O robô LAURA foi desenvolvido para auxiliar na detecção precoce de sepse em pacientes internados, cruzando dados em alta velocidade para identificar quem corre maior risco. Nos dois primeiros meses de uso no Hospital Nossa Senhora das Graças, houve redução de tempo de atendimento e de casos de sepse grave, sem óbitos. O criador do robô tem o sonho de disponibilizá-lo a todos os hospitais filantrópicos brasileiros para ajudar a reduzir as mortes por sepse no país.
1. Texto 1
Robô ajuda a salvar vidas no Hospital Nossa Senhora das Graças
Há dois meses um robô passou a fazer parte da equipe de enfermagem do Hospital
Nossa Senhora das Graças, em Curitiba (PR). Por meio de uma tela de televisão, um robô chamado
LAURA fica ansioso por salvar vidas e demonstra todo essa inquietação por meio de cores e alertas
auxiliando as equipes a identificarem qual paciente deve ter o atendimento priorizado.
Trata-se de uma inteligência artificial que promete revolucionar o atendimento nos
hospitais para identificação de sepse, que é uma das principais causas de morte em UTIS. Tanto é
que, entre os pacientes acometidos por esta síndrome, a mortalidade pode chegar a 57% em
hospitais brasileiros (Instituto latino Americano 2005 – 2015), apesar dos avanços da medicina
moderna, como antibióticos e cuidados intensivos.
O desenvolvimento da tecnologia base do robô iniciou há aproximadamente seis anos
pelo seu fundador e criador Jacson Fressatto, que, após perder a sua filha poucos dias após seu
nascimento prematuro, passou a se dedicar à criação de uma tecnologia que ajudasse os hospitais
a salvarem vidas. O robô leva o nome da sua bebê, LAURA.
Robô LAURA
O #robolaura, silenciosamente, pesquisa e aprende com os dados dos pacientes
internados no hospital, estudando todos os registros em tempo real (a cada 3,8 segundos), sendo
uma intervenção não-humana de leitura de dados com velocidade de informação e notificação.
Após identificar se há sinais de alerta para sepse para cada paciente internado, o robô
indica quais são aqueles de maior risco, auxiliando a equipe assistencial a definir qual paciente
deve ter seu atendimento priorizado. Como o #robolaura foi treinado pelos profissionais do
Hospital Nossa Senhora Graças e especialistas da LAURA Networks para identificar potenciais
pacientes com risco para desenvolver sepse, se identifica algo suspeito, emite alerta às equipes.
Para identificação da sepse, o Hospital Nossa Senhora das Graças possui um protocolo
que deve ser seguido de forma rigorosa por toda a equipe de enfermagem e médica, tendo como
o objetivo principal a identificação precoce desta síndrome, favorecendo o seu manejo de forma
ágil e efetiva, com impacto direto na redução dos riscos do paciente vir a morrer por esta causa.
SEPSE
A sepse é uma resposta desregulada e exagerada do sistema imunológico do organismo
em combater uma infecção, que traz risco à vida se não for identificada e tratada precocemente.
Essa resposta do organismo para combater a infecção provoca diversas reações como febre,
aceleração cardíaca, respiratória, entre outras, podendo inclusive comprometer o funcionamento
dos órgãos.
O reconhecimento da Sepse depende da captação e análise de sinais vitais, além dos
dados clínicos e laboratoriais dos pacientes com suspeita de alguma infecção. “A sua identificação
RedaCEM
20.32
Ano/Série: 2ª Ensino Médio Entrega: 13/11/2017
Tema: A tecnologia a serviço da vida – Reescrita do 20.28
2. precoce é uma das ações que pode contribuir muito para a redução de mortalidade, pois favorece
que o tratamento seja realizado de maneira rápida, principalmente para infusão de antibióticos e
demais medicamentos necessários, a fim de auxiliar na recuperação do paciente”, esclarece Dra.
Viviane.
