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Certo dia, Pianaçu (Coração
Grande) saiu acompanhado de sua
mulher Ubotyatá (Flor Andante) em
missão de reconhecimento do seu
território. Afoitaram-se demais
mato adentro e foram seguindo
pela Guanabara (enseada de águas
escondidas), quando avistaram um
lindo curso d’água varando o
compacto buritizal.
O casal, distraído, sai de mansinho
acompanhando a direção da
correnteza imaginando está no
caminho de volta à taba. Para sua
total surpresa, chegam num lugar
pantanoso cerrado de abundantes
mulungus, onde o trinar das aves é
mais alegre, o céu é mais azul e a
vegetação de arbustos é mais
verdejante. É um Igapó (brejo) e
ficam vislumbrados diante de tanta
beleza.
- “Se querem voltar à aldeia
(admitiam ouvir), sigam em
direção contrária da correnteza e
a meio sol estarão com sua gente.
Marquem bem este lugar,
aprendam o caminho e voltem
para cá com sua aldeia”.
Pianaçu, cheio de curiosidade, resolve
não atender ao conselho. Quer seguir
mais adiante, talvez até a foz do rio
Parnaíba (rio de águas ruins). Manda que
sua companheira volte sozinha levando
a notícia ao cacique Djara (senhor, chefe).
Ubotyatá retorna seguindo as instruções
da voz misteriosa. Enfim, ela chega à
aldeia. E todos os companheiros
queriam vê-la para saber da Kunhã Ataré
(mulher andarina) o que tinha acontecido
na aventura.
Todos os silvícolas se reuniram para
ouvir, à viva voz, o relato de Ubotyatá.
Djara era conhecido das feras que o
respeitavam, sem nunca o molestar. Ali
também já se encontrava o pajé
aguardando ordens do cacique para
opinar sobre a possível mudança do
grupo. E pajé dá a sua opinião. Ele tinha
poderes para prevê o futuro.
Comunicava-se com os espíritos através
de maracá, o instrumento que
encarnava os poderes.
Então ele falou afastando a hipótese da
existência de Jurupari (gênio maléfico das
florestas), Anhangá (espírito que vive nos rios,
designados pelos missionários como o diabo), e
Curupira (mãe das florestas, protetora da caça
e perseguidora dos selvagens) nas
proximidades do lugar descrito por
Ubotyatá. Por isso, os Anapurus podiam
se deslocar para o local às margens da
ipueira (lagoa). Mas até então não sabiam
do paradeiro de Pianaçu.
O desertor, desde o dia em que se
separou da mulher, seguia pelo igaci
(caudal) além do lajedo ingarana
(falsos ingazeiros) e ficou indeciso
diante de um riacho, pequeno
afluente esquerdo. Freando seu
destino aventureiro, segue o
riachinho até a cabeceira que fica
para o lado do chapadão num local
alagado onde surge um imenso
buritizal.
Numa noite sentiu saudades da
mulher. Precisava voltar. Só não
imaginava que sua tribo havia se
deslocado para aquele lugar
maravilhoso que descobrira. De
repente, dar meia volta, segue a
direção do curso d’água, mas por
distração acaba ganhando o sentido
da mata.
Pianaçu saiu do noroeste até o
centro norte e parou. Prosseguindo
para sudeste, ouve um grito e
responde. Era um sinal do Irumoara
(companheiro ou camarada) que
policiava a reserva da terra.
Aproxima-se em direção ao grito. E
a emoção do reencontro domina os
dois. Os muypurás confraternizam-
se, enquanto aparece Ubotyatá –
formosa de cabelos esvoaçantes –
que corre e abraça o seu amado.
Algum tempo depois, já refeitas
as emoções, Pianaçu convida a
sua amada para passear nas
macegas (vegetação rasteira) onde
vira paturis fazer seus ninhos. O
mais provável é que dali seguiram
a nado até as ingaranas do outro
lado da lagoa e sentaram-se no
lajedo para se alimentar com
frutas silvestres.
PIANAÇU
Régis Furtado / Oberdan Oliveira
Pianaçu chegou, chegou, chegou. (bis)
Pianaçu chegou, vindo lá do Guanabara. (bis)
O rio de água corria
Uma voz sussurrando dizia:
Siga o rumo dessa água
Não esqueça de brotar um sorriso
Vais encontrar o paraíso
Onde a água se espraia
Tem paturi, tem garoa
Peixe grande, terra boa
Lá na beira da lagoa
Refrão...
Sua caminhada pode ser
A estrela guia pra se ver
Onde o céu é mais azul
Sua gente vai encontrar a paz
Terra dos Muypurás
Brejo dos Anapurus
Leve Ubotyatá só para vê-la
Sua noite brotar nas estrelas
E o lindo clarão do luar
No lajeado da Ingarana
O vento, seu cabelo abana
Os seus olhos vão brilhar, vão brilhar
Refrão..
BREJO DOS ANAPURUS
Eugênio de Freitas
Recordo minha terra pequenina:
maio em flor; as fruteiras do quintal;
madrugada encoberta de neblina;
leite mungido, morno, natural;
Alguns mergulhos na água cristalina
do regato que inunda o juçaral;
os rouxinóis, os galos-de-campina,
num quadro colorido e musical...
Berço de minha infância prazenteira,
onde eu viria novamente à luz,
mais jubiloso que da vez primeira!
É Deus que um dia à glória te conduz,
para orgulho do povo que te queira,
amado Brejo dos Anapurus!
“Alguns mergulhos na água cristalina
do regato que inunda o juçaral;”
Muitas cidades brasileiras nasceram
das feiras do sertão, das travessias dos
grandes rios ou dos centros de catequese.
E com Brejo não foi diferente. Por ser uma
região lacustre e lodosa - com água
abundante - atraiu os silvícolas e depois
os missionários católicos.
Por volta de 1684
Os Tapuias Anapurus já habitavam a
região próximo à lagoa onde construíram
sua taba e ficaram como donos da terra.
Por essa razão, o local passou a ser
chamado de Brejo dos Anapurus.
1709
Chegou o primeiro colonizador português,
Manuel da Silva, para desenvolver a cultura
da cana-de-açúcar e garantir a posse da
terra. Ele construiu sua residência junto à
taba, nas imediações do terreno onde
atualmente encontra-se o Jardim de Infância
Gracinda Pires Macatrão na Avenida Raul de
Freitas, antiga Praça do Mercado. Ele foi
atacado e morto pelos índios, juntamente
com toda a família.
1722
Foi determinada a destruição dos
índios através de uma Ordem Régia com
instruções enviada ao Mestre de Campo
Bernardo Carvalho de Aguiar.
1729
O Bandeirante Francisco Vasconcelos
recebeu, por doação, uma parte do vasto
território brejense, que recebeu a
denominação de Sítio Brejo. Este
conseguiu conquistar a simpatia e a
confiança dos silvícolas.
Em poucos anos os Jesuítas fixaram-
se na localidade e ergueram uma capela a
Nossa Senhora da Conceição.
07 de Setembro de 1799
O templo de Nossa Senhora da
Conceição do Brejo passou a servir de
matriz à Freguesia de São Bernardo,
com o título de N. S. da Conceição do
Brejo dos Anapurus e São Bernardo do
Parnaíba
18 de Abril de 1820
A Freguesia de São Bernardo
foi desdobrada para criação da
Freguesia de Brejo dos Anapurus.
20 de Dezembro de 1821
Foi instalada a Vila de Brejo dos
Anapurus, com seus respectivos limites.
14 de Abril de 1830
Criação da Paróquia Nossa Senhora da
Conceição.
