1) A sociologia da infância visa estabelecer a infância como objeto sociológico legítimo, resgatando-a das perspectivas biológicas e psicológicas.
2) A sociologia da infância propõe interrogar a sociedade a partir da perspectiva das crianças, aumentando o conhecimento sobre a infância e a sociedade como um todo.
3) A geração é concebida como uma categoria social relevante para revelar as possibilidades e limitações da estrutura social, sendo importante reconceitualizar
O documento discute a democratização do ensino médio através da politecnia e formação cidadã. Aborda o direito à educação, visões epistemológicas, aquisição de conhecimento, trabalho como princípio educativo e a importância da matemática para a vida. Defende uma educação que promova a emancipação e a construção de uma sociedade mais justa.
A sociologia surgiu como ciência no século 19, ao mesmo tempo em que a sociedade moderna começou a se organizar de forma diferente com a Revolução Industrial, a Revolução do Conhecimento e a Revolução Burguesa. Estas revoluções trouxeram novas formas de organizar o trabalho, a vida urbana e as relações sociais, fazendo com que a sociologia se desenvolvesse para compreender e explicar a nova realidade social. Neste contexto, a escola também passou por transformações e se institucionalizou, tornando-se um
Este documento discute como a educação difere entre culturas, citando uma carta de índios recusando a oferta de enviar seus jovens para serem educados pelos colonizadores. Os índios argumentam que a educação dos colonizadores não os prepararia para suas próprias vidas e cultura. O documento também reflete sobre como a educação varia de acordo com o tipo de sociedade e pode ser usada tanto para empoderar quanto dominar grupos.
O documento discute a educação politécnica segundo a perspectiva de Marx. A educação politécnica visa unir formação intelectual e trabalho produtivo, contrariando a educação burguesa que separa esses elementos. Ela permitiria o desenvolvimento pleno das capacidades humanas numa sociedade pós-capitalista livre da dominação de classe. Há debates sobre os termos mais adequados usados por Marx, mas o conceito central é de uma educação que supere a divisão entre trabalho manual e intelectual.
1) A educação e a sociedade estão ligadas e influenciam uma à outra.
2) Vários teóricos discutem a relação entre educação e sociedade, incluindo a educação como forma de manutenção ou transformação social.
3) As teorias críticas veem a educação como fator de marginalização social, enquanto as teorias não críticas a veem como forma de igualdade social.
1) O documento discute o conceito de "socialização" na sociologia clássica e na sociologia da infância.
2) Muitos sociólogos da infância queriam repensar o conceito de socialização para reconhecer o papel ativo das crianças.
3) O autor argumenta que conceitos de sociólogos clássicos como Simmel e Mead sobre socialização como processo de interação podem ser úteis para a sociologia da infância.
- A educação é um processo essencial para a constituição e reprodução das sociedades, através do qual as pessoas aprendem a ser, pensar, conviver e perpetuar a cultura de um grupo.
- Existem diferentes tipos de educação (formal, não formal e informal) que variam de acordo com cada sociedade.
- A educação pode ter papel tanto transformador quanto de perpetuação das estruturas sociais, reproduzindo desigualdades.
O documento discute a democratização do ensino médio através da politecnia e formação cidadã. Aborda o direito à educação, visões epistemológicas, aquisição de conhecimento, trabalho como princípio educativo e a importância da matemática para a vida. Defende uma educação que promova a emancipação e a construção de uma sociedade mais justa.
A sociologia surgiu como ciência no século 19, ao mesmo tempo em que a sociedade moderna começou a se organizar de forma diferente com a Revolução Industrial, a Revolução do Conhecimento e a Revolução Burguesa. Estas revoluções trouxeram novas formas de organizar o trabalho, a vida urbana e as relações sociais, fazendo com que a sociologia se desenvolvesse para compreender e explicar a nova realidade social. Neste contexto, a escola também passou por transformações e se institucionalizou, tornando-se um
Este documento discute como a educação difere entre culturas, citando uma carta de índios recusando a oferta de enviar seus jovens para serem educados pelos colonizadores. Os índios argumentam que a educação dos colonizadores não os prepararia para suas próprias vidas e cultura. O documento também reflete sobre como a educação varia de acordo com o tipo de sociedade e pode ser usada tanto para empoderar quanto dominar grupos.
O documento discute a educação politécnica segundo a perspectiva de Marx. A educação politécnica visa unir formação intelectual e trabalho produtivo, contrariando a educação burguesa que separa esses elementos. Ela permitiria o desenvolvimento pleno das capacidades humanas numa sociedade pós-capitalista livre da dominação de classe. Há debates sobre os termos mais adequados usados por Marx, mas o conceito central é de uma educação que supere a divisão entre trabalho manual e intelectual.
1) A educação e a sociedade estão ligadas e influenciam uma à outra.
2) Vários teóricos discutem a relação entre educação e sociedade, incluindo a educação como forma de manutenção ou transformação social.
3) As teorias críticas veem a educação como fator de marginalização social, enquanto as teorias não críticas a veem como forma de igualdade social.
1) O documento discute o conceito de "socialização" na sociologia clássica e na sociologia da infância.
2) Muitos sociólogos da infância queriam repensar o conceito de socialização para reconhecer o papel ativo das crianças.
3) O autor argumenta que conceitos de sociólogos clássicos como Simmel e Mead sobre socialização como processo de interação podem ser úteis para a sociologia da infância.
- A educação é um processo essencial para a constituição e reprodução das sociedades, através do qual as pessoas aprendem a ser, pensar, conviver e perpetuar a cultura de um grupo.
- Existem diferentes tipos de educação (formal, não formal e informal) que variam de acordo com cada sociedade.
- A educação pode ter papel tanto transformador quanto de perpetuação das estruturas sociais, reproduzindo desigualdades.
A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura Haroldo Nunes
O documento discute como as teorias pedagógicas modernas precisam ser reavaliadas à luz das transformações da sociedade pós-moderna. A educação deve levar em conta fatores como a relativização do conhecimento, a construção social do sujeito e a valorização de diferentes culturas. Também aborda tendências pedagógicas contemporâneas influenciadas pelo pensamento pós-moderno.
O documento discute a origem da Sociologia da Educação no século 19 como resposta às Revoluções Industrial e Francesa. Também apresenta os principais pensadores da área, incluindo Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, e como cada um abordou o papel da educação e da escola na sociedade.
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Pedagogia (Santa Cruz)humberto145
O documento discute a disciplina de Sociologia da Educação. Apresenta os objetivos do curso de analisar a contribuição da Sociologia para entender a educação e conhecer pensadores da área. Também descreve a metodologia de exposição de slides, discussões, estudos e avaliações.
O documento discute a sociologia da educação e seus aspectos antropológicos e sociológicos. Aborda pensadores como Comte, Durkheim e suas visões sobre educação e sociedade, além de conceitos como cultura, socialização e funções da educação.
O documento discute as visões de Durkheim e Marx sobre a relação entre sociedade, educação e classes sociais. Durkheim defendia que a educação deve atender às necessidades sociais e reforçar os valores compartilhados, enquanto Marx via a educação como um meio de reproduzir as desigualdades entre classes através da inculcação de ideologias.
Durkheim foi um fundador da sociologia que estudou a educação como um fenômeno social. Ele viu a educação como uma forma de socialização para preparar as crianças para a vida na sociedade. Durkheim também analisou como os sistemas educacionais são criados pelas sociedades para moldar os cidadãos de acordo com as expectativas dos diferentes grupos sociais. Sua abordagem sociológica influenciou muito os estudos da educação no Brasil, especialmente por meio do trabalho de Fernando de Azevedo.
O documento discute três pontos principais:
1) Reconhecer o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem, que ocorre através da interação com o meio ambiente natural e social.
2) Explorar como a família, escola, trabalho e outras relações sociais influenciam a aprendizagem do adolescente e as demandas para o ensino de ciências.
3) Discutir a relação entre o conhecimento científico e tecnológico e como ele deve ser abordado na escola em relação aos
Karl Marx analisa a sociedade capitalista como caracterizada pela relação de conflito entre a burguesia, que detém os meios de produção, e o proletariado, que possui apenas sua força de trabalho. Segundo Marx, a educação burguesa serve para reproduzir a alienação e exploração social. Marx defende uma educação baseada na práxis social e no trabalho consciente para transformar a sociedade.
Linha do tempo: “Sociologia da Educação: Uma análise de suas Origens e Desenv...Emerson Mathias
1) O documento traça uma linha do tempo da sociologia da educação com base em um texto que analisa suas origens e desenvolvimento a partir da sociologia do conhecimento. 2) No início do século XX, estudiosos de outros países se interessaram pela construção do conhecimento social. 3) A sociologia da educação se desenvolveu principalmente nas décadas de 1940-1960 nos países industrializados e no Brasil, quando a educação passou a ser vista como instrumento de modernização e democratização social.
1) A Sociologia é apresentada como uma ciência social que estuda a sociedade e suas interações.
2) Os principais conceitos de sociedade apresentados são: um sistema de interações humanas, um sistema de símbolos, valores e normas, e uma rede de relacionamentos sociais.
3) A Sociologia contribui para a compreensão dos indivíduos de si mesmos e da sociedade em que vivem, analisando conceitos como senso comum, contatos sociais, grupos sociais e processos sociais presentes no cotidiano.
A sociologia da educação estuda os processos sociais de ensino e aprendizagem tanto nos níveis institucionais quanto nas relações entre indivíduos. Fundadores incluem Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. A sociologia militar examina os militares como um grupo social, as interações entre civis e militares, e como a instituição militar se relaciona com outras agências governamentais.
