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Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30
Idosos asilados em hospitais
gerais
Long-term care elderly residents in
general hospitals
RESUMO
Instituiçõesdelongapermanênciaparaidososinteragemperiodicamentecomhospitais
geraisparainternaçõesdecasosagudosoudosquenecessitamdemétodosdiagnósticos
complexos e da atenção de várias especialidades simultaneamente. A decisão de
indicar hospitalização é multifatorial, sendo influenciada por circunstâncias como a
gravidade do quadro clínico e a infra-estrutura das instituições de longa permanência
para idosos. Internações hospitalares apresentam benefícios e riscos, como o
desenvolvimento de iatrogenias, delirium e declínios funcionais, podendo resultar
em piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso asilado durante e/ou após a
hospitalização. O objetivo do estudo foi abordar aspectos peculiares na avaliação,
tratamento e manejo de idosos asilados em internações hospitalares, particularmente
quanto a cuidados que os auxiliem efetivamente nessas circunstâncias. Discutiram-se
situações freqüentes como delirium, iatrogenias, desnutrição, declínio funcional e
cuidados paliativos e características próprias de residentes em instituições para idosos
durante internações em hospitais gerais.
DESCRITORES: Saúde do idoso. Saúde do idoso institucionalizado.
Doença iatrogênica. Asilos para idosos. Serviços de saúde para idosos.
Determinação de necessidades de cuidados de saúde.
ABSTRACT
Long-term care facilities for the elderly have regularly to work together with general
hospitals to provide care to acutely ill residents or when they require all together more
complex diagnostic procedures and multi-specialty care.The decision to hospitalize a
nursing home elderly resident is multifactorial and it is based on factors such as
illness severity and care facility infrastructure. Hospitalizations have benefits and
risks such developing iatrogenic diseases, delirium, and functional decline, which
may deteriorate patients’ general condition and their quality of life during and/or after
hospitalization. This study aimed at addressing specific aspects of assessment,
treatment and management of nursing home elderly who require to be hospitalized,
especiallyfocusingontheireffectivecare.Commonconditionssuchdelirium,iatrogenic
diseases, poor nutrition, functional decline, hospice care and special characteristics of
nursing home elderly during their admission to general hospitals are discussed.
KEYWORDS: Aging health. Health of institutionalized elderly. Iatrogenic
disease. Homes for the aged. Health services for the aged. Needs
assessment.
Milton Luiz GorzoniI
Sueli Luciano PiresII
I
Faculdade de Ciências Médicas. Santa
Casa de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil
II
Hospital Geriátrico e de Convalescentes
D. Pedro II. São Paulo, SP, Brasil
Correspondência | Correspondence:
Milton Luiz Gorzoni
R. Dr. Cesário Motta Jr, 61 Vila Buarque
01221-020 São Paulo, SP, Brasil
E-mail: gorzoni@uol.com.br
Recebido: 12/7/2005 Revisado: 16/5/2006
Aprovado: 12/7/2006
Comentários | Comments
1125Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30 Idosos asilados em hospitais gerais
Gorzoni ML  Pires SL
INTRODUÇÃO
As instituições de longa permanência para idosos
(ILPI) recebem várias denominações, como casa de
repouso, asilo, clínica geriátrica.A maioria delas apre-
senta periodicamente a necessidade de transferir resi-
dentes em suas dependências para hospitais gerais.
Justifica-se a transferência pela tradição hospitalar
em assistir a casos agudos e coordenar métodos diag-
nósticos complexos e/ou várias especialidades simul-
taneamente. Porém, o médico responsável, bem for-
mado e capacitado a exercer suas atividades na área
clínica em populações albergadas em instituições de
longa permanência, pode administrar amplo espec-
tro de doenças e peculiaridades encontradas nesse
grupo de residentes.39,45
O corpo de enfermagem des-
sas instituições também deve estar apto a agir em
diferentes procedimentos nesses idosos, desde medi-
camentos endovenosos a cuidados paliativos.17
A decisão de indicar hospitalização é multifatorial,
sendo influenciada pela gravidade do quadro clíni-
co, infra-estrutura da instituição, solicitação familiar
e/ou do residente e necessidades econômicas. Reco-
menda-se cautela permanente quanto aos benefícios
e riscos envolvidos em internações hospitalares como,
por exemplo, o desenvolvimento de iatrogenias,
delirium e declínios funcionais, podendo resultar em
piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso
asilado durante e/ou após a hospitalização. Conside-
rando-se esse quadro, o presente artigo teve por obje-
tivo abordar aspectos peculiares na avaliação, trata-
mento e manejo de idosos asilados em internações
hospitalares, particularmente quanto a cuidados que
os auxiliem efetivamente nessas circunstâncias.
