SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 23
À MODA DO SÉCULO XX: LA BELLE EPOQUE

    Apesar de já ter cinqüenta e oito anos ao ser coroada
rainha em 1902, Alexandra continuou a exercer influencia
no estilo da Grã-Bretanha e dos EUA. Com sua postura
ereta e a bela figura, sua aparência era magnífica tanto nas
roupas brilhantes da corte, excessivamente ornamentadas,
como em trajes de equitação de corte severo. Era famosa
pelo estilo de penteado com franjas e gargantilhas largas,
assim como pelo uso cada vez maior de cosméticos à
medida que ia envelhecendo (muitas vezes foi descrita
como esmaltada).
No Reino Unido, a imprensa dedicou grande atenção à
“invasão americana” da nobreza britânica por herdeiras do
Novo Mundo, cuja considerável fortuna deu à aristocracia
inglesa um impulso financeiro muito necessário. E as
fotografias destacavam suas roupas caras, pois eram
acostumadas a vestirem-se com os melhores costureiros.
O palco também forneceu uma aristocracia de sangue
novo e glamour – pelo menos meia dúzia de nobres casou-
se com atrizes, ligações que ofereciam material ideal para
colunistas de mexericos e editoriais de moda.
    Uma chegada notável, dos EUA, foi a atriz Camille
Clifford. Ela conquistara certa fama na Inglaterra ao
representar no palco londrino a “Garota Gibson”, a
personificação da mulher ideal, criada pelo ilustrador
americano Charles Gibson.
Camille Clifford – Garota Gibson

    Uma minoria de mulheres evitava a corrente principal
da moda em favor de estilos individualistas essas mulheres
muitas vezes pertenciam a círculos literários ou
aristocráticos e escolas de design, como a Souls. Na
Inglaterra a loja Liberty, era freqüentada pelas que
buscavam roupas e tecidos que transcendessem a moda.
Ao longo de todo o inicio da década de 1900, seu estúdio
especializou-se em roupas fluidas, baseadas em trajes
históricos de varias origens e períodos. Em 1909, em um
espírito similar de independência diante das tendências
correntes, o designer de teatro, têxteis e vestuário,
Mariano Fortuny, operando a partir de sua base, o Pallazo
d’Orfei , em Veneza, patenteou o famoso vestido Delfos.
Baseado no quíton grego clássico, feito de finas sedas,
tingidas com cores brilhantes, e franzido por meio de um
método secreto, o vestido Delfos ia dos ombros ao chão
como uma coluna brilhante. Era discretamente decorado
com contas de vidro veneziano e ajustado em torno do
pescoço e dos braços com tiras ocultas. Trajes igualmente
folgado ganharam à preferência de executantes liberadas
como Isadora Duncan, Loie Fuller e Maud Allen, que
adentraram a historia do vestuário dançando com finas
túnicas e drapeados pseudoclássicos.
Isadora Duncan
Não houve mudanças radicais no vestuário durante os
oito primeiros anos do século. O desejo do novo era
inteiramente satisfeito pela introdução de series de cores
sazonais e por novos ornamentos, cada vez mais
complexos. E se distinguiam os costureiros parisienses –
especialmente Callot Soeurs, Doucet, Paquin e Worth. Os
estilistas usavam os tecidos mais caros, que tinham de ser
maleáveis, com boas qualidades para o drapeado, para
que pudessem conseguir as linhas fluidas em voga na
época. O calor vinha de peles, veludo, lãs e do onipresente
boá de plumas de avestruz. As roupas de verão e noite
eram feitas de uma abundancia de linhos, algodoes e sedas
leves, como nomes evocativos – musselina de soei, crepe
meteoro e tule cresta. Tecidos sem estampas eram
preferidos, generosamente adornados com rendas, detalhes
de crochê, bordados e trançados finos. Miudezas
essenciais, como armações e fechos, eram obtidas junto a
fornecedores e ateliês especializados em Paris, assim
como bordados, passamanes, contas, plumas e flores
artificiais.
Para sustentar um estabelecimento de trabalho
intensivo, um grande costureiro parisiense da época
empregava entre duzentos e seiscentos funcionários. A
hierarquia era rígida e o trabalho cuidadosamente
organizado. Oficinas separadas eram dedicadas a uma
função ou a produção de um traje especifico. O processo
começava com uma vendedora apresentando à cliente os
últimos modelos, envergados por manequins da casa. A
escolha de conjuntos era seguida pelo corte e pela
construção habilidosos e por longas provas, das quais
dependia a natureza exclusiva dessas roupas
personalizadas.

