2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
Cartilha para exposição memórias & melodias
1. Assunto: EXPOSIÇÃO MEMÓRIAS & MELODIAS
Objetivo: Cartilha para orientação de Monitores e
Educadores do Projeto Guri durante a visitação
da Exposição.
Serviço: Exposição Memórias & Melodias
03 de Novembro a 04 de Dezembro de 2010
De segunda a sexta feiras , das 09h30 às 17h00
Aos sábados, das 09h00 às 13h00.
Museu Histórico e Pedagógico Marechal Rondon
Rua XV de Novembro, 2457 – Centro – Araçatuba – Tel- (18)3625-3392
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2. 1 . APRESENTAÇÃO
Dia 22 de novembro é comemorado o Dia do Músico. Como forma de homenagear
essa importante categoria artística, a ALMA realizará durante todo o mês de novembro nas
dependências do Museu Histórico e Pedagógico Marechal Cândido Rondon de Araçatuba, a
Exposição Memórias & Melodias que fará parte do conjunto de atividades culturais previstas
em comemoração do Aniversário de Araçatuba.
A visita dos alunos do Projeto Guri no mês de novembro ao museu como parte dos
conteúdos transversais, tem como objetivo despertar nestes alunos a consciência de quão
importante é a preservação da memória cultural para a valorização, interesse e conhecimento
pela sua própria cultura loco - regional, assim também como o conhecimento dos artistas que
fizeram e fazem a cultura na região.
Esta cartilha tem por finalidade trazer informações e auxiliar os monitores e
educadores do Projeto Guri na compreensão da exposição Memórias & Melodias para que
estejam aptos para levar aos alunos o conhecimento sobre o acervo que irá compor esta
exposição.
2 . OBJETIVOS
A exposição Memórias & Melodias é uma iniciativa da ALMA e tem por objetivos:
- preservação da memória cultural musical de Araçatuba e região;
- homenagem aos músicos que escreveram a história musical de Araçatuba e região;
- divulgação de parte do acervo do memorial da música de Araçatuba e região;
- colaborar para o enriquecimento cultural dos festejos do aniversário de Araçatuba.
3 . INFRAESTRUTURA & LOGÍSTICA
A exposição Memórias & Melodias, funcionará dentre os dias 03 de novembro a 04 de
dezembro de 2010, de segunda a sexta feira das 09h00 às 17h00 e aos sábados das 09h00 às
13h00, adotando-se os seguintes procedimentos:
- entrada gratuita;
- atendimento simultâneo a grupos de até 25 pessoas;
- assinatura do livro de visita para que ao final da exposição o visitante/aluno
possa concorrer à um instrumento de percussão (cajón).
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3. 3.1 - O espaço museográfico
Serão 03 (três) salas destinadas à exposição do acervo da ALMA, sendo que após a
visita à exposição Memórias & Melodias, os alunos poderão também visitar os outros
ambientes do museu e apreciar objetos que fazem parte do acervo do museu Marechal
Cândido Rondon.
3.2 - Procedimentos
Os monitores e educadores que estejam acompanhados de turma com grande número
de alunos e visitantes, deverão entrar pela frente do museu com a quantidade máxima de 25
alunos por vez, sendo que os outros alunos podem aguardar no jardim do museu. Finalizada a
visita da primeira turma, esta deverá sair pela porta dos fundos e se encaminhar até o pátio ao
lado esquerdo (em baixo da árvore) para realizar o lanche da tarde ou manhã para que outra
turma possa entrar.
Para que esse procedimento, entrada e saída de alunos, possa se desenrolar com
tranqüilidade e segurança, o ideal é que, para grupos maiores que 25 alunos, estes sejam
acompanhados por 02 (dois) monitores para que um sempre fique, no exterior do museu, em
companhia com os alunos que já visitaram a exposição.
3.3 - Infraestrutura
O local externo é todo murado com somente um acesso de entrada e outro de saída, o
que confere uma boa segurança para a permanência dos alunos no exterior, desde que
acompanhados.
O local ainda possui uma grande área sombreada sob uma grande figueira, local onde
os alunos poderão se reunir para fazer o lanche. Para isso, mesas serão colocadas à disposição
dos visitantes.
