a possibilidade de obter uma amostra com o maior número possível de respondentes. Esse questionário foi o mesmo adaptado de Meirelles (2003) por Santos, Alves & Almeida (2007) na sua pesquisa. Consta de 39 questões, distribuídas da seguinte forma: 1) caracterização do respondente e da empresa (questões não numeradas); 2) conhecimento referente aos aspectos da formação da estratégia (questões 1 a 32); e 3) avaliação subjetiva do desempenho da empresa (questões 33 a 35). Foi utilizada uma escala Likert de 5 pontos (de “Discordo totalmente” a “Concordo totalmente”). Essa escala, segundo Malhotra (2001), possui cinco categorias de respostas e exige que os participantes indiquem um grau de concordância ou de discordância com cada uma de uma série de afirmações relacionadas com os objetos de estímulo. A preocupação maior foi com a clareza e precisão dos termos, de modo que os respondentes pudessem compreender e responder adequadamente às questões. Os dados coletados foram tabulados e submetidos a análises uni e multivariadas, com o auxílio do software PASW (Predictive Analytics Software), visando elaborar o tratamento estatístico pretendido pela 5
  • 6. pesquisa. Para avaliar as relações existentes entre as variáveis do processo de formação da estratégia nas empresas e seu desempenho, foi utilizada a análise de regressão linear múltipla e a técnica de análise discriminante, que segundo Malhotra (2001), é uma técnica de análise de dados de pesquisa em que a variável dependente é categórica e as variáveis prognosticadoras ou independentes têm natureza intervalar. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS Assim como no estudo de Santos, Alves & Almeida (2007), a variável que caracteriza o desempenho geral percebido pelas organizações foi obtida pela média aritmética entre as questões Q33, Q34 e Q35, sendo a questão Q33 dividida por duas antes do cálculo para que esta, que originalmente está numa escala de 0 a 10, passe para uma escala de 0 a 5. Os autores supracitados chamam atenção para o fato de haver um possível problema com valores originalmente entre 0,00 e 1,99 na Q33, pois esses, numa divisão por 2, estariam abaixo do valor mínimo das questões Q34 e Q35, que é 1. Porém, aqui também todos os valores obtidos para Q33 foram maiores que 2, eliminando a possibilidade de ocorrência deste fato. Inicialmente procedeu-se à análise descritiva do desempenho percebido pelas empresas. Para tanto, construiu-se a TAB 1, contendo a média, a mediana, o desvio padrão, o mínimo e o máximo para o desempenho geral percebido pelas empresas. Desvio Variável Média Mediana Mínimo Máximo Padrão Desempenho 3,83 4,00 0,62 1,50 4,83 Tabela 1 – Análise descritiva do desempenho Fonte: Dados coletados da pesquisa O desempenho variou de 1 a 5 na escala, sendo que a percepção das empresas quanto ao desempenho foi, em geral, alta, com média e mediana elevadas e uma pequena variação. Para avaliar a adequação das escalas utilizadas para mensurar a opinião dos entrevistados, utilizou-se o teste de confiabilidade interna dos dados, alfa de Cronbach. Para as 32 questões utilizadas no questionário em estudo, obteve-se um valor geral de alfa de 0,805. Conclui-se que a consistência interna das escalas é boa, pois o valor encontrado está acima do nível mínimo aceitável, que é de 0,6 (Hair & Jr., 2009). Procedeu-se à análise, com a construção do modelo de regressão linear múltipla para avaliar se existe alguma associação entre as questões referentes ao processo de formação da estratégia nas empresas e seu respectivo desempenho. Observou-se que as questões Q21, Q24, Q29 e Q32 se mostraram importantes para a explicação do desempenho das empresas, de acordo com o modelo de regressão obtido. Do modelo final obtido, identificaram-se 19 outliers, os quais foram retirados do estudo por representar empresas que não possuíam conhecimento sobre o processo de formação da estratégia. A validação do modelo foi feita através da verificação do atendimento do mesmo às suposições de normalidade, independência e variância constante dos resíduos. A partir dessa análise, concluiu-se que o modelo que utiliza as questões Q21, Q24, Q29 e Q32 é adequado para explicar o desempenho das empresas, tendo em vista o atendimento às suposições (TAB 2). Variável Dependente Variável Sig. β Padronizado Independente (Coeficientes) Q21 0,259 < 0,001 Desempenho Q24 0,289 < 0,001 Q29 0,246 < 0,001 percebido Q32 0,193 < 0,001 Tabela 2 – Modelo de regressão final Fonte: Dados coletados da pesquisa Nota: Desempenho = β21*Q21 + β24*Q24 + β29*Q29 + β32*Q32 + e. R2 Ajustado Sig. (Modelo) 0,391 < 0,001 Inicialmente criou-se uma variável resposta categórica, que classifica as empresas em dois grupos distintos com relação ao desempenho geral percebido pelas mesmas. Primeiro, obteve-se a média geral do desempenho: 3,83. As empresas cujo desempenho percebido esteve abaixo da média foram classificadas no grupo Abaixo da Média e aquelas com desempenho acima da média foram classificadas no outro grupo, Acima da Média (TAB 3). As empresas retiradas na análise de regressão também não entraram nesse estudo. Grupos N Média Desvio Padrão Abaixo da média 137 -0,945 0,669 6