ASILADO HOSPITALIZADO
A população brasileira com idade igual ou superior a
60 anos vem crescendo rapidamente nas últimas dé-
cadas, tanto numericamente como em anos de sobre-
vida. Esse segmento etário corresponde a aproxima-
damente 10% dos habitantes do Brasil e tem sido
responsável por valores em torno de 20% das autori-
zações de internações hospitalares (AIH) emitidas
pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se au-
mento progressivo da demanda por parte de idosos
para leitos hospitalares e em instituições de longa
permanência para idosos nos próximos anos.*,
**
Asilados diferenciam-se de outros pacientes hospi-
talizados em vários aspectos. Observa-se que nor-
malmente são mais velhos do que os idosos que vi-
vem em comunidade, com idade média em torno
dos 80 anos.9,30,37
Os asilados apresentam maior nú-
mero de doenças e dependências físicas, psíquicas e
sociais.37
Embora possam ser admitidos devido a
queixas inespecíficas, sintomas como febre e esta-
do mental alterado (delirium) estão relacionados
com as doenças desencadeantes. Entre as causas
comuns de hospitalização de asilados, destacam-se
doenças cardiocirculatórias, respiratórias, neuroló-
gicas, traumas, fraturas e infecções, principalmente
urinárias e broncopneumônicas.15,21,33,36
A permanên-
cia média hospitalar tende a ser maior, com maior
percentual de complicações e de mortalidade entre
asilados hospitalizados.8,14,21,26,27,30,41
Asilados necessitam de mais atenção e cuidados, além
do tratamento da doença desencadeante da hospita-
lização. Esse grupo de idosos apresenta alto risco para
o desenvolvimento, concomitante à doença causa-
dora da internação, de processos de deterioração físi-
ca, funcional e psicossocial. Polifarmácia, outras
iatrogenias e delirium são exemplos importantes des-
ses processos, devendo sempre ser considerados como
fatores de risco específico durante a hospitalização.
Declínios funcionais são freqüentes e incluem qua-
dros como de incontinência urinária e distúrbios da
marcha.36
Desnutrição e perda de peso podem se de-
senvolver e/ou serem identificados durante a inter-
nação. O período de hospitalização deve servir, tam-
bém, como oportunidade para planejar tratamentos
subseqüentes e/ou cuidados paliativos. A análise pe-
riódica de fatores associados a esses processos auxi-
lia na avaliação e manejo de residentes em ILPI, quan-
do hospitalizados.
Delirium
Confusão mental aguda ou delirium é um quadro
sindrômico comum em idosos hospitalizados, obser-
vado em 5 a 55% dos internados e em torno de 16%
dos idosos admitidos em serviços de emergência.34
O
delirium caracteriza-se por alterações de início agu-
do na atenção, cognição e consciência, curso flutu-
ante e exacerbação da sintomatologia durante a noi-
te.6
Normalmente multifatorial, essa condição, fre-
qüentemente não diagnosticada e/ou tratada adequa-
damente, aumenta o período de internação hospita-
lar e os índices de morbidade e mortalidade.25,30
Escalas e entrevistas semi-estruturadas têm sido de-
senvolvidas para auxiliar profissionais da saúde no
diagnóstico e na abordagem inicial de pacientes com
delirium.44
O Confusion Assessment Method (CAM)
*Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde. Redes estaduais de atenção à saúde do idoso: guia operacional e portarias
relacionadas. Brasília (DF); 2002.
**Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção São Paulo. Instituição de longa permanência para idosos: manual de funciona-
mento. São Paulo; 2003.
1126 Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30Idosos asilados em hospitais gerais
Gorzoni ML  Pires SL
encontra-se entre as ferramentas mais utilizadas, cuja
versão brasileira apresenta sensibilidade de 94,1% e
especificidade de 96,4%.13,28
O manejo de pacientes
com delirium requer identificação e tratamento de
agentes desencadeantes como infecções, medicamen-
tos, distúrbios hidroeletrolíticos, doença cardíaca
isquêmica, dor e fraturas.20,40
Ações preventivas in-
cluem o reconhecimento dos fatores de risco e a
minimização de eventos precipitantes. Pacientes com
deficiências visuais e/ou auditivas, disfunções cog-
nitivas, doenças em alto grau de descompensação e
elevada razão uréia sérica/creatinina sérica devem ser
considerados mais susceptíveis ao desenvolvimento
de delirium.25,26
Fatores precipitantes ocorrem com
freqüência durante a hospitalização e incluem efei-
tos colaterais medicamentosos, procedimentos, infec-
ções, privação do sono e imobilização forçada.20
Os
acompanhantes dos idosos devem ser informados
sobre o delirium, aumentando a chance de diagnósti-
cos mais precoces e reduzindo o ideário popular de
que estados de confusão mental são usuais na tercei-
ra idade. A permanência de pessoas conhecidas pelo
paciente durante os períodos diurnos e noturnos au-
xilia na prevenção e/ou redução do tempo e intensi-
dade do delirium.
Ao término da hospitalização, sintomas e sinais de
delirium podem permanecer após alta hospitalar e
são confundidos em muitos pacientes com quadros
de demência senil. Também é comum o aumento do
grau de dependência para o desenvolvimento de ati-
vidades da vida diária – como vestir-se, banhar-se ou
alimentar-se sozinho.
Percentual significativo de pacientes com delirium
apresenta distúrbios comportamentais como, por
exemplo, agitação. Nessas circunstâncias o tratamento
inicial relaciona-se a medidas de suporte, orientação,
e correção e/ou redução dos fatores de risco e precipi-
tantes. O tratamento sintomático pode ser necessário,
quando as medidas de apoio não surtirem efeito.
