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Aboio e Toada: de práticas musicais no cotidiano popular para propostas
                              de aulas de música.
                                                                         Magno de Jesus Pereira
                                                           UFS (Universidade Federal de Sergipe)
                                                                       magnogangae@oi.com.br

Resumo: O trabalho que segue abaixo foi estimulado por discussões e debates inseridos no
curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de Sergipe, mais específico nos
programas PIBID/Música1 e PRODOCÊNCIA (capes) e no grupo de pesquisa “Manifestações
Musicais de Sergipe” que se formou a partir dos encontros realizados por esses programas
onde o principal tema de debate era justamente a questão da implementação da Lei 7.869/08
que estabelece a música como conteúdo obrigatório nas escolas e das discussões que se
estabeleceram a partir de então como, por exemplo, “que música ensinar?”. Com essa linha de
raciocínio o grupo passou a pesquisar diversas manifestações culturais do estado de Sergipe,
no caso aqui específico o autor está trabalhando com Aboio e Toada no Alto Sertão sergipano.
O artigo está estruturado primeiramente em um breve apanhado histórico, em outro tópico
temos uma descrição da pesquisa de campo, em seguida uma breve análise estrutural e por
último propostas de aulas de música utilizando o Aboio e a Toada.
Palavras-chave: Aboio, Toada, Música


Breve Histórico

         Para iniciarmos a discussão sobre o tema proposto devemos a princípio refletir sobre
o processo embrionário, ou seja, os fatos históricos que determinaram o aparecimento do
festejo. Um primeiro direcionamento nos é ofertado por Cascudo:

                          As festas populares no campo estão em sua grande maioria muito ligadas às
                          heranças de antigos sistemas de produção e às relações de trabalhos de
                          determinada época, às quais se acrescentam as crenças religiosas e o poder
                          político local. As festas no sertão e, mais especificamente, as festas dos
                          vaqueiros estão ligadas diretamente ao ciclo do gado na região. (VIEIRA,
                          2007. p. 12 apud CASCUDO, 1993)

         Sendo assim, a primeira análise a ser feita é como o ciclo de gado chegou e se
incorporou na região semi-árida de Sergipe especialmente na cidade de Porto da Folha.
Seguindo este pensamento encontramos a Historiadora sergipana Maria Thetis Nunes que, em
um capítulo do livro Sergipe Colonial I intitulado As primeiras atividades econômicas. O
Pau-Brasil. O Gado afirma que “A pecuária tornar-se-ia a atividade principal dos
colonizadores do território sergipano” (NUNES, 2006. p. 108).


1
 Existe um blog com muitas informações sobre o PIBID/Música e Pró-docência, o acesso pode ser efetuado a
partir do link http://propibidmusica.blogspot.com.br/
Segundo a autora, um dos fatores que determinaram a implantação da pecuária no
território sergipano foi a cobiça de boas pastagens pelos senhores de engenho do recôncavo
baiano, já que “O gado era imprescindível, quer na força motora das moendas, no transporte
das canas para os engenhos e açúcar para os portos de embarque, quer para alimentação das
populações em contínuo crescimento”. (NUNES, 2006. p. 109)
           Ainda segundo a autora, o período de expansão do gado se iniciou em 1607 a partir
do Rio Real alcançando rapidamente áreas como Tobias Barreto e Simão Dias. Na região de
Porto da Folha há registro da criação de gado desde 1612. (Livro da Razão do Brasil apud,
NUNES, 2006 p. 112)
           Para Maria Thetis (2006) a pecuária foi sendo levada para o sertão por dois motivos
principais, o primeiro da metade para o final do século XVIII, devido o crescimento
considerável de implantação de engenhos visionando a indústria açucareira proporcionando a
tomada das terras férteis de massapé pelos engenhos. E o segundo, a invasão dos holandeses
no Brasil, que proporcionou um estimulo por parte da coroa portuguesa à colonização
sergipana, numa tentativa de evitar pontos vazios que facilitassem a ação de invasões
estrangeiras, nesse sentido várias sesmarias foram doadas principalmente para a criação de
animais.
           Dentro desta conjuntura não encontramos documentos que afirmem datas e locais
exatos do desenvolvimento das toadas e aboio em Sergipe e na cidade de Porto da Folha, no
entanto como está intimamente ligada com a cultura do gado é bem provável ter acontecido
com a implementação da pecuária no estado, ou seja, no início do século XVII.


Descrição do Festejo

           A cidade de Porto da Folha fica a 190 quilômetros de Aracaju, na região do Alto
Sertão Sergipano, banhada pelo Rio São Francisco fazendo divisa com o estado de Alagoas.
FIGURA 1 – Mapa de Sergipe com Porto da Folha em
                         Vermelho e Aracaju em Amarelo.

