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Apostila de empreendedorismo e responsabilidade ambiental
“O empreendedorismo é uma
revolução silenciosa, que
será para o século XXI mais
do que a Revolução Industrial
foi para o século XX.”
Jeffry Timmons, 1990
“A diferença entre o sonho e a
realidade é quantidade certa
de tempo e trabalho”
William Douglas
“A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de
tempo e trabalho”
William Douglas
Curso Técnico em Administração
EEJÚrsulo
“Todo dia faça alguma coisa 'pra' se aproximar em direção do
seu objetivo. Pode ser um e-mail, pode ser uma ligação, pode ser
uma mensagem de texto […] pode ser o que vocês acharem que
vai trazer vocês mais perto daquele objetivo. Pode ser estudar
uma coisa nova! Mas todo dia dê um passo! Porque no final de
um ano, você vai ter dado 365 passos em direção ao seu objetivo.”
Marcelo Sales
Empreendedorismo
Conceito de empreendedorismo e de empreendedor
A raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, com o verbo francês
“entreprendre”, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da palavra
“empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês Jean Baptiste Say,
como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um
setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”.
O termo “entrepreneur” foi incorporado à língua inglesa no início do século XIX. Entre os
economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que teve
grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seus
estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação
trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir
constantemente.” De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, sem
investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona.”
De forma mais contemporânea, o empreendedorismo, pode ser definido como:
Empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e
organizações trabalhando juntas para implementar uma
ideia através da aplicação de criatividade, capacidade de
transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente
se chamaria de risco.
Accenture
Empreendedora é aquela pessoa que, após ter uma ideia não fica inerte, mas pelo contrário,
aproveita-a para fazer pesquisas, testar a utilidade da ideia “recém-criada”, trabalha na elaboração
de projetos, plano de negócio, busca mais conhecimento sobre aquela área específica para ser o
pioneiro, o inovador, o criador e dono da ideia. Sendo assim, a definição a seguir, descreve bem o
empreendedor:
“Empreendedor é aquele que desenvolve a arte de
empreender, de mudar, conquistar. Ser um empreendedor é
exteriorizar aquilo que você na realidade sempre foi e
será”.
É importante que saibamos que, nem sempre, o empreendedor vai abrir uma empresa. Ele
pode ser um empreendedor em várias áreas de sua vida: empreendedor, por exemplo, na empresa
onde trabalha como funcionário (ter atitudes empreendedoras). Deixar de seguir o caminho que,
sem explicação, muitos seguem. O empreendedor não apenas segue o que o chefe manda, tem
iniciativa, aponta novos rumos para empresa.
Diferenças entre o empreendedor e o administrador
As palavras empreendedor e empresário são usadas como sinônimos no dia a dia das pessoas.
Entretanto o que muitos não sabem é que existe uma diferença conceitual e prática entre os dois
termos.
Nem todo empreendedor é empresário, enquanto nem todo o empresário é empreendedor.
Não faltam teóricos que tentam explicar os fatores psicológicos e, até mesmo genéticos, que
formam uma personalidade empreendedora ou não.
O ideal para sobreviver no mundo dos negócios é ser um empresário empreendedor, o qual
reúne todas as qualidades embutidas nos dois termos.
Empreendedor
O empreendedor costuma ter boas ideias, não somente quando cria uma empresa, mas
durante toda a existência dela. Uma companhia não é um projeto morto. Logo após abri-la, é
preciso renovar sempre e, para isso, ele tem iniciativa. Ele tem a capacidade de enxergar objetivos
com clareza e traçar planos para atingi-los em prazo preestabelecido. O que o diferencia de outras
pessoas é saber identificar oportunidades nos locais mais improváveis. Este tipo de negociador sabe
montar um projeto e ainda colocá-lo em prática, mesmo que, para isso, ele corra riscos, o que exige
tolerância às frustrações e motivação diante de desafios.
Empresário
O empresário é sinônimo de cautela. Ele conhece a empresa, porque a montou, comprou ou
herdou, mas sua atuação limita-se a administrar a companhia da maneira em que ela está montada.
Seu estilo implica em atuações conservadoras, sem representar nenhum tipo de risco à
empresa. Para colocar um projeto em prática, ele não demanda grandes esforços, porque não
acredita em mudanças bruscas.
Para momentos em que é preciso dar equilíbrio à empresa ou depois de uma
mudança na organização, o mais indicado é ter uma postura como esta. Afinal, o empresário saberia
manter tudo como deve estar e não criaria nenhuma instabilidade.
O papel do empreendedor
A riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir, em quantidades
suficientes, os bens e serviços necessários ao bem-estar da população. Por este motivo, acredita-se
que o melhor recurso de que se dispõe para solucionar os graves problemas socioeconômicos pelos
quais o Brasil passa é a libertação da criatividade dos empreendedores, através da livre iniciativa,
para produzir esses bens e serviços. (DEGEN, 1989).
A nova organização da produção no mundo coloca a pequena e a média empresa em seu
centro. Elas são responsáveis pelas taxas crescentes de empregos, de inovação tecnológica, de
participação no PIB, de exportação, etc. A pequena empresa surge em função da existência de
nichos mercadológicos, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas e
pela produção em massa. Por isto, seu nascimento está intimamente ligado à criatividade: o
empreendedor tem que perceber o mercado de forma diferenciada, ver o que os demais não
percebem. (DOLABELA, 1999).
O Empreendedorismo se revela também como uma opção profissional, ou seja, muitas
pessoas se realizam acreditando no seu potencial empreendedor e com isso deixam de fazer parte do
mundo dos desempregados, e passam a viver uma nova realidade. Dolabela (1999), ressalta que é de
fundamental importância o estímulo ao empreendedorismo diante do decréscimo contínuo de postos
de trabalhos no mundo inteiro. E, para Dornelas (2001), uma das soluções encontradas no sistema
educacional é a oferta de cursos e materiais sobre o assunto, como alternativa principalmente aos
jovens profissionais. O empreendedorismo alcançou o âmbito social em função das mudanças nas
relações de trabalho, na economia e na sofisticação dos meios de produção, exigindo uma maior
necessidade de conhecimento. Hoje, é sobretudo, um instrumento de desenvolvimento econômico
do país, tido como forma de geração de emprego.
Alguns estudos questionam a importância do papel do empreendedorismo na economia. Por
exemplo, Aluízio Barros e Cláudia Pereira encontraram uma influência negativa do
empreendedorismo sobre o crescimento econômico: dos locais pesquisados, aqueles com maior
atividade empreendedora apresentaram crescimento menor do PIB nos três anos subsequentes.
Em artigo de 2005, André van Stel, Martin Carree e A. Roy Thurik sugerem que o
empreendedorismo exerce papéis diferentes em países com estágios de desenvolvimento econômico
distintos. Eles utilizaram os dados divulgados pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor
(GEM) para analisar a importância do empreendedorismo para o crescimento do PIB.
No estudo, os autores concluíram que a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial
(TEA) tem um efeito negativo para os países relativamente pobres, enquanto ele tem um efeito
positivo para os países relativamente ricos. Ainda, que o empreendedorismo está relacionado com
esses resultados, porém não é simples verificar seus efeitos no crescimento.
Diante disso, os pesquisadores levantaram duas hipóteses que auxiliariam a clarificar o
processo. A primeira diz respeito ao momento histórico: grande parte do séc. XX é um período de
acumulação, de relevância das grandes empresas hierárquicas que dirigiam a economia. Enquanto,
no final do séc. XX, há uma guinada na economia, em direção à economia do conhecimento,
relativizando assim o papel das grandes corporações – o que pode ter se refletido nesse estudo.
A segunda hipótese versa sobre o fato de que nos países em desenvolvimento os
empreendedores demonstram níveis menores de capital humano do que os empreendedores de
países desenvolvidos. Assim, a TEA menor em países desenvolvidos, refletiria empresas mais
inovadoras, enquanto, nos países em desenvolvimento, os responsáveis pelas taxas altas seriam os
setores tradicionais.
A grande maioria dos livros didáticos de macroeconomia moderna trata as questões do
crescimento econômico e do desenvolvimento como um problema da acumulação de capital e do
progresso tecnológico. Mas essa limitação é deficiente, pois deixa de fora o papel do empreendedor
como o principal agente da promoção do progresso econômico. É somente atentando para o papel
do empreendedor que as perguntas podem ser respondidas a respeito de quem orienta a acumulação
de capital, quem decide que tipo de capital será investido, e quais entre as diversas opções
tecnológicas serão escolhidas. A fim de descobrir por que alguns países prosperam e outros não, o
empreendedorismo deve ser incorporado no corpo da teoria econômica do crescimento e do
desenvolvimento.
Destruição criativa
Foi principalmente Joseph Schumpeter (1883-1950) quem estendeu fortemente a tese do
papel essencial do empreendedor no desenvolvimento econômico. Na verdade, esse economista
nascido na Áustria, que mais tarde em sua vida chegou a lecionar na Universidade de Harvard,
ganhou fama no início de sua carreira acadêmica com a publicação de Teoria do Desenvolvimento
Econômico (1911). Nessa teoria, Schumpeter mostra o papel central que o empresário tem como
agente de promoção do progresso econômico através da destruição criativa. A "destruição criativa"
expressa a ideia de que a economia capitalista moderna é caracterizada por uma luta incessante pela
inovação.
De acordo com Schumpeter, o empreendedor é inspirado por uma ideia de negócio que ele
pretende realizar com a ajuda de dinheiro emprestado. O empreendedor como “tipo idealizado” é
uma figura heroica que escolhe o campo de batalha no mundo dos negócios a fim de viver o seu
espírito de conquista e do seu desejo de dominação. Para Schumpeter, o empreendedor é uma
pessoa que compartilha com um imperador e conquistador atributos como criar e governar um
domínio próprio e fundar uma dinastia.
A atividade do empresário como destruidor criativo leva à criação de novos mercados, novas
indústrias, novos produtos ou novos métodos de produção que revolucionam o estado atual da
economia e tornam os produtos e procedimentos estabelecidos obsoletos. Neste sentido o progresso
econômico é impulsionado pela busca incessante da inovação.
Empreendedorismo no mundo e no Brasil
A partir da década de 70 é despertado o interesse acadêmico nos empreendedores, para tratar
de explicar a explosão no número de novas empresas baseadas no conhecimento, com alto potencial
de crescimento e que, em muito pouco tempo, transformam seus fundadores em ricos empresários.
O caminho é investir no espírito empreendedor. O desafio é conseguir desenvolver os
comportamentos empreendedores para que os participantes possam atuar como agentes de
mudanças em suas organizações, melhorando processos e criando novas oportunidades de negócio.
O consultor Joacir Martinelli, que estuda e trabalha com esta ferramenta há quatro anos, diz que
empreender significa levar adiante uma ideia. A importância dos profissionais empreendedores está
no fato de que eles são os verdadeiros agentes de mudança nas empresas.
Sobre o ensino do empreendedorismo tem-se conhecimento de que a primeira disciplina de
empreendedorismo foi oferecida na Escola de Negócios da Universidade de Harvard em 1947, mas
foi a Universidade do Southern of California a primeira a oferecer uma habilitação em
empreendedorismo, em nível de MBA, no ano 1972, e o Babson College a primeira universidade a
oferecer um curso de graduação em empreendedorismo em 1968 (Cooper et al, 1997).
A nível nacional foi a Fundação Getúlio Vargas, em 1947, a primeira a oferecer uma
disciplina de empreendedorismo no Curso de Especialização em Administração para estudantes de
pós-graduação. Na década de 90, as universidades Federais de Pernambuco e de Minas Gerais e a
Escola de Engenharia de Itajubá ofereceram disciplinas de empreendedorismo nos cursos de
graduação, com o objetivo de inserir o ensino do empreendedorismo na instituição (INATEL, 2001).
Segundo Pacheco (2002), “O estudo aumenta a capacidade de reconhecer oportunidades e
ajuda a pessoa a ter uma visão mais global”. O conhecimento é o estado de preparo que otimiza os
resultados inerentes à situação apresentada e envolve o co mpartilhamento de informações, o
raciocínio criativo e a colaboração. Por isso, os talentos presentes em uma empresa são responsáveis
pelo seu sucesso (OLIVEIRA, 2001).
A educação e o conhecimento assumem papéis estratégicos no desenvolvimento de
oportunidades. Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para
conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma
oportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente e capacidade para ver, perceber a
mudança como uma oportunidade (IRELAND & VAN, 1987).
A pesquisa de 2012 revelou que a proporção dos brasileiros que deseja de ter o próprio
negócio (43,5%) é superior a dos que desejam fazer carreira em empresas (24,7%). Em uma lista de
67 países, o Brasil aparece em quarto lugar em termos de número de empreendedores. São 37
milhões de pessoas que já possuem um negócio ou realizaram alguma ação, nos últimos meses,
visando ter um negócio próprio. Em 2012, 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos estava
envolvida na criação ou administração de um negócio. Entre 2002 e 2012, essa taxa apresentou um
aumento de 44% (saindo de 20,9% para 30,2%).
O processo empreendedor
Costumamos definir o empreendedor como alguém que sonha e busca transformar o sonho
em realidade. É fato que o empreendedorismo vem se configurando como o grande combustível do
desenvolvimento dos tempos atuais. Timmons (1990) afirma que “o empreendedorismo é uma
revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que foi a revolução industrial para o
século XX”. O que, porém determina o surgimento de um empreendedor? É possível alguém
apreender a empreender ou o empreendedorismo é uma qualidade inata? Uma vez que os
empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processo
empreendedor devem ser estudados e entendidos.
De maneira geral, podemos compreender o processo empreendedor a partir de quatro etapas,
quais sejam:
•Identificação de oportunidade: esta etapa se constitui a mais difícil no processo empreendedor.
Esta fase implica em identificar uma oportunidade e analisar a sua potencialidade no que se
refere a itens como: necessidades de mercado, potencial da concorrência e de mercado e ciclo
de vida do produto.
É importante o empreendedor testar a sua ideia ou conceito de negócio junto de potenciais
clientes, avaliando sua disposição em adquirir seu produto ou serviço através de pesquisas de
mercado. A pesquisa lhe fornecerá a dimensão do mercado, se está em crescimento, estável ou
estagnado, quem é a concorrência e quais são seus pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades.
Nesta etapa é fundamental o talento, a percepção, o conhecimento e o “feeling” do empreendedor.
•Elaboração do plano de negócios: talvez esta seja a etapa que dê mais trabalho. O plano de
negócios é uma parte importante do processo empreendedor.
O plano de negócios é um documento que sintetiza toda a essência da empresa, sua
estratégia de negócio, seu mercado e competidores, como vai gerar receitas e crescer, dentre outros
aspectos. Um negócio bem planejado terá mais oportunidades de sucesso do que um sem
planejamento, na mesma igualdade de condições. É fundamental que o empreendedor saiba planejar
suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento.
•Captação de recursos: o empreendedor deve utilizar a sua capacidade de planejamento e
habilidade de negociação para relacionar no mercado as melhores alternativas de financiamento
para seu negócio.
Determinar os recursos necessários é consequência do que foi feito e como foi planejado o
plano de negócios. A captação de recursos pode ser feita de várias formas e por meio de fontes
distintas que vão desde recorrer a bancos, economias pessoais, até a familiares e amigos.
•Gerenciamento: gerir a empresa pode parecer a parte mais fácil do processo empreendedor,
pois já foi identificada a oportunidade, desenvolvido o plano de negócios e relacionada a fonte
de financiamento.
No entanto, a gestão de uma empresa não é tão simples o quanto parece. O empreendedor
deve reconhecer as suas limitações, recrutar uma excelente equipe de trabalho para colaborar na
gestão da empresa, implementar ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros, ou
melhor, produza mais com o mínimo de recursos necessários, conjugando eficiência e eficácia. Não
adianta identificar uma excelente oportunidade de negócio, desenvolver detalhadamente o plano de
negócios, captar os recursos necessários para iniciar as atividades se o empreendedor não tiver
capacidade administrativa para gerir o seu negócio. Ao invés de oportunidade de lucros e sucesso,
todo o processo se configurará em prejuízo e, provavelmente, endividamento do empreendedor. Daí
esta etapa se configurar como crucial para o sucesso do empreendimento.
Existe outra forma de se analisar os aspectos críticos do processo empreendedor proposta
por Timmons (1994), professor do Babson College, Estados Unidos, que leva o empreendedor a
priorizar a análise de três fatores fundamentais. O primeiro fator é a oportunidade. Esta deve ser
avaliada para que se tome a decisão de continuar ou não com o empreendimento. O segundo fator é
a equipe empreendedora, ou seja, quem, além do empreendedor, atuará em conjunto no projeto.
Finalmente, os recursos necessários, como e onde consegui-los.
É muito importante que a questão relativa à análise dos recursos necessários para o início do
negócio seja a última a ser feita. Assim, o empreendedor e sua equipe devem priorizar inicialmente
à análise da oportunidade, a primeira das tarefas a ser realizada. Na verdade, às vezes a formação da
equipe ocorre até antes da identificação de uma boa oportunidade, porém o mais comum nos casos
de sucesso é a identificação da oportunidade, formação da equipe e captação dos recursos.
Destes três fatores, podemos identificar como crítico para o sucesso do processo
empreendedor a identificação da oportunidade. Não significa, entretanto, que as outras sejam menos
importantes. Neste estágio surge a definição do negócio propriamente dito. Sua identificação é
determinada pela capacidade de o empreendedor desenvolver sua percepção, intuição e “feeling”
sobre as possibilidades que aquela oportunidade pode representar. Aliado a isso, destaca-se também
a importância do planejamento do negócio. Através do planejamento o empreendedor avalia
oportunidades, identifica, busca e aloca os recursos necessários ao negócio, planeja as ações a
serem tomadas, implementa e gerencia o novo negócio dentro do limite de risco calculado. O
planejamento deve permitir ao empreendedor e sua equipe inclusive, redirecionar o curso do
caminho, o desenvolvimento das ações de acordo com os cenários que se apresentarem à empresa.
O perfil do empreendedor
Fatores inibidores de potenciais empreendedores
De acordo com Degen (1989), há muitos fatores que inibem o surgimento de novos
empreendedores. Os três mais importantes são:
 A imagem social: todo empreendedor que deseja ter sucesso precisa estar disposto a, no
início, desenvolver ele mesmo todas as atividades na sua empresa. É fazer as compras,
atender pessoalmente a clientes e fornecedores, vender, entregar, fazer contabilidade, e
eventualmente, até limpeza. Não há nenhuma vergonha no trabalho honesto. Porém, muitos
pensam que, após terem atingido uma boa posição como empregados, as tarefas necessárias
para iniciar um novo negócio vão prejudicar a sua imagem social. Por este motivo, acabam
preferindo permanecer no “conforto” do emprego.
 A disposição para correr riscos: nem todas as pessoas têm a mesma disposição para
assumir riscos. Muitos precisam de uma vida regrada, horários certos, salário garantido no
fim do mês e assim por diante. Esse tipo de pessoa não foi feito para ser empreendedor. O
empreendedor, por sua definição, tem de assumir riscos, e o seu sucesso está na sua
capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer
atividade, e é preciso aprender a administrá-los. O empreendedor não é malsucedido nos
seus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los.
 O capital social: O que herdamos da nossa formação familiar, religiosa e escolar é o que
chamamos de “capital social”. São valores e ideias que subliminarmente nos foram incutidos
por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação
intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas. Um exemplo do capital social
como fator inibidor de potenciais empreendedores é uma forte formação religiosa que levam
muitos a considerarem o lucro como imoral. Essas pessoas têm vergonha de desenvolver um
negócio pelo lucro e, na eventualidade de se aventurarem a fazê-lo, procuram outras razões
para justificar o seu negócio, desprezando o lucro. Como consequência, acabam perseguindo
objetivos que nada têm que ver com a realidade dos negócios e, por isso fracassam.
Tipos de empreendedores
Os valores que influenciam uma pessoa a ser empreendedora estão relacionados com a
convivência, a qual destaca três níveis de ligação: O primário – familiares e conhecidos, ligações
em torno de mais atitude; O secundário – ligações em torno de determinada atitude, rede de ligações
(Network) e o terciário – cursos, livros, viagens, feiras e congressos.
Dolabela (1999) discorre que tais níveis de relação fazem enxergar que o empreendedorismo
está em todos os lugares, e que de uma forma ou de outra ele pode ser descoberto, embora que no
meio familiar seja mais frequente.
Pesquisas indicam que as famílias de empreendedores têm maior chance de gerar novos
empreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre têm um modelo, alguém a
quem admiram e imitam (FILION, 1991). Por esta razão o nível primário tende mesmo a ser um
meio propício para surgimento de pessoas e negócios de sucesso
 Empreendedores por escolha
Toda teoria sobre o empreendedor de sucesso sempre apresenta o planejamento como uma
das mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado
nos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedido
e, em consequência, leva mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhores
resultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa
com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de
metas.
 Empreendedores por necessidade
Cria o próprio negócio porque não tem alternativa, geralmente, não tem acesso ao mercado
ou foi demitido. Se envolve em negócios informais, desenvolvendo tarefas simples, prestando
serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social para
os países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar todas as
formas a sua subsistência e a dos seus familiares, não contribui para o desenvolvimento econômico.
Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois não
tem acesso a recursos, a educação e as mínimas condições para empreender de maneira estruturada.
 Empreendedores por acaso (ou inesperado)
É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade
de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É
uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar um, via a alternativa de
carreira em grandes empresas como a única possível. Antes de se tornar empreendedor, acreditava
que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se envolver em
todas as atividades de um negócio próprio.
