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Terapêutica anti-helmíntica
Jorge Seixas
Unidade de Ensino e Investigação em Clínica Tropical
Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Universidade Nova de Lisboa
20 de novembro, 2023
Introdução
◼ Importância e impacto das doenças parasitárias
❑ Malária
❑ Leishmanioses
❑ Tripanossomoses
❑ Helmintoses
◼ Custo individual, saúde pública
❑ 2 mil milhões de indivíduos, um quarto da população
humana mundial, são afectados por helmintas
Helmintas
Grande diversidade
Nemátodos Tremátodos Céstodos
Intestinais Tecidulares Tecidulares Intra-
vasculares
Forma
patogénica
adultos
Forma
patogénica larvas
Ancylostoma
duodenale
Wuchereria
bancrofti
Clonorchis
sinensis
Schistosoma
mansoni
Diphyllobo-
thrium latum
Echinococcus
granulosos
Necator
americanus
Brugia malayi Fasciola
hepatica
Schistosoma
japonicum
Taenia
saginata
Echinococcus
multilocularis
Ascaris
lumbricoides
Onchocerca
volvulus
Fasciolopsis
buski
Schistosoma
ha-
ematobium
Taenia
solium
Taenia solium
Enterobius
vermicularis
Loa loa Paragonimus
westermani
Hyme-
nolepsis
nana
Hymenolepsis
nana
Trichuris
trichiura
Trichinella
spiralis
Toxocara
canis
Nemátodos
Fases do desenvolvimento
Introdução
◼ Controlo central do uso de fármacos
◼ Poder aquisitivo dos países em desenvolvimento
◼ Disponibilidade nos países ricos
◼ Engajamento político
Introdução
◼ Custo do desenvolvimento de um fármaco
❑ Mediana: $985.3 million (95% CI, $683.6 million-$1228.9 million)
❑ Média: $1335.9 million (95% CI, $1042.5 million-$1637.5 million)
◼ Número de novos fármacos registrados baixo
◼ Interacção indústria, academia, fundações
Wouters, O. J., McKee, M., & Luyten, J. (2020). Estimated Research and Development Investment Needed to
Bring a New Medicine to Market, 2009-2018. JAMA, 323(9), 844–853
Em 2003 sete organizações de vários sítios do globo
juntaram forças para criar o DNDi
◼ Five public sector institutions
❑ Oswaldo Cruz Foundation from Brazil,
❑ Indian Council for Medical Research,
❑ Kenya Medical Research Institute, the Ministry of Health of Malaysia
❑ France’s Pasteur Institute
◼ One humanitarian organisation
❑ Médecins sans Frontières (MSF)
◼ One international research organisation
❑ UNDP/World Bank/WHO’s Special Programme for Research and
Training in Tropical Diseases (TDR)
https://www.dndi.org/
Novas estratégias 2010
Doenças incluídas na lista das DTNs
◼ Úlcera de Buruli
◼ Doença de Chagas
(Tripanossomíase Americana)
◼ Cisticercose
◼ Dengue e Chikungunya
◼ Dracunculíase (Verme da Guiné)
◼ Equinococose
◼ Fasciolíase
◼ Doença do Sono (THA)
◼ Leishmaníases
◼ Lepra
◼ Filaríase Linfática
◼ Oncocercose
◼ Raiva
◼ Schistosomíase
◼ HTS
◼ Tracoma
◼ Framboesia
◼ Sarna e ectoparasitoses
Mordida de Cobra
Micetoma
http://www.who.int/neglected_diseases/en/
Helmintoses
Fármacos para tratamento das helmintoses
◼ Albendazol
◼ Mebendazol
◼ Pamoato de pirantel
◼ Ivermectina
◼ Niclosamida
◼ Dietilcarbamazina
◼ Nitazoxanida
◼ Praziquantel
◼ Oxaminiquine
◼ Triclabendazol
◼ Biothionol
◼ Tiabendazol
◼ Levamisole
Albendazol
◼ Benzimidazol (Zentel® e muitos outros)
◼ Nematodes, alguns cestodes (Echinocuccus spp.),
alguns protozoários (Giardia, Microspora spp)
Albendazol
◼ Farmacologia:
❑ Absorção: <5%, grande variabilidade inter e intra individual,
aumenta 4 a 5 vezes com gordura, esmagar ou chupar os comps
❑ Metabolização: hepática, efeito de 1ª passagem extenso, CYP
3A4, albendazol-sulfoxida (activo), albendazol sulfona (inactivo)
❑ Mecanismo: inibe a formação de microtúbulos, vital para
absorção de glicose pelo parasita
❑ Distribuição: boa penetração tecidual, inclusive SNC (40-50%),
ligação a proteína 70%
❑ Excreção: principalmente biliar, urinária mínima
❑ Farmacocinética: pico plasmático (sulfoxida) 1-4 hs, semivida de
eliminação 8 a 10 hs
Albendazol
◼ Efeitos adversos:
❑ Ausentes ou mínimos em Rx curtos, aumenta com dose e
duração
◼ > 10%: cefaleia, disfunção hepática (neurocisticercose, hidatidose)
◼ 1-10 %: dor abdominal, náusea, vómitos, alopecia reversível
◼ < 1 %: supressão medular/ leucopenia, febre, rash, urticaria,
hepatite, IHA, IRA.
