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O BOM CRIOULO.pptx
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3. • Desenvolve o chamado romance de tese, de caráter eminentemente
documental, procurando fazer um retrato pretensamente mais científico do
fato narrado, conferindo ao relato um tom de documento fotográfico.
• O Naturalismo é considerado um Realismo intensificado, construindo
romances nos quais os personagens aparecem animalizados, agem movidos
por instintos.
• Em o “Bom Crioulo” a homossexualidade é tratada de forma escancarada,
sem meios-tons. O homoerotismo é localizado em vários personagens,
sendo retratado inclusive entre os oficiais da Marinha de Guerra:
“O comandante, diziam, não gostava de saias, era homem de gênio
esquisito, sem entusiasmo pela mulher, preferindo viver a seu modo, lá com
a sua gente, com os seus marinheiros...”
4. São características do Naturalismo:
• Privilégio da visão científica;
• O naturalista não seleciona o que vai falar;
• A causa dos problemas são fatores naturais (meio – raça – momento);
• Enfoca a classe miserável;
• Possui a intenção de analisar;
• Visão científica, patológica e critica;
• Narrativa lenta e minuciosa;
• narrador é um intérprete de casos patológicos;
• Tem a função de denunciar a degradação humana;
• Analisar a patologia social;
• Gira em torno da relação instintiva homem – mulher;
• Linguagem vulgar, grotesca e repugnante, com valorização de expressões sensoriais;
• Personagens anti-heróis, indivíduo cujo comportamento é dominado por forças incontroláveis;
• Espaço e tempo, contemporâneos do autor;
• Ponto de vista impessoal e objetivo;
• Crítica ao Romantismo.
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6. • “A velha e gloriosa corveta — que pena! — já nem sequer lembrava o
mesmo navio d’outrora, sugestivamente pitoresco, idealmente festivo,
como uma galera de lenda, branca e leve no mar alto; grimpando serena
o corcovo das ondas!...”
• “Estava outra, muito outra com o seu casco negro, com as suas velas
encardidas de mofo, sem aquele esplêndido aspecto guerreiro que
entusiasmava a gente nos bons tempos de patescaria” Vista ao longe, na
infinita extensão azul, dir-se-ia, agora, a sombra fantástica de um barco
aventureiro. Toda ela mudada, a velha carcaça flutuante, desde a
brancura límpida e triunfal das velas té à primitiva pintura do bojo. “
• “No entanto, ela ai vinha — esquife agourento — singrando águas da
pátria, quase lúgubre na sua marcha vagarosa; ela ai vinha, não já como
uma enorme garça branca flechando a líquida planície, mas lenta,
pesada, como se fora um grande morcego apocalíptico de asas abertas
sobre o mar... “
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13. Amaro: fortaleza física x fraqueza moral
• “— Uma! cantou a mesma voz. — Duas!.., três!...
• Bom-Crioulo tinha despido a camisa de algodão, e, nu da cintura para cima, numa
riquíssima exibição de músculos, os selos muito salientes, as espáduas negras
reluzentes, um sulco profundo e liso d’alto a baixo no dorso, nem sequer gemia,
como se estivesse a receber o mais leve dos castigos.”
• “Por sua vez Agostinho estremeceu, mas estremeceu de gozo ao ver, afinal,
triunfar a rijeza do seu pulso. Marinheiros e oficiais, num silêncio concentrado,
alongavam o olhar, cheios de interesse, a cada golpe. “
• “— Cento e cinquenta!”
• “Só então houve quem visse um ponto vermelho, uma gota rubra deslizar no
espinhaço negro do marinheiro e logo este ponto vermelho se transformar numa
fita de sangue.”
14. Aleixo: fraqueza e feminilidade
• “Aleixo surge desde o princípio como o oposto de Amaro: branco,
fisicamente fraco e pueril, subjugado pelas circunstâncias e por
quem lhe é mais forte— será assim com Amaro e com Carolina:”
• “Aleixo só fazia responder timidamente: - sim senhor - com um
arzinho ingênuo de menino obediente, os olhos muito claros, de um
azul garço pontilhado, e os lábios grossos extremamente
vermelhos.”
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22. • “O convés, tanto na coberta como na tolda, apresentava o aspecto
de um acampamento nômade. A marinhagem, entorpecida pelo
trabalho, caíra numa sonolência profunda, espalhada por ali ao
relento, numa desordem geral de ciganos que não escolhem terreno
para repousar. Pouco lhe importavam o chão úmido, as correntes de
ar, as constipações, o beribéri. Embaixo era maior o
atravancamento. /.../ No intervalo das peças, na meia escuridão dos
recôncavos moviam-se corpos seminus, indistintos. Respirava-se um
odor nauseabundo de cárcere, um cheiro acre de suor humano
diluído em urina e alcatrão. Negros, de boca aberta, roncavam
profundamente, contorcendo-se na inconsciência do sono. Viam-se
dorsos nus abraçando o convés, aspectos indecorosos que a luz
evidenciava cruelmente. “
23. • “O quarto era independente, com janela para os fundos da casa,
espécie de sótão roído pelo cupim e tresandando a ácido fênico.
Nele morrera de febre amarela um portuguesinho recém-chegado.
Mas Bom-Crioulo, conquanto receasse as febres de mau-caráter,
não se importou com isso, tratando de esquecer o caso e instalando-
se definitivamente. Todo o dinheiro era para a compra de móveis e
objetos de fantasia rococó, “figuras, enfeites, cousas sem valor,
muita vez trazidas de bordo.., pouco a pouco o pequeno “cômodo”
foi adquirindo uma feição nova de bazar hebreu, enchendo-se de
bugigangas, amontoando-se de caixas vazias, búzios, grosseiros e
outros acessórios ornamentais. O leito era uma cama de vento” já
muito usada, sobre a qual o Bom-Crioulo tinha o zelo de estender,
pela manhã, quando se levantava, um grosso cobertor encarnado
“para ocultar as nódoas”.