    A casa de alta-costura de mais prestigio em Paris no
inicio do século era a Casa Worth – nessa época, nas mãos
do filho do fundador, Jean Feles e Gastam. A Worth vestia
uma elite rica, que incluía a realeza européia, herdeiras
americanas e atrizes famosas. Suas criações do inicio da
década eram ostensivamente caras e, às vezes, tinham uma
exuberância quase vulgar, que as anunciava como modelos
da Worth e identificava quem as vestias como mulheres
associadas à riqueza e ao poder.
No que se refere à alfaiataria, Londres continuou a ser o
centro internacional, atendendo às exigências dos trajes
para caminhada e equitação. A mania do ciclismo, no fim
do século XIX, continuou no século XX, e os alfaiates
produziram um grande leque de trajes bifurcados,
projetados especificamente para essa atividade.

   Para o “beau monde”, a rotina diária exigia pelo menos
quatro mudas de roupa – para a manhã, para o inicio da
tarde, para o chá e para a noite. De manhã, era costume
usar um conjunto de alfaiataria para fazer visitas e
compras. Este era composto de uma saia e uma jaqueta ou
casaco, às vezes combinando com blusa e cinto. Peças em
la, especialmente um lenço fino, eram perfeitas para
conjuntos de outono e inverno.
The Blue Hat – Kees Van Dongin 1904

 A saia era destacada nas revistas de moda da época como
um dos elementos mais significativos da moda do inicio
da década de 1900. Cortada para enfatizar um corpo de
curvas, as saias eram feitas em godê ou plissadas, para
ficarem justas da cintura ate quase os joelhos. Abriam-se,
então, pouco acima do chão, na frente, e formavam
pequenas caudas varrendo o chão, na parte de trás. Se o
traseiro arredondado era mal definido, anquinhas podiam
ser atadas ao redor da cintura. Blusas ou camisas com
frente “pombo-papo-de-vento” caindo sobre a cintura
tornaram-se uma parte importante do guarda-roupa. Estas
tinham colarinhos altos, eretos mantidos por suportes de
barbatanas de baleias ou arame. De estilo nada
confortável, essas roupas ajudavam e sustentavam a
postura empertigada imposta pelos espartilhos e
obrigavam as usuárias a manter o pescoço ereto e
alongado e a cabeça em uma postura arrogante, de queixo
para cima. Os chapéus eram obrigatórios e os chapeleiros
elaboravam criações cada vez mais decoradas. Era
símbolo de “status” incorporar plumas e ate mesmo
pássaros inteiros em um chapéu de moda.




     As bem relacionadas tinham um vasto arsenal de
roupas. A roupa era determinada pela ocasião pela estação
e pela hora do dia. Particularmente exigente era os fins de
semana nas casas de campo. Os automóveis abertos
estavam substituindo as carruagens puxadas por cavalos.
As mais avançadas iam para os compromissos no campo
enfiadas em volumosos guarda-pos, gorros protetores,
véus e óculos, as malas abarrotadas com os artigos
necessários às varias atividades dentro e fora de casa. A
equitação dava às mulheres uma oportunidade de exibir
sua boa forma (espartilhada) em roupas de corte justo.
Golfe, caça, patinação, criquet, arco e flecha e natação,
quer como passatempo, quer como esporte serio, exigiam
roupas especializadas. Os estilistas ingleses capitalizavam
com base na sua reputação de trajes de bom corte e roupas
para atividades vigorosas.