                         Fonte:<http://portofolha.com/attachments/Image/mapa
                         _sergipe.png>


        Segundo Tonho de Chico, um dos fundadores da Festa do Vaqueiro, o evento foi
criado em 1969 e de lá para cá foi realizada em todos os anos com exceção de 1970 devido à
grande seca que assolou o sertão sergipano naquele ano. A festa (41ª Festa do Vaqueiro) aqui
descrita foi vivenciada pelo autor durante a pesquisa de campo realizada entre os dias 22 e 25
de setembro de 2011 no Município de Porto da Folha-SE.
        Para uma melhor compreensão do leitor a descrição da festa será feito em etapas. De
início, no dia 22 a partir das 22:00hs na Praça Matriz houve apresentação de bandas de
Arrocha e Forró em um palco com uma boa estrutura de som e iluminação, logo após, ainda
na Praça Matriz, lá pelas 4:30 da madrugada houve a abertura oficial da Festa.
        Nessa abertura, a comissão organizadora que é facilmente identificada por estar
utilizando uma roupa azul e branca faz agradecimentos aos patrocinadores e apresenta o
homenageado da festa, que neste ano foi Frei Angelino.
        Após a abertura oficial os vaqueiros e outras pessoas, todos montados à cavalo ou em
outros animais como o jegue e o boi ou ainda em carroças, percorrem a cidade em uma
espécie de cortejo denominado por eles de Alvorada, onde todos acompanham um Mini-trio
com locutores que fazem, dentre outras funções as toadas e aboio.
Na chegada da Alvorada, que tem como destino a Praça da Matriz, acontece uma
Missa em cima do palco, momento em que os vaqueiros recebem a benção do padre e em
seguida participam de um café da manhã aberto para o público.
          Durante à noite do dia 23 aconteceram apresentações artísticas tanto na Praça Matriz
como num espaço denominado Clube do Vaqueiro. No dia 24 o festejo prosseguiu e ocorreu
num ambiente próprio fora da cidade conhecido como Parque Nilo dos Santos localizado na
Serra dos Homens. Nesse espaço existiam dois ambientes, um com uma estrutura de palco e
som onde aconteceram apresentações artísticas e outra onde aconteceu o Pega de Boi no
Mato2.




                      Figura 2 - Imagem da estrutura de som e palco no Parque Nilo
                      dos Santos.




2
 O Pega de Boi no Mato: Os vaqueiros se organizam em equipes que fazem as inscrições, na maioria das vezes
em dinheiro, então a equipe é convocada e é solto o gado que corre para dentro da caatinga. O objetivo é trazer
uma espécie de coleira que é colocada no gado, se a equipe trouxer ela será recompensada com prêmios que
variam entre dinheiro, animais e objetos de valor como uma moto 0km.

Musicalmente, na pega de boi acontecem paralelamente as atividades dos vaqueiros pessoas fazendo aboio e
toada, e por vezes o próprio locutor do evento desenvolve essas práticas musicais.
Figura 4 – Aboiador (Geno Vitor) fazendo repente no Parque
                     Nilo dos Santos


          No período das últimas horas da tarde do dia 24 na Praça Carro de Boi aconteceram
apresentações de bandas de axé music em um trio com potente equipamento de som. Já pela
noite a programação musical continuou na Praça da Matriz com diversas bandas de forró e
vaquejada.
          No dia 25, pela manhã, no povoado Ilha do Ouro localizado às margens do Rio São
Francisco houve apresentações artísticas com bandas de axé music em um palco armado com
estrutura de som. No turno da tarde pelas ruas de Porto da Folha houve uma cavalgada onde
várias pessoas montadas à cavalo, em jegue, boi ou em carroças acompanharam um mini-trio
com os locutores fazendo agradecimentos e toando.
          Na Praça do Carro de Boi durante os períodos finais da tarde do dia 25 aconteceram
apresentações de bandas de axé music, logo em seguida na Praça Matriz aconteceram novas
apresentações de bandas que estão vinculadas a mídia de massa, marcando assim o final do
evento.


O Aboio e a Toada

          O contexto musical tradicional desse evento gira em torno de três práticas, o aboio, a
toada e a música de vaquejada3. No entanto o objetivo do nosso trabalho é perceber as práticas
musicais presentes no aboio e na toada, as outras manifestações musicais e suas interferências
não farão parte de nossa análise.
          A partir desta premissa, devemos de início procurar conceitos e definições sobre as
práticas escolhidas, nesse sentido em uma definição de Aboio Cascudo afirma que,

                          Aboio é o canto de trabalho utilizado pelo vaqueiro para tocar a boiada
                          durante as migrações, durante as apartações, etc., alem de também ser um

3
 Apesar de na programação oficial haver bandas de axé music e forró eletrônico e ainda os carros com mega
aparelhagens de sons que reproduzem diversos estilos de música principalmente a veiculada pela mídia de
massa.
elemento voltado para a interação entre os próprios vaqueiros, quando estes
                       abóiam juntos, em consonância. (VIEIRA, 2007. p. 14 apud CASCUDO,
                       1984)