  • 7. Acima da média 176 0,737 0,437 Total 313 0,000 1,000 Tabela 3 – Análise descritiva do desempenho padronizado para os dois grupos Fonte: Dados coletados da pesquisa O resultado médio para o grupo com desempenho abaixo da média foi de -0,945, sendo que para o grupo acima da média foi de 0,737, valores bem distintos. O grupo com desempenho abaixo da média apresenta maior desvio padrão. A TAB. 4 apresenta o teste de comparação das médias dos dois grupos. Soma de Graus de Quadrados Fonte de Variação F Sig. Quadrados Liberdade Médios Entre grupos 63,994 1 63,994 717,13 0,000 Dentro dos grupos 27,753 311 0,089 Total 91,747 312 Tabela 4 – Teste de comparação das médias para os dois grupos (ANOVA) – Fonte: Dados coletados da pesquisa Para determinar as questões inerentes ao processo de formação da estratégia que têm maior poder de discriminação com relação aos dois grupos, foi utilizada a técnica stepwise (passo a passo), que seleciona, dentre as variáveis independentes (questões de 1 a 32), o conjunto que melhor consegue distinguir as empresas quanto ao seu desempenho. Os resultados são apresentados na TAB. 5. Wilk’s Passo Entrada Variável Sig Lambda A estratégia representou uma mudança inovadora em relação 1 Q32. 0,872 < 0,001 ao que o mercado vinha praticando até então 2 Q24. Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada inicialmente e a que foi efetivamente implantada 0,807 < 0,001 3 Q21 A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas, planos de ação, orçamentos. 0,765 < 0,001 0,733 < 0,001 A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades que a empresa possui até então Tabela 5 – Stepwise modelo discriminante Fonte: Dados coletados da pesquisa 4 Q29. A partir do stepwise foi possível verificar que o modelo que utiliza as questões Q21, Q24, Q29 e Q32 conseguiu discriminar os dois grupos de forma significativa, pelo teste de Wilk’s Lambda, que compara a média das duas funções discriminantes criadas. A TAB. 6 apresenta as principais características da função discriminante. Teste da Auto % Variância Wilk’s Qui Coef. Correl. G.L. Sig. Função Valor Explicada Lambda Quadrado Canônica 1 0,365 100 0,733 96,04 4 < 0,001 0,517 Tabela 6 – Avaliação da significância da função discriminante Fonte: Dados coletados da pesquisa Percebe-se que o modelo possui alto grau de significância (p-valor < 0,001) e que o ajuste aos dados não é tão elevado, tendo uma capacidade de explicação relativamente baixa, de acordo com o coeficiente de correlação canônica (0,517); esse valor quer dizer que o modelo explica 26,7% do desempenho categorizado (TAB 7). Coeficientes Padronizados da Variáveis Independentes Função (1) A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas, Q21 0,430 planos de ação, orçamentos. Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada Q24 0,417 inicialmente e a que foi efetivamente implantada. 7
  • 8. A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades que a empresa possui até então. A estratégia representou uma mudança inovadora em Q32 relação ao que o mercado vinha praticando até então. Tabela 7 – Coeficientes padronizados da função discriminante canônica Fonte: Dados coletados da pesquisa. Q29 0,411 0,465 De acordo com o sinal dos coeficientes, conclui-se que quanto maior o valor atribuído pela empresa às questões Q21, Q29 e Q32, mais próxima ela estará do grupo que apresenta um desempenho geral percebido acima da média. A regra geral de classificação, utilizada para discriminar uma dada empresa é descrita na TAB. 8. Desempenho Variáveis Independentes Abaixo da Acima da Média Média Q21 A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas, planos de ação e orçamentos 2,882 3,375 Q24 Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada inicialmente e a que foi efetivamente implantada 1,983 2,456 Q29 A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades que a empresa possui até então 2,361 2,838 Q32 A estratégia representou uma mudança inovadora em relação ao que o mercado vinha praticando até então 2,855 3,430 -18,829 -26,836 Constante Tabela 8 – Função discriminante linear de Fisher Fonte: Dados coletados da pesquisa Para determinar o grupo em que uma nova