4 . HISTÓRIA
“Quer conhecer a história de um povo ? Comece pela sua música”.
É através da música, das suas melodias e ritmos que podemos perceber a alegria,
tristeza ou melancolia de um povo. É através das suas letras e poemas que podemos saber a
realidade de vida de um povo.
Com o surgimento dos primeiros habitantes de Araçatuba e região, começam a surgir
também as primeiras manifestações artísticas, sendo que a música esteve presente desde a
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4. época dos índios na região. As primeiras fases dessas manifestações culturais eram
espontâneas e surgiam nas fazendas de café, nos sítios algodoeiros e nas fazendas de criação
de gado e tanto a música instrumental quanto o canto acompanharam o desenvolvimento da
cidade e região.
Nas primeiras décadas, haviam manifestações culturais que saíam dos limites do
popular e ofereciam cultura mais requintada, que dependiam de estudo e técnica. Em
Araçatuba, o primeiro conjunto musical surgiu em 1915, foi a banda Progresso de Araçatuba
que tocava maxixes, mazurcas e dobrados sob a batuta do maestro Leônidas de Brito e
posteriormente por Aquilino Silva.
Em 1917 surgiu a Lira Araçatubense com Alcides Nunes como regente. Em 1918 e
1919, surgem mais duas bandas, sendo uma delas a União Operária de Araçatuba regida por
Antônio Seabra Pinto (Zico Seabra).
A Banda Municipal teve inicio oficialmente em 1936 sob a regência do primeiro
maestro, José Novaes da Silva, porém, segundo alguns memorialistas, o primeiro maestro da
Banda Municipal (não oficial) foi o maestro Zico Seabra.
Sob a administração do prefeito Aureliano Valadão Furquim nos anos de 1938 à 1941,
época em que pela primeira vez o povo sentiu orgulho de ser araçatubense, devido às grandes
obras e desenvolvimentos na cidade, veio a pedido do então prefeito para reger a banda
municipal o maestro Luiz Maisano, terceiro maestro da banda municipal e o segundo oficial,
um dos mais criativos, organizados e inovadores maestros que passaram pela Banda
Municipal.
Conforme a cidade foi crescendo e se expandindo, novas manifestações culturais vão
surgindo, conservatórios, casas noturnas, rádios, locais de lazer, grupos musicais e religiosos,
entre outros, e com isso novos personagens vão aparecendo em suas respectivas décadas
transformando a vida das pessoas com suas artes.
5. A EXPOSIÇÃO
O acervo conta com peças raras (instrumentos, partituras, discos de vinil, fotos,
cartazes, etc...) e recentes que vão do começo do século passado até o ano 2000, que fazem
parte da cultura e história musical de Araçatuba e região.
Estas peças estão dispostas nos três ambientes que compõem a exposição, distribuídos
em seqüência, a conforme planta na última página dessa cartilha de orientação. Para melhor
apreciação do conteúdo da exposição, é muito importante que os monitores direcionem os
alunos a seguirem a seqüência contida na planta.
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5. 1- Bunner apresentação
2- Bunner “Lira Araçatubense ” – Perimeira e Segunda banda de Araçatuba.
Alcides Nunes
3- Bunner “Nosso maestros” - Este bunner é uma homenagem aos maestros que passaram
pela corporação musical de Araçatuba e/ou banda municipal. Embora as buscas por fotografias
desses antigos maestros tenha sido grande, ainda faltam fotografias de alguns.
4- Bunner “Nossos coretos” - No inicio da cidade e até meados da década de 50, a principal
diversão e centro cultural eram os coretos, que são coberturas situada ao ar livre, em praças e
jardins, para abrigar bandas musicais em concertos, festas e romarias. Também é usado para
apresentações políticas e culturais. Em Araçatuba, foram três os coretos construídos na praça
central, a Rui Barbosa.
5- Banner “A furiosa” - Apelido dado à antiga orquestra municipal, sendo esta, a banda ainda
em atividade mais antiga da região. Hoje ela não mantém mais as características de
antigamente, instrumentos mais modernos foram incorporados, assim também como um
repertório mais atual. No banner estão fotografias de alguns momentos da Banda Municipal.