         Segundo Renato Almeida os aboios seriam, “linhas melódicas calcadas sobre vogais
(mais geralmente A, E, O) entoadas pelos vaqueiros conduzindo gado solto. São melodias
puras que sobem, descem, encurvam-se,[...] (ALMEIDA, 1958. p. 87)
         Na concepção de Mário de Andrade, o conceito do verbo aboiar seria:

                       (V.I; S.m). O marroeiro (vaqueiro) conduzindo o gado nas estradas, ou
                       movendo com ele nas fazendas, tem por costume cantar. Entoa uma
                       arabesco, geralmente livre de forma estrófica, destituído de palavras as mais
                       das vezes, simples vocalizações, interceptadas quando senão por palavras
                       interjectivas, “boi êh boi”, boiato, etc. O ato de cantar assim chama de
                       aboiar. Ao canto chama de aboio. (ANDRADE, 1989. pp. 1-2)

         Então o aboio seria o canto de trabalho utilizado pelos vaqueiros para guiar o gado
pelas fazendas com vocalizações simples e com pouca utilização de palavras. A toada se
utiliza dessas vocalizações acrescentando versos criados previamente.
         Dentro desse universo existe também o repente, que seria a utilização desses
vocalizes por pessoas que improvisam versos. Na maioria das vezes é uma disputa entre dois
ou mais pessoas para ver quem melhor se destaca nos versos criados.


A estrutura da Toada

         A Toada “tradicional” realizada pelos vaqueiros não possui acompanhamento
harmônico, apesar de que em alguns raros momentos encontramos pessoas com violões ou
acordeons fazendo esta função, ou seja, não é uma regra.
         Existem algumas formas de organização das toadas, uma delas podemos visualizar
através do esquema abaixo:


   1.
                                                               ...
        Introdução      Toador A            Toador B                   Final

         Na Introdução geralmente é realizada um aboio, vocalize utilizando vogais e/ou
palavras em canto melismático, onde a última nota é sustentada por uma fermata.
Esta fermata afirma que a introdução acabou e deve se iniciar a toada, então o
Toador A começa a melodia juntamente com a letra estabelecida e quando este faz
novamente um aboio é o sinal de que o Toador B deve entrar.
            O Toador B utiliza a mesma linha melódica estabelecida pelo seu antecessor e assim
a música se desenvolve um após o outro sucessivamente até o final que pode ser realizado
com os dois simultaneamente ou com o que deu início, sempre utilizando aboio.
            Abaixo, temos uma transcrição elaborada pelo autor de uma toada gravada por
Genovitor & Niltão com título “Aboio de Repente” no CD Vozes e Toques Sergipanos,




            Nesta transcrição percebemos que a melodia foi construída a partir do modo Lócrio4,
no qual fica bem nítido com a presença da 2ªm (ré b) e da 5ª dim (sol b).
            Outra forma utilizada pelos toadores está explicita no exemplo abaixo:


    2.
                                                              ...
         Introdução              Toador A                                  Final
                                    +
                                 Toador B


            Nesse esquema a introdução continua sendo um aboio, no entanto este pode ser
realizado por apenas um dos toadores ou com os dois simultaneamente.




4
  É preciso salientar que os responsáveis pela criação e/ou execução das toadas não possuem conhecimentos
teóricos- musicais, com isso eles criam suas melodias a partir do conhecimento passado de forma oral e com o
contato com pessoas mais velhas.
Assim que o aboio se encerra os dois toadores simultaneamente iniciam utilizando as
mesmas palavras e linha melódica, porém o único detalhe é que um dos toadores
desenvolvem a melodia uma terça acima.
        Dessa maneira eles desenvolvem a música, sempre que se encerra uma estrofe eles
fazem um aboio, até a música ser conduzida pro final que como no esquema apresentado
anteriormente encerra com um aboio.


Proposta para aulas de música

PROPOSTA 1 “Aboio e Toada”


•   Objetivos: Apresentar para os alunos o Aboio e a Toada com suas diferenças e
    semelhanças, bem como o contexto e histórico dessa manifestação musical.
•   Público Alvo: Alunos do Ensino Médio.
•   Tempo: 3 aulas
•   Pré-requisito: Não tem.
•   Organização do espaço: Carteiras enfileiradas.
•   Organização dos alunos: Individualmente.
•   Recursos Necessários: Datashow, Notebook, Pincel e Quadro Branco.
•   Descrição da Atividade:
1 – Apresentar com Auxílio de imagens uma contextualização das práticas em questão;
2 – Apontar através da audição as diferentes maneiras de produção da Toada;
3 - Apresentação do Vídeo “Aboio e Tuada, poesia do vaqueiro” dirigido por Damien Chemin
e produzido pela TV Aperipê. Sergipe – 2009;
4 – Discussão sobre o vídeo;
5 – Pesquisa sobre os Aboiadores e toadores da Região (se existir) com entrevistas e produção
de material para exposição na escola.