◼ Triar para neucisticercose oculta em zonas endémicas
❑ Convulsões, aumento de PIC, sinais focais
Albendazol
◼ Interacções medicamentosas
❑ Clozapina: aumento de toxicidade medular
❑ Cimetidina, dexametasona, praziquantel, diltiazem, sumo
de toranja: aumento de conc. plasmática e semivida
❑ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital (CYP 450, 3A4):
diminuição de níveis plasmáticos e semivida
◼ Substituir por valproato em rx prolongados
❑ Monitorizar níveis de teofilina durante e após albendazol
Albendazol
◼ Monitorização de toxicidade sob rx prolongado
❑ Leucograma (leucopenia <1%)
❑ TFH (elevação em 16%, em média cerca de 4 x)
◼ Paragem, substituição por mebendazol
❑ Monitorização de níveis de albendazol-sulfoxida na
equinocose para evitar subdosagem e toxicidade
Albendazol
◼ Gravidez e amamentação:
❑ Evitar durante a gravidez
◼ OMS autoriza em QT de massa no 2º e 3º trimestres
❑ Excreção no leite mínima
◼ OMS autoriza uma dose
◼ Crianças:
❑ Sem estudos adequados abaixo de 1 ano
Aldendazol
◼ 1ª linha em
❑ Ascaridíase
❑ Enterobíase
❑ Tricuríase
❑ Ancilostomíase
❑ Equinococose/hidatidose
❑ Toxocaríase
❑ Triquinelose
❑ Neurocisticercose
❑ Strongiloidíase ?
Acima dos 2 anos: 400 mg, dose única
1 a 3 dias; eventualmente repetir após
10 14 dias; autorizada acima de 1 ano:
200mg dose única
De acordo com quadro clínico: 15
mg/kg em duas doses, 10 dias
Oxiuríase
◼ Casos refractários
◼ ABZ 400mg a cada 2 semanas durante 6 semanas
❑ Em casos desesperados:
◼ ABZ 400mg durante 7 semanas, monitorizar TFH
◼ Considerar: Micoplex, Derms: creme de tiabendazol + neomicina
(Brasil)
Mebendazol
◼ Derivado benzimidazólico
◼ Actividade contra nematodes, alguns cestodes
(Echinococcus spp) e protozoários (Giardia lamblia)
Mebendazol
◼ Farmacologia:
❑ Absorção: <5%, grande variabilidade inter e intra
individual, aumenta 4 a 5 vezes com gordura, esmagar ou
chupar os comps
❑ Metabolização: hepática
❑ Mecanismo: inibe a formação de microtúbulos, vital para
absorção de glicose pelo parasita
❑ Distribuição: inferior ao ALB, ligação a proteína 70%
❑ Excreção: principalmente biliar, mínima urinária
❑ Farmacocinética: pico plasmático 2-5 hs, semivida de
eliminação 3 a 6 hs
Mebendazol
◼ Efeitos adversos:
❑ Ausentes ou mínimos em Rx curtos, aumenta com dose e
duração
◼ Ocasionais: dor abdominal
◼ Raros: hepatite, alopecia, cefaleias, convulsões
◼ Muito raros: supressão medular/ leucopenia, febre, rash, urticaria,
hepatite, Stevens-Johnson, Epidermólise Tóxica (em associação
com metronidazol)
Mebendazol
◼ Interacções medicamentosas
❑ Pode potenciar efeito hipoglicemiante da insulina ou ADO
◼ (facilita a libertação de insulina)
❑ Cimetidina, dexametasona, praziquantel, diltiazem, sumo
de toranja: aumento de conc. plasmática e semivida
❑ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital (CYP 450, 3A4):
diminuição de níveis plasmáticos e semivida
◼ Substituir por valproato em rx prolongados
Mebendazol
◼ Monitorização de toxicidade sob rx prolongado
❑ Leucograma (leucopenia)
❑ TFH
❑ Monitorização de níveis de Mebendazol sob rx prolongada
Mebendazol
◼ Gravidez e amamentação:
❑ Evitar durante a gravidez
◼ OMS autoriza no 2º e 3º trimestres
❑ Excreção no leite sem informação
