O pesquisador do IAC, Marcos Guimarães de Andrade Landell, participou do 2ª Capítulo do Fórum RAC, em 17 de julho. O jornal Correio Popular veiculou matéria sobre os assuntos abordados, no dia 18 de julho.
Conferência SC 24 | Social commerce e recursos interativos: como aplicar no s...
Energia renovável e crescimento
1. Crescimento depende
da oferta de energia
“O Brasil precisa
crescer a
qualquer custo.
Hoje sobram
investidores, mas
falta demanda.
Esse é o nosso
desafio.”
Presidente da ABEEólica
RENOVÁVEL ||| DESENVOLVIMENTO
Jamais um
colega vai
sozinho ouvir um
delator. Não há
nenhuma decisão
tomada na hora. Nós
deliberamos em conjunto.
ELBIA GANNOUM
A carne da discórdia
José Eduardo Mansur
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
jose.mansur@rac.com.br
A programação do segundo ca-
pítulo do Fórum RAC 2017 foi
pautada por temas que envol-
vem o segmento energético e
o crescimento econômico sus-
tentável. Durante todo o dia,
especialistas do setor e repre-
sentantes do poder público de-
bateram o uso de fontes reno-
váveis não somente na região
de Campinas, mas também
em todo o País.
A plena retomada do desen-
volvimento econômico do Bra-
sil depende de um aumento
da oferta interna de energia
em torno de 2% ao ano, de
acordo com uma projeção do
governo federal. O presidente
do Grupo RAC, Sylvino de Go-
doy Neto, lembrou que o estu-
do, organizado pelo Ministério
das Minas e Energia, é funda-
mental para que a sociedade
reconheça o setor energético
como imprescindível também
na geração de emprego e ren-
da. “Temos que manter esse as-
sunto em pauta, ouvindo espe-
cialistas e as entidades. Com
uma plateia de altíssimo nível,
saímos daqui hoje com um
bom ideário para o desenvolvi-
mento do setor de energia no
interior de São Paulo”, afir-
mou o gestor do Grupo RAC.
Atualmente, São Paulo im-
porta 57% da energia elétrica
consumida em todo o estado,
de acordo com a Secretaria de
Energia e Mineração. À frente
da pasta desde 2015, o enge-
nheiro João Carlos Meirelles
afirma que o potencial hidrelé-
trico do estado é mínimo, e o
uso do gás natural aumenta a
segurança energética neste pe-
ríodo de transição, onde as
modalidades eólica e solar ain-
da se consolidam. Assim, seria
necessário investir mais na ca-
pacidade de produção da ener-
gia renovável a partir da bio-
massa do bagaço de cana-de-
açúcar. “É preciso pensar em
parcerias com as distribuido-
ras de gás do estado para que
possamos levar essa canaliza-
ção para as usinas de cana. As-
sim, o biometano seguiria pa-
ra a rede nacional de gás cana-
lizado”, explica Meirelles, ci-
tando que 66 usinas do estado
estão a menos de 20 quilôme-
tros dos dutos, o que facilitaria
a implantação do projeto.
A tendência é ampliar o
conceito do uso da cadeia da
cana-de-açúcar, aproveitando
os resíduos deixados a partir
da obtenção de produtos co-
mo o açúcar e a aguardente. Já
o etanol, feito com a mesma
matéria-prima, também tem
posição estratégica na partici-
pação da matriz energética
brasileira. Ano passado, o bio-
combustível representou 18%
do consumo nacional. Até
2025, o País tem o potencial
de atingir a marca de 10 bi-
lhões de litros produzidos.
Com equipes voltadas para
o melhoramento das varieda-
des da cana-de-açúcar, o Insti-
tuto Agronômico de Campi-
nas (IAC) tem a meta de au-
mentar o rendimento na ob-
tenção do biocombustível. Ho-
je, o Brasil produz 6.700 litros
por hectare, mas os técnicos
trabalham com o objetivo de
alcançar de oito a 15 mil litros
por hectare em 2027. “O Brasil
está à frente dos outros países
quando falamos de canavicul-
tura. Estamos mostrando o po-
tencial que o novo tipo de ca-
na teria para atender deman-
das bem maiores, principal-
mente em relação ao etanol”,
diz Marcos Landel, pesquisa-
dor da instituição, que mês
passado lançou duas novas va-
riedades de cana-de-acúcar
com a previsão de ganhos
agroindustriais na faixa de
15%.
