O documento descreve os tipos de transporte através da membrana plasmática celular, incluindo transporte não mediado como osmose e difusão simples, transporte mediado como difusão facilitada que usa proteínas transportadoras, e transporte ativo que requer energia da célula para transportar substâncias contra o gradiente de concentração.
2. Membrana Plasmática
A membrana plasmática mantém a integridade celular e
delimita a fronteira entre os meios intracelular e
extracelular, constituindo uma barreira selectiva, através
da qual se processam trocas de substâncias e energia
entre a célula e o meio exterior. A membrana celular
funciona também como um sensor, permitindo à célula
modificar-se em resposta a diversos estímulos
ambientais.
As membranas são complexos lipoproteícos –
constituídos por proteínas e lípidos – podendo ainda
conter glícidos.
3. Modelo Do Mosaico Fluido
O modelo actualmente aceite para a ultra estrutura da
membrana plasmática é o Modelo do Mosaico Fluido,
proposto por Singer e Nicholson em 1972. Segundo este
modelo, a membrana é constituída por uma bicamada
fosfolipídica onde se encontram dispersos vários tipos de
proteínas e ainda por glícidos, ligados à superfície
membranar.
5. Transporte Não-Mediado
No transporte não mediado, as substâncias passam
livremente através da membrana plasmática, sem que
haja intervenção de proteínas transportadoras em todo o
processo.
Podem distinguir-se dois processos distintos de
transporte não mediado: a osmose e a difusão simples. É
importante referir que tanto a osmose como a difusão
simples são processos de transporte passivo, porque a
sua ocorrência não implica gastos de energia (ATP) por
parte da célula.
6. Osmose
A osmose pode ser definida como a movimentação da
água por difusão, através de uma membrana
semipermeável. O fluxo de água faz-se sempre do meio
com menor concentração em soluto, para o meio com
maior concentração em soluto. Quando a concentração
do soluto é igual nos dois meios, o fluxo de água é igual
nos dois sentidos, e os meios dizem-se isotónicos. O
fenómeno de osmose pode ocorrer em células animais
ou vegetais.
7. Quando uma célula (animal ou vegetal) é colocada num
meio hipertónico a água sai por osmose, levando a uma
diminuição do volume celular, dizendo-se que a célula
está no estado de plasmólise.
8. Quando uma célula (animal ou vegetal) é colocada num
meio isotónico, a entrada de água por osmose é
exactamente igual à saída de água por osmose e o
volume celular não se altera. Neste caso, diz-se que a
célula se encontra no estado normal ou isotónico.
9. Quando uma célula (animal ou vegetal) é colocada num
meio muito hipotónico, a entrada de água pode
ultrapassar a capacidade elástica da membrana e dar-se a
lise celular (rebentamento da célula). Esta situação não
ocorre nas células vegetais, devido à existência de parede
celular.
10. Difusão Simples
A água não é a única substância a movimentar-se através
da membrana plasmática, várias substâncias o fazem
através de um fenómeno designado por a Lei da Difusão
Simples, as moléculas movimentam-se do meio onde a
sua concentração é mais elevada para o meio em que a
sua concentração é mais baixa, isto é, a favor do seu
gradiente de concentração.
A difusão simples é considerado um tipo de transporte
passivo, pois ocorre devido à agitação térmica das
moléculas e não implica gastos energéticos (ATP) para a
célula.
12. Tranporte Mediado
Um elevado número de moléculas polares de dimensões
consideráveis, como a glicose, os aminoácidos ou
algumas vitaminas, atravessam a membrana celular a
favor do gradiente de concentração, mas a uma
velocidade superior à esperada se o fizessem por difusão
simples.
Este facto deve-se à existência de proteínas
transportadoras na membrana, que auxiliam a passagem
destas moléculas, sendo este um tipo de transporte
mediado. As proteínas transportadoras são específicas
para cada tipo de substância e denominam-se
permeases.
13. Difusão facilitada
A difusão facilitada é um processo responsável pelo transporte de
açúcares simples, aminoácidos e algumas vitaminas.
Neste caso, há participação de proteínas transportadoras
específicas – permeases – que existem na membrana plasmática e
promovem a passagem dessas substâncias.
Em resumo, podem reconhecer-se na difusão facilitada três
características importantes:
(1) ocorre a participação de uma molécula transportadora;
(2) não há consumo de energia (ATP) por parte da célula;
(3) a substância move-se de acordo com o gradiente de
concentração, do local onde existe em maior concentração para o
local onde existe em menor concentração (Lei da Difusão).
14. Legenda: Difusão facilitada. Passo 1 -
ligação da molécula a transportar à
permease; (passos 2 e 3) alteração
conformacional da permease, para permitir
a passagem da molécula através da
membrana.
Legenda: As proteínas transportadoras
embebidas na membrana plasmática -
permeases - facilitam a passagem das
partículas, a favor do gradiente de
concentração e sem gastos de energia para
a célula.
15. Transporte ativo
A nível celular existem situações em que as substâncias
migram do local onde existem em menor concentração
para o local onde existem em maior concentração, isto é,
contra o seu gradiente de concentração.
Este tipo de transporte designa-se por transporte ativo e
para que ocorra é necessário que haja gasto de energia
(ATP), para causar a alteração conformacional das
proteínas transportadoras. Deste modo, o transporte
activo é um tipo de transporte mediado, que se realiza
com dispêndio de energia para a célula e contra o
gradiente de concentração.
17. Legenda: (A) e (B) Ligação de partículas à proteína
transportadora em locais específicos. (C) Modificação da
forma da proteína graças à mobilização de energia da célula
(ATP), conduzindo à libertação das partículas do outro lado da
membrana.