Medicamentos e outras modalidades de
iatrogenia
Idosos apresentam maior risco de efeitos colaterais
decorrentes ou não de interações medicamentosas. A
incidência de reações adversas a fármacos é duas a três
vezes maior em idosos do que em adultos jovens, sen-
do mais freqüentes e graves durante hospitalizações.31
Relaciona-se esse aumento de efeitos adversos com
alterações provocadas pelo envelhecimento na com-
posição corporal, farmacocinética e farmacodinâmica
e a alta prevalência de polifarmácia – uso simultâneo
de cinco ou mais fármacos.19,22
A revisão sistemática
do histórico medicamentoso e o início cauteloso de
novos fármacos constituem boa prática clínica, parti-
cularmente quando há relação temporal com novos
sintomas. Outra opção são os guias de seleção de me-
dicamentos para idosos, como os critérios de Beers2
e
Beers et al1
atualizados por Fick et al,16
com a ressalva
de que não abrangem toda a farmacopéia brasileira.23
Alterações de dosagens ou interrupções de medica-
mentos em uso por asilados podem desencadear efei-
tos colaterais e são passíveis de redução por intermé-
dio de programas interinstitucionais de assistência a
esses idosos.5
Deve-se sempre considerar a real neces-
sidade do uso de cada medicamento prescrito, com o
intuito de se evitar a presença da polifarmácia durante
e após a hospitalização.22,35
Complicações iatrogênicas em idosos hospitalizados
são comuns e se relacionam não apenas ao uso inade-
quado de medicamentos, mas também com procedi-
mentos diagnósticos e terapêuticos. Iatrogenias, em
muitos casos, são passíveis de ações preventivas, ten-
do em vista que seu conceito pode ainda abranger
circunstâncias relacionadas ao tempo de permanên-
cia e/ou ao ambiente hospitalar, tais como úlceras de
pressão, quedas e fraturas.8
Perdas na capacidade funcional em idosos hospitali-
zados, como alimentar-se ou deambular sem ajuda,
ocorrem com freqüência e são correlacionadas a
déficits cognitivos, delirium e a presença de baixa
capacidade funcional à admissão hospitalar, fato co-
mum em asilados.10,11,41
Decréscimos da capacidade
funcional apresentam ainda forte associação com
complicações iatrogênicas, sendo que a identifica-
ção precoce dessas limitações é a melhor ação pre-
ventiva para reduzir procedimentos e tratamentos
inadequados.32
Avaliação nutricional e desnutrição
Pacientes idosos necessitam de avaliações nutricio-
nais periódicas, particularmente durante hospitaliza-
ções. A desnutrição, condição comum e grave nessa
faixa etária, é pouco diagnosticada. Subnutrição
protéico-calórica em idosos hospitalizados promove
tempo maior de internação, aumento da mortalidade e
desenvolvimento de complicações como infecções e
úlceras de pressão. Idosos asilados, à admissão hospi-
talar, constantemente apresentam marcadores de ava-
liação nutricional – história de perda de peso, sinais
de desidratação, índice de massa corpórea, concentra-
ção de albumina e de colesterol séricos, contagem de
hemoglobina e de linfócitos – significativamente pi-
ores do que idosos vivendo em comunidade. Estima-
se que essa circunstância decorra dos altos índices de
co-morbidades, polifarmácia e dependência para ati-
vidades da vida diária nessa população.24,29,38,42
1127Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30 Idosos asilados em hospitais gerais
Gorzoni ML  Pires SL
Declínio funcional
Percentuais significativos de asilados apresentam
dificuldades para a realização de atividades da vida
diária como, por exemplo, alimentar-se, vestir-se,
deambular ou ser continente.37,43
Por outro lado,
declínios funcionais durante internações hospitala-
res são decorrentes, não apenas das doenças propria-
mente ditas, mas também de ações iatrogênicas, imo-
bilidade e descondicionamento físico. Hospitaliza-
ções tendem a aumentar o grau de dependência e pro-
longar o período de reabilitação.41
Deve-se avaliar a capacidade funcional dos idosos à
admissão e com freqüência durante o período de hos-
pitalização. Procura-se assim, detectar e prevenir de-
pendências e iniciar precocemente processos de rea-
bilitação. A avaliação funcional abrange não apenas
as atividades da vida diária, mas também disfunções
cognitivas, incontinência urinária e sinais de imobi-
lidade como, por exemplo, úlceras de pressão, distúr-
bios do equilíbrio e alterações na marcha. As asso-
ciações entre esses sinais e sintomas determinam for-
te risco de piora do grau de incapacidade durante e
após a hospitalização. Idealmente esses problemas
deveriam ser abordados por equipes interdisciplina-
res, na quais, cada profissional procuraria desenvol-
ver atos de prevenção e de resolução para reduzir a
permanência média hospitalar, a mortalidade e a de-
pendência durante e após as internações.
Cuidados paliativos
Hospitalizações de idosos com quadros agudos ofe-
recem a oportunidade de reavaliar o estado geral do
paciente, seu prognóstico, planos e objetivos tera-
pêuticos. Diagnósticos e/ou estágios avançados de
doenças terminais alteram a premissa de cura para a
de cuidados paliativos. A equipe hospitalar pode ini-
ciar e desenvolver planos de assistência focados nes-
sas circunstâncias, discutindo posteriormente sua
continuidade ao transferir o paciente para instituição
de longa permanência.
AVALIAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE ASILADOS
HOSPITALIZADOS
Asilados apresentam necessidades especiais durante
hospitalizações. Detalhes na avaliação clínica e no
processo de assistência podem fazer diferença na qua-
lidade dos cuidados intra-hospitalares nesses idosos.
Anamnese
A obtenção do histórico clínico completo de asila-
dos pode apresentar várias dificuldades, constante-
mente exigindo investigações adicionais e paciên-
cia. Durante a admissão hospitalar, os pacientes estão
freqüentemente impossibilitados de fornecer infor-
mações adequadas devido a alterações cognitivas e/
ou do estado mental. Outros não sabem informar so-
bre medicamentos em uso e programações terapêuti-
cas. Nessas circunstâncias, o prontuário do idoso é
peça básica e deve ser complementado com informa-
ções de profissionais relacionados ao local de ori-
gem do paciente. O contato entre as duas equipes, a
hospitalar e a da instituição de longa permanência é
fundamental para a definição da causa da transferên-
cia e do plano de tratamento. É possível obter infor-
mações importantes sobre a capacidade física e cog-
nitiva anterior, mudanças recentes de medicamentos
e antecedentes de quedas. Coleta-se normalmente
essas informações por intermédio de membros da equi-
pe de enfermagem e da área médica responsáveis pela
instituição de longa permanência. Em qualquer cir-
cunstância, é prudente entrar em contato com fami-
liares desses pacientes. Cabe a lembrança do encon-
tro freqüente de sentimentos de culpa e de negligên-
cia por parte da família. Isto resulta na possibilidade
concreta de comportamentos agressivos em relação
às equipes dos dois locais, hospital e instituição de
longa permanência e não, com ameaças e ações ver-
bais, físicas e legais.