Lino Pereira de Sampaio
Domingos Pereira da Silva
Manoel de Almeida Brandão
Jerônimo Antônio Proença Ribeiro
Marcolino de Assunção Oliveira
Antônio Lira Pessoa de Maria
João Francisco Martins
João José de Carvalho
Joaquim Raimundo da Silva
Carvílio Pereira Silva Luso
Domingos Pereira da Silva
Lourenço Custódio dos Anjos
João Evangelista de Carvalho
Domingos Inácio de Carvalho
Máximo Martins Ferreira
Álvaro José de Lima
Francisco Lino Aderaldo
Gentil Moura Viana
João Severo de Oliveira
Mons. Pedro Rodrigues dos Santos
José Ailton Teixeira
Geraldo Bispo Pereira Costa
Fábio Rondon
Adalberto Luiz Rodrigues
Mons. Hélio Maranhão
Antônio de Pádua Carvalho Souza
19 de Abril de 1833
Criação da Comarca.
(A Sessão do Conselho de Governo
dividiu Província do Maranhão em seis
comarcas: Ilha do Maranhão, Alcântara,
Itapecuru, Brejo, Aldeias Altas e Pastos
Bons)
04 de Outubro de 1841
Pela Lei Provincial nº 121, Brejo foi
dividido em duas Freguesias: Brejo e
Buriti.
11 de Julho de 1870
A Lei Provincial nº 899 sancionada
pelo Vice-Presidente da Província, José
da Silva Maia, eleva Brejo à categoria
de cidade.
Lutas pela independência
O Maranhão foi o último estado
brasileiro a reconhecer a independência
do Brasil proclamada em 07 de Setembro
de 1822. E Brejo foi palco de decisivas
operações militares em 1823.
O Estado era governado pelo Bispo D.
Joaquim de Nazaré e a Vila do Brejo
estava sob o domínio de D. Euzébia Maria
da Conceição.
As tropas do Piauí vieram, pelo Rio
Parnaíba, em auxílio aos maranhenses.
Quando chegaram no porto fluvial do
Brejo, se repartiram em duas. Uma parte
foi para São Bernardo e a outra veio para
a sede da Vila. Esse episódio fez com que
o povoado que abrigava o porto passasse
a ser chamado de Repartição (atual
Herculanópolis).
Brejo na Balaiada
A Balaiada foi uma revolta de Escravos
e Homens livres contra a escravidão e a
discriminação. A guerra civil irrompeu-se
no Maranhão em 1838 e durou até 1841.
Em Brejo, foi onde ela tomou maior
impulso. Os balaios ocuparam o distrito
policial. Houve confronto entre os
legalistas e os revoltosos.
Cosme Bento das Chagas (Preto
Cosme), um dos líderes da revolta, vivia
aquilombado nas cabeceiras do Rio Preto
na Fazenda Lagoa Amarela, Comarca de
Brejo, de onde mandava saquear e
insurrecionar os escravos das fazendas
vizinhas.
Em 1839, numa ação violenta
comandada por Antônio Bentivi, os balaios
assassinaram D. Euzébia Maria da
Conceição na Fazenda Gameleira, no
Piauí.
Brejo foi o último reduto dos balaios.
Desmembramentos dos Povoados
Povoado Estrela dos Anapurus
A Lei Estadual nº 2.378 de 09 de Julho de 1964
desmembrou o Povoado Estrela do município
de Brejo para a criação do município de
Anapurus, instalado em 13/11/1965.
Povoado Milagres
A Lei Estadual nº 6.177 de 10 de Novembro de
1994 cria o Município de Milagres do Maranhão
que foi instalado em 01/01/1997.
Arte e Cultura
Brejo mantém as tradições culturais e
intelectuais através de entidades e artistas
locais. Temos:
 Academia Brejense de Artes e Letras ( Fundada
em 13/08/2002)
 Casa da Cultura (Inaugurada em 11/07/2003)
 Memorial da Família Macatrão
 Atelier de Pintura – Dário Lima
 Grupo de Capoeira
 3 Rádios Comunitárias
Música
• Bandinha Municipal (Que anima os festejos)
• Pedro & Renato
• Bemário Silva
• Garotinho do Forró
• Ana Cássia
• Osman Clímaco
• Frank Show (Gospel)
• Daniel – O Safadão
• Gingado de Menina
• Dose Dupla
• Os Originais do Forró
• Sabor de Mel
• Antônio Pedro do Amor
• Mistura de Ritmos
• Os Legendários
Filhas da Caridade do Sagrado
Coração de Jesus - FCSCJ
As Filhas da Caridade do Sagrado Coração de
Jesus, congregação religiosa fundada na França
em 18/12/1823 por Jean-Maurice Catroux e
Rose Giet, chegou ao Brasil em 1963.
A convite de Monsenhor Pedro Santos, elas
chegaram ao Brejo em 1969 com a missão de
visitar as famílias. As pioneiras foram as Irmãs:
Henrieth Bolduc, Clara (Enfermeira) e Elisabeth
Simard. Vieram também: Madalena Doyan,
Gervásia Aller, Micheline, Susanne Robert,
Priscille Gobeil e Catarina.
As Freiras canadenses deram uma
extraordinária contribuição à Paróquia N. S.
da Conceição. Elas atuaram com
brilhantismo na liturgia, na animação dos
cantos, educação popular através das CEBS,
cursos bíblicos, educação escolar,
enfermagem e incentivo vocacional, numa
época em que não tínhamos as pastorais
com funções definidas como agora.
.
A sociedade brejense logo percebeu a
importância das religiosas vindas do
Canadá com um repertório cultural de
primeiro mundo. E aqui conseguiram
implantar algumas novidades. Uma das
que mais chamou a atenção foi a
implantação do escotismo e do
bandeirantismo.
No comando dos grupos de Lobinhos e
Escoteiros estava Irmã Madalena com seu
dinamismo e bom humor. Aqueles
meninos e adolescentes, “sempre alertas”,
chamavam a atenção pelos uniformes
impecáveis, em estilo militar. Os menores,
com uniformes azuis, lenços vermelhos e
bonés. Os maiores, com bermudões e
blusões em cáqui, lenços vermelhos e
bonés.
Porém, o comportamento daqueles
garotos (baseado em valores éticos, por
meio da vida em equipe, do espírito
comunitário, da liberdade responsável e
do estímulo ao aprimoramento da
personalidade) chamava mais atenção do
que a farda alinhada.
E no comando dos grupos das
Bandeirantes e Fadinhas estava Irmã
Susanne, com sua elegância e simpatia.
Todas, “sempre prontas”, estavam sempre
dispostas a servir ao próximo e a Deus,
com seus uniformes impecáveis.
Quem vivenciou aqueles momentos
jamais esquecerá as lições aprendidas e
as emoções vividas.
A atuação das Filhas da Caridade deu
um grande impulso à educação infantil. A
partir desse trabalho de vanguarda, no
Jardim de Infância Gracinda Pires
Macatrão, foi implantada a educação
infantil gratuita no Brejo.
Atualmente, a Escolinha Coração de
Jesus, na Estrada Nova, é uma extensão
desse trabalho.
Religiosas residentes em Brejo
FCSCJ (2015)
• Ir. Maria da Graça Santos (Ir. Gracy) - Primeira
Freira Brasileira)
• Ir. Maria Antônia Sousa Rodrigues
• Ir. Lúcia de Fátima Sousa Mesquita
• Ir. Ângela Maria Rocha
• Ir. Maria do Livramento Santos Lima
• Ir. Maria do Socorro Macedo
• Ir. Maria Clemilsa Teixeira
• Ir. Francisca Alcioneide Costa
• Ir. Maria da Conceição Gomes
• Ir. Vanúsia Aparecida Cruz
Referência Bibliográfica
LAGO, Aderson de Carvalho. Brejo, aldeia dos
Anapurus. São Luís: Instituto Histórico e
Geográfico do Maranhão, 1989.