empresa poderá ser incluída basta multiplicar as notas atribuídas por essa organização em cada uma das questões com os respectivos coeficientes, somando os resultados em cada uma das funções obtidas (Abaixo e Acima da Média). Nível de Desempenho Predito Grupo Original Número de Casos Abaixo da Média Acima da Média Abaixo da média 85 (62,0%) 52 (38,0%) 137 Acima da média 29 (16,5%) 147 (83,5%) Tabela 9 – Matriz de classificação da função discriminante Fonte: Dados coletados da pesquisa 176 Para avaliar se o percentual de classificações corretas é satisfatório, utilizou-se a estatística Press’s Q (Hair, 2009). Segundo os cálculos, o valor obtido para a estatística foi de 72,85, que é bem superior ao nível crítico 6,63, a 1% de significância. Ao final, os resultados obtidos para a população de estudo foram ainda comparados com os apresentados por Santos, Alves & Almeida (2007): PME-Araxá MG 2009 PME-CO/MG 2007 Variável Questões Coef. Coef. Questões Coef. Coeficiente Dependente Sig. Regres. Discrim. Sig. Regres. Discrim. Q21 0,259 0,430 Q21 0,494 0,656 0,289 0,417 Q28 -0,293 -0,503 0,246 0,193 R2 Ajustado 0,391 Cor. Canônica 0,517 Tabela 10 – Comparação entre os estudos Fonte: Dados coletados da pesquisa 0,411 0,465 Q32 - 0,335 0,524 0,653 0,610 - Desempenho percebido Q24 Q29 Q32 8
  • 9. Nota: Coeficientes Padronizados Os resultados obtidos foram apenas em parte semelhantes aos do estudo de Santos, Alves & Almeida (2007), que encontraram como significativas as questões Q21 (A estratégia, uma vez concebida, foi desdobrada em metas, planos de ação, orçamentos), Q28 (Pelo menos inicialmente, a ideia da estratégia foi recebida com desconfiança por alguns daqueles que participavam da decisão) e Q32 (A estratégia representou uma mudança inovadora em relação ao que o mercado vinha praticando até então), sendo que a relação com a questão Q28 foi no sentido inverso. Ou seja, quanto maior o valor atribuído a essa questão, menor seria o desempenho percebido e mais próximo do grupo “Abaixo da Média” a organização estaria. Porém dentre as questões selecionadas como mais importantes na determinação do desempenho, neste estudo a questão Q28 não mostrou relevância. Outro ponto importante foi que as questões Q24 (Há uma distância entre a estratégia formulada/pensada inicialmente e a que foi efetivamente implantada) e Q29 (A estratégia exigia mudanças nas competências e habilidades que a empresa possui até então) emergiram como significativas, com relação direta com o desempenho. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo inspirou-se em um trabalho aplicado por um grupo de pesquisadores no Centro-Oeste Mineiro, em que se pesquisou a formação de estratégia nas micro e pequenas empresas, buscando compreender o universo deste segmento e procurando contribuir para o processo de gestão dessas organizações. Replicou-se a pesquisa em empresas ligadas à Associação Comercial, Industrial, de Turismo, Serviços e Agronegócios de Araxá, MG. Ficaram evidenciadas as distinções entre os dois estudos, tendo-se conseguido resultados em parte semelhantes à pesquisa realizada no Centro-Oeste Mineiro, o que pode ser explicado pela diferença entre as populações estudadas, principalmente pelas regiões em que foram realizadas as duas pesquisas e pelas características das empresas investigadas em cada um dos estudos. No cenário socioeconômico atual, a competição entre as empresas é fator de sobrevivência no mercado e a utilização de ferramentas e recursos inovadores (estratégias) pode minimizar ou superar as ameaças onde as organizações atuam ou onde estão inseridas. A utilização de ações estratégicas pode ser entendida como uma ferramenta sistêmica no processo de gestão, que favorece o desempenho da organização, cria vantagens competitivas, agrega valor, diferencia produtos e serviços e consegue atender às necessidades do mercado. Esta pesquisa foi realizada visando perceber qual é a relação entre a formação e o desenvovimento de estratégias e o desempenho de micro e pequenas empresas. O processo de elaboração, implementação e controle de estratégias em micro e pequenas empresas precisa ser cotidiano e não apenas ser visto como um controle ou um método corriqueiro de se trabalhar, sendo necessário atuar em todos os níveis da empresa. A utilização dessas ferramentas torna as organizações inovadoras, conscientes de seus recursos e de suas potencialidades e isso as faz crescer e atingir níveis cada vez melhores. O estudo realizado apresentou algumas limitações, podendo-se apontar como a principal delas o fato de ter sido realizado com organizações de uma única cidade. Além desse fato, pode-se apontar como uma dificuldade encontrada a