Exame físico e avaliação complementar
Sinais vitais devem sempre ser comparados aos pre-
viamente registrados nos prontuários da instituição
de longa permanência. Exemplo importante é a tem-
peratura basal em idosos, geralmente em valores pró-
ximos a 36ºC. Nesses pacientes, aumentos de 1ºC ou
mais indicam estados febris e justificam investiga-
ção de quadros infecciosos.3
Hipotensão ortostática
pode indicar perdas hídricas ou sangüíneas ou ainda,
efeitos colaterais de fármacos.21
Arritmias cardíacas
impõem à indicação de eletrocardiograma que pode
apresentar quadros de fibrilação atrial aguda, intoxi-
cações medicamentosas e isquemias miocárdicas.
Há detalhes no exame físico que são importantes nesses
pacientes. Inspeção do segmento cutâneo, em busca de
úlceras de pressão, auxilia a determinação do foco ini-
cial em muitos quadros febris e do estado funcional do
paciente. Igualmente, soluções de continuidade,
equimoses e hematomas são indicativos de quedas ou
de abusos. Lesões orais podem originar quadros infec-
ciosos e/ou desnutrição. Outros sinais de desnutrição
como perdas de tecido subcutâneo e de massa muscular
devem ser também procurados, tendo em vista sua fre-
qüência em dementados e em asilados.29,38,42
Exame
neurológico detalhado pode encontrar quadros de aci-
dente vascular cerebral ou de parkinsonismo não relata-
1128 Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30Idosos asilados em hospitais gerais
Gorzoni ML  Pires SL
dosanteriormente.EscalascomooCAM13,28
emini-exa-
me do estado mental4,7,18
auxiliam o diagnóstico e a
abordagem inicial de pacientes em estados confusionais
e na avaliação cognitiva.
Hipóteses diagnósticas e anormalidades correlatas
com o envelhecimento e o grau de fragilidade do asi-
lado determinam o padrão de exames complementa-
res necessário a cada caso.12
Quadros febris indicam a
necessidade da realização de hemo e uroculturas e de
raios-X de tórax. Os mesmos exames devem ser soli-
citados em suspeita de delirium, associando-se ainda
exames bioquímicos e avaliação da função renal e
hepática. Dosagem de hormônios tireoidianos tam-
bém é procedimento laboratorial que necessita ser
lembrado com constância, devido à alta prevalência
de distúrbios da tireóide nesse segmento etário. Cabe
ainda considerar sempre a possibilidade de ingestão
inapropriada ou intoxicação medicamentosa, o que
pode determinar a necessidade de dosagem de
fármacos no sangue e/ou na urina.
Assistência
Durante a estabilização e tratamento da causa de hos-
pitalização e controle das doenças pré-existentes,
merece novamente menção o cuidado permanente em
minimizar perdas funcionais e reduzir iatrogenias.
Sempre que possível, deve se estimular o paciente a
permanecer fora do leito, contribuindo com o proces-
so de mobilidade e de independência. Esses períodos
podem contribuir para restabelecer atividades da vida
diária como alimentar-se e reduzir o risco do desen-
volvimento de hipotensão postural. Outras medidas
também podem ser tomadas no intuito de prevenir
tromboses venosas profundas, úlceras de pressão e
obstipação intestinal. Diante da previsão de alta hos-
pitalar, cabe à equipe que assiste o paciente progra-
mar em conjunto com a equipe da instituição de lon-
ga permanência os procedimentos necessários para o
translado e a continuidade do tratamento e cuidados
desenvolvidos durante a hospitalização.
CONCLUSÕES
Idosos asilados correspondem a segmento dessa fai-
xa etária com características próprias. Mesmo diante
de quadros agudos e/ou graves que demandam infra-
estrutura de hospital geral, ações preventivas para
reduzir complicações e perdas funcionais devem ser
desenvolvidas pela equipe de assistência hospitalar.
Igualmente, diagnósticos precoces e tratamentos em
instituições de longa permanência para idosos po-
dem evitar hospitalização em muitos casos. Sabe-se
que o processo de envelhecimento demográfico está
em evolução e esses cuidados e procedimentos serão
cada vez mais freqüentes e necessários nos hospitais
e nas instituições de longa permanência. Esses locais
e suas respectivas equipes dispõem de pouco tempo
para se preparem para o futuro com mais idosos, cada
vez mais próximo.
AGRADECIMENTOS
Ao Núcleo de Apoio à Publicação da Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (NAP-
SC) pelo apoio técnico-científico à elaboração deste
trabalho.