MARANHÃO, Secretaria de Educação & Brejo,
Secretaria Municipal de Educação. Brejo, Terra
dos Anapurus. São Luís, 1988.
BREJO – MARANHÃO – BRASIL
Carvalho Júnior
ASPECTOS GERAIS
1) GEOGRÁFICOS:
*População (2014): 35.124 habitantes
*Área da unidade territorial: 1.074,578 Km2
*Densidade demográfica (hab./Km2): 31,04
*Limites: Norte com Milagres do Maranhão
Sul com Buriti de Inácia Vaz
Leste com o Rio Parnaíba
Oeste com Anapurus
Divisão Administrativa: Sede e 176 povoados;
*Vegetação: Cerrado, Babaçu, Mata Ciliar;
*Relevo: Acidentado, ficando a cidade localizada
entre os Morros Santo Antônio e São João;
*Principais Rios: Rio Preto, Rio Buriti, Rio
Riachinho, Rio Água Branca, Rio Santana;
*Clima: Tropical Sub-úmido, com altitude de
55m acima do mar;
*Código do Município: 210210
*Gentílico: Brejense
2) ECONÔMICOS:
Brejo desenvolveu historicamente sua
economia baseada no extrativismo dos
recursos naturais, na exploração da flora e da
fauna. Sua população economicamente ativa
concentra-se em maior escala no setor da
agricultura de subsistência.
Economicamente, o município conta com
alguns estabelecimentos agropecuários,
comerciais e indústrias de transformação,
olarias e beneficiamento de arroz,
industrialização do óleo de babaçu, pequenas
serrarias (madeireiras) e metalúrgicas de
pequeno porte.
Predomina a agricultura, a extração vegetal, o
artesanato e a pecuária. Seus principais
produtos de exportação são: arroz, artefatos
de madeira, fava danta, farinha de mandioca e
soja.
O comércio distribui-se em variados tipos de
estabelecimentos: gêneros alimentícios,
frutigranjeiros, armarinhos, supermercados,
materiais de construção, farmácias, lojas de
confecções, padarias, lojas de informáticas,
restaurantes, locadoras, bares, hotéis e
pousadas.
3) CULTURAIS:
Os Eventos Culturais são na sua grande maioria
oriundos de manifestações religiosas e populares,
tais como, o Festejo da Padroeira Nossa Senhora
da Conceição, Festejo de Santo Antônio, Festejo
de São João, Festejo de São Pedro, Festejo de
Nossa Senhora de Fátima, e Festejo de Bom Jesus
dos Navegantes.
Também se destacam manifestações folclóricas: o
Bumba-Meu-Boi, Tambor de Crioula, Danças de
Boiadeiros, Dança Portuguesa e diversos arraiais
nas escolas públicas e privadas.
Recentemente foi criado o Memorial da
Família Macatrão que abriga documentos,
jornais, cartas, discursos, fotografias, objetos
pessoais que fazem um resgate histórico
daquela família.
Para preservar o legado histórico da cidade foi
criada em 11/07/2003 a “Casa da Cultura de
Brejo” que possui no seu acervo o registro da
História da cidade, a cultura, costumes,
tradições, folclore, artesanato e culinária.
4) TURISMO:
Brejo dispõe de recursos naturais que são qualificados
para o uso turístico: o Rio Parnaíba, as Lagoas
Escalvado, Curvinas, São Francisco, Patos, Surrão,
Fartura, Forquilha e Balneário Carrapato.
Além dos recursos naturais, Brejo guarda vestígios
históricos de algumas edificações antigas: o Palácio
Coronel Antônio Guilherme (sede da Câmara
Municipal), o Centro Artístico Operário Brejense, a Vila
Napoleão, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição,
Igreja de Santo Antonio.
Fonte: IBGE / SIPAÚBA FILHO
Brejo sob olhares
Pedro Portela
Brejo já foi destaque nos cenários
regional e nacional pelo brilhantismo
de seus filhos e filhas ilustres. Dentre
os que mais se destacaram podemos
citar alguns: o senador vitalício do
império Cândido Mendes, os poetas
Raul de Freitas e Tobias Pinheiro, os
educadores Honório Martins e Júlio
Bacelar, Monsenhor Pedro Santos,
Roque Macatrão...
Parece-nos que, nas homenagens,
Brejo não tem sido justo com a sua
grande matriarca Euzébia Maria da
Conceição, que “tornou-se uma das
figuras mais destacadas nos meios
oficiais”, e, após a morte do marido,
assumiu o comando da política local.
Tinha tanto prestígio que influenciou a
nomeação do genro Severino Alves de
Carvalho ao cargo de primeiro Prefeito do
Brejo, empossado em 21 de agosto de
1838.
Constantemente nos deparamos
com um brejense saudosista a lembrar
do Aeroporto que recebia voos
semanais de aeronaves de médio
porte, da indústria de refrigerante do
Temistinha e da fábrica de sabão;
alguns falam de uma época sem
rodovias em que o transporte era feito
com carro de boi e tropas de animais;
outros falam do transporte fluvial
através do Rio Parnaíba; e há os que
se orgulham ao falar da erudição de
antigos professores.
Brejo foi pioneiro na oferta de
ensino regular na região. A criação do
Ginásio Brejense em 1953 e da Escola
Normal em 1968 atraiu muitos jovens
da circunvizinhança. E a implantação
de um polo da Universidade Estadual
do Maranhão-UEMA em 2000
transformou esta terra numa cidade
universitária.
No Povoado Repartição, à margem do
Parnaíba, ainda resta o alicerce do antigo
armazém municipal recordando a época em
que Brejo era um exportador de jaborandi,
amêndoas, favas, grãos, produtos
derivados da mandioca e também muita
rapadura e cachaça. Quase tudo era
vendido para a cidade de Parnaíba-PI, que
era a “Europa” dos brejenses. Era lá que
estudavam os jovens abastados. E era para
lá também que recorriam os que precisavam
de medicina, numa época em que não
tínhamos profissionais nessa área.
Além de outros aspectos, a terra dos
Muypurás tem uma insígnia: a religiosidade,
que lhe habilitou a sediar a Diocese do Baixo -
Parnaíba Maranhense no dia 9 de abril de
1972.
E, enquanto alguns mais pessimistas
lamentam as transformações ocorridas nos
setores produtivos: extrativismo, lavoura e
pecuária, Brejo desponta como um dos
grandes produtores de grãos na atualidade.
Um olhar um pouquinho mais otimista
sobre a terrinha que nos gerou se faz
necessário para não depreciarmos o nosso
torrão natal.
Mons. Pedro Santos
Pedro Portela
A Comunidade Católica Cristã do Brejo
comemorou, em 2013, o Centenário de Nascimento
de Monsenhor Pedro Rodrigues dos Santos. Nascido
a 15 de Agosto de 1913, faleceu no dia 29 de Junho
de 2000 prestes a completar 87 anos de idade.
Ele recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de
Junho de 1937. Trabalhou como vigário na Paróquia
São João Batista em São Luis, Maranhão, até 1938.
Em seguida, foi solicitado a trabalhar na cidade de
Tutóia-MA, permanecendo por lá até 1946. Com a
morte de Mons. Gentil de Moura Viana, pároco de
Brejo-MA, Mons. Pedro Santos veio substituí-lo. Aqui
exerceu o sacerdócio por mais de meio século.