Processo de socialização george simmel geigorowitschsbarbara martins
O documento discute os processos de socialização na infância segundo as obras de Georg Simmel e George H. Mead. A autora argumenta que o conceito de "processos de socialização" desenvolvido por Simmel permite pensar a socialização infantil de forma dinâmica, enfatizando o papel ativo das crianças. Ela também correlaciona as ideias de Simmel sobre socialização com a noção de "self" desenvolvida por Mead, visando definir a socialização infantil como um processo de construção ativa do eu e da sociedade.
O documento discute as ideias de Durkheim sobre a função da educação na sociedade. De acordo com Durkheim, a educação tem a função de integrar o indivíduo à sociedade, transmitindo valores sociais e mantendo a ordem social. A educação é tanto uma, ao transmitir valores comuns, quanto múltipla, ao permitir especializações. Cabe ao Estado organizar o sistema educacional para cumprir essa função social.
O documento discute como o processo de socialização está relacionado ao papel da mulher. Explica que a socialização primária (aprendida com a família) tradicionalmente ensinou às mulheres a constituir família e cuidar da casa, sem prepará-las para carreiras ou cargos de liderança. À medida que a sociedade moderniza-se, a evolução do papel feminino também evolui através da socialização.
O documento discute como as teorias críticas do currículo questionam a neutralidade do conhecimento veiculado na escola e enxergam o currículo como um instrumento de poder que reproduz as desigualdades sociais, privilegiando os saberes das classes dominantes. Também reflete sobre como o currículo pode ser um espaço de resistência cultural e produção de novas identidades.
Filosofia e ciência no século xix pedagogiarenanmedonho
O documento discute as influências do positivismo, idealismo e socialismo no século XIX sobre a filosofia, ciência e pedagogia. O positivismo de Augusto Comte enfatizava a ciência experimental como único conhecimento válido. Isso levou ao cientificismo e tentativas de aplicar os métodos das ciências naturais em outras áreas. O positivismo apoiou o ensino laico e tecnicista. O socialismo criticou os efeitos da revolução industrial e defendia a democratização e não-dualidade do ensino.
1) A Escola de Chicago surgiu na Universidade de Chicago no início do século XX, com foco no estudo empírico da vida urbana e das interações sociais;
2) Seus principais métodos eram a pesquisa etnográfica e o mapeamento da distribuição de grupos na cidade;
3) Teorias como a ecologia humana analisavam como os grupos sociais competiam pelo espaço urbano e se organizavam na cidade.
1. As teorias críticas veem o currículo como resultado da seleção de conhecimentos pelos detentores do poder para manutenção da ideologia dominante.
2. Autores como Bourdieu e Passeron argumentam que a escola reproduz as desigualdades sociais ao privilegiar a cultura das classes dominantes.
3. Freire defende uma educação problematizadora e libertadora que capacita o oprimido a questionar criticamente a realidade.
Este documento describe la Metodología PACIE, que facilita el proceso de enseñanza-aprendizaje en entornos de e-learning. La metodología PACIE consta de 5 fases: Presentación, Alcance, Capacitación, Interacción y Aprendizaje. También describe la estructura ideal de una herramienta académica en un aula virtual, incluyendo un bloque académico con contenido, secciones de exposición, retroalimentación, construcción y comprobación.
Este documento describe las necesidades de dos zonas en la colonia Amparo Sánchez en Tijuana, México. La zona sur tiene un comité vecinal organizado que ha identificado necesidades como electricidad, agua, drenaje y pavimentación. La zona norte carece de organización y ha identificado necesidades como regularización de predios, mejoras a calles, seguridad y agua potable. Se recomienda que las autoridades apoyen más a los comités vecinales y que la zona norte cree su propio comité para abordar sus
Este documento presenta lineamientos curriculares para la educación artística. Agradece a maestros, artistas e instituciones que contribuyeron a la investigación. Explica que la coordinación estuvo a cargo de María Elena Ronderos y María Teresa Mantilla con colaboradores. El ministro de educación destaca que las artes surgen de lo humano y son lenguajes para expresar la historia, sueños y utopías. Finalmente, una educadora explica que las artes desarrollan competencias cognitivas como la percepción de relaciones, at
A corrente pedagógica racional tecnológica Libâneo e cibercultura Haroldo Nunes
O documento discute como as teorias pedagógicas modernas precisam ser reavaliadas à luz das transformações da sociedade pós-moderna. A educação deve levar em conta fatores como a relativização do conhecimento, a construção social do sujeito e a valorização de diferentes culturas. Também aborda tendências pedagógicas contemporâneas influenciadas pelo pensamento pós-moderno.
O documento discute a origem da Sociologia da Educação no século 19 como resposta às Revoluções Industrial e Francesa. Também apresenta os principais pensadores da área, incluindo Auguste Comte, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, e como cada um abordou o papel da educação e da escola na sociedade.
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Pedagogia (Santa Cruz)humberto145
O documento discute a disciplina de Sociologia da Educação. Apresenta os objetivos do curso de analisar a contribuição da Sociologia para entender a educação e conhecer pensadores da área. Também descreve a metodologia de exposição de slides, discussões, estudos e avaliações.
O documento discute a sociologia da educação e seus aspectos antropológicos e sociológicos. Aborda pensadores como Comte, Durkheim e suas visões sobre educação e sociedade, além de conceitos como cultura, socialização e funções da educação.
O documento discute as visões de Durkheim e Marx sobre a relação entre sociedade, educação e classes sociais. Durkheim defendia que a educação deve atender às necessidades sociais e reforçar os valores compartilhados, enquanto Marx via a educação como um meio de reproduzir as desigualdades entre classes através da inculcação de ideologias.
Durkheim foi um fundador da sociologia que estudou a educação como um fenômeno social. Ele viu a educação como uma forma de socialização para preparar as crianças para a vida na sociedade. Durkheim também analisou como os sistemas educacionais são criados pelas sociedades para moldar os cidadãos de acordo com as expectativas dos diferentes grupos sociais. Sua abordagem sociológica influenciou muito os estudos da educação no Brasil, especialmente por meio do trabalho de Fernando de Azevedo.
O documento discute três pontos principais:
1) Reconhecer o aluno como sujeito de sua própria aprendizagem, que ocorre através da interação com o meio ambiente natural e social.
2) Explorar como a família, escola, trabalho e outras relações sociais influenciam a aprendizagem do adolescente e as demandas para o ensino de ciências.
3) Discutir a relação entre o conhecimento científico e tecnológico e como ele deve ser abordado na escola em relação aos
Karl Marx analisa a sociedade capitalista como caracterizada pela relação de conflito entre a burguesia, que detém os meios de produção, e o proletariado, que possui apenas sua força de trabalho. Segundo Marx, a educação burguesa serve para reproduzir a alienação e exploração social. Marx defende uma educação baseada na práxis social e no trabalho consciente para transformar a sociedade.
Linha do tempo: “Sociologia da Educação: Uma análise de suas Origens e Desenv...Emerson Mathias
1) O documento traça uma linha do tempo da sociologia da educação com base em um texto que analisa suas origens e desenvolvimento a partir da sociologia do conhecimento. 2) No início do século XX, estudiosos de outros países se interessaram pela construção do conhecimento social. 3) A sociologia da educação se desenvolveu principalmente nas décadas de 1940-1960 nos países industrializados e no Brasil, quando a educação passou a ser vista como instrumento de modernização e democratização social.
1) A Sociologia é apresentada como uma ciência social que estuda a sociedade e suas interações.
2) Os principais conceitos de sociedade apresentados são: um sistema de interações humanas, um sistema de símbolos, valores e normas, e uma rede de relacionamentos sociais.
3) A Sociologia contribui para a compreensão dos indivíduos de si mesmos e da sociedade em que vivem, analisando conceitos como senso comum, contatos sociais, grupos sociais e processos sociais presentes no cotidiano.
A sociologia da educação estuda os processos sociais de ensino e aprendizagem tanto nos níveis institucionais quanto nas relações entre indivíduos. Fundadores incluem Émille Durkheim, Karl Marx e Max Weber. A sociologia militar examina os militares como um grupo social, as interações entre civis e militares, e como a instituição militar se relaciona com outras agências governamentais.
Processo de socialização george simmel geigorowitschsbarbara martins
O documento discute os processos de socialização na infância segundo as obras de Georg Simmel e George H. Mead. A autora argumenta que o conceito de "processos de socialização" desenvolvido por Simmel permite pensar a socialização infantil de forma dinâmica, enfatizando o papel ativo das crianças. Ela também correlaciona as ideias de Simmel sobre socialização com a noção de "self" desenvolvida por Mead, visando definir a socialização infantil como um processo de construção ativa do eu e da sociedade.
O documento discute as ideias de Durkheim sobre a função da educação na sociedade. De acordo com Durkheim, a educação tem a função de integrar o indivíduo à sociedade, transmitindo valores sociais e mantendo a ordem social. A educação é tanto uma, ao transmitir valores comuns, quanto múltipla, ao permitir especializações. Cabe ao Estado organizar o sistema educacional para cumprir essa função social.
O documento discute como o processo de socialização está relacionado ao papel da mulher. Explica que a socialização primária (aprendida com a família) tradicionalmente ensinou às mulheres a constituir família e cuidar da casa, sem prepará-las para carreiras ou cargos de liderança. À medida que a sociedade moderniza-se, a evolução do papel feminino também evolui através da socialização.
O documento discute como as teorias críticas do currículo questionam a neutralidade do conhecimento veiculado na escola e enxergam o currículo como um instrumento de poder que reproduz as desigualdades sociais, privilegiando os saberes das classes dominantes. Também reflete sobre como o currículo pode ser um espaço de resistência cultural e produção de novas identidades.
