O documento discute a arte minimalista e conceitual, mencionando artistas como Donald Judd, Robert Morris e Carl Andre. Apresenta debates sobre como essas obras rejeitam a noção modernista de que a arte deve ser auto-suficiente e focada na forma.
18. Donald Judd
Idéia de que a composição na arte envolvia um processo
de relacionamento entre as partes ( como no
modernismo).
19. Yves Klein já havia previsto essa tendência em suas
pinturas monocromáticas puras
20. Donald Judd
Os novos objetos não eram nem escultura, nem
pintura. E se propunham em tomar o lugar destes
objetos modernos feitos para o olhar.
21. O que quer que fossem,
não deveria despertar
atração imediata a um
leigo desinformado.
Robert Morris
22. “Em defesa destes trabalhos pode-se
dizer que a aparência não é mais o
que importa – e que têm a intenção
explícita de frustrar essa forma de
olhar que se delicia com relações
complexas e composições
engenhosas.”
Devemos perceber os processos de
criação e os materiais.
O que há é uma
troca nas
prioridades. Uma
mudança no modo
como identificamos
o objeto de arte.
(Harrison e Wood)
Donald Judd
23. Donald Judd
As relações
internas que antes
existiam nos
objetos modernos
desaparecem .
Objetos simples
tomam o lugar e
propõem a
interação entre
objeto,
espectador e
espaço.
25. Anthony Caro
Em Pradaria há uma composição engenhosa, escondida pela tinta. Faz-se
sugestão de que a junção entre as partes é irrelevante na escultura – tornando
a escultura algo visualmente complexo, como um todo indizível.
“Do ponto de vista modernista ela existe para ser uma obra de visão”
instantânea pois sua essência fantástica é apreendida de uma só vez.
Assim como ela podemos ver as pinturas de Noland, onde o pigmento une-se
à tela de forma também mirabolante tornando a pintura uma estrutura
complexa...
28. Untitled
Anti -forma
Com Morris ocorre diferente. Não há um conjunto feito de diferentes partes
engenhosamente montadas entre si. Há um todo feito de um mesmo material.
As relações entre as “partes e estão sujeitas a constantes mudanças.
29. No caso de Caro, pergunta-se: como foi feita essa forma? E
não, Que forma pode assumir? Como no caso de Morris. A
resposta pode ser qualquer arranjo, desde que sirva para
colocar essa questão.
Anthony Caro
30. Estas obras não são estruturas Robert Morris
interessantes pois são muito
simples. São idéias
interessantes porque deslocam
nossa atenção para os
materiais, para a relação que
fazem com o espaço, com nos
mesmos. Nosso olhar abre-se e
não se limita ao objeto
independente e auto-suficiente
do modernismo.
"Se o artista diz que algo é
arte, então isso é arte"
Donald Judd ...
31. Anthony Caro
Um trabalho como
pradaria pode ser visto
como formalmente
elaborado e
conceitualmente frágil.
Obras modernas são
auto-suficientes pois
não precisam de
conceito além da forma.
Obras Pós-modernas
não apresentam
plenitude formal. A arte
pós moderna é a
ausência da plenitude -
caminhando para
verdadeira ausência da
presença (do objeto).
32. O Equivalente VIII de Carl Andre foi exposto pela Tate
Gallery em 1974. “Os tijolos” – como ficou conhecida –
foram expostos na mesma época em que a galeria
realizou uma exposição de John Constable. Muito da
objeção à obra de Andre deve-se à comparação com
este último.
33. Perguntou-se se uma pilha de tijolos deveria tornar-se arte somente
por estar na galeria. A obra não mostrava nenhuma das habilidades
associadas ao fazer artístico: o material não foi trabalhado, seus
componentes eram pré-fabricados e foram apenas dispostos na
galeria.
Os ataques a Andre foram ataques da
crítica modernista às obras oriundas
do Conceitual e do Minimalismo que
começaram a abundar nas décadas de
60 e 70.
Era como se essas obras adotassem
estratégias incompreensíveis para
confundir o senso comum e o gosto
popular.
Depois da mostra, não tendo
encontrado comprador, o artista
vendeu os tijolos de volta para a olaria
onde os havia comprado. Mais tarde,
quando a Tate quis comprar o
Equivalente VIII a olaria já havia
fechado e Andre reconstruiu a obra
com outros tijolos.
34.
35. Analisar o trabalho de Andre sobre a ótica
modernista é um absurdo. E muito mais se o
comparamos a Constable. A pergunta deveria
ser feita da seguinte forma:
por que uma arte feita com tão pouco, não
só continua sendo arte, como ainda,
comprovadamente é uma obra bem
sucedida?
Um aspecto distintivo da arte
minimalista é o uso de materiais
industriais, mantidos no seu
estado natural.
Além de dispor os tijolos, Andre
não alterou a integridade do
material – continuou sendo
tijolos.
O uso de materiais não-artísticos
na arte não é uma novidade, as
vanguardas já o haviam feito.
Por isso o Equivalente VIII não era o gesto iconoclasta que a imprensa tentou criar.
36. O objetivo de Andre era fazer uma escultura
com um material industrial, usando formas
geométricas básicas ou módulos que
combinados repetidamente produzindo
efeitos materiais e espaciais na galeria.
Estas experiências escultóricas se
elevavam poucos centímetros acima do
solo, se afastando do modelo tradicional e
vertical da escultura.
Andre queria que o observador “tropeçasse”
em suas obras. A tridimensionalidade das
esculturas já facilitam um contato mais
direto do observador. Andre desejava ir
além neste contato, fazendo com que o
observador topasse com o trabalho.