Características comportamentais dos empreendedores
 Imagina, desenvolve e realiza visões;
 Congrega risco, inovação e liderança;
 Tem habilidade e perícia profissional numa organização;
 Aproveita as oportunidades;
 Faz coisas que fazem a diferença;
 Cria prosperidade econômica e social nas sociedades;
 Atua como um agente de mudanças;
 Constrói algo novo;
 Visualiza o futuro e propõe-se a construí-lo;
 Tem espírito de iniciativa e gosta de começar projetos novos;
 Corre riscos calculados, de modo a reduzir os riscos ou controlar resultados;
 É otimista e acredita nas possibilidades que estão ao seu alcance;
 É persistente e determinado para atingir metas e objetivos;
O processo de empreender envolve todas as funções, atividades e ações associadas à percepção de
oportunidades e à criação de organizações que buscam organizadamente estas oportunidades.
Cinco elementos ou qualidades são fundamentais na caracterização de um empreendedor:
• Criatividade e inovação: empreendedores conseguem identificar oportunidades, grandes ou
pequenas, onde ninguém mais consegue notar;
• Habilidade ao aplicar esta criatividade: eles conseguem direcionar esforços num único
objetivo;
• Força de vontade e fé: eles acreditam fervorosamente em sua habilidade de mudar o modo
como as coisas são feitas e têm força de vontade e paixão para alcançar o sucesso;
• Foco na geração de valor: eles desejam fazer as coisas da melhor maneira possível, do
modo mais rápido e mais barato;
• Correr riscos: quebrando regras, encurtando distâncias e indo contra o status quo.
Algumas ideias equivocadas ainda existem no senso comum. Uma delas é a de que o empreendedor
é um herói solitário. Na realidade, colaboração é a palavra-chave, empreendedores de sucesso se
unem a grupos e seguem trabalhando unidos em direção a um único objetivo. Esses cinco elementos
do empreendedorismo têm mais força quando compartilhados por um time ou dentro de uma
organização.
Outro conceito errôneo é o de que um empreendimento necessariamente precisa ser muito grande
para ser considerado um sucesso. Muitas empresas que se encaixam no critério de pequena e média
são bastante empreendedoras. A distinção está no resultado desejado: seus proprietários a
administram com o objetivo de manter seu estilo de vida e o da sua família, ou eles reúnem esforços
a fim de explorar oportunidades, criar novos produtos ou entregar serviços de modo inusitado?
Pequenos negócios desempenham um papel muito importante na economia. É por meio da pequena
empresa que obtemos os produtos e serviços já tradicionais. Muitos donos de pequenas empresas
possuem qualidades empreendedoras ao buscar atender à demanda de produtos e satisfazer os
clientes. Mas o conceito de empreendedorismo está baseado em indivíduos que misturam inovação
com as melhores práticas de comercialização de novos produtos e serviços e que resultam em
empresas de crescimento acelerado.
Pesquisas mostram que a maior parte das pessoas que tem
sucesso, são aquelas que buscaram se capacitar, que tem
mais escolaridade e que também buscaram se informar.
Criatividade
Empreendedores de sucesso estão sempre atrás de novas de negócio e de verdadeiras oportunidades.
Informação é a base de novas ideias.
O difícil é selecionar a informação relevante
Brainstorming ou tempestade cerebral, é uma das mais conhecidas formas de se estimular a
criatividade e a geração de novas ideias;
Para se estruturar a braisntorming aconselha-se as seguintes regras:
 Ninguém pode criticar outras pessoas do grupo;
 Quanto mais rodadas entre os participantes melhor;
 Podem-se dar ideias baseadas em ideias anteriores de outras pessoas;
 A sessão deve ser divertida, sem que haja uma ou outra pessoa dominando a mesma;
 Conversar com pessoas de todos os níveis sociais e idade;
 Pesquisar novas patentes e licenciamento de produtos;
 Estar atento aos acontecimentos sociais de sua região, tendências, preferências da
população, etc;
 Visitar institutos de pesquisa;
 Participar de conferências e congressos;
Quando se usa a criatividade, pode-se obter um grande negócio, com possibilidades de crescimento
e retornos.
Extra
QUAL É A METADE DE 8?
Se sua resposta foi 100, é original, mas incorreta.
Se sua resposta foi 4, é correta, mas não original.
Se sua resposta é 0, é correta e original se você enxergar o número
8 cortado horizontalmente.
Se sua resposta é 3, é correta e original se você enxergar o nº 8
cortado verticalmente
Criatividade é criar o inesperado e fazê-lo útil.
Habilidades e atitudes vencedoras
Alguns fatores ajudam aos futuros empreendedores a mudar o modo de pensar e agir, e
assim dominar com mais facilidades suas técnicas. Por exemplo, desacreditar os mitos; ter grande
necessidade de realização; estar disposto a trabalhar duro; não se abater com as dificuldades e as
negativas que for encontrando.
A chave para o desenvolvimento espetacular:
C-onhecimento
H-abilidade
A-titude
V-alores
É-tica
Conhecimento
Auto conhecimento, empresa, produtos, clientes, mercado, conhecimentos gerais, etc.
Habilidades
Habilidades de comunicação, habilidades de relacionamento, etc.
Atitude
Honestidade, nível de energia para a resolução de problemas;
Valores
Conjunto de princípios, ideiais e julgamentos morais: valores morais.
Ética
Ramo da filosofia que aborda os fundamentos da moral. Regras que orientam a conduta em uma
profissão.
“O segredo do meu sucesso foi a perseverança e ter
acreditado na minha ideia, nunca ter abandonado esse
sonho e não ter desistido no final, mesmo que, ao longo
deste caminho várias pessoas tentam te tirar, mas se você
tem um propósito, e, na confiança, chega lá [você]. Todo
mundo chega!
Leopoldo Aquino de Almeida (INVENTOR DO ABRIDOR DE
SACHÊS)
Extras
Teste do perfil de empreendedor:
<http://goo.gl/E7rpQD>
10 características do empreendedor:
<http://goo.gl/RFgdGS>
Como abrir um negócio próprio:
<http://goo.gl/gmGqEv>
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL
Conceito e significado de ecologia
No sentido da palavra de origem grega: “oikos” significa
casa e logos = estudo, faz-se a junção das palavras e tem-se:
estudo da nossa casa, isto é, o estudo do habitat dos seres vivos.
Podemos dizer que ecologia é a ciência que se dedica aos
estudos das relações entre os seres vivos e o ambiente em que
vivem. (Hernst Haeckel, biólogo alemão, 1869).
Visão antropocêntrica X visão eco-cêntrica
A visão antropocêntrica
Para iniciar a discussão das ideias relacionadas ao Antropocentrismo, comecemos com as palavras
de Milaré & Coimbra (2004), que esclarecem os princípios antropocêntricos:
Antropocêntrico vem a ser o pensamento ou a organização que faz do
Homem o centro de um determinado universo, ou do Universo todo, em
cujo redor (ou órbita) gravitam os demais seres, em papel meramente
subalterno e condicionado. É a consideração do Homem como eixo
principal de um determinado sistema, ou ainda, do mundo conhecido.
Tanto a concepção quanto o termo provêm da Filosofia.
Desta forma, o Antropocentrismo pode ser definido como uma concepção filosófica na qual
o homem é considerado o centro do Universo, ou seja, a referência máxima e absoluta de valores
(MILARÉ, 2007). A aplicação das ideias antropocêntricas pode ser analisada segundo duas óticas
(consideradas distintas, de acordo com o momento histórico em que foram descritas): a primeira
surge como uma resposta aos preceitos que vigoravam na Idade Média, período compreendido,
segundo os historiadores, entre o final da Idade Antiga (com a queda do Império Romano do
Ocidente, em 476 d.C.) e o século XV (com a queda de Constantinopla, em 1453 d.C.). Neste
período histórico, a igreja caracterizou-se como uma entidade com grandes poderes sobre o restante
da sociedade (europeia), de modo que se respeitava a chamada doutrina Teocêntrica, caracterizada
por possuir uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus. Desta forma, o
Antropocentrismo resultou da transição entre a cultura medieval e a renascentista, quando “o
homem deixou de olhar tanto para o alto, em busca de Deus, passando a dar valor a si mesmo”
(COTRIM, 2002). Ainda segundo Cotrim (2002), o ser humano se redescobriu como criatura e
criador do mundo no qual vivia, o que o fez adquirir uma mentalidade mais humanista, isto é, o fez
construir um mundo centrado em si mesmo.
A segunda ótica da visão antropocêntrica é aquela considerada base da análise que este
trabalho pretende desenvolver. Esta ótica, em um contexto moderno, refere-se às doutrinas ou
perspectivas intelectuais que tomam como único paradigma as características ou peculiaridades (ou
ainda as vontades) da espécie humana, tendo como referência de ambiente apenas aquele
considerado apto à existência humana. Este ponto de vista é aquele relacionado ao antropocentrismo
de origem religiosa, especialmente bíblica (conforme mencionado nas partes introdutórias deste
trabalho), uma vez que a partir da Bíblia houve a legitimação da posição de domínio do homem
sobre todas as criaturas e todo o mundo. Tal fato pode ser verificado no versículo 28, capítulo 2º do
Livro de Gênesis: “Crescei e multiplicai-vos e enchei a Terra, e subjugai, e dominai [...]”.
Assim, a visão antropocêntrica pode ser analisada, em um sentido pejorativo, como uma
concepção filosófica que acarreta na desvalorização das outras espécies do planeta, relacionando-se
diretamente à degradação ambiental, visto que a natureza se caracteriza por estar subordinada aos
seres humanos. Barros (1999) aponta que
[...] a corrente antropocêntrica se baseia na hipótese de que a natureza não
possui valor em si, mas constitui numa reserva de recursos naturais a
serem explorados pela humanidade [...].
Neste sentido, Milaré & Coimbra (2004) descrevem o distanciamento do homem dos demais
seres, de modo a postar-se diante deles em “atitude de superioridade absoluta, abertamente
antagônica”.
Milaré (2007) destaca que a corrente antropocêntrica teve grande expressão no mundo
ocidental devido às posições racionalistas, uma vez que a razão é considerada um atributo exclusivo
do homem, constituindo-se como “valor maior e determinante da finalidade das coisas”. Milaré &
Coimbra (2004) apontam alguns aspectos significativos referentes ao papel desta racionalidade na
dominação do meio natural, dentre os quais merecem destaque:
i. A contribuição da filosofia greco-romana, constituída por inúmeros pensadores (filósofos)
cujos estudos enfocaram a explicação dos motivos pelos quais o homem seria superior ao
“resto das coisas”; e,
ii. O desenvolvimento do racionalismo moderno e o conhecimento aprofundado das
características da natureza, a partir dos quais o homem passou a dominar o meio natural de
modo ainda mais agressivo, visando satisfazer suas necessidades (em relação aos recursos
naturais) cada vez mais crescentes.
Com referência aos pensadores greco-romanos, pode-se citar as idéias de Aristóteles (384-
322 a.C.), o qual colocava o homem no vértice de uma pirâmide natural, sendo servido por todos os
outros elementos componentes do meio natural. Felipe (2009) explicita que Aristóteles apontava
alguns pontos em comum entre homens e animais (relacionados basicamente à atividade vital),
entretanto estes se encontravam em uma posição inferior em relação àqueles por não serem capazes
da racionalidade matemática. Ainda, esta mesma autora descreve outra característica interessante do
pensamento aristotélico, que recriminava o maltrato dos animais não-racionais não porque os
animais sofressem ou fossem conscientes da dor, mas por serem propriedade (patrimônio) do
homem. Assim, o maltrato representaria um dano ao patrimônio, e não uma atitude cruel ao ser
vivo.
Em relação ao racionalismo moderno, o desenvolvimento das ciências (que culminou no
progresso técnico-científico) ratificou o papel do homem como dominador e manipulador do meio
físico. Milaré (2007) sintetiza claramente os efeitos desta evolução técnica sobre a natureza:
[...] o racionalismo moderno e o desvendamento dos segredos da natureza
ensejaram ao homem a posição de arrogância e de ambição desmedidas
que caracterizam o mundo ocidental contemporâneo. E o
desenvolvimento científico-tecnológico, submetido ao controle do capital
para efeitos de produção e criação de riquezas artificiais, desembocou
nessa lamentável “coisificação” da natureza e dos seus encantos.
Desta forma, conforme já evidenciado anteriormente, as sociedades humanas (representadas
pelos Estados-nação) estruturaram seu crescimento tendo a natureza apenas como um suporte ao
mesmo, utilizando-se dos recursos desta para buscar níveis de desenvolvimento mais satisfatórios –
pelo menos até o momento em que se notou a existência da problemática ambiental.
Milaré & Coimbra (2004) abordam um ponto interessante, atribuindo, inclusive, um caráter
antropocêntrico ao conceito de desenvolvimento sustentável. Tal fato realmente ocorre, pois a
proteção e a preservação do meio ambiente são buscadas tendo como objetivo atender às
necessidades do homem: “A Terra não seria mais do que um celeiro de recursos à disposição pura e
simples das necessidades humanas. A Natureza seria contingenciada e o Homem é discretamente
absolutizado” (MILARÉ & COIMBRA, 2004). Mesmo assim, as intenções pretendidas com a
prática do desenvolvimento sustentável já aliviam de maneira significativa a pressão sobre o meio
ambiente, fato que reforça a importância deste conceito.
Por fim, deve-se ressaltar que o conhecimento dos conceitos que estruturam o pensamento
antropocêntrico é importante para se entender as questões filosóficas que foram refutadas na
transição para uma visão ecocêntrica do meio ambiente, assunto a ser abordado no próximo tópico.
A visão eco cêntrica
Conforme verificado anteriormente, o desenvolvimento científico-tecnológico intensificou a
exploração dos recursos naturais, acarretando no aumento da degradação ambiental. Desta forma,
sentiu-se a necessidade da mudança de paradigmas, pois o sistema vigente (amparado pelas ideias
antropocêntricas) se mostrou incapaz de dar suporte à sociedade. No campo filosófico, a
clarificação dos conceitos relativos à questão ambiental foi estruturada a partir do desenvolvimento
dos conceitos da visão eco cêntrica do meio ambiente. Barros (1999) esclarece que o Ecocentrismo
[...] se baseia no fato de que o mundo natural possui um valor
em si mesmo, independendo de sua utilidade para o homem.
Trata-se de uma visão purista (preservacionista) da natureza,
em que o ambiente natural deve permanecer intocado e
intocável na sua forma primitiva, sujeito somente ao curso
austero da evolução natural. Em nome do equilíbrio ecológico,
as atividades do homem são incompatíveis com esse estado de
preservação da natureza [...].
Assim, o Ecocentrismo se remete à ideia de que o meio ambiente existe, vive e evolui para
beneficio próprio e não para saciar as vontades do ser humano. Desta forma, pode-se afirmar que
esta concepção filosófica surgiu para contrapor as ideias antropocêntricas, possibilitando a quebra
de um paradigma antigo da sociedade e permitindo a construção de novos valores éticos sobre a
relação homem-natureza e, consequentemente, construindo uma mudança cultural.
A consolidação desta corrente filosófica se deu no final do século XX, entretanto as ideias
que a regem já existiam em paralelo com as ideias antropocêntricas. Milaré (2007), visando explicar
este fato, cita as palavras do pensador Celso no século II d.C., o qual afirmava que a natureza existia
tanto para os animais e plantas quanto para os homens. Outro exemplo citado se refere às ideias de
outro pensador, Porfírio (século III d.C.), o qual em seu discurso pregava contra o antropocentrismo
e questionava o “por que” de se pensar que o meio ambiente fora criado pra satisfazer as
necessidades humanas e não o contrário. Para ele, “era absurdo pensar que os porcos foram criados
especialmente para servirem de alimento ao homem; por que não acreditar que o homem fora feito
para ser comido pelos crocodilos?”.
Mesmo durante o período em que a sociedade europeia “redescobria” o homem como cerne
do universo (ao final da Idade Média, conforme descrito anteriormente), pode-se verificar os ideais
ecocêntricos em diversos autores. Milaré & Coimbra (2004) exemplificam o caso do reverendo e
mártir inglês John Bradford, que no século XVI contestava publicamente a Escolástica, doutrina
baseada em preceitos cristãos que tinha como função aproximar a razão da fé. Bradford discordava
do pensamento escolástico de que “os animais foram feitos exclusivamente para o amparo do
homem”. Mais tarde, em meados do século XVII a preocupação com a natureza ganhou um espaço
maior na sociedade, defendendo que Deus se preocupava com o bem-estar de todos os seres vivos,
(ou seja, plantas, animais e seres humanos). Thomas (1966, apud Milaré & Coimbra, 2004)
exemplifica esta preocupação com o meio natural dentro da própria igreja, citando passagens de
religiosos que afirmavam o amor de Deus sobre todos os seres vivos indistintamente: “Deus ama
tanto as criaturas que rastejam no chão quanto os melhores santos, e não há diferença entre a carne
de um homem e a carne de um sapo”.
Mais recentemente, com o acúmulo de dados sobre o cenário ambiental global, houve uma
ampliação da consciência sobre a situação do planeta Terra. Somando isso às preocupações criadas
pelo processo da globalização, a ideia de uma Ética Global ou Ética Planetária, foi rapidamente
disseminada. A ética planetária foi desenvolvida pelo Clube de Budapeste, caracterizado como uma
associação humanista que reúne intelectuais, empresários, líderes políticos e humanistas, presidida
pelo filósofo húngaro Ervin Laszo (JUNQUEIRA, s/d). O movimento iniciado pelo clube tem como
lema “Você pode mudar o mundo”, e dentre seus princípios estão:
i. Viva com respeito pelos outros e pela natureza;
ii. Aja para criar um mundo melhor; e,
iii. Desenvolva sua consciência para desenvolver o espírito humano.
Baseado na idéia da ética global, Leonardo Boff, teólogo brasileiro, defende que o homem
deve respeito à Terra, pois
[...] a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a
ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em
grande parte, a crise ecológica mundial deriva da Engenharia Ambiental –
UNESP Rio Claro 9 sistemática falta de respeito para com a natureza e a
Terra. (BOFF, 2009).
Sendo assim, o Ecocentrismo é a consolidação recente de uma discussão antiga, surgido a
partir da problemática ambiental, que visa à construção de novos valores éticos sobre a relação
homem- atureza (ou seja, exige uma mudança cultural). Dessa forma, tem-se a aceitação explícita
da ideia de que o mundo não existe somente para o homem.
Desenvolvimento sustentável
Conceito e importância
O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos nesse momento em todo o
mundo, seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não-renováveis proporciona
ou mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação do
planeta, bem como das gerações vindouras.
Realizaremos nosso estudo a partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujo
objetivo principal é o de se obter um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que não
venha comprometer as gerações futuras.
Mas, como conseguir tal feito se o homem desde o seu primeiro instante na terra vem
exercendo uma relação de total dominação sobre a mesma, sobretudo quanto à extração de suas
riquezas naturais?
Para encontramos a resposta para esta pergunta foi preciso elaborar, no módulo anterior, um
breve estudo a respeito da relação homem-natureza e tentar entender porque hoje, essa relação vem
ameaçando o futuro do nosso planeta.
A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável
A sustentabilidade econômica pode-se definir como uma progressiva alteração do sistema produtivo
e de seus padrões qualitativos e quantitativos, mediante uma gestão eficiente dos recursos, por um
fluxo regular de investimentos públicos e privados, levando à sociedade a melhoria econômica
sustentável (BEZERRA et alii, 2002 e SACHS, 1993). Esta melhoria na gestão eficiente dos
recursos refere-se ao aproveitamento, sem prejuízo do ecossistema. Este prejuízo poderia acontecer
por desastres ou impactos negativos no meio ambiente ou prejuízos econômicos, em horizonte de
médio ou longo prazo. Os gastos gerados para a manutenção da qualidade ambiental são
contabilizados como um incremento nas receitas e produtos nacionais, podendo ser aproveitado na
manutenção da sociedade que, segundo Bezerra, Facchina e Ribas (2002), têm o significado de
geração de emprego e renda, redução da concentração fundiária rural e todas as condições que
propiciam moradia para as populações urbana e rural.
A energia elétrica é um recurso fundamental na economia dos países, é o energético que movimenta
grande parte da indústria e comércio do Brasil, como representado na figura abaixo. Portanto, a
busca de melhoras na geração de energia elétrica é importante, detectando a falta de produtividade
que incorpora aos custos características de ineficiência em conversão, transmissão, distribuição e
fornecimento da energia elétrica.
A sustentabilidade econômica está na procura da criação de mecanismos para novos sistemas
produtivos que sejam integrados e de base local, para que estimulem as atividades econômicas
mediante estímulos para que a agricultura, indústria, comércio e setor de serviços gerem melhoras
nas condições de vida (LAGE e BARBIERI, 2001).
O serviço elétrico brasileiro precisa de constantes iniciativas de investimento de capital estrangeiro
e nacional, na procura de abrir novos negócios; e estes novos negócios irão procurar a utilização de
novas fontes de geração como a eólica (ventos), biomassa, fotovoltaica (luz solar), entre outras
renováveis, que ainda têm percentagens de utilização relativamente baixas.
Consumo de energia no Brasil por setores
Fonte: ALDABÓ, 2002
A sustentabilidade econômica abrange a alocação e distribuição dos recursos naturais dentro
de uma escala apropriada. É um mundo em termos de estoques e fluxos de capital, onde estão
incluídos o capital humano, ambiental ou natural e o capital social. A distribuição estará associada à
divisão dos recursos entre as pessoas e as quantidades que correspondam a cada um dependendo da
escala. Assim, segundo Bellen (2005), a teoria econômica tem-se abstraído da questão de escala de
duas maneiras opostas: dizendo que por uma parte o meio ambiente é uma fonte infinita de recursos
naturais e também uma fonte infinita de resíduos.