6 - Redoma de partitura mais antiga e quepe da banda - O Museu da Música de Araçatuba
conta com cerca de 500 partituras que vão do inicio da colonização da cidade até os nossos
dias. As mais antigas, datadas de 1901, foram escritas a punho em outros lugares e regiões e
posteriormente trazidas para Araçatuba por maestros e músicos da cidade para integrar assim
o repertório das primeiras bandas. Outras partituras da década de 30 em diante, foram
escritas na cidade de Araçatuba, muitas delas pelo maestro Luis Maizano (regente da
corporação musical de Penápolis até 1937 e depois em Araçatuba no ano de 1938 até a década
de 40). O acervo conta com a composição mais antiga da cidade escrita pelo maestro Luiz
Maisano (a punho), sendo que a composição é do maestro anterior, José Novaes.
O quepe fazia parte do uniforme da banda municipal, também conhecida como “A Furiosa”,
devido na época do maestro Luiz Maisano ter chegado à cerca de 40 músicos, o que
proporcionavam um imenso e alto som.
7- Redoma de Partituras do Maestro Luiz Maisano - Nascido na Itália, filho de uma família de
maestros (seu Bisavô Luigi Maisano e seu pai Michelino Maisano), Luiz Maisano bem cedo já
acompanhava o pai em apresentações musicais nos acampamentos militares da primeira
guerra mundial para animar as tropas. Com 14 anos de idade, foi trazido para o Brasil
amarrado num navio (pois não queria vir) juntamente com sua família onde se instalaram em
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6. Araraquara e posteriormente em Jaboticabal, tendo seu pai (Michelino Maisano) formado uma
famosa orquestra naquela cidade. Na década de 30, Luiz Maisano já como regente veio para
Penápolis dirigir a corporação municipal daquela cidade e posteriormente a pedido do prefeito
Aureliano Valadão Furquim se mudou para Araçatuba para ser o segundo regente oficial da
corporação musical do município.
Luiz Maisano deixou vasta obra escrita (cerca de 50 partituras completas para todos os
naipes somente enquanto foi regente em Araçatuba e Penápolis), adaptações e arranjos de
músicas clássicas e populares para banda municipal “A Furiosa”, todas escritas a punho, muitas
delas em ótimo estado de conservação e legíveis. É impressionante a organização do maestro
e a capacidade criativa de adaptar obras complexas como Mozart, G. Verdi, entre outros.
Todos os documentos possuem data, local e assinatura do maestro evidenciado assim sua
capacidade organizacional, sendo que todo este acervo encontra-se no Memorial da Música de
Araçatuba.
No final da década de 40, o maestro Luiz Maisano foi internado no Hospital
Psiquiátrico do Juqueroi – SP, devido a uma forte depressão por causa da morte do seu filho
caçula (Luizinho) que também tocava na orquestra. Meses seguintes há indícios de que foi
assassinado a pauladas por um interno, o que pode ser fortemente evidenciado através da
cópia do Atestado de Óbito de sua morte em 1947 que diz que a causa foi devido a fraturas no
crânio e múltiplas lesões nas costelas.
8- Bunner Vistas de Araçatuba (Igrejas e Praças) - Igrejas e praças sempre foram pólos de
cultura central no inicio da formação das cidades, as igrejas (com seus hinos religiosos, os
coros e órgãos) e as praças (com os coretos para apresentação das bandas) eram locais de
grande aglomeração de pessoas. Nos dias de hoje, as praças perderam esta força de
aglomeração e centro cultural, porém as igrejas aumentaram progressivamente este foco
cultural e de produção musical, com instrumentos cada vez mais modernos, arrastando
multidões e propiciando verdadeiros shows de bandas e músicos.
9- Prateleiras com Objetos de Músicos –
- Acordeon utilizado por Zélio Terra em sua orquestra “Os colegiais” e “Zélio e sua Orquestra”
nos anos 50.
- Escaleta utilizada pela banda “The Yellows” que embalou as noites e bailes de Araçatuba nos
anos 60 e 70. Esse instrumento também foi utilizado para gravar o primeiro compact disc da
banda.