◼ Crianças:
❑ Autorizado acima de 1 ano de idade
Ivermectina
◼ Lactona macrocíclica produzida a partir de
Streptomyces avermitilis ampla actividade contre
muitos nematodes e artrópodes (ectoparasitas),
sem acção sobre trematodes e cestodes
◼ ® Mectizan, Revectina, Stromectol
Ivermectina
◼ Farmacologia:
❑ Absorção: biodisponibilidade oral cerca de 60%, diminuída por
sumo de laranja e outros, aumentada 2.5 x por gorduras. Não
administrar com álcool (compete com receptores GABA no SNC)
❑ Metabolização: hepática, principalmente CYP 3A4, pelo menos
10 metabolitos
❑ Mecanismo: paralisia com morte ou inanição do parasita por
interferência permeabilidade de membranas
❑ Distribuição: boa penetração tecidual, mas baixa no SNC
excepto em doses altas, ligação a proteína 93%
❑ Excreção: principalmente biliar (99%), urinária mínima (1%)
❑ Farmacocinética: pico plasmático 4hs, semivida de eliminação
12-35 hs
Ivermectina
◼ Efeitos adversos
❑ Geralmente bem tolerada
❑ Neurotoxicidade: depressão do SNC, ataxia, observada
com doses muito altas ou inibidores CYP3A4 ou disrupção
da BBB.
❑ Relacionados com morte parasitária com reacções
alérgicas/inflamatórias
❑ Taquicardia, edema periférico, tontura, prurido, diarreia,
naúsea, hipotensão ortostática: menor que 1%
❑ Encefalopatia severa em caso de loíase com alta
microfilaremia!
Ivermectina
◼ Interacções medicamentosas
❑ Aumento INR com dicumarínicos
❑ Estatinas, inibidores de protéases, bloqueadores de canais
de cálcio, corticóides, lidocaína, benzodiazepinas passam
por CYP3A4, levando a possível toxicidade no SNC
❑ Azitromicina, eritromicina, claritromicina: aumento dos
níveis de Ivermectina
Strongiloidíase
◼ Ivermectina
❑ Adultos e mais que 15 kg: 200 µg/kg PO, dose diária, nos
dias 0,1 (eventualmente dias 14, 15)
◼ 15-25 kg: 3 mg (1/2 comp)
◼ 26-44 kg: 6 mg
◼ 45-64 kg: 9 mg
◼ 65-84 kg: 12 mg
◼ 85 kg: 0.15 mg/kg
❑ Hiper-infecção: 200 µg/kg PO, dose diária, até 2 semanas
após última amostra positiva
❑ Considerar curso intermitente se imunossupressão
continuar
Oncocercose
◼ Doxiciclina 100 mg bid por 6 semanas
◼ Ivermectina 200 µg/kg PO dose única após 4 meses
Ivermectina
◼ Gravidez e amamentação:
❑ Teratogenicidade em ratos, coelhos e murganhos
❑ Sem documentação em humanos
❑ Evitar durante a gravidez
❑ Excreção no leite até 30 % dos níveis no plasma. Usar só
se benefícios ultrapassam os riscos
◼ Crianças:
❑ Considerada contra-indicada abaixo dos 5 anos ou menos
de 15 kg por falta de dados de segurança e eficácia. Usar
só se benefícios ultrapassam os riscos
Praziquantel
◼ Pirazinoquinolina
◼ Acção contra trematodes e cestodes
Praziquantel
◼ Aborção oral adequada, aumentada por alimentos
❑ Comprimidos podem ser esmagados ou chupados para facilitar
toma
◼ Metabilização: hepática
◼ Distribuição: boa penetração tecidual; níveis no SNC
25% dos plasmáticos
◼ Farmacocinética: pico: 1-3 hs; semivida 1-1.5 hs
Praziquantel
◼ Efeitos adversos:
❑ >10%: dor abdominal, náusea, vómitos, cefaleias, fadiga,
tontura, urticária
❑ 1-10%: diarreia, anorexia, rash, mialgia, febre, vertigem
❑ <0.01%: reacção de Mazzoti, soluço, poliserosite, edema,
convulsões
❑ Triar para neurocisticercose oculta em zona endémica!