Na elaboração de projetos no setor elétrico para ampliações ou instalação de novas fontes de
geração de energia, não somente devem se avaliar os aspectos macroeconômicos em função da
eficiência da operação e retorno dos investimentos, mas se devem variar ou suplantar os modelos
tradicionais que medem crescimento e desempenho da economia por modelos de indicadores que
incorporem a variável ambiental. Existe, atualmente, a tendência de avaliar projetos também em
função dos impactos ambientais.
Gestão ambiental
Conceito e abrangência
Para as políticas públicas são as ações e estratégias para o controle e exploração dos recursos
naturais nos espaços geográficos. (Boisbaudran. Direito e gestão ambiental, pág. 84. 2007)
“A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e
a qualidade ambiental” (Huturbia. Vocabolário de Meio Ambiente, 1990).
Qual o objetivo?
Minizar o impacto das atividades do negócio sobre o meio ambiente.
Estabelecer a busca contínua de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e
ambientes de trabalho.
A NORMA ISO 14000
A série ISO – International Organization for Standardization é uma série de normas de
padrão internacional para sistemas de qualidade. Trata-se de uma certificação almejada por todas as
empresas que procuram oferecer qualidade em seus produtos e serviços. “O que certifica uma
empresa como uma instituição de qualidade é que se respeitem as normas que indicam requisitos
mínimos de gestão, sobre os quais cada empresa escolhe o nível de qualidade em que deseja se
situar. Portanto, além de normas e marcas específicas do setor em que atua, as empresas podem
também, utilizar as normas e o certificado ISO para melhorar a qualidade de sua gestão e de seus
serviços”.
Diante da necessidade de se estabelecerem normas acerca da questão ambiental e sua
responsabilidade no âmbito empresarial a International Organization for Standardization
desenvolveu uma série de normas que objetivava padronizar os processos empresariais de retirada
dos recursos naturais, bem como, da punição para aquelas empresas que por ventura, viessem a
causar algum tipo de desequilíbrio ambiental em decorrência de suas atividades.
A ISO 14000 vem estabelecer quais são as diretrizes para a área da gestão ambiental, no interior das
empresas, ou seja, quais são as responsabilidades ambientais que as mesmas precisam ter para
serem consideradas responsáveis socialmente pelo meio ambiente. Como a ISO 14000 determina o
sistema de gestão ambiental de uma empresa ela será perfeitamente capaz de:
1. Avaliar quais as consequências que as atividades de uma determinada empresa podem trazer para
o meio ambiente;
2. Atender de forma eficaz a demanda gerada pela sociedade, ou seja, o que realmente a sociedade
necessita;
3. Ser aplicada a toda e qualquer atividade que possa implicar diretamente no meio ambiente;
4. Reduzir os custos das empresas em relação aos gastos com prevenção de riscos ambientais e;
5. Ser aplicada na organização como um todo.
Sistema Nacional do Meio Ambiente e PMNA
Conselho do governo, CONAMA, MMA, IBAMA
Conselho de Governo
Com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas
diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.
O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos federais, estaduais e
municipais, setor empresarial e sociedade civil. Compõem o Plenário:
CONAMA
A sigla significa Conselho Nacional do Meio Ambiente. É um parlamento ambiental e não atua
fazendo leis, mas sim é restrito ao regulamento das leis, ou seja, de dizer como elas devem ser
aplicadas, de modo eficaz, em melhor proteger o meio ambiente e os recursos naturais da República
Federativa do Brasil. Como o Brasil é verdadeiramente uma federação, cada Estado pode também,
por meio de seus órgãos legislativos (Câmara de Deputados Estaduais), fazer leis estaduais, e até
mais severas que as leis federais.O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA é o órgão
consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, foi instituído pela Lei
6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto
99.274/90.
O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de
Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é
exercida pelo Secretário-Executivo do MMA.
MMA
É o Ministério do Meio Ambiente ao qual cabe a função de formular, planejar, coordenar,
supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente.
Esse é o órgão central do SISNAMA.
IBAMA
É o órgão executor dos SISNAMA. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis – IBAMA, tem a finalidade de executar e fazer executar as políticas e
diretrizes governamentais definidas para o meio ambiente.
SISMAMA
Nesse contexto, o Departamento de Coordenação do Sisnama tem como atribuições
promover a articulação e a integração intra e intergovernamental de ações direcionadas à
implementação de políticas públicas de meio ambiente e incentivar a descentralização da gestão
ambiental e a repartição de competências entre as três esferas de governo, coordenando:
•Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA II
•Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais
•Comissões Técnicas Tripartites
O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, foi instituído pela Lei 6.938, de 31 de agosto
de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constituído pelos
órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações
instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, e tem
a seguinte estrutura:
•Órgão Superior: O Conselho de Governo
•Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA
•Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA
•Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis – IBAMA
•Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a
degradação ambiental;
•Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e
fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
A atuação do SISNAMA se dará mediante articulação coordenada dos Órgãos e entidades que o
constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas as agressões ao meio
ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA.
Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas do
SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares.
As medidas de proteção ao meio ambiente e a efetiva prevenção a danos ambientais devem ser
aplicadas de forma razoável, não impedindo o crescimento e o desenvolvimento. O que se busca é o
desenvolvimento que respeite o meio ambiente, de forma a garantir a preservação do planeta e a
continuidade da própria vida humana. É justamente sobre este conflito, entre o direito do ser
humano evoluir, econômica e industrialmente, e o direito à qualidade de vida e saúde que se
desenvolvem as principais reflexões do Direito Ambiental. E foi dessa discussão que surgiu o
conceito de desenvolvimento sustentável.
Os Órgãos Seccionais prestarão informações sobre os seus planos de ação e programas em
execução, consubstanciadas em relatórios anuais, que serão consolidados pelo Ministério do Meio
Ambiente, em um relatório anual sobre a situação do meio ambiente no País, a ser publicado e
submetido à consideração do CONAMA, em sua segunda reunião do ano subsequente.
Ex.: SUDEMA (Paraíba);
CPRH (Pernambuco)
Instrumentos da PNMA
O primeiro instrumento da Lei 6.938 é o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental.
Padrão representa o valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade.
Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do Conama e dizem respeito às emissões de
poluentes e contaminantes na atmosfera e nos corpos hídricos.
Outro instrumento é o zoneamento ambiental, normalmente estabelecido pelo Plano Diretor do
município. O zoneamento é a definição e delimitação de zonas com características comuns, dentro
de um determinado espaço territorial, com o consequente estabelecimento de funções e aptidões
para o planejamento da cidade visando um futuro mais sustentável.
A avaliação de impactos ambientais é um dos mais importantes instrumentos da Política Nacional
do Meio Ambiente, dele resultam o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental, documentos
essenciais para a instalação e operação de empreendimentos que gerem impactos ambientais. O
Conama define impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e
biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da
população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio
ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.
O licenciamento ambiental é outro instrumento estabelecido pela PNMA e possui íntima ligação
com a avaliação de impactos ambientais. De acordo com o Conama, licenciamento é “o
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos
ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer
forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e
as normas técnicas aplicáveis ao caso”. Este procedimento possui três fases: licença prévia, licença
de instalação e licença de operação.
A Lei 6.938 também estabelece como instrumento, a possibilidade do Poder Público - em nível
Federal, Estadual e Municipal – criar reservas e estações ecológicas; áreas de proteção ambiental e
as de relevante interesse ecológico; espaços territoriais especialmente protegidos, tais como áreas de
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas.
Um instrumento de gestão compartilhada é o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio
Ambiente, que é responsável pela organização, integração, compartilhamento, acesso e
disponibilização de informação ambiental no Brasil. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o
SINIMA possui três eixos estruturantes: “o desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação
baseadas em programas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e elaboração de
indicadores ambientais; a integração e interoperabilidade de sistemas de informação de acordo com
uma Arquitetura Orientada a Serviços – SOA”.
Faz parte da lista de instrumentos da PNMA a instituição e divulgação anual do Relatório de
Qualidade do Meio Ambiente. De acordo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos
Naturais Renováveis - Ibama, este é um “instrumento de informação ambiental que tem como
objetivo informar a sociedade brasileira o status da qualidade ambiental dos diversos ecossistemas
brasileiros ou mais intrinsecamente dos seus compartimentos ambientais”.
O Ibama também é responsável pelo Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente
poluidoras que definido pelo Instituto como “um registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas
que se dedicam às atividades potencialmente poluidoras ou à extração, produção, transporte e
comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e
subprodutos da fauna e flora”.
Oportunidades
Ideia X Oportunidade
“Você sabe me informar uma ideia de negócio interessante para o mercado atual nesse momento?”.
“Você pode me dar uma dica de alguma grande ideia de negócio aqui na minha cidade para eu
investir?”.
Na verdade, até onde sei, as ideias de negócio existentes são cópias de outras ideias que já existem.
São cópias dos próprios concorrentes próximos ou ideias de outros estados ou países e que são
trazidas pra nossa cidade. Por que será, então, que as pessoas acreditam que, consultores,
empresários, tem essa informação na ponta da língua? Acredite: o grande segredo dos negócios não
está por traz daquela ideia extraordinária, inédita, maravilhosamente desconhecida e sem
concorrentes. Como comenta o Professor José Dornelas, no seu artigo Ideia x Oportunidade (fonte
informada no final do texto): “poucos são os privilegiados que acordam de manhã e conseguem ter
estas ideias que vão mudar o mundo”.
Pois bem… A dica do “segredo do sucesso” de muitos negócios está, principalmente, na percepção
do empreendedor em entender as necessidades não atendidas dos consumidores e ser capaz de
desenvolver, rapidamente, produtos e serviços que atendam estas necessidades. Isso sim é encontrar
oportunidades de negócio. Não precisa ser muito criativo ou um renomado detetive das melhores
ideias do momento. Basta estar atento às reais oportunidades. Aquelas que preencherão lacunas em
determinados segmentos, atenderão demandas carentes, específicas de um nicho de mercado. Fique
sabendo que, na maioria dos casos, se tratam de ideias simples, comuns e até corriqueiras. Porém,
não são percebidas como uma possibilidade de negócio no momento em que são vivenciadas.
Entenda a diferença entre Ideia e Oportunidade:
Ideia
Ideias são consequências do pensamento livre das pessoas. Ela não tem comprometimento algum na
criação de um negócio. São frutos da criatividade humana e podem surgir diversas vezes no dia a
dia das pessoas. Pontos que nos fazem ter uma ideia: Habilidades pessoais, experiência quando
consumidor, empregos anteriores, ideias já existentes.
Veja alguns exemplos:
Ideias já existentes: Falta um lava jato de carros nesse meu bairro, o único que tem, possui um
atendimento péssimo e o serviço não é de qualidade. Acho que vou abrir meu próprio
estabelecimento e vou mudar tudo o que não concordo sobre este concorrente.
Experiência como consumidor: Quando vamos a um restaurante e sentimos falta de algum detalhe
pensamos: “Bem que eles podiam oferecer tal coisa. Se eu abrisse um, isso seria o meu diferencial”.
Habilidades pessoais: Você gosta de fazer bolos, doces e salgados para a família e, às vezes,
surgem pequenas encomendas dos amigos para festinhas e comemorações. Um dia identifica a
necessidade de criar um cardápio totalmente personalizado para pessoas com diabetes.
Empregos anteriores: Você é um massoterapeuta com grande experiência e já trabalhou 5 anos em
uma clínica bem conceituada da cidade, mas está desempregado. Que tal abrir uma clínica de
estética para o público da terceira idade, com atendimento residencial,0 com podólogos,
massoterapeutas, serviço de limpeza de pele e até, corte de cabelo?
Mas, isso são apenas ideias… E agora, como transformá-las em oportunidades? Aí é que está o
grande primeiro passo, futuro empreendedor. Transforme essa ideia em oportunidade. Como? Lá
vão as dicas:
Oportunidades
Oportunidades precisam ser mais profundamente analisadas e estruturadas. Devemos pegar aquela
ideia inicial e, primeiramente, perceber que, realmente, é uma necessidade não atendida, uma lacuna
de algum segmento e que pode ser estudada para se transformar em um negócio viável. Começa aí o
planejamento, uma dedicação mais aprimorada do que se pretende desenvolver. Envolve analise de
investimentos, retorno potencial, busca de conhecimentos e coleta de dados. E, de preferência, que
seja testada antes do início das atividades.
Então, antes de qualquer coisa, para começar, analise alguns critérios essenciais de avaliação quanto
ao local e ao ambiente que pretende estabelecer seu negócio. Por exemplo: Leis, exigências dos
órgãos competentes, tendências demográficas, ambiente econômico político e social, valores
culturais e responsabilidade social.
Feito esse processo, agora sim, sua ideia tem boas chances de se tornar uma oportunidade de
sucesso. Mas ainda não terminou, aliás, nem começou. Para saber, definitivamente, se a
oportunidade se transformará em um negócio viável, é a vez de começar a estruturar seu Plano de
Negócio.
E aí, vai encarar?
Identificar e abraçar uma oportunidade é uma grande virtude do empreendedor de sucesso. É
comum que empreendedores iniciantes não saibam diferenciar uma ideia e uma oportunidade, daí
a importância de desenvolver essa capacidade. É bom saber que atrás de uma oportunidade sempre
existe uma ideia, o que vai indicar o seu potencial e transformá-la em um bom negócio será um
estudo de sua viabilidade, que pode ser feito através do Plano de Negócios.
Fontes de Ideias:
· Franquias e patentes;
· Licença de produtos: uma fonte de boas ideias é assinar revistas da área. Corporações,
universidades e institutos de pesquisas não lucrativos podem ser fontes de ideias;
· Feiras e exposições;
· Pesquisa universitária;
· A observação do que se passa em volta das ruas;
· Ideias que deram certo em outros lugares;
· Experiência adquirida enquanto consumidor;
· “Descobrir” algo que já existe: melhorar, acrescentar algo novo à ideia já existente;
· Uso das capacidades e habilidades pessoais;
Sobre a oportunidade:
· Deve se ajustar ao empreendedor. O que pode ser oportunidade para uma pessoa pode não ser
para outra, por vários motivos (perfil individual, motivação, relações, etc.);
· Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada enxergam, ou
enxergam muito cedo ou tarde;
· Há maior oportunidade de ideias do que boas oportunidades de negócio;
· A oportunidade é atraente, durável, tem uma hora certa, ancora-se em um produto ou serviço que
cria ou adiciona valor para o seu comprador.
O sucesso não é daqueles que mais se esforçam; mas dos
que enxergam as oportunidades.
Identificando Oportunidades
É comum ouvirmos de consultores e empresários a máxima "as oportunidades estão em
toda a parte". Mas onde? Como identificá-las? Não é fácil. A verdade é que, muitas vezes, só
percebemos a boa ideia quando alguém já a transformou num produto ou serviço. Nosso
pensamento imediato é: "Por que não pensei nisso antes?"
A atividade empreendedora envolve identificar oportunidades dentro do sistema econômico.
O empreendedor percebe o que cliente necessita e, em seguida, diferencia o produto ou serviço para
ele, como podemos observar na figura 1.
Figura 1. – Identificando oportunidades
Fonte: Empreendedorismo, Inovação, Incubação de Empresas e a Lei de Inovação
As ideias estão seguindo a economia, as ideias estão enriquecendo as pessoas e acima de
tudo as ideias estão mudando o mundo. Logo, mesmo que o indivíduo não tenha a menor percepção
de como organizar a produção de ideias, uma coisa está clara: se conseguir que as pessoas aceitem,
adorem e cultivem suas ideias, o promotor das ideias será um vencedor. Ganhará reconhecimento,
poder e mudará o mundo.
Uma ideia parada não vale nada, mas uma ideia em movimento sim, que cresce e contamina
todos os que entram em contato com ela.
Uma ideia contagiante começa com um manifesto de ideia, um ensaio, lógico e poderoso,
que reúne uma série de ideias existentes e as transformam em uma ideia nova e mais ampla, mais
unificada e atraente. Às vezes esse manifesto assume o formato de um ensaio escrito. Também pode
ser uma imagem, uma canção, um produto ou um processo eficiente e eficaz.
O meio não importa o que importa é a mensagem. Se for capaz de utilizar seu manifesto para
mudar a forma de pensar, falar e agir das pessoas, o empreendedor terá criado algo de valor.
É preciso entender que o consumidor já não está interessado em comprar um
produto/serviço. Na verdade, o produto/serviço não passa de um artefato, em volta do qual
acontecem experiências:
a) Quais são os nossos clientes?
b) O que eles valorizam?
c) Como eles podem acessar nossos produtos/serviços?
Onde há problemas, há oportunidades
Na próxima vez que for a algum lugar onde há muita fila, onde a comida não é boa ou onde
o atendimento é ruim em vez de você simplesmente reclamar com o amigo do seu lado, diga: “aqui
há uma oportunidade pra eu me dar bem”. Se percebemos que as pessoas não gostam de fila, é a fila
que devemos evitar que se forme, isso seria o ideal. Depois de entender o porquê do
descontentamento dos clientes (ou futuros clientes) deve-se pensar em uma forma, que evite o
descontentamento. Se o problema é de atendimento, deve-se diminuir o tempo de espera; criar
guichês (caso não existam) ou ampliar seu número. Dessa forma os atendimentos serão divididos
entre os guichês (essa pode ser a solução). Além dessa, não se deve esquecer de oferecer serviços
via internet e atendimento via internet. Um serviço de pós venda pode desafogar a loja e melhorar a
experiência do cliente. De maneira geral, onde você encontrar problemas, você encontrará uma
oportunidade de negócio. Um bom lugar para encontrar problemas é onde as pessoas reclamam ou
postam suas opiniões contrárias a alguma coisa (um bom exemplo é o site
www.reclameaqui.com.br). O problema pode ser de comunicação, de transporte, pode ser um
problema de qualidade.
Dicas para identificar oportunidades
Faça perguntas
Para identificar uma oportunidade, pergunte-se: Quais são os problemas que o comprador está
enfrentando? Isso inclui problemas emocionais, funcionais e também sociais. As pessoas compram
coisas que as ajudam e facilitam o dia-a-dia. Por isso, estude o comportamento delas e não espere
que elas lhe digam o que precisam, pois muitas vezes não sabem do que precisam. Muita gente, por
exemplo, usa o carro como escritório. Se observar, verá que essa é uma oportunidade. O motorista
não diz que precisa de um carro-escritório, porque ele está acostumado a se virar com o que tem.
Mas se alguém lançar um modelo no mercado, haverá comprador. Lembre-se, porém, de não
inventar problemas para os consumidores – eles não vão mudar suas vidas só porque você lançou
algo novo.
Procure o não-consumidor
Quando a Sony lançou o primeiro rádio transistor, em 1955, que funcionava a bateria, ela não mirou
os compradores de rádio de mesa, produzido por gigantes da época, como a RCA. Ela pensou em
conquistar aqueles que não compravam um rádio de mesa, os adolescentes. Acabou vendendo
radinhos de pilha não só entre os jovens, mas também para o mundo inteiro.
Segmente de forma diferente
Não segmente mercados de forma tradicional, conforme tipos de produtos, faixa de preço ou faixa
etária. Segmente o mercado de forma a refletir a realidade do consumidor e a tarefa que ele está
tentando realizar. O ramo de milk-shakes é um exemplo. O consumo estava em queda no
McDonald’s, mas as pesquisas não revelavam o porquê. Até que um grupo ficou observando o
consumidor. Ele tomava milk-shake de manhã, no carro, a caminho do trabalho. E por que milk-
shake? Porque era uma opção que ao mesmo tempo matava a fome, mas não derramava na roupa.
Então, os concorrentes do milk-shake não eram as outras marcas de milk-shake, mas os lanches e
pãezinhos que não soltavam migalhas.
Fique de olho nas restrições
Sempre que você vê um fator que restringe o consumo, pare e preste atenção, porque é aí que está a
oportunidade de negócio. O tempo e a falta de dinheiro costumam ser dois fatores de restrição de
consumo. Nos Estados Unidos, a rede Minute Clinic, de atendimento clínico rápido, nasceu
justamente da constatação de que o atendimento médico em consultório era demorado. E caro. 80%
dos casos de crianças doentes referem-se a gripes e resfriados, coisas simples de serem medicadas.
Porém, para passar pelo médico, perdem-se horas. Por que não montar clínicas onde atendimentos
simples são feitos rapidamente? Por que não fazê-los com enfermeiras, em vez de médicos, que
resultam num atendimento bem mais barato? Em vários estados americanos, as enfermeiras estão
autorizadas a prescrever medicamentos para coisas simples como dor de cabeça e febre. As
consultas no Minute Clinic custam US$ 39, contra a média de US$ 150 dos médicos, e tomam 15
minutos de tempo do doente. E mais uma conveniência: ficam sempre bem próximas de uma
farmácia.
Avaliando uma oportunidade
Saber se uma oportunidade realmente é tentadora não é fácil, pois estão envolvidos vários fatores,
entre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está inserida,
seu mercado, os diferenciais competitivos do produto ou serviço para a empresa etc.
Antes de partir para análises estratégicas e financeiras detalhadas, definição do processo de
produção, identificação de necessidades de recursos financeiros e pessoais, ou seja, antes da
concepção de um plano de negócios completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem
em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor
ao negócio nascente ou já criado.
Resumindo, o empreendedor não deve colocar a “carroça na frente dos bois” e deve focalizar a
oportunidade correta! Mas como identificar e selecionar a melhor oportunidade?
Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos:
1. Qual o mercado ela atende?
2. Qual o retorno econômico que ela proporcionará?
3. Quais as vantagens competitiva que ela trará ao negócio?
4. Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio?
5. Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio?
Saber se uma oportunidade é realmente viável, não consiste em tarefa fácil, e envolve diferentes
fatores, dentre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está
inserida, seu mercado, os diferenciais competitivos do produto/serviço para a empresa, dentre
outros.
Mercado
Os mercados de maior potencial e que possam trazer bom potencial de crescimento são os mais
atrativos para a criação de novos negócios, pois possibilitam o crescimento rápido na participação
de produto ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que existe maior demanda por
parte dos consumidores.
Deve-se também atentar para a estrutura desse mercado, mas especificamente para as seguintes
características, tais como:
• Número de competidores;
• Tipos de produtos e serviços que se encontram no mercado;
• O potencial de compradores;
• As políticas de preços dos concorrentes, dentre outros.
A realidade da evolução do sistema de empreendedorismo no Brasil demonstra que cada vez mais
se necessita preparar os acadêmicos para o empreendedorismo, desvinculando a tônica de que para
se realizar deve-se galgar um bom emprego. Durante os últimos anos, o mundo, a economia e o
mercado de trabalho têm mudado rapidamente, exigindo uma resposta inovadora por parte das
instituições educacionais.
Análise econômica
Torna-se necessário que se faça uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno
econômico do empreendimento, pois não adianta simplesmente ser líder de mercado se o retorno
financeiro não compensar o esforço empreendido.
Conforme destaca Dornelas (2005) muitas vezes é preferível ser o segundo ou terceiro em outro
mercado que traga mais compensação financeira ao empreendedor, do que ser líder num mercado
com estrutura cara, altos custos de manutenção e pequenos lucros.
Mathias (2008) ressalta que a decisão em investir muito dinheiro em negócios que proporcionam
pouco retorno e demoram alguns anos para recuperar o investimento inicial pode ser considerada
uma decisão errada.
Em qualquer negócio, quando se faz uso da criatividade, é possível obter um grande negócio,
sempre com possibilidades de crescimento e retornos consideráveis.
Transformando sonhos em metas
Agora o desafio é transformar um sonho numa meta. Qual a diferença entre um sonho e uma meta
ou entre um objetivo e uma meta? A resposta é: uma meta, acima de tudo, é um sonho com data!
Uma das formas de fazer um sonho se tornar uma meta é usando a técnica S.M.A.R.T.
Specific (específica)
Uma meta tem que ser específica. Deve dar detalhes daquilo que se sonha(ou). Não dá pra dizer que
se querer morar numa casa melhor é uma meta. Uma meta deve ser específica!
Exemplo: O correto seria: minha meta é morar numa casa com 4 quartos, sendo 3 suítes, saúna, uma
área verde, piscina e pra ser mais específico, podemos dizer aonde queremos essa casa.
Measurable (Mensurável) Uma meta deve ser mensurável. Tem que poder ser medida.
Exemplo: -Quanto é que custa uma casa com as características acima.
-Custa R$1.000.000,00.
Descobrindo esse número, é sinal de que seu sonho/objetivo pode ser medido.
Achievable (alcançável): Um meta é estabelecida levando em consideração, de certa forma, o bom
censo.
Exemplo: Basta apenas que nos perguntemos: “alguém já conseguiu realizar isso?”. Se já
conseguiu, é uma meta alcançável.
Realistic (realista): É real? É algo possível? Se for, então estamos diante de um sonho possível e
realista, não é porque ninguém conseguiu realizar um sonho, que podemos chamá-lo de irreal. No
exemplo da casa, podemos imaginar uma pessoa que quer ter a casa mas não tem o dinheiro, no
entanto ela sabe que é possível fazer um financiamento do valor da casa dos sonhos.
Temporal (temporal): Qual é a data? Você tem que ter uma data exata! O ano que vem; a próxima
segunda feira e o mês que vem são prazos que damos a nós mesmos quando temos metas a cumprir;
Mas essas datas não representam com exatidão a temporalidade desejada para uma meta. O correto
seria uma data com dia, mês e ano. Esse é o erro que cometemos em frases como “o ano que vem
paro de fumar”; sempre haverá próximo ano! “Na segunda, começo o regime”; toda semana tem
uma segunda feira (sendo assim, porque não explicitar a temporalidade da sua “meta” e dizer qual o
dia, o mês e o ano) sem essa temporalidade, nunca começaremos nosso regime ou pararemos de
fumar.
Toda meta deve ser específica, mensurável, alcançável, realista e temporal. Muitas das nossas
metas são grandes sonhos, são grandes objetivos, por isso são grandes! Às vezes parece que tudo
isso é irreal, estão longe da realidade, mas não é! Sabe por quê? É porque você está enxergando um
grande sonho e pra o hoje ele é irreal justamente por você não ter condições de realizá-lo. Por isso é
muito importante subdividir o prazo dado em partes menores. Por exemplo: se o prazo para
realização do seu sonho (meta) é de três anos, divida isso por três e veja qual será sua cota anual.
Continue dividindo e descubra a sua cota por mês e também por semana, prossiga até descobrir o
que você tem que fazer a cada dia e o que você tem que fazer hoje para aproximá-lo do seu objetivo
(da sua meta). É isto que você deve fazer: conquistar todos os seus sonhos transformando-os em
uma meta específica, mensurável, alcançável, realista e temporal
O Plano de Negócios
De acordo com o SEBRAE (2004), um plano de negócio é um documento que descreve (por
escrito) quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos
sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e
restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. O plano irá ajudá-lo a concluir se
a sua ideia é viável e a buscar informações mais detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços
que pretende oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos
fortes e fracos do seu negócio.
Modelos de negócios
De acordo com o livro “Inovação em Modelos de Negócios”, é a possibilidade de visualizar a
descrição do negócio, das partes que o compõem, de forma que a ideia sobre o negócio seja
compreendida por quem lê da forma como pretendia o dono do modelo. Um modelo é uma
descrição de um sistema. Essa descrição pode ser feita de forma linear, com textos e números, a
exemplo do plano de negócios, ou de forma visual, como um desenho, um boneco, um gráfico.
Desenhar o Modelo de Negócios antecede a elaboração do plano de negócios. É por meio da análise
e reflexão sobre ele que será possível perceber se a ideia original terá validade, se todas as partes se
encaixam formando verdadeiramente um sistema. A ferramenta utilizada é o quadro, pois permite
visualizar as principais funções de um negócio em blocos relacionados, no qual se pode descrever,
visualizar e alterar os modelos de negócios.
Usar recursos visuais (como o Quadro, adesivos autocolantes e cores) é também uma maneira
divertida de trabalhar de forma colaborativa. Sempre é bom quando se está criando poder ouvir a
opinião de possíveis sócios, parceiros, potenciais clientes, familiares, amigos, enfim, quem estiver
disposto a ajudar. Afinal, qualquer pessoa ao ver o quadro completo, deve ser capaz de visualizar o
modelo e sugerir inovações que poderão depois ser validadas. Lembre-se: ao criar o modelo, o
papel aceita tudo. Você pode imaginar diferentes situações e depois testar e escolher aquelas que
vão realmente ser implementadas.
O Quadro é uma ferramenta para criação de Modelo de Negócios, que reúne nove blocos que
compõem um negócio, agrupados em quatro questões que precisam ser respondidas:
1. Vou fazer o que? Essa resposta será a sua Proposta de Valor.
2. Para quem vou fazer? Aqui, estão incluídos três blocos: segmento de cliente; canais e
relacionamento com clientes.
3. Como vou fazer? Descubram quais são os recursos principais; as atividades e os parceiros
principais.
4. Quanto? Avaliem quais e como serão obtidas as receitas e qual será a estrutura de custos para
viabilizar o negócio.
Importância do Plano de Negócios
Segundo José Carlos Assis Dornelas, em seu livro Empreendedorismo: Transformando
Ideias em Negócios, a importância do plano de negócios de acordo com Sahlman (1997), professor
da Harvard Bussines School, é que poucas áreas têm atraído tanta atenção dos homens de negócios
nos Estados Unidos como os planos de negócios. Dezenas de livros e artigos têm sido escritos e
publicados naquele país sobre o assunto, propondo fórmulas milagrosas de como escrever um plano
de negócios que revolucionará a empresa. Isso tem ocorrido também no Brasil, inicialmente devido
ao fervor da nova economia (a internet) e às possibilidades de enriquecer da noite para o dia. E mais
recentemente devido a programas específicos de capacitação de empreendedores em todo o país, em
que o plano de negócios se tornou o foco principal. O cuidado a ser tomado é o de escrever um
plano de negócios com todo o conteúdo que se aplica a esse documento e que não contenha
números recheados de entusiasmo ou fora da realidade. Nesse caso, pior que não planejar é fazê-lo
erroneamente e, pior ainda, conscientemente. Que seja uma ferramenta para o empreendedor expor
suas ideias em uma linguagem que os leitores do plano de negócios entendam e, principalmente,
que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é uma
ferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento
de empresas maduras.
Resumindo, é importante que o plano de negócios possa demonstrar a viabilidade de se atingir uma
situação futura, mostrando como a empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário precisa é
de um plano de negócios que lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente e que permita
alterações visando vender a ideia ao leitor do seu plano de negócios.
Estrutura do Plano de Negócios
Sumário Executivo: fará o leitor ou o investidor decidir se continuará ou não a ler o plano de
negócios. Deve conter os pontos principais e mais interessantes do plano, devendo ser dirigido ao
seu público-alvo e deixar claro qual o objetivo do plano de negócios em relação ao leitor. Deve ser
a última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborado.
Apresentação da Empresa: deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento, faturamento
nos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, certificações de
qualidade, serviços terceirizados, CNPJ, setor de atividade, forma jurídica, etc.
Plano de Marketing: aqui será descrito o setor, o mercado, a forma de comercialização,
distribuição e divulgação do produto, preços, concorrentes, vantagens competitivas, cor, sabores,
marca, tamanho, rótulo, serviços prestados, garantias oferecidas, estudo dos clientes, estudo dos
fornecedores, etc. Se necessário, fotografar os produtos, para servir como documentação de apoio.
Plano Operacional: descrição do fluxo operacional, cadeia de suprimentos, controle de qualidade,
capacidade produtiva, logística, arranjo físico, processo de produção e/ou de comercialização,
necessidade de pessoal, etc.
Plano de Recursos Humanos: aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e
treinamento de pessoal da empresa. Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às
ações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico de longo prazo, apresentar o nível
educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os
esforços da empresa na formação de seu pessoal.
Plano Financeiro: deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as
comprovações por meio de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e com que
propósito). Deve conter demonstrativo de fluxo de caixa, balanço patrimonial, análise do ponto de
equilíbrio, capital social, necessidades de investimentos, demonstrativos de resultados, etc.
Anexos: esta seção deve conter informações adicionais julgadas importantes para o melhor
entendimento do plano de negócios. Incluir a relação dos curriculum vitae dos sócios e dirigentes
da empresa, fotos dos produtos, plantas da localização, roteiros e resultados das pesquisas de
mercado, material de divulgação, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, etc.
Preparação do Plano de Negócios
De acordo com Claudia Pavani no seu artigo sobre o plano de negócios, ela destaca aspectos
importantes na apresentação do plano. “Fundamentalmente, não devem existir ‘buracos de
informação’. As informações contidas devem passar a ideia de encadeamento e coerência entre os
diferentes elementos do plano”.
1. Chegue a um consenso entre os principais envolvidos na condução da empresa:
Uma empresa em geral possui vários sócios e, apesar de parecer que todos têm os
mesmos objetivos para a empresa, isto nem sempre é verdade. Antes do início da sua
elaboração é importante que todos tenham concordado com as principais linhas de ação
da empresa e do caminho que ela irá trilhar.
2. Defina o responsável pela elaboração do documento com os demais envolvidos:
Apesar de o documento ser resultado de um consenso entre os principais envolvidos, é
fundamental que se eleja a pessoa que irá elaborá-lo e coordenar os trabalhos de todos.
3. Identifique o público alvo: Antes de escrever um bom Plano de Negócios, é importante
determinar quem irá lê-lo, o que eles sabem sobre sua empresa, o que precisam saber e
de que maneira irão usar a informação ali contida. As necessidades de informação do seu
público devem estar relacionadas com a mensagem que você deseja comunicar.
4. Faça um rascunho do que será o Plano de Negócios, delineando as ideias principais:
Agora que já sabe quem irá ler o Plano de Negócios, é mais fácil saber para quais áreas
dar mais destaque. Com essa base, prepare um esquema geral do conteúdo do Plano de
Negócios.
5. Revise o rascunho: Corrija, elimine informações não relevantes, adicione novas
informações, elimine-as novamente e repita o ciclo. Invista tempo nesta fase, é a mais
importante. Lembre-se que é a melhor oportunidade para pensar.
6. Pesquise antes de gerar informação para o Plano de Negócios: As informações
contidas devem se caracterizar por serem: importante, lógicas, atualizadas, profundas,
confiáveis, objetivas. O que garante que seu plano tenha todas essas características é a
seleção dos dados a serem utilizados através do estabelecimento de critérios que avaliem
o tipo de informação a ser gerada. A pesquisa permite que os dados sejam provenientes
de fontes confiáveis.
7. Revise o Plano de Negócios: Uma vez que o plano esteja pronto, revise-o junto a
pessoas de confiança que façam parte da empresa, de maneira a verificar sua
apresentação, clareza, lógica, conteúdo, objetividade. Verifique que, para cada
informação ali contida, você dispõe de recursos para justificar as afirmações, caso seja
questionado.
8. Atualize o Plano de Negócios: O Plano de Negócios é tão dinâmico quanto à empresa.
As informações devem ser atualizadas, portanto é necessário ter muito cuidado na
atualização, de maneira a manter as mesmas características do plano anterior.
Apresentação do Plano de Negócio
1. Sumário Executivo;
2. Visão e missão da empresa/empreendimento;
3. Descrição geral da empresa/empreendimento;
4. Tecnologia;
5. Análise estratégica;
6. Plano de marketing;
7. Plano financeiro;
8. Anexos.
1. Resumo Executivo:
Trata-se de um resumo breve do projeto, contendo no máximo duas páginas. Este resumo
deverá abordar os pontos-chave do projeto, tais como produto a ser desenvolvido, tecnologia
envolvida, mercado real e potencial e uma breve descrição dos investimentos necessários e
retornos esperados.
2. Visão e Missão da Empresa/Empreendimento:
O candidato deverá estabelecer a visão e missão de sua empresa. A visão define o que o
empresário/empreendedor visualiza como futuro para sua empresa, no seu setor de
atividade. Já a missão define como o empresário/empreendedor se projeta na visão, ou seja,
o que a empresa irá fazer para alcançar a visão.
3. Descrição Geral da Empresa/Empreendimento: Na descrição geral da
empresa/empreendimento o deve-se apresentar a estrutura do seu negócio abordando os
seguintes pontos:
• Histórico – breve histórico da evolução da empresa (ou projeto de empresa) de sua fundação
até o presente, destacando os eventos de maior importância; breve currículo dos principais
executivos, destacando sua experiência empresarial/gerencial; evolução do(s) produtos e
tecnologias envolvidas;
• Descrição Legal – nome da empresa, tipo de empresa (pequena e/ou média), sociedade
(anônima, Ltda. etc.), Localização (se já existente); setor ao qual pertence e segmento em
que opera ou pretende operar.
• Equipe gerencial – Um organograma com uma breve descrição do perfil da equipe com suas
responsabilidades no empreendimento.
• Parcerias e alianças estratégicas – Uma breve análise das parcerias e alianças consolidadas
ou potencial, com objetivos de: acesso a novas tecnologias, acesso a novos mercados e
novos canais de distribuição, fornecedores e outras informações que julgar relevantes.
4. Tecnologia:
Deverá apresentar uma breve descrição do produto, processo ou serviço a ser desenvolvido e a
tecnologia a ser empregada, dando destaque para os aspectos de inovação e do domínio da
tecnologia pelo(s) proponente(s).
5. Análise Estratégica:
O candidato deverá apresentar uma análise estratégica do seu projeto, identificando pontos fortes e
pontos fracos (ambiente interno), possíveis ameaças e oportunidades (ambiente externo), riscos,
diferencial competitivo, concorrentes atuais e potenciais, possíveis produtos substitutos, seu nicho,
parceiros atuais e potenciais, fornecedores. Deverá estabelecer metas e objetivos e apresentar os
cronogramas físico e financeiro do empreendimento. Deverá mencionar outras informações que
julgue importantes.
6. Plano de Marketing:
No plano de marketing o candidato deverá descrever seu produto, comparando-o com similares no
mercado, tecnologia empregada, domínio de plataformas e protocolos, investimentos em Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D), e outros itens que julgar importantes. Deverá definir sua distribuição,
estabelecendo mercados (segmentos), perfil do consumidor, público alvo e canais de distribuição.
Também, deverá estabelecer: formas de promoção, vendas e assistência técnica, preços, benefícios,
diferencial e outras informações que julgue relevantes.
7. Plano Financeiro:
No plano financeiro o candidato deverá abordar suas necessidades de investimentos fixos e de
capital de giro, especificando origem dos recursos (capital próprio e/ou de terceiros) e planos de
reinvestimentos, projetando despesas e receitas, margem de lucro e ponto de equilíbrio, bem como
suas projeções do faturamento e expectativas de retorno (taxas, prazos, etc.), detalhando através do
cronograma de investimentos financeiros.
8. Anexos:
Deverão ser anexados (em cada uma das cópias do plano de negócios), os seguintes itens:
• Cópia de identidade, CPF e comprovante de residência dos proponentes;
• Os currículos dos proponentes, dando destaque para sua experiência empresarial/gerencial e
formação tecnológica;
• Declaração atestando seu conhecimento e aceitação dos termos deste edital;
• Certidões Negativas de Títulos e Protestos retiradas em Cartório;
• Declaração de Nada Consta do SPC dos candidatos e da empresa (caso já constituída);
• Os três últimos balanços gerais da empresa, no caso de empresa já existente
Referências:
Teste do perfil empreendedor. Disponível em:
http://www.sebrae.com.br/customizado/atendimento/teste-aqui-seu-perfil-empreendedor. Acesso em
15 de fevereiro de 2014 às 19:00.
Tire suas dúvidas sobre como abrir um negócio. Disponível
em:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/pagina/empreendedor.html. Acesso em 16 de
fevereiro de 2014 às 09:31.
Perfil: qual a diferença entre empresário e empreendedor? Disponível em:
http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/perfil-qual-a-diferenca-entre-
empresario-e-empreendedor/7695/. Acesso em 15 de novembro de 2014 às 19:30.
DORNELAS, J.C.A. O Processo Empreendedor- Editora Elsevier. Disponível em
http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/2008/02/ empreendedorismo_ capitulo_2.pdf.
Acesso em 10 de abril de 2011.
TIMMONS, J.A. New Venture Creation: Entrepreneurship for 21st Century. Chicago, IL: Irvin, 4th
ed. 1994.
MUELLER, A. O papel do empreendedor no desenvolvimento econômico. Disponível em:
http://ordemlivre.org/posts/o-papel-do-empreendedor-no-desenvolvimento-economico. Acesso em
15 de fevereiro de 2014 às 19:20.
DINIZ, L; GOMES, M. Associação Brasileira de Engenharia de Produção. Disponível em:
http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_113_739_15296.pdf. Acesso em 16 de
fevereiro de 2014 às 11:10.
Afinal, qual a diferença entre ideia de negócio e oportunidade de negócio? (Texto adaptado de Prof.
José Dornelas – Ideia x Oportunidade em (http://brasil.business-opportunities.biz/2006/04/22/ideia-
x-oportunidade/) Disponível em: http://consultoriamki.wordpress.com/2012/03/12/afinal-qual-a-
diferenca-entre-ideia-de-negocio-e-oportunidade-de-negocio/. Acesso em 03 de março de 2014 às
10:25.
ConCidades/PB cria Resolução Recomendada ao Ministério das Cidades. Disponível em:
http://cehap.pb.gov.br/noticia/concidadespb+cria+resolucao+recomendada+ao+ministerio+das+cida
des-60. Acesso em 08 de março de 2014 às 11:30.
Quatro dicas para identificar uma oportunidade de negócio. Disponível em:
http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI80287-17189,00-
QUATRO+DICAS+PARA+IDENTIFICAR+OPORTUNIDADES+DE+NEGOCIO.html. Acesso
em 11 de março de 2014 às 21:06.
Avaliando uma oportunidade. Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/37709/avaliando-uma-oportunidade. Acesso
em 11 de março de 2014 às 17:00.
Conheça as 10 características que compõem o perfil do empreendedor. Disponível em:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/03/conheca-as-10-caracteristicas-que-
compoem-o-perfil-do-empreendedor-3702459.html. Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 09:30.
Roteiro para apresentação do Plano de Negócio. Disponível em:
http://www.incubadora.lncc.br/documentos/Roteiro.pdf. Acesso em 30/03/2014 às 16:05.
MOREIRA, C; PARRON, F; SHITARA, J; FUES, L; COSTA, N; BELLO, P. Disponível em:
http://www.mundodakeka.com.br/MeioAmbiente/AnaliseMeioAmbiente.pdf. Acesso em 30 de
março de 2014 às 16:30.