A obra de Andre funciona simplesmente por que objetos conhecidos são
transformados ao serem dispostos de um certo modo e colocados em um novo
contexto. Um dos efeitos destes trabalhos é a resistência à possibilidade de
interpretar a obra de arte como auto-expressão do artista, ao gosto
modernista.
37. “Se a obra de Andre merece atenção, é porque, apesar de tudo a que
renunciou (o que não é pouco) e apesar do pouco que fisicamente aparenta
ser ainda consegue despertar um interesse enquanto escultura.” – Briony Fer
38. Fer acredita que mesmo assim estas obras são continuações do projeto
modernista em sua ênfase nos valores formais. Opinião complicada,
pois Greenberg via o minimalismo como uma renúncia a tudo que
garantia a qualidade na arte.
Para Greenberg trabalhar nos limites da arte e da não-arte tinha o preço
da perda do interesse estético. Porém para outros, o interesse estético
estava justamente ai, nesta posição ambivalente.
Donald Judd c.1975
39.
40.
41. A crítica modernista não
conseguiu aceitar como de
legítimo valor estético uma
obra cujas relações
internas estivessem tão
minimizadas que não
restasse nada senão uma
relação imediata com o
ambiente externo.
Iconoclast 2004
42. A a experiência da arte contemporânea pode residir na
apreensão de uma rede de relações propostas pelo
artista, não importando o meio. E não apenas na
contemplação das propriedades intrínsecas de um
objeto.
43. Hoje parece óbvio “que uma boa composição não vai render muita
coisa além de uma boa composição”. (Rosalind Krauss)
Robert Morris
Anthony Caro
51. Pintura alcançou seu limite de síntese. O próximo
passo era apropriar-se da forma escultural.
52.
53. Arte Conceitual
• Floresceu na década de 60 e ao longo da
década seguinte.
• Atividades com base na linguagem, na
fotografia e processos que levavam a perda do
interesse no objeto.
• Gerou o conceitualismo: qualquer prática
contemporânea que confronta a tradição e o
conservadorismo na arte. Ou a qualidade
analítica que uma obra apresenta.
54. • O modernismo expurgou a linguagem na arte
(literatura). A arte conceitual a trouxe de volta
como único valor importante.
• Duchamp já havia trazido a linguagem de volta
à arte com os trocadilhos.
• Também o surrealismo de Magritte...
• Com eles os limites conceituais já haviam sido
esboçados, apesar da condição primordial (a
arte é feita para ser olhada) do modernismo.
59. Final da década de 50
• Rauschenberg e o desenho de De Kooning
• Yves Klein (O Vazio – 1958): visitantes
passavam por uma cortina tingida de azul e
entrevam numa galeria completamente vazia.
• Manzoni: Escultura – pessoa, Merda d´artista
• Fluxus: crítica aguçada, humor extravagante –
Yoko, Beuys – Se a arte conceitual seria uma
ampla gama de atividades unificadas pela
abolição do meio, “então o Fluxus é
fundamental”.
69. Bochener
1966, Título: “Desenhos e outras coisas
visíveis que não têm necessariamente
de ser vistas como arte.”
• Expôs desenhos xerocados de outros
artistas como Sol Lewitt, Judd e até
partituras de John Cage, também a planta
da galeria e o desenho da fotocopiadora...
70. Hanne Darboven
• Seqüências numéricas em meados de 1966. os
trabalhos apresentam os dias do ano de um
século.
• Práticas diárias.
71.
72. Ed Ruscha- Fotografia amadorística
“26 postos de
gasolina”,
“Alguns
apartamento
s de LA”,
etc.
73. As obras de arte conceitual que asumem a forma de
declaração, como este trabalho de Lawrence Weiner.
One regular rectangular object place
d across na international boundary a
llowed to rest the turned to and tu
rned upon to intrude the portion of
one country inti the oder
Ou obras de Long.
74. Estes trabalhos descrevem possibilidades, obras não
realizadas, abrem interpretações que vão do literal ao
metafórico. Como a obra de Weiner na exposição When
Attitudes become forms, Londres, 1969.
“Algo está perto no tempo e no espaço mas ainda não
é conhecido por mim.”
Embora não se realizem concretamente, obras assim
ainda se apresentam ao espectador como possibilidade
de contemplação, mesmo que imaginária.
Obras mais analíticas da arte conceitual se apresentam
como indagações, dúvidas.
75. ART & Language
Inglaterra, 1966-7...
Revista homônima.
Índice 01, para a
Documenta 5, 1972: 8
fichários com 87 textos,
nas paredes um índice
que classificava cada
texto com relação ao
outro – (+) compatível,
(-) incompatível, (T)
transformação.
“Caráter material e o
paradigma objeto-físico A tendência analítica se
da arte” - MCPOP associa aos artistas
precursores de Art &
language.
76. Para os conceituais analíticos, a “salvação” da
arte estava no terreno da linguagem. Que a
prática da arte fosse intimamente ligada às
práticas de leitura e escrita. Sem voltar-se aos
velhos problemas de superfície, efeitos e
aparência.
Mel Ramsden – Pintura secreta
“O conteúdo desta pintura é invisível; a natureza e as dimensões do
conteúdo devem ser mantidas permanentemente em segredo,
conhecidas apenas do artista.”
79. John Latham
• Professor adjunto da St. Martins School of Art,
Londres, escola de tradição modernista. Em
1966, pegou “Arte e Cultura de Greenberg’ da
biblioteca, e convidou os alunos para uma
“mastigação” de Greenberg: escolher uma
página, arrancá-la, mastigar e cuspir num
vidrinho. Latham depois decompôs a pasta em
líquido por processo químico e devolveu o tubo
de ensaio com Greenberg “destilado”.