❑ Recomendar não operar máquinas perigosas até 24 hs
depois da última toma
Praziquantel
◼ Interacções medicamentosas
❑ Rifampicina diminui níveis de PZQ
❑ Cimetidina, quetoconazol, miconazol aumentam níveis de
PZQ
❑ Carbamazipina, fenitoína e dexametasona aumentam
níveis de PZQ
◼ Contra-indicações:
❑ Cisticercose ocular
❑ IH grave
Praziquantel
◼ Gravidez:
❑ aparentemente seguro, avaliar de acordo com risco da
situação de base
◼ Amamentação:
❑ Uso considerado aceitável, suspensão leite materno
durante 24 a 48 horas após toma
◼ Crianças: sem recomendações especiais
Praziquantel
◼ Schistosomíase:
❑ 40 a 60 mg/kg dia, dividido em 2 a 3 doses.
◼ Teníase:
❑ 10 a 20 mg/kg, dose única
❑ Alternativa: niclosamida 50 mg/kg até 2 gr dose única
◼ Neurocisticercose:
❑ 50 mg/kg dia + albendazol 15 mg/kg em duas doses 10
dias + dexametasona 0.1 mg/kg 1 dia antes do tratamento
e durante 1-2 semanas com desmame
Dietilcarbamazina (DEC)
◼ Filaríase Linfática
Dietilcarbamazina (DEC)
◼ Filaríase Linfática
Dietilcarbamazina (DEC)
◼ Loíase
Dietilcarbamazina (DEC)
◼ Loíase
Nitazoxanida
◼ Nitrotiazolil-salicilamida semi-sintética descoberta em
1980 por laboratório Pasteur
◼ Actividade anti-helmíntica
❑ Ascaris,Trichuris, e Hymenolepis
◼ Actividade anti-protozoário
❑ Cryptosporidium, Amoeba e Giardia
Nitazoxanida
◼ Aborção oral adequada, aumentada por alimentos
◼ Metabilização: hepática, glucoronidação
◼ Distribuição: indetectável no plasma, ligação às
proteínas 99%
◼ Eliminação na urina, fezes e bile; sem acumulação
◼ Farmacocinética: pico: 1-4 hs; semivida 1-2 hs, sem
estudos em IR ou IH
Nitazoxanida
◼ Interacções medicamentosas
❑ Não descritas
❑ Precaução com outros fármacos que se ligam a proteína
(varfine)
◼ Efeitos adversos
❑ Menos de 1% dos doentes, brandos
◼ GI, cefaleia
◼ Raros: descoloração da esclera, urina, reacções alérgicas, aumento
TFH, TFR, leucocitose, anemia, aumento das glândulas salivares
Nitazoxanida
◼ Gravidez:
❑ aparentemente seguro no modelo animal, provavelmente
seguro em humanos, avaliar de acordo com risco da
situação de base
◼ Amamentação:
❑ Sem dados disponíveis
◼ Crianças:
❑ farmacocinética não estudada abaixo de 1 ano
(suspensão)
Obrigado pela atenção!
Jorge B.A. Seixas
Unidade de Clínica das Doenças Tropicais
Global Health and Tropical Medicine
Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Universidade NOVA de Lisboa
Rua da Junqueira Nº 100 | 1349-008 LISBOA
+351 213 652 661 / Mobile + 351 91 657 97 24
jseixas@ihmt.unl.pt
Oxiuríase
Casos refractários:
A descontaminação da casa é difícil, já que os ovos infetantes podem sobreviver até 5
semanas no pó em lugares frescos e húmidos e durante alguns dias em brinquedos e
móveis. Enquanto os ovos são resistentes a muitos desinfetantes, são suscetíveis à
dessecação em condições de baixa humidade.
Recomendações de higiene geral: lavar as mãos com sabão depois de ir à casa de
banho, mudar as fraldas e antes de manipular comida. Para parar a expansão e
reinfeção, dar banho a cada manhã para remover os ovos da pele. Duche é melhor do
que imersão. Usar cuecas durante a noite, mudando-as duas vezes ao dia: de manhã e
antes de ir para cama. Cortar as unhas rente. Mudar a roupa de cama diariamente.
A lavagem a 90ªC e uso de secador destroem eficazmente os ovos. Evitar a
contaminação cruzada: não colocar a roupa recém lavada e húmida no mesmo cesto de
roupa ou em superfícies potencialmente contaminadas com ovos. Uma opção é colocar
as roupas de cama em sacos descartáveis de plástico entre a retirada e a lavagem. Uma
opção para os brinquedos que não podem ser lavados é coloca-los fora do alcance da
criança durante um mês.
