1. O documento é uma antologia de poetas de Brasília organizada para celebrar o 50o aniversário da cidade.
2. A antologia reúne 50 poetas, a maioria não nascidos originalmente em Brasília, mas que contribuíram para a construção da poesia e cultura da cidade.
3. O organizador argumenta que a poesia foi um dos segmentos criativos que melhor se adaptou a Brasília e que a antologia busca representar poetas de todas as fases da literatura da capital.
No I centenário do poeta Emiliano da CostaJosé Mesquita
Este documento descreve a vida e obra do poeta português Emiliano da Costa no ano do seu primeiro centenário da morte. Resume sua biografia, carreira como médico e poeta, e analisa sua poesia focada na natureza e cultura algarvia. Também sugere converter sua casa em museu em homenagem e preservar seu legado cultural.
Artigo biobibliográfico sobre a obra literária deste poeta algarvio, falecido em 1989, e infelizmente já praticamente esquecido pelos seus comprovincianos. Consegui recentemente que a Câmara Municipal de Faro lhe atribuísse a designação de uma rua.
Este pequeno artigo é uma espécie de última homenagem à sua memória.
Este documento fornece informações biográficas e literárias sobre o poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes sobre sua vida, contexto histórico e literário, características poéticas, temas e evolução estilística. Cesário Verde retratou a realidade da cidade de Lisboa do século XIX de forma realista através de descrições detalhadas do cotidiano. Sua poesia evoluiu de um estilo mais romântico para um estilo naturalista e impressionista.
Este documento apresenta um perfil do poeta brasileiro Casemiro José Marques de Abreu. O autor descreve a vida infeliz de Abreu, marcada pelo exílio, amores não correspondidos e decepções. Isso, somado ao sentimentalismo da época, levou Abreu a desenvolver um sentimento de descontentamento refletido em sua obra. O autor então inicia uma análise da concepção estética e emoção presentes na obra de Abreu.
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveJosé Mesquita
Poucos saberão certamente que o escritor Aquilino Ribeiro fez as suas primícias de publicista emérito no Algarve, mais precisamente na vila de Olhão, tendo escolhido para palco da sua estreia jornalística o semanário «O Cruzeiro do Sul», fundado e dirigido por José Marques Corpas Centeno, dedicado secretário da edilidade local e notável publicista. Trata-se de um pormenor biográfico, frequentemente descurado, que à primeira vista poderá parecer irrelevante mas que, no fundo, assume particular interesse para o roteiro literário e estilístico do autor do Malhadinhas. Por outro lado, constitui um elemento de insofismável orgulho para a História da Imprensa Algarvia, que de forma alguma se poderá desdenhar, sob pena de incorrermos num verdadeiro atentado à memória daquele que muito justamente se considera como o maior romancista português do século XX.
Cesário Verde retratou a cidade de Lisboa no século XIX através de vários movimentos literários como o Romantismo, Realismo e Simbolismo. Sua poesia contrasta a vida na cidade e no campo, criticando as condições difíceis dos trabalhadores urbanos enquanto celebra a vitalidade do meio rural. Ele também explorou temas como a dicotomia entre mulheres citadinas e camponesas.
O documento apresenta um livro de poesias escrito por Ana Carla. Contém informações sobre a autora, como sua biografia e formação, além de detalhes sobre a publicação como ano, editora e gênero. Há também poemas e textos da autora descrevendo seu processo criativo e afiliação ao movimento literário Lascivinismo.
O documento resume o livro "Vida e Morte do Bandeirante", de Alcantara Machado, que estudou inventários de 1578 a 1700 para reconstituir a vida cotidiana dos paulistas do século XVII. O autor mostra que os bandeirantes eram pobres, analfabetos e viviam em constante luta contra dificuldades, contrariando a visão romântica de Oliveira Viana. A obra contribuiu para o estudo da história social brasileira com base em documentos culturais.
No I centenário do poeta Emiliano da CostaJosé Mesquita
Este documento descreve a vida e obra do poeta português Emiliano da Costa no ano do seu primeiro centenário da morte. Resume sua biografia, carreira como médico e poeta, e analisa sua poesia focada na natureza e cultura algarvia. Também sugere converter sua casa em museu em homenagem e preservar seu legado cultural.
Artigo biobibliográfico sobre a obra literária deste poeta algarvio, falecido em 1989, e infelizmente já praticamente esquecido pelos seus comprovincianos. Consegui recentemente que a Câmara Municipal de Faro lhe atribuísse a designação de uma rua.
Este pequeno artigo é uma espécie de última homenagem à sua memória.
Este documento fornece informações biográficas e literárias sobre o poeta português Cesário Verde. Apresenta detalhes sobre sua vida, contexto histórico e literário, características poéticas, temas e evolução estilística. Cesário Verde retratou a realidade da cidade de Lisboa do século XIX de forma realista através de descrições detalhadas do cotidiano. Sua poesia evoluiu de um estilo mais romântico para um estilo naturalista e impressionista.
Este documento apresenta um perfil do poeta brasileiro Casemiro José Marques de Abreu. O autor descreve a vida infeliz de Abreu, marcada pelo exílio, amores não correspondidos e decepções. Isso, somado ao sentimentalismo da época, levou Abreu a desenvolver um sentimento de descontentamento refletido em sua obra. O autor então inicia uma análise da concepção estética e emoção presentes na obra de Abreu.