PROPOSTA 2 “Forma da Toada”


•   Objetivos: Estimular o aluno na percepção auditiva e representação gráfica das
    diferentes maneiras de construção de uma toada.
•   Público Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio
•   Tempo: 1 ou mais aulas
•   Pré-requisito: Aula introdutória à toada e aboio.
•   Organização do espaço: Carteiras em círculos
•   Organização dos alunos: Individualmente de início e depois separados em três grupos.
•   Recursos Necessários: Aparelho de som, 3 cartolinas, giz de cera com diversas cores.
•   Descrição da Atividade:
1 - A prática se inicia com a audição de 3 toadas com formas diferentes.
2 - O professor estimula a percepção dos alunos solicitando que eles anotem as diferenças de
organização de cada faixa.
3 - Divisão da sala em três grupos, cada um ficará responsável pela construção de um gráfico
que represente a forma da toada correspondente.
4 – Ao final da construção, os grupos deverão trocar seus gráficos entre si.
5 – Cada grupo terá alguns minutos para decifrar o gráfico que recebeu.
6 – Apresentações dos grupos que deverão explicar para o resto da turma o gráfico ao qual
estão em mãos.
7 - Discussão sobre os gráficos, se eles realmente correspondem à toada indicada e se os tipos
gráficos construído realmente podem representar tal toada.


Dicas de Toadas:
     http://www.youtube.com/watch?v=hZrjctC_zdI Toada Despedida do Vaqueiro / Vavá
       Machado e Marcolino
     http://www.youtube.com/watch?v=wuSpmI6By8U&feature=related               Toada       Boi
       Maracajá – Kara Veia.
     http://www.youtube.com/watch?v=x2uBcmV946Q&feature=related – Parte 2 do
       Documentário “Aboio e Tuada, poesia do vaqueiro” dirigido por Damien Chemin e
       produzido pela TV Aperipê. Sergipe - 2009 – No vídeo existem exemplos de Repente
       que podem ser utilizados pelo professor.

PROPOSTA 3 “Entoando”


•   Objetivos: Estimular o aluno na prática do canto através da Toada.
•   Público Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio
•   Tempo: 2 ou mais aulas
•   Pré-requisito: Aula introdutória à toada e aboio.
•     Organização do espaço: Sala de aula sem carteiras.
•     Organização dos alunos: Em pé.
•     Recursos Necessários: Aparelho de som, Pincel e quadro negro.
•     Descrição da Atividade:
1 – Apreciação de uma Toada;
2 – Divisão da Toada em Várias partes menores;
3 - Execução com vogais de cada parte da toada solicitando que os alunos imitem o professor;
Ex: Frase 1 da Toada
Professor




Aluno - Imita




          Quando o professor perceber que os alunos estão cantando corretamente ele passa a
segunda frase, e assim por diante até que toda idéia melódica seja trabalhada.
4 – Passar a letra da toada para os alunos, encaixando com as idéias melódicas e utilizando o
jogo de pergunta e resposta com as frases;
Ex:
Professor Pergunta:




Alunos Respondem:




Considerações Finais
A pesquisa aqui apresentada está ainda em fase de construção, ou seja existem muitos
pontos a serem elucidados, e o tema é amplo, nesse sentido um único estudo é pouco para a
multiplicidade de discussões que possam vir a tona.
       Por fim compreendemos que O Aboio e a Toada são importantes não apenas no
contexto da festa em Porto da Folha-SE, mas são uma das matrizes formadoras da rica cultura
musical nordestina com influência na prática musical de artistas como Luiz Gonzaga e
Jackson do Pandeiro, dentre outros, portanto sua inserção em sala de aula é essencial na
formação da identidade musical e cultural dos alunos.
Referências

ALMEIDA, Renato. História da Música brasileira. RJ: F. Briguiet, 1958.

ANDRADE, Mário de. Dicionário Musical Brasileiro. Belo Horizonte: Itatiaia; Brasília:
Ministério da Cultura; São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São
Paulo/Editora da Universidade de São Paulo, 1989. (Coleção Reconquista do Brasil, 2ª série,
v.162)

Genovitor e Niltão. Aboio de repente In: Vozes e Toques Sergipanos: forró, toada e aboio.
Produção: Damien Chamien. Aracaju, 2007. 1 CD. Faixa 24.

http://portofolha.com/attachments/Image/mapa_sergipe.png acessado no dia 25/02/2012 às
22:00hs.

http://www.youtube.com/watch?v=hZrjctC_zdI acessado no dia 18/04/2012 às 18:00hs.

http://www.youtube.com/watch?v=wuSpmI6By8U&feature=related           acessado    no     dia
18/04/2012 às 17:00hs

http://www.youtube.com/watch?v=x2uBcmV946Q&feature=related acessado no dia
19/04/2012 às 19:00hs

NUNES, Maria Thetis. Sergipe Colonial I. São Cristóvão: Editora UFS/ Aracaju: Fundação
Oviedo Teixeira, 2008.