In: Antiparasitic Treatment Recommendations, Andreas Neumayr. 2016

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22 - Terapêutica anti.helmíntica - Jorge Seixas.pdf

  • 1. Terapêutica anti-helmíntica Jorge Seixas Unidade de Ensino e Investigação em Clínica Tropical Instituto de Higiene e Medicina Tropical Universidade Nova de Lisboa 20 de novembro, 2023
  • 2. Introdução ◼ Importância e impacto das doenças parasitárias ❑ Malária ❑ Leishmanioses ❑ Tripanossomoses ❑ Helmintoses ◼ Custo individual, saúde pública ❑ 2 mil milhões de indivíduos, um quarto da população humana mundial, são afectados por helmintas
  • 3. Helmintas Grande diversidade Nemátodos Tremátodos Céstodos Intestinais Tecidulares Tecidulares Intra- vasculares Forma patogénica adultos Forma patogénica larvas Ancylostoma duodenale Wuchereria bancrofti Clonorchis sinensis Schistosoma mansoni Diphyllobo- thrium latum Echinococcus granulosos Necator americanus Brugia malayi Fasciola hepatica Schistosoma japonicum Taenia saginata Echinococcus multilocularis Ascaris lumbricoides Onchocerca volvulus Fasciolopsis buski Schistosoma ha- ematobium Taenia solium Taenia solium Enterobius vermicularis Loa loa Paragonimus westermani Hyme- nolepsis nana Hymenolepsis nana Trichuris trichiura Trichinella spiralis Toxocara canis
  • 5. Introdução ◼ Controlo central do uso de fármacos ◼ Poder aquisitivo dos países em desenvolvimento ◼ Disponibilidade nos países ricos ◼ Engajamento político
  • 6. Introdução ◼ Custo do desenvolvimento de um fármaco ❑ Mediana: $985.3 million (95% CI, $683.6 million-$1228.9 million) ❑ Média: $1335.9 million (95% CI, $1042.5 million-$1637.5 million) ◼ Número de novos fármacos registrados baixo ◼ Interacção indústria, academia, fundações Wouters, O. J., McKee, M., & Luyten, J. (2020). Estimated Research and Development Investment Needed to Bring a New Medicine to Market, 2009-2018. JAMA, 323(9), 844–853
  • 7. Em 2003 sete organizações de vários sítios do globo juntaram forças para criar o DNDi ◼ Five public sector institutions ❑ Oswaldo Cruz Foundation from Brazil, ❑ Indian Council for Medical Research, ❑ Kenya Medical Research Institute, the Ministry of Health of Malaysia ❑ France’s Pasteur Institute ◼ One humanitarian organisation ❑ Médecins sans Frontières (MSF) ◼ One international research organisation ❑ UNDP/World Bank/WHO’s Special Programme for Research and Training in Tropical Diseases (TDR) https://www.dndi.org/
  • 8.
  • 10. Doenças incluídas na lista das DTNs ◼ Úlcera de Buruli ◼ Doença de Chagas (Tripanossomíase Americana) ◼ Cisticercose ◼ Dengue e Chikungunya ◼ Dracunculíase (Verme da Guiné) ◼ Equinococose ◼ Fasciolíase ◼ Doença do Sono (THA) ◼ Leishmaníases ◼ Lepra ◼ Filaríase Linfática ◼ Oncocercose ◼ Raiva ◼ Schistosomíase ◼ HTS ◼ Tracoma ◼ Framboesia ◼ Sarna e ectoparasitoses Mordida de Cobra Micetoma
  • 11.
  • 13.