As primicias jornalísticas de mestre Aquilino Ribeiro no AlgarveJosé Mesquita
Poucos saberão certamente que o escritor Aquilino Ribeiro fez as suas primícias de publicista emérito no Algarve, mais precisamente na vila de Olhão, tendo escolhido para palco da sua estreia jornalística o semanário «O Cruzeiro do Sul», fundado e dirigido por José Marques Corpas Centeno, dedicado secretário da edilidade local e notável publicista. Trata-se de um pormenor biográfico, frequentemente descurado, que à primeira vista poderá parecer irrelevante mas que, no fundo, assume particular interesse para o roteiro literário e estilístico do autor do Malhadinhas. Por outro lado, constitui um elemento de insofismável orgulho para a História da Imprensa Algarvia, que de forma alguma se poderá desdenhar, sob pena de incorrermos num verdadeiro atentado à memória daquele que muito justamente se considera como o maior romancista português do século XX.
Cesário Verde retratou a cidade de Lisboa no século XIX através de vários movimentos literários como o Romantismo, Realismo e Simbolismo. Sua poesia contrasta a vida na cidade e no campo, criticando as condições difíceis dos trabalhadores urbanos enquanto celebra a vitalidade do meio rural. Ele também explorou temas como a dicotomia entre mulheres citadinas e camponesas.
O documento apresenta um livro de poesias escrito por Ana Carla. Contém informações sobre a autora, como sua biografia e formação, além de detalhes sobre a publicação como ano, editora e gênero. Há também poemas e textos da autora descrevendo seu processo criativo e afiliação ao movimento literário Lascivinismo.
O documento resume o livro "Vida e Morte do Bandeirante", de Alcantara Machado, que estudou inventários de 1578 a 1700 para reconstituir a vida cotidiana dos paulistas do século XVII. O autor mostra que os bandeirantes eram pobres, analfabetos e viviam em constante luta contra dificuldades, contrariando a visão romântica de Oliveira Viana. A obra contribuiu para o estudo da história social brasileira com base em documentos culturais.
1) José Joaquim de Campos Leão de Qorpo-Santo escreveu e imprimiu sua Ensiqlopédia ou Seis mezes de huma enfermidade entre as décadas de 1860 e 1870 no Rio Grande do Sul.
2) Qorpo-Santo sofreu um longo processo judicial que resultou em sua internação em um manicômio e posterior interdição por suposta loucura.
3) Sua obra, composta por nove volumes, é uma produção desconexa e fragmentada que desintegra o cotidiano e o torna
[1] Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e faleceu em 1886, tendo trabalhado como funcionário público. [2] Sua poesia objetivista descreveu a vida urbana e camponesa de forma única. [3] Embora criticado por alguns, sua obra influenciou muitos poetas portugueses posteriores.
1) A Questão Coimbrã foi a primeira manifestação da Geração de 70 que contestou o ultrarromantismo de Castilho e defendeu novas ideias.
2) As Conferências do Casino, lideradas por Antero de Quental, debateram ideias modernas com o objetivo de aproximar Portugal da Europa.
3) O Realismo e o Naturalismo surgiram como novas correntes literárias que objetivavam retratar a realidade de forma mais fiel e promover reformas sociais.
1. O documento discute o pioneirismo de Ataíde Oliveira no monografismo algarvio, produzindo estudos detalhados sobre vários concelhos da região.
2. Explica que as monografias surgiram como forma de conhecer melhor a realidade local e regional, analisando aspectos históricos, culturais e econômicos.
3. Aponta que o espírito regionalista esteve na origem de muitas monografias, especialmente em regiões periféricas, como forma de dar visibilidade a essas localidades.
Este documento analisa possíveis comparações entre as obras do dramaturgo brasileiro Qorpo-Santo e do dramaturgo português do século XVI Gil Vicente. Aponta semelhanças entre as estruturas, temas, significados e estilos encontrados em algumas peças de ambos os autores. Argumenta que Qorpo-Santo provavelmente conhecia a obra de Gil Vicente.
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
Trata-se de um breve apontamento sobre o significado histórico do Cenotáfio, enquanto túmulo simbólico ou memorial em homenagem aos heróis caídos em defesa da pátria, da religião, da liberdade ou de supremos ideais humanitários.
Calou-se para sempre a voz da eloquência algarvia, o verbo da mediação cívica e da desinteressada ação política, que tudo fez para engrandecer a sua pátria natal. Foi um cidadão exemplar, humilde e desprovido de vaidades, que soube granjear o respeito dos seus conterrâneos e admiração pelos seus colegas e alunos. Acima de tudo foi um homem íntegro, desprendido de interesses, com um forte caráter e de princípios éticos que serviram de exemplo a todos os que o conheceram ou com ele conviveram. Como humanista e homem de cultura, deixou uma vincada imagem de erudição, atestada na vasta obra legada em livro, mas também nas conferências que pronunciou e nos congressos e colóquios, nacionais e internacionais, em que participou. Deixou-nos na memória a recordação do académico competente e do historiador proficiente, do jurista impoluto e do editor mecenas. Mas também guardamos dele o acrisolado amor regionalista e a convicção algarviísta que a todos compete imitar
Gregório de Matos Guerra (1636-1696) foi um poeta barroco brasileiro conhecido como "Boca do Inferno" por suas sátiras mordazes. Sua obra abrange poesia religiosa, lírica amorosa e sátira política, influenciada pelo estilo de Góngora e Quevedo. Ele ridicularizou figuras de autoridade e introduziu linguagem popular na literatura brasileira.
Este documento apresenta a introdução de um livro sobre a história da literatura brasileira escrito por José Veríssimo. A introdução descreve que a literatura brasileira colonial seguiu estritamente a literatura portuguesa, sem características que a diferenciassem. Somente no século XIX, com o Romantismo, a literatura brasileira começou a expressar um espírito nacional diferenciado.