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Empreendedorismo e meio ambiente

  • 1. Apostila de empreendedorismo e responsabilidade ambiental “O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.” Jeffry Timmons, 1990 “A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de tempo e trabalho” William Douglas “A diferença entre o sonho e a realidade é quantidade certa de tempo e trabalho” William Douglas Curso Técnico em Administração EEJÚrsulo
  • 2. “Todo dia faça alguma coisa 'pra' se aproximar em direção do seu objetivo. Pode ser um e-mail, pode ser uma ligação, pode ser uma mensagem de texto […] pode ser o que vocês acharem que vai trazer vocês mais perto daquele objetivo. Pode ser estudar uma coisa nova! Mas todo dia dê um passo! Porque no final de um ano, você vai ter dado 365 passos em direção ao seu objetivo.” Marcelo Sales
  • 3. Empreendedorismo Conceito de empreendedorismo e de empreendedor A raiz da palavra empreendedor remete-nos há 800 anos, com o verbo francês “entreprendre”, que significa “fazer algo”. Uma das primeiras definições da palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo economista francês Jean Baptiste Say, como aquele que “transfere recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento”. O termo “entrepreneur” foi incorporado à língua inglesa no início do século XIX. Entre os economistas modernos, quem mais se debruçou sobre o tema foi Joseph Schumpeter, que teve grande influência sobre o desenvolvimento da teoria e prática do empreendedorismo. Em seus estudos, ele o descreve como a “máquina propulsora do desenvolvimento da economia. A inovação trazida pelo empreendedorismo permite ao sistema econômico renovar-se e progredir constantemente.” De acordo com Schumpeter, “sem inovação, não há empreendedores, sem investimentos empreendedores, não há retorno de capital e o capitalismo não se propulsiona.” De forma mais contemporânea, o empreendedorismo, pode ser definido como: Empreendedorismo é a criação de valor por pessoas e organizações trabalhando juntas para implementar uma ideia através da aplicação de criatividade, capacidade de transformação e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco. Accenture Empreendedora é aquela pessoa que, após ter uma ideia não fica inerte, mas pelo contrário, aproveita-a para fazer pesquisas, testar a utilidade da ideia “recém-criada”, trabalha na elaboração de projetos, plano de negócio, busca mais conhecimento sobre aquela área específica para ser o pioneiro, o inovador, o criador e dono da ideia. Sendo assim, a definição a seguir, descreve bem o empreendedor: “Empreendedor é aquele que desenvolve a arte de empreender, de mudar, conquistar. Ser um empreendedor é exteriorizar aquilo que você na realidade sempre foi e será”. É importante que saibamos que, nem sempre, o empreendedor vai abrir uma empresa. Ele pode ser um empreendedor em várias áreas de sua vida: empreendedor, por exemplo, na empresa onde trabalha como funcionário (ter atitudes empreendedoras). Deixar de seguir o caminho que, sem explicação, muitos seguem. O empreendedor não apenas segue o que o chefe manda, tem iniciativa, aponta novos rumos para empresa.
  • 4. Diferenças entre o empreendedor e o administrador As palavras empreendedor e empresário são usadas como sinônimos no dia a dia das pessoas. Entretanto o que muitos não sabem é que existe uma diferença conceitual e prática entre os dois termos. Nem todo empreendedor é empresário, enquanto nem todo o empresário é empreendedor. Não faltam teóricos que tentam explicar os fatores psicológicos e, até mesmo genéticos, que formam uma personalidade empreendedora ou não. O ideal para sobreviver no mundo dos negócios é ser um empresário empreendedor, o qual reúne todas as qualidades embutidas nos dois termos. Empreendedor O empreendedor costuma ter boas ideias, não somente quando cria uma empresa, mas durante toda a existência dela. Uma companhia não é um projeto morto. Logo após abri-la, é preciso renovar sempre e, para isso, ele tem iniciativa. Ele tem a capacidade de enxergar objetivos com clareza e traçar planos para atingi-los em prazo preestabelecido. O que o diferencia de outras pessoas é saber identificar oportunidades nos locais mais improváveis. Este tipo de negociador sabe montar um projeto e ainda colocá-lo em prática, mesmo que, para isso, ele corra riscos, o que exige tolerância às frustrações e motivação diante de desafios. Empresário O empresário é sinônimo de cautela. Ele conhece a empresa, porque a montou, comprou ou herdou, mas sua atuação limita-se a administrar a companhia da maneira em que ela está montada. Seu estilo implica em atuações conservadoras, sem representar nenhum tipo de risco à empresa. Para colocar um projeto em prática, ele não demanda grandes esforços, porque não acredita em mudanças bruscas. Para momentos em que é preciso dar equilíbrio à empresa ou depois de uma mudança na organização, o mais indicado é ter uma postura como esta. Afinal, o empresário saberia manter tudo como deve estar e não criaria nenhuma instabilidade. O papel do empreendedor A riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir, em quantidades suficientes, os bens e serviços necessários ao bem-estar da população. Por este motivo, acredita-se que o melhor recurso de que se dispõe para solucionar os graves problemas socioeconômicos pelos quais o Brasil passa é a libertação da criatividade dos empreendedores, através da livre iniciativa, para produzir esses bens e serviços. (DEGEN, 1989). A nova organização da produção no mundo coloca a pequena e a média empresa em seu centro. Elas são responsáveis pelas taxas crescentes de empregos, de inovação tecnológica, de participação no PIB, de exportação, etc. A pequena empresa surge em função da existência de nichos mercadológicos, ou seja, lacunas de necessidades não atendidas pelas grandes empresas e pela produção em massa. Por isto, seu nascimento está intimamente ligado à criatividade: o empreendedor tem que perceber o mercado de forma diferenciada, ver o que os demais não percebem. (DOLABELA, 1999). O Empreendedorismo se revela também como uma opção profissional, ou seja, muitas
  • 5. pessoas se realizam acreditando no seu potencial empreendedor e com isso deixam de fazer parte do mundo dos desempregados, e passam a viver uma nova realidade. Dolabela (1999), ressalta que é de fundamental importância o estímulo ao empreendedorismo diante do decréscimo contínuo de postos de trabalhos no mundo inteiro. E, para Dornelas (2001), uma das soluções encontradas no sistema educacional é a oferta de cursos e materiais sobre o assunto, como alternativa principalmente aos jovens profissionais. O empreendedorismo alcançou o âmbito social em função das mudanças nas relações de trabalho, na economia e na sofisticação dos meios de produção, exigindo uma maior necessidade de conhecimento. Hoje, é sobretudo, um instrumento de desenvolvimento econômico do país, tido como forma de geração de emprego. Alguns estudos questionam a importância do papel do empreendedorismo na economia. Por exemplo, Aluízio Barros e Cláudia Pereira encontraram uma influência negativa do empreendedorismo sobre o crescimento econômico: dos locais pesquisados, aqueles com maior atividade empreendedora apresentaram crescimento menor do PIB nos três anos subsequentes. Em artigo de 2005, André van Stel, Martin Carree e A. Roy Thurik sugerem que o empreendedorismo exerce papéis diferentes em países com estágios de desenvolvimento econômico distintos. Eles utilizaram os dados divulgados pela pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM) para analisar a importância do empreendedorismo para o crescimento do PIB. No estudo, os autores concluíram que a Taxa de Empreendedorismo em Estágio Inicial (TEA) tem um efeito negativo para os países relativamente pobres, enquanto ele tem um efeito positivo para os países relativamente ricos. Ainda, que o empreendedorismo está relacionado com esses resultados, porém não é simples verificar seus efeitos no crescimento. Diante disso, os pesquisadores levantaram duas hipóteses que auxiliariam a clarificar o processo. A primeira diz respeito ao momento histórico: grande parte do séc. XX é um período de acumulação, de relevância das grandes empresas hierárquicas que dirigiam a economia. Enquanto, no final do séc. XX, há uma guinada na economia, em direção à economia do conhecimento, relativizando assim o papel das grandes corporações – o que pode ter se refletido nesse estudo. A segunda hipótese versa sobre o fato de que nos países em desenvolvimento os empreendedores demonstram níveis menores de capital humano do que os empreendedores de países desenvolvidos. Assim, a TEA menor em países desenvolvidos, refletiria empresas mais inovadoras, enquanto, nos países em desenvolvimento, os responsáveis pelas taxas altas seriam os setores tradicionais. A grande maioria dos livros didáticos de macroeconomia moderna trata as questões do crescimento econômico e do desenvolvimento como um problema da acumulação de capital e do progresso tecnológico. Mas essa limitação é deficiente, pois deixa de fora o papel do empreendedor como o principal agente da promoção do progresso econômico. É somente atentando para o papel do empreendedor que as perguntas podem ser respondidas a respeito de quem orienta a acumulação de capital, quem decide que tipo de capital será investido, e quais entre as diversas opções tecnológicas serão escolhidas. A fim de descobrir por que alguns países prosperam e outros não, o empreendedorismo deve ser incorporado no corpo da teoria econômica do crescimento e do desenvolvimento. Destruição criativa Foi principalmente Joseph Schumpeter (1883-1950) quem estendeu fortemente a tese do papel essencial do empreendedor no desenvolvimento econômico. Na verdade, esse economista nascido na Áustria, que mais tarde em sua vida chegou a lecionar na Universidade de Harvard, ganhou fama no início de sua carreira acadêmica com a publicação de Teoria do Desenvolvimento Econômico (1911). Nessa teoria, Schumpeter mostra o papel central que o empresário tem como
  • 6. agente de promoção do progresso econômico através da destruição criativa. A "destruição criativa" expressa a ideia de que a economia capitalista moderna é caracterizada por uma luta incessante pela inovação. De acordo com Schumpeter, o empreendedor é inspirado por uma ideia de negócio que ele pretende realizar com a ajuda de dinheiro emprestado. O empreendedor como “tipo idealizado” é uma figura heroica que escolhe o campo de batalha no mundo dos negócios a fim de viver o seu espírito de conquista e do seu desejo de dominação. Para Schumpeter, o empreendedor é uma pessoa que compartilha com um imperador e conquistador atributos como criar e governar um domínio próprio e fundar uma dinastia. A atividade do empresário como destruidor criativo leva à criação de novos mercados, novas indústrias, novos produtos ou novos métodos de produção que revolucionam o estado atual da economia e tornam os produtos e procedimentos estabelecidos obsoletos. Neste sentido o progresso econômico é impulsionado pela busca incessante da inovação. Empreendedorismo no mundo e no Brasil A partir da década de 70 é despertado o interesse acadêmico nos empreendedores, para tratar de explicar a explosão no número de novas empresas baseadas no conhecimento, com alto potencial de crescimento e que, em muito pouco tempo, transformam seus fundadores em ricos empresários. O caminho é investir no espírito empreendedor. O desafio é conseguir desenvolver os comportamentos empreendedores para que os participantes possam atuar como agentes de mudanças em suas organizações, melhorando processos e criando novas oportunidades de negócio. O consultor Joacir Martinelli, que estuda e trabalha com esta ferramenta há quatro anos, diz que empreender significa levar adiante uma ideia. A importância dos profissionais empreendedores está no fato de que eles são os verdadeiros agentes de mudança nas empresas. Sobre o ensino do empreendedorismo tem-se conhecimento de que a primeira disciplina de empreendedorismo foi oferecida na Escola de Negócios da Universidade de Harvard em 1947, mas foi a Universidade do Southern of California a primeira a oferecer uma habilitação em empreendedorismo, em nível de MBA, no ano 1972, e o Babson College a primeira universidade a oferecer um curso de graduação em empreendedorismo em 1968 (Cooper et al, 1997). A nível nacional foi a Fundação Getúlio Vargas, em 1947, a primeira a oferecer uma disciplina de empreendedorismo no Curso de Especialização em Administração para estudantes de pós-graduação. Na década de 90, as universidades Federais de Pernambuco e de Minas Gerais e a Escola de Engenharia de Itajubá ofereceram disciplinas de empreendedorismo nos cursos de graduação, com o objetivo de inserir o ensino do empreendedorismo na instituição (INATEL, 2001). Segundo Pacheco (2002), “O estudo aumenta a capacidade de reconhecer oportunidades e ajuda a pessoa a ter uma visão mais global”. O conhecimento é o estado de preparo que otimiza os resultados inerentes à situação apresentada e envolve o co mpartilhamento de informações, o raciocínio criativo e a colaboração. Por isso, os talentos presentes em uma empresa são responsáveis pelo seu sucesso (OLIVEIRA, 2001). A educação e o conhecimento assumem papéis estratégicos no desenvolvimento de oportunidades. Ser empreendedor significa ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para pensar conceitualmente e capacidade para ver, perceber a mudança como uma oportunidade (IRELAND & VAN, 1987).
  • 7. A pesquisa de 2012 revelou que a proporção dos brasileiros que deseja de ter o próprio negócio (43,5%) é superior a dos que desejam fazer carreira em empresas (24,7%). Em uma lista de 67 países, o Brasil aparece em quarto lugar em termos de número de empreendedores. São 37 milhões de pessoas que já possuem um negócio ou realizaram alguma ação, nos últimos meses, visando ter um negócio próprio. Em 2012, 30,2% da população adulta, entre 18 e 64 anos estava envolvida na criação ou administração de um negócio. Entre 2002 e 2012, essa taxa apresentou um aumento de 44% (saindo de 20,9% para 30,2%). O processo empreendedor Costumamos definir o empreendedor como alguém que sonha e busca transformar o sonho em realidade. É fato que o empreendedorismo vem se configurando como o grande combustível do desenvolvimento dos tempos atuais. Timmons (1990) afirma que “o empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para o século XXI mais do que foi a revolução industrial para o século XX”. O que, porém determina o surgimento de um empreendedor? É possível alguém apreender a empreender ou o empreendedorismo é uma qualidade inata? Uma vez que os empreendedores estão revolucionando o mundo, seu comportamento e o próprio processo empreendedor devem ser estudados e entendidos. De maneira geral, podemos compreender o processo empreendedor a partir de quatro etapas, quais sejam: •Identificação de oportunidade: esta etapa se constitui a mais difícil no processo empreendedor. Esta fase implica em identificar uma oportunidade e analisar a sua potencialidade no que se refere a itens como: necessidades de mercado, potencial da concorrência e de mercado e ciclo de vida do produto. É importante o empreendedor testar a sua ideia ou conceito de negócio junto de potenciais clientes, avaliando sua disposição em adquirir seu produto ou serviço através de pesquisas de mercado. A pesquisa lhe fornecerá a dimensão do mercado, se está em crescimento, estável ou estagnado, quem é a concorrência e quais são seus pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades. Nesta etapa é fundamental o talento, a percepção, o conhecimento e o “feeling” do empreendedor. •Elaboração do plano de negócios: talvez esta seja a etapa que dê mais trabalho. O plano de negócios é uma parte importante do processo empreendedor. O plano de negócios é um documento que sintetiza toda a essência da empresa, sua estratégia de negócio, seu mercado e competidores, como vai gerar receitas e crescer, dentre outros aspectos. Um negócio bem planejado terá mais oportunidades de sucesso do que um sem planejamento, na mesma igualdade de condições. É fundamental que o empreendedor saiba planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. •Captação de recursos: o empreendedor deve utilizar a sua capacidade de planejamento e habilidade de negociação para relacionar no mercado as melhores alternativas de financiamento para seu negócio. Determinar os recursos necessários é consequência do que foi feito e como foi planejado o plano de negócios. A captação de recursos pode ser feita de várias formas e por meio de fontes distintas que vão desde recorrer a bancos, economias pessoais, até a familiares e amigos. •Gerenciamento: gerir a empresa pode parecer a parte mais fácil do processo empreendedor,
  • 8. pois já foi identificada a oportunidade, desenvolvido o plano de negócios e relacionada a fonte de financiamento. No entanto, a gestão de uma empresa não é tão simples o quanto parece. O empreendedor deve reconhecer as suas limitações, recrutar uma excelente equipe de trabalho para colaborar na gestão da empresa, implementar ações que minimizem os problemas e maximizem os lucros, ou melhor, produza mais com o mínimo de recursos necessários, conjugando eficiência e eficácia. Não adianta identificar uma excelente oportunidade de negócio, desenvolver detalhadamente o plano de negócios, captar os recursos necessários para iniciar as atividades se o empreendedor não tiver capacidade administrativa para gerir o seu negócio. Ao invés de oportunidade de lucros e sucesso, todo o processo se configurará em prejuízo e, provavelmente, endividamento do empreendedor. Daí esta etapa se configurar como crucial para o sucesso do empreendimento. Existe outra forma de se analisar os aspectos críticos do processo empreendedor proposta por Timmons (1994), professor do Babson College, Estados Unidos, que leva o empreendedor a priorizar a análise de três fatores fundamentais. O primeiro fator é a oportunidade. Esta deve ser avaliada para que se tome a decisão de continuar ou não com o empreendimento. O segundo fator é a equipe empreendedora, ou seja, quem, além do empreendedor, atuará em conjunto no projeto. Finalmente, os recursos necessários, como e onde consegui-los. É muito importante que a questão relativa à análise dos recursos necessários para o início do negócio seja a última a ser feita. Assim, o empreendedor e sua equipe devem priorizar inicialmente à análise da oportunidade, a primeira das tarefas a ser realizada. Na verdade, às vezes a formação da equipe ocorre até antes da identificação de uma boa oportunidade, porém o mais comum nos casos de sucesso é a identificação da oportunidade, formação da equipe e captação dos recursos. Destes três fatores, podemos identificar como crítico para o sucesso do processo empreendedor a identificação da oportunidade. Não significa, entretanto, que as outras sejam menos importantes. Neste estágio surge a definição do negócio propriamente dito. Sua identificação é determinada pela capacidade de o empreendedor desenvolver sua percepção, intuição e “feeling” sobre as possibilidades que aquela oportunidade pode representar. Aliado a isso, destaca-se também a importância do planejamento do negócio. Através do planejamento o empreendedor avalia oportunidades, identifica, busca e aloca os recursos necessários ao negócio, planeja as ações a serem tomadas, implementa e gerencia o novo negócio dentro do limite de risco calculado. O planejamento deve permitir ao empreendedor e sua equipe inclusive, redirecionar o curso do caminho, o desenvolvimento das ações de acordo com os cenários que se apresentarem à empresa. O perfil do empreendedor Fatores inibidores de potenciais empreendedores De acordo com Degen (1989), há muitos fatores que inibem o surgimento de novos empreendedores. Os três mais importantes são:  A imagem social: todo empreendedor que deseja ter sucesso precisa estar disposto a, no início, desenvolver ele mesmo todas as atividades na sua empresa. É fazer as compras, atender pessoalmente a clientes e fornecedores, vender, entregar, fazer contabilidade, e eventualmente, até limpeza. Não há nenhuma vergonha no trabalho honesto. Porém, muitos pensam que, após terem atingido uma boa posição como empregados, as tarefas necessárias para iniciar um novo negócio vão prejudicar a sua imagem social. Por este motivo, acabam preferindo permanecer no “conforto” do emprego.  A disposição para correr riscos: nem todas as pessoas têm a mesma disposição para assumir riscos. Muitos precisam de uma vida regrada, horários certos, salário garantido no fim do mês e assim por diante. Esse tipo de pessoa não foi feito para ser empreendedor. O empreendedor, por sua definição, tem de assumir riscos, e o seu sucesso está na sua
  • 9. capacidade de conviver com eles e sobreviver a eles. Os riscos fazem parte de qualquer atividade, e é preciso aprender a administrá-los. O empreendedor não é malsucedido nos seus negócios porque sofre revezes, mas porque não sabe superá-los.  O capital social: O que herdamos da nossa formação familiar, religiosa e escolar é o que chamamos de “capital social”. São valores e ideias que subliminarmente nos foram incutidos por nossos pais, professores, amigos e outros que influenciaram na nossa formação intelectual e que, inconscientemente, orientam nossas vidas. Um exemplo do capital social como fator inibidor de potenciais empreendedores é uma forte formação religiosa que levam muitos a considerarem o lucro como imoral. Essas pessoas têm vergonha de desenvolver um negócio pelo lucro e, na eventualidade de se aventurarem a fazê-lo, procuram outras razões para justificar o seu negócio, desprezando o lucro. Como consequência, acabam perseguindo objetivos que nada têm que ver com a realidade dos negócios e, por isso fracassam. Tipos de empreendedores Os valores que influenciam uma pessoa a ser empreendedora estão relacionados com a convivência, a qual destaca três níveis de ligação: O primário – familiares e conhecidos, ligações em torno de mais atitude; O secundário – ligações em torno de determinada atitude, rede de ligações (Network) e o terciário – cursos, livros, viagens, feiras e congressos. Dolabela (1999) discorre que tais níveis de relação fazem enxergar que o empreendedorismo está em todos os lugares, e que de uma forma ou de outra ele pode ser descoberto, embora que no meio familiar seja mais frequente. Pesquisas indicam que as famílias de empreendedores têm maior chance de gerar novos empreendedores e que os empreendedores de sucesso quase sempre têm um modelo, alguém a quem admiram e imitam (FILION, 1991). Por esta razão o nível primário tende mesmo a ser um meio propício para surgimento de pessoas e negócios de sucesso  Empreendedores por escolha Toda teoria sobre o empreendedor de sucesso sempre apresenta o planejamento como uma das mais importantes atividades desenvolvidas pelos empreendedores. E isso tem sido comprovado nos últimos anos, já que o planejamento aumenta a probabilidade de um negócio ser bem sucedido e, em consequência, leva mais empreendedores a usarem essa técnica para garantir melhores resultados. O empreendedor que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas.  Empreendedores por necessidade Cria o próprio negócio porque não tem alternativa, geralmente, não tem acesso ao mercado ou foi demitido. Se envolve em negócios informais, desenvolvendo tarefas simples, prestando serviços e conseguindo como resultado pouco retorno financeiro. É um grande problema social para os países em desenvolvimento, pois apesar de ter iniciativa, trabalhar arduamente e buscar todas as formas a sua subsistência e a dos seus familiares, não contribui para o desenvolvimento econômico. Na verdade, os empreendedores por necessidade são vítimas do modelo capitalista atual, pois não tem acesso a recursos, a educação e as mínimas condições para empreender de maneira estruturada.  Empreendedores por acaso (ou inesperado) É normalmente uma pessoa que, quando menos esperava, se deparou com uma oportunidade de negócio e tomou a decisão de mudar o que fazia na vida para se dedicar ao negócio próprio. É uma pessoa que nunca pensou em ser empreendedor, que antes de se tornar um, via a alternativa de carreira em grandes empresas como a única possível. Antes de se tornar empreendedor, acreditava que não gostava de assumir riscos. Tem de aprender a lidar com as novas situações e se envolver em
  • 10. todas as atividades de um negócio próprio. Características comportamentais dos empreendedores  Imagina, desenvolve e realiza visões;  Congrega risco, inovação e liderança;  Tem habilidade e perícia profissional numa organização;  Aproveita as oportunidades;  Faz coisas que fazem a diferença;  Cria prosperidade econômica e social nas sociedades;  Atua como um agente de mudanças;  Constrói algo novo;  Visualiza o futuro e propõe-se a construí-lo;  Tem espírito de iniciativa e gosta de começar projetos novos;  Corre riscos calculados, de modo a reduzir os riscos ou controlar resultados;  É otimista e acredita nas possibilidades que estão ao seu alcance;  É persistente e determinado para atingir metas e objetivos; O processo de empreender envolve todas as funções, atividades e ações associadas à percepção de oportunidades e à criação de organizações que buscam organizadamente estas oportunidades. Cinco elementos ou qualidades são fundamentais na caracterização de um empreendedor: • Criatividade e inovação: empreendedores conseguem identificar oportunidades, grandes ou pequenas, onde ninguém mais consegue notar; • Habilidade ao aplicar esta criatividade: eles conseguem direcionar esforços num único objetivo; • Força de vontade e fé: eles acreditam fervorosamente em sua habilidade de mudar o modo como as coisas são feitas e têm força de vontade e paixão para alcançar o sucesso; • Foco na geração de valor: eles desejam fazer as coisas da melhor maneira possível, do modo mais rápido e mais barato; • Correr riscos: quebrando regras, encurtando distâncias e indo contra o status quo. Algumas ideias equivocadas ainda existem no senso comum. Uma delas é a de que o empreendedor é um herói solitário. Na realidade, colaboração é a palavra-chave, empreendedores de sucesso se unem a grupos e seguem trabalhando unidos em direção a um único objetivo. Esses cinco elementos do empreendedorismo têm mais força quando compartilhados por um time ou dentro de uma organização. Outro conceito errôneo é o de que um empreendimento necessariamente precisa ser muito grande para ser considerado um sucesso. Muitas empresas que se encaixam no critério de pequena e média são bastante empreendedoras. A distinção está no resultado desejado: seus proprietários a administram com o objetivo de manter seu estilo de vida e o da sua família, ou eles reúnem esforços a fim de explorar oportunidades, criar novos produtos ou entregar serviços de modo inusitado? Pequenos negócios desempenham um papel muito importante na economia. É por meio da pequena empresa que obtemos os produtos e serviços já tradicionais. Muitos donos de pequenas empresas possuem qualidades empreendedoras ao buscar atender à demanda de produtos e satisfazer os
  • 11. clientes. Mas o conceito de empreendedorismo está baseado em indivíduos que misturam inovação com as melhores práticas de comercialização de novos produtos e serviços e que resultam em empresas de crescimento acelerado. Pesquisas mostram que a maior parte das pessoas que tem sucesso, são aquelas que buscaram se capacitar, que tem mais escolaridade e que também buscaram se informar. Criatividade Empreendedores de sucesso estão sempre atrás de novas de negócio e de verdadeiras oportunidades. Informação é a base de novas ideias. O difícil é selecionar a informação relevante Brainstorming ou tempestade cerebral, é uma das mais conhecidas formas de se estimular a criatividade e a geração de novas ideias; Para se estruturar a braisntorming aconselha-se as seguintes regras:  Ninguém pode criticar outras pessoas do grupo;  Quanto mais rodadas entre os participantes melhor;  Podem-se dar ideias baseadas em ideias anteriores de outras pessoas;  A sessão deve ser divertida, sem que haja uma ou outra pessoa dominando a mesma;  Conversar com pessoas de todos os níveis sociais e idade;  Pesquisar novas patentes e licenciamento de produtos;  Estar atento aos acontecimentos sociais de sua região, tendências, preferências da população, etc;  Visitar institutos de pesquisa;  Participar de conferências e congressos; Quando se usa a criatividade, pode-se obter um grande negócio, com possibilidades de crescimento e retornos. Extra QUAL É A METADE DE 8? Se sua resposta foi 100, é original, mas incorreta. Se sua resposta foi 4, é correta, mas não original. Se sua resposta é 0, é correta e original se você enxergar o número 8 cortado horizontalmente. Se sua resposta é 3, é correta e original se você enxergar o nº 8 cortado verticalmente
  • 12. Criatividade é criar o inesperado e fazê-lo útil. Habilidades e atitudes vencedoras Alguns fatores ajudam aos futuros empreendedores a mudar o modo de pensar e agir, e assim dominar com mais facilidades suas técnicas. Por exemplo, desacreditar os mitos; ter grande necessidade de realização; estar disposto a trabalhar duro; não se abater com as dificuldades e as negativas que for encontrando. A chave para o desenvolvimento espetacular: C-onhecimento H-abilidade A-titude V-alores É-tica Conhecimento Auto conhecimento, empresa, produtos, clientes, mercado, conhecimentos gerais, etc. Habilidades Habilidades de comunicação, habilidades de relacionamento, etc. Atitude Honestidade, nível de energia para a resolução de problemas; Valores Conjunto de princípios, ideiais e julgamentos morais: valores morais. Ética Ramo da filosofia que aborda os fundamentos da moral. Regras que orientam a conduta em uma profissão. “O segredo do meu sucesso foi a perseverança e ter acreditado na minha ideia, nunca ter abandonado esse sonho e não ter desistido no final, mesmo que, ao longo deste caminho várias pessoas tentam te tirar, mas se você tem um propósito, e, na confiança, chega lá [você]. Todo mundo chega!