  • 15. Fármacos para tratamento das helmintoses ◼ Albendazol ◼ Mebendazol ◼ Pamoato de pirantel ◼ Ivermectina ◼ Niclosamida ◼ Dietilcarbamazina ◼ Nitazoxanida ◼ Praziquantel ◼ Oxaminiquine ◼ Triclabendazol ◼ Biothionol ◼ Tiabendazol ◼ Levamisole
  • 16. Albendazol ◼ Benzimidazol (Zentel® e muitos outros) ◼ Nematodes, alguns cestodes (Echinocuccus spp.), alguns protozoários (Giardia, Microspora spp)
  • 17. Albendazol ◼ Farmacologia: ❑ Absorção: <5%, grande variabilidade inter e intra individual, aumenta 4 a 5 vezes com gordura, esmagar ou chupar os comps ❑ Metabolização: hepática, efeito de 1ª passagem extenso, CYP 3A4, albendazol-sulfoxida (activo), albendazol sulfona (inactivo) ❑ Mecanismo: inibe a formação de microtúbulos, vital para absorção de glicose pelo parasita ❑ Distribuição: boa penetração tecidual, inclusive SNC (40-50%), ligação a proteína 70% ❑ Excreção: principalmente biliar, urinária mínima ❑ Farmacocinética: pico plasmático (sulfoxida) 1-4 hs, semivida de eliminação 8 a 10 hs
  • 18. Albendazol ◼ Efeitos adversos: ❑ Ausentes ou mínimos em Rx curtos, aumenta com dose e duração ◼ > 10%: cefaleia, disfunção hepática (neurocisticercose, hidatidose) ◼ 1-10 %: dor abdominal, náusea, vómitos, alopecia reversível ◼ < 1 %: supressão medular/ leucopenia, febre, rash, urticaria, hepatite, IHA, IRA. ◼ Triar para neucisticercose oculta em zonas endémicas ❑ Convulsões, aumento de PIC, sinais focais
  • 19. Albendazol ◼ Interacções medicamentosas ❑ Clozapina: aumento de toxicidade medular ❑ Cimetidina, dexametasona, praziquantel, diltiazem, sumo de toranja: aumento de conc. plasmática e semivida ❑ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital (CYP 450, 3A4): diminuição de níveis plasmáticos e semivida ◼ Substituir por valproato em rx prolongados ❑ Monitorizar níveis de teofilina durante e após albendazol
  • 20. Albendazol ◼ Monitorização de toxicidade sob rx prolongado ❑ Leucograma (leucopenia <1%) ❑ TFH (elevação em 16%, em média cerca de 4 x) ◼ Paragem, substituição por mebendazol ❑ Monitorização de níveis de albendazol-sulfoxida na equinocose para evitar subdosagem e toxicidade
  • 21. Albendazol ◼ Gravidez e amamentação: ❑ Evitar durante a gravidez ◼ OMS autoriza em QT de massa no 2º e 3º trimestres ❑ Excreção no leite mínima ◼ OMS autoriza uma dose ◼ Crianças: ❑ Sem estudos adequados abaixo de 1 ano
  • 22. Aldendazol ◼ 1ª linha em ❑ Ascaridíase ❑ Enterobíase ❑ Tricuríase ❑ Ancilostomíase ❑ Equinococose/hidatidose ❑ Toxocaríase ❑ Triquinelose ❑ Neurocisticercose ❑ Strongiloidíase ? Acima dos 2 anos: 400 mg, dose única 1 a 3 dias; eventualmente repetir após 10 14 dias; autorizada acima de 1 ano: 200mg dose única De acordo com quadro clínico: 15 mg/kg em duas doses, 10 dias
  • 23. Oxiuríase ◼ Casos refractários ◼ ABZ 400mg a cada 2 semanas durante 6 semanas ❑ Em casos desesperados: ◼ ABZ 400mg durante 7 semanas, monitorizar TFH ◼ Considerar: Micoplex, Derms: creme de tiabendazol + neomicina (Brasil)
  • 24. Mebendazol ◼ Derivado benzimidazólico ◼ Actividade contra nematodes, alguns cestodes (Echinococcus spp) e protozoários (Giardia lamblia)
  • 25. Mebendazol ◼ Farmacologia: ❑ Absorção: <5%, grande variabilidade inter e intra individual, aumenta 4 a 5 vezes com gordura, esmagar ou chupar os comps ❑ Metabolização: hepática ❑ Mecanismo: inibe a formação de microtúbulos, vital para absorção de glicose pelo parasita ❑ Distribuição: inferior ao ALB, ligação a proteína 70% ❑ Excreção: principalmente biliar, mínima urinária ❑ Farmacocinética: pico plasmático 2-5 hs, semivida de eliminação 3 a 6 hs
  • 26. Mebendazol ◼ Efeitos adversos: ❑ Ausentes ou mínimos em Rx curtos, aumenta com dose e duração ◼ Ocasionais: dor abdominal ◼ Raros: hepatite, alopecia, cefaleias, convulsões ◼ Muito raros: supressão medular/ leucopenia, febre, rash, urticaria, hepatite, Stevens-Johnson, Epidermólise Tóxica (em associação com metronidazol)
