O documento descreve prelúdios e desejos do corpo através da dança, música e sexo. Fala sobre lugares secretos de encontro e perversão, e sobre o prazer como ofício e forma de gastar amor.

1. Rio de Janeiro - cidade desespero - 37ª ed. - Nov de 2015
Prelúdio
Preludio
o ritual que exterioriza
o desejo natural dos corpos
em
form
a
de dan
a
canto m
sica...
D
espertando o desejo
Prel
dio pode ser um
lugar secreto...
Ponto de encontro pra
toda
pervers
o.
Ou
apenas o sonho de um
a
ninfom
an
aca
Preludio é o ritual que exterioriza
o desejo natural dos corpos
em forma de dança canto música...
Despertando o desejo
Prelúdio pode ser um lugar secreto...
Ponto de encontro pra toda perversão.
Ou apenas o sonho de uma ninfomaníaca
l i i l i i
l
m m m i
l i m l
m i m
Thamiris Aldrafon.
/ Paula Campos
daí não se sabe,
vem e sente,
vai e sente.
[quantic portales
nem tem frente -
a pele é polidimensional -
tem cheiro,
tem cor,
tem inefável.
minhas avós mais antigas eram todas estelares.
cruzavam umas com as outras e delas nasciam luas
m o o n d a y s
l u a n a d a y s.
é de noite
é azul
cor de colcha de cama
vermelho elefante hindu
carregando a Terra gasosa,
terrosa,
fogosa,
plasmática
y molhada
s
em cima da tartaruga brilhante
QUE
SE
vemos
um pouco de fora um pouco de dentro
com olho do meio do centro
muito sentimos pegadas em rial táim
nossos umbigos dançantes y ái
mmm.
lunes
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Nesta edição:
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AMEOPO MA
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AMEOPO MA
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AMEOPO MA
E
xistencialismo abstrato, folclórico melhor
Ealegórico. neo/pós, translação não representa
rotação define, definha egóico!
estado dos sentidos alterados! nenhuma substância
consta nos laudos.
dançar como forma de meditação, conflagração para o
sexo!!!!!
posfácio para o apocalipse.
repito sentidos
repito
repito
repito
repito
repito
repito
repito
/David Monsores
Tá vendo a rua lá fora?
Tudo tão decadente quanto normal.
Aqui dentro, pelo menos, estou a
salva até o fim do período que eu puder
durar nesse quarto. Quero amar e amar e
amar! Amar até que essa palavra gaste, mas
que se gaste aqui dentro porque gastá-la lá fora
seria dar pérolas aos porcos. Quero viver pra isso,
gastar o amor comigo, esbanjá-lo sem dividir um tostão,
um pedaço de nada com ninguém. Se me sustentam, o que
devo fazer com isso? Devo deixar o país que me sustenta e
entregar-me em trapos no oceano da vida? Em troca eu pago bem o
meu quinhão.
Executo o serviço da vadiagem. Essa é minha função, além, é claro, de gastar o amor de qualquer um que entre no
meu caminho. E assim as pessoas me agradecem por dar à elas um motivo para irem embora. E chegando em casa
elas deitam em suas camas e acordam tranquilas no dia seguinte sabendo que estão de volta à sua vida normal, de
subterfúgios e compromissos.
O prazer tornou-se um subterfúgio para se desviarem de seus compromissos.
O prazer para elas é como um telefonema febril dado ao patrão em manhã fria e chuvosa.
O prazer não é nada por que tenham que batalhar.
Pensam que o prazer vem de graça, que cai do céu e nasce do chão.
O prazer é meu ofício, meu pão, meu salário.
E nisso não há ninguém que me sustente, corro atrás, corro atrás do meu prazer e bato meta atrás de meta.
Mas que merda. Que merda essa porra de vida fodida que todo mundo insiste em viver.
E eu aprendendo violão. Hahahaha!
Esse mundo é foda mesmo! Vão se foder caralho!
Ninguém fode nessa porra. Por isso que eu gasto amor até cansar.
E olha que não sou rica, porém nada me falta.
OUÇO GENTE MORTA
ESCOLHO METÁFORAS
/Thaila Flor de Lotus

3. I
Acordesacordamecortamocorpo
acordesoatordoam
Ocorpogiraerevoluteia
Ocupaoespaçoemcírculos
Desencadeiafúria–músculosmotores-
Ocorpoamplificaacarne
Eestaassimexposta
Sealçaaoespaço
Florembrionária
Queaogirar
Quebraaestática
Abreoêxtase
Ecircunlancinante
Alucinada
Estaflorenvolve
Todoodrama
Preludia
Acarnequeseabre
Assimexpostaàfebre
Dançandoelíptica
Paraestremeceraterra
II
Decarneaestátuasemove
cabriolaestertores
Desejavivaimola-segesto
Decarneocorposemove
Fibraàfibraretesada
Elásticadesenvoltura
Flutuaadançanaatmosfera
III
Salta,volta,pára
Movimentoerítmoseentrelaçam
delineacomocorpo
desenhosabstratos
IV
Malemolênciaespaço
Revolta
Líquida-lânguida
Mole
Belaetonitruante
V
Excita-seaestátua
Omovimentoaenvolve
Quer-seentregue
Comooímpetoqueamove VI
dá-sesemamparo
comoogestoqueaguia
impactopelacarne
etudoqueestasuscita
dança,comopreludioparaacópula
VII
OêxtasedeSantaTereza
ApassistadaPortela
Omármoreeacarne
Embarrocasingeleza
Santidadereligiãoesexo
Prazeremartírio
Ameninasesubjugandoàentrega
Fêmeasubmetidaaocrime
Cordecarneesexo
Entregaparaartifício
Dança,apenascomoprelúdio:
Corpoqueseentregarijo
/GlauberLauria
/experimentalismos

4. Tuas mãos amargas,
frias depois de anos
de anos de convívio nunca existiram.
Sempre fomos um casal de trocar de peitos
e bocas na frente um do outro
e descobrir que somos
somos um casal ao sincronizar o olhar de
fidelidade
e assistimos juntos teu néctar pousando em
outros becos nos nossos after.
E eu nem era santa
aquilo me deixava rubra
e eu saía me esfregando no rapaz ou moça,
e dizendo
venho aqui somente pra brindar
Thamiris Aldrafon
AubreyBeardsley
/ THAMIRIS ALDRAFON
PRELÚDIO
PODE
SER
UM LUGAR
SECRETO...
Instante submerso
Catatonicamente esqueço de
tudo
Nada importa
Primal instinto
Escravo de minha
ancestralidade
Execução sumária
Ritual mortal
Outros domínios.
NelsonNeto
Desejo ecoa lágrimas
lubrificam penetrações.
Assassinemos a poesia ela
fere minha ilusão a noite
queima minha virilha
obsessivamente, esquecemos nossas
biografias
PECADO DA ALMA É O SUCESSO DO MEDO
A menina de cetim e renda é éter temporal de
culpa suor
frio ainda preciso de alcatrão, nicotina,
tabaco preenchendo minhas cicatrizes
Eles não sabem o que fazer com os corpos!
‘‘