O documento discute os rumos da política energética no Brasil. Em três frases:
1) O Congresso Nacional está atento às transformações energéticas globais e tem um papel fundamental em conduzir debates sobre o desenvolvimento do setor de forma tranquila e informada.
2) A demanda global por energia deve aumentar principalmente nos países em desenvolvimento como o Brasil até 2030, tornando necessário o aperfeiçoamento da regulação de diferentes fontes como petróleo, gás e biocombustíveis.
3) As agências reguladoras como a
Delcídio do Amaral - 2010 - A atuação dos notuários e registradores na Políti...
Rumos da Política Energética no Brasil e o Papel do Congresso
1. Rumos da Política Energética
no Brasil
Senador Delcídio Amaral
delcidio.amaral@senador.gov.br
2. O Congresso e a Energia
Congresso Nacional está atento às transformações
energéticas no mundo
Oferta de energia é insumo fundamental para o
crescimento do País
Temos que aperfeiçoar o desenho regulatório de
exploração das diferentes fontes de energia
Um exemplo: a Subcomissão de Marcos
Regulatórios, a qual presidi (terminou trabalhos em
outubro de 2007)
O Congresso tem um papel fundamental para
conduzir esse debate com tranqüilidade e
propriedade
3. Demanda de Energia até 2030
Vai aumentar principalmente nos países em desenvolvimento,
incluindo o Brasil. Países da OCDE responderão por menos
da metade do consumo de energia no mundo
Relatório Energy Information Association até 2030:
Países da OCDE: alta de 24% na demanda
Países em desenvolvimento: alta de 95%
A demanda de combustíveis líquidos aumentará mais de
30%, chegando a 113 milhões barris/dia
O petróleo irá responder por 40% dessa demanda, graças a
aumento de produção (Opep)
4. Política Energética no Brasil
Agências Reguladoras
Energia Elétrica
Petróleo e combustíveis fósseis
Biocombustíveis
Emissões de Carbono
5. Agências Reguladoras
Papel crucial para equilibrar interesses de Governo,
Empresas e Consumidores
Necessidade de aperfeiçoamento da legislação
Autonomia - É preciso despolitizar a política energética
Reduzi-las novamente a um mero departamento de Ministério
é um retrocesso
São essenciais para credibilidade da política regulatória e
para atração de investimentos privados e estatais
Infelizmente, ainda há resistências a essa concepção
Impasse na indicação de diretores das agências (PL n º 464,
de 2007 – prorroga o mandato dos diretores em exercício até
que sejam indicados novos diretores)
6. Agências Reguladoras
ANEEL
Tem cumprido papel importante na regulação da
política energética
Tem tido sucesso em estimular o setor privado a
investir em geração, transmissão e distribuição
Exemplo de como as agências reguladoras podem
funcionar
O desenvolvimento do País (incluindo o PAC) não
pode prescindir de agências fortes, independentes
e bem capacitadas
Energia representa R$ 274,8 bilhões, ou 54% dos
investimentos do PAC
7. Agências Reguladoras
Precisamos valorizar o papel das agências reguladoras
Falta uma “lei orgânica comum” para as agências – Lei
Geral das Agências Reguladoras – PL nº 3.337/2004
Agências devem regular o mercado a partir de políticas
públicas estabelecidas em lei
Precisam de status constitucional para garantir autonomia -
– Relatório da subcomissão de Marcos Regulatórios
PEC n º 71, 2007:
1. Congresso teria competência para avaliar agências e convocar
diretores para prestar informações
2. Impede o contingenciamento de recursos das agências
8. Energia Elétrica
Há uma grande preocupação com o
suprimento de energia a partir de 2010
Precisamos tomar medidas para evitar o
racionamento de energia
É fundamental definir as diferentes
componentes da matriz energética:
hidrelétrica, gás natural, energia nuclear,
carvão
Angra III precisa começar já; sua operação
não libera CO2
e não provoca efeito estufa
9. Eletrobrás
Precisa resgatar seu papel de liderança na
exploração energética brasileira
Empresa tem de ser transparente e ter
gestão profissional
Aprovação da MP 396 permitiu à Eletrobrás
liderar grandes projetos de geração (Rio
Madeira) e transmissão de energia
Papel fundamental no projeto de integração
energética da América do Sul
10. Eletrobrás
Empresa precisa se espelhar no exemplo da
Petrobrás
MP 396 (altera Lei da Eletrobrás) - Congresso agiu
com esmero (Executivo e relator Senador Francisco
Dornelles)
Opera um gigantesco parque com 60 mil
quilômetros de linhas e transmissão; 38 mil
megawatts instalados
Furnas, Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu,
CGTEE e Eletronuclear
Angras I, II e III
Logo: lançamento ADRs em NY
11. Petróleo e pré-sal (antes da crise atual)
Discussão atrapalhada e atabalhoada
Pergunta fundamental: Que papel terá o
combustível fóssil na matriz energética
brasileira ?