A Diocese do Baixo-Parnaíba Maranhense
foi criada no dia 9 de abril de 1972, com sede
em Brejo, e Monsenhor Pedro Santos foi
nomeado Vigário Geral.
Não foi fácil cuidar de tantos fiéis em lugares
distantes e de difícil acesso. Algumas pessoas
mais idosas ainda cometam o apostolado inicial
de Mons. Pedro Santos. O deslocamento para
as desobrigas era feito a cavalo.
Aquela passagem anual do vigário por uma
comunidade era um momento muito marcante.
O anfitrião preparava o que tinha de melhor
para recepcioná-lo. O povo católico se sentia
muito grato pela presença dele em sua
comunidade. Havia uma relação de muito
respeito e admiração.
Monsenhor Pedro Santos também deu
grande contribuição ao magistério brejense
como diretor do Educandário Pio XII
destinado à formação de pré-seminaristas
que almejavam ingressar no Seminário Santo
Antônio em São Luís. Foi um dos fundadores
do Ginásio Brejense em 1953, do qual
tornou-se o primeiro diretor.
Além de sacerdote, foi um excelente
músico, compositor, educador, e, acima de
tudo, um grande orador. A eloqüência da sua
pregação é lembrada constantemente pelos
fiéis que tiverem o privilégio de ouví-lo.
HEGEMONIA CATÓLICA
Pedro Portela
O Brasil já nasceu católico. E o
cristianismo católico como religião oficial
perdurou por aqui desde o início da
colonização, século XVI, até a Proclamação
da República em 1889. O advento da
democracia no final do século XIX permitiu
que as Igrejas Protestantes saíssem da
clandestinidade. Mesmo com essa abertura,
o Brejo dos Anapurus permaneceu católico
ainda por mais de meio século.
O ano de 1962 assinala a chegada do
primeiro evangélico pentecostal, o Pastor
José Reinaldo Mendes, que realizou seus
primeiros trabalhos numa pequena sala
localizada na Rua Gonçalves Dias, próximo
à residência do ex-prefeito Tonico Nunes.
Em seguida, as cerimônias de cultos
passaram a ser praticadas numa sala
alugada na Rua da Indústria, onde os
irmãos passaram por grandes provações.
Três anos depois, o primeiro pastor foi
substituído por José Alves Portela que
lançou a pedra fundamental do templo da
Assembleia de Deus num terreno na Av.
Raul de Freitas nº 205, doado pelo
prefeito Dr. Antenor Vieira de Moraes.
A primeira Igreja Evangélica de Brejo
foi inaugurada pelo Pastor Raimundo
Nonato da Silva.
Após a passagem de mais alguns
Pastores, chegou a Brejo, em 09/07/1995,
Francisco de Assis da Costa Melo – um
Pastor ecumênico e progressista. A sua
simpatia e sabedoria lhe permitiram um
relacionamento harmonioso com a
sociedade brejense. Quando chegou,
encontrou apenas três templos em todo o
município e 273 crentes (95 batizados,
116 congregados e 62 crianças).
Ele construiu templos da Assembleia
de Deus em várias localidades: Milagres,
Zé Gomes, São João dos Pilões, Cruz,
Gameleira, Palestina, São Francisco,
Acampamento, Riacho do Meio, Árvore
Verde, Criolis...
Em 2002, a Assembleia de Deus
contava com 17 templos e 992 membros
(350 batizados, 438 congregados e 204
crianças). Isso representava apenas
3,746% dos 26.479 habitantes de Brejo.
As demais Igrejas Evangélicas presentes aqui eram:
Testemunhas de Jeová, Batista Nacional Shalon e
Presbiteriana, representando somente 0,157% da população
local.
Atualmente, encontram-se em Brejo as seguintes
denominações religiosas:
• Adventista do Sétimo Dia
• Assembleia de Deus
• Batista
• Batista Vida
• Congregação Cristã no Brasil
• Hebrom – Igreja em Células
• MAIS-Missionário Apostólico Internacional Shalon
• Missionária Vida na Palavra
• Mundial do Poder de Deus
• Presbiteriana do Brasil
• Testemunhas de Jeová
• Universal do Reino de Deus
Nesse momento, não é possível
constatar nenhuma denominação religiosa
que não seja cristã. Existem alguns
Salões Espíritas, duas Lojas Maçônicas, e
ainda é possível encontrar alguma
Benzedeira que trata, através de orações,
alguns problemas, como: arca caída,
engasgamento, entrosado, izipa,
quebranto e vermelha.
Lição de História
Informe Jornal do Brasil (Rio de Janeiro/1981)
O ano de 1981 marcou o centenário de falecimento
do Senador Cândido Mendes, cujo perfil se liga
decisivamente à questão religiosa no Brasil; à
consolidação do Direito Brasileiro no segundo Império,
ao lado de Teixeira de Freitas; à fundação da Cartografia
nacional, com a organização do primeiro Atlas do Brasil;
à constituição, com Varnhagem, do primeiro esforço do
estabelecimento da monografia Brasileira.
Cândido Mendes teve atividade múltipla como
professor, Deputado e Senador vitalício, a partir de 1872.
Jurisconsulto escreveu o Auxiliar jurídico, trabalho
pioneiro na interpretação que traduzisse a aplicação da
nova lei, no quadro da nação que sucederia à Colônia. E
publicou em quatro volumes o Direito Civil e Eclesiástico
Brasileiro, única obra no gênero editada no Brasil.
Mas é na Questão Religiosa, em 1874, que se
integram o tribuno, o jurista e o católico na discussão
dos limites das relações entre a Igreja e o Estado no
regime imperial. A defesa de D. Vital e de D. Macedo
Costa permitiu a Cândido Mendes, ao lado de Zacarias
de Góis e Ferreira Viana, esmiuçar os limites da
legislação do padroado e defender o princípio de
autonomia da jurisdição entre o poder temporal e
religioso que constitui um ponto crucial da polêmica
entre a sociedade e o Estado, no Brasil, tão relevante
para o nosso fim de século.
A lembrança deste centenário de falecimento foi
marcada com a solenidade de integração de posse da
comissão que estabeleceu um calendário de
efemérides, sob a presidência do ministro da Justiça,
Sr. Ibrahim Abi-Ackel.
O ato se realizou na sede de Ipanema do Conjunto
Universitário Cândido Mendes, onde os descendentes
do Senador desenvolveram obra educacional e cultural,
hoje o mais antigo estabelecimento de ensino superior
no país. Seu atual presidente é o professor Cândido
Mendes, bisneto do defensor de D. Vital e D. Macedo
Costa. Antes da solenidade oficial, foi celebrada missa,
por outro bisneto do Senador: D. Luciano Mendes de
Almeida, Bispo Auxiliar de S. Paulo e secretário-geral
da CNBB.
Um evento importante, pleno de significação
histórica.
Que contribuiu para desvendar, na relação Estado e
Igreja, no Brasil, um horizonte onde a ligação do
passado servirá como caminho seguro em direção ao
futuro.
HINO DO BREJO
Letra: Tobias Pinheiro
Música: J. Palmeira
Salve a terra que orgulho nos traz
E na crença cristã nos conduz.
Salve a Aldeia dos Muypurás,
Paraíso dos Anapurus.
Se é nos índios que o amor se traduz.
Salve os índios na guerra e na paz.
Salve a Aldeia dos Anapurus,
Paraíso dos Muypurás.
Ó Brejo, no amor tu nos prendes,
Terra de Cândido Mendes. (bis)
Foi aqui neste solo sagrado,
Que houve lutas pela independência.
E este povo de sangue banhado,
Pediu morte, mas não quis clemência.
A reposta aos balaios ousados,
Foi aquela resposta viril:
Seguiremos os nossos soldados.