VIEIRA, Natã Silva. Cultura de vaqueiro: o sertão e a musica dos vaqueiros Nordestinos.
Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura,
realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa,
Salvador-Bahia-Brasil. Disponível em:
http://www.cult.ufba.br/enecult2007/NataSilvaVieira.pdf Acessoem: 04/11/2011 às 10hs.

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Aboio e Toada no Alto Sertão Sergipano

  • 1. Aboio e Toada: de práticas musicais no cotidiano popular para propostas de aulas de música. Magno de Jesus Pereira UFS (Universidade Federal de Sergipe) magnogangae@oi.com.br Resumo: O trabalho que segue abaixo foi estimulado por discussões e debates inseridos no curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal de Sergipe, mais específico nos programas PIBID/Música1 e PRODOCÊNCIA (capes) e no grupo de pesquisa “Manifestações Musicais de Sergipe” que se formou a partir dos encontros realizados por esses programas onde o principal tema de debate era justamente a questão da implementação da Lei 7.869/08 que estabelece a música como conteúdo obrigatório nas escolas e das discussões que se estabeleceram a partir de então como, por exemplo, “que música ensinar?”. Com essa linha de raciocínio o grupo passou a pesquisar diversas manifestações culturais do estado de Sergipe, no caso aqui específico o autor está trabalhando com Aboio e Toada no Alto Sertão sergipano. O artigo está estruturado primeiramente em um breve apanhado histórico, em outro tópico temos uma descrição da pesquisa de campo, em seguida uma breve análise estrutural e por último propostas de aulas de música utilizando o Aboio e a Toada. Palavras-chave: Aboio, Toada, Música Breve Histórico Para iniciarmos a discussão sobre o tema proposto devemos a princípio refletir sobre o processo embrionário, ou seja, os fatos históricos que determinaram o aparecimento do festejo. Um primeiro direcionamento nos é ofertado por Cascudo: As festas populares no campo estão em sua grande maioria muito ligadas às heranças de antigos sistemas de produção e às relações de trabalhos de determinada época, às quais se acrescentam as crenças religiosas e o poder político local. As festas no sertão e, mais especificamente, as festas dos vaqueiros estão ligadas diretamente ao ciclo do gado na região. (VIEIRA, 2007. p. 12 apud CASCUDO, 1993) Sendo assim, a primeira análise a ser feita é como o ciclo de gado chegou e se incorporou na região semi-árida de Sergipe especialmente na cidade de Porto da Folha. Seguindo este pensamento encontramos a Historiadora sergipana Maria Thetis Nunes que, em um capítulo do livro Sergipe Colonial I intitulado As primeiras atividades econômicas. O Pau-Brasil. O Gado afirma que “A pecuária tornar-se-ia a atividade principal dos colonizadores do território sergipano” (NUNES, 2006. p. 108). 1 Existe um blog com muitas informações sobre o PIBID/Música e Pró-docência, o acesso pode ser efetuado a partir do link http://propibidmusica.blogspot.com.br/
  • 2. Segundo a autora, um dos fatores que determinaram a implantação da pecuária no território sergipano foi a cobiça de boas pastagens pelos senhores de engenho do recôncavo baiano, já que “O gado era imprescindível, quer na força motora das moendas, no transporte das canas para os engenhos e açúcar para os portos de embarque, quer para alimentação das populações em contínuo crescimento”. (NUNES, 2006. p. 109) Ainda segundo a autora, o período de expansão do gado se iniciou em 1607 a partir do Rio Real alcançando rapidamente áreas como Tobias Barreto e Simão Dias. Na região de Porto da Folha há registro da criação de gado desde 1612. (Livro da Razão do Brasil apud, NUNES, 2006 p. 112) Para Maria Thetis (2006) a pecuária foi sendo levada para o sertão por dois motivos principais, o primeiro da metade para o final do século XVIII, devido o crescimento considerável de implantação de engenhos visionando a indústria açucareira proporcionando a tomada das terras férteis de massapé pelos engenhos. E o segundo, a invasão dos holandeses no Brasil, que proporcionou um estimulo por parte da coroa portuguesa à colonização sergipana, numa tentativa de evitar pontos vazios que facilitassem a ação de invasões estrangeiras, nesse sentido várias sesmarias foram doadas principalmente para a criação de animais. Dentro desta conjuntura não encontramos documentos que afirmem datas e locais exatos do desenvolvimento das toadas e aboio em Sergipe e na cidade de Porto da Folha, no entanto como está intimamente ligada com a cultura do gado é bem provável ter acontecido com a implementação da pecuária no estado, ou seja, no início do século XVII. Descrição do Festejo A cidade de Porto da Folha fica a 190 quilômetros de Aracaju, na região do Alto Sertão Sergipano, banhada pelo Rio São Francisco fazendo divisa com o estado de Alagoas.