Filosofia e ciência no século xix pedagogiarenanmedonho
O documento discute as influências do positivismo, idealismo e socialismo no século XIX sobre a filosofia, ciência e pedagogia. O positivismo de Augusto Comte enfatizava a ciência experimental como único conhecimento válido. Isso levou ao cientificismo e tentativas de aplicar os métodos das ciências naturais em outras áreas. O positivismo apoiou o ensino laico e tecnicista. O socialismo criticou os efeitos da revolução industrial e defendia a democratização e não-dualidade do ensino.
1) A Escola de Chicago surgiu na Universidade de Chicago no início do século XX, com foco no estudo empírico da vida urbana e das interações sociais;
2) Seus principais métodos eram a pesquisa etnográfica e o mapeamento da distribuição de grupos na cidade;
3) Teorias como a ecologia humana analisavam como os grupos sociais competiam pelo espaço urbano e se organizavam na cidade.
1. As teorias críticas veem o currículo como resultado da seleção de conhecimentos pelos detentores do poder para manutenção da ideologia dominante.
2. Autores como Bourdieu e Passeron argumentam que a escola reproduz as desigualdades sociais ao privilegiar a cultura das classes dominantes.
3. Freire defende uma educação problematizadora e libertadora que capacita o oprimido a questionar criticamente a realidade.
Este documento describe la Metodología PACIE, que facilita el proceso de enseñanza-aprendizaje en entornos de e-learning. La metodología PACIE consta de 5 fases: Presentación, Alcance, Capacitación, Interacción y Aprendizaje. También describe la estructura ideal de una herramienta académica en un aula virtual, incluyendo un bloque académico con contenido, secciones de exposición, retroalimentación, construcción y comprobación.
Este documento describe las necesidades de dos zonas en la colonia Amparo Sánchez en Tijuana, México. La zona sur tiene un comité vecinal organizado que ha identificado necesidades como electricidad, agua, drenaje y pavimentación. La zona norte carece de organización y ha identificado necesidades como regularización de predios, mejoras a calles, seguridad y agua potable. Se recomienda que las autoridades apoyen más a los comités vecinales y que la zona norte cree su propio comité para abordar sus
Este documento presenta lineamientos curriculares para la educación artística. Agradece a maestros, artistas e instituciones que contribuyeron a la investigación. Explica que la coordinación estuvo a cargo de María Elena Ronderos y María Teresa Mantilla con colaboradores. El ministro de educación destaca que las artes surgen de lo humano y son lenguajes para expresar la historia, sueños y utopías. Finalmente, una educadora explica que las artes desarrollan competencias cognitivas como la percepción de relaciones, at
Este documento discute o uso de ferramentas livres para apoiar comunidades de aprendizagem em física. Ele explora por que comunidades de aprendizagem são importantes e por que o software livre é uma boa opção tecnológica, discutindo valores como liberdade, solidariedade e inteligência coletiva. O documento também aborda a necessidade de capacitar professores no novo paradigma tecnológico e apresenta um estudo de caso aplicando esses conceitos.
El documento describe diferentes actitudes positivas y negativas ante los problemas. Las actitudes negativas como el miedo, la prisa y la desazón pueden obstaculizar la resolución de problemas. Las actitudes positivas como la confianza, la tranquilidad y el gusto por el reto ayudan a superar los problemas de manera efectiva. También identifica diferentes tipos de bloqueos como los de origen afectivo o cognoscitivo y ofrece apoyos para superarlos.
Este documento presenta un anteproyecto de ley sobre partidos y agrupaciones políticas en República Dominicana. El documento introduce el anteproyecto, destaca su importancia para fortalecer la democracia interna de los partidos y fomentar una relación más transparente entre los partidos y la sociedad. Luego resume los nueve títulos y setenta y un artículos que componen el anteproyecto de ley, los cuales regulan aspectos como la formación de partidos, derechos y deberes de los miembros y dirigentes,
El documento describe JHeadStart, una herramienta para desarrollo rápido de aplicaciones (RAD) en Java con JDeveloper. Explica que JHeadStart permite generar automáticamente código Java y XML para crear aplicaciones J2EE siguiendo un enfoque declarativo. También resume varios proyectos exitosos desarrollados con JHeadStart.
Este documento describe la Metodología PACIE, que facilita el proceso de enseñanza-aprendizaje en entornos de e-learning. La metodología PACIE consta de 5 fases: Presentación, Alcance, Capacitación, Interacción y Aprendizaje. También describe la estructura ideal de una herramienta académica en un aula virtual, incluyendo un bloque académico con contenido, secciones de exposición, retroalimentación, construcción y evaluación.
Este documento describe la Metodología PACIE, que facilita el proceso de enseñanza-aprendizaje en entornos de e-learning. La metodología PACIE consta de 5 fases: Presentación, Alcance, Capacitación, Interacción y Aprendizaje. También describe la estructura ideal de una herramienta académica en un aula virtual, incluyendo un bloque académico con contenido, secciones de exposición, retroalimentación, construcción y evaluación.
Coursmos is a micro-learning platform that was founded in 2014 and has since grown to include over 10,000 courses across 20 areas taught by 4,000 instructors to 350,000 students. It has raised $680,000 in funding and offers fully developed web, iOS, and Android applications. Coursmos addresses the problems with traditional long-form MOOCs by offering short 3-minute micro-lessons that are more engaging for students with busy schedules.
Este documento introduce la transformada de Laplace, una transformación integral utilizada para simplificar la resolución de ecuaciones diferenciales lineales. 1) Define la transformada de Laplace de una función f(t) como la integral de 0 a infinito de e^-st f(t) dt. 2) Calcula las transformadas de Laplace de funciones elementales como 1, e^at, t^a, cos(at), sen(at) y la función escalón. 3) Explica que para que exista la transformada, la integral debe converger en algún intervalo de valores de s, y presenta condiciones para garant
Productos utilizados para reconvertir procesos contaminantes de industrias y comercios en procesos respetuosos con el medioambiente, personal y clientes.
Ofrecemos la única alternativa real a productos tóxicos y contaminantes que se obtienen exclusivamente de fuentes naturales renovables.
Especialmente útiles en industrias - incluso la pesada - comercios (hostelería, restauración, etc.) y agricultura.
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An insight into i phone user behaviour within the app store surikate_gfknoemisurikate
- The average iPhone user in the UK visits the App Store 5.8 times per week, spending an average of 11.5 minutes per visit.
- Peak App Store hours are between 6-9pm daily, with over 2 million visitors during this time.
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Esta presentación explica con claridad un resumen sobre la evolución de la publicidad, su evolución y la acción de persuación que ha cumplido frente a un público netamente consumista.
Este documento presenta los roles y componentes de un curso de maestría en nuevas tecnologías para el aprendizaje. Describe los roles de los alumnos, tutor, informático y la institución, así como los componentes que favorecen y limitan la educación a distancia en comparación con la educación presencial. Finalmente, analiza las características de cada rol y cómo interactúan entre sí para lograr los objetivos del curso de manera virtual.
1) A sociologia da infância propõe estudar as crianças como sujeitos sociais em direito próprio, e não apenas como seres em desenvolvimento.
2) O conceito de "geração" é importante para entender as crianças como categoria social que revela possibilidades e limites da estrutura social.
3) A geração das crianças é construída por fatores estruturais e simbólicos, e está em constante mudança pela ação das crianças e mudanças sociais.
Negações e silenciamentos no discurso acerca da juventudeCatia Andressa
Artigo baseado em "Uma análise acerca do discurso sobre a juventude no ensino de história", trabalho de conclusão do curso de História na Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS, desenvolvido pela autora, sob a orientação do Prof. Dr. Nilton Mullet Pereira e sob arguição do Prof. Dr. Carlos Alfredo Gadea de Castro, ambos da mesma instituição de ensino superior. O trabalho obteve aprovação com distinção no segundo semestre de 2005.
Posteriormente, se tornou uma palestra sobre o período, ministrada nos Encontros IHU Ideias, e este artigo é consequência desta.
Este documento discute o papel da universidade na sociedade e sua relação com outros atores sociais. Aborda as crises de hegemonia, legitimidade e institucional que as universidades enfrentam, incluindo a perda de centralidade cultural, questionamento de sua democratização e autonomia versus responsabilidade social. Duas experiências universitárias no Nordeste brasileiro são analisadas para entender como responderam às demandas sociais.
1) O documento discute as transições dos jovens para a vida adulta em sociedades contemporâneas.
2) Existem diversas formas de definir a juventude, seja por idade, processos de transição ou representações sociais.
3) As passagens entre a infância, adolescência e vida adulta estão mais borradas, e os jovens experimentam trajetórias não lineares nessas transições.
Formação de professores na escola capitalistaRosyane Dutra
Este documento discute as concepções históricas de infância e como elas influenciaram a educação infantil. Ao longo da história, as crianças eram vistas como seres inferiores, mas concepções como as de Rousseau no século XVIII começaram a defender a liberdade e individualidade da criança. A educação infantil moderna surgiu para racionalizar as crianças de acordo com os ideais da época. O documento analisa como diferentes contextos socioculturais moldaram as práticas educacionais com crianças.
Este documento discute concepções de criança e infância no campo dos estudos da infância. Argumenta que vem emergindo a ideia de uma criança e infância "sociológicas", constituídas como categorias sociais influenciadas por questões de direito e participação social. No entanto, alerta que tais concepções devem levar em conta a historicidade e dialeticidade da infância. Defende uma abordagem sociológica crítica da infância, situando a criança como sujeito e a infância como tempo social marcado por contra
Texto a Pluralidade das Juventudes Militantes no Recife, de Otávio Luiz Macha...Otavio Luiz Machado
1) O documento discute os novos movimentos juvenis em Recife após a transição democrática, incluindo movimentos estudantis e culturais.
2) A pesquisa analisa a fragmentação dos movimentos estudantis e o surgimento de novos grupos nos movimentos populares e culturais.
3) Os modelos sociológicos tradicionais de análise juvenil são discutidos, assim como novas abordagens pós-modernas.