Na vida de Florbela Espanca existem muitos pontos obscuros (ou menos esclarecidos), que apenas se afloraram sem, contudo, se ousar penetrar no âmago ou na essência das razões que os originaram. A permanência da poetisa em terras do Algarve é um dos trajectos biográficos mais ignorados pelos investigadores, ensaístas e historiadores da nossa cultura. Talvez o facto dessa estadia ter sido curta, transitória e efémera, explique o pouco interesse da investigação. De igual modo se admite que sendo o Algarve uma região predestinada para o turismo tenha levado os estudiosos a supôr que Florbela demandou estas paragens apenas por motivos de lazer. Mas também há quem por falso pudor, imaculando a figura literária de Florbela, procure ignorar essa presença, sabendo de antemão que ela se ficou a dever ao definitivo encerramento das suas naturais expectativas de mulher-mãe.
O documento descreve o contexto histórico-cultural no qual Eça de Queirós escreveu o romance Os Maias. Apresenta o contexto da segunda metade do século XIX em Portugal, marcado por desenvolvimento econômico e estabilidade política. No entanto, culturalmente, dominava ainda o ultra-romantismo. Descreve também o contexto da década de 1870, com a introdução do realismo e naturalismo através da Questão Coimbrã e do Cenáculo. Finalmente, aborda brevemente a estrutura e temas de Os Ma
O documento discute a poesia concreta no Brasil dos anos 1950 e 1960, apresentando: 1) Seu surgimento no contexto cultural da época; 2) Os poetas pioneiros do movimento concretista liderado por Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos através da revista Noigandres; 3) Como a poesia concreta rompeu com as regras formais da versificação e propôs o poema como objeto que explora recursos visuais, sonoros e semânticos.
O documento discute diferentes tipos de tempo presentes no romance "Os Maias": 1) Tempo cronológico que segue a ordem dos dias e anos vividos pelas personagens; 2) Tempo da história que apresenta a narrativa dos eventos; 3) Tempo psicológico que reflete as emoções e vivências internas das personagens ao longo do tempo.
O documento resume brevemente a vida e obras de seis autores portugueses do período Barroco: Francisco Rodrigues Lobo, Dom Francisco Manuel de Melo, Antônio José da Silva, Sóror Mariana Alcoforado, Frei Luis de Sousa. A poesia barroca valorizava mais a forma do que o conteúdo, tendendo ao culto estético.
O documento descreve a polémica literária entre os defensores do ultra-romantismo, realismo e naturalismo retratada no romance Os Maias de Eça de Queirós. Durante um jantar, as personagens Tomás de Alencar e João da Ega discutem animadamente sobre os méritos de cada corrente literária, personificando o romantismo agonizante e o naturalismo em ascensão. A discussão destaca as diferenças entre realismo e naturalismo, sendo este último mais analítico e científico na abordagem dos problemas sociais da época
Plano de apresentação oral do livro 'os maias', de eça de queirós.Iva Leão
Eça de Queirós foi um importante romancista português do século XIX. Nasceu em 1845 e estudou Direito antes de trabalhar como administrador municipal e cônsul em Portugal e Inglaterra. Foi pioneiro do realismo na literatura portuguesa e escreveu obras importantes como "Os Maias" antes de falecer em 1900.
O documento descreve as principais características da literatura do Quinhentismo e do Barroco no Brasil. O Quinhentismo foi representado pela literatura jesuítica de catequese e literatura informativa. O Barroco se desenvolveu após reformas religiosas e foi marcado pelo exagero linguístico e dualismo de ideias. A poesia exemplifica a instabilidade das coisas do mundo.
Este documento discute o simbolismo dos espaços geográficos na obra Os Maias de Eça de Queirós. Coimbra representa a formação acadêmica e o romantismo da juventude. Lisboa simboliza a sociedade portuguesa da época, incapaz de se modernizar. Santa Olávia e Sintra são lugares de refúgio e escapismo para as personagens.
O documento discute a origem do termo "sátira" e sua relação com a deusa romana Ceres. Também apresenta alguns dos principais poetas satíricos da Roma Antiga, como Horácio, Persius e Juvenal, destacando suas obras e estilo de criticar os defeitos humanos de forma irônica.
O documento descreve a carreira e obra do poeta cearense Juvenal Galeno, um expoente do Simbolismo no Brasil. O texto destaca como a Casa de Cultura Juvenal Galeno editou e compilou toda a sua obra poética em dois volumes para celebrar seu legado. Resume também dois de seus poemas mais famosos, "Cajueiro Pequenino" e "Dizei-me Linda Jangada", que refletem seu estilo conciso.
1) José Joaquim de Campos Leão de Qorpo-Santo escreveu e imprimiu sua Ensiqlopédia ou Seis mezes de huma enfermidade entre as décadas de 1860 e 1870 no Rio Grande do Sul.
2) Qorpo-Santo sofreu um longo processo judicial que resultou em sua internação em um manicômio e posterior interdição por suposta loucura.
3) Sua obra, composta por nove volumes, é uma produção desconexa e fragmentada que desintegra o cotidiano e o torna
[1] Cesário Verde nasceu em 1855 em Lisboa e faleceu em 1886, tendo trabalhado como funcionário público. [2] Sua poesia objetivista descreveu a vida urbana e camponesa de forma única. [3] Embora criticado por alguns, sua obra influenciou muitos poetas portugueses posteriores.
1) A Questão Coimbrã foi a primeira manifestação da Geração de 70 que contestou o ultrarromantismo de Castilho e defendeu novas ideias.
2) As Conferências do Casino, lideradas por Antero de Quental, debateram ideias modernas com o objetivo de aproximar Portugal da Europa.
3) O Realismo e o Naturalismo surgiram como novas correntes literárias que objetivavam retratar a realidade de forma mais fiel e promover reformas sociais.
1. O documento discute o pioneirismo de Ataíde Oliveira no monografismo algarvio, produzindo estudos detalhados sobre vários concelhos da região.
2. Explica que as monografias surgiram como forma de conhecer melhor a realidade local e regional, analisando aspectos históricos, culturais e econômicos.