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Idosos asilados em hospitais gerais

  • 1. Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30 Idosos asilados em hospitais gerais Long-term care elderly residents in general hospitals RESUMO Instituiçõesdelongapermanênciaparaidososinteragemperiodicamentecomhospitais geraisparainternaçõesdecasosagudosoudosquenecessitamdemétodosdiagnósticos complexos e da atenção de várias especialidades simultaneamente. A decisão de indicar hospitalização é multifatorial, sendo influenciada por circunstâncias como a gravidade do quadro clínico e a infra-estrutura das instituições de longa permanência para idosos. Internações hospitalares apresentam benefícios e riscos, como o desenvolvimento de iatrogenias, delirium e declínios funcionais, podendo resultar em piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso asilado durante e/ou após a hospitalização. O objetivo do estudo foi abordar aspectos peculiares na avaliação, tratamento e manejo de idosos asilados em internações hospitalares, particularmente quanto a cuidados que os auxiliem efetivamente nessas circunstâncias. Discutiram-se situações freqüentes como delirium, iatrogenias, desnutrição, declínio funcional e cuidados paliativos e características próprias de residentes em instituições para idosos durante internações em hospitais gerais. DESCRITORES: Saúde do idoso. Saúde do idoso institucionalizado. Doença iatrogênica. Asilos para idosos. Serviços de saúde para idosos. Determinação de necessidades de cuidados de saúde. ABSTRACT Long-term care facilities for the elderly have regularly to work together with general hospitals to provide care to acutely ill residents or when they require all together more complex diagnostic procedures and multi-specialty care.The decision to hospitalize a nursing home elderly resident is multifactorial and it is based on factors such as illness severity and care facility infrastructure. Hospitalizations have benefits and risks such developing iatrogenic diseases, delirium, and functional decline, which may deteriorate patients’ general condition and their quality of life during and/or after hospitalization. This study aimed at addressing specific aspects of assessment, treatment and management of nursing home elderly who require to be hospitalized, especiallyfocusingontheireffectivecare.Commonconditionssuchdelirium,iatrogenic diseases, poor nutrition, functional decline, hospice care and special characteristics of nursing home elderly during their admission to general hospitals are discussed. KEYWORDS: Aging health. Health of institutionalized elderly. Iatrogenic disease. Homes for the aged. Health services for the aged. Needs assessment. Milton Luiz GorzoniI Sueli Luciano PiresII I Faculdade de Ciências Médicas. Santa Casa de São Paulo. São Paulo, SP, Brasil II Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II. São Paulo, SP, Brasil Correspondência | Correspondence: Milton Luiz Gorzoni R. Dr. Cesário Motta Jr, 61 Vila Buarque 01221-020 São Paulo, SP, Brasil E-mail: gorzoni@uol.com.br Recebido: 12/7/2005 Revisado: 16/5/2006 Aprovado: 12/7/2006 Comentários | Comments
  • 2. 1125Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30 Idosos asilados em hospitais gerais Gorzoni ML Pires SL INTRODUÇÃO As instituições de longa permanência para idosos (ILPI) recebem várias denominações, como casa de repouso, asilo, clínica geriátrica.A maioria delas apre- senta periodicamente a necessidade de transferir resi- dentes em suas dependências para hospitais gerais. Justifica-se a transferência pela tradição hospitalar em assistir a casos agudos e coordenar métodos diag- nósticos complexos e/ou várias especialidades simul- taneamente. Porém, o médico responsável, bem for- mado e capacitado a exercer suas atividades na área clínica em populações albergadas em instituições de longa permanência, pode administrar amplo espec- tro de doenças e peculiaridades encontradas nesse grupo de residentes.39,45 O corpo de enfermagem des- sas instituições também deve estar apto a agir em diferentes procedimentos nesses idosos, desde medi- camentos endovenosos a cuidados paliativos.17 A decisão de indicar hospitalização é multifatorial, sendo influenciada pela gravidade do quadro clíni- co, infra-estrutura da instituição, solicitação familiar e/ou do residente e necessidades econômicas. Reco- menda-se cautela permanente quanto aos benefícios e riscos envolvidos em internações hospitalares como, por exemplo, o desenvolvimento de iatrogenias, delirium e declínios funcionais, podendo resultar em piora do estado geral e da qualidade de vida do idoso asilado durante e/ou após a hospitalização. Conside- rando-se esse quadro, o presente artigo teve por obje- tivo abordar aspectos peculiares na avaliação, trata- mento e manejo de idosos asilados em internações hospitalares, particularmente quanto a cuidados que os auxiliem efetivamente nessas circunstâncias. ASILADO HOSPITALIZADO A população brasileira com idade igual ou superior a 60 anos vem crescendo rapidamente nas últimas dé- cadas, tanto numericamente como em anos de sobre- vida. Esse segmento etário corresponde a aproxima- damente 10% dos habitantes do Brasil e tem sido responsável por valores em torno de 20% das autori- zações de internações hospitalares (AIH) emitidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Espera-se au- mento progressivo da demanda por parte de idosos para leitos hospitalares e em instituições de longa permanência para idosos nos próximos anos.