  • 27. Mebendazol ◼ Interacções medicamentosas ❑ Pode potenciar efeito hipoglicemiante da insulina ou ADO ◼ (facilita a libertação de insulina) ❑ Cimetidina, dexametasona, praziquantel, diltiazem, sumo de toranja: aumento de conc. plasmática e semivida ❑ Carbamazepina, fenitoína, fenobarbital (CYP 450, 3A4): diminuição de níveis plasmáticos e semivida ◼ Substituir por valproato em rx prolongados
  • 28. Mebendazol ◼ Monitorização de toxicidade sob rx prolongado ❑ Leucograma (leucopenia) ❑ TFH ❑ Monitorização de níveis de Mebendazol sob rx prolongada
  • 29. Mebendazol ◼ Gravidez e amamentação: ❑ Evitar durante a gravidez ◼ OMS autoriza no 2º e 3º trimestres ❑ Excreção no leite sem informação ◼ Crianças: ❑ Autorizado acima de 1 ano de idade
  • 30. Ivermectina ◼ Lactona macrocíclica produzida a partir de Streptomyces avermitilis ampla actividade contre muitos nematodes e artrópodes (ectoparasitas), sem acção sobre trematodes e cestodes ◼ ® Mectizan, Revectina, Stromectol
  • 31. Ivermectina ◼ Farmacologia: ❑ Absorção: biodisponibilidade oral cerca de 60%, diminuída por sumo de laranja e outros, aumentada 2.5 x por gorduras. Não administrar com álcool (compete com receptores GABA no SNC) ❑ Metabolização: hepática, principalmente CYP 3A4, pelo menos 10 metabolitos ❑ Mecanismo: paralisia com morte ou inanição do parasita por interferência permeabilidade de membranas ❑ Distribuição: boa penetração tecidual, mas baixa no SNC excepto em doses altas, ligação a proteína 93% ❑ Excreção: principalmente biliar (99%), urinária mínima (1%) ❑ Farmacocinética: pico plasmático 4hs, semivida de eliminação 12-35 hs
  • 32. Ivermectina ◼ Efeitos adversos ❑ Geralmente bem tolerada ❑ Neurotoxicidade: depressão do SNC, ataxia, observada com doses muito altas ou inibidores CYP3A4 ou disrupção da BBB. ❑ Relacionados com morte parasitária com reacções alérgicas/inflamatórias ❑ Taquicardia, edema periférico, tontura, prurido, diarreia, naúsea, hipotensão ortostática: menor que 1% ❑ Encefalopatia severa em caso de loíase com alta microfilaremia!
  • 33. Ivermectina ◼ Interacções medicamentosas ❑ Aumento INR com dicumarínicos ❑ Estatinas, inibidores de protéases, bloqueadores de canais de cálcio, corticóides, lidocaína, benzodiazepinas passam por CYP3A4, levando a possível toxicidade no SNC ❑ Azitromicina, eritromicina, claritromicina: aumento dos níveis de Ivermectina
  • 34. Strongiloidíase ◼ Ivermectina ❑ Adultos e mais que 15 kg: 200 µg/kg PO, dose diária, nos dias 0,1 (eventualmente dias 14, 15) ◼ 15-25 kg: 3 mg (1/2 comp) ◼ 26-44 kg: 6 mg ◼ 45-64 kg: 9 mg ◼ 65-84 kg: 12 mg ◼ 85 kg: 0.15 mg/kg ❑ Hiper-infecção: 200 µg/kg PO, dose diária, até 2 semanas após última amostra positiva ❑ Considerar curso intermitente se imunossupressão continuar
  • 35. Oncocercose ◼ Doxiciclina 100 mg bid por 6 semanas ◼ Ivermectina 200 µg/kg PO dose única após 4 meses
  • 36. Ivermectina ◼ Gravidez e amamentação: ❑ Teratogenicidade em ratos, coelhos e murganhos ❑ Sem documentação em humanos ❑ Evitar durante a gravidez ❑ Excreção no leite até 30 % dos níveis no plasma. Usar só se benefícios ultrapassam os riscos ◼ Crianças: ❑ Considerada contra-indicada abaixo dos 5 anos ou menos de 15 kg por falta de dados de segurança e eficácia. Usar só se benefícios ultrapassam os riscos
  • 37. Praziquantel ◼ Pirazinoquinolina ◼ Acção contra trematodes e cestodes
  • 38. Praziquantel ◼ Aborção oral adequada, aumentada por alimentos ❑ Comprimidos podem ser esmagados ou chupados para facilitar toma ◼ Metabilização: hepática ◼ Distribuição: boa penetração tecidual; níveis no SNC 25% dos plasmáticos ◼ Farmacocinética: pico: 1-3 hs; semivida 1-1.5 hs