3. Aponta que o espírito regionalista esteve na origem de muitas monografias, especialmente em regiões periféricas, como forma de dar visibilidade a essas localidades.
Este documento analisa possíveis comparações entre as obras do dramaturgo brasileiro Qorpo-Santo e do dramaturgo português do século XVI Gil Vicente. Aponta semelhanças entre as estruturas, temas, significados e estilos encontrados em algumas peças de ambos os autores. Argumenta que Qorpo-Santo provavelmente conhecia a obra de Gil Vicente.
Cenótáfio do bispo D. António Pereira da Silva na Sé de FaroJosé Mesquita
Trata-se de um breve apontamento sobre o significado histórico do Cenotáfio, enquanto túmulo simbólico ou memorial em homenagem aos heróis caídos em defesa da pátria, da religião, da liberdade ou de supremos ideais humanitários.
Calou-se para sempre a voz da eloquência algarvia, o verbo da mediação cívica e da desinteressada ação política, que tudo fez para engrandecer a sua pátria natal. Foi um cidadão exemplar, humilde e desprovido de vaidades, que soube granjear o respeito dos seus conterrâneos e admiração pelos seus colegas e alunos. Acima de tudo foi um homem íntegro, desprendido de interesses, com um forte caráter e de princípios éticos que serviram de exemplo a todos os que o conheceram ou com ele conviveram. Como humanista e homem de cultura, deixou uma vincada imagem de erudição, atestada na vasta obra legada em livro, mas também nas conferências que pronunciou e nos congressos e colóquios, nacionais e internacionais, em que participou. Deixou-nos na memória a recordação do académico competente e do historiador proficiente, do jurista impoluto e do editor mecenas. Mas também guardamos dele o acrisolado amor regionalista e a convicção algarviísta que a todos compete imitar
Gregório de Matos Guerra (1636-1696) foi um poeta barroco brasileiro conhecido como "Boca do Inferno" por suas sátiras mordazes. Sua obra abrange poesia religiosa, lírica amorosa e sátira política, influenciada pelo estilo de Góngora e Quevedo. Ele ridicularizou figuras de autoridade e introduziu linguagem popular na literatura brasileira.
Este documento apresenta a introdução de um livro sobre a história da literatura brasileira escrito por José Veríssimo. A introdução descreve que a literatura brasileira colonial seguiu estritamente a literatura portuguesa, sem características que a diferenciassem. Somente no século XIX, com o Romantismo, a literatura brasileira começou a expressar um espírito nacional diferenciado.
Na vida de Florbela Espanca existem muitos pontos obscuros (ou menos esclarecidos), que apenas se afloraram sem, contudo, se ousar penetrar no âmago ou na essência das razões que os originaram. A permanência da poetisa em terras do Algarve é um dos trajectos biográficos mais ignorados pelos investigadores, ensaístas e historiadores da nossa cultura. Talvez o facto dessa estadia ter sido curta, transitória e efémera, explique o pouco interesse da investigação. De igual modo se admite que sendo o Algarve uma região predestinada para o turismo tenha levado os estudiosos a supôr que Florbela demandou estas paragens apenas por motivos de lazer. Mas também há quem por falso pudor, imaculando a figura literária de Florbela, procure ignorar essa presença, sabendo de antemão que ela se ficou a dever ao definitivo encerramento das suas naturais expectativas de mulher-mãe.
O documento descreve o contexto histórico-cultural no qual Eça de Queirós escreveu o romance Os Maias. Apresenta o contexto da segunda metade do século XIX em Portugal, marcado por desenvolvimento econômico e estabilidade política. No entanto, culturalmente, dominava ainda o ultra-romantismo. Descreve também o contexto da década de 1870, com a introdução do realismo e naturalismo através da Questão Coimbrã e do Cenáculo. Finalmente, aborda brevemente a estrutura e temas de Os Ma
O documento discute a poesia concreta no Brasil dos anos 1950 e 1960, apresentando: 1) Seu surgimento no contexto cultural da época; 2) Os poetas pioneiros do movimento concretista liderado por Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos através da revista Noigandres; 3) Como a poesia concreta rompeu com as regras formais da versificação e propôs o poema como objeto que explora recursos visuais, sonoros e semânticos.
O documento discute diferentes tipos de tempo presentes no romance "Os Maias": 1) Tempo cronológico que segue a ordem dos dias e anos vividos pelas personagens; 2) Tempo da história que apresenta a narrativa dos eventos; 3) Tempo psicológico que reflete as emoções e vivências internas das personagens ao longo do tempo.
O documento resume brevemente a vida e obras de seis autores portugueses do período Barroco: Francisco Rodrigues Lobo, Dom Francisco Manuel de Melo, Antônio José da Silva, Sóror Mariana Alcoforado, Frei Luis de Sousa. A poesia barroca valorizava mais a forma do que o conteúdo, tendendo ao culto estético.
O documento descreve a polémica literária entre os defensores do ultra-romantismo, realismo e naturalismo retratada no romance Os Maias de Eça de Queirós. Durante um jantar, as personagens Tomás de Alencar e João da Ega discutem animadamente sobre os méritos de cada corrente literária, personificando o romantismo agonizante e o naturalismo em ascensão. A discussão destaca as diferenças entre realismo e naturalismo, sendo este último mais analítico e científico na abordagem dos problemas sociais da época
Plano de apresentação oral do livro 'os maias', de eça de queirós.Iva Leão
Eça de Queirós foi um importante romancista português do século XIX. Nasceu em 1845 e estudou Direito antes de trabalhar como administrador municipal e cônsul em Portugal e Inglaterra. Foi pioneiro do realismo na literatura portuguesa e escreveu obras importantes como "Os Maias" antes de falecer em 1900.