*, ** Asilados diferenciam-se de outros pacientes hospi- talizados em vários aspectos. Observa-se que nor- malmente são mais velhos do que os idosos que vi- vem em comunidade, com idade média em torno dos 80 anos.9,30,37 Os asilados apresentam maior nú- mero de doenças e dependências físicas, psíquicas e sociais.37 Embora possam ser admitidos devido a queixas inespecíficas, sintomas como febre e esta- do mental alterado (delirium) estão relacionados com as doenças desencadeantes. Entre as causas comuns de hospitalização de asilados, destacam-se doenças cardiocirculatórias, respiratórias, neuroló- gicas, traumas, fraturas e infecções, principalmente urinárias e broncopneumônicas.15,21,33,36 A permanên- cia média hospitalar tende a ser maior, com maior percentual de complicações e de mortalidade entre asilados hospitalizados.8,14,21,26,27,30,41 Asilados necessitam de mais atenção e cuidados, além do tratamento da doença desencadeante da hospita- lização. Esse grupo de idosos apresenta alto risco para o desenvolvimento, concomitante à doença causa- dora da internação, de processos de deterioração físi- ca, funcional e psicossocial. Polifarmácia, outras iatrogenias e delirium são exemplos importantes des- ses processos, devendo sempre ser considerados como fatores de risco específico durante a hospitalização. Declínios funcionais são freqüentes e incluem qua- dros como de incontinência urinária e distúrbios da marcha.36 Desnutrição e perda de peso podem se de- senvolver e/ou serem identificados durante a inter- nação. O período de hospitalização deve servir, tam- bém, como oportunidade para planejar tratamentos subseqüentes e/ou cuidados paliativos. A análise pe- riódica de fatores associados a esses processos auxi- lia na avaliação e manejo de residentes em ILPI, quan- do hospitalizados. Delirium Confusão mental aguda ou delirium é um quadro sindrômico comum em idosos hospitalizados, obser- vado em 5 a 55% dos internados e em torno de 16% dos idosos admitidos em serviços de emergência.34 O delirium caracteriza-se por alterações de início agu- do na atenção, cognição e consciência, curso flutu- ante e exacerbação da sintomatologia durante a noi- te.6 Normalmente multifatorial, essa condição, fre- qüentemente não diagnosticada e/ou tratada adequa- damente, aumenta o período de internação hospita- lar e os índices de morbidade e mortalidade.25,30 Escalas e entrevistas semi-estruturadas têm sido de- senvolvidas para auxiliar profissionais da saúde no diagnóstico e na abordagem inicial de pacientes com delirium.44 O Confusion Assessment Method (CAM) *Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde. Redes estaduais de atenção à saúde do idoso: guia operacional e portarias relacionadas. Brasília (DF); 2002. **Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia - Seção São Paulo. Instituição de longa permanência para idosos: manual de funciona- mento. São Paulo; 2003.
  • 3. 1126 Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30Idosos asilados em hospitais gerais Gorzoni ML Pires SL encontra-se entre as ferramentas mais utilizadas, cuja versão brasileira apresenta sensibilidade de 94,1% e especificidade de 96,4%.13,28 O manejo de pacientes com delirium requer identificação e tratamento de agentes desencadeantes como infecções, medicamen- tos, distúrbios hidroeletrolíticos, doença cardíaca isquêmica, dor e fraturas.20,40 Ações preventivas in- cluem o reconhecimento dos fatores de risco e a minimização de eventos precipitantes. Pacientes com deficiências visuais e/ou auditivas, disfunções cog- nitivas, doenças em alto grau de descompensação e elevada razão uréia sérica/creatinina sérica devem ser considerados mais susceptíveis ao desenvolvimento de delirium.25,26 Fatores precipitantes ocorrem com freqüência durante a hospitalização e incluem efei- tos colaterais medicamentosos, procedimentos, infec- ções, privação do sono e imobilização forçada.20 Os acompanhantes dos idosos devem ser informados sobre o delirium, aumentando a chance de diagnósti- cos mais precoces e reduzindo o ideário popular de que estados de confusão mental são usuais na tercei- ra idade. A permanência de pessoas conhecidas pelo paciente durante os períodos diurnos e noturnos au- xilia na prevenção e/ou redução do tempo e intensi- dade do delirium. Ao término da hospitalização, sintomas e sinais de delirium podem permanecer após alta hospitalar e são confundidos em muitos pacientes com quadros de demência senil. Também é comum o aumento do grau de dependência para o desenvolvimento de ati- vidades da vida diária – como vestir-se, banhar-se ou alimentar-se sozinho. Percentual significativo de pacientes com delirium apresenta distúrbios comportamentais como, por exemplo, agitação. Nessas circunstâncias o tratamento inicial relaciona-se a medidas de suporte, orientação, e correção e/ou redução dos fatores de risco e precipi- tantes. O tratamento sintomático pode ser necessário, quando as medidas de apoio não surtirem efeito. Medicamentos e outras modalidades de iatrogenia Idosos apresentam maior risco de efeitos colaterais decorrentes ou não de interações medicamentosas. A incidência de reações adversas a fármacos é duas a três vezes maior em idosos do que em adultos jovens, sen- do mais freqüentes e graves durante hospitalizações.31 Relaciona-se esse aumento de efeitos adversos com alterações provocadas pelo envelhecimento na com- posição corporal, farmacocinética e farmacodinâmica e a alta prevalência de polifarmácia – uso simultâneo de cinco ou mais fármacos.19,22 A revisão sistemática do histórico medicamentoso e o início cauteloso de novos fármacos constituem boa prática clínica, parti- cularmente quando há relação temporal com novos sintomas. Outra opção são os guias de seleção de me- dicamentos para idosos, como os critérios de Beers2 e Beers et al1 atualizados por Fick et al,16 com a ressalva de que não abrangem toda a farmacopéia brasileira.23 Alterações de dosagens ou interrupções de medica- mentos em uso por asilados podem desencadear efei- tos colaterais e são passíveis de redução por intermé- dio de programas interinstitucionais de assistência a esses idosos.5 Deve-se sempre