O documento descreve a colonização inicial de Portugal e Espanha na região de Mato Grosso do Sul, com portugueses e jesuítas espanhóis explorando a área no século XVI. Posteriormente, bandeirantes paulistas passaram a utilizar rotas fluviais para chegar à região de Cuiabá para comércio.
3. Primeiro Portugal e depois a
Espanha foram precursores
na formação das monar-
quias absolutistas na
Europa, e são os dois primeiros
Estados Nacionais europeus.
É a partir do nascimento da naciona-
lidade portuguesa e espanhola que
os descobrimentos e a expansão
ultramarina se tornaram possíveis,
mudando a face do mundo
conhecido e conduzindo a
configuração contemporânea das
relações econômicas, sociais e
políticas.
12. A colonização por colonos castelhanos
As terras de Mato Grosso do Sul eram alvo de ocupação desde o século
XVI, considerada área de continuidade do atual Paraguai, foi percorrida
esporadicamente por aventureiros e missionários, jesuítas espanhóis
que iniciaram a ocupação da região das Missões (Itatín, Guairá) .
13. Missão Jesuítica
Os jesuítas eram padres vindos da Espanha que chegaram ao Paraguai para Evangelizar os índios.
No entanto não foram os primeiros missionários a ocupar o país. Antes de sua chegada já existiam
clérigos seculares e outros religiosos membros da ordem de São Francisco, São Jerônimo e
Nossa Senhora das Mercês.Os mesmos trabalhavam na catequese de índios, organizando
reduções que o modelo seria mais tarde copiado pelos padres da companhia.
Os primeiros tempos foram difíceis pois os jesuítas dependiam de esmolas dos espanhóis para
sobreviver. Não existia missão fixa viviam se locomovendo.
14.
15. Uso do índio como escravo nos engenhos do litoral
16.
17.
18. Para chegar até Cuiabá, os monçoeiros podiam fazer uso de três caminhos. A base era
Araritaguaba de onde desciam o rio Tietê até alcançar o rio Paraná, dali podiam pegar três
outras direções: 1º.) Subir o rio Ivinhema até atingir o rio Miranda, o Taquari, o rio Paraguai,
o São Lourenço e alcançar o rio Cuiabá. 2º.)Tietê, Paraná, Pardo, atingir o Anhanduí-açú
e varar 50 Km até alcançar o rio Miranda, Taquari, Paraguai, São Lourenço e rio Cuiabá.
3º.)Tietê, Paraná, Pardo até o porto de Sanguessuga, alcançar o varadouro de Camapuã, rio
Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e, por fim, o rio Cuiabá.
19. As viagens pelos rios que partiam de São Paulo
até Mato Grosso, chamavam-se Monções e
deviam ser feitas nos meses de março à maio, no
período das cheias, já que os rios ficavam mais
facilmente navegáveis. A palavra "Monção" tanto
pode significar o período propício à navegação à
vela, como, na linguagem dos bandeiras paulistas,
as frotilhas de embarcações, que só viajavam nas
épocas de chuva e vento.
20. O tipo mais comum de embarcação utilizada nas monções eram, geralmente, canoas feitas
de um só tronco de árvore que, chegavam muitas vezes, a ter 17 metros de comprimento e
capacidade de carga de até 400 arrobas (06 toneladas). Geralmente difíceis de se fazer ou
conseguir, as canoas eram negociadas por alto valor e, dizia-se, que pelo preço de um
simples casco de canoa, dava para comprar 5 cavalos. Mas, a partir da descoberta da rota de
navegação pelos rios Amazonas, Madeira, Mamoré e Guaporé, as embarcações passaram a
ser maiores, com capacidade de até 2.000 arrobas (30 toneladas).
21. As viagens levavam de quatro a seis meses e as monções só partiam após a colheita
do milho e do feijão, levando bom estoque de toucinho. Ao longo das margens iam
plantando roças para garantir o sustento da viagem de volta. Naturalmente os
índios agradeciam a gentileza e ficavam à espreita, quando não destruíam tudo. As
provisões normalmente embarcadas para a tripulação e a gente comum, consistia
sobretudo em farinha de milho e de mandioca, feijão toucinho e sal. Embarcavam
também galinhas "para os doentes de maior perigo" e não se dispensava alguns
barris de aguardente. Os passageiros de distinção, estes levavam paios, presuntos,
biscoitos e carne de vinho d'alhos.
22. Em 1827, quando o Governador de São Paulo, Rodrigo César de Menezes partiu para Cuiabá, mandou embarcar
para seu consumo e de seu séquito: 4 arrobas de chocolate, 7 de manteiga, 8 de doces, 18 de açúcar, 7 de
aletria, 4 de cuscuz, 4 de peixe seco, 6 barris de biscoitos, 2 de paios, 4 alqueires de grãos (ervilhas?), 60 queijos
e 144 caixetas de marmelada. Como líquidos: 8 barris de vinho, 3 de aguardente da terra (de cana), além de 8
frasqueiras de aguardente do Reino (de uva) e 5 barris de azeite de oliveira. 100 alqueires de farinha de
mandioca, 150 da de milho, 23 da de trigo. E ainda seguiram a bordo 12 suínos capados.
23. Para prevenir o ataque dos índios havia um grupo especial encarregado da segurança.
Geralmente cinco canoas mais ágeis que as outras, livres de cargas, iam à frente das
demais embarcações com 5 ou 6 indivíduos valentes, bons atiradores, atentos a qualquer
movimentação nas margens. Esta armada era formada por duas canoas de guerra, outras
duas levavam além dos remeiros, armas, alguns mantimentos e atiradores
experimentados; a quinta era de montaria, para espiar e descobrir os índios. Não
levavam espadas, mas várias armas à mais para que não houvesse perda de tempo,
recarregando as armas
24.
25. Tratado de Madri
O Tratado de Madrid foi firmado na capital
espanhola entre D. João V de Portugal e
D. Fernando VI de Espanha, a 13 de
Janeiro de 1750, para definir os limites
entre as respectivas colônias sul-
americanas, pondo fim assim às disputas.
O objetivo do tratado era substituir o
de Tordesilhas, o qual já não era mais
respeitado na prática. As negociações
basearam-se no chamado Mapa das
Cortes, privilegiando a utilização de rios e
montanhas para demarcação dos limites.
O diploma consagrou o princípio do direito
privado romano do uti possidetis, ita
possideatis (quem possui de fato, deve
possuir de direito), delineando os
contornos aproximados do Brasil de hoje.
26. Obrigado!
Sonhos Guaranis (Almir Sater)
Mato Grosso encerra em sua própria terra Próxima aula:
Sonhos guaranis
Por campos e serras a história enterra uma só raiz A colonização do planalto;
Que aflora nas emoções
E o tempo faz cicatriz
A Guerra do Paraguai;
Em mil canções Cia Mate Laranjeira
Lembrando o que não se diz
Mato Grosso espera esquecer quisera
O som dos fuzis
Se não fosse a guerra
Quem sabe hoje era um outro país
Amante das tradições de que me fiz aprendiz
Em mil paixões sabendo morrer feliz
E cego é o coração que trai
Aquela voz primeira que de dentro sai
E as vezes me deixa assim ao
Revelar que eu vim da fronteira onde
O Brasil foi Paraguai