O documento descreve as principais características da literatura do Quinhentismo e do Barroco no Brasil. O Quinhentismo foi representado pela literatura jesuítica de catequese e literatura informativa. O Barroco se desenvolveu após reformas religiosas e foi marcado pelo exagero linguístico e dualismo de ideias. A poesia exemplifica a instabilidade das coisas do mundo.
Este documento discute o simbolismo dos espaços geográficos na obra Os Maias de Eça de Queirós. Coimbra representa a formação acadêmica e o romantismo da juventude. Lisboa simboliza a sociedade portuguesa da época, incapaz de se modernizar. Santa Olávia e Sintra são lugares de refúgio e escapismo para as personagens.
O documento discute a origem do termo "sátira" e sua relação com a deusa romana Ceres. Também apresenta alguns dos principais poetas satíricos da Roma Antiga, como Horácio, Persius e Juvenal, destacando suas obras e estilo de criticar os defeitos humanos de forma irônica.
O documento descreve a carreira e obra do poeta cearense Juvenal Galeno, um expoente do Simbolismo no Brasil. O texto destaca como a Casa de Cultura Juvenal Galeno editou e compilou toda a sua obra poética em dois volumes para celebrar seu legado. Resume também dois de seus poemas mais famosos, "Cajueiro Pequenino" e "Dizei-me Linda Jangada", que refletem seu estilo conciso.
Literatura Brasileira Contemporaneidade4752Elck Marra
O documento discute a poesia concreta no Brasil dos anos 1950 e 1960, apresentando: 1) Seu surgimento no contexto cultural da época; 2) Os poetas pioneiros do movimento concretista liderado por Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos através da revista Noigandres; 3) Os princípios e técnicas da poesia concreta, como o uso do espaço em branco e recursos gráficos para criar poemas-objetos que exploram diferentes dimensões da palavra.
O documento descreve o contexto histórico e artístico do Modernismo brasileiro entre 1922-1930. A Semana de Arte Moderna de 1922 marcou o início do movimento que rompeu com a estética tradicional e valorizou as novas tendências européias. Nesse período, surgiram importantes revistas, manifestos e obras que questionaram a sociedade e cultura brasileira da época.
1) José Abílio Ferreira nasceu em São José do Rio Preto em 1960 e é jornalista e participou do movimento negro na década de 1980 promovendo a literatura negra;
2) Publicou suas obras nos Cadernos Negros ressaltando a importância da afirmação da identidade negra e da formação do leitor afro-brasileiro;
3) Seu romance Antes do Carnaval retrata as experiências de jovens negros na cidade de São Paulo durante a década de 1980.
1) O documento discute a literatura afro-brasileira e os desafios em reconhecê-la devido a barreiras históricas como o apagamento deliberado de autores negros e a ausência de estudos sobre o tema.
2) Argumenta-se que critérios étnicos ou identitários não devem se sobrepor ao critério da nacionalidade, porém tal visão ignora a exclusão histórica de vozes marginalizadas.
3) A concepção de uma identidade nacional una e coesa precisa ser abalada para que
Considerações acerca da poesia de Chacal e a geração da poesia marginal, surgida no início dos anos 1970. Aula preparada para turma de 3ª série do Ensino Médio.
O documento descreve o surgimento do movimento Verde-Amarelismo em 1926 como uma resposta ao nacionalismo proposto por Oswald de Andrade. Defendia um nacionalismo primitivista e identificado com o fascismo, liderado por Plínio Salgado. Criticava o nacionalismo de Oswald como "afrancesado" e propunha uma arte nacionalista inspirada na cultura indígena tupi.
Resumo do período marcante da Literatura Brasileira, conhecido como o Modernismo, que abriu as portas para a inovação da arte e da cultura, na Semana de Arte Moderna.
Este documento fornece informações sobre a exposição "Soeiro Pereira Gomes - Na Esteira da Liberdade" no Museu do Neo-Realismo para comemorar o centenário do nascimento do escritor Soeiro Pereira Gomes. A exposição apresenta a vida e obra de Soeiro Pereira Gomes através de documentos, fotografias e objetos pessoais doados ao museu. Soeiro Pereira Gomes foi um importante escritor neo-realista português e defensor dos direitos dos trabalhadores.
O documento descreve o Romantismo no Brasil no século XIX, quando a literatura valorizava os sentimentos e a subjetividade individual. Escritores como Gonçalves Dias e Álvares de Azevedo produziram poesia que expressava saudade da pátria e temas como melancolia, tristeza e solidão. O Romantismo brasileiro buscava construir uma identidade nacional, retratando a natureza e cultura do país.
O documento descreve o Trovadorismo, a primeira manifestação literária da língua portuguesa que ocorreu entre os séculos XII e XIV. O Trovadorismo teve suas origens na Provença e se espalhou pela Europa, adquirindo características próprias na língua galego-portuguesa. Os trovadores compunham poesias e canções acompanhadas musicalmente.
E. MÉDIO 2 MANHÃ LITERATURA 08 03 2023 ROMANTISMO NO BRASIL (1).pdfElizeth608
O documento resume o contexto histórico e as características do Romantismo no Brasil e na Europa. O Romantismo surgiu na Inglaterra e Alemanha no século XVIII como uma reação às revoluções burguesas. No Brasil, acompanhou o processo de independência e estimulou a literatura nacionalista, com ênfase na natureza e identidade cultural. A poesia romântica evoluiu por três gerações com temas que incluíam o nacionalismo, amor e denúncia da escravidão.
O documento discute a arte afro-brasileira, comparando a arte africana tradicional com sua recriação no Brasil. Ele também descreve o período do Barroco brasileiro, quando artistas negros como Aleijadinho e Mestre Valentim alcançaram proeminência, deixando uma marca africana duradoura na arte e cultura brasileiras.