considerar a real neces- sidade do uso de cada medicamento prescrito, com o intuito de se evitar a presença da polifarmácia durante e após a hospitalização.22,35 Complicações iatrogênicas em idosos hospitalizados são comuns e se relacionam não apenas ao uso inade- quado de medicamentos, mas também com procedi- mentos diagnósticos e terapêuticos. Iatrogenias, em muitos casos, são passíveis de ações preventivas, ten- do em vista que seu conceito pode ainda abranger circunstâncias relacionadas ao tempo de permanên- cia e/ou ao ambiente hospitalar, tais como úlceras de pressão, quedas e fraturas.8 Perdas na capacidade funcional em idosos hospitali- zados, como alimentar-se ou deambular sem ajuda, ocorrem com freqüência e são correlacionadas a déficits cognitivos, delirium e a presença de baixa capacidade funcional à admissão hospitalar, fato co- mum em asilados.10,11,41 Decréscimos da capacidade funcional apresentam ainda forte associação com complicações iatrogênicas, sendo que a identifica- ção precoce dessas limitações é a melhor ação pre- ventiva para reduzir procedimentos e tratamentos inadequados.32 Avaliação nutricional e desnutrição Pacientes idosos necessitam de avaliações nutricio- nais periódicas, particularmente durante hospitaliza- ções. A desnutrição, condição comum e grave nessa faixa etária, é pouco diagnosticada. Subnutrição protéico-calórica em idosos hospitalizados promove tempo maior de internação, aumento da mortalidade e desenvolvimento de complicações como infecções e úlceras de pressão. Idosos asilados, à admissão hospi- talar, constantemente apresentam marcadores de ava- liação nutricional – história de perda de peso, sinais de desidratação, índice de massa corpórea, concentra- ção de albumina e de colesterol séricos, contagem de hemoglobina e de linfócitos – significativamente pi- ores do que idosos vivendo em comunidade. Estima- se que essa circunstância decorra dos altos índices de co-morbidades, polifarmácia e dependência para ati- vidades da vida diária nessa população.24,29,38,42
  • 4. 1127Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30 Idosos asilados em hospitais gerais Gorzoni ML Pires SL Declínio funcional Percentuais significativos de asilados apresentam dificuldades para a realização de atividades da vida diária como, por exemplo, alimentar-se, vestir-se, deambular ou ser continente.37,43 Por outro lado, declínios funcionais durante internações hospitala- res são decorrentes, não apenas das doenças propria- mente ditas, mas também de ações iatrogênicas, imo- bilidade e descondicionamento físico. Hospitaliza- ções tendem a aumentar o grau de dependência e pro- longar o período de reabilitação.41 Deve-se avaliar a capacidade funcional dos idosos à admissão e com freqüência durante o período de hos- pitalização. Procura-se assim, detectar e prevenir de- pendências e iniciar precocemente processos de rea- bilitação. A avaliação funcional abrange não apenas as atividades da vida diária, mas também disfunções cognitivas, incontinência urinária e sinais de imobi- lidade como, por exemplo, úlceras de pressão, distúr- bios do equilíbrio e alterações na marcha. As asso- ciações entre esses sinais e sintomas determinam for- te risco de piora do grau de incapacidade durante e após a hospitalização. Idealmente esses problemas deveriam ser abordados por equipes interdisciplina- res, na quais, cada profissional procuraria desenvol- ver atos de prevenção e de resolução para reduzir a permanência média hospitalar, a mortalidade e a de- pendência durante e após as internações. Cuidados paliativos Hospitalizações de idosos com quadros agudos ofe- recem a oportunidade de reavaliar o estado geral do paciente, seu prognóstico, planos e objetivos tera- pêuticos. Diagnósticos e/ou estágios avançados de doenças terminais alteram a premissa de cura para a de cuidados paliativos. A equipe hospitalar pode ini- ciar e desenvolver planos de assistência focados nes- sas circunstâncias, discutindo posteriormente sua continuidade ao transferir o paciente para instituição de longa permanência. AVALIAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE ASILADOS HOSPITALIZADOS Asilados apresentam necessidades especiais durante hospitalizações. Detalhes na avaliação clínica e no processo de assistência podem fazer diferença na qua- lidade dos cuidados intra-hospitalares nesses idosos. Anamnese A obtenção do histórico clínico completo de asila- dos pode apresentar várias dificuldades, constante- mente exigindo investigações adicionais e paciên- cia. Durante a admissão hospitalar, os pacientes estão freqüentemente impossibilitados de fornecer infor- mações adequadas devido a alterações cognitivas e/ ou do estado mental. Outros não sabem informar so- bre medicamentos em uso e programações terapêuti- cas. Nessas circunstâncias, o prontuário do idoso é peça básica e deve ser complementado com informa- ções de profissionais relacionados ao local de ori- gem do paciente. O contato entre as duas equipes, a hospitalar e a da instituição de longa permanência é fundamental para a definição da causa da transferên- cia e do plano de tratamento. É possível obter infor- mações importantes sobre a capacidade física e cog- nitiva anterior, mudanças recentes de medicamentos e antecedentes de quedas. Coleta-se normalmente essas informações por intermédio de membros da equi- pe de enfermagem e da área médica responsáveis pela instituição de longa permanência. Em qualquer cir- cunstância, é prudente entrar em contato com fami- liares desses pacientes. Cabe a lembrança do encon- tro freqüente de sentimentos de culpa e de negligên- cia por parte da família. Isto resulta na possibilidade concreta de comportamentos agressivos em relação às equipes dos dois locais, hospital e instituição de longa permanência e não, com ameaças e ações ver- bais, físicas e