  • 3. FIGURA 1 – Mapa de Sergipe com Porto da Folha em Vermelho e Aracaju em Amarelo. Fonte:<http://portofolha.com/attachments/Image/mapa _sergipe.png> Segundo Tonho de Chico, um dos fundadores da Festa do Vaqueiro, o evento foi criado em 1969 e de lá para cá foi realizada em todos os anos com exceção de 1970 devido à grande seca que assolou o sertão sergipano naquele ano. A festa (41ª Festa do Vaqueiro) aqui descrita foi vivenciada pelo autor durante a pesquisa de campo realizada entre os dias 22 e 25 de setembro de 2011 no Município de Porto da Folha-SE. Para uma melhor compreensão do leitor a descrição da festa será feito em etapas. De início, no dia 22 a partir das 22:00hs na Praça Matriz houve apresentação de bandas de Arrocha e Forró em um palco com uma boa estrutura de som e iluminação, logo após, ainda na Praça Matriz, lá pelas 4:30 da madrugada houve a abertura oficial da Festa. Nessa abertura, a comissão organizadora que é facilmente identificada por estar utilizando uma roupa azul e branca faz agradecimentos aos patrocinadores e apresenta o homenageado da festa, que neste ano foi Frei Angelino. Após a abertura oficial os vaqueiros e outras pessoas, todos montados à cavalo ou em outros animais como o jegue e o boi ou ainda em carroças, percorrem a cidade em uma espécie de cortejo denominado por eles de Alvorada, onde todos acompanham um Mini-trio com locutores que fazem, dentre outras funções as toadas e aboio.
  • 4. Na chegada da Alvorada, que tem como destino a Praça da Matriz, acontece uma Missa em cima do palco, momento em que os vaqueiros recebem a benção do padre e em seguida participam de um café da manhã aberto para o público. Durante à noite do dia 23 aconteceram apresentações artísticas tanto na Praça Matriz como num espaço denominado Clube do Vaqueiro. No dia 24 o festejo prosseguiu e ocorreu num ambiente próprio fora da cidade conhecido como Parque Nilo dos Santos localizado na Serra dos Homens. Nesse espaço existiam dois ambientes, um com uma estrutura de palco e som onde aconteceram apresentações artísticas e outra onde aconteceu o Pega de Boi no Mato2. Figura 2 - Imagem da estrutura de som e palco no Parque Nilo dos Santos. 2 O Pega de Boi no Mato: Os vaqueiros se organizam em equipes que fazem as inscrições, na maioria das vezes em dinheiro, então a equipe é convocada e é solto o gado que corre para dentro da caatinga. O objetivo é trazer uma espécie de coleira que é colocada no gado, se a equipe trouxer ela será recompensada com prêmios que variam entre dinheiro, animais e objetos de valor como uma moto 0km. Musicalmente, na pega de boi acontecem paralelamente as atividades dos vaqueiros pessoas fazendo aboio e toada, e por vezes o próprio locutor do evento desenvolve essas práticas musicais.
  • 5. Figura 4 – Aboiador (Geno Vitor) fazendo repente no Parque Nilo dos Santos No período das últimas horas da tarde do dia 24 na Praça Carro de Boi aconteceram apresentações de bandas de axé music em um trio com potente equipamento de som. Já pela noite a programação musical continuou na Praça da Matriz com diversas bandas de forró e vaquejada. No dia 25, pela manhã, no povoado Ilha do Ouro localizado às margens do Rio São Francisco houve apresentações artísticas com bandas de axé music em um palco armado com estrutura de som. No turno da tarde pelas ruas de Porto da Folha houve uma cavalgada onde várias pessoas montadas à cavalo, em jegue, boi ou em carroças acompanharam um mini-trio com os locutores fazendo agradecimentos e toando. Na Praça do Carro de Boi durante os períodos finais da tarde do dia 25 aconteceram apresentações de bandas de axé music, logo em seguida na Praça Matriz aconteceram novas apresentações de bandas que estão vinculadas a mídia de massa, marcando assim o final do evento. O Aboio e a Toada O contexto musical tradicional desse evento gira em torno de três práticas, o aboio, a toada e a música de vaquejada3. No entanto o objetivo do nosso trabalho é perceber as práticas musicais presentes no aboio e na toada, as outras manifestações musicais e suas interferências não farão parte de nossa análise. A partir desta premissa, devemos de início procurar conceitos e definições sobre as práticas escolhidas, nesse sentido em uma definição de Aboio Cascudo afirma que, Aboio é o canto de trabalho utilizado pelo vaqueiro para tocar a boiada durante as migrações, durante as apartações, etc., alem de também ser um 3 Apesar de na programação oficial haver bandas de axé music e forró eletrônico e ainda os carros com mega aparelhagens de sons que reproduzem diversos estilos de música principalmente a veiculada pela mídia de massa.
