O documento discute a possibilidade da Anvisa proibir medicamentos emagrecedores como a sibutramina no Brasil, devido aos riscos à saúde que esses remédios apresentam. Um especialista afirma que a sibutramina aumenta em 16% os riscos cardíacos em pacientes com fatores de risco. A Anvisa também destaca que o Brasil consome uma quantidade desproporcional desses medicamentos em comparação a outros países.
1. Texto 1
Anvisa pode decidir pelo fim de emagrecedores
Maior consumidor de sibutramina do mundo, Brasil, pode por fim a essa substância. É
porque a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (Anvisa) pretende dar um posicionamento, em
breve, se vai ou não retirar os remédios de circulação.
Em Brasília, nesta semana o assunto virou discussão e entre os participantes de um evento.
Entre eles estavam o cardiologista dinamarquês Christian Torp-Pedersen. Para o especialista, a
sibutramina aumenta em 16% os riscos de problemas cardíacos em pacientes com fatores de risco.
Entretanto, ele considera que a substância pode trazer benefícios para os pacientes obesos sem
risco associado.
De acordo com Dirceu Brás Aparecido Barbano, diretor da Anvisa, no ano passado o mundo
consumiu 5,6 toneladas do medicamento no mundo. Desse total, 55% foi vendido no Brasil. Os
números revelam que existe uma indicação excessiva das drogas para emagrecer no país. “Em
2009, os Estados Unidos consumiram 5 quilos e o Brasil, 170 quilos. Há algo errado”, disse Barbano
Para o farmacêutico, tutor do Portal Educação, Ronaldo Jesus Costa, a tendência da Anvisa
é seguir o que já ocorre em inúmeros países, como Estados Unidos, Europa, Argentina, Chile e
México e proibir ao menos a sibutramina. “É bem verdade que há uma tendência de proibir os
demais, porém contrariando a classe médica que argumentam ser necessário mais estudos,
baseando-se no direito do paciente de receber tratamento. Claro que são os médicos responsáveis
pelo excesso de prescrição, o que sugere a necessidade de mais imparcialidade na discussão”,
esclarece Ronaldo Costa.
Mas não é só a sibutramina que está preste a ser descartada, é que houve uma defesa para
que o Ministério da Saúde financie estudos e pesquisas que comprove a eficácia e a segurança de
três das quatro drogas: anfepramona, femproporex e mazindol.
Com a resposta de uma futura pesquisa será possível até indicar qual o melhor
medicamento para o quadro individual de obesidade. “Os obesos precisam de respostas, de
indicações terapêuticas”, defendeu Walmir Coutinho, presidente da Associação Internacional de
Estudo de Obesidade.
RedaCEM
10.3
Ano/Série: 1ª Ensino Médio Entrega: 12/03/2017
Tema: Perigos da Automedicação e seu Avanço no Brasil.
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2. Texto 2
"A obesidade infantil aumentou cinco vezes nos últimos 20 anos no Brasil, acusa a
nutricionista Sylvia Elisabeth Sanner, de São Paulo. Entre as principais consequências, ela cita
aumento de casos de diabetes e problemas cardiovasculares, além do aumento dos níveis de
colesterol e triglicérides. De acordo com o médico-nutricionista Fábio Ancona Lopez, vice-
presidente da Sociedade de Pediatria de São Paulo, a obesidade infantil já atinge cerca de 10% das
crianças brasileiras. Independente das cifras, o médico argentino Júlio Ribeiro afirma, categórico,
que a obesidade é uma das piores aquisições da civilização".
O Que é Obesidade?
A obesidade é uma enfermidade crônica que se acompanha de múltiplas complicações,
caracterizada pela acumulação excessiva de gordura em uma magnitude tal que compromete a
saúde, explica o Consenso Latino Americano em Obesidade. Entre as complicações mais comuns
está o diabete mellitus, a hipertensão arterial, as dislipidemias, as alterações osteomusculares e o
incremento da incidência de alguns tipos de carcinoma e dos índices de mortalidade.
A obesidade é ainda o resultado de ingerir mais energia que a necessária. Não há dúvidas
que este consumo excessivo pode iniciar-se em fases muito remotas da vida, nas quais as
influências culturais e os hábitos familiares possuem um papel fundamental. Por isso dizemos que
a obesidade possui fatores de caráter múltiplo, tais como os genéticos, psicossociais, cultural-
nutricionais, metabólicos e endócrinos. A obesidade, portanto, é gerada pela interação entre
fatores genéticos e culturais, assim como familiares.
Ainda de acordo com o Consenso, existe uma clara tendência entre os membros de uma
mesma família possuírem um índice de massa corporal (IMC) similar. São várias as publicações
científicas que demonstraram uma correlação entre o IMC de pais e filhos, o que sugere que,
provavelmente, tanto os genes como um ambiente familiar compartilhado, contribuem ao
desenvolvimento da obesidade.
Proposta de Redação
A obesidade é uma das maiores problemáticas da modernidade. Escreva um texto
dissertativo-argumentativo relacionando essa questão aos perigos da automedicação no Brasil.
Use, no mínimo, 20 linhas e não deixe de expor a situação problema e apresentar proposta de
solução.