O documento discute os períodos literários no Brasil, definindo-os como fases histórico-culturais marcadas por valores estéticos e ideológicos comuns que resultam em obras semelhantes no estilo e visão de mundo. Apresenta características dos períodos Literatura Informativa, Barroco, Arcadismo e Romantismo, incluindo seus principais autores dos séculos XVI a XIX.
O documento discute os períodos literários no Brasil, definindo-os como fases histórico-culturais marcadas por valores estéticos e ideológicos comuns que resultam em obras semelhantes no estilo e visão de mundo. Apresenta características dos períodos Literatura Informativa, Barroco, Arcadismo e Romantismo no Brasil, incluindo principais autores dos séculos XVI-XIX.
1) Cesário Verde e Fernando Pessoa foram poetas de Lisboa que exploraram temas como a solidão do poeta e a relação ambígua com a cidade.
2) Pessoa via Cesário como um mestre e precursor, citando-o frequentemente em seus escritos e personagens como Alberto Caeiro e Álvaro de Campos.
3) Tanto Cesário quanto os heterônimos de Pessoa valorizaram a poesia do quotidiano e do real exterior, influenciando o movimento sensacionista.
Milton Hênio Netto de Gouvêa Discurso de Posse na Sobrames Nacional 1998Sérgio Pitaki
O discurso do presidente da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES) apresenta:
1) A história da associação entre medicina e literatura desde a Grécia Antiga;
2) A importância de médicos que também eram escritores como São Lucas e outros ao longo da história;
3) Seu compromisso em liderar a SOBRAMES com boas intenções para apoiar a união entre ciência e arte.
Semana de Letras 2008 - Letras e Telas de Cabo VerdeRicardo Riso
Letras e telas de Cabo Verde inseridas no tema Diálogos Possíveis, palestra ministrada por Ricardo Riso para a Semana de Letras 2008, na Universidade Estácio de Sá - campus Millôr Fernandes. Dia 04/11/2008, às 21h.
1) O documento descreve um dia quente e abafado na cidade de São Luís do Maranhão, com pouca atividade nas ruas devido ao calor.
2) A única exceção é a Praia Grande e Rua da Estrela, que estão movimentadas com comércio e negociações.
3) Corretores examinam escravos para venda, enquanto comerciantes negociam produtos e fazem transações nos armazéns e leilões.
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A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
5. 5
Deste Planalto Central
— Poetas de Brasília
Salomão Sousa
Organizador
2008
6. 6
@ 2008. Proibida a reprodução.
Direitos autorais reservados aos autores.
Diagramação:
Carlos Alberto
7. 7
Sumário
9 Argumentos do Organizador
23 Afonso Henriques Neto
27 Aglaia Souza
31 Alexandre Marino
35 Alexandre Pilati
39 Álvaro Faleiros
43 Amneres
47 Anderson Braga Horta
53 Angélica Torres
57 Antonio Carlos Osorio
61 Antonio Miranda
67 Astrid Cabral
71 Chico Pôrto
75 Cláudio Murilo Leal
79 Cristina Bastos
83 Eudoro Augusto
87 Ézio Pires
91 Francisco Alvim
95 Francisco Kaq
99 H. Dobal
103 Heitor Humberto de Andrade
107 Hermenegildo Bastos
111 Hugo Mund Junior
117 Joanyr de Oliveira
121 João Bosco Bomfim
8. 8 Sumário
125 João Carlos Taveira
131 José Edson dos Santos
135 Josira Sampaio
139 José Carlos Pereira Peliano
143 José Santiago Naud
147 Julio Cezar Meirelles
151 Lina Tâmega Peixoto
155 Lourdes Teodoro
161 Luiz Martins da Silva
165 Luis Turiba
171 Menezes y Moraes
177 Nelson Carvalho
181 Nilto Maciel
185 Nicolas Behr
191 Otávio Afonso
195 Pedro Tierra (Hamilton Pereira)
203 Reynaldo Jardim
209 Robson Corrêa de Araújo
213 Ronaldo Cagiano
217 Ronaldo Costa Fernandes
223 Salomão Sousa
229 Sylvia Cyntrão
233 TT Catalão
237 Vera Americano
241 Viriato Gaspar
247 Wilson Pereira
251 Xenïa Antunes
255 Referências Biobibliográficas
9. 9
Argumentos do Organizador
“Deste Planalto Central, desta solidão que em
breve se transformará em cérebro das altas de-
cisões nacionais, lanço os olhos mais um vez
sobre o amanhã do meu país e antevejo esta
alvorada com fé inquebrantável e uma con-
fiança sem limites no seu grande destino.”
Juscelino Kubitschek
11. 11
Esta coletânea, que
abriga expressões da poesia brasiliense — atuantes nesta antevéspera do
cinquentenário da Capital —, é item da programação da I Bienal Inter-
nacional de Brasília, promovida pela Biblioteca Nacional de Brasília.
O organizador
acalentava há mais de quinze anos o desejo de agrupar num único vo-
lume aqueles poetas que contribuem com têmpera pessoal para a edi-
ficação da poesia da sociedade cultural no Planalto Central. O convite
da Biblioteca Nacional de Brasília concretiza este desejo.
Ainda é cedo para
o antevisto amanhã do profético discurso de Juscelino Kubitschek,
mas numa velocidade elétrica com argamassa de sangue e sonho de
arquitetos, escritores, músicos… forja-se com arrojo não só a certeza da
centralização de decisões políticas e da abertura de frentes econômicas,
mas forja-se também a certeza da necessária irradiação de cultura. Com
a nova Capital ficou aberta a possibilidade de melhor miscigenação
cultural da população mais a oeste do país. Ao elevar-se como símbolo
da modernidade frente a todas as nações, Brasília extinguiu o conceito
de província, que causou malefícios a tantos criadores não só em razão
do preconceito, mas sobretudo pela ausência de redes de formação e
de divulgação. Desse projeto, os poetas brasilienses têm sobressaído em
12. 12 Salomão Sousa
antologias estrangeiras e nacionais, à medida que os anos passam, numa
representatividade crescente. Basta ver o número deles na Antologia
Comentada da Poesia Brasileira no Século 21 (Publifolha, 2006) e na
Antologia Comentada de Literatura Brasileira (Vozes, 2006).