Além do etanol, outra fonte
renovável ocupou os debates:
a energia solar. Campinas res-
ponde por 34,40% do total da
eletricidade produzida pelas
células fotovoltaicas no esta-
do, sendo também sede de in-
dústrias do setor. “Campinas
criou condições tributárias es-
peciais para empresas inova-
doras. A nossa legislação está
entre as melhores do País e os
nossos órgãos municipais es-
tão sempre à disposição de
pessoas que querem discutir
esta matéria” , destacou o pre-
feito da cidade, Jonas Donizet-
te (PSB), ressaltando ainda
que o diferencial da região me-
tropolitana está nos centros
de pesquisas e na grande pro-
dução do conhecimento.
O intercâmbio de informa-
ções entre representantes de
governos, empresas e estudio-
sos vai continuar na próxima
edição do Fórum RAC. O en-
contro acontece no dia 21 de
agosto e o tema central dos de-
bates será o agronegócio.
“Campinas é a porta de entra-
da para o interior de São Pau-
lo. O agronegócio é também
uma de nossas riquezas”, com-
plementa o presidente do Gru-
po RAC.
UTC tenta se reerguer
Hospital Sobrapar
A deputada Célia Leão
(PSDB) recebeu homena-
gem do Hospital Sobrapar
Crânio e Face, em Campi-
nas, ontem. Célia indicou a
instituição para receber ver-
ba parlamentar de R$ 200
mil, utilizada na compra de
uma autoclave (equipamen-
to para esterilização de ma-
teriais cirúrgicos).
Ajuda essencial
A presidente do Sobra-
par, Vera Lúcia Raposo do
Amaral, explicou que, sem
as verbas parlamentares, o
hospital não conseguiria re-
novar seu parque tecnológi-
co para dar continuidade
às cirurgias. A instituição
realiza, por ano, cerca de
1,2 mil cirurgias e faz mais
de 22 mil atendimentos
anuais.
Picciani internado
O presidente da Assem-
bleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj), Jorge Piccia-
ni (PMDB), foi internado
ontem no Hospital Copa
Star, em Copacabana, para
a retirada da bexiga e prós-
tata, após a confirmação de
um câncer. A cirurgia está
marcada para hoje e Piccia-
ni só deverá retornar à
Alerj, que está em recesso,
no início de setembro.
Senadoras na mira
Na volta do recesso par-
lamentar — que oficial-
mente começa hoje e vai
até o dia 31 deste mês —,
uma das pendências que
os senadores terão que de-
liberar é o pedido de re-
consideração da denúncia
contra o grupo de senado-
ras de oposição que ocu-
pou a mesa do plenário e
impediu por sete horas
que o presidente, senador
Eunício Oliveira (PMDB-
CE), assumisse os traba-
lhos para a votação da re-
forma trabalhista. O pedi-
do contra as senadoras foi
protocolado por José Me-
deiros (PSD-MT) e outros
14 senadores.
Quebra de decoro
No documento, José Me-
deiros solicita a instaura-
ção de procedimento disci-
plinar “para verificação de
prática de ato incompatí-
vel com a ética e o decoro
parlamentar”. As seis sena-
doras envolvidas no episó-
dio, que chegaram a comer
na mesa do plenário, são
Gleisi Hofmann (PT-PR),
Vanessa Grazziotin
(PCdoB-AM), Fátima Bezer-
ra (PT-RN), Regina Sousa
(PT-PI), Ângela Portela
(PDT-RR) e Lídice da Mata
(PSD-BA).
O Brasil é o terceiro país
mais atrativo para investi-
mentos em energia eólica -
transformação da energia do
vento em energia útil, atrás
do Chile e da China, que ocu-
pa o primeiro lugar no ran-
king. Em 2016, o País chegou
ao quinto lugar em economia-
mia no mundo que mais in-
vestiu nesse tipo de energia.
Mesmo diante de uma crise
econômica nacional, segun-
do a Presidente da Associa-
ção Brasileira de Energia Eóli-
ca (ABEEólica), Elbia Gan-
noum, no ano passado o País
cresceu 23% na sua capacida-
de produtiva. “Tivemos um
crescimento recente que é re-
sultado de investimentos de
três ou cinco anos atrás, por
isso, mesmo diante da crise,
já superamos a Itália”, disse.