O documento discute os fundamentos sociológicos da educação. Apresenta conceitos-chave da sociologia como processo social, socialização, poder e status. Discute também a sociologia da educação e seu papel em analisar a escola como instituição social. Finalmente, resume as contribuições de Augusto Comte e Émile Durkheim como primeiros sociólogos a estudar os fenômenos sociais e a educação.
Consumo e produção das infâncias contemporâneas, Congresso Internacional de E...Joice Araújo Esperança
Este documento discute como a cultura de consumo influencia a formação da identidade infantil na sociedade contemporânea e as implicações disso para a formação docente. A pesquisa qualitativa realizada com crianças mostra como a mídia promove desejos de consumo e como objetos passaram a definir identidades infantis. Isso sugere a necessidade de reflexão sobre como a escola lida com as "pedagogias culturais" que moldam as crianças e sobre como a formação de professores pode abordar essa questão.
PNAIC 2015 - Texto 01 Concepção de infância, criança e educaçãoElieneDias
O documento discute as concepções de infância e criança ao longo da história, destacando três perspectivas: a criança como ser genérico, a infância como fase da vida e a criança a partir de como vive suas infâncias. Também aborda como essas concepções variaram entre a Antiguidade, Idade Média, Idade Moderna e nos séculos XIX-XXI.
Este documento trata de:
1) A elaboração de um instrumento diagnóstico para avaliar as aprendizagens dos alunos em Língua Portuguesa e Matemática no ano letivo de 2015.
2) A discussão sobre os conceitos de criança e infância, considerando suas pluralidades e como produtos das relações socioculturais.
3) A reflexão sobre a importância do lúdico no desenvolvimento infantil e sua presença no processo educativo da criança.
Este artigo discute a socialização e sociabilidade da juventude. Primeiramente, aborda como a juventude é uma categoria social e histórica que varia de acordo com o contexto cultural. Em seguida, analisa as condições da juventude no Brasil, como o alto desemprego e falta de oportunidades. Por fim, discute como a identidade dos jovens é construída através de processos sociais dinâmicos e relacionais.
Vygotsky E O Papel Das InteraçõEs Sociais Em Sala De AulaEliane Almeida
1) O documento discute a importância das interações sociais no desenvolvimento da criança segundo a psicologia sócio-histórica de Vygotsky.
2) Vygotsky acreditava que as crianças constroem conhecimento através da interação com outras pessoas em seu ambiente social e cultural.
3) A linguagem desempenha um papel fundamental nesse processo, permitindo que as crianças internalizem funções mentais superiores através da mediação de adultos e outros parceiros.
596. o espaço escolar e o diálogo entre professores e adolescentesgracitajpb
Este documento discute as interações entre professores e adolescentes no espaço escolar, com foco no diálogo. Uma pesquisa com estudantes e professores investigou suas percepções sobre o diálogo. A maioria dos estudantes viu o diálogo como relacionado aos conteúdos escolares, enquanto alguns professores desejavam abordar mais assuntos pessoais. Ambos os grupos reconheceram a importância do diálogo, mas tinham visões diferentes sobre seu papel na educação.
Papel da educação no desenvolvimento sócio económico e na construção da cidad...Alsone Jorge Guambe
Este documento discute o papel da educação no desenvolvimento sócio-econômico e na construção da cidadania em Moçambique. Aborda como a educação é vista como fator fundamental para o desenvolvimento social, cultural e econômico. Também analisa como a educação foi historicamente um privilégio das classes mais altas e como se tornou um direito universal com a expansão da escolarização em massa.
O documento discute várias teorias pedagógicas sociocríticas mencionadas por Libâneo, incluindo: 1) a teoria curricular crítica, que questiona a construção dos saberes escolares e propõe analisar o saber de cada grupo de alunos; 2) a teoria histórico-cultural, que vê a aprendizagem como resultado da interação entre sujeito e objeto mediada socialmente pela cultura e relações sociais; 3) a teoria sócio-cognitiva, que enfatiza como a aprendizagem é influenciada pel
Sacristan, jose g., a educacao que temosmarcaocampos
O documento discute a educação no contexto da modernidade versus pós-modernidade. Apresenta o projeto educacional iluminista e sua validade atual, destacando a importância da leitura, do acervo cultural e da educação como direito universal. No entanto, reconhece que a pós-modernidade trouxe desilusões com a educação e questiona se há espaço para um novo projeto educacional.
A Sociologia da Infância: A socialização da criança em diferentes perspectiva...Fernando Giorgetti
Este documento apresenta uma monografia sobre a socialização da criança em diferentes perspectivas teóricas ao longo da história. Aborda inicialmente a perspectiva clássica de Durkheim, depois as discussões sobre educação em meados do século XX e por fim a perspectiva contemporânea com o surgimento da Sociologia da Infância. Tem como objetivo analisar a evolução deste conceito ao longo do tempo.
Este documento apresenta o problema da relação entre pensamento e linguagem e abordagens para estudá-lo. Discute que métodos anteriores analisaram os processos de forma isolada, enquanto o autor propõe analisar as relações e variações entre eles. Também critica teorias que identificam ou separam totalmente pensamento e linguagem, argumentando que é necessário estudar a natureza intrínseca de sua inter-relação.
Tic a logica_instrumental_do_acesso_rosilene_tavaresMarcia Gomes
1) O documento analisa as políticas de democratização das tecnologias da informação na educação que tentam ocultar a intenção de acentuar a acumulação de capital.
2) Apresenta como as TIC são usadas na educação sob uma lógica instrumental para maximizar a produtividade e reduzir custos.
3) Discute como a ideia de sociedade da informação foi construída ideologicamente para legitimar as escolhas do regime capitalista atual.
Este relatório apresenta os resultados de uma pesquisa sobre a gestão da Educação Infantil no Brasil, realizada por equipes da Fundação Victor Civita e da Fundação Carlos Chagas. O documento discute a cobertura e a qualidade da Educação Infantil nos municípios pesquisados, analisa aspectos da gestão municipal e das instituições, e traz depoimentos de professores e coordenadores. O relatório oferece subsídios para o aprimoramento das políticas públicas da Educação Infantil.
Este documento apresenta um relatório sobre a revisão das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil no Brasil. Resume o histórico da Educação Infantil no país e os principais marcos legais que orientaram sua evolução. Também discute a necessidade de atualizar as diretrizes diante dos avanços na política, pesquisa e movimentos sociais na área. Por fim, reafirma a identidade institucional da Educação Infantil no sistema educacional brasileiro.
1) O documento discute a construção do ensino musical na educação infantil a partir da relação entre professores de música e educadores de infância.
2) Ele propõe que a troca de conhecimentos entre os dois profissionais, que têm formações distintas, pode enriquecer a prática pedagógica musical na educação infantil.
3) O documento defende que ambos os profissionais devem cooperar para que o educador de infância possa desenvolver melhor suas habilidades musicais e o professor de música possa entender melhor o desenvolvimento infant
Este trabalho analisa a contribuição do desenho infantil para a aquisição da língua escrita na alfabetização de crianças. Discute-se o conceito de infância, as diferentes linguagens da criança no processo de alfabetização e as fases do desenho infantil. Argumenta-se que o desenho contribui significativamente para o desenvolvimento da escrita e auxilia na coordenação motora das crianças.
O documento discute os fundamentos teóricos e metodológicos da pesquisa acadêmica, abordando tópicos como a construção do conhecimento a partir da realidade, a importância do ponto de vista do pesquisador e a natureza relativa do conhecimento produzido. O texto também apresenta exemplos ilustrativos sobre como diferentes perspectivas podem alterar a compreensão de uma história.
A pesquisa aponta que a qualidade da Educação Infantil está diretamente relacionada aos investimentos feitos pelos municípios. Há deficiências na formação continuada de professores e na integração entre professores e auxiliares. As escolas que fazem autoavaliação têm melhores resultados. É preciso garantir boa gestão e transições suaves entre os níveis de ensino.
Este documento apresenta a experiência educativa da Casa Redonda Centro de Estudos, um projeto de educação infantil iniciado nos anos 1980 em Carapicuíba, São Paulo. O trabalho da Casa Redonda foca no desenvolvimento da sensibilidade da criança através do brincar e da cultura brasileira. O documento descreve as referências teóricas, a metodologia, a rotina de atividades, as linguagens expressivas utilizadas e o efeito multiplicador do projeto em outros contextos educacionais.
1. O documento descreve o Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB), que reúne fóruns de educação infantil de 15 estados para defender os direitos das crianças de 0 a 6 anos.
2. O MIEIB tem como objetivos garantir o acesso à educação infantil pública e de qualidade para todas as crianças, além de destinar recursos específicos e adequados para o setor.
3. Após 3 anos de atuação, o MIEIB ampliou sua participação e construiu
I. Esta resolução estabelece as diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil no Brasil, definindo seus princípios, objetivos e práticas pedagógicas.
II. Ela define a educação infantil como um direito das crianças de 0 a 5 anos que deve ser oferecida de forma gratuita e de qualidade pelo estado.
III. As propostas pedagógicas devem respeitar os direitos das crianças, valorizar suas culturas e identidades, e promover o desenvolvimento integral por meio de experiências lúdic
Consulta sobre qualidade_na_ei.2010-07-01_14-29-55Marcia Gomes
1. O documento apresenta os resultados de uma pesquisa sobre qualidade da educação infantil realizada em 4 estados brasileiros.
2. Foram entrevistados profissionais, pais e líderes comunitários sobre critérios de qualidade e concepções de educação infantil. Crianças também foram ouvidas.
3. Os achados principais incluem perfil das instituições e entrevistados, critérios de qualidade apontados, concepções sobre educação infantil e opiniões das crianças.