Por se tratar
de sociedade nascente, ainda são raros os poetas brasilienses naturais.
Pelo que está coletado neste volume transcorridos quase 50 anos da
inauguração de Brasília , constata-se que apenas um, numa totalidade
de cinqüenta poetas, nasceu na cidade. Portanto, é cedo para a arte de
Brasília admitir qualquer tombamento ou cerca limitadora, pois junto
com a cidade, ainda está em processo a dinâmica de ampliação dos
limites dos próprios recursos humanos e criativos.
A condição de estrangeiro dos
poetas brasilienses não é desalentadora. Primeiramente, ela corresponde
à situação idêntica vivida pelos que atuam em outras instâncias. Assim
como a árvore transplantada conforme comprova a ciência , os poetas
se ajustam a esse solo, dele retiram elementos de sobrevivência e de
construção simbólica, e a esse solo transferem características insemi-
nadoras de novas fertilidades, contribuindo para o surgimento de uma
vistosa Babilônia da modernidade. Essa troca de fertilidade não é de
agora desde a demarcação do Distrito Federal que se tem registro de
poetas no território abrindo clareiras, armazenando metáforas da cons-
trução… Com essa troca leal, os poetas dão face à cultura de Brasília, e
na história da cidade cinzelam suas efígies pessoais.
A presença do
corpo diplomático, dos tribunais, das casas legislativas, das universida-
des de todo o arcabouço administrativo a exigir presença de homens
e mulheres íntimos da interpretação cultural e política favoreceu o
rápido florescimento da literatura em Brasília. Assim, após a arquite-
tura, a poesia foi o segmento criativo que melhor vem se aclimatando
às vastidões do Planalto Central, e se afirma como um dos segmentos
da literatura de maior expressão na região. Outros segmentos aparecem
13. Salomão Sousa 13
através de booms temporários, enquanto a poesia se preocupa em en-
contrar dinâmica evolutiva.
Como alternativa
para enfrentar o distanciamento do mercado editorial, bem como do
incipiente processo crítico já que Brasília demora a produzir crítica
cultural, pois os meios de comunicação aqui se instalam para produzir
crítica política e para demarcar, de forma coesa, a presença na cidade,
os poetas brasilienses sempre buscaram se afirmar de forma organizada
em entidades culturais e em antologias. A primeira antologia de Joanyr
de Oliveira, de 1962, empresta cinco nomes para a presente coletânea.
De lá para cá, são dezenas de antologias consorciadas, temáticas,
marginais, poetas agrupados por entidade, por repartição pública, por
cidades-satélites…
Inútil a construção
de argumentos para justificar ausências de poetas nesta coletânea. Ou
a abertura das preferências do organizador, pois elas nem sempre irão
coincidir com a multiplicidade dos olhares críticos mesmo quando
manifestamente benfazejos. Independente da linguagem de cada au-
tor, esta coletânea busca apreender poetas de todas as fases e grupos
de escritores de Brasília, considerando desde aqueles que circulavam
aqui entre 1956 e 1958, até os que atuam na Capital no advento de seu
cinqüentenário.
Seria injusto
se não fosse oferecida prioridade, no processo de escolha, aos poetas
residentes na cidade, preferencialmente àqueles que entrelaçam suas
raízes para maior fixação numa nova territorialidade. Foram raríssimas,
mas necessárias ao olhar do organizador, exceções àqueles que, mesmo
fora, continuam a emprestar parcerias em ramificações que contribuem
para ampliar a vitalidade da cultura brasiliense.
Para evitar
preterições de justificado questionamento, o material de vários poetas
foi recolhido após a busca em fundos abandonos. Foi constatado que
14. 14 Salomão Sousa
em Brasília os poetas guardam riquíssimo material inédito, prontos
para edição, ou que se encontra em elaboração (há exigência urgente
de projeto capaz de trazer à luz a obra que muitos poetas ativos têm
produzido, e também o que sabidamente foi deixado inédito por Altino
Caixeta de Castro, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna
e Otávio Afonso). Alguma aura de invisibilidade já que é incipiente o
processo de avaliação dos escritores de Brasília pode ter prejudicado
a avaliação de algum autor. No entanto, sem o corpo-a-corpo crítico é
oportuno reconhecer não há a troca entre terra e raízes, ou mesmo sem
entrecruzar de genes na boa sementeira. Em que pese toda secura com
que é tratado, o poeta não pode se recolher tem de insistir com a sua
fertilidade, trazê-la para a rua. Nem tudo pode acontecer só no antevisto
amanhã.
É natural que a
coletânea não consiga abrigar todos os poetas expressivos que passaram
ou que continuam em Brasília. O organizador coletou informações sobre
muitos outros autores (basta dizer que de muitas antologias não foi sa-
cado nenhum nome para figurar aqui), que deixam de ser relacionados,
pois, a simples menção de seus nomes não repararia a ausência de uns
e ainda suscitaria a lembrança de outros — o que sedimenta a certeza
da impossibilidade de esgotar a totalidade daqueles que fortalecem a
história inicial da literatura de Brasília.