Beneficiado por tempora-
das de ventos fortes, a Região
Nordeste continua sendo o
maior polo brasileiro de gera-
ção de energia eólica. O Rio
Grande do Norte foi o princi-
pal estado gerador no Brasil
no ano passado. Segundo a
Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel), as usinas po-
tiguares têm atualmente 3,2
GW eólicos em potência ins-
talada. A região sul do País se-
gue em segundo lugar. Para a
especialista, existe uma que-
bra de recorde, mas a única
forma de crescer ainda mais,
é que o governo federal pro-
mova leilões para aquisição
de energia, ainda mais por
2016 ter passado em branco.
Ainda segundo a especialista,
é preciso ainda investir em
políticas de financiamento
pelo Banco Nacional de De-
senvolvimento Econômico e
Social (BNDES), além da di-
minuição de tributos. “Hoje,
mais de 7% de toda a energia
produzida no Brasil é de ener-
gia eólica. Tem uma tendên-
cia de crescimento muito
grande", disse Elbia.
O Brasil ainda não configu-
ra no ranking internacional
de energia solar fotovoltaica,
mas a opção que antes era só
ambientalmente correta, pas-
sou a ser economicamente
viável, deixando de ser exce-
ção, e se tornando uma fonte
competitiva no País. “A ener-
gia solar fotovoltaica é uma
máquina de gerar empregos.
Conseguimos gerar de 25 a
30 oportunidades diretas pa-
ra cada megawatt (MW) insta-
lado por ano, triplicando es-
se número quando falamos
de empregos indiretos”, disse
o presidente Executivo da As-
sociação Brasileira de Ener-
gia Fotovoltaica (Absolar), Ro-
drigo Sauaia. Outra grande
vantagem segundo o especia-
lista, é que as residências que
operam com esse tipo de
energia se pagam em cinco
anos e acabam gerando ou-
tros 20 de gratuidade com ta-
rifas. “Temos um recurso so-
lar no Brasil que é o dobro
do que a Europa, por exem-
plo. Precisamos apenas abrir
os caminhos”, falou. Hoje es-
se tipo de energia atende so-
mente 0,001% da demanda
nacional, mas deve chegar
aos 10% em 2030. (Rafaela
Dias/AAN)
Especialistas apresentam dados do setor no 2ª Capítulo do Fórum RAC
Confiança nas mudanças
Um dos alvos da Lava Jato, a UTC Participações entrou
com pedido de recuperação judicial ontem, distribuído à
2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais — Fórum
Central Civil de São Paulo. Com a medida, a companhia
espera repactuar dívida de R$ 3,4 bilhões com os credores
e reestruturar as operações para dar continuidade às
atividades do grupo, que envolve 14 empresas. A UTC fez
parte do cartel de empreiteiras que se apossaram de
contratos bilionários da Petrobras entre 2004 e 2014 e
distribuíram propinas a ex-dirigentes da estatal e políticos.
DA REDAÇÃO
Xeque-Mate
Presidente do Grupo RAC, Sylvino de Godoy, fala sobre importância da energia para retomada do crescimento
Elbia Gannoum, da ABEEólica, fala sobre o potencial eólico do Brasil
De acordo com Blairo
Maggi, as mudanças
técnicas adotadas pelo
Ministério da Agricultura
para a exportação da carne
devem ser aceitas e
reconhecidas pelos
americanos. O governo
determinou, por exemplo,
que apenas cortes
específicos sejam enviados
aos EUA, para evitar, por
exemplo, o embarque de
pedaços com abscessos.
Maggi disse que o envio de
carne desossada com
pedaços de ossos também
preocupa os americanos.
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O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a
reunião com o secretário de Agricultura dos Estados
Unidos, Sonny Perdue, ontem, em Washington, foi
produtiva, mas nada foi definido sobre a reabertura do
mercado norte-americano à carne bovina in natura do
Brasil. Mesmo assim, ele reforçou que não há qualquer
objeção política por parte dos EUA para a normalização
da situação e acha possível que as exportações voltem a
ocorrer entre 30 e 60 dias.
Brasil deve investir em energia eólica
Dominique Torquato/AAN
Dominique Torquato/AAN
Do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que voltou a defender o
processo usado para determinar os termos dos acordos de delação.
Campinas gera 34% da
eletricidade produzida
por célula fotovoltaica
Crescimento depende do financiamento do BNDES e da redução de tributos
A6 CORREIO POPULARA6
Campinas, terça-feira, 18 de julho de 2017
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