legais. Exame físico e avaliação complementar Sinais vitais devem sempre ser comparados aos pre- viamente registrados nos prontuários da instituição de longa permanência. Exemplo importante é a tem- peratura basal em idosos, geralmente em valores pró- ximos a 36ºC. Nesses pacientes, aumentos de 1ºC ou mais indicam estados febris e justificam investiga- ção de quadros infecciosos.3 Hipotensão ortostática pode indicar perdas hídricas ou sangüíneas ou ainda, efeitos colaterais de fármacos.21 Arritmias cardíacas impõem à indicação de eletrocardiograma que pode apresentar quadros de fibrilação atrial aguda, intoxi- cações medicamentosas e isquemias miocárdicas. Há detalhes no exame físico que são importantes nesses pacientes. Inspeção do segmento cutâneo, em busca de úlceras de pressão, auxilia a determinação do foco ini- cial em muitos quadros febris e do estado funcional do paciente. Igualmente, soluções de continuidade, equimoses e hematomas são indicativos de quedas ou de abusos. Lesões orais podem originar quadros infec- ciosos e/ou desnutrição. Outros sinais de desnutrição como perdas de tecido subcutâneo e de massa muscular devem ser também procurados, tendo em vista sua fre- qüência em dementados e em asilados.29,38,42 Exame neurológico detalhado pode encontrar quadros de aci- dente vascular cerebral ou de parkinsonismo não relata-
  • 5. 1128 Rev Saúde Pública 2006;40(6):1124-30Idosos asilados em hospitais gerais Gorzoni ML Pires SL dosanteriormente.EscalascomooCAM13,28 emini-exa- me do estado mental4,7,18 auxiliam o diagnóstico e a abordagem inicial de pacientes em estados confusionais e na avaliação cognitiva. Hipóteses diagnósticas e anormalidades correlatas com o envelhecimento e o grau de fragilidade do asi- lado determinam o padrão de exames complementa- res necessário a cada caso.12 Quadros febris indicam a necessidade da realização de hemo e uroculturas e de raios-X de tórax. Os mesmos exames devem ser soli- citados em suspeita de delirium, associando-se ainda exames bioquímicos e avaliação da função renal e hepática. Dosagem de hormônios tireoidianos tam- bém é procedimento laboratorial que necessita ser lembrado com constância, devido à alta prevalência de distúrbios da tireóide nesse segmento etário. Cabe ainda considerar sempre a possibilidade de ingestão inapropriada ou intoxicação medicamentosa, o que pode determinar a necessidade de dosagem de fármacos no sangue e/ou na urina. Assistência Durante a estabilização e tratamento da causa de hos- pitalização e controle das doenças pré-existentes, merece novamente menção o cuidado permanente em minimizar perdas funcionais e reduzir iatrogenias. Sempre que possível, deve se estimular o paciente a permanecer fora do leito, contribuindo com o proces- so de mobilidade e de independência. Esses períodos podem contribuir para restabelecer atividades da vida diária como alimentar-se e reduzir o risco do desen- volvimento de hipotensão postural. Outras medidas também podem ser tomadas no intuito de prevenir tromboses venosas profundas, úlceras de pressão e obstipação intestinal. Diante da previsão de alta hos- pitalar, cabe à equipe que assiste o paciente progra- mar em conjunto com a equipe da instituição de lon- ga permanência os procedimentos necessários para o translado e a continuidade do tratamento e cuidados desenvolvidos durante a hospitalização. CONCLUSÕES Idosos asilados correspondem a segmento dessa fai- xa etária com características próprias. Mesmo diante de quadros agudos e/ou graves que demandam infra- estrutura de hospital geral, ações preventivas para reduzir complicações e perdas funcionais devem ser desenvolvidas pela equipe de assistência hospitalar. Igualmente, diagnósticos precoces e tratamentos em instituições de longa permanência para idosos po- dem evitar hospitalização em muitos casos. Sabe-se que o processo de envelhecimento demográfico está em evolução e esses cuidados e procedimentos serão cada vez mais freqüentes e necessários nos hospitais e nas instituições de longa permanência. Esses locais e suas respectivas equipes dispõem de pouco tempo para se preparem para o futuro com mais idosos, cada vez mais próximo. AGRADECIMENTOS Ao Núcleo de Apoio à Publicação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (NAP- SC) pelo apoio técnico-científico à elaboração deste trabalho. REFERÊNCIAS 1. Beers MH, Ouslander JG, Rollingher I, Reuben DB, Brooks J, Beck JC. Explicit criteria for determining inappropriate medication use in nursing home residents. Arch Intern Med. 1991;151:1825-32. 2. Beers MH. Explicit criteria for determining potentially inappropriate medication use by the elderly: an update. Arch Intern Med. 1997;157:1531-6. 3. Bentley DW, Bradley S, High K, Schoenbaum S, Taler G, Yoshikawa TT. Practice guideline for evaluation of fever and infection in long-term care facilities. J Am Geriatr Soc. 2001;49:210-22. 4. Bertolucci PH, Brucki SM, Campacci SR, Juliano Y. O mini-exame do estado mental em uma população geral: impacto da escolaridade. Arq Neuropsiquiatr. 1994;52:81-8. 5. Boockvar K, Fishman E, Kyriacou CK, Monias A, Gavi S, Cortes T. Adverse events due to discontinuations in drug use and dose changes in patients transferred between acute and long-term care facilities. Arch Intern Med. 2004;164:545-50. 6. Brown TM, Boyle MF. Delirium. BMJ. 2002;325:644-7. 7. Brucki SM, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PH, Okamoto IH. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. 2003;61:777-81. 8. Carvalho-Filho ET, Saporetti L, Souza MAR, Arantes ACLQ, Vaz MYKC, Hojaiji NHSL, et al. Iatrogenia em pacientes idosos hospitalizados. Rev Saúde Pública. 1998;32:36-42. 9. Chaimowicz F, Greco DB. Dinâmica da instituciona- lização de idosos em Belo Horizonte, Brasil. Rev Saúde Pública. 1999;33:454-60.
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