    Originalmente uma marca da divisão entre a roupa de
dia e a roupa de noite, permitiam as mulheres algumas
horas de alivio dos apertados espartilhos, por volta das
cinco horas, quando o chá era tradicionalmente servido.
Descritos como pitorescos, os tea gowns (vestidos para
chá) eram longos, fluidos e, ás vezes volumosos,
informais, dando espaço ao corpo para relaxar.
A roupa de noite era extremamente vistosa e
provocativa; os corpetes tinham corte baixo, com alças
estreitas, decoradas com tiras de seda pregueadas em
macho. Isso permitia a exibição ostensiva de jóias – os
diamantes e as perolas eram especialmente admirados.
Tiaras e ornamentos com pedras preciosas cintilavam nos
cabelos e longas voltas de perolas eram afestoadas por
sobre o corpete.
Madame Jasmy Alvin – Kees Van Dogen (1910)

     O frou-frou eduardiano valia-se de tecidos luxuosos,
particularmente de cetins brilhantes, que capturavam e
refletiam a luz e eram imaginosamente decorados com
voiles plissados, painéis com lantejoulas e contas
inserções pintadas a mãos e rufos e babados de renda.
Anáguas farfalhantes de tafetá por baixo das saias com
cauda completavam a composição. Capas generosas, com
forro aconchegante, protegiam do ar frio da noite.
Femme fatale – Kees Van Dougan (1908)
John Singer 1902

    O estilo descrito por vezes como Império, Diretório e
Madame Récamier, com linhas verticais retas e cintura
alta, foi preferido durantes os primeiros anos do século
para os vestidos de noite e os tea gowns. Em 1909, havia
se tornado a forma dominante. O circulo cromático girou e
os matizes suaves da década foram substituídos por cores
mais fortes, mais afirmativas. Essa mudança foi gradual,
ocasionada por certos fenômenos culturais e pelo
surgimento de vários talentos de vanguarda.
As irmãs Wertheimer – John Singer (1901)

   Foi no contexto desse fermento artístico que os modelos
de Poiret assumiram proeminência. Poiret conduziu
energicamente o distanciamento da silhueta cheia e
curvilínea da moda do inicio da década rumo a uma linha
mais longa e esbelta. Contudo, as declarações deste
talentoso propagandista de si mesmo, que afirmou ter sido
pessoalmente responsável por libertar as mulheres da
tirania do espartilho e o primeiro estilista a empregar cores
brilhantes e fortes, tem de ser tratadas com cautela. Na
onda de uma tendência para o orientalismo, a transição
para matizes suaves para matizes violentos era inevitável.
Os modelos vívidos de Bakst para os Ballets Russes e as
roupas de cores brilhantes, mais folgadas, foram recebidas
por um publico que soube aprecia-las e não precisou ser
persuadido a abondonar os tons esmaecidos.
Poiret abria sua própria Maison, em 1903. Tornou-se o
costureiro mais empolgante nos anos anteriores à Primeira
Guerra Mundial, e os editores de moda davam cobertura
proeminente às suas criações. Com verve e imaginação ele
construiu um estilo de vida que enfatizava suas atividades
com estilista. Era um mestre de cor, textura e tecido,
combinando os mais recentes tecidos de luxo com peças
de sua própria coleção de têxteis étnicos. Tinha o
“panache” de figurinista de teatro: o impacto final, mais
do que os detalhes da construção, era supremo, e o
resultado era que algumas roupas ostentando sua marca
distinta, com o logotipo da rosa, foram montadas de
maneiras toscas. Em oito anos de criatividade febril, Poiret
abriu caminhos novos e significativos para a profissão. Em
1911, havia introduzido os perfumes “Rosine”, e em 1914
viajou pela Europa com sua trupe de manequins. Apenas a
eclosão da guerra mundial truncou essas iniciativas
pioneiras.
_______________________________________________
            _______________________

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Portifólio História da Moda Brasileira
Portifólio História da Moda BrasileiraPortifólio História da Moda Brasileira
Portifólio História da Moda BrasileiraCarolina Afiune
 
1 século xix império e romantismo
1  século xix   império e romantismo1  século xix   império e romantismo
1 século xix império e romantismoRyu Cenobita
 
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"Dinarte de Abreu
 
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.Odair Tuono
 
O vestuário na Idade Média
O vestuário na Idade MédiaO vestuário na Idade Média
O vestuário na Idade MédiaMaria Garrancho
 
Trabalho De Pesquisa De Moda
Trabalho De Pesquisa De ModaTrabalho De Pesquisa De Moda
Trabalho De Pesquisa De Modacarolrocha
 
História da Arte
História da ArteHistória da Arte
História da ArteJaiza Nobre
 
Apresentação bossa nova
Apresentação   bossa novaApresentação   bossa nova
Apresentação bossa novaTinaCriis
 