  • 13. Leopoldo Aquino de Almeida (INVENTOR DO ABRIDOR DE SACHÊS) Extras Teste do perfil de empreendedor: <http://goo.gl/E7rpQD> 10 características do empreendedor: <http://goo.gl/RFgdGS> Como abrir um negócio próprio: <http://goo.gl/gmGqEv>
  • 14. RESPONSABILIDADE AMBIENTAL Conceito e significado de ecologia No sentido da palavra de origem grega: “oikos” significa casa e logos = estudo, faz-se a junção das palavras e tem-se: estudo da nossa casa, isto é, o estudo do habitat dos seres vivos. Podemos dizer que ecologia é a ciência que se dedica aos estudos das relações entre os seres vivos e o ambiente em que vivem. (Hernst Haeckel, biólogo alemão, 1869). Visão antropocêntrica X visão eco-cêntrica A visão antropocêntrica Para iniciar a discussão das ideias relacionadas ao Antropocentrismo, comecemos com as palavras de Milaré & Coimbra (2004), que esclarecem os princípios antropocêntricos: Antropocêntrico vem a ser o pensamento ou a organização que faz do Homem o centro de um determinado universo, ou do Universo todo, em cujo redor (ou órbita) gravitam os demais seres, em papel meramente subalterno e condicionado. É a consideração do Homem como eixo principal de um determinado sistema, ou ainda, do mundo conhecido. Tanto a concepção quanto o termo provêm da Filosofia. Desta forma, o Antropocentrismo pode ser definido como uma concepção filosófica na qual o homem é considerado o centro do Universo, ou seja, a referência máxima e absoluta de valores (MILARÉ, 2007). A aplicação das ideias antropocêntricas pode ser analisada segundo duas óticas (consideradas distintas, de acordo com o momento histórico em que foram descritas): a primeira surge como uma resposta aos preceitos que vigoravam na Idade Média, período compreendido, segundo os historiadores, entre o final da Idade Antiga (com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C.) e o século XV (com a queda de Constantinopla, em 1453 d.C.). Neste período histórico, a igreja caracterizou-se como uma entidade com grandes poderes sobre o restante da sociedade (europeia), de modo que se respeitava a chamada doutrina Teocêntrica, caracterizada por possuir uma perspectiva filosófica e cultural centrada em Deus. Desta forma, o Antropocentrismo resultou da transição entre a cultura medieval e a renascentista, quando “o homem deixou de olhar tanto para o alto, em busca de Deus, passando a dar valor a si mesmo” (COTRIM, 2002). Ainda segundo Cotrim (2002), o ser humano se redescobriu como criatura e criador do mundo no qual vivia, o que o fez adquirir uma mentalidade mais humanista, isto é, o fez construir um mundo centrado em si mesmo. A segunda ótica da visão antropocêntrica é aquela considerada base da análise que este trabalho pretende desenvolver. Esta ótica, em um contexto moderno, refere-se às doutrinas ou perspectivas intelectuais que tomam como único paradigma as características ou peculiaridades (ou ainda as vontades) da espécie humana, tendo como referência de ambiente apenas aquele considerado apto à existência humana. Este ponto de vista é aquele relacionado ao antropocentrismo de origem religiosa, especialmente bíblica (conforme mencionado nas partes introdutórias deste trabalho), uma vez que a partir da Bíblia houve a legitimação da posição de domínio do homem sobre todas as criaturas e todo o mundo. Tal fato pode ser verificado no versículo 28, capítulo 2º do Livro de Gênesis: “Crescei e multiplicai-vos e enchei a Terra, e subjugai, e dominai [...]”.
  • 15. Assim, a visão antropocêntrica pode ser analisada, em um sentido pejorativo, como uma concepção filosófica que acarreta na desvalorização das outras espécies do planeta, relacionando-se diretamente à degradação ambiental, visto que a natureza se caracteriza por estar subordinada aos seres humanos. Barros (1999) aponta que [...] a corrente antropocêntrica se baseia na hipótese de que a natureza não possui valor em si, mas constitui numa reserva de recursos naturais a serem explorados pela humanidade [...]. Neste sentido, Milaré & Coimbra (2004) descrevem o distanciamento do homem dos demais seres, de modo a postar-se diante deles em “atitude de superioridade absoluta, abertamente antagônica”. Milaré (2007) destaca que a corrente antropocêntrica teve grande expressão no mundo ocidental devido às posições racionalistas, uma vez que a razão é considerada um atributo exclusivo do homem, constituindo-se como “valor maior e determinante da finalidade das coisas”. Milaré & Coimbra (2004) apontam alguns aspectos significativos referentes ao papel desta racionalidade na dominação do meio natural, dentre os quais merecem destaque: i. A contribuição da filosofia greco-romana, constituída por inúmeros pensadores (filósofos) cujos estudos enfocaram a explicação dos motivos pelos quais o homem seria superior ao “resto das coisas”; e, ii. O desenvolvimento do racionalismo moderno e o conhecimento aprofundado das características da natureza, a partir dos quais o homem passou a dominar o meio natural de modo ainda mais agressivo, visando satisfazer suas necessidades (em relação aos recursos naturais) cada vez mais crescentes. Com referência aos pensadores greco-romanos, pode-se citar as idéias de Aristóteles (384- 322 a.C.), o qual colocava o homem no vértice de uma pirâmide natural, sendo servido por todos os outros elementos componentes do meio natural. Felipe (2009) explicita que Aristóteles apontava alguns pontos em comum entre homens e animais (relacionados basicamente à atividade vital), entretanto estes se encontravam em uma posição inferior em relação àqueles por não serem capazes da racionalidade matemática. Ainda, esta mesma autora descreve outra característica interessante do pensamento aristotélico, que recriminava o maltrato dos animais não-racionais não porque os animais sofressem ou fossem conscientes da dor, mas por serem propriedade (patrimônio) do homem. Assim, o maltrato representaria um dano ao patrimônio, e não uma atitude cruel ao ser vivo. Em relação ao racionalismo moderno, o desenvolvimento das ciências (que culminou no progresso técnico-científico) ratificou o papel do homem como dominador e manipulador do meio físico. Milaré (2007) sintetiza claramente os efeitos desta evolução técnica sobre a natureza: [...] o racionalismo moderno e o desvendamento dos segredos da natureza ensejaram ao homem a posição de arrogância e de ambição desmedidas que caracterizam o mundo ocidental contemporâneo. E o desenvolvimento científico-tecnológico, submetido ao controle do capital para efeitos de produção e criação de riquezas artificiais, desembocou nessa lamentável “coisificação” da natureza e dos seus encantos. Desta forma, conforme já evidenciado anteriormente, as sociedades humanas (representadas pelos Estados-nação) estruturaram seu crescimento tendo a natureza apenas como um suporte ao mesmo, utilizando-se dos recursos desta para buscar níveis de desenvolvimento mais satisfatórios – pelo menos até o momento em que se notou a existência da problemática ambiental. Milaré & Coimbra (2004) abordam um ponto interessante, atribuindo, inclusive, um caráter antropocêntrico ao conceito de desenvolvimento sustentável. Tal fato realmente ocorre, pois a
  • 16. proteção e a preservação do meio ambiente são buscadas tendo como objetivo atender às necessidades do homem: “A Terra não seria mais do que um celeiro de recursos à disposição pura e simples das necessidades humanas. A Natureza seria contingenciada e o Homem é discretamente absolutizado” (MILARÉ & COIMBRA, 2004). Mesmo assim, as intenções pretendidas com a prática do desenvolvimento sustentável já aliviam de maneira significativa a pressão sobre o meio ambiente, fato que reforça a importância deste conceito. Por fim, deve-se ressaltar que o conhecimento dos conceitos que estruturam o pensamento antropocêntrico é importante para se entender as questões filosóficas que foram refutadas na transição para uma visão ecocêntrica do meio ambiente, assunto a ser abordado no próximo tópico. A visão eco cêntrica Conforme verificado anteriormente, o desenvolvimento científico-tecnológico intensificou a exploração dos recursos naturais, acarretando no aumento da degradação ambiental. Desta forma, sentiu-se a necessidade da mudança de paradigmas, pois o sistema vigente (amparado pelas ideias antropocêntricas) se mostrou incapaz de dar suporte à sociedade. No campo filosófico, a clarificação dos conceitos relativos à questão ambiental foi estruturada a partir do desenvolvimento dos conceitos da visão eco cêntrica do meio ambiente. Barros (1999) esclarece que o Ecocentrismo [...] se baseia no fato de que o mundo natural possui um valor em si mesmo, independendo de sua utilidade para o homem. Trata-se de uma visão purista (preservacionista) da natureza, em que o ambiente natural deve permanecer intocado e intocável na sua forma primitiva, sujeito somente ao curso austero da evolução natural. Em nome do equilíbrio ecológico, as atividades do homem são incompatíveis com esse estado de preservação da natureza [...]. Assim, o Ecocentrismo se remete à ideia de que o meio ambiente existe, vive e evolui para beneficio próprio e não para saciar as vontades do ser humano. Desta forma, pode-se afirmar que esta concepção filosófica surgiu para contrapor as ideias antropocêntricas, possibilitando a quebra de um paradigma antigo da sociedade e permitindo a construção de novos valores éticos sobre a relação homem-natureza e, consequentemente, construindo uma mudança cultural. A consolidação desta corrente filosófica se deu no final do século XX, entretanto as ideias que a regem já existiam em paralelo com as ideias antropocêntricas. Milaré (2007), visando explicar este fato, cita as palavras do pensador Celso no século II d.C., o qual afirmava que a natureza existia tanto para os animais e plantas quanto para os homens. Outro exemplo citado se refere às ideias de outro pensador, Porfírio (século III d.C.), o qual em seu discurso pregava contra o antropocentrismo e questionava o “por que” de se pensar que o meio ambiente fora criado pra satisfazer as necessidades humanas e não o contrário. Para ele, “era absurdo pensar que os porcos foram criados especialmente para servirem de alimento ao homem; por que não acreditar que o homem fora feito para ser comido pelos crocodilos?”. Mesmo durante o período em que a sociedade europeia “redescobria” o homem como cerne do universo (ao final da Idade Média, conforme descrito anteriormente), pode-se verificar os ideais ecocêntricos em diversos autores. Milaré & Coimbra (2004) exemplificam o caso do reverendo e mártir inglês John Bradford, que no século XVI contestava publicamente a Escolástica, doutrina baseada em preceitos cristãos que tinha como função aproximar a razão da fé. Bradford discordava do pensamento escolástico de que “os animais foram feitos exclusivamente para o amparo do homem”. Mais tarde, em meados do século XVII a preocupação com a natureza ganhou um espaço maior na sociedade, defendendo que Deus se preocupava com o bem-estar de todos os seres vivos, (ou seja, plantas, animais e seres humanos). Thomas (1966, apud Milaré & Coimbra, 2004) exemplifica esta preocupação com o meio natural dentro da própria igreja, citando passagens de
  • 17. religiosos que afirmavam o amor de Deus sobre todos os seres vivos indistintamente: “Deus ama tanto as criaturas que rastejam no chão quanto os melhores santos, e não há diferença entre a carne de um homem e a carne de um sapo”. Mais recentemente, com o acúmulo de dados sobre o cenário ambiental global, houve uma ampliação da consciência sobre a situação do planeta Terra. Somando isso às preocupações criadas pelo processo da globalização, a ideia de uma Ética Global ou Ética Planetária, foi rapidamente disseminada. A ética planetária foi desenvolvida pelo Clube de Budapeste, caracterizado como uma associação humanista que reúne intelectuais, empresários, líderes políticos e humanistas, presidida pelo filósofo húngaro Ervin Laszo (JUNQUEIRA, s/d). O movimento iniciado pelo clube tem como lema “Você pode mudar o mundo”, e dentre seus princípios estão: i. Viva com respeito pelos outros e pela natureza; ii. Aja para criar um mundo melhor; e, iii. Desenvolva sua consciência para desenvolver o espírito humano. Baseado na idéia da ética global, Leonardo Boff, teólogo brasileiro, defende que o homem deve respeito à Terra, pois [...] a Terra é Gaia, Mãe generosa, geradora de toda vida, então devemos a ela o mesmo respeito e veneração que devotamos às nossas mães. Em grande parte, a crise ecológica mundial deriva da Engenharia Ambiental – UNESP Rio Claro 9 sistemática falta de respeito para com a natureza e a Terra. (BOFF, 2009). Sendo assim, o Ecocentrismo é a consolidação recente de uma discussão antiga, surgido a partir da problemática ambiental, que visa à construção de novos valores éticos sobre a relação homem- atureza (ou seja, exige uma mudança cultural). Dessa forma, tem-se a aceitação explícita da ideia de que o mundo não existe somente para o homem. Desenvolvimento sustentável Conceito e importância O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos nesse momento em todo o mundo, seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não-renováveis proporciona ou mesmo pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação do planeta, bem como das gerações vindouras. Realizaremos nosso estudo a partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é o de se obter um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que não venha comprometer as gerações futuras. Mas, como conseguir tal feito se o homem desde o seu primeiro instante na terra vem exercendo uma relação de total dominação sobre a mesma, sobretudo quanto à extração de suas riquezas naturais? Para encontramos a resposta para esta pergunta foi preciso elaborar, no módulo anterior, um breve estudo a respeito da relação homem-natureza e tentar entender porque hoje, essa relação vem ameaçando o futuro do nosso planeta. A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável A sustentabilidade econômica pode-se definir como uma progressiva alteração do sistema produtivo e de seus padrões qualitativos e quantitativos, mediante uma gestão eficiente dos recursos, por um fluxo regular de investimentos públicos e privados, levando à sociedade a melhoria econômica sustentável (BEZERRA et alii, 2002 e SACHS, 1993). Esta melhoria na gestão eficiente dos
  • 18. recursos refere-se ao aproveitamento, sem prejuízo do ecossistema. Este prejuízo poderia acontecer por desastres ou impactos negativos no meio ambiente ou prejuízos econômicos, em horizonte de médio ou longo prazo. Os gastos gerados para a manutenção da qualidade ambiental são contabilizados como um incremento nas receitas e produtos nacionais, podendo ser aproveitado na manutenção da sociedade que, segundo Bezerra, Facchina e Ribas (2002), têm o significado de geração de emprego e renda, redução da concentração fundiária rural e todas as condições que propiciam moradia para as populações urbana e rural. A energia elétrica é um recurso fundamental na economia dos países, é o energético que movimenta grande parte da indústria e comércio do Brasil, como representado na figura abaixo. Portanto, a busca de melhoras na geração de energia elétrica é importante, detectando a falta de produtividade que incorpora aos custos características de ineficiência em conversão, transmissão, distribuição e fornecimento da energia elétrica. A sustentabilidade econômica está na procura da criação de mecanismos para novos sistemas produtivos que sejam integrados e de base local, para que estimulem as atividades econômicas mediante estímulos para que a agricultura, indústria, comércio e setor de serviços gerem melhoras nas condições de vida (LAGE e BARBIERI, 2001). O serviço elétrico brasileiro precisa de constantes iniciativas de investimento de capital estrangeiro e nacional, na procura de abrir novos negócios; e estes novos negócios irão procurar a utilização de novas fontes de geração como a eólica (ventos), biomassa, fotovoltaica (luz solar), entre outras renováveis, que ainda têm percentagens de utilização relativamente baixas. Consumo de energia no Brasil por setores Fonte: ALDABÓ, 2002 A sustentabilidade econômica abrange a alocação e distribuição dos recursos naturais dentro de uma escala apropriada. É um mundo em termos de estoques e fluxos de capital, onde estão incluídos o capital humano, ambiental ou natural e o capital social. A distribuição estará associada à divisão dos recursos entre as pessoas e as quantidades que correspondam a cada um dependendo da escala. Assim, segundo Bellen (2005), a teoria econômica tem-se abstraído da questão de escala de duas maneiras opostas: dizendo que por uma parte o meio ambiente é uma fonte infinita de recursos naturais e também uma fonte infinita de resíduos.
