2. Introducao
• Quando se aborda sobre o desenvolvimento de
um indivíduo, imediatamente deve-se pensar
nos processos de crescimento e de
diferenciação, elementos essenciais para a
dinâmica de formação do ser.
• Através da mudança quantitativa (o
crescimento) e qualitativa (diferenciação) das
células, obtêm-se as variantes de forma e de
função teciduais.
3. Distúrbios de desenvolvimento e
crescimento.
• Estes podem ser divididos em distúrbios congênitos e
distúrbios adquiridos.
• Os distúrbios congênitos estão presentes ao
nascimento.Especificamente para os distúrbios
congênitos, existe uma disciplina que se dedica somente
a ele (denominada Teratologia).
• Os distúrbios adquiridos desenvolvem-se após o
nascimento durante os processos de renovação das
populações celulares (a qual também envolve morte,
multiplicação e diferenciação).
4. EMBRIOLOGIA E TERATOLOGIA
• A Teratologia (teratos = monstro; logus = estudo)
consiste no estudo das malformações congênitas, ou
seja, das anomalias de desenvolvimento que provocam
alterações morfológicas presentes ao nascimento.
• As alterações morfológicas, citadas no conceito, podem
variar de uma formação defeituosa de um ou mais
órgãos até a ausência completa destes
5. Indução embrionária
• A indução embrionária consiste na capacidade de um
tecido orientar a diferenciação e evolução de tecidos
vizinhos.
• Assim, um grupo primário de células determina (induz) a
multiplicação e a diferenciação de um segundo grupo
celular, que por sua vez age em um terceiro, e assim
sucessivamente.
• O desenvolvimento embrionário, pois, pode ser definido
como uma série sucessiva de induções de ordem
crescente, ou seja, em que há, a cada indução,
influência de um grupo cada vez maior de células.
6.
7.
8. • Os agentes teratogênicos - ou teratógenos - são os
responsáveis pelo aparecimento das malformações.
• Podem ser de origem genética ou ambiental.
9. FATORES GENÉTICOS
• a) fatores gênicos: envolvem a herança dos genes que
causam a anomalia. Um exemplo de malformação
oriunda desse fator é a polidactilia (o indivíduo
apresenta mais de cinco dedos, principalmente nas
mãos).
• b) fatores cromossômicos: abordam as aberrações
cromossômicas representadas pelo número anormal de
cromossomos. Um exemplo seria a Síndrome de Down.
10. FATORES AMBIENTAIS
• a) Agentes infecciosos: um teratógeno desse tipo é o
vírus da rubéola, cuja infecção, nas primeiras quatro
semanas após a concepção, possui altos riscos de gerar
malformações do tipo lesões cardíacas, microcefalia
(encéfalo pequeno), retardo no crescimento etc.
11. • b) agentes químicos: envolvem substâncias químicas e
drogas. Exemplos clássicos seriam o álcool (causando
hipoplasia maxilar (maxila pequena), microcefalia
(encéfalo pequeno) e retardo do crescimento) e a
talidomida,uma droga utilizada no passado durante a
gestação para alívio de enjôo (provocando focomelia, ou
seja, mãos e pés inseridos diretamente no tronco) etc.
12. • c) agentes físicos: destaca-se, principalmente, a
radiação. Pode causar cegueira, defeitos cranianos e
microcefalia (encéfalo pequeno).
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14. ALTERAÇÕES DE
DESENVOLVIMENTO
• As alterações de desenvolvimento constituem
modificações da forma original devido a algum
desequilíbrio durante a ação do binômio crescimento-
diferenciação. Podem ser grupo de células, um órgão
inteiro ou um indivíduo como um todo.
• Dependendo do grau de acometimento e do grupo
celular afetado, as alterações de desenvolvimento
adquirem particularidades morfológicas, as quais
recebem nomenclaturas de agenesia,aplasia,hipoplasia,
atresia,ectopia.
15. • AGENESIA: ausência total ou parcial de um orgão.
Comum nas anomalias congênitas. Um exemplo é
agenesia de dentes (principalmente de incisivos
laterais). Em alguns casos, a agenesia de algum órgão
(como encéfalo - anencefalia) pode não ser compatível
com a vida.
• APLASIA: há somente um esboço embrionário de uma
região ou órgão, sem o completo desenvolvimento
destes.
16. • HIPOPLASIA (hipo = escassez; plasia = formação):
formação deficiente de parte ou totalidade de um órgão
ou tecido. Há diminuição do número de células, porém,
estas conservam morfologia e função normais; o tecido
ou órgão é que tem o volume e a função diminuídos.
• Em algumas situações, como em órgãos pares, a
hipoplasia pode passar despercebida
17. • ATRESIA: quando não há o completo desenvolvimento
de um órgão oco ou de um ducto, não permitindo a
distinção dos lúmens desses órgãos.
• ECTOPIA: quando um tecido ou órgão se localiza em
local não comumente observado. Por exemplo,
glândulas sebáceas na mucosa bucal (grânulos de
Fordyce)
18. ALTERAÇÕES DE
DIFERENCIAÇÃO
• As alterações de diferenciação envolvem modificações
qualitativas das células, ou seja, há alterações em seu
comportamento.
• São distinguidas as seguintes nomenclaturas em
metaplasia,displasia e anaplasia.
19. • METAPLASIA (meta = mudança; plasia= formação):
uma célula adulta passa a adquirir características de
outro tipo de célula adulta. Pode se desenvolver em
tecidos expostos a prolongados traumatismos ou a
irritações crônicas.
• Ex.: a célula cilíndrica dos epitélios respiratórios pode
adquirir características de célula escamosa (semelhante
a do epitélio cutâneo). Esse processo é denominado de
metaplasia escamosa.
20. • DISPLASIA (dis = diferente; plasia = formação):
proliferação celular excessiva, acompanhada de
ausência ou escassez de diferenciação. Precedido por
uma irritação ou inflamação crônica, o processo
displásico pode regredir se retirada a causa irritante.
Constitui uma forma reduzida de anaplasia.
21. • ANAPLASIA: desdiferenciação celular, ou seja, as
células adultas adquirem características mais primitivas
(embrionárias). Indica desvios da normalidade mais
acentuados do que na displasia, além de ser irreversível.
• Representa o melhor critério para o diagnóstico de
malignidade dos tumores (neoplasias).
22. Metaplasia escamosa em cisto localizado na
cavidade nasal. Este cisto está recoberto
por epitélio estratificado e células com
formato ovóide e poligonal (epitélio
escamoso).
Vemos aqui células epiteliais anaplásicas, ou
seja, mais indiferenciadas (próximas da forma
embrionária). Uma das características mais
marcantes é a grande variabilidade de
tamanhos que elas possuem, bem como o
hipercromatismo nuclear (setas). Mitoses ditas
atípicas são também observadas com essas
células, as quais caracterizam as neoplasias.