Como elaborar um_artigo_cientifico_-_maria_bernadeteMarcia Gomes
Este documento fornece instruções sobre como elaborar um artigo científico de acordo com as normas da ABNT. Ele explica a estrutura de um artigo, incluindo elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, e fornece diretrizes sobre citações, ilustrações, tabelas e referências.
This document is from the Universidade Federal de Minas Gerais regarding a specialization course in early childhood education. The course discipline is research methodology and early childhood education. The professor listed is Sandro Vinicius Sales dos Santos.
This document is from the Universidade Federal de Minas Gerais regarding a specialization course in early childhood education. The course discipline is research methodology and early childhood education. The professor listed is Sandro Vinicius Sales dos Santos.
A disciplina Metodologia de Pesquisa e Educação Infantil é ministrada pelo professor Sandro Vinicius Sales dos Santos na Universidade Federal de Minas Gerais para o curso de Especialização em Docência na Educação Infantil.
1. Manuel Jacinto Sarmento
GERAÇÕES E ALTERIDADE:
INTERROGAÇÕES A PARTIR DA SOCIOLOGIA
DA INFÂNCIA*
MANUEL JACINTO SARMENTO**
RESUMO: A sociologia da infância propõe-se a constituir a infância
como objecto sociológico, resgatando-a das perspectivas biologistas, que
a reduzem a um estado intermédio de maturação e desenvolvimento hu-
mano, e psicologizantes, que tendem a interpretar as crianças como in-
divíduos que se desenvolvem independentemente da construção social
das suas condições de existência e das representações e imagens histori-
camente construídas sobre e para eles. Porém, mais do que isso, a socio-
logia da infância propõe-se a interrogar a sociedade a partir de um pon-
to de vista que toma as crianças como objecto de investigação sociológica
por direito próprio, fazendo acrescer o conhecimento, não apenas sobre
infância, mas sobre o conjunto da sociedade globalmente considerada. A
infância é concebida como uma categoria social do tipo geracional por
meio da qual se revelam as possibilidades e os constrangimentos da es-
trutura social. O desafio a que nos propomos é interrogar o modo como
constructos teóricos como “geração” e “alteridade” se constituem como
portas de entrada para o desvelamento dos jardins ocultos em que as cri-
anças foram encerradas pelas teorias tradicionais sobre a infância e de
como esse conhecimento se pode instituir em novos modos de constru-
ção de uma reflexividade sobre a condição de existência e os trajectos de
vida na actual situação da modernidade.
Palavras-chave: Infância. Geração. Sociologia da infância. Criança.
Alteridade.
* Este texto tem por base uma versão da comunicação ao 5º Congresso Português de Sociologia,
na Universidade do Minho (Braga), de 12 a 15 de maio de 2004 (não publicada).
** Doutor em Estudos da Criança (área de conhecimento em estudos sócio-educativos) pela Uni-
versidade do Minho e professor do Instituto de Estudos da Criança da mesma Universidade
(Portugal). E-mail: sarmento@iec.uminho.pt
Educ. Soc., Campinas, vol. 26, n. 91, p. 361-378, Maio/Ago. 2005 361
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2. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
GENERATIONS AND ALTERITY:
QUESTIONS TO THE SOCIOLOGY OF CHILDHOOD
ABSTRACT: The sociology of childhood intends to establish child-
hood as a sociological object, rescuing it from the biological viewpoint,
which reduces it to an intermediate maturation and human develop-
ment stage, and from the psychological approach, which tends to look
at children as individuals who develop independently from the social
framework of their conditions of existence and from the different rep-
resentations and pictures that have historically been built about and
for them. Moreover, the sociology of childhood proposes to question
society from a point of view that considers children as a per se object
of sociological investigation, increasing knowledge on both childhood
and society as a whole. Childhood is thus conceived as a generational
category that reveals the possibilities and constraints of the social
structure. The challenge we address is to question how such theoreti-
cal constructs as “generation” and “alterity” are set up as gateways to the
hidden gardens in which children have been confined by the tradi-
tional theories on childhood and how such knowledge can create new
ways of building up reflexivity on both the conditions of existence
and the paths of life in the current situation of modernity.
Key words: Childhood. Generation. Sociology of childhood. Chil-
dren. Alterity.
constituição e legitimação do campo científico da sociologia da
infância está em curso em todo o mundo, desde há pouco mais
de uma década. O desenvolvimento recente desse campo de es-
tudos acompanha os progressos verificados no plano internacional, em
que a sociologia de infância foi reconhecida como o mais recente Comité
de Pesquisa da Associação Internacional da Sociologia (ISA) e um dos últi-
mos grupos de trabalho a serem criados no interior da Associação Inter-
nacional de Sociólogos de Língua Francesa (AISLF). Também em Portugal
o campo se encontra em constituição, tendo já originado os primeiros
cursos de pós-graduação e produzido teses, números temáticos de revis-
tas científicas (Fórum Sociológico, 2000, e Educação, Sociedade e Culturas,
2002) e projectos de investigação na área. A constituição do campo con-
cretiza-se na definição de um conjunto de objectos sociológicos específi-
cos (no caso vertente, a infância e a criança como actor social pleno), um
conjunto de constructos teóricos de referência e um conjunto de investi-
gadores implicados no desenvolvimento empírico e teórico do conheci-
mento.
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3. Manuel Jacinto Sarmento
A sociologia da infância propõe-se a constituir a infância como
objecto sociológico, resgatando-a das perspectivas biologistas, que a re-
duzem a um estado intermédio de maturação e desenvolvimento huma-
no, e psicologizantes, que tendem a interpretar as crianças como indiví-
duos que se desenvolvem independentemente da construção social das
suas condições de existência e das representações e imagens historicamen-
te construídas sobre e para eles. Porém, mais do que isso, a sociologia da
infância propõe-se a interrogar a sociedade a partir de um ponto de vista
que toma as crianças como objecto de investigação sociológica por direi-
to próprio, fazendo acrescer o conhecimento, não apenas sobre infância,
mas sobre o conjunto da sociedade globalmente considerada. A infância
é concebida como uma categoria social do tipo geracional por meio da
qual se revelam as possibilidades e os constrangimentos da estrutura so-
cial. O desafio a que nos propomos é interrogar o modo como constructos
teóricos como “geração” e “alteridade” se constituem como portas de en-
trada para o desvelamento dos jardins ocultos em que as crianças foram
encerradas pelas teorias tradicionais sobre a infância e de como esse co-
nhecimento se pode instituir em novos modos de construção de uma
reflexividade sobre a condição de existência e os trajectos de vida na actual
situação da modernidade.
Geração
A primeira tarefa a que se propõe a sociologia da infância é a de
considerar a “geração” uma categoria estrutural relevante na análise dos
processos de estratificação social e na construção das relações sociais (por
exemplo, Qvortrup, 2000; Alanen, 2001; Mayall, 2002). Essa tarefa não
se realiza sem esforço, considerando a crítica a que o conceito de “gera-
ção” foi submetido, pela sua eventual diluição dos “principais” factores
de estratificação e, especialmente, por ocultar numa designação comum
as diferenças e desigualdades de classe.
O resgate do conceito de “geração” impõe a consideração da com-
plexidade dos factores de estratificação social e a convergência sincrónica
de todos eles; a geração não dilui os efeitos de classe, de género ou de
raça na caracterização das posições sociais, mas conjuga-se com eles, numa
relação que não é meramente aditiva nem complementar, antes se exerce
na sua especificidade, activando ou desactivando parcialmente esses efei-
tos.
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4. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
A “reentrada” do conceito de “geração” na análise sociológica impõe
a sua reconceptualização. A tradição mais forte da análise do conceito de
“geração” radica na obra de Karl Mannheim (1993[1928]). Para o sociólo-
go húngaro, o conceito de “geração” entronca na sociologia do conhecimen-
to que se propôs a levar a cabo e corresponde a um fenómeno cuja nature-
za é essencialmente cultural: a geração consiste num grupo de pessoas
nascidas na mesma época, que viveu os mesmos acontecimentos sociais du-
rante a sua formação e crescimento e que partilha a mesma experiência his-
tórica, sendo esta significativa para todo o grupo, originando uma consci-
ência comum, que permanece ao longo do respectivo curso de vida. A acção
de cada geração, em interacção com as imediatamente precedentes, origina
tensões potenciadoras de mudança social. A mudança social é interpretada
por Mannheim fundamentalmente como “evolução intelectual” da socie-
dade.
O conceito que aqui está patente atribui à geração uma forte iden-
tidade histórica, visível quando nos referimos, por exemplo, à “geração
do pós-guerra”, identificando nela o conjunto de pessoas que nasceram e
cresceram nas condições históricas da reconstrução europeia, após a Se-
gunda Guerra Mundial, ou, numa perspectiva mais acentuadamente cul-
tural, quando evocamos a “geração de 70”, para referenciar o conjunto
de intelectuais portugueses do século XIX que, nascidos em pleno perío-
do romântico, afirmaram a sua diferença em face da geração anterior por
meio de uma atitude artística “realista”, socialmente implicada com a
modernização cultural e social do país e intelectualmente crítica dos va-
lores sociais dominantes na época.