  • 6. elemento voltado para a interação entre os próprios vaqueiros, quando estes abóiam juntos, em consonância. (VIEIRA, 2007. p. 14 apud CASCUDO, 1984) Segundo Renato Almeida os aboios seriam, “linhas melódicas calcadas sobre vogais (mais geralmente A, E, O) entoadas pelos vaqueiros conduzindo gado solto. São melodias puras que sobem, descem, encurvam-se,[...] (ALMEIDA, 1958. p. 87) Na concepção de Mário de Andrade, o conceito do verbo aboiar seria: (V.I; S.m). O marroeiro (vaqueiro) conduzindo o gado nas estradas, ou movendo com ele nas fazendas, tem por costume cantar. Entoa uma arabesco, geralmente livre de forma estrófica, destituído de palavras as mais das vezes, simples vocalizações, interceptadas quando senão por palavras interjectivas, “boi êh boi”, boiato, etc. O ato de cantar assim chama de aboiar. Ao canto chama de aboio. (ANDRADE, 1989. pp. 1-2) Então o aboio seria o canto de trabalho utilizado pelos vaqueiros para guiar o gado pelas fazendas com vocalizações simples e com pouca utilização de palavras. A toada se utiliza dessas vocalizações acrescentando versos criados previamente. Dentro desse universo existe também o repente, que seria a utilização desses vocalizes por pessoas que improvisam versos. Na maioria das vezes é uma disputa entre dois ou mais pessoas para ver quem melhor se destaca nos versos criados. A estrutura da Toada A Toada “tradicional” realizada pelos vaqueiros não possui acompanhamento harmônico, apesar de que em alguns raros momentos encontramos pessoas com violões ou acordeons fazendo esta função, ou seja, não é uma regra. Existem algumas formas de organização das toadas, uma delas podemos visualizar através do esquema abaixo: 1. ... Introdução Toador A Toador B Final Na Introdução geralmente é realizada um aboio, vocalize utilizando vogais e/ou palavras em canto melismático, onde a última nota é sustentada por uma fermata.
  • 7. Esta fermata afirma que a introdução acabou e deve se iniciar a toada, então o Toador A começa a melodia juntamente com a letra estabelecida e quando este faz novamente um aboio é o sinal de que o Toador B deve entrar. O Toador B utiliza a mesma linha melódica estabelecida pelo seu antecessor e assim a música se desenvolve um após o outro sucessivamente até o final que pode ser realizado com os dois simultaneamente ou com o que deu início, sempre utilizando aboio. Abaixo, temos uma transcrição elaborada pelo autor de uma toada gravada por Genovitor & Niltão com título “Aboio de Repente” no CD Vozes e Toques Sergipanos, Nesta transcrição percebemos que a melodia foi construída a partir do modo Lócrio4, no qual fica bem nítido com a presença da 2ªm (ré b) e da 5ª dim (sol b). Outra forma utilizada pelos toadores está explicita no exemplo abaixo: 2. ... Introdução Toador A Final + Toador B Nesse esquema a introdução continua sendo um aboio, no entanto este pode ser realizado por apenas um dos toadores ou com os dois simultaneamente. 4 É preciso salientar que os responsáveis pela criação e/ou execução das toadas não possuem conhecimentos teóricos- musicais, com isso eles criam suas melodias a partir do conhecimento passado de forma oral e com o contato com pessoas mais velhas.
  • 8. Assim que o aboio se encerra os dois toadores simultaneamente iniciam utilizando as mesmas palavras e linha melódica, porém o único detalhe é que um dos toadores desenvolvem a melodia uma terça acima. Dessa maneira eles desenvolvem a música, sempre que se encerra uma estrofe eles fazem um aboio, até a música ser conduzida pro final que como no esquema apresentado anteriormente encerra com um aboio. Proposta para aulas de música PROPOSTA 1 “Aboio e Toada” • Objetivos: Apresentar para os alunos o Aboio e a Toada com suas diferenças e semelhanças, bem como o contexto e histórico dessa manifestação musical. • Público Alvo: Alunos do Ensino Médio. • Tempo: 3 aulas • Pré-requisito: Não tem. • Organização do espaço: Carteiras enfileiradas. • Organização dos alunos: Individualmente. • Recursos Necessários: Datashow, Notebook, Pincel e Quadro Branco. • Descrição da Atividade: 1 – Apresentar com Auxílio de imagens uma contextualização das práticas em questão; 2 – Apontar através da audição as diferentes maneiras de produção da Toada; 3 - Apresentação do Vídeo “Aboio e Tuada, poesia do vaqueiro” dirigido por Damien Chemin e produzido pela TV Aperipê. Sergipe – 2009; 4 – Discussão sobre o vídeo; 5 – Pesquisa sobre os Aboiadores e toadores da Região (se existir) com entrevistas e produção de material para exposição na escola. PROPOSTA 2 “Forma da Toada” • Objetivos: Estimular o aluno na percepção auditiva e representação gráfica das diferentes maneiras de construção de uma toada. • Público Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio • Tempo: 1 ou mais aulas