Morreremos por nosso Brasil.
Desta Pátria ganhamos o escudo,
No esplendor do auriverde pendão.
Nosso lema é apenas o estudo
E o trabalho pelo Maranhão.
Ó Brejo, no amor tu nos prendes
Terra de Cândido Mendes. (bis)
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  • 14. Certo dia, Pianaçu (Coração Grande) saiu acompanhado de sua mulher Ubotyatá (Flor Andante) em missão de reconhecimento do seu território. Afoitaram-se demais mato adentro e foram seguindo pela Guanabara (enseada de águas escondidas), quando avistaram um lindo curso d’água varando o compacto buritizal.
  • 15. O casal, distraído, sai de mansinho acompanhando a direção da correnteza imaginando está no caminho de volta à taba. Para sua total surpresa, chegam num lugar pantanoso cerrado de abundantes mulungus, onde o trinar das aves é mais alegre, o céu é mais azul e a vegetação de arbustos é mais verdejante. É um Igapó (brejo) e ficam vislumbrados diante de tanta beleza.
  • 16. - “Se querem voltar à aldeia (admitiam ouvir), sigam em direção contrária da correnteza e a meio sol estarão com sua gente. Marquem bem este lugar, aprendam o caminho e voltem para cá com sua aldeia”.
  • 17. Pianaçu, cheio de curiosidade, resolve não atender ao conselho. Quer seguir mais adiante, talvez até a foz do rio Parnaíba (rio de águas ruins). Manda que sua companheira volte sozinha levando a notícia ao cacique Djara (senhor, chefe). Ubotyatá retorna seguindo as instruções da voz misteriosa. Enfim, ela chega à aldeia. E todos os companheiros queriam vê-la para saber da Kunhã Ataré (mulher andarina) o que tinha acontecido na aventura.
  • 18. Todos os silvícolas se reuniram para ouvir, à viva voz, o relato de Ubotyatá. Djara era conhecido das feras que o respeitavam, sem nunca o molestar. Ali também já se encontrava o pajé aguardando ordens do cacique para opinar sobre a possível mudança do grupo. E pajé dá a sua opinião. Ele tinha poderes para prevê o futuro. Comunicava-se com os espíritos através de maracá, o instrumento que encarnava os poderes.
  • 19. Então ele falou afastando a hipótese da existência de Jurupari (gênio maléfico das florestas), Anhangá (espírito que vive nos rios, designados pelos missionários como o diabo), e Curupira (mãe das florestas, protetora da caça e perseguidora dos selvagens) nas proximidades do lugar descrito por Ubotyatá. Por isso, os Anapurus podiam se deslocar para o local às margens da ipueira (lagoa). Mas até então não sabiam do paradeiro de Pianaçu.
  • 20. O desertor, desde o dia em que se separou da mulher, seguia pelo igaci (caudal) além do lajedo ingarana (falsos ingazeiros) e ficou indeciso diante de um riacho, pequeno afluente esquerdo. Freando seu destino aventureiro, segue o riachinho até a cabeceira que fica para o lado do chapadão num local alagado onde surge um imenso buritizal.
  • 21. Numa noite sentiu saudades da mulher. Precisava voltar. Só não imaginava que sua tribo havia se deslocado para aquele lugar maravilhoso que descobrira. De repente, dar meia volta, segue a direção do curso d’água, mas por distração acaba ganhando o sentido da mata.
  • 22. Pianaçu saiu do noroeste até o centro norte e parou. Prosseguindo para sudeste, ouve um grito e responde. Era um sinal do Irumoara (companheiro ou camarada) que policiava a reserva da terra. Aproxima-se em direção ao grito. E a emoção do reencontro domina os dois. Os muypurás confraternizam- se, enquanto aparece Ubotyatá – formosa de cabelos esvoaçantes – que corre e abraça o seu amado.
  • 23. Algum tempo depois, já refeitas as emoções, Pianaçu convida a sua amada para passear nas macegas (vegetação rasteira) onde vira paturis fazer seus ninhos. O mais provável é que dali seguiram a nado até as ingaranas do outro lado da lagoa e sentaram-se no lajedo para se alimentar com frutas silvestres.
  • 24. PIANAÇU Régis Furtado / Oberdan Oliveira Pianaçu chegou, chegou, chegou. (bis) Pianaçu chegou, vindo lá do Guanabara. (bis) O rio de água corria Uma voz sussurrando dizia: Siga o rumo dessa água Não esqueça de brotar um sorriso Vais encontrar o paraíso Onde a água se espraia Tem paturi, tem garoa Peixe grande, terra boa Lá na beira da lagoa
  • 25. Refrão... Sua caminhada pode ser A estrela guia pra se ver Onde o céu é mais azul Sua gente vai encontrar a paz Terra dos Muypurás Brejo dos Anapurus Leve Ubotyatá só para vê-la Sua noite brotar nas estrelas E o lindo clarão do luar No lajeado da Ingarana O vento, seu cabelo abana Os seus olhos vão brilhar, vão brilhar Refrão..
  • 26. BREJO DOS ANAPURUS Eugênio de Freitas Recordo minha terra pequenina: maio em flor; as fruteiras do quintal; madrugada encoberta de neblina; leite mungido, morno, natural; Alguns mergulhos na água cristalina do regato que inunda o juçaral; os rouxinóis, os galos-de-campina, num quadro colorido e musical...
  • 27. Berço de minha infância prazenteira, onde eu viria novamente à luz, mais jubiloso que da vez primeira! É Deus que um dia à glória te conduz, para orgulho do povo que te queira, amado Brejo dos Anapurus!
  • 28. “Alguns mergulhos na água cristalina do regato que inunda o juçaral;”
  • 29.
  • 30. Muitas cidades brasileiras nasceram das feiras do sertão, das travessias dos grandes rios ou dos centros de catequese. E com Brejo não foi diferente. Por ser uma região lacustre e lodosa - com água abundante - atraiu os silvícolas e depois os missionários católicos.
  • 31. Por volta de 1684 Os Tapuias Anapurus já habitavam a região próximo à lagoa onde construíram sua taba e ficaram como donos da terra. Por essa razão, o local passou a ser chamado de Brejo dos Anapurus.
  • 32. 1709 Chegou o primeiro colonizador português, Manuel da Silva, para desenvolver a cultura da cana-de-açúcar e garantir a posse da terra. Ele construiu sua residência junto à taba, nas imediações do terreno onde atualmente encontra-se o Jardim de Infância Gracinda Pires Macatrão na Avenida Raul de Freitas, antiga Praça do Mercado. Ele foi atacado e morto pelos índios, juntamente com toda a família.
  • 33. 1722 Foi determinada a destruição dos índios através de uma Ordem Régia com instruções enviada ao Mestre de Campo Bernardo Carvalho de Aguiar.
  • 34. 1729 O Bandeirante Francisco Vasconcelos recebeu, por doação, uma parte do vasto território brejense, que recebeu a denominação de Sítio Brejo. Este conseguiu conquistar a simpatia e a confiança dos silvícolas. Em poucos anos os Jesuítas fixaram- se na localidade e ergueram uma capela a Nossa Senhora da Conceição.
  • 35. 07 de Setembro de 1799 O templo de Nossa Senhora da Conceição do Brejo passou a servir de matriz à Freguesia de São Bernardo, com o título de N. S. da Conceição do Brejo dos Anapurus e São Bernardo do Parnaíba
  • 36. 18 de Abril de 1820 A Freguesia de São Bernardo foi desdobrada para criação da Freguesia de Brejo dos Anapurus.
