O documento discute o fenômeno da cultura do cancelamento, onde pessoas públicas são "canceladas" nas redes sociais devido a comentários ou ações consideradas inaceitáveis. Há quem defenda que o cancelamento estabelece limites públicos importantes, mas outros apontam que ele nem sempre leva em conta o contexto ou mudança de opiniões ao longo do tempo. A cultura do cancelamento gera um ambiente onde as pessoas precisam ter cuidado com suas opiniões públicas.

2. Cultura de cancelamento
Movimento que tem força principalmente nas redes sociais, a cultura
do cancelamento envolve uma iniciativa de conscientização e
interrupção do apoio a um artista, político, empresa, produto ou
personalidade pública devido à demonstração de algum tipo de
postura considerada inaceitável.
Normalmente, as atitudes que geram essa onda são do ponto de vista
ideológico ou comportamental.

3. A pessoa é exposta por sua conduta e então cancelada pelo
comportamento: as pessoas deixam de segui-las e consumir seus
conteúdos on-line ou mesmo físicos.
Artistas, influenciadores, atletas e qualquer personalidade pública
estão sujeitos a serem cancelados, caso diga algo que as pessoas
julguem como controverso e preconceituoso.

4. Por que o cancelamento é ruim?
Muitas vezes alguém é cancelado por algo que fez no passado.
Mesmo que a pessoa já tenha reconsiderado do que fez ou disse,
acaba julgado pelo tribunal da internet, o que é um erro, já que as
pessoas mudam com o tempo e muitas coisas que fizemos há cinco ou
10 anos, já não faríamos hoje.

5. Se por um lado prolifera o movimento contra o cancelamento sob o
pretexto de que ele não serve para educar alguém que fez um
comentário preconceituoso, há quem defenda que a prática é
importante para estabelecer limites publicamente.
A melhor ferramenta continua sendo que a corte da opinião pública
exija um pedido de desculpas e use as redes sociais para cobrar
responsabilidade, criando um exemplo para as pessoas do
entretenimento que realmente se importam com as comunidades que
consomem seu conteúdo

6. A cultura do cancelamento gera uma situação de cuidado
com certas opiniões que são emitidas, coisas que falamos às
vezes por impulso e no fundo revelam certos princípios e
valores que nem sempre vão ao encontro de certos grupos
que precisam ser respeitados.

7. Quem já foi vítima do “cancelamento”?
 Anitta
 José Mayer
 Alessandra Negrini
 Felipe Neto
 Quase todos os homens do
BBB20

8. The Economist
O mundo contemporâneo está substituindo os fatos por
indícios, percepções por convicções, distorções por vieses.
Estamos saindo da dicotomia tradicional entre certo e
errado, bom ou mau, justo ou injusto, fatos ou versões,
verdade ou mentira para ingressarmos numa era de
avaliações fluidas, terminologias vagas ou juízos baseados
mais em sensações do que em evidências.

9. A verosimilhança ganhou mais peso que a
comprovação.

11. A cultura do cancelamento não foi longe demais?
Como entender os mecanismos sociais da cultura do cancelamento?

13. PODER PARA O SENSO
COMUM
PODER PARA FOUCAULT
Está em todos os lugares
SABERES E DISCURSOS

14. Para controlar uma população ou grupo de pessoas
É preciso controlar os micropoderes
o cotidiano dos indivíduos
seus costumes
hábitos
suas maneiras de pensar
É preciso controlar

15. Para Foucault, essa realidade é uma prisão.
“É dócil um corpo que
pode ser submetido, que
pode ser utilizado, que
pode ser transformado e
paerfeiçoado.”

16. “Instituições negligentes com
o contrato social causam o
caos na sociedade.”
Émile Durkheim, sociólogo francês
(1858-1917)

17. Herbert Spencer, filósofo inglês
Enquanto nenhum agente externo
interferir num dado setor da
sociedade, a inércia resulturá na
manutenção dos problemas sociais.

18. A cognição preguiçosa, estudada por
Daniel Kahneman, afirma que os
indivíduos são propensos a
ignorarem fatos, dados e eventos
que exijam esforço maior para
compreensão e verificação.
Psicólogo e Prêmio Nobel 2002 Daniel
Kahneman

19. Cultura do imediatismo
professor Douglas Rushkoff, da
New School University de
Manhattan.
Popularizou o termo,
apresentando-o pela primeira vez
em seu livro “Choque do presente:
quando tudo acontece agora”,
lançado em 2013.

20. Mudou a forma como nos relacionamos com o tempo, que deixou de
ser linear.
 o passado é apagado, pois, com tantas transformações, uma
conexão com o que é mais antigo parece inviável;
 não é possível pensar no futuro,
já que tudo muda rápido
demais e qualquer
planejamento pode se tornar
obsoleto rapidamente;

21.  o presente se mostra alargado, podendo ser considerado um
“instante prolongado”.

23. “O que custa caro não é investir na
mudança, mas sustentar as
estruturas existenciais do
comodismo.”
Walter Arruda, jornalista brasileiro

24. “Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.”

25. Qual o limite da minha liberdade, da minha subjetividade,
do meu relativismo?
 Limite da lei, da ética
social
 Aquilo que fere e ofende o direito alheio