Questão importante: redução emissões de carbono
Nossas reservas “cresceram” abruptamente, mas
não vamos explorá-las da noite para o dia
Precisamos de muitos investimentos privados e
estatais
Marco regulatório adequado será fundamental para
atrair esses investimentos
12. Como iremos distribuir os royalties ?
Educação - (PEC Senadores Mercadante/Tasso)
Não podemos mudar as regras de uma hora para
outra (rodada de leilões está acontecendo)
Modelo de risco pode ser alterado, mas tem
funcionado até hoje
Proposta de nova empresa é temerária
Solicitamos estudos, projeções e avaliações
rigorosas
Não podemos cometer erros na discussão do
marco regulatório
Petróleo e pré-sal (antes da crise atual)
13. É preciso ordem na discussão:
1. Avaliar o atual modelo
2. Estudar mudanças nas participações especiais
3. Verificar distribuição dos recursos arrecadados
4. Avaliar a modelagem para comercialização
desse óleo
5. Participação de outras empresas e da Petrobras
Petróleo e pré-sal (antes da crise atual)
14. Biocombustíveis
Não são responsáveis pela alta dos preços dos alimentos
O petróleo foi a mais de US$ 120 o Barril
Condições adversas de grandes produtores
Subsídios dos países europeus distorcem os preços
Etanol – mais capacidade energética; produtividade 2x maior
Nos últimos 30 anos - Crescemos 25% em áreas agricultáveis
e triplicamos a produção bicombustíveis: 10% da demanda de
combustíveis líquidos em 2030
Produção mundial de biocombustíveis aumentará de 1,3
milhões/dia em 2008 para 2,7 milhões/dia em 2030
15. Integração energética na América
do Sul
Energia não é apenas uma commodity; é instrumento de
integração econômica regional
Exemplo da União Européia
Retórica política não pode atrapalhar os contratos
Brasil depende da Bolívia (importa 30 milhões de metros
cúbicos de gás/dia)
Paraguai depende do Brasil (Itaipu)
Política externa deve privilegiar o entendimento
Temos que nos empenhar conjuntamente na América do Sul
(evitar disputas)
AL – imenso potencial hídrico, biomassa, gás natural e
energia nuclear
Energia é uma força que nos une e não nos separa
16. Itaipu: capítulo à parte
A maior hidrelétrica do mundo 12 mil megawatts
Não é empreendimento puramente comercial
Exemplo de integração energética na América do
Sul (Brasil – Paraguai)
Consumimos 95% da energia (50% do Brasil e 45%
vendida pelo Paraguai)
Brasil financiou toda a obra
Circunstâncias políticas não podem ameaçar um
acordo soberano entre Estados que vigora bem há
35 anos
Brasil não paga US$ 3/megawatt. Pagamos US$
45,31 megawatt-hora (preço de mercado)
17. Sustentabilidade
A sustentabilidade da oferta de energia é uma das
principais preocupações do Congresso
Em 60 anos, a população duplicou, mas o consumo
de energia cresceu 12 vezes e o consumo de água
sete vezes no período
Geração de fontes renováveis aumentará 2,1% ao
ano, principalmente por meio de construção de
hidrelétricas na Ásia e América Latina
A redução das emissões de carbono devem estar
entre nossas prioridades
18. Emissões de Carbono
Grandes oportunidades para o Brasil – modelo em
desenvolvimento sustentável no mundo
Mundo espera geração de 17,6 milhões anuais de
RCE – Receita potencial entre R$ 500 milhões e R$
700 milhões
Demanda dos países europeus vai crescer 3,5
bilhões de toneladas nos próximos quatro anos
Brasil é o terceiro país em projetos de Mecanismos
de Desenvolvimento Limpo (MDL) –
164 MDL – 12,6 milhões de certificados de redução
– receita estimada em R$ 250 milhões
19. Emissões de Carbono
Precisamos estimular a emissão de RCEs por parte
de projetos brasileiros
Necessidade de aprovar legislação específica para
o mercado de carbono
Mercado centralizado na BM&F
Divulgar o mercado e possibilidades de lucro
Marco regulatório deve ser transparente e não pode
haver excesso de tributação sobre este mercado
para estimular o desenvolvimento sustentável
20. Rumos da política energética
Muito Obrigado!
delcidio.amaral@senador.gov.br
Gabinete do Senador Delcídio Amaral