  • 37. 20 de Dezembro de 1821 Foi instalada a Vila de Brejo dos Anapurus, com seus respectivos limites.
  • 38. 14 de Abril de 1830 Criação da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
  • 39. Lino Pereira de Sampaio Domingos Pereira da Silva Manoel de Almeida Brandão Jerônimo Antônio Proença Ribeiro Marcolino de Assunção Oliveira Antônio Lira Pessoa de Maria João Francisco Martins João José de Carvalho Joaquim Raimundo da Silva Carvílio Pereira Silva Luso
  • 40. Domingos Pereira da Silva Lourenço Custódio dos Anjos João Evangelista de Carvalho Domingos Inácio de Carvalho Máximo Martins Ferreira Álvaro José de Lima Francisco Lino Aderaldo Gentil Moura Viana João Severo de Oliveira Mons. Pedro Rodrigues dos Santos
  • 41. José Ailton Teixeira Geraldo Bispo Pereira Costa Fábio Rondon Adalberto Luiz Rodrigues Mons. Hélio Maranhão Antônio de Pádua Carvalho Souza
  • 42. 19 de Abril de 1833 Criação da Comarca. (A Sessão do Conselho de Governo dividiu Província do Maranhão em seis comarcas: Ilha do Maranhão, Alcântara, Itapecuru, Brejo, Aldeias Altas e Pastos Bons)
  • 43. 04 de Outubro de 1841 Pela Lei Provincial nº 121, Brejo foi dividido em duas Freguesias: Brejo e Buriti.
  • 44. 11 de Julho de 1870 A Lei Provincial nº 899 sancionada pelo Vice-Presidente da Província, José da Silva Maia, eleva Brejo à categoria de cidade.
  • 45. Lutas pela independência O Maranhão foi o último estado brasileiro a reconhecer a independência do Brasil proclamada em 07 de Setembro de 1822. E Brejo foi palco de decisivas operações militares em 1823. O Estado era governado pelo Bispo D. Joaquim de Nazaré e a Vila do Brejo estava sob o domínio de D. Euzébia Maria da Conceição.
  • 46. As tropas do Piauí vieram, pelo Rio Parnaíba, em auxílio aos maranhenses. Quando chegaram no porto fluvial do Brejo, se repartiram em duas. Uma parte foi para São Bernardo e a outra veio para a sede da Vila. Esse episódio fez com que o povoado que abrigava o porto passasse a ser chamado de Repartição (atual Herculanópolis).
  • 47. Brejo na Balaiada A Balaiada foi uma revolta de Escravos e Homens livres contra a escravidão e a discriminação. A guerra civil irrompeu-se no Maranhão em 1838 e durou até 1841. Em Brejo, foi onde ela tomou maior impulso. Os balaios ocuparam o distrito policial. Houve confronto entre os legalistas e os revoltosos.
  • 48. Cosme Bento das Chagas (Preto Cosme), um dos líderes da revolta, vivia aquilombado nas cabeceiras do Rio Preto na Fazenda Lagoa Amarela, Comarca de Brejo, de onde mandava saquear e insurrecionar os escravos das fazendas vizinhas.
  • 49. Em 1839, numa ação violenta comandada por Antônio Bentivi, os balaios assassinaram D. Euzébia Maria da Conceição na Fazenda Gameleira, no Piauí. Brejo foi o último reduto dos balaios.
  • 50.
  • 51. Desmembramentos dos Povoados Povoado Estrela dos Anapurus A Lei Estadual nº 2.378 de 09 de Julho de 1964 desmembrou o Povoado Estrela do município de Brejo para a criação do município de Anapurus, instalado em 13/11/1965. Povoado Milagres A Lei Estadual nº 6.177 de 10 de Novembro de 1994 cria o Município de Milagres do Maranhão que foi instalado em 01/01/1997.
  • 52. Arte e Cultura Brejo mantém as tradições culturais e intelectuais através de entidades e artistas locais. Temos:  Academia Brejense de Artes e Letras ( Fundada em 13/08/2002)  Casa da Cultura (Inaugurada em 11/07/2003)  Memorial da Família Macatrão  Atelier de Pintura – Dário Lima  Grupo de Capoeira  3 Rádios Comunitárias
  • 53. Música • Bandinha Municipal (Que anima os festejos) • Pedro & Renato • Bemário Silva • Garotinho do Forró • Ana Cássia • Osman Clímaco • Frank Show (Gospel) • Daniel – O Safadão • Gingado de Menina
  • 54. • Dose Dupla • Os Originais do Forró • Sabor de Mel • Antônio Pedro do Amor • Mistura de Ritmos • Os Legendários
  • 55. Filhas da Caridade do Sagrado Coração de Jesus - FCSCJ As Filhas da Caridade do Sagrado Coração de Jesus, congregação religiosa fundada na França em 18/12/1823 por Jean-Maurice Catroux e Rose Giet, chegou ao Brasil em 1963. A convite de Monsenhor Pedro Santos, elas chegaram ao Brejo em 1969 com a missão de visitar as famílias. As pioneiras foram as Irmãs: Henrieth Bolduc, Clara (Enfermeira) e Elisabeth Simard. Vieram também: Madalena Doyan, Gervásia Aller, Micheline, Susanne Robert, Priscille Gobeil e Catarina.
  • 56. As Freiras canadenses deram uma extraordinária contribuição à Paróquia N. S. da Conceição. Elas atuaram com brilhantismo na liturgia, na animação dos cantos, educação popular através das CEBS, cursos bíblicos, educação escolar, enfermagem e incentivo vocacional, numa época em que não tínhamos as pastorais com funções definidas como agora. .
  • 57. A sociedade brejense logo percebeu a importância das religiosas vindas do Canadá com um repertório cultural de primeiro mundo. E aqui conseguiram implantar algumas novidades. Uma das que mais chamou a atenção foi a implantação do escotismo e do bandeirantismo.
  • 58. No comando dos grupos de Lobinhos e Escoteiros estava Irmã Madalena com seu dinamismo e bom humor. Aqueles meninos e adolescentes, “sempre alertas”, chamavam a atenção pelos uniformes impecáveis, em estilo militar. Os menores, com uniformes azuis, lenços vermelhos e bonés. Os maiores, com bermudões e blusões em cáqui, lenços vermelhos e bonés.
  • 59. Porém, o comportamento daqueles garotos (baseado em valores éticos, por meio da vida em equipe, do espírito comunitário, da liberdade responsável e do estímulo ao aprimoramento da personalidade) chamava mais atenção do que a farda alinhada.
  • 60. E no comando dos grupos das Bandeirantes e Fadinhas estava Irmã Susanne, com sua elegância e simpatia. Todas, “sempre prontas”, estavam sempre dispostas a servir ao próximo e a Deus, com seus uniformes impecáveis. Quem vivenciou aqueles momentos jamais esquecerá as lições aprendidas e as emoções vividas.
  • 61. A atuação das Filhas da Caridade deu um grande impulso à educação infantil. A partir desse trabalho de vanguarda, no Jardim de Infância Gracinda Pires Macatrão, foi implantada a educação infantil gratuita no Brejo. Atualmente, a Escolinha Coração de Jesus, na Estrada Nova, é uma extensão desse trabalho.
  • 62. Religiosas residentes em Brejo FCSCJ (2015) • Ir. Maria da Graça Santos (Ir. Gracy) - Primeira Freira Brasileira) • Ir. Maria Antônia Sousa Rodrigues • Ir. Lúcia de Fátima Sousa Mesquita • Ir. Ângela Maria Rocha • Ir. Maria do Livramento Santos Lima • Ir. Maria do Socorro Macedo • Ir. Maria Clemilsa Teixeira • Ir. Francisca Alcioneide Costa • Ir. Maria da Conceição Gomes • Ir. Vanúsia Aparecida Cruz
  • 63. Referência Bibliográfica LAGO, Aderson de Carvalho. Brejo, aldeia dos Anapurus. São Luís: Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, 1989. MARANHÃO, Secretaria de Educação & Brejo, Secretaria Municipal de Educação. Brejo, Terra dos Anapurus. São Luís, 1988.