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60SÉCULO XX - ANOS 50 E 60
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60Odair Tuono
 
Moda década de 60
Moda década de 60Moda década de 60
Moda década de 60Silene Haber
 
A história do cinema
A história do cinemaA história do cinema
A história do cinemaRebeca Neiva
 
O Antigo Egipto
O Antigo EgiptoO Antigo Egipto
O Antigo Egiptocattonia
 
Rock no brasil dos anos 80 e 90
Rock no brasil dos anos 80 e 90Rock no brasil dos anos 80 e 90
Rock no brasil dos anos 80 e 90Elô Ribeiro
 
Civilizações grandes rios
Civilizações grandes riosCivilizações grandes rios
Civilizações grandes riosPatrícia Morais
 

Mais procurados (20)

Portifólio História da Moda Brasileira
Portifólio História da Moda BrasileiraPortifólio História da Moda Brasileira
Portifólio História da Moda Brasileira
 
1 século xix império e romantismo
1  século xix   império e romantismo1  século xix   império e romantismo
1 século xix império e romantismo
 
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"
Apresentação Powerpoint- Biografia "Van Gogh"
 
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.
SÉCULO XX - ANOS 70 AOS FINAL DO ANOS 90.
 
Indumentária na Idade Média
Indumentária na Idade MédiaIndumentária na Idade Média
Indumentária na Idade Média
 
Teatro grego
Teatro gregoTeatro grego
Teatro grego
 
O vestuário na Idade Média
O vestuário na Idade MédiaO vestuário na Idade Média
O vestuário na Idade Média
 
Trabalho De Pesquisa De Moda
Trabalho De Pesquisa De ModaTrabalho De Pesquisa De Moda
Trabalho De Pesquisa De Moda
 
História da Arte
História da ArteHistória da Arte
História da Arte
 
Chuvas Ácidas
Chuvas ÁcidasChuvas Ácidas
Chuvas Ácidas
 
Apresentação bossa nova
Apresentação   bossa novaApresentação   bossa nova
Apresentação bossa nova
 
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60SÉCULO XX - ANOS 50 E 60
SÉCULO XX - ANOS 50 E 60
 
Moda década de 60
Moda década de 60Moda década de 60
Moda década de 60
 
A história do cinema
A história do cinemaA história do cinema
A história do cinema
 
2 a 1880 a 1919
2 a 1880 a 19192 a 1880 a 1919
2 a 1880 a 1919
 
O Antigo Egipto
O Antigo EgiptoO Antigo Egipto
O Antigo Egipto
 
Águas duras
Águas durasÁguas duras
Águas duras
 
Rock no brasil dos anos 80 e 90
Rock no brasil dos anos 80 e 90Rock no brasil dos anos 80 e 90
Rock no brasil dos anos 80 e 90
 
Civilizações grandes rios
Civilizações grandes riosCivilizações grandes rios
Civilizações grandes rios
 
Cubismo
CubismoCubismo
Cubismo
 

Destaque (11)

A evolução da moda
A evolução da modaA evolução da moda
A evolução da moda
 
Moda Através dos Séculos
Moda Através dos SéculosModa Através dos Séculos
Moda Através dos Séculos
 
Index
IndexIndex
Index
 
Sport Education Model
Sport Education ModelSport Education Model
Sport Education Model
 
Teachers use of models based practice
Teachers use of models based practiceTeachers use of models based practice
Teachers use of models based practice
 
2.3.1 Models-Based Approach
2.3.1 Models-Based Approach2.3.1 Models-Based Approach
2.3.1 Models-Based Approach
 
Estudo da década de 40
Estudo da década de 40Estudo da década de 40
Estudo da década de 40
 
Evolução da moda e penteados nas décadas
Evolução da moda e penteados nas décadasEvolução da moda e penteados nas décadas
Evolução da moda e penteados nas décadas
 
BIG PE Conversation
BIG PE ConversationBIG PE Conversation
BIG PE Conversation
 
60’s fashion
60’s  fashion60’s  fashion
60’s fashion
 
Trabalho de Conclusão I - Curso Design de Moda
Trabalho de Conclusão I - Curso Design de ModaTrabalho de Conclusão I - Curso Design de Moda
Trabalho de Conclusão I - Curso Design de Moda
 