Jens Qvortrup (1991, 2000), na sua apropriação do conceito de
“geração” como categoria social estruturante da infância, mobiliza de
Mannheim fundamentalmente a dimensão estrutural da respectiva defi-
nição, ou seja, “des-historiza” o constructo para acentuar os aspectos pre-
dominantemente estruturais. “Geração” é assumida como uma variável
independente, trans-histórica, estando prioritariamente ligada aos aspec-
tos demográficos e económicos da sociedade. A infância é independente
das crianças; estas são os actores sociais concretos que em cada momento
integram a categoria geracional; ora, por efeito da variação etária desses
actores, a “geração” está continuamente a ser “preenchida” e “esvaziada”
dos seus elementos constitutivos concretos. A geração é o que permane-
ce, como categoria estrutural, sendo prioritariamente definida por
factores igualmente estruturais: a estabilidade e a mudança demográfica
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5. Manuel Jacinto Sarmento
(por exemplo, Saporiti, 1994); o impacto que sofre das políticas sociais;
os efeitos que recebe e que produz nos movimentos de longo curso e na
sustentabilidade dos sistemas constitutivos do Estado-Providência; a
afectação específica do produto e a respectiva distribuição; o envolvi-
mento nas relações de produção e de consumo etc. Esta perspectiva es-
truturalista tende a privilegiar na análise as relações intergeracionais e a
secundarizar as relações intrageracionais e os aspectos culturais e simbóli-
cos da infância.
Num comentário crítico às posições estruturalistas na sociologia
da infância, Leena Alanen (2001) procura resgatar a conceptualização
mannheimiana, sublinhando a potencialidade heurística do conceito de
“geração” como variável dependente, isto é, como grupo de idade
construído pelos respectivos actores, no quadro das respectivas interacções
e dos processos de construção simbólica dos seus referenciais de existên-
cia. Sem abandonar as dimensões estruturais, mas cruzando-as com as
relações internas à geração e os respectivos processos de simbolização do
real, a autora propõe-se a interpretar o “complexo dispositivo de proces-
sos sociais” por meio dos quais as crianças são construídas na sua identi-
dade social e diferenciadas dos adultos, o que envolve a acção social
(“agency”) das crianças, sendo um processo que se estabelece na “prática
social” (Alanen, 2001, p. 20-21). Desse modo, a autora tematiza a gera-
ção simultaneamente como variável dependente de aspectos estruturais
mais vastos e como variável independente, pelos efeitos estruturantes da
acção das crianças como actores sociais, e como tópico de análise externa
da infância, pela abordagem das relações intrageracionais com a geração
adulta, e tópico de análise interna sobre as relações intrageracionais em
que a infância (também ) se (auto)constitui.
Alargando as perspectivas interaccionistas de Alanen, julgamos ser
possível a reconstrução do conceito de “geração”, considerando, para além
das suas dimensões externas e internas e de variável independente ou de-
pendente, os elementos sincrónicos e diacrónicos presentes na respectiva
construção social. O objectivo é “historicizar o conceito de geração, sem
perder de vista as dimensões estruturais e interaccionais”.
A infância é historicamente construída, a partir de um processo de
longa duração que lhe atribuiu um estatuto social e que elaborou as bases
ideológicas, normativas e referenciais do seu lugar na sociedade. Esse pro-
cesso, para além de tenso e internamente contraditório, não se esgotou. É
continuamente actualizado na prática social, nas interacções entre crian-
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6. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
ças e nas interacções entre crianças e adultos. Fazem parte do processo as
variações demográficas, as relações económicas e os seus impactos dife-
renciados nos diferentes grupos etários e as políticas públicas, tanto quan-
to os dispositivos simbólicos, as práticas sociais e os estilos de vida de
crianças e de adultos. A geração da infância está, por consequência, num
processo contínuo de mudança, não apenas pela entrada e saída dos seus
actores concretos, mas por efeito conjugado das acções internas e exter-
nas dos factores que a constroem e das dimensões de que se compõe.
A variação de todas estas dimensões é assíncrona, isto é, não decor-
re sempre no mesmo sentido, sendo diferente, em cada momento, o peso
de cada uma das variáveis em presença. Por exemplo: a alteração das po-
líticas públicas no que respeita ao alargamento da escolaridade tem im-
pactos tanto nos cotidianos das crianças quanto na conceptualização que
delas temos, por efeitos correlativos na entrada no mundo do trabalho,
na possibilidade de condições autónomas de existência e no peso das res-
ponsabilidades sociais; aliás, isso é significativo em Portugal, onde nas três
últimas décadas ocorreram importantes mudanças nos anos de frequência
e nas taxas de abandono da escolaridade obrigatória, colocando a posição
estrutural das crianças que actualmente frequentam este nível de escola-
ridade numa posição muito distinta com relação à dos seus pais, ao tra-
balho escolar, à expectativa de frequência, às aspirações de emprego etc.
Um outro exemplo: a introdução dos jogos vídeos e informáticos alterou
parcialmente o tipo de brinquedos e o uso do espaço-tempo lúdico das
crianças, gerou novas linguagens e desenvolveu apetências de consumo,
que não podem deixar de ser considerados na análise contemporânea das
culturas e das relações de pares das crianças, nomeadamente pelos efeitos
no aumento da assimetria do poder de compra e nas desigualdades soci-
ais, com impactos na composição de uma “infância global”, consumido-
ra dos mesmos produtos, sobretudo os emanados da indústria cultural
para a infância, mas com profunda heterogeneidade interna.
Relações intra e intergeracionais historicizadas
Em suma, o conceito de geração não só nos permite distinguir o
que separa e o que une, nos planos estrutural e simbólico, as crianças
dos adultos, como as variações dinâmicas que nas relações entre crian-
ças e entre crianças e adultos vai sendo historicamente produzido e ela-
borado. Por outras palavras, a “geração” é um constructo sociológico
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7. Manuel Jacinto Sarmento
que procura dar conta das interacções dinâmicas entre, no plano
sincrónico, a geração-grupo de idade, isto é, as relações estruturais e sim-
bólicas dos actores sociais de uma classe etária definida e, no plano
diacrónico, a geração-grupo de um tempo histórico definido, isto é o modo
como são continuamente reinvestida de estatutos e papeis sociais e de-
senvolvem práticas sociais diferenciadas os actores de uma determinada
classe etária, em cada período histórico concreto. São as mútuas impli-
cações da infância como grupo de idade nas sucessivas infâncias histo-
ricamente datadas e suas relações com os adultos (eles próprios
definíveis pelo estatuto histórico contemporâneo e pelas formas histó-
ricas de adultez que se foram fazendo, refazendo e consolidando) o que,
em síntese se inscreve no projecto científico da sociologia da infância.
Esse projecto não pode deixar de ser iniciado pela análise da
construção histórica da infância. Longe de ser meramente constituída
por factores biológicos, correspondentes ao facto de ser integrada por
um grupo de pessoas que têm em comum estarem nos seus primeiros
anos de vida, a infância deve a sua natureza sociológica, isto é, o cons-
tituir-se como um grupo com um estatuto social diferenciado e não
como uma agregação de seres singulares, à construção histórica de um
conjunto de prescrições e de interdições, de formas de entendimento e
modos de actuação, que se inscrevem na definição do que é admissível
e do que é inadmissível fazer com as crianças ou que as crianças façam.
Em primeiro lugar, a génese do(s) “sentimento(s) da infância” (Ariès,
1973), desenvolveu uma consciência de alteridade das crianças em re-
lação aos adultos, que é decisiva para essa construção histórica, com um
contínuo, dinâmico e distinto (em face da Antiguidade) processo de
desenvolvimento desde o dealbar da modernidade.
A construção moderna da infância correspondeu a um trabalho de
separação do mundo dos adultos e de institucionalização das crianças.
Nessa separação, a criação de creches e da escola pública (Ramirez, 1991)
teve um papel determinante, configurando-se, uma e outras, como as
primeiras instituições da modernidade directamente orientadas para um
grupo geracional (até então, as escolas conventuais e os colégios religiosos
eram indistintamente frequentados por crianças e adultos). A generaliza-
ção da escola e a sua transformação como escola de massas promoveram,
num movimento comum, a institucionalização da infância e da escola
pública (idem, ibid.), movimento este que não deixou de se expandir
continuamente até hoje; a escola, com extensão no espaço-mundo, gene-
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8. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
ralização progressiva – ainda que longe de atingir a universalização do
acesso para todos e para todas – e alargamento dos anos de escolaridade
e do tempo efectivo de frequência; a infância, por meio da universalização
de estatutos e direitos, no âmbito quer do direito internacional, quer da
constituição de uma infância global (Tomás & Soares, 2004). A separa-
ção das crianças relativamente às outras gerações não ocorreu, porém, ape-
nas nem primordialmente por meio da criação de instituições para as
crianças. A par disso, com fortes vinculações nesse processo de institu-
cionalização, desenvolveu-se um trabalho de construção simbólica da in-
fância, também ele enraizado em condições históricas complexas (Becchi
& Julia, 1998), que promoveu, progressivamente, um conjunto de ex-
clusões das crianças do espaço-tempo da vida em sociedade.
Há uma negatividade constituinte da infância, que, em larga medi-
da, sumariza esse processo de distinção, separação e exclusão do mundo
social. A própria etimologia encarrega-se de estabelecer essa negatividade:
infância é a idade do não-falante, o que transporta simbolicamente o lugar
do detentor do discurso inarticulado, desarranjado ou ilegítimo; o aluno é
o sem-luz; criança é quem está em processo de criação, de dependência, de
trânsito para um outro. Como consequência, as crianças têm sido sobretu-
do linguística e juridicamente sinalizadas pelo prefixo de negação (são
inimputáveis; juridicamente incompetentes) e pelas interdições sociais (não
votar, não eleger nem ser eleitos, não se casar nem constituir família, não
trabalhar nem exercer uma actividade económica, não conduzir, não con-
sumir bebidas alcoolócicas etc.). Certamente que estas interdições se sus-
tentam numa prática de protecção, constituem, quase todas elas, avanços
civilizatórios e não está em causa a sua radical abolição. Apenas se subli-
nha, aqui, um efeito simbólico de conceptualização e representação sócio-
jurídica da infância pela determinação dos factores de exclusão e não,
prioritariamente, pelas características distintivas ou por efectivos direitos
participativos: em última análise, a negatividade constitutiva da infância
exprime-se na ideia da menoridade: criança é o que não pode nem sabe
defender-se, o que não pensa adequadamente (e, por isso, necessita de
encontrar quem o submeta a processos de instrução), o que não tem va-
lores morais (e, por isso, carece de ser disciplinado e conduzido moral-
mente).