  • 64.
  • 65. BREJO – MARANHÃO – BRASIL Carvalho Júnior ASPECTOS GERAIS 1) GEOGRÁFICOS: *População (2014): 35.124 habitantes *Área da unidade territorial: 1.074,578 Km2 *Densidade demográfica (hab./Km2): 31,04 *Limites: Norte com Milagres do Maranhão Sul com Buriti de Inácia Vaz Leste com o Rio Parnaíba Oeste com Anapurus
  • 66. Divisão Administrativa: Sede e 176 povoados; *Vegetação: Cerrado, Babaçu, Mata Ciliar; *Relevo: Acidentado, ficando a cidade localizada entre os Morros Santo Antônio e São João; *Principais Rios: Rio Preto, Rio Buriti, Rio Riachinho, Rio Água Branca, Rio Santana; *Clima: Tropical Sub-úmido, com altitude de 55m acima do mar; *Código do Município: 210210 *Gentílico: Brejense
  • 67. 2) ECONÔMICOS: Brejo desenvolveu historicamente sua economia baseada no extrativismo dos recursos naturais, na exploração da flora e da fauna. Sua população economicamente ativa concentra-se em maior escala no setor da agricultura de subsistência. Economicamente, o município conta com alguns estabelecimentos agropecuários, comerciais e indústrias de transformação, olarias e beneficiamento de arroz, industrialização do óleo de babaçu, pequenas serrarias (madeireiras) e metalúrgicas de pequeno porte.
  • 68. Predomina a agricultura, a extração vegetal, o artesanato e a pecuária. Seus principais produtos de exportação são: arroz, artefatos de madeira, fava danta, farinha de mandioca e soja. O comércio distribui-se em variados tipos de estabelecimentos: gêneros alimentícios, frutigranjeiros, armarinhos, supermercados, materiais de construção, farmácias, lojas de confecções, padarias, lojas de informáticas, restaurantes, locadoras, bares, hotéis e pousadas.
  • 69. 3) CULTURAIS: Os Eventos Culturais são na sua grande maioria oriundos de manifestações religiosas e populares, tais como, o Festejo da Padroeira Nossa Senhora da Conceição, Festejo de Santo Antônio, Festejo de São João, Festejo de São Pedro, Festejo de Nossa Senhora de Fátima, e Festejo de Bom Jesus dos Navegantes. Também se destacam manifestações folclóricas: o Bumba-Meu-Boi, Tambor de Crioula, Danças de Boiadeiros, Dança Portuguesa e diversos arraiais nas escolas públicas e privadas.
  • 70. Recentemente foi criado o Memorial da Família Macatrão que abriga documentos, jornais, cartas, discursos, fotografias, objetos pessoais que fazem um resgate histórico daquela família. Para preservar o legado histórico da cidade foi criada em 11/07/2003 a “Casa da Cultura de Brejo” que possui no seu acervo o registro da História da cidade, a cultura, costumes, tradições, folclore, artesanato e culinária.
  • 71. 4) TURISMO: Brejo dispõe de recursos naturais que são qualificados para o uso turístico: o Rio Parnaíba, as Lagoas Escalvado, Curvinas, São Francisco, Patos, Surrão, Fartura, Forquilha e Balneário Carrapato. Além dos recursos naturais, Brejo guarda vestígios históricos de algumas edificações antigas: o Palácio Coronel Antônio Guilherme (sede da Câmara Municipal), o Centro Artístico Operário Brejense, a Vila Napoleão, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Igreja de Santo Antonio. Fonte: IBGE / SIPAÚBA FILHO
  • 72. Brejo sob olhares Pedro Portela Brejo já foi destaque nos cenários regional e nacional pelo brilhantismo de seus filhos e filhas ilustres. Dentre os que mais se destacaram podemos citar alguns: o senador vitalício do império Cândido Mendes, os poetas Raul de Freitas e Tobias Pinheiro, os educadores Honório Martins e Júlio Bacelar, Monsenhor Pedro Santos, Roque Macatrão...
  • 73. Parece-nos que, nas homenagens, Brejo não tem sido justo com a sua grande matriarca Euzébia Maria da Conceição, que “tornou-se uma das figuras mais destacadas nos meios oficiais”, e, após a morte do marido, assumiu o comando da política local. Tinha tanto prestígio que influenciou a nomeação do genro Severino Alves de Carvalho ao cargo de primeiro Prefeito do Brejo, empossado em 21 de agosto de 1838.
  • 74. Constantemente nos deparamos com um brejense saudosista a lembrar do Aeroporto que recebia voos semanais de aeronaves de médio porte, da indústria de refrigerante do Temistinha e da fábrica de sabão; alguns falam de uma época sem rodovias em que o transporte era feito com carro de boi e tropas de animais; outros falam do transporte fluvial através do Rio Parnaíba; e há os que se orgulham ao falar da erudição de antigos professores.
  • 75. Brejo foi pioneiro na oferta de ensino regular na região. A criação do Ginásio Brejense em 1953 e da Escola Normal em 1968 atraiu muitos jovens da circunvizinhança. E a implantação de um polo da Universidade Estadual do Maranhão-UEMA em 2000 transformou esta terra numa cidade universitária.
  • 76. No Povoado Repartição, à margem do Parnaíba, ainda resta o alicerce do antigo armazém municipal recordando a época em que Brejo era um exportador de jaborandi, amêndoas, favas, grãos, produtos derivados da mandioca e também muita rapadura e cachaça. Quase tudo era vendido para a cidade de Parnaíba-PI, que era a “Europa” dos brejenses. Era lá que estudavam os jovens abastados. E era para lá também que recorriam os que precisavam de medicina, numa época em que não tínhamos profissionais nessa área.
  • 77. Além de outros aspectos, a terra dos Muypurás tem uma insígnia: a religiosidade, que lhe habilitou a sediar a Diocese do Baixo - Parnaíba Maranhense no dia 9 de abril de 1972. E, enquanto alguns mais pessimistas lamentam as transformações ocorridas nos setores produtivos: extrativismo, lavoura e pecuária, Brejo desponta como um dos grandes produtores de grãos na atualidade. Um olhar um pouquinho mais otimista sobre a terrinha que nos gerou se faz necessário para não depreciarmos o nosso torrão natal.
  • 78.
  • 79. Mons. Pedro Santos Pedro Portela A Comunidade Católica Cristã do Brejo comemorou, em 2013, o Centenário de Nascimento de Monsenhor Pedro Rodrigues dos Santos. Nascido a 15 de Agosto de 1913, faleceu no dia 29 de Junho de 2000 prestes a completar 87 anos de idade. Ele recebeu a Ordenação Sacerdotal em 29 de Junho de 1937. Trabalhou como vigário na Paróquia São João Batista em São Luis, Maranhão, até 1938. Em seguida, foi solicitado a trabalhar na cidade de Tutóia-MA, permanecendo por lá até 1946. Com a morte de Mons. Gentil de Moura Viana, pároco de Brejo-MA, Mons. Pedro Santos veio substituí-lo. Aqui exerceu o sacerdócio por mais de meio século.