- Afoxé - Instrumento musical composto de uma cabaça pequena redonda, recoberta com uma
rede de bolinhas de plástico parecido com o Xequerê sendo que o afoxé é menor. O som é
produzido quando se giram as missangas em um sentido, e a extremidade do instrumento (o
cabo) no sentido oposto. Antigamente era tocado apenas em Centros de umbanda e no
samba. Atualmente, o afoxé ganhou espaço no Reggae e música Pop. Este instrumento em
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7. amosta, pertence ao músico e cantor Aires Buchi e o acompanhou no inicio de sua carreira.
Aires Buchi integrou o grupo “Astros do Amanhã”.
10- Órgão de fole da Igreja Matriz - A arte religiosa também é bastante presente na região.
Este instrumento em amostra foi durante muitos anos utilizado na igreja Matriz da cidade para
realização das cerimônias e missas.
11- Redoma “Shamizen” – instrumento de cordas japonês, muito provavelmente construído
aqui na região com madeira e pele de cobra, por algum músico imigrante japonês. O Shamizen
original possui uma caixa de ressonância recoberta com um fina pele de cordeiro.
12- Violino Bruno Zago - Aos 89 anos, é um luthier araçatubense que fabrica violinos, violas,
violoncelos e contrabaixos. Aprendeu a arte de confeccionar instrumentos na década de 50 e
hoje há instrumentos seus espalhados pelo mundo. O seu ofício está sendo passado para seu
filho mais velho, Marcelo Zago, dando continuidade nesta arte. O violino em amostra foi
doado pelo próprio Bruno Zago, sendo o primeiro da série B. Zago e construído nos anos 60.
Foi restaurado por Marcelo Zago para integrar o acervo do Museu da Música de Araçatuba.
13- Bunner Luthiers de Araçatuba - Araçatuba teve diversos luthiers, em épocas de difícil
acesso à instrumentos, muitos fabricavam seus próprios instrumentos para uso particular e
outros para comercialização. Mas o primeiro instrumento fabricado em série em Araçatuba
para comercialização em massa, são os cajóns FSA que estão sendo vendidos para todo o Brasil
e exterior. De propriedade de Victor Menezes, a empresa se localiza na rua do Fico e além de
cajón de excelentíssima qualidade, também fabrica bongôs de praia.
Cajón (pronúncia CARROM) é o aumentativo da palavra caja, caixa em espanhol. O Cajón um
instrumento de percussão que teve sua origem no Peru colonial, onde os escravos africanos,
separados de seus instrumentos de percussão, utilizaram-se de caixas de madeira e gavetas
(outra tradução para Cajón) para tocarem seus ritmos. Daí dizer que sua origem é afro-
peruana. Com o passar do tempo o instrumento transformou-se no que conhecemos hoje por
cajon.
O instrumento encanta pela simplicidade, desempenho, por sua assombrosa vibração e
versatilidade. Por tratar-se de um instrumento muito simples e barato, o cajón vem se
popularizando cada vez mais no Brasil, tanto entre os músicos profissionais quanto entre os
amadores, revelando-se um acompanhamento muito rico para voz e violão. O cajón é
extremamente versátil para praticamente todos os ritmos, podendo ser utilizado
acusticamente, microfonado, provocando no espectador a sensação de “onde está a bateria?”,
e ainda apresentar excelente resultado em gravações de estúdio.
No banner estão fotografias dos principais luthiers de Araçatuba – Nivaldo Muniz, Bruno Zago
e Victor Menezes.
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8. 14- Redoma Guitarra do Makô e Edmundo Alves - Fabricado apenas para uso particular, esses
dois músicos criativos driblaram as dificuldades que era adquirir um instrumento na época e
confeccionaram suas próprias guitarras. A guitarra preta, de propriedade de César Amauri
Okada (Makô) e em formato nada convencional, se destacou na região sendo utilizada pelo
próprio músico e luthier na primeira banda de heavy metal de Araçatuba e região, a banda
Adrenaline.
A segunda guitarra, de propriedade de Edmundo Alves (um dos maiores músicos de Araçatuba
e região), em formato de remo, também ficou bastante conhecida nas mãos de seu fabricante.
Ambas as guitarras são de madeira maciça e com alguns componentes e botões retirados de
aparelhos de rádio.