Semelhante a A moda do século xx

Trajesépocadescobrimentos
TrajesépocadescobrimentosTrajesépocadescobrimentos
TrajesépocadescobrimentosMaria Gomes
 
Trajes renascentistas
Trajes renascentistasTrajes renascentistas
Trajes renascentistasRaul Nunes
 
Vestuário na idade média
Vestuário na idade médiaVestuário na idade média
Vestuário na idade médiaricardo5023
 
Vestuário na idade média
Vestuário na idade médiaVestuário na idade média
Vestuário na idade médiaricardo5023
 
Relatório sobre a moda no século xx com
Relatório sobre a moda no século xx comRelatório sobre a moda no século xx com
Relatório sobre a moda no século xx comAymmê Duarte
 
A arte do século xviii (moda)
A arte do século xviii (moda)A arte do século xviii (moda)
A arte do século xviii (moda)Ivan Lucas
 
Ii queima de arquivo evento da meia - 11 de maio
Ii queima de arquivo   evento da meia - 11 de maioIi queima de arquivo   evento da meia - 11 de maio
Ii queima de arquivo evento da meia - 11 de maioQueimadarquivo
 
A historia da moda
A historia da modaA historia da moda
A historia da modavictorialais
 
A historia da moda
A historia da modaA historia da moda
A historia da modavictorialais
 
Rococó-Indumentária II
Rococó-Indumentária IIRococó-Indumentária II
Rococó-Indumentária IIfgfhfdhdf
 
Idade Moderna - Novas Descobertas
Idade Moderna - Novas DescobertasIdade Moderna - Novas Descobertas
Idade Moderna - Novas DescobertasOdair Tuono
 
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTAS
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTASPS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTAS
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTASOdair Tuono
 
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XV
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XVPesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XV
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XVNicolasSantos70
 

Semelhante a A moda do século xx (20)

SéC XIX
SéC XIXSéC XIX
SéC XIX
 
Trajesépocadescobrimentos
TrajesépocadescobrimentosTrajesépocadescobrimentos
Trajesépocadescobrimentos
 
Trajes renascentistas
Trajes renascentistasTrajes renascentistas
Trajes renascentistas
 
Vestuário na idade média
Vestuário na idade médiaVestuário na idade média
Vestuário na idade média
 
Vestuário na idade média
Vestuário na idade médiaVestuário na idade média
Vestuário na idade média
 
Palestr vest pdf
Palestr vest pdfPalestr vest pdf
Palestr vest pdf
 
Vestuário %201,8[1]
Vestuário %201,8[1]Vestuário %201,8[1]
Vestuário %201,8[1]
 
Vesturio 20181-100531140836-phpapp01
Vesturio 20181-100531140836-phpapp01Vesturio 20181-100531140836-phpapp01
Vesturio 20181-100531140836-phpapp01
 
Relatório sobre a moda no século xx com
Relatório sobre a moda no século xx comRelatório sobre a moda no século xx com
Relatório sobre a moda no século xx com
 
Neoclassicismo
NeoclassicismoNeoclassicismo
Neoclassicismo
 
Moda no Rococó
Moda no RococóModa no Rococó
Moda no Rococó
 
A arte do século xviii (moda)
A arte do século xviii (moda)A arte do século xviii (moda)
A arte do século xviii (moda)
 
Ii queima de arquivo evento da meia - 11 de maio
Ii queima de arquivo   evento da meia - 11 de maioIi queima de arquivo   evento da meia - 11 de maio
Ii queima de arquivo evento da meia - 11 de maio
 
A historia da moda
A historia da modaA historia da moda
A historia da moda
 
A historia da moda
A historia da modaA historia da moda
A historia da moda
 
Rococó-Indumentária II
Rococó-Indumentária IIRococó-Indumentária II
Rococó-Indumentária II
 
Idade Moderna
Idade ModernaIdade Moderna
Idade Moderna
 
Idade Moderna - Novas Descobertas
Idade Moderna - Novas DescobertasIdade Moderna - Novas Descobertas
Idade Moderna - Novas Descobertas
 
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTAS
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTASPS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTAS
PS04 A NOVA ERA DAS DESCOBERTAS
 