A grande dificuldade é que na medicina nem tudo é tão claro, e na maioria das vezes não
é tão simples identificar essa combinação de sintomas, ou até mesmo encontrar o que está
causando a infecção. Em contrapartida a sepse exige rapidez no seu diagnóstico e precisão no seu
tratamento. Portanto, identificá-la com rapidez torna-se um dos grandes desafios dos hospitais do
mundo todo.
LAURA NA PRÁTICA
Já nas duas primeiras semanas que seguiram a implantação do robô no Graças, houve
ganhos reais e de grande importância no atendimento assistencial, afetando tanto profissionais
quanto pacientes, sendo que, entre estes, destacam-se:
– A LAURA traz uma melhoria na performance dos times assistenciais, trazendo agilidade
no atendimento;
– A LAURA potencializa a assertividade, pois proporciona aos profissionais uma leitura
sistêmica de dados gerando um conhecimento mais apurado. Ex.: A LAURA lê em tempo real e vai
cruzando todos os dados do paciente que são lançados no sistema pelas equipes
multiprofissionais, desde laudos de exames a dados vitais de rotina. Como ela foi treinada para
identificar paciente com sinais de alerta para sepse, se identifica algo suspeito, ela emite alerta às
equipes;
– A LAURA, numa velocidade nunca experimentada no mundo, cruza todos os dados dos
pacientes e após identificar sozinha os graus de risco que aprendeu com o histórico de registros de
todos os pacientes desde 14 de março de 2016, o robô prioriza o atendimento e notifica às
equipes qual paciente deve ser visto primeiro;
– A LAURA potencializa e acelera a ação dos profissionais, pois ela vai além do limite
humano cruzando informações em alta velocidade e precisão;
– A LAURA facilita a atuação proativa da equipe e não reativa mediante os sintomas,
acelerando a tomada de decisões.
RESULTADOS PRELIMINARES
Foi observada uma redução de aproximadamente 60% no tempo médio de atendimento
(Tempo médio para inserção de qualquer dado do paciente no sistema), bem como redução de
62,9% na identificação de casos de sepse grave ou choque séptico entre os pacientes incluídos no
Protocolo Gerenciado de sepse (de 27% para 10%).
Quanto aos óbitos registrados para pacientes incluídos em Protocolo Gerenciado de
sepse nestes dois postos, no período de Jan/Set a mortalidade geral e também aquela relacionada
apenas a casos de sepse grave e choque séptico foi de 7,7% e 13,3% respectivamente. Já no
período de Out/Nov não ocorreu nenhum óbito até o momento.
Esses dados iniciais mostram que há uma tendência na redução da mortalidade por
sepse, pois os profissionais estão identificando a sepse precocemente, antes de alcançar o nível
grave ou de choque, em que há muito mais chances do paciente ir a óbito.
O SONHO DE LAURA
O projeto consiste em disponibilizar o robô LAURA para todos os 2.100 hospitais
filantrópicos do Brasil o mais rápido possível. O Sonho de LAURA é reduzir as mortes por sepse no
Brasil em 5% até 2020.
Para que esse sonho se realize, a Laura Networks doará o #robolaura para todos os
3. hospitais filantrópicos do Brasil. Entretanto, estes hospitais precisam de ajuda para financiar os
custos da implantação. Se a equipe de assistência for avisada precocemente sobre um paciente
com sepse, é possível salvar mais de 12 mil vidas por ano no Brasil.
OUTROS NÚMEROS SOBRE A SEPSE
– A doença é a principal geradora de custos nos setores público e privado. Isto é devido
à necessidade de utilizar equipamentos sofisticados, medicamentos caros e exigir muito trabalho
da equipe médica.
Fonte: Instituto Latino Americano de Sepse
(Fonte: http://www.revistahospitaisbrasil.com.br/noticias/robo-ajuda-a-salvar-vidas-no-hospital-nossa-senhora-das-gracas/)
Adaptado
Proposta de Redação
Com base no texto motivador, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema A
tecnologia a serviço da vida. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Além disso, apresente proposta de solução,
que respeite os direitos humanos.