15- Bateria do “Carioca” - Bateria Gope – Esta bateria era uma marca muito utilizada entre os
anos 60 e 70 por diversos músicos do Brasil. Este exemplar pertenceu ao baterista Carioca, que
foi um dos primeiros ícones da bateria em nossa região. Tocou na orquestra do Pedrinho de
Guararapes e na orquestra “Os Guanabaras”, tendo viajado todo país com esta última.
16- Gramofone e disco 78 RPM - Os primeiros discos eram fabricados de cera de carnaúba, e
devido a isso, eram muito frágeis, podendo trincar ou quebrar ao menor contato. Em
Araçatuba algumas duplas sertanejas de raiz gravaram discos na época em que ainda se
produzia o 78 RPM, é o caso da dupla Dúo Rancheiro, Tião Carreiro, etc... Épocas mais tarde, os
discos de cera de carnaúba foram substituídos pelos de vinil, este último mais maleáveis, de
menor fragilidade e mais duráveis que seu antecessor.
17 - Bunner “A era do disco” – imagens do período em que se iniciou a fabricação de discos no
Brasil. Fundada pelo tcheco Fred Figner em 1900, situada à Rua do Ouvidor nº 107, a Casa
Edison (homenagem a Thomas Edison, o inventor do fonógrafo) foi um estabelecimento
comercial destinado inicialmente à venda de equipamentos de som, máquinas de escrever,
geladeiras etc. Após dois anos de funcionamento tornou-se a primeira gravadora de discos no
Brasil. No ano de sua fundação, Fred Figner escreveu para a companhia Gramophone de
Londres, solicitando que a firma enviasse ao Brasil técnicos gringos para gravar música
brasileira. Com a vinda do técnico alemão Hagen, Figner instalou uma sala de gravação anexa à
Casa Edison, na Rua do Ouvidor nº 105. Foram então gravados os primeiros discos brasileiros,
em seguida enviados ao velho continente para serem prensados.
18 - Redoma dos principais trabalhos de músicos de Araçatuba, gravados em Long Players
19 - Bunner Long Players de Araçatuba - Os músicos e artistas de Araçatuba deixaram um vasto
registro em áudio que podem ser evidenciados na grande quantidade de produção
artístico/musical de discos de vinil. Até a década de 70, a maioria dos discos de vinil eram de
8
9. duplas sertanejas e música raiz, porém nas décadas seguintes há uma crescente produção
fonográfica de outros estilos.
20 - Redoma dos principais trabalhos de músicos de Araçatuba, gravados Compactos Simples e
Duplos
21 - Bunner Compacto Simples e Duplo - Os músicos e artistas de Araçatuba deixaram um
vasto registro em áudio que podem ser evidenciados na grande quantidade de produção
artístico/musical de discos de vinil. Até a década de 70, a maioria dos discos de vinil eram de
duplas sertanejas e música raiz, porém nas décadas seguintes há uma crescente produção
fonográfica de outros estilos.
22 - Redoma dos principais trabalhos de músicos de Araçatuba, gravados em CDs.
23 - Banner Principais CDs de Araçatuba - Nos anos 90 inicia-se no Brasil e no mundo uma larga
escala de produção de cds. Até 93, ainda era possível escolher a obra de um artista de
qualquer parte do planeta em K7, Vinil ou Cd. A partir de 95, já com muitos aparelhos (3 em 1,
micro-system, entre outros que tocavam cd) em ofertas nas lojas, este quadro começou ser
alterado e as gravadoras passam somente a produzir o cd de áudio.
O primeiro cd de áudio de um grupo musical de Araçatuba foi da banda gospel
Philadelphia que iniciou seus trabalhos no inicio dos anos 90 durando até os dias atuais já com
vários cds gravados.
24 - Bunner Década de 10/20 – fotografias de músicos, orquestras da década.
25 - Bunner Década de 30/40 - fotografias de músicos, orquestras da década.
26 - Bunner Década de 50/60 - fotografias de músicos, orquestras da década.
27 - Bunner Década de 70/80 - fotografias de músicos, orquestras da década.
29 - Bunner Década de 80/90 - fotografias de músicos, orquestras da década.