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XV
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XVPesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XV
Pesquisa Histórica - Vestuário Masculino e Acessórios dos Séculos XIII, XIV e XV
 

Último

Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfSimulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfAnnaCarolina242437
 
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfDesign para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfCharlesFranklin13
 
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024CarolTelles6
 
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAnnaCarolina242437
 
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfSimulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfAnnaCarolina242437
 
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaGESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaayasminlarissa371
 
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAntonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAnnaCarolina242437
 
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...AnnaCarolina242437
 
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Érica Pizzino
 

Último (9)

Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdfSimulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
Simulado Bernoulli Enem_2-Primeiro dia.pdf
 
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdfDesign para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
Design para o futuro 2024 - Leiautar.pdf
 
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
MARANATA - 19_04_2024.pptx | Maranata 2024
 
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdfAVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
AVALIA_CHUM_EFI_5 ANO_AV_2SEMESTRE_2023.pdf
 
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdfSimulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
Simulado Enem Bernoulli-Primeiro dia.pdf
 
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaGESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
GESTÃO FINANceiraaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
 
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdfAntonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
 
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
Exame De Suficiencia Para Obtencao Do Titulo De Especialista Em Medicina De F...
 
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
Estudo de caso para o aplicativo SÓ FLÔ.
 

A moda do século xx

  • 1. À MODA DO SÉCULO XX: LA BELLE EPOQUE Apesar de já ter cinqüenta e oito anos ao ser coroada rainha em 1902, Alexandra continuou a exercer influencia no estilo da Grã-Bretanha e dos EUA. Com sua postura ereta e a bela figura, sua aparência era magnífica tanto nas roupas brilhantes da corte, excessivamente ornamentadas, como em trajes de equitação de corte severo. Era famosa pelo estilo de penteado com franjas e gargantilhas largas, assim como pelo uso cada vez maior de cosméticos à medida que ia envelhecendo (muitas vezes foi descrita como esmaltada).
  • 2. No Reino Unido, a imprensa dedicou grande atenção à “invasão americana” da nobreza britânica por herdeiras do Novo Mundo, cuja considerável fortuna deu à aristocracia inglesa um impulso financeiro muito necessário. E as fotografias destacavam suas roupas caras, pois eram acostumadas a vestirem-se com os melhores costureiros.
  • 3. O palco também forneceu uma aristocracia de sangue novo e glamour – pelo menos meia dúzia de nobres casou- se com atrizes, ligações que ofereciam material ideal para colunistas de mexericos e editoriais de moda. Uma chegada notável, dos EUA, foi a atriz Camille Clifford. Ela conquistara certa fama na Inglaterra ao representar no palco londrino a “Garota Gibson”, a personificação da mulher ideal, criada pelo ilustrador americano Charles Gibson.
  • 4. Camille Clifford – Garota Gibson Uma minoria de mulheres evitava a corrente principal da moda em favor de estilos individualistas essas mulheres muitas vezes pertenciam a círculos literários ou aristocráticos e escolas de design, como a Souls. Na Inglaterra a loja Liberty, era freqüentada pelas que buscavam roupas e tecidos que transcendessem a moda. Ao longo de todo o inicio da década de 1900, seu estúdio especializou-se em roupas fluidas, baseadas em trajes históricos de varias origens e períodos. Em 1909, em um espírito similar de independência diante das tendências correntes, o designer de teatro, têxteis e vestuário, Mariano Fortuny, operando a partir de sua base, o Pallazo d’Orfei , em Veneza, patenteou o famoso vestido Delfos.