A interdição simbólica de pensar as crianças a partir da positividade
das suas ideias, representações, práticas e acções sociais – por outras pala-
vras, a ruptura dos adultos com o pensamento infantil, não como pensa-
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9. Manuel Jacinto Sarmento
mento distinto, mas como pensamento ilegítimo, incompetente, impró-
prio e inadequado –, sendo filosófica e pedagogicamente construída, teve
efeitos consideráveis historicamente na regulação das relações sociais e no
modo de funcionamento das instituições, especialmente no Ocidente.
Importa aqui ressalvar que um olhar sobre práticas culturais e sociais de
outras formações sociais no Oriente e no Hemisfério Sul, ou de grupos
étnicos minoritários na Europa, pode permitir encontrar representações
da infância que não se caracterizam pela exclusão das crianças da vida
colectiva e que, inclusive, incluem as crianças em práticas sociais
comumente consideradas como adultas, nomeadamente no que respeita
ao trabalho, ao casamento e à participação cívica (por exemplo, Silva et
al., 2001).
Os efeitos deste processo resultaram numa considerável ambiva-
lência: a separação da infância do mundo dos adultos permitiu criar me-
didas de protecção, que garantiram condições sem precedentes de defesa
e de segurança das crianças, a par da instauração de uma norma de defe-
sa da criança constitutiva de uma imagem de “criança-rei” (Ariès, 1986),
em torno da qual se organiza a vida familiar, se projectam as aspirações
parentais, se sustentam políticas públicas direccionadas para a família; ao
mesmo tempo, as posições paternalistas estabeleceram condições de de-
pendência que favorecem uma efectiva menorização das crianças,
potenciam a assimetria de poderes nas relações intergeracionais e consti-
tuem fortes constrangimentos de exercício de uma vida social plena pelas
crianças. Não obstante, importa sublinhar que as medidas de protecção
não apenas não foram capazes de se declararem perfeitas, universais e
competentes na efectiva salvaguarda dos direitos das crianças como a re-
lação de dependência tem gerado situações abusivas que reforçam a
vulnerabilidade estrutural das crianças, nomeadamente em cenários de
guerra, em face de calamidades como a fome ou a doença, ou ainda nas
formas trágicas de exploração sexual, da escravatura, da militarização ou
das piores formas de trabalho infantil (cf., por exemplo, Annan, 2001).
As desigualdades sociais associadas ao processo de globalização hegemó-
nica em curso não têm senão acentuado estas condições.
Em síntese, a construção simbólica da infância na modernidade
desenvolveu-se em torno de processos de disciplinação da infância
(Foucault, 2000), que são inerentes à criação da ordem social dominante
e assentaram em modos de “administração simbólica”, com a imposição
de modos paternalistas de organização social e de regulação dos cotidia-
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10. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
nos, o desapossamento de modos de intervenção e a desqualificação da
voz das crianças na configuração dos seus mundos de vida e a coloniza-
ção adultocentrada dos modos de expressão e de pensamento das crian-
ças. Este processo se encontra incompleto e o seu curso tem vindo a
acentuar os paradoxos da condição social da infância contemporânea. Na
verdade, a história da infância não se extingue com a modernidade tar-
dia, nem as contradições sociais contemporâneas se estabelecem como o
horizonte temporal da “morte da infância” (Postman, 1983). Bem pelo
contrário, as encruzilhadas da infância contemporânea não fazem senão
realçar a sua diferença como categoria geracional distinta, nos planos es-
trutural e simbólico (Sarmento, 2004). É essa diferença que compete à
sociologia da infância esclarecer. No entanto, torna-se prioritário esclare-
cer, no plano teórico-analítico, que, dentro de um modelo comum de
desenvolvimento da norma da infância, é absolutamente indispensável
considerar a diversidade das condições de existência das crianças e seus
efeitos e consequências sociais.
Diversidade
As condições sociais em que vivem as crianças são o principal factor
de diversidade dentro do grupo geracional. As crianças são indivíduos com
a sua especificidade biopsicológica: ao longo da sua infância percorrem
diversos subgrupos etários e varia a sua capacidade de locomoção, de ex-
pressão, de autonomia de movimento e de acção etc. Mas as crianças são
também seres sociais e, como tais, distribuem-se pelos diversos modos
de estratificação social: a classe social, a etnia a que pertencem, a raça, o
género, a região do globo onde vivem. Os diferentes espaços estruturais
diferenciam profundamente as crianças.
Uma criança da classe média europeia, do género masculino, do gru-
po etário, por exemplo, dos 6 aos 12 anos, da etnia dominante e raça bran-
ca tem muito mais possibilidades de viver com saúde, de aceder à educa-
ção escolar, de ter tempo para brincar e de aceder a alimentos, roupas,
condições de habitação, jogos e espaços de informação e lazer que uma cri-
ança do mesmo grupo etário, mas que tenha nascido em África ou na Amé-
rica do sul, pertencente a meios populares e que integre o género femini-
no: são muito menores, neste caso, as possibilidades de estudar, brincar e
aceder a bens de consumo, e muito maiores as possibilidades de estar do-
ente e de ter sobre os ombros as responsabilidades e os encargos domésti-
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11. Manuel Jacinto Sarmento
cos. Esta comparação, um pouco trivial, é ilustrativa da diversidade social
das crianças, que ocorre se tomarmos cada um dos factores de estratificação
por si, ou se considerássemos a todos no seu conjunto.
A sociologia da infância tem vindo a assinalar a presença destas va-
riações intrageracionais e recusa uma concepção uniformizadora da in-
fância. Não obstante, considera, para além das diferenças e desigualda-
des sociais que atravessam a infância, que esta deve ser considerada, no
plano analítico, também nos factores de homogeneidade, como uma ca-
tegoria social do tipo geracional própria. Isso significa que se considera a
infância nos factores sociais à posição de classe, ao género, à etnia, à raça,
ao espaço geográfico de residência. As crianças, todas as crianças, não têm
direito de voto, nem de ser eleitos para funções políticas de governação –
são mesmo o único grupo social interditado de participar nos poderes
constituídos pelos regimes democráticos. As crianças, todas as crianças,
são socialmente compungidas à frequência escolar em praticamente to-
dos os países do mundo (com efeito, são residuais os países que não pro-
clamaram a obrigatoriedade escolar) e a escola, pelo menos a escola ele-
mentar, configura-se como uma instituição que se disseminou no espaço
mundial segundo formas muito similarmente estruturadas, orientada
para um único grupo geracional. As crianças, pelo menos nos seus anos
iniciais de vida, são incapazes de sobreviver sozinhas, impondo o cuida-
do dos adultos, os quais, por isso, com elas contraem uma obrigação
tendencial e progressivamente regulada de protecção jurídica e de defesa
ante a vulnerabilidade constitutiva. As crianças, finalmente, possuem mo-
dos diferenciados de interpretação do mundo e de simbolização do real,
que são constitutivos das “culturas da infância”, as quais se caracterizam
pela articulação complexa de modos e formas de racionalidade e de acção.
Por isso a sociologia da infância costuma fazer, contra a orientação
aglutinante do senso comum, uma distinção semântica e conceptual entre
infância, para significar a categoria social do tipo geracional, e criança, re-
ferente ao sujeito concreto que integra essa categoria geracional e que, na
sua existência, para além da pertença a um grupo etário próprio, é sempre
um actor social que pertence a uma classe social, a um género etc.
Alteridade
É, fundamentalmente, sobre as condições e características que fa-
zem a diferença do grupo geracional infância que se debruça a sociolo-
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12. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
gia da infância. Esta, com efeito, não é uma mera análise sociológica
aplicada a um grupo etário definido. Ao circunscrever o objecto teóri-
co, constrói as condições da sua especificidade.
Entronca aqui uma questão epistemológica importante: a diferen-
ça do objecto teórico reside no acto constitutivo da ciência que opera so-
bre o real uma operação de inscrição de categorias constitutivas, ou, ao
contrário, essa diferença resulta de elementos empiricamente verificáveis,
anteriores e externos à interrogação questionadora no campo, ainda que
só reconhecíveis pelo trabalho de categorização que o trabalho científico
operou? Esta questão epistemológica possui uma grande actualidade so-
ciológica e é por ela que passa a diferença entre a razão escolástica e o
saber prático, para utilizar os termos de Bourdieu (1997).
A proposta mais consistente é a de que a alteridade da infância cons-
titui um elemento de referenciação do real que se centra numa análise con-
creta das crianças como actores sociais, a partir de um ponto de vista que
recusa as lentes interpretativas propostas pela ciência moderna, a qual
tematizou as crianças predominantemente como estando numa situação
de transitoriedade e de dependência. Neste domínio, a psicologia do de-
senvolvimento tem sido a mais consistente promotora de uma represen-
tação social da infância sustentada na incompletude, na incompetência e
na imperfeição das formas de pensamento, que, por isso mesmo, necessi-
ta de acompanhamento e promoção nas sucessivas “etapas de desenvolvi-
mento”, legitimando não apenas o controlo adulto mas a assimetria radi-
cal de poderes intergeracionais na condução da vida das crianças, mesmo
apesar de as metodologias construtivistas que preconiza afirmarem a indis-
pensabilidade da participação das crianças nas tarefas de assimilação e aco-
modação de conhecimentos e de valores (para uma crítica à psicologia do
desenvolvimento, cf., por exemplo, Burnan, 1994).
