1. Texto 1
O que acontece com nossos dados na internet?
As informações pessoais se tornaram mais um produto comprado e vendido
Todos nós ouvimos dizer alguma vez que quando um produto é aparentemente gratuito é
provável que na verdade estejamos pagando por ele com dados. Isso acontece com as redes
sociais, os cartões de fidelidade de lojas e supermercados ou com infinitos aplicativos que
oferecem serviços mais ou menos relevantes em troca, somente, dos nossos dados pessoais.
Na verdade, cada vez que visitamos uma página com o computador, o celular ou o tablet,
recebemos dezenas de pedidos de instalação de cookies. Somos, portanto, o produto, porque em
troca da informação que obtemos fornecemos detalhes sobre nossa atividade online e,
frequentemente, dados pessoais como nome e localização, hábitos, cartão de crédito, etc., sobre
os quais não temos nenhuma maneira de controlar para onde eles vão.
O exemplo de navegação na internet é o mais comum, mas já não é o único protagonista. A
mesma implantação de conexões não aparentes e de compra e venda de dados também ocorre
quando usamos um cartão de fidelidade de clientes, que relaciona o nosso padrão de consumo
com um nome, endereço, muitas vezes alguns dados bancários e as respostas ao questionário que
normalmente preenchemos ao solicitar esse tipo de cartão.
Outra área em que a coleta de dados está se tornando cada vez mais importante é o espaço
público. Nosso descuidado passeio pelas ruas é cada vez menos anônimo e os sensores que leem
os identificadores únicos e a geolocalização dos nossos dispositivos, as câmeras de imagem
térmica e de videovigilância, redes sem fios, lâmpadas inteligentes ou sensores de leitura
automática de placas de automóveis nos incorporam de forma rotineira a bases de dados públicos
e privados que em algum lugar servem a alguém para obter um lucro que não conhecemos nem
controlamos.
O espaço doméstico é talvez aquele onde esse monitoramento dos nossos movimentos e
rotinas para elaborar padrões vendáveis aumenta de forma mais preocupante: todos os
eletrodomésticos inteligentes, do medidor de energia elétrica ao aparelho de televisão, passando
pela geladeira, constroem uma rede de extração de dados que quer aperfeiçoar a imagem de
quem somos, do que queremos e do que podemos querer. O desafio é ser capaz de se antecipar às
nossas necessidades para nos tentar a comprar produtos ou serviços que ainda não sabemos que
desejamos. Pagamos duas vezes: quando adquirimos o eletrodoméstico ou pagamos a conta de
luz, em dinheiro, e a cada vez que proporcionamos informações, com dados pessoais.
Disponível em: < http://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/12/tecnologia/1434103095_932305.html> Adaptado.
RedaCEM
10.32
Ano/Série: 1ª Ensino Médio Entrega: 13/11/2017
Tema: O desafio de se preservar a privacidade na era digital – Reescrita do 10.27
2. Texto 2
Facebook limita acesso a dados e mercado reage
27/09/2015
Reportagem publicada no Valor Econômico em 23/9/15, assinada por Deepa Seetharaman
e Elizabeth Dwoskin, analisa as consequências da decisão do Facebook de limitar, a terceiros, o
acesso a informações de seus 1,5 bilhão de usuários. As restrições, anunciadas no ano passado e
em vigor desde maio, estão tendo efeitos em universidades, empresas e até na campanha
presidencial dos Estados Unidos.
Dezenas de startups que usavam dados do Facebook fecharam as portas, foram compradas
ou mudaram seus negócios. Consultores políticos correm para achar novas formas de acessar as
conexões sociais dos eleitores antes da eleição presidencial de 2016.
“O Facebook dá e o Facebook tira”, diz Nick Soman, que coletava as localizações de amigos
dos usuários do Facebook para melhorar seu aplicativo (app) de conversas anônimas Reveal. Ele
vendeu o app ao serviço de música Rhapsody International. Soman diz que admira o Facebook,
mas aprendeu a lição sobre confiar em uma outra empresa para obter um componente essencial
de seu produto.
As novas regras refletem a mudança de atitude do Facebook sobre o uso de seus dados,
considerados uma das fontes mais ricas de informação sobre as relações humanas.
Disponível em: < http://observatoriodaimprensa.com.br/curadoria-de-noticias/facebook-limita-acesso-a-dados-e-mercado-reage/>
Texto 3
Rede Hyatt foi atacada com malware que rouba dados de cartão de crédito
Empresa não disse quantos dos seus 627 hotéis foram afetados
24/12/2015
BOSTON - A rede Hyatt Hotles disse nesta quarta-feira que seu sistema de processamento
de pagamentos foi infectado com um malware que rouba dados de cartão de crédito. O ataque foi
descoberto no dia 30 de novembro.
Representantes em um call center que a rede de hotéis abriu para lidar com as questões
relativas à falha disse que o malware era programado para coletar o nome dos titulares do cartão,
os números do cartão, sua data de validade e códigos de verificação interna.
Controlada pela bilionária família Pritzker, a Hyatt é a quarta grande operadora de hotel a
alertar sobre uma falha desde outubro. No mês passado, Hilton Worldwide Holdings, Starwood
Hotels & Resorts Worldwide também informaram de ataques no sistema que processa os
pagamentos. Já a cadeia de hotéis de luxo de Donald Trum, Trump Hotel Collection, confirmou a
possibilidade de um incidente envolvendo segurança de dados.
A FireEye disse que foi contratada pela Hyatt para ajudar ajudar a investigar o ataque. Uma
das unidades da FireEye é uma das maiores provedoras de serviços de resposta a companhias que
são vítimas de ciberataques.
Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/rede-hyatt-foi-atacada-com-malware-que-rouba-dados-de-cartao-de-credito-
18362314#ixzz40VjaYfuW Adaptado.
3. Proposta de Redação
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo, em norma padrão da língua
portuguesa, sobre o tema O DESAFIO DE SE PRESERVAR A PRIVACIDADE NA ERA DIGITAL,
apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.