  • 5. Baseado no quíton grego clássico, feito de finas sedas, tingidas com cores brilhantes, e franzido por meio de um método secreto, o vestido Delfos ia dos ombros ao chão como uma coluna brilhante. Era discretamente decorado com contas de vidro veneziano e ajustado em torno do pescoço e dos braços com tiras ocultas. Trajes igualmente folgado ganharam à preferência de executantes liberadas como Isadora Duncan, Loie Fuller e Maud Allen, que adentraram a historia do vestuário dançando com finas túnicas e drapeados pseudoclássicos.
  • 6.
  • 8. Não houve mudanças radicais no vestuário durante os oito primeiros anos do século. O desejo do novo era inteiramente satisfeito pela introdução de series de cores sazonais e por novos ornamentos, cada vez mais complexos. E se distinguiam os costureiros parisienses – especialmente Callot Soeurs, Doucet, Paquin e Worth. Os estilistas usavam os tecidos mais caros, que tinham de ser maleáveis, com boas qualidades para o drapeado, para que pudessem conseguir as linhas fluidas em voga na época. O calor vinha de peles, veludo, lãs e do onipresente boá de plumas de avestruz. As roupas de verão e noite eram feitas de uma abundancia de linhos, algodoes e sedas leves, como nomes evocativos – musselina de soei, crepe meteoro e tule cresta. Tecidos sem estampas eram
  • 9. preferidos, generosamente adornados com rendas, detalhes de crochê, bordados e trançados finos. Miudezas essenciais, como armações e fechos, eram obtidas junto a fornecedores e ateliês especializados em Paris, assim como bordados, passamanes, contas, plumas e flores artificiais.
  • 10. Para sustentar um estabelecimento de trabalho intensivo, um grande costureiro parisiense da época empregava entre duzentos e seiscentos funcionários. A hierarquia era rígida e o trabalho cuidadosamente organizado. Oficinas separadas eram dedicadas a uma função ou a produção de um traje especifico. O processo começava com uma vendedora apresentando à cliente os últimos modelos, envergados por manequins da casa. A escolha de conjuntos era seguida pelo corte e pela construção habilidosos e por longas provas, das quais dependia a natureza exclusiva dessas roupas personalizadas. A casa de alta-costura de mais prestigio em Paris no inicio do século era a Casa Worth – nessa época, nas mãos do filho do fundador, Jean Feles e Gastam. A Worth vestia uma elite rica, que incluía a realeza européia, herdeiras
  • 11. americanas e atrizes famosas. Suas criações do inicio da década eram ostensivamente caras e, às vezes, tinham uma exuberância quase vulgar, que as anunciava como modelos da Worth e identificava quem as vestias como mulheres associadas à riqueza e ao poder.
  • 12. No que se refere à alfaiataria, Londres continuou a ser o centro internacional, atendendo às exigências dos trajes para caminhada e equitação. A mania do ciclismo, no fim do século XIX, continuou no século XX, e os alfaiates produziram um grande leque de trajes bifurcados, projetados especificamente para essa atividade. Para o “beau monde”, a rotina diária exigia pelo menos quatro mudas de roupa – para a manhã, para o inicio da tarde, para o chá e para a noite. De manhã, era costume usar um conjunto de alfaiataria para fazer visitas e compras. Este era composto de uma saia e uma jaqueta ou casaco, às vezes combinando com blusa e cinto. Peças em la, especialmente um lenço fino, eram perfeitas para conjuntos de outono e inverno.
  • 13. The Blue Hat – Kees Van Dongin 1904 A saia era destacada nas revistas de moda da época como um dos elementos mais significativos da moda do inicio da década de 1900. Cortada para enfatizar um corpo de curvas, as saias eram feitas em godê ou plissadas, para ficarem justas da cintura ate quase os joelhos. Abriam-se, então, pouco acima do chão, na frente, e formavam pequenas caudas varrendo o chão, na parte de trás. Se o traseiro arredondado era mal definido, anquinhas podiam ser atadas ao redor da cintura. Blusas ou camisas com frente “pombo-papo-de-vento” caindo sobre a cintura tornaram-se uma parte importante do guarda-roupa. Estas tinham colarinhos altos, eretos mantidos por suportes de barbatanas de baleias ou arame. De estilo nada confortável, essas roupas ajudavam e sustentavam a postura empertigada imposta pelos espartilhos e obrigavam as usuárias a manter o pescoço ereto e