29 - Banner Tião Carreiro com letra “Filho de Araçatuba”
José Dias Nunes, saiu de Montes Claros (MG) e se instalou na cidade de Valparaíso.
Trabalhando em roças, Tião Carreiro (seu nome artístico que o consagrou) aprendeu a ler,
escrever e tocar violão sozinho. Trabalhou como garçom e muitas das vezes tocava violão para
agradar os fregueses do hotel em que trabalhava. Iniciou seu carreira se apresentando em
circos e rádios e com seu amigo Valdomiro (o Lenço Verde) adotando o nome de Zezinho, sua
primeira dupla. Após um show da dupla Tonico e Tinoco em um circo na cidade de Araçatuba,
Tião conheceu a viola, decorou a afinação e mais uma vez aprendeu a tocar sozinho.
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10. Em 1944 veio morar em Araçatuba na rua Bernadino de Campos, 44 onde neste local
pernoitava muitos peões, oportunidade na qual ele podia tocar para esses peões.
João Brússolo, gerente geral de uma emissora de rádio, possibilitou José Dias Nunes
sua primeira apresentação em Araçatuba. Foi encorajado pelos técnicos e locutores a tocar a
viola de 12 cordas. Na rádio cultura conheceu Tietezinho tendo formado dupla com este
mudando seu nome para palmerinha e depois Zé Mineiro. Passou a fazer shows nas cidades da
região, escrevia e compunha as músicas que cantava, muitas delas eram elogios aos
fazendeiros de Araçatuba, amantes da música sertaneja.
Foi num circo em Araçatuba que José Dias Nunes conheceu Antônio Henrique Lima,
seu futuro companheiro de dupla, o Pardinho. No começo José Dias Nunes adotou o nome Zé
Mineiro e Pardinho e somente depois mudou para João Carreiro e Pardinho e por último Tião
Carreiro e Pardinho, nome este sugerido por Teddy Vieira (diretor da RCA).
Estava formada a dupla Tião carreiro e Pardinho tendo gravado seu primeiro disco em 1956.
Além da música, a dupla encenou duas peças de teatro e gravou um filme, “Sertão em Festa”
(Também compõe o acervo da ALMA).
Tião ao longo de sua carreira veio a fazer dupla com diversos outros cantores, porém
com Pardinho foi a que mais durou. Divulgavam Araçatuba por onde passavam em entrevistas
e em suas músicas. Uma delas “Filhos de Araçatuba” foi composta por Tião Carreiro e Moacyr
dos Santos Domingos. Lançou 25 discos de 78 RPM e mais de 50 LPs com diversos parceiros, 2
LPs com solos de viola caipira e fez mais de 300 composições.
Inventor do Pagode, ritmo diferente em que a viola batia cruzado com o violão, numa
mistura de recorte do catira lento com o recortado mineiro mais expressivo. O pagode foi
criado por Tião Carreiro na rádio cultura de Maringá/PR; Tião começou a bater com sua viola e
conseguiu fazer a junção da viola com o violão na mesma gravação. Chegando em São Paulo,
tocou a fita para o Lourival dos Santos – consagrado compositor sertanejo e Teddy Vieira e
estes ao ouvi-la , comentaram, parece um pagode – pagode em Minas Gerais era baile, e
estava batizado o novo ritmo, e Tião Carreiro tornou-se “O Rei do Pagode”.
O primeiro pagode a ser gravado foi “Pagode em Brasília", na cultura da música raiz, o
Pagode sertanejo é hoje um dos ritmos mais tradicionais, tendo projetado Tião Carreiro por
seu toque marcante e inconfundível, passando a enriquecer a lista dos ritmos regionais.
Faleceu em 1993.
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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Folha da Região, Coleção Araçatuba 100 anos, 2008
- Site Oficial de Tião Carreiro - www.tiaocarreiro.com.br
- JUNCAL, Fabriciano - A verdadeira história de Araçatuba.
Depoimentos
- Orlando Filó – ex-integrante da Orquestra Municipal de Araçatuba “A Furiosa” entre os anos
30 e 40.
- Aires Buchi – cantor e integrante do Astros do Amanhã e “Os Guanabaras”.
- Areobaldo Monfredini – Maestro e líder da orquestra “Os Guanabaras”.
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