carência de trabalhos empíricos sobre tais empresas, comparados com os realizados em grandes empresas. A própria definição de micro e pequena empresa torna-se complexa diante dos critérios já existentes, devendo-se acrescer a isto o nível de tecnologia utilizada pelas organizações, o perfil do gestor, o nível de produtividade e a estrutura administrativa muito heterogênea. Como sugestão para trabalhos futuros, em se tratando de elaboração de estratégia e desempenho organizacional para micro e pequenas empresas, a maior necessidade é para pesquisas que evidenciem e abordem a importância do comportamento do principal gestor da organização. Constituirá também uma contribuição significativa a realização de um estudo dessa natureza abrangendo uma amostra de empresas em diversas regiões do País. REFERÊNCIAS ANSOFF, H.I. A nova estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 1990, 265 p. BARBOSA, J. D.; TEIXEIRA, R. M. Gestão Estratégica nas Empresas de Pequeno e Médio Porte. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 31-42, 2003. www.ead.fea.usp.br/cad-pesq BRASIL, H.V.; FLEURIET, M. Planejamento financeiro das pequenas empresas e médias empresas: um modelo integrado. Belo Horizonte: Edições Fundação Dom Cabral, 1979. COSTA, A. F.; RIBEIRO, B.; ALMEIDA, G. M. de; PRETA, J. de O. C.; SILVA, V. B. A utilização do planejamento estratégico na gestão de pequenas e médias empresas. SEBRAE. 2005. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br> Acesso em 21 nov. 2008. DRUCKER, P. Administrando em Tempos de Grandes Mudanças. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 387 p. 9
  • 10. FILION, L.J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de pequenos negócios. Revista de Administração da Universidade de São Paulo – RAUSP. SP, abril / jun. 1999. FLEURY, A.; FLEURY, M.T.L. A. Estratégias empresariais e formação de competências: um quebra-cabeças caleidoscópico da indústria brasileira. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2004. 155 p. FONTES FILHO, J.R.; Planejamento estratégico da pequena e média empresa: aplicações no setor turístico. Rio de Janeiro: Publit Soluções Editoriais, 2006, 140 p. GIMENEZ, F.A.P.; O estrategista na pequena empresa. Maringá. Edição do autor, 2000, v.l, 176 p. HAIR, J. F. Jr. et al.; Análise de Dados Multivariados. 6. ed. Upper Saddle River: Prentice-Hall, 2009. HAMEL, G. PRAHALAD, C.K.; Competindo pelo futuro: estratégias inovadoras para obter o controle do seu setor e criar os mercados de amanhã. Rio de Janeiro: Campus, 1995. 377 p. HITT, M. A. Administração estratégica: competitividade e globalização. 1. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2005, 550 p. JOHNSON, Gerry. Explorando a estratégia corporativa: textos e casos. 7. ed. Porto Alegre: Bookman, 2007, 799 p. LACERDA, J.B. A contabilidade como ferramenta gerencial na gestão financeira das micro, pequenas e médias empresas (MPME’S): Necessidade e aplicabilidade. SEBRAE: 2003. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em 08 dez. 08. MALHOTRA, N.K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001, 719 p. MEIRELLES, A. M. A formação de estratégias no sistema bancário brasileiro: modelo teórico e evidências empíricas. Tese (Doutorado em Administração). Belo Horizonte. UFMG/CEPEAD, 2003. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 1991. 404 p. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. MINTZBERG, H.; LAMPEL, J.; QUINN, J.B.; GHOSHAL S.; O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006, 496 p. MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J.; Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000. 299 p. MINTZBERG, H., Ascensão e Queda do Planejamento Estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2004. 359 p. PORTER, M.E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro: Elsevier, 1999, 515 p. PORTER, M.E. Estratégia competitiva: técnicas para a análise da indústria e da concorrência. 7 ed. Rio de Janeiro: Campus. 1986. 362 p. SANTOS, L.L. da S., ALVES, R.C., ALMEIDA, K.N.T. de, Formação de Estratégia nas Micro e Pequenas Empresas: um estudo no centrooeste mineiro. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo,v. 47 n. 4, p. 59-73, out/dez. 2007. www.rae.com.br/rae/index.cfm SEBRAE. Plano de Negócio & Planejamento Estratégico – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Banco de Dados. 2002 - 2007. Disponível em: <http://www.sebrae.gov.br. Acesso desde: 22 jun. 2007. SEBRAE, Pesquisa Perfil da Micro e Pequena Empresa de Minas Gerais - Indústria e Comércio. Maio de 2008, 49 p. SERRA, F.A.R. Administração Estratégica: conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso, 2003. 10