  • 9. Pré-requisito: Aula introdutória à toada e aboio. • Organização do espaço: Carteiras em círculos • Organização dos alunos: Individualmente de início e depois separados em três grupos. • Recursos Necessários: Aparelho de som, 3 cartolinas, giz de cera com diversas cores. • Descrição da Atividade: 1 - A prática se inicia com a audição de 3 toadas com formas diferentes. 2 - O professor estimula a percepção dos alunos solicitando que eles anotem as diferenças de organização de cada faixa. 3 - Divisão da sala em três grupos, cada um ficará responsável pela construção de um gráfico que represente a forma da toada correspondente. 4 – Ao final da construção, os grupos deverão trocar seus gráficos entre si. 5 – Cada grupo terá alguns minutos para decifrar o gráfico que recebeu. 6 – Apresentações dos grupos que deverão explicar para o resto da turma o gráfico ao qual estão em mãos. 7 - Discussão sobre os gráficos, se eles realmente correspondem à toada indicada e se os tipos gráficos construído realmente podem representar tal toada. Dicas de Toadas:  http://www.youtube.com/watch?v=hZrjctC_zdI Toada Despedida do Vaqueiro / Vavá Machado e Marcolino  http://www.youtube.com/watch?v=wuSpmI6By8U&feature=related Toada Boi Maracajá – Kara Veia.  http://www.youtube.com/watch?v=x2uBcmV946Q&feature=related – Parte 2 do Documentário “Aboio e Tuada, poesia do vaqueiro” dirigido por Damien Chemin e produzido pela TV Aperipê. Sergipe - 2009 – No vídeo existem exemplos de Repente que podem ser utilizados pelo professor. PROPOSTA 3 “Entoando” • Objetivos: Estimular o aluno na prática do canto através da Toada. • Público Alvo: Alunos do Ensino Fundamental e Médio • Tempo: 2 ou mais aulas • Pré-requisito: Aula introdutória à toada e aboio.
  • 10. Organização do espaço: Sala de aula sem carteiras. • Organização dos alunos: Em pé. • Recursos Necessários: Aparelho de som, Pincel e quadro negro. • Descrição da Atividade: 1 – Apreciação de uma Toada; 2 – Divisão da Toada em Várias partes menores; 3 - Execução com vogais de cada parte da toada solicitando que os alunos imitem o professor; Ex: Frase 1 da Toada Professor Aluno - Imita Quando o professor perceber que os alunos estão cantando corretamente ele passa a segunda frase, e assim por diante até que toda idéia melódica seja trabalhada. 4 – Passar a letra da toada para os alunos, encaixando com as idéias melódicas e utilizando o jogo de pergunta e resposta com as frases; Ex: Professor Pergunta: Alunos Respondem: Considerações Finais
  • 11. A pesquisa aqui apresentada está ainda em fase de construção, ou seja existem muitos pontos a serem elucidados, e o tema é amplo, nesse sentido um único estudo é pouco para a multiplicidade de discussões que possam vir a tona. Por fim compreendemos que O Aboio e a Toada são importantes não apenas no contexto da festa em Porto da Folha-SE, mas são uma das matrizes formadoras da rica cultura musical nordestina com influência na prática musical de artistas como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, dentre outros, portanto sua inserção em sala de aula é essencial na formação da identidade musical e cultural dos alunos.
  • 12. Referências ALMEIDA, Renato. História da Música brasileira. RJ: F. Briguiet, 1958. ANDRADE, Mário de. Dicionário Musical Brasileiro. Belo Horizonte: Itatiaia; Brasília: Ministério da Cultura; São Paulo: Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo/Editora da Universidade de São Paulo, 1989. (Coleção Reconquista do Brasil, 2ª série, v.162) Genovitor e Niltão. Aboio de repente In: Vozes e Toques Sergipanos: forró, toada e aboio. Produção: Damien Chamien. Aracaju, 2007. 1 CD. Faixa 24. http://portofolha.com/attachments/Image/mapa_sergipe.png acessado no dia 25/02/2012 às 22:00hs. http://www.youtube.com/watch?v=hZrjctC_zdI acessado no dia 18/04/2012 às 18:00hs. http://www.youtube.com/watch?v=wuSpmI6By8U&feature=related acessado no dia 18/04/2012 às 17:00hs http://www.youtube.com/watch?v=x2uBcmV946Q&feature=related acessado no dia 19/04/2012 às 19:00hs NUNES, Maria Thetis. Sergipe Colonial I. São Cristóvão: Editora UFS/ Aracaju: Fundação Oviedo Teixeira, 2008. VIEIRA, Natã Silva. Cultura de vaqueiro: o sertão e a musica dos vaqueiros Nordestinos. Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2007/NataSilvaVieira.pdf Acessoem: 04/11/2011 às 10hs.