  • 14. alongado e a cabeça em uma postura arrogante, de queixo para cima. Os chapéus eram obrigatórios e os chapeleiros elaboravam criações cada vez mais decoradas. Era símbolo de “status” incorporar plumas e ate mesmo pássaros inteiros em um chapéu de moda. As bem relacionadas tinham um vasto arsenal de roupas. A roupa era determinada pela ocasião pela estação e pela hora do dia. Particularmente exigente era os fins de semana nas casas de campo. Os automóveis abertos estavam substituindo as carruagens puxadas por cavalos. As mais avançadas iam para os compromissos no campo enfiadas em volumosos guarda-pos, gorros protetores, véus e óculos, as malas abarrotadas com os artigos necessários às varias atividades dentro e fora de casa. A equitação dava às mulheres uma oportunidade de exibir sua boa forma (espartilhada) em roupas de corte justo.
  • 15. Golfe, caça, patinação, criquet, arco e flecha e natação, quer como passatempo, quer como esporte serio, exigiam roupas especializadas. Os estilistas ingleses capitalizavam com base na sua reputação de trajes de bom corte e roupas para atividades vigorosas. Originalmente uma marca da divisão entre a roupa de dia e a roupa de noite, permitiam as mulheres algumas horas de alivio dos apertados espartilhos, por volta das cinco horas, quando o chá era tradicionalmente servido. Descritos como pitorescos, os tea gowns (vestidos para chá) eram longos, fluidos e, ás vezes volumosos, informais, dando espaço ao corpo para relaxar.
  • 16. A roupa de noite era extremamente vistosa e provocativa; os corpetes tinham corte baixo, com alças estreitas, decoradas com tiras de seda pregueadas em macho. Isso permitia a exibição ostensiva de jóias – os diamantes e as perolas eram especialmente admirados. Tiaras e ornamentos com pedras preciosas cintilavam nos cabelos e longas voltas de perolas eram afestoadas por sobre o corpete.
  • 17. Madame Jasmy Alvin – Kees Van Dogen (1910) O frou-frou eduardiano valia-se de tecidos luxuosos, particularmente de cetins brilhantes, que capturavam e refletiam a luz e eram imaginosamente decorados com voiles plissados, painéis com lantejoulas e contas inserções pintadas a mãos e rufos e babados de renda. Anáguas farfalhantes de tafetá por baixo das saias com cauda completavam a composição. Capas generosas, com forro aconchegante, protegiam do ar frio da noite.
  • 18. Femme fatale – Kees Van Dougan (1908)
  • 19. John Singer 1902 O estilo descrito por vezes como Império, Diretório e Madame Récamier, com linhas verticais retas e cintura alta, foi preferido durantes os primeiros anos do século para os vestidos de noite e os tea gowns. Em 1909, havia se tornado a forma dominante. O circulo cromático girou e os matizes suaves da década foram substituídos por cores mais fortes, mais afirmativas. Essa mudança foi gradual, ocasionada por certos fenômenos culturais e pelo surgimento de vários talentos de vanguarda.
  • 20. As irmãs Wertheimer – John Singer (1901) Foi no contexto desse fermento artístico que os modelos de Poiret assumiram proeminência. Poiret conduziu energicamente o distanciamento da silhueta cheia e curvilínea da moda do inicio da década rumo a uma linha mais longa e esbelta. Contudo, as declarações deste talentoso propagandista de si mesmo, que afirmou ter sido pessoalmente responsável por libertar as mulheres da tirania do espartilho e o primeiro estilista a empregar cores brilhantes e fortes, tem de ser tratadas com cautela. Na onda de uma tendência para o orientalismo, a transição para matizes suaves para matizes violentos era inevitável. Os modelos vívidos de Bakst para os Ballets Russes e as roupas de cores brilhantes, mais folgadas, foram recebidas por um publico que soube aprecia-las e não precisou ser persuadido a abondonar os tons esmaecidos.
  • 21. Poiret abria sua própria Maison, em 1903. Tornou-se o costureiro mais empolgante nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, e os editores de moda davam cobertura proeminente às suas criações. Com verve e imaginação ele construiu um estilo de vida que enfatizava suas atividades com estilista. Era um mestre de cor, textura e tecido, combinando os mais recentes tecidos de luxo com peças de sua própria coleção de têxteis étnicos. Tinha o “panache” de figurinista de teatro: o impacto final, mais do que os detalhes da construção, era supremo, e o resultado era que algumas roupas ostentando sua marca distinta, com o logotipo da rosa, foram montadas de maneiras toscas. Em oito anos de criatividade febril, Poiret abriu caminhos novos e significativos para a profissão. Em
  • 22. 1911, havia introduzido os perfumes “Rosine”, e em 1914 viajou pela Europa com sua trupe de manequins. Apenas a eclosão da guerra mundial truncou essas iniciativas pioneiras.