  • 80. A Diocese do Baixo-Parnaíba Maranhense foi criada no dia 9 de abril de 1972, com sede em Brejo, e Monsenhor Pedro Santos foi nomeado Vigário Geral. Não foi fácil cuidar de tantos fiéis em lugares distantes e de difícil acesso. Algumas pessoas mais idosas ainda cometam o apostolado inicial de Mons. Pedro Santos. O deslocamento para as desobrigas era feito a cavalo. Aquela passagem anual do vigário por uma comunidade era um momento muito marcante. O anfitrião preparava o que tinha de melhor para recepcioná-lo. O povo católico se sentia muito grato pela presença dele em sua comunidade. Havia uma relação de muito respeito e admiração.
  • 81. Monsenhor Pedro Santos também deu grande contribuição ao magistério brejense como diretor do Educandário Pio XII destinado à formação de pré-seminaristas que almejavam ingressar no Seminário Santo Antônio em São Luís. Foi um dos fundadores do Ginásio Brejense em 1953, do qual tornou-se o primeiro diretor. Além de sacerdote, foi um excelente músico, compositor, educador, e, acima de tudo, um grande orador. A eloqüência da sua pregação é lembrada constantemente pelos fiéis que tiverem o privilégio de ouví-lo.
  • 82. HEGEMONIA CATÓLICA Pedro Portela O Brasil já nasceu católico. E o cristianismo católico como religião oficial perdurou por aqui desde o início da colonização, século XVI, até a Proclamação da República em 1889. O advento da democracia no final do século XIX permitiu que as Igrejas Protestantes saíssem da clandestinidade. Mesmo com essa abertura, o Brejo dos Anapurus permaneceu católico ainda por mais de meio século.
  • 83. O ano de 1962 assinala a chegada do primeiro evangélico pentecostal, o Pastor José Reinaldo Mendes, que realizou seus primeiros trabalhos numa pequena sala localizada na Rua Gonçalves Dias, próximo à residência do ex-prefeito Tonico Nunes. Em seguida, as cerimônias de cultos passaram a ser praticadas numa sala alugada na Rua da Indústria, onde os irmãos passaram por grandes provações.
  • 84. Três anos depois, o primeiro pastor foi substituído por José Alves Portela que lançou a pedra fundamental do templo da Assembleia de Deus num terreno na Av. Raul de Freitas nº 205, doado pelo prefeito Dr. Antenor Vieira de Moraes. A primeira Igreja Evangélica de Brejo foi inaugurada pelo Pastor Raimundo Nonato da Silva.
  • 85. Após a passagem de mais alguns Pastores, chegou a Brejo, em 09/07/1995, Francisco de Assis da Costa Melo – um Pastor ecumênico e progressista. A sua simpatia e sabedoria lhe permitiram um relacionamento harmonioso com a sociedade brejense. Quando chegou, encontrou apenas três templos em todo o município e 273 crentes (95 batizados, 116 congregados e 62 crianças).
  • 86. Ele construiu templos da Assembleia de Deus em várias localidades: Milagres, Zé Gomes, São João dos Pilões, Cruz, Gameleira, Palestina, São Francisco, Acampamento, Riacho do Meio, Árvore Verde, Criolis... Em 2002, a Assembleia de Deus contava com 17 templos e 992 membros (350 batizados, 438 congregados e 204 crianças). Isso representava apenas 3,746% dos 26.479 habitantes de Brejo.
  • 87. As demais Igrejas Evangélicas presentes aqui eram: Testemunhas de Jeová, Batista Nacional Shalon e Presbiteriana, representando somente 0,157% da população local. Atualmente, encontram-se em Brejo as seguintes denominações religiosas: • Adventista do Sétimo Dia • Assembleia de Deus • Batista • Batista Vida • Congregação Cristã no Brasil • Hebrom – Igreja em Células • MAIS-Missionário Apostólico Internacional Shalon • Missionária Vida na Palavra • Mundial do Poder de Deus • Presbiteriana do Brasil • Testemunhas de Jeová • Universal do Reino de Deus
  • 88. Nesse momento, não é possível constatar nenhuma denominação religiosa que não seja cristã. Existem alguns Salões Espíritas, duas Lojas Maçônicas, e ainda é possível encontrar alguma Benzedeira que trata, através de orações, alguns problemas, como: arca caída, engasgamento, entrosado, izipa, quebranto e vermelha.
  • 89. Lição de História Informe Jornal do Brasil (Rio de Janeiro/1981) O ano de 1981 marcou o centenário de falecimento do Senador Cândido Mendes, cujo perfil se liga decisivamente à questão religiosa no Brasil; à consolidação do Direito Brasileiro no segundo Império, ao lado de Teixeira de Freitas; à fundação da Cartografia nacional, com a organização do primeiro Atlas do Brasil; à constituição, com Varnhagem, do primeiro esforço do estabelecimento da monografia Brasileira. Cândido Mendes teve atividade múltipla como professor, Deputado e Senador vitalício, a partir de 1872. Jurisconsulto escreveu o Auxiliar jurídico, trabalho pioneiro na interpretação que traduzisse a aplicação da nova lei, no quadro da nação que sucederia à Colônia. E publicou em quatro volumes o Direito Civil e Eclesiástico Brasileiro, única obra no gênero editada no Brasil.
  • 90. Mas é na Questão Religiosa, em 1874, que se integram o tribuno, o jurista e o católico na discussão dos limites das relações entre a Igreja e o Estado no regime imperial. A defesa de D. Vital e de D. Macedo Costa permitiu a Cândido Mendes, ao lado de Zacarias de Góis e Ferreira Viana, esmiuçar os limites da legislação do padroado e defender o princípio de autonomia da jurisdição entre o poder temporal e religioso que constitui um ponto crucial da polêmica entre a sociedade e o Estado, no Brasil, tão relevante para o nosso fim de século. A lembrança deste centenário de falecimento foi marcada com a solenidade de integração de posse da comissão que estabeleceu um calendário de efemérides, sob a presidência do ministro da Justiça, Sr. Ibrahim Abi-Ackel.
  • 91. O ato se realizou na sede de Ipanema do Conjunto Universitário Cândido Mendes, onde os descendentes do Senador desenvolveram obra educacional e cultural, hoje o mais antigo estabelecimento de ensino superior no país. Seu atual presidente é o professor Cândido Mendes, bisneto do defensor de D. Vital e D. Macedo Costa. Antes da solenidade oficial, foi celebrada missa, por outro bisneto do Senador: D. Luciano Mendes de Almeida, Bispo Auxiliar de S. Paulo e secretário-geral da CNBB. Um evento importante, pleno de significação histórica. Que contribuiu para desvendar, na relação Estado e Igreja, no Brasil, um horizonte onde a ligação do passado servirá como caminho seguro em direção ao futuro.
  • 92. HINO DO BREJO Letra: Tobias Pinheiro Música: J. Palmeira Salve a terra que orgulho nos traz E na crença cristã nos conduz. Salve a Aldeia dos Muypurás, Paraíso dos Anapurus. Se é nos índios que o amor se traduz. Salve os índios na guerra e na paz. Salve a Aldeia dos Anapurus, Paraíso dos Muypurás.
  • 93. Ó Brejo, no amor tu nos prendes, Terra de Cândido Mendes. (bis) Foi aqui neste solo sagrado, Que houve lutas pela independência. E este povo de sangue banhado, Pediu morte, mas não quis clemência. A reposta aos balaios ousados, Foi aquela resposta viril: Seguiremos os nossos soldados. Morreremos por nosso Brasil.
  • 94. Desta Pátria ganhamos o escudo, No esplendor do auriverde pendão. Nosso lema é apenas o estudo E o trabalho pelo Maranhão. Ó Brejo, no amor tu nos prendes Terra de Cândido Mendes. (bis)