O que se preconiza, em alternativa, é uma mudança de perspecti-
va no campo interdisciplinar dos estudos da criança, em especial no cam-
po sociológico. A investigação das crianças com base na infância como
categoria geracional própria, o reconhecimento crítico da alteridade da
infância (a par do esclarecimento dos diversos sentidos em que essa alte-
ridade se exprime, no quadro de um reconhecimento das crianças como
os múltiplos-outro, perante os adultos, por efeito da variedade de condi-
ções sociais) e ainda o balanço crítico das perspectivas teóricas que cons-
truíram o objecto infância como a projecção do adulto em miniatura ou
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13. Manuel Jacinto Sarmento
como o adulto imperfeito em devir, tudo isso é o que aqui se preconiza,
num esforço simultaneamente desconstrucionista de constructos pré-fi-
xados e de investigação empírica. Esta mudança de perspectiva – ou, se
preferirmos esta “mudança paradigmática” (James et al., 1998) – consti-
tui o esforço teórico principal da sociologia da infância.
A porta de entrada para o estudo da alteridade da infância é a acção
das crianças e as “culturas da infância”.
As culturas das crianças são “um conjunto estável de actividades
ou rotinas, artefactos, valores e ideias que as crianças produzem e parti-
lham em interacção com os seus pares” (Corsaro & Eder, 1990). Estas
actividades e formas culturais não nascem espontaneamente; elas consti-
tuem-se no mútuo reflexo das produções culturais dos adultos para as
crianças e das produções culturais geradas pelas crianças nas suas
interacções. Não são, portanto, redutíveis aos produtos da indústria para
a infância e aos seus valores e processos, ou aos elementos integrantes das
culturas escolares. São acções, significações e artefactos produzidos pelas
crianças que estão profundamente enraizados na sociedade e nos modos
de administração simbólica da infância (de que o mercado e a escola são
integrantes centrais, a par das políticas públicas para a infância).
As culturas da infância são resultantes da convergência desigual de
factores que se localizam, numa primeira instância, nas relações sociais
globalmente consideradas e, numa segunda instância, nas relações inter
e intrageracionais. Essa convergência ocorre na acção concreta de cada cri-
ança, nas condições sociais (estruturais e simbólicas) que produzem a pos-
sibilidade da sua constituição como sujeito e actor social. Este processo é
criativo tanto quanto reprodutivo. O que aqui se dá à visibilidade, neste
processo, é que as crianças são competentes e têm capacidade de formu-
larem interpretações da sociedade, dos outros e de si próprios, da natu-
reza, dos pensamentos e dos sentimentos, de o fazerem de modo distin-
to e de o usarem para lidar com tudo o que as rodeia.
O desafio hermenêutico colocado à sociologia da infância consiste
na compreensão deste processo de “reprodução interpretativa” (Corsaro,
1997), constitutivo das identidades individuais de cada criança e do es-
tatuto social da infância como categoria geracional. Esse desafio é com-
partilhado por outras ciências sociais, nomeadamente a antropologia, as
ciências da educação e mesmo a psicologia, em várias das suas formula-
ções mais recentes sobre a infância. No entanto, impõe um trabalho de
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14. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
desconstrução de muitas das bases teóricas com que as crianças foram sis-
tematicamente tematizadas nas ciências sociais.
E em primeiro lugar na sociologia, onde o conceito de “socializa-
ção”, com raízes na obra de Emile Durkheim, remeteu as crianças para a
condição de seres pré-sociais, assim tematizadas como objecto de um pro-
cesso de inculcação de valores, normas de comportamento e de saberes
úteis para o exercício futuro de práticas sociais pertinentes. O conceito,
nas suas múltiplas reinterpretações futuras, incorpora sedimentalmente a
história de uma produção teórica sociológica que se ocupou sempre das
crianças como objectos manipuláveis, vítimas passivas ou joguetes cultu-
ralmente neutros, subordinados a modos de dominação ou de controlo
social, que assumiam a garantia da sua continuidade precisamente por
esse trabalho de condução para os lugares, os comportamentos, as atitu-
des ou as práticas sociais pertinentes. A desconstrução do conceito de “so-
cialização” é inerente à emancipação da infância como objecto teórico e à
interpretação das crianças como seres sociais plenos, dotados de capaci-
dade de acção e culturalmente criativos (para a revisão da literatura críti-
ca ao conceito de “socialização”, cf. Jenks, 1996; Corsaro, 1997;
Montandon, 1998; Sirota, 1998).
De modo idêntico, a revisão dos fundamentos teleológicos e do
linearismo evolutivo da tradição psicológica desenvolvimentista tem per-
mitido abrir novas perspectivas interpretativas da acção infantil, conside-
rando-a na sua complexidade e na sua dimensão de competência especí-
fica, isto é, como dotada de um sentido próprio, pertinente e adequado
aos contextos de vida das crianças. Em especial, a revisão da psicologia
(seja piagetiana, seja freudiana) põe em causa a concepção dominante da
criança como um ser essencialmente narcísico e egocêntrico, para consi-
derar a dimensão relacional e interaccional constitutiva da acção infantil.
No entanto, se a evolução das ciências sociais que estudam a in-
fância seguiu no sentido do reconhecimento da autonomia das formas
culturais, a inventariação dos princípios geradores e das regras das cul-
turas da infância é uma tarefa teórica e epistemológica que se encontra,
em boa medida, por realizar.
Noutros textos (Sarmento, 2003 e 2004), procurei enunciar al-
guns traços identificadores da “gramática das culturas da infância”, isto é
dos princípios de estruturação do sentido que lhe são característicos.
Como hipótese a explorar, pode avançar-se a ideia de que as crianças es-
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15. Manuel Jacinto Sarmento
tabelecem uma deslocação sobre os princípios lógicos estruturantes das
gramáticas culturais adultas (sobretudo às culturas ocidentais de matriz
europeia; as culturas não-ocidentais não se estruturam necessariamente
sobre os mesmos princípios lógicos) e, especialmente, sobre os princípios
da identidade e da sequencialidade. Para as crianças, no âmbito do jogo
simbólico, o objecto referenciado não perde a sua identidade própria e é,
ao mesmo tempo, transmutado pelo imaginário: a criança “veste” a per-
sonagem da mãe, do bebé, do médico ou do cientista maluco sem per-
der a noção de quem é e transforma os objectos mais vulgares nos mais
inverossímeis artefactos – a caixa de cartão no automóvel, o lápis de cera
no baton, uma caixa de bolachas no tesouro escondido dos piratas… Do
mesmo modo, a criança funde os tempos presente, passado e futuro,
numa recursividade temporal e numa reiteração de oportunidades que é
muito própria da sua capacidade de transposição no espaço-tempo e de
fusão do real com o imaginário (Walter Benjamin, por exemplo, tem pá-
ginas admiráveis sobre esta capacidade de transmutação infantil, cf. Ben-
jamin, 1992). A alteração da lógica formal não significa que as crianças
tenham um pensamento ilógico. Pelo contrário, essa alteração, estando
patente na organização discursiva das culturas da infância (especialmente
no que respeita ao jogo simbólico), é coexistente com uma organização
lógico-formal do discurso, a qual permite que a criança simultaneamente
“navegue entre dois mundos” – o real e o imaginário – explorando as suas
contradições e possibilidades (Harris, 2002, p. 232). Em contrapartida,
os princípios lógicos alterados também não são exclusivamente integran-
tes das culturas da infância, sendo inerentes aos processos de construção
da linguagem poética, na qual a subversão do princípio da identidade e
da sequencialidade são constitutivos dos respectivos processos de signifi-
cação. De algum modo, as culturas da infância e a poesia têm afinidades,
de que, de resto, muitos poetas se aperceberam: “crianças são as letras an-
tigas com que se escreve a única palavra insuportavelmente viva” (Herberto
Hélder, Poesia toda).
Conclusão
A inclusão do conceito de “geração” na análise das relações sociais
contemporâneas parece ser uma indisfarçável necessidade, não apenas
porque os processos de estratificação social têm uma dimensão (também)
geracional, mas também porque as relações intergeracionais têm consti-
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16. Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância
tuído um aspecto vital na mudança social. A reconceptualização da “ge-
ração”, operada pela sociologia da infância com base em referências clás-
sicas, visa tornar patente o processo sócio-histórico de constituição das
gerações, de relação entre diferentes grupos geracionais, e os aspectos sim-
bólicos constitutivos da diferença entre gerações, seja no plano diacrónico,
seja no plano sincrónico.
As mudanças sociais que a infância tem sofrido, como categoria es-
trutural, bem como o modo como as crianças contribuem pela sua acção
para a sociedade contemporânea estão no centro desse trabalho de recon-
ceptualização. A ciência coloca a si mesma problemas que são suscitados
pela prática social. Como repetidamente tem sido dito, a entrada das cri-
anças na primeira página dos jornais e o progressivo interesse da sociolo-
gia pela infância não são fenómenos que caminhem separadamente. A si-
tuação da infância contemporânea convida à interrogação sociológica
sobre as promessas incumpridas da modernidade ante a infância – com
efeito, como afirma Qvortrup (2000), está por fazer o balanço dos gan-
hos da modernidade, e de alguns dos seus mitos fundadores (o progres-
so, a racionalidade, o individualismo), a partir do ponto de vista das cri-
anças –, assim como a reflexividade social é continuamente alimentada
pela produção teórica, nomeadamente a sociológica, constitutiva de ima-
gens, representações sociais e orientações da acção das crianças. Entronca
aqui, uma vez mais, a responsabilidade social da sociologia.
Responsabilidade esta tanto maior quanto sabemos que, ao falar-
mos de crianças, não estamos verdadeiramente apenas a considerar as ge-
rações mais novas, mas a considerar a sociedade na sua multiplicidade, aí
onde as crianças nascem, se constituem como sujeitos e se afirmam como
actores sociais, na sua diversidade e na sua alteridade diante dos adultos.
Recebido em novembro de 2004 e aprovado em março de 2005.
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