  • 39. Praziquantel ◼ Efeitos adversos: ❑ >10%: dor abdominal, náusea, vómitos, cefaleias, fadiga, tontura, urticária ❑ 1-10%: diarreia, anorexia, rash, mialgia, febre, vertigem ❑ <0.01%: reacção de Mazzoti, soluço, poliserosite, edema, convulsões ❑ Triar para neurocisticercose oculta em zona endémica! ❑ Recomendar não operar máquinas perigosas até 24 hs depois da última toma
  • 40. Praziquantel ◼ Interacções medicamentosas ❑ Rifampicina diminui níveis de PZQ ❑ Cimetidina, quetoconazol, miconazol aumentam níveis de PZQ ❑ Carbamazipina, fenitoína e dexametasona aumentam níveis de PZQ ◼ Contra-indicações: ❑ Cisticercose ocular ❑ IH grave
  • 41. Praziquantel ◼ Gravidez: ❑ aparentemente seguro, avaliar de acordo com risco da situação de base ◼ Amamentação: ❑ Uso considerado aceitável, suspensão leite materno durante 24 a 48 horas após toma ◼ Crianças: sem recomendações especiais
  • 42. Praziquantel ◼ Schistosomíase: ❑ 40 a 60 mg/kg dia, dividido em 2 a 3 doses. ◼ Teníase: ❑ 10 a 20 mg/kg, dose única ❑ Alternativa: niclosamida 50 mg/kg até 2 gr dose única ◼ Neurocisticercose: ❑ 50 mg/kg dia + albendazol 15 mg/kg em duas doses 10 dias + dexametasona 0.1 mg/kg 1 dia antes do tratamento e durante 1-2 semanas com desmame
  • 47. Nitazoxanida ◼ Nitrotiazolil-salicilamida semi-sintética descoberta em 1980 por laboratório Pasteur ◼ Actividade anti-helmíntica ❑ Ascaris,Trichuris, e Hymenolepis ◼ Actividade anti-protozoário ❑ Cryptosporidium, Amoeba e Giardia
  • 48. Nitazoxanida ◼ Aborção oral adequada, aumentada por alimentos ◼ Metabilização: hepática, glucoronidação ◼ Distribuição: indetectável no plasma, ligação às proteínas 99% ◼ Eliminação na urina, fezes e bile; sem acumulação ◼ Farmacocinética: pico: 1-4 hs; semivida 1-2 hs, sem estudos em IR ou IH
  • 49. Nitazoxanida ◼ Interacções medicamentosas ❑ Não descritas ❑ Precaução com outros fármacos que se ligam a proteína (varfine) ◼ Efeitos adversos ❑ Menos de 1% dos doentes, brandos ◼ GI, cefaleia ◼ Raros: descoloração da esclera, urina, reacções alérgicas, aumento TFH, TFR, leucocitose, anemia, aumento das glândulas salivares
  • 50. Nitazoxanida ◼ Gravidez: ❑ aparentemente seguro no modelo animal, provavelmente seguro em humanos, avaliar de acordo com risco da situação de base ◼ Amamentação: ❑ Sem dados disponíveis ◼ Crianças: ❑ farmacocinética não estudada abaixo de 1 ano (suspensão)
  • 51.
  • 52. Obrigado pela atenção! Jorge B.A. Seixas Unidade de Clínica das Doenças Tropicais Global Health and Tropical Medicine Instituto de Higiene e Medicina Tropical Universidade NOVA de Lisboa Rua da Junqueira Nº 100 | 1349-008 LISBOA +351 213 652 661 / Mobile + 351 91 657 97 24 jseixas@ihmt.unl.pt
  • 53.
  • 54. Oxiuríase Casos refractários: A descontaminação da casa é difícil, já que os ovos infetantes podem sobreviver até 5 semanas no pó em lugares frescos e húmidos e durante alguns dias em brinquedos e móveis. Enquanto os ovos são resistentes a muitos desinfetantes, são suscetíveis à dessecação em condições de baixa humidade. Recomendações de higiene geral: lavar as mãos com sabão depois de ir à casa de banho, mudar as fraldas e antes de manipular comida. Para parar a expansão e reinfeção, dar banho a cada manhã para remover os ovos da pele. Duche é melhor do que imersão. Usar cuecas durante a noite, mudando-as duas vezes ao dia: de manhã e antes de ir para cama. Cortar as unhas rente. Mudar a roupa de cama diariamente. A lavagem a 90ªC e uso de secador destroem eficazmente os ovos. Evitar a contaminação cruzada: não colocar a roupa recém lavada e húmida no mesmo cesto de roupa ou em superfícies potencialmente contaminadas com ovos. Uma opção é colocar as roupas de cama em sacos descartáveis de plástico entre a retirada e a lavagem. Uma opção para os brinquedos que não podem ser lavados é coloca-los fora do alcance da criança durante um mês. In: Antiparasitic Treatment Recommendations, Andreas Neumayr. 2016