Para não diminuir a
representatividade dos poetas que se encontram em atividade, a coletâ-
nea não contempla aqueles que já faleceram por si sós, seriam suficien-
tes para volume ainda mais caudaloso. Na primeira fase do levantamento
dos nomes que poderiam figurar na coletânea, treze deles chegaram a
ser relacionados. Sem necessidade de contratação de consultoria crítica
para avaliá-los, acrescentariam mérito a qualquer antologia nacional ou
estrangeira ainda mais a uma regional: Altino Caixeta de Castro, Afonso
Félix de Sousa, Antonio Roberval Miketen, Cassiano Nunes, Domingos
Carvalho da Silva, Esmerino Magalhães Jr., Fernando Mendes Vianna,
Jesus Barros Boquady, José Godoy Garcia, José Hélder de Souza, Yolanda
15. Salomão Sousa 15
Jordão, Marly de Oliveira e Oswaldino Marques. Como faleceram após
desencadeado o processo de organização da coletânea, foram mantidas
as presenças de Otávio Afonso, que foi o segundo poeta brasileiro “a
levar” o Prêmio Casa de Las Américas, pois o primeiro “a trazer” este
prêmio para o Brasil foi Pedro Tierra (também aqui presente), e H. Do-
bal, que, além de poeta aclamado, muita contribuição deixou na esfera
administrativa de Brasília.
O organizador
pretendia que a formação da poesia de Brasília fosse apresentada na
ótica de cada participante. Mas, por dificuldade de coletar o material,
merecem destaque as justas observações de José Edson dos Santos:
A formação do contexto histórico-cultural da práxis poética em
Brasília passa certamente pela iniciativa desbravadora de Joanyr de
Oliveira de reunir em 1962, na antologia Poetas em Brasília, nomes
expressivos como Afonso Félix de Sousa, Alphonsus de Guimaraens
Filho, Anderson Braga Horta, Ézio Pires, José Santiago Naud, entre
outros. Nos anos setenta, outras manifestações poéticas coletivas
como Águas Emendadas, com Francisco Alvim, Carlos Saldanha,
Luis Martins, Chico Dias; Em Canto Cerrado, organizada por Salo-
mão Sousa. As edições dos 8, 16, 20 e 27 POrrETAS, reunidas por
César Athayde. A revista Grande Circular, a Lira Pau Brasília, com
Turiba, Nicolas Behr, Paulo Tovar, Sóter, visitando escolas no início
dos anos 80. A Livraria Galilei com os lançamentos e divulgação
de livros e antologias que marcaram a iniciação de muitos poetas.
A Feira do Livro também teve um papel relevante no surgimento
de novos poetas, nas interações dos saraus pelos bares e cafés da
cidade. Outras iniciativas e projetos alternativos ficaram no limbo
do esquecimento. Trabalhos de mestrado como O Cristal e a Chama
(A Linguagem Literária que Traduz o Objeto Brasília), de Maria
da Glória Barbosa, e Poesia de Brasília: Duas Tendências, de José
Roberto de Almeida Pinto, vêm de certa forma contribuir e resgatar
esse espaço de atuação nas áreas da cultura e da poesia desenvol-
vidas em Brasília.
16. 16 Salomão Sousa
Realmente, o estudo de
José Roberto de Almeida Pinto — que toma por eixo a Poesia Marginal —
merece ser reconhecido como aquele que melhor organiza os primeiros
movimentos da poesia de Brasília. Não podem passar despercebidos
os livros História da Literatura Brasiliense, de Luiz Carlos Guimarães
da Costa, que apesar da falta de sistematização historiográfica foca-
liza alguns escritores de preferência do autor; e Depoimento Literário,
Julgamento de Liberdade e Literatura na Criação de Brasília, de Ézio
Pires, que reúne artigos e notas do autor sobre os primeiros passos
da literatura brasiliense. Somam-se a esses livros os dois volumes de
artigos, resenhas e palestras de Anderson Braga Horta. A literatura de
Brasília — sem desmerecer esses esforços iniciais — já merece estudo
de visão interpretativa e de melhor estrutura historiográfica. Quanto
às publicações seriadas em que pese a existência do Boletim da ANE,
das revistas da Academia Brasiliense de Letras e do Instituto Histórico
e Geográfico do Distrito Federal, Há Vagas e DF Letras , destaca-se de
forma isolada a revista Bric-a-Brac, que inverteu o viés do processo
criativo.
Contudo, as aproximações
com as vanguardas, promovidas pela revista Bric-a-Brac, foram insufi-
cientes para mudanças significativas nos rumos da poesia de Brasília.
Para compreender o entendimento pessoal do poeta sobre a vida na
Capital, talvez pudesse ser dramatizado o momento da chegada de al-
guns deles. Poderia, por exemplo, ser relembrada a primeira noite de
determinado poeta numa cidade-satélite, quando andou chapinhando
nas poças de lama. Para ele, a primeira lua em Brasília estava enlame-
ada. Para muitos, a qualquer momento, a porta podia ser arrebentada
pela força da repressão. O poeta, então, não tinha tempo para práxis e
processos tinha de construir com lama e resistência.
Há um pequeno poema de
Lourdes Teodoro que remete ao período em que a Ditadura fazia (re)
percutir dentro dos lares brasileiros o ruído de seu torniquete, chamado
“Oração do Mutilado”, que pode ser interpretado como o apagar-se da
17. Salomão Sousa 17
esperança ou ao elevar-se da construção onde antes era o verde:
o verde em mim
é um remoto ponto escuro.
Lembremos também o po-
ema sem título, de Esmerino Magalhães Jr., que foi recitado em diversos
momentos de protesto realizados em Brasília:
O SARGENTO QUE MATOU GARCIA LORCA
está sentado. A mão direita de seu padre
todo-poderoso na aldeia acena-lhe da porta
da igreja. Corpo ainda modorrento do catre,
levanta-se, pensando no que mais importa:
à tarde, ao vinho, virá o melhor alcatre.
O sargento que matou Garcia Lorca
vai à missa domingueira e genuflexo
é o herói da aldeia. A