  • 19. Na elaboração de projetos no setor elétrico para ampliações ou instalação de novas fontes de geração de energia, não somente devem se avaliar os aspectos macroeconômicos em função da eficiência da operação e retorno dos investimentos, mas se devem variar ou suplantar os modelos tradicionais que medem crescimento e desempenho da economia por modelos de indicadores que incorporem a variável ambiental. Existe, atualmente, a tendência de avaliar projetos também em função dos impactos ambientais. Gestão ambiental Conceito e abrangência Para as políticas públicas são as ações e estratégias para o controle e exploração dos recursos naturais nos espaços geográficos. (Boisbaudran. Direito e gestão ambiental, pág. 84. 2007) “A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental” (Huturbia. Vocabolário de Meio Ambiente, 1990). Qual o objetivo? Minizar o impacto das atividades do negócio sobre o meio ambiente. Estabelecer a busca contínua de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambientes de trabalho. A NORMA ISO 14000 A série ISO – International Organization for Standardization é uma série de normas de padrão internacional para sistemas de qualidade. Trata-se de uma certificação almejada por todas as empresas que procuram oferecer qualidade em seus produtos e serviços. “O que certifica uma empresa como uma instituição de qualidade é que se respeitem as normas que indicam requisitos mínimos de gestão, sobre os quais cada empresa escolhe o nível de qualidade em que deseja se situar. Portanto, além de normas e marcas específicas do setor em que atua, as empresas podem também, utilizar as normas e o certificado ISO para melhorar a qualidade de sua gestão e de seus serviços”. Diante da necessidade de se estabelecerem normas acerca da questão ambiental e sua responsabilidade no âmbito empresarial a International Organization for Standardization desenvolveu uma série de normas que objetivava padronizar os processos empresariais de retirada dos recursos naturais, bem como, da punição para aquelas empresas que por ventura, viessem a causar algum tipo de desequilíbrio ambiental em decorrência de suas atividades. A ISO 14000 vem estabelecer quais são as diretrizes para a área da gestão ambiental, no interior das empresas, ou seja, quais são as responsabilidades ambientais que as mesmas precisam ter para serem consideradas responsáveis socialmente pelo meio ambiente. Como a ISO 14000 determina o sistema de gestão ambiental de uma empresa ela será perfeitamente capaz de: 1. Avaliar quais as consequências que as atividades de uma determinada empresa podem trazer para o meio ambiente; 2. Atender de forma eficaz a demanda gerada pela sociedade, ou seja, o que realmente a sociedade necessita; 3. Ser aplicada a toda e qualquer atividade que possa implicar diretamente no meio ambiente; 4. Reduzir os custos das empresas em relação aos gastos com prevenção de riscos ambientais e; 5. Ser aplicada na organização como um todo.
  • 20. Sistema Nacional do Meio Ambiente e PMNA Conselho do governo, CONAMA, MMA, IBAMA Conselho de Governo Com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais. O Conselho é um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil. Compõem o Plenário: CONAMA A sigla significa Conselho Nacional do Meio Ambiente. É um parlamento ambiental e não atua fazendo leis, mas sim é restrito ao regulamento das leis, ou seja, de dizer como elas devem ser aplicadas, de modo eficaz, em melhor proteger o meio ambiente e os recursos naturais da República Federativa do Brasil. Como o Brasil é verdadeiramente uma federação, cada Estado pode também, por meio de seus órgãos legislativos (Câmara de Deputados Estaduais), fazer leis estaduais, e até mais severas que as leis federais.O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente-SISNAMA, foi instituído pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. O CONAMA é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua Secretaria Executiva é exercida pelo Secretário-Executivo do MMA. MMA É o Ministério do Meio Ambiente ao qual cabe a função de formular, planejar, coordenar, supervisionar e controlar a política nacional e as diretrizes governamentais para o meio ambiente. Esse é o órgão central do SISNAMA. IBAMA É o órgão executor dos SISNAMA. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, tem a finalidade de executar e fazer executar as políticas e diretrizes governamentais definidas para o meio ambiente. SISMAMA Nesse contexto, o Departamento de Coordenação do Sisnama tem como atribuições promover a articulação e a integração intra e intergovernamental de ações direcionadas à implementação de políticas públicas de meio ambiente e incentivar a descentralização da gestão ambiental e a repartição de competências entre as três esferas de governo, coordenando: •Programa Nacional do Meio Ambiente - PNMA II •Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais •Comissões Técnicas Tripartites O Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA, foi instituído pela Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, regulamentada pelo Decreto 99.274, de 06 de junho de 1990, sendo constituído pelos
  • 21. órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, e tem a seguinte estrutura: •Órgão Superior: O Conselho de Governo •Órgão Consultivo e Deliberativo: O Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA •Órgão Central: O Ministério do Meio Ambiente – MMA •Órgão Executor: O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA •Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental; •Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições; A atuação do SISNAMA se dará mediante articulação coordenada dos Órgãos e entidades que o constituem, observado o acesso da opinião pública às informações relativas as agressões ao meio ambiente e às ações de proteção ambiental, na forma estabelecida pelo CONAMA. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a regionalização das medidas emanadas do SISNAMA, elaborando normas e padrões supletivos e complementares. As medidas de proteção ao meio ambiente e a efetiva prevenção a danos ambientais devem ser aplicadas de forma razoável, não impedindo o crescimento e o desenvolvimento. O que se busca é o desenvolvimento que respeite o meio ambiente, de forma a garantir a preservação do planeta e a continuidade da própria vida humana. É justamente sobre este conflito, entre o direito do ser humano evoluir, econômica e industrialmente, e o direito à qualidade de vida e saúde que se desenvolvem as principais reflexões do Direito Ambiental. E foi dessa discussão que surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável. Os Órgãos Seccionais prestarão informações sobre os seus planos de ação e programas em execução, consubstanciadas em relatórios anuais, que serão consolidados pelo Ministério do Meio Ambiente, em um relatório anual sobre a situação do meio ambiente no País, a ser publicado e submetido à consideração do CONAMA, em sua segunda reunião do ano subsequente. Ex.: SUDEMA (Paraíba); CPRH (Pernambuco) Instrumentos da PNMA O primeiro instrumento da Lei 6.938 é o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental. Padrão representa o valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade. Estes padrões são estabelecidos por Resoluções do Conama e dizem respeito às emissões de poluentes e contaminantes na atmosfera e nos corpos hídricos. Outro instrumento é o zoneamento ambiental, normalmente estabelecido pelo Plano Diretor do
  • 22. município. O zoneamento é a definição e delimitação de zonas com características comuns, dentro de um determinado espaço territorial, com o consequente estabelecimento de funções e aptidões para o planejamento da cidade visando um futuro mais sustentável. A avaliação de impactos ambientais é um dos mais importantes instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, dele resultam o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental, documentos essenciais para a instalação e operação de empreendimentos que gerem impactos ambientais. O Conama define impacto ambiental como “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”. O licenciamento ambiental é outro instrumento estabelecido pela PNMA e possui íntima ligação com a avaliação de impactos ambientais. De acordo com o Conama, licenciamento é “o procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso”. Este procedimento possui três fases: licença prévia, licença de instalação e licença de operação. A Lei 6.938 também estabelece como instrumento, a possibilidade do Poder Público - em nível Federal, Estadual e Municipal – criar reservas e estações ecológicas; áreas de proteção ambiental e as de relevante interesse ecológico; espaços territoriais especialmente protegidos, tais como áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas extrativistas. Um instrumento de gestão compartilhada é o Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente, que é responsável pela organização, integração, compartilhamento, acesso e disponibilização de informação ambiental no Brasil. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o SINIMA possui três eixos estruturantes: “o desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação baseadas em programas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e elaboração de indicadores ambientais; a integração e interoperabilidade de sistemas de informação de acordo com uma Arquitetura Orientada a Serviços – SOA”. Faz parte da lista de instrumentos da PNMA a instituição e divulgação anual do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente. De acordo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - Ibama, este é um “instrumento de informação ambiental que tem como objetivo informar a sociedade brasileira o status da qualidade ambiental dos diversos ecossistemas brasileiros ou mais intrinsecamente dos seus compartimentos ambientais”. O Ibama também é responsável pelo Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras que definido pelo Instituto como “um registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam às atividades potencialmente poluidoras ou à extração, produção, transporte e comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de produtos e subprodutos da fauna e flora”. Oportunidades Ideia X Oportunidade “Você sabe me informar uma ideia de negócio interessante para o mercado atual nesse momento?”. “Você pode me dar uma dica de alguma grande ideia de negócio aqui na minha cidade para eu investir?”.
  • 23. Na verdade, até onde sei, as ideias de negócio existentes são cópias de outras ideias que já existem. São cópias dos próprios concorrentes próximos ou ideias de outros estados ou países e que são trazidas pra nossa cidade. Por que será, então, que as pessoas acreditam que, consultores, empresários, tem essa informação na ponta da língua? Acredite: o grande segredo dos negócios não está por traz daquela ideia extraordinária, inédita, maravilhosamente desconhecida e sem concorrentes. Como comenta o Professor José Dornelas, no seu artigo Ideia x Oportunidade (fonte informada no final do texto): “poucos são os privilegiados que acordam de manhã e conseguem ter estas ideias que vão mudar o mundo”. Pois bem… A dica do “segredo do sucesso” de muitos negócios está, principalmente, na percepção do empreendedor em entender as necessidades não atendidas dos consumidores e ser capaz de desenvolver, rapidamente, produtos e serviços que atendam estas necessidades. Isso sim é encontrar oportunidades de negócio. Não precisa ser muito criativo ou um renomado detetive das melhores ideias do momento. Basta estar atento às reais oportunidades. Aquelas que preencherão lacunas em determinados segmentos, atenderão demandas carentes, específicas de um nicho de mercado. Fique sabendo que, na maioria dos casos, se tratam de ideias simples, comuns e até corriqueiras. Porém, não são percebidas como uma possibilidade de negócio no momento em que são vivenciadas. Entenda a diferença entre Ideia e Oportunidade: Ideia Ideias são consequências do pensamento livre das pessoas. Ela não tem comprometimento algum na criação de um negócio. São frutos da criatividade humana e podem surgir diversas vezes no dia a dia das pessoas. Pontos que nos fazem ter uma ideia: Habilidades pessoais, experiência quando consumidor, empregos anteriores, ideias já existentes. Veja alguns exemplos: Ideias já existentes: Falta um lava jato de carros nesse meu bairro, o único que tem, possui um atendimento péssimo e o serviço não é de qualidade. Acho que vou abrir meu próprio estabelecimento e vou mudar tudo o que não concordo sobre este concorrente. Experiência como consumidor: Quando vamos a um restaurante e sentimos falta de algum detalhe pensamos: “Bem que eles podiam oferecer tal coisa. Se eu abrisse um, isso seria o meu diferencial”. Habilidades pessoais: Você gosta de fazer bolos, doces e salgados para a família e, às vezes, surgem pequenas encomendas dos amigos para festinhas e comemorações. Um dia identifica a necessidade de criar um cardápio totalmente personalizado para pessoas com diabetes. Empregos anteriores: Você é um massoterapeuta com grande experiência e já trabalhou 5 anos em uma clínica bem conceituada da cidade, mas está desempregado. Que tal abrir uma clínica de estética para o público da terceira idade, com atendimento residencial,0 com podólogos, massoterapeutas, serviço de limpeza de pele e até, corte de cabelo? Mas, isso são apenas ideias… E agora, como transformá-las em oportunidades? Aí é que está o grande primeiro passo, futuro empreendedor. Transforme essa ideia em oportunidade. Como? Lá vão as dicas: Oportunidades Oportunidades precisam ser mais profundamente analisadas e estruturadas. Devemos pegar aquela ideia inicial e, primeiramente, perceber que, realmente, é uma necessidade não atendida, uma lacuna de algum segmento e que pode ser estudada para se transformar em um negócio viável. Começa aí o planejamento, uma dedicação mais aprimorada do que se pretende desenvolver. Envolve analise de investimentos, retorno potencial, busca de conhecimentos e coleta de dados. E, de preferência, que seja testada antes do início das atividades. Então, antes de qualquer coisa, para começar, analise alguns critérios essenciais de avaliação quanto ao local e ao ambiente que pretende estabelecer seu negócio. Por exemplo: Leis, exigências dos
  • 24. órgãos competentes, tendências demográficas, ambiente econômico político e social, valores culturais e responsabilidade social. Feito esse processo, agora sim, sua ideia tem boas chances de se tornar uma oportunidade de sucesso. Mas ainda não terminou, aliás, nem começou. Para saber, definitivamente, se a oportunidade se transformará em um negócio viável, é a vez de começar a estruturar seu Plano de Negócio. E aí, vai encarar? Identificar e abraçar uma oportunidade é uma grande virtude do empreendedor de sucesso. É comum que empreendedores iniciantes não saibam diferenciar uma ideia e uma oportunidade, daí a importância de desenvolver essa capacidade. É bom saber que atrás de uma oportunidade sempre existe uma ideia, o que vai indicar o seu potencial e transformá-la em um bom negócio será um estudo de sua viabilidade, que pode ser feito através do Plano de Negócios. Fontes de Ideias: · Franquias e patentes; · Licença de produtos: uma fonte de boas ideias é assinar revistas da área. Corporações, universidades e institutos de pesquisas não lucrativos podem ser fontes de ideias; · Feiras e exposições; · Pesquisa universitária; · A observação do que se passa em volta das ruas; · Ideias que deram certo em outros lugares; · Experiência adquirida enquanto consumidor; · “Descobrir” algo que já existe: melhorar, acrescentar algo novo à ideia já existente; · Uso das capacidades e habilidades pessoais; Sobre a oportunidade: · Deve se ajustar ao empreendedor. O que pode ser oportunidade para uma pessoa pode não ser para outra, por vários motivos (perfil individual, motivação, relações, etc.); · Um empreendedor habilidoso dá forma a uma oportunidade onde outros nada enxergam, ou enxergam muito cedo ou tarde; · Há maior oportunidade de ideias do que boas oportunidades de negócio; · A oportunidade é atraente, durável, tem uma hora certa, ancora-se em um produto ou serviço que cria ou adiciona valor para o seu comprador. O sucesso não é daqueles que mais se esforçam; mas dos que enxergam as oportunidades. Identificando Oportunidades É comum ouvirmos de consultores e empresários a máxima "as oportunidades estão em toda a parte". Mas onde? Como identificá-las? Não é fácil. A verdade é que, muitas vezes, só percebemos a boa ideia quando alguém já a transformou num produto ou serviço. Nosso pensamento imediato é: "Por que não pensei nisso antes?" A atividade empreendedora envolve identificar oportunidades dentro do sistema econômico.
  • 25. O empreendedor percebe o que cliente necessita e, em seguida, diferencia o produto ou serviço para ele, como podemos observar na figura 1. Figura 1. – Identificando oportunidades Fonte: Empreendedorismo, Inovação, Incubação de Empresas e a Lei de Inovação As ideias estão seguindo a economia, as ideias estão enriquecendo as pessoas e acima de tudo as ideias estão mudando o mundo. Logo, mesmo que o indivíduo não tenha a menor percepção de como organizar a produção de ideias, uma coisa está clara: se conseguir que as pessoas aceitem, adorem e cultivem suas ideias, o promotor das ideias será um vencedor. Ganhará reconhecimento, poder e mudará o mundo. Uma ideia parada não vale nada, mas uma ideia em movimento sim, que cresce e contamina todos os que entram em contato com ela. Uma ideia contagiante começa com um manifesto de ideia, um ensaio, lógico e poderoso, que reúne uma série de ideias existentes e as transformam em uma ideia nova e mais ampla, mais unificada e atraente. Às vezes esse manifesto assume o formato de um ensaio escrito. Também pode ser uma imagem, uma canção, um produto ou um processo eficiente e eficaz. O meio não importa o que importa é a mensagem. Se for capaz de utilizar seu manifesto para mudar a forma de pensar, falar e agir das pessoas, o empreendedor terá criado algo de valor. É preciso entender que o consumidor já não está interessado em comprar um produto/serviço. Na verdade, o produto/serviço não passa de um artefato, em volta do qual acontecem experiências: a) Quais são os nossos clientes? b) O que eles valorizam? c) Como eles podem acessar nossos produtos/serviços? Onde há problemas, há oportunidades Na próxima vez que for a algum lugar onde há muita fila, onde a comida não é boa ou onde o atendimento é ruim em vez de você simplesmente reclamar com o amigo do seu lado, diga: “aqui há uma oportunidade pra eu me dar bem”. Se percebemos que as pessoas não gostam de fila, é a fila que devemos evitar que se forme, isso seria o ideal. Depois de entender o porquê do descontentamento dos clientes (ou futuros clientes) deve-se pensar em uma forma, que evite o descontentamento. Se o problema é de atendimento, deve-se diminuir o tempo de espera; criar guichês (caso não existam) ou ampliar seu número. Dessa forma os atendimentos serão divididos entre os guichês (essa pode ser a solução). Além dessa, não se deve esquecer de oferecer serviços via internet e atendimento via internet. Um serviço de pós venda pode desafogar a loja e melhorar a experiência do cliente. De maneira geral, onde você encontrar problemas, você encontrará uma oportunidade de negócio. Um bom lugar para encontrar problemas é onde as pessoas reclamam ou postam suas opiniões contrárias a alguma coisa (um bom exemplo é o site www.reclameaqui.com.br). O problema pode ser de comunicação, de transporte, pode ser um problema de qualidade.
  • 26. Dicas para identificar oportunidades Faça perguntas Para identificar uma oportunidade, pergunte-se: Quais são os problemas que o comprador está enfrentando? Isso inclui problemas emocionais, funcionais e também sociais. As pessoas compram coisas que as ajudam e facilitam o dia-a-dia. Por isso, estude o comportamento delas e não espere que elas lhe digam o que precisam, pois muitas vezes não sabem do que precisam. Muita gente, por exemplo, usa o carro como escritório. Se observar, verá que essa é uma oportunidade. O motorista não diz que precisa de um carro-escritório, porque ele está acostumado a se virar com o que tem. Mas se alguém lançar um modelo no mercado, haverá comprador. Lembre-se, porém, de não inventar problemas para os consumidores – eles não vão mudar suas vidas só porque você lançou algo novo. Procure o não-consumidor Quando a Sony lançou o primeiro rádio transistor, em 1955, que funcionava a bateria, ela não mirou os compradores de rádio de mesa, produzido por gigantes da época, como a RCA. Ela pensou em conquistar aqueles que não compravam um rádio de mesa, os adolescentes. Acabou vendendo radinhos de pilha não só entre os jovens, mas também para o mundo inteiro. Segmente de forma diferente Não segmente mercados de forma tradicional, conforme tipos de produtos, faixa de preço ou faixa etária. Segmente o mercado de forma a refletir a realidade do consumidor e a tarefa que ele está tentando realizar. O ramo de milk-shakes é um exemplo. O consumo estava em queda no McDonald’s, mas as pesquisas não revelavam o porquê. Até que um grupo ficou observando o consumidor. Ele tomava milk-shake de manhã, no carro, a caminho do trabalho. E por que milk- shake? Porque era uma opção que ao mesmo tempo matava a fome, mas não derramava na roupa. Então, os concorrentes do milk-shake não eram as outras marcas de milk-shake, mas os lanches e pãezinhos que não soltavam migalhas. Fique de olho nas restrições Sempre que você vê um fator que restringe o consumo, pare e preste atenção, porque é aí que está a oportunidade de negócio. O tempo e a falta de dinheiro costumam ser dois fatores de restrição de consumo. Nos Estados Unidos, a rede Minute Clinic, de atendimento clínico rápido, nasceu justamente da constatação de que o atendimento médico em consultório era demorado. E caro. 80% dos casos de crianças doentes referem-se a gripes e resfriados, coisas simples de serem medicadas. Porém, para passar pelo médico, perdem-se horas. Por que não montar clínicas onde atendimentos simples são feitos rapidamente? Por que não fazê-los com enfermeiras, em vez de médicos, que resultam num atendimento bem mais barato? Em vários estados americanos, as enfermeiras estão autorizadas a prescrever medicamentos para coisas simples como dor de cabeça e febre. As consultas no Minute Clinic custam US$ 39, contra a média de US$ 150 dos médicos, e tomam 15 minutos de tempo do doente. E mais uma conveniência: ficam sempre bem próximas de uma farmácia. Avaliando uma oportunidade Saber se uma oportunidade realmente é tentadora não é fácil, pois estão envolvidos vários fatores, entre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está inserida, seu mercado, os diferenciais competitivos do produto ou serviço para a empresa etc. Antes de partir para análises estratégicas e financeiras detalhadas, definição do processo de produção, identificação de necessidades de recursos financeiros e pessoais, ou seja, antes da concepção de um plano de negócios completo, o empreendedor deve avaliar a oportunidade que tem
  • 27. em mãos, para evitar despender tempo e recursos em uma ideia que talvez não agregue tanto valor ao negócio nascente ou já criado. Resumindo, o empreendedor não deve colocar a “carroça na frente dos bois” e deve focalizar a oportunidade correta! Mas como identificar e selecionar a melhor oportunidade? Qualquer oportunidade deve ser analisada, pelo menos, sob os seguintes aspectos: 1. Qual o mercado ela atende? 2. Qual o retorno econômico que ela proporcionará? 3. Quais as vantagens competitiva que ela trará ao negócio? 4. Qual é a equipe que transformará essa oportunidade em negócio? 5. Até que ponto o empreendedor está comprometido com o negócio? Saber se uma oportunidade é realmente viável, não consiste em tarefa fácil, e envolve diferentes fatores, dentre eles o conhecimento do assunto ou o ramo de atividade em que a oportunidade está inserida, seu mercado, os diferenciais competitivos do produto/serviço para a empresa, dentre outros. Mercado Os mercados de maior potencial e que possam trazer bom potencial de crescimento são os mais atrativos para a criação de novos negócios, pois possibilitam o crescimento rápido na participação de produto ou serviço e o estabelecimento de uma marca forte, já que existe maior demanda por parte dos consumidores. Deve-se também atentar para a estrutura desse mercado, mas especificamente para as seguintes características, tais como: • Número de competidores; • Tipos de produtos e serviços que se encontram no mercado; • O potencial de compradores; • As políticas de preços dos concorrentes, dentre outros. A realidade da evolução do sistema de empreendedorismo no Brasil demonstra que cada vez mais se necessita preparar os acadêmicos para o empreendedorismo, desvinculando a tônica de que para se realizar deve-se galgar um bom emprego. Durante os últimos anos, o mundo, a economia e o mercado de trabalho têm mudado rapidamente, exigindo uma resposta inovadora por parte das instituições educacionais. Análise econômica Torna-se necessário que se faça uma criteriosa análise das reais possibilidades de retorno econômico do empreendimento, pois não adianta simplesmente ser líder de mercado se o retorno financeiro não compensar o esforço empreendido. Conforme destaca Dornelas (2005) muitas vezes é preferível ser o segundo ou terceiro em outro mercado que traga mais compensação financeira ao empreendedor, do que ser líder num mercado com estrutura cara, altos custos de manutenção e pequenos lucros. Mathias (2008) ressalta que a decisão em investir muito dinheiro em negócios que proporcionam pouco retorno e demoram alguns anos para recuperar o investimento inicial pode ser considerada uma decisão errada. Em qualquer negócio, quando se faz uso da criatividade, é possível obter um grande negócio, sempre com possibilidades de crescimento e retornos consideráveis.
  • 28. Transformando sonhos em metas Agora o desafio é transformar um sonho numa meta. Qual a diferença entre um sonho e uma meta ou entre um objetivo e uma meta? A resposta é: uma meta, acima de tudo, é um sonho com data! Uma das formas de fazer um sonho se tornar uma meta é usando a técnica S.M.A.R.T. Specific (específica) Uma meta tem que ser específica. Deve dar detalhes daquilo que se sonha(ou). Não dá pra dizer que se querer morar numa casa melhor é uma meta. Uma meta deve ser específica! Exemplo: O correto seria: minha meta é morar numa casa com 4 quartos, sendo 3 suítes, saúna, uma área verde, piscina e pra ser mais específico, podemos dizer aonde queremos essa casa. Measurable (Mensurável) Uma meta deve ser mensurável. Tem que poder ser medida. Exemplo: -Quanto é que custa uma casa com as características acima. -Custa R$1.000.000,00. Descobrindo esse número, é sinal de que seu sonho/objetivo pode ser medido. Achievable (alcançável): Um meta é estabelecida levando em consideração, de certa forma, o bom censo. Exemplo: Basta apenas que nos perguntemos: “alguém já conseguiu realizar isso?”. Se já conseguiu, é uma meta alcançável. Realistic (realista): É real? É algo possível? Se for, então estamos diante de um sonho possível e realista, não é porque ninguém conseguiu realizar um sonho, que podemos chamá-lo de irreal. No exemplo da casa, podemos imaginar uma pessoa que quer ter a casa mas não tem o dinheiro, no entanto ela sabe que é possível fazer um financiamento do valor da casa dos sonhos. Temporal (temporal): Qual é a data? Você tem que ter uma data exata! O ano que vem; a próxima segunda feira e o mês que vem são prazos que damos a nós mesmos quando temos metas a cumprir; Mas essas datas não representam com exatidão a temporalidade desejada para uma meta. O correto seria uma data com dia, mês e ano. Esse é o erro que cometemos em frases como “o ano que vem paro de fumar”; sempre haverá próximo ano! “Na segunda, começo o regime”; toda semana tem uma segunda feira (sendo assim, porque não explicitar a temporalidade da sua “meta” e dizer qual o dia, o mês e o ano) sem essa temporalidade, nunca começaremos nosso regime ou pararemos de fumar. Toda meta deve ser específica, mensurável, alcançável, realista e temporal. Muitas das nossas metas são grandes sonhos, são grandes objetivos, por isso são grandes! Às vezes parece que tudo isso é irreal, estão longe da realidade, mas não é! Sabe por quê? É porque você está enxergando um grande sonho e pra o hoje ele é irreal justamente por você não ter condições de realizá-lo. Por isso é muito importante subdividir o prazo dado em partes menores. Por exemplo: se o prazo para realização do seu sonho (meta) é de três anos, divida isso por três e veja qual será sua cota anual. Continue dividindo e descubra a sua cota por mês e também por semana, prossiga até descobrir o que você tem que fazer a cada dia e o que você tem que fazer hoje para aproximá-lo do seu objetivo (da sua meta). É isto que você deve fazer: conquistar todos os seus sonhos transformando-os em uma meta específica, mensurável, alcançável, realista e temporal O Plano de Negócios De acordo com o SEBRAE (2004), um plano de negócio é um documento que descreve (por escrito) quais os objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados, diminuindo os riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado. O plano irá ajudá-lo a concluir se
  • 29. a sua ideia é viável e a buscar informações mais detalhadas sobre o seu ramo, os produtos e serviços que pretende oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos fortes e fracos do seu negócio. Modelos de negócios De acordo com o livro “Inovação em Modelos de Negócios”, é a possibilidade de visualizar a descrição do negócio, das partes que o compõem, de forma que a ideia sobre o negócio seja compreendida por quem lê da forma como pretendia o dono do modelo. Um modelo é uma descrição de um sistema. Essa descrição pode ser feita de forma linear, com textos e números, a exemplo do plano de negócios, ou de forma visual, como um desenho, um boneco, um gráfico. Desenhar o Modelo de Negócios antecede a elaboração do plano de negócios. É por meio da análise e reflexão sobre ele que será possível perceber se a ideia original terá validade, se todas as partes se encaixam formando verdadeiramente um sistema. A ferramenta utilizada é o quadro, pois permite visualizar as principais funções de um negócio em blocos relacionados, no qual se pode descrever, visualizar e alterar os modelos de negócios. Usar recursos visuais (como o Quadro, adesivos autocolantes e cores) é também uma maneira divertida de trabalhar de forma colaborativa. Sempre é bom quando se está criando poder ouvir a opinião de possíveis sócios, parceiros, potenciais clientes, familiares, amigos, enfim, quem estiver disposto a ajudar. Afinal, qualquer pessoa ao ver o quadro completo, deve ser capaz de visualizar o modelo e sugerir inovações que poderão depois ser validadas. Lembre-se: ao criar o modelo, o papel aceita tudo. Você pode imaginar diferentes situações e depois testar e escolher aquelas que vão realmente ser implementadas. O Quadro é uma ferramenta para criação de Modelo de Negócios, que reúne nove blocos que compõem um negócio, agrupados em quatro questões que precisam ser respondidas: 1. Vou fazer o que? Essa resposta será a sua Proposta de Valor. 2. Para quem vou fazer? Aqui, estão incluídos três blocos: segmento de cliente; canais e relacionamento com clientes. 3. Como vou fazer? Descubram quais são os recursos principais; as atividades e os parceiros principais. 4. Quanto? Avaliem quais e como serão obtidas as receitas e qual será a estrutura de custos para viabilizar o negócio.
  • 30. Importância do Plano de Negócios Segundo José Carlos Assis Dornelas, em seu livro Empreendedorismo: Transformando Ideias em Negócios, a importância do plano de negócios de acordo com Sahlman (1997), professor da Harvard Bussines School, é que poucas áreas têm atraído tanta atenção dos homens de negócios nos Estados Unidos como os planos de negócios. Dezenas de livros e artigos têm sido escritos e publicados naquele país sobre o assunto, propondo fórmulas milagrosas de como escrever um plano de negócios que revolucionará a empresa. Isso tem ocorrido também no Brasil, inicialmente devido ao fervor da nova economia (a internet) e às possibilidades de enriquecer da noite para o dia. E mais recentemente devido a programas específicos de capacitação de empreendedores em todo o país, em que o plano de negócios se tornou o foco principal. O cuidado a ser tomado é o de escrever um plano de negócios com todo o conteúdo que se aplica a esse documento e que não contenha números recheados de entusiasmo ou fora da realidade. Nesse caso, pior que não planejar é fazê-lo erroneamente e, pior ainda, conscientemente. Que seja uma ferramenta para o empreendedor expor suas ideias em uma linguagem que os leitores do plano de negócios entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabilidade de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras. Resumindo, é importante que o plano de negócios possa demonstrar a viabilidade de se atingir uma situação futura, mostrando como a empresa pretende chegar lá. Então, o que o empresário precisa é de um plano de negócios que lhe sirva de guia, que seja revisado periodicamente e que permita alterações visando vender a ideia ao leitor do seu plano de negócios. Estrutura do Plano de Negócios Sumário Executivo: fará o leitor ou o investidor decidir se continuará ou não a ler o plano de negócios. Deve conter os pontos principais e mais interessantes do plano, devendo ser dirigido ao seu público-alvo e deixar claro qual o objetivo do plano de negócios em relação ao leitor. Deve ser a última seção a ser escrita, pois depende de todas as outras seções do plano para ser elaborado. Apresentação da Empresa: deve-se descrever a empresa, seu histórico, crescimento, faturamento nos últimos anos, sua razão social, impostos, estrutura organizacional, localização, certificações de qualidade, serviços terceirizados, CNPJ, setor de atividade, forma jurídica, etc. Plano de Marketing: aqui será descrito o setor, o mercado, a forma de comercialização, distribuição e divulgação do produto, preços, concorrentes, vantagens competitivas, cor, sabores, marca, tamanho, rótulo, serviços prestados, garantias oferecidas, estudo dos clientes, estudo dos fornecedores, etc. Se necessário, fotografar os produtos, para servir como documentação de apoio. Plano Operacional: descrição do fluxo operacional, cadeia de suprimentos, controle de qualidade, capacidade produtiva, logística, arranjo físico, processo de produção e/ou de comercialização, necessidade de pessoal, etc. Plano de Recursos Humanos: aqui devem ser apresentados os planos de desenvolvimento e treinamento de pessoal da empresa. Devem ser indicadas as metas de treinamento associadas às ações do Plano Operacional, as metas de treinamento estratégico de longo prazo, apresentar o nível educacional e a experiência dos executivos, gerentes e funcionários operacionais, indicando-se os esforços da empresa na formação de seu pessoal. Plano Financeiro: deve apresentar em números todas as ações planejadas para a empresa e as
  • 31. comprovações por meio de projeções futuras (quanto necessita de capital, quando e com que propósito). Deve conter demonstrativo de fluxo de caixa, balanço patrimonial, análise do ponto de equilíbrio, capital social, necessidades de investimentos, demonstrativos de resultados, etc. Anexos: esta seção deve conter informações adicionais julgadas importantes para o melhor entendimento do plano de negócios. Incluir a relação dos curriculum vitae dos sócios e dirigentes da empresa, fotos dos produtos, plantas da localização, roteiros e resultados das pesquisas de mercado, material de divulgação, folders, catálogos, estatutos, contrato social da empresa, etc. Preparação do Plano de Negócios De acordo com Claudia Pavani no seu artigo sobre o plano de negócios, ela destaca aspectos importantes na apresentação do plano. “Fundamentalmente, não devem existir ‘buracos de informação’. As informações contidas devem passar a ideia de encadeamento e coerência entre os diferentes elementos do plano”. 1. Chegue a um consenso entre os principais envolvidos na condução da empresa: Uma empresa em geral possui vários sócios e, apesar de parecer que todos têm os mesmos objetivos para a empresa, isto nem sempre é verdade. Antes do início da sua elaboração é importante que todos tenham concordado com as principais linhas de ação da empresa e do caminho que ela irá trilhar. 2. Defina o responsável pela elaboração do documento com os demais envolvidos: Apesar de o documento ser resultado de um consenso entre os principais envolvidos, é fundamental que se eleja a pessoa que irá elaborá-lo e coordenar os trabalhos de todos. 3. Identifique o público alvo: Antes de escrever um bom Plano de Negócios, é importante determinar quem irá lê-lo, o que eles sabem sobre sua empresa, o que precisam saber e de que maneira irão usar a informação ali contida. As necessidades de informação do seu público devem estar relacionadas com a mensagem que você deseja comunicar. 4. Faça um rascunho do que será o Plano de Negócios, delineando as ideias principais: Agora que já sabe quem irá ler o Plano de Negócios, é mais fácil saber para quais áreas dar mais destaque. Com essa base, prepare um esquema geral do conteúdo do Plano de Negócios. 5. Revise o rascunho: Corrija, elimine informações não relevantes, adicione novas informações, elimine-as novamente e repita o ciclo. Invista tempo nesta fase, é a mais importante. Lembre-se que é a melhor oportunidade para pensar. 6. Pesquise antes de gerar informação para o Plano de Negócios: As informações contidas devem se caracterizar por serem: importante, lógicas, atualizadas, profundas, confiáveis, objetivas. O que garante que seu plano tenha todas essas características é a seleção dos dados a serem utilizados através do estabelecimento de critérios que avaliem o tipo de informação a ser gerada. A pesquisa permite que os dados sejam provenientes de fontes confiáveis. 7. Revise o Plano de Negócios: Uma vez que o plano esteja pronto, revise-o junto a pessoas de confiança que façam parte da empresa, de maneira a verificar sua apresentação, clareza, lógica, conteúdo, objetividade. Verifique que, para cada informação ali contida, você dispõe de recursos para justificar as afirmações, caso seja questionado.
  • 32. 8. Atualize o Plano de Negócios: O Plano de Negócios é tão dinâmico quanto à empresa. As informações devem ser atualizadas, portanto é necessário ter muito cuidado na atualização, de maneira a manter as mesmas características do plano anterior. Apresentação do Plano de Negócio 1. Sumário Executivo; 2. Visão e missão da empresa/empreendimento; 3. Descrição geral da empresa/empreendimento; 4. Tecnologia; 5. Análise estratégica; 6. Plano de marketing; 7. Plano financeiro; 8. Anexos. 1. Resumo Executivo: Trata-se de um resumo breve do projeto, contendo no máximo duas páginas. Este resumo deverá abordar os pontos-chave do projeto, tais como produto a ser desenvolvido, tecnologia envolvida, mercado real e potencial e uma breve descrição dos investimentos necessários e retornos esperados. 2. Visão e Missão da Empresa/Empreendimento: O candidato deverá estabelecer a visão e missão de sua empresa. A visão define o que o empresário/empreendedor visualiza como futuro para sua empresa, no seu setor de atividade. Já a missão define como o empresário/empreendedor se projeta na visão, ou seja, o que a empresa irá fazer para alcançar a visão. 3. Descrição Geral da Empresa/Empreendimento: Na descrição geral da empresa/empreendimento o deve-se apresentar a estrutura do seu negócio abordando os seguintes pontos: • Histórico – breve histórico da evolução da empresa (ou projeto de empresa) de sua fundação até o presente, destacando os eventos de maior importância; breve currículo dos principais executivos, destacando sua experiência empresarial/gerencial; evolução do(s) produtos e tecnologias envolvidas; • Descrição Legal – nome da empresa, tipo de empresa (pequena e/ou média), sociedade (anônima, Ltda. etc.), Localização (se já existente); setor ao qual pertence e segmento em que opera ou pretende operar. • Equipe gerencial – Um organograma com uma breve descrição do perfil da equipe com suas responsabilidades no empreendimento. • Parcerias e alianças estratégicas – Uma breve análise das parcerias e alianças consolidadas ou potencial, com objetivos de: acesso a novas tecnologias, acesso a novos mercados e novos canais de distribuição, fornecedores e outras informações que julgar relevantes. 4. Tecnologia: Deverá apresentar uma breve descrição do produto, processo ou serviço a ser desenvolvido e a tecnologia a ser empregada, dando destaque para os aspectos de inovação e do domínio da
  • 33. tecnologia pelo(s) proponente(s). 5. Análise Estratégica: O candidato deverá apresentar uma análise estratégica do seu projeto, identificando pontos fortes e pontos fracos (ambiente interno), possíveis ameaças e oportunidades (ambiente externo), riscos, diferencial competitivo, concorrentes atuais e potenciais, possíveis produtos substitutos, seu nicho, parceiros atuais e potenciais, fornecedores. Deverá estabelecer metas e objetivos e apresentar os cronogramas físico e financeiro do empreendimento. Deverá mencionar outras informações que julgue importantes. 6. Plano de Marketing: No plano de marketing o candidato deverá descrever seu produto, comparando-o com similares no mercado, tecnologia empregada, domínio de plataformas e protocolos, investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), e outros itens que julgar importantes. Deverá definir sua distribuição, estabelecendo mercados (segmentos), perfil do consumidor, público alvo e canais de distribuição. Também, deverá estabelecer: formas de promoção, vendas e assistência técnica, preços, benefícios, diferencial e outras informações que julgue relevantes. 7. Plano Financeiro: No plano financeiro o candidato deverá abordar suas necessidades de investimentos fixos e de capital de giro, especificando origem dos recursos (capital próprio e/ou de terceiros) e planos de reinvestimentos, projetando despesas e receitas, margem de lucro e ponto de equilíbrio, bem como suas projeções do faturamento e expectativas de retorno (taxas, prazos, etc.), detalhando através do cronograma de investimentos financeiros. 8. Anexos: Deverão ser anexados (em cada uma das cópias do plano de negócios), os seguintes itens: • Cópia de identidade, CPF e comprovante de residência dos proponentes; • Os currículos dos proponentes, dando destaque para sua experiência empresarial/gerencial e formação tecnológica; • Declaração atestando seu conhecimento e aceitação dos termos deste edital; • Certidões Negativas de Títulos e Protestos retiradas em Cartório; • Declaração de Nada Consta do SPC dos candidatos e da empresa (caso já constituída); • Os três últimos balanços gerais da empresa, no caso de empresa já existente
  • 34. Referências: Teste do perfil empreendedor. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/customizado/atendimento/teste-aqui-seu-perfil-empreendedor. Acesso em 15 de fevereiro de 2014 às 19:00. Tire suas dúvidas sobre como abrir um negócio. Disponível em:http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/pagina/empreendedor.html. Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 09:31. Perfil: qual a diferença entre empresário e empreendedor? Disponível em: http://www.administradores.com.br/noticias/administracao-e-negocios/perfil-qual-a-diferenca-entre- empresario-e-empreendedor/7695/. Acesso em 15 de novembro de 2014 às 19:30. DORNELAS, J.C.A. O Processo Empreendedor- Editora Elsevier. Disponível em http://www.josedornelas.com.br/wp-content/uploads/2008/02/ empreendedorismo_ capitulo_2.pdf. Acesso em 10 de abril de 2011. TIMMONS, J.A. New Venture Creation: Entrepreneurship for 21st Century. Chicago, IL: Irvin, 4th ed. 1994. MUELLER, A. O papel do empreendedor no desenvolvimento econômico. Disponível em: http://ordemlivre.org/posts/o-papel-do-empreendedor-no-desenvolvimento-economico. Acesso em 15 de fevereiro de 2014 às 19:20. DINIZ, L; GOMES, M. Associação Brasileira de Engenharia de Produção. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2010_TN_STO_113_739_15296.pdf. Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 11:10. Afinal, qual a diferença entre ideia de negócio e oportunidade de negócio? (Texto adaptado de Prof. José Dornelas – Ideia x Oportunidade em (http://brasil.business-opportunities.biz/2006/04/22/ideia- x-oportunidade/) Disponível em: http://consultoriamki.wordpress.com/2012/03/12/afinal-qual-a- diferenca-entre-ideia-de-negocio-e-oportunidade-de-negocio/. Acesso em 03 de março de 2014 às 10:25. ConCidades/PB cria Resolução Recomendada ao Ministério das Cidades. Disponível em: http://cehap.pb.gov.br/noticia/concidadespb+cria+resolucao+recomendada+ao+ministerio+das+cida des-60. Acesso em 08 de março de 2014 às 11:30. Quatro dicas para identificar uma oportunidade de negócio. Disponível em: http://revistapegn.globo.com/Revista/Common/0,,EMI80287-17189,00- QUATRO+DICAS+PARA+IDENTIFICAR+OPORTUNIDADES+DE+NEGOCIO.html. Acesso em 11 de março de 2014 às 21:06. Avaliando uma oportunidade. Disponível em:
  • 35. http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/37709/avaliando-uma-oportunidade. Acesso em 11 de março de 2014 às 17:00. Conheça as 10 características que compõem o perfil do empreendedor. Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/03/conheca-as-10-caracteristicas-que- compoem-o-perfil-do-empreendedor-3702459.html. Acesso em 16 de fevereiro de 2014 às 09:30. Roteiro para apresentação do Plano de Negócio. Disponível em: http://www.incubadora.lncc.br/documentos/Roteiro.pdf. Acesso em 30/03/2014 às 16:05. MOREIRA, C; PARRON, F; SHITARA, J; FUES, L; COSTA, N; BELLO, P. Disponível em: http://www.mundodakeka.com.br/MeioAmbiente/AnaliseMeioAmbiente.pdf. Acesso em 30 de março de 2014 às 16:30.