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Agrupamento de Escolas João Villaret
Loures
Projeto de Intervenção Pedagógica
no âmbito do procedimento concursal à eleição do Diretor
“Uma Escola com e para Todos”
(in Projeto Educativo 2019/2023)
Paula Cristina Marques Natálio
(Professora do Quadro do Agrupamento de Escolas João Villaret)
Quadriénio 2020/2024
2
Índice
Pág.
Introdução 3
Breve Caracterização do Agrupamento 6
- Escolas 6
- Comunidade Educativa 9
- Alunos 9
- Docentes 10
- Pessoal Não Docente 10
-Ofertas Educativas, Atividades de Complemento 11
e Enriquecimento Curricular, Projetos e Parcerias
- Pontos Fortes / Facilitadores 12
- Pontos Fracos / Constrangimentos 14
Missão 15
Áreas de Intervenção 16
Plano de Ação 16
Eixos Estratégicos de Intervenção 24
-Educação para a Cidadania 25
- Educação Inclusiva 25
- Resultados Escolares 26
- Resultados Académicos 26
- Resultados Sociais 27
Conclusão 28
Referências Bibliográficas 30
3
Introdução
“ O novo século (…) encerra um precioso tesouro que pode ser a chave da conversão de uma
utopia inalcançável em visão motora e mobilizadora das consciências e das boas vontades. Esse
fabuloso tesouro a descobrir pelas gerações vindouras (...) é nada mais nada menos do que a
Educação.”
(Roberto Carneiro in Educação – Um Tesouro a descobrir, Edições Asa)
Partindo da convicção de que é na educação que se encontra a chave para o sucesso pessoal,
profissional e social de todos os cidadãos, pretende-se reinventar esse “tesouro”, atribuindo-lhe
sentido, utilidade e fazendo dele um fim e um princípio, que norteia todas as ações e decisões,
contribuindo para uma sociedade mais justa, onde todos têm a oportunidade de encontrar e
percorrer o seu caminho.
Apesar de se ter consciência que a escola de hoje enfrenta vários e diversificados desafios,
que vivemos num mundo em constante mutação, que o que era tido como verdade absoluta
rapidamente deixa de o ser, que aquilo em que acreditávamos vivamente se desvanece a cada
momento, move-nos a convicção que, unindo esforços e tendo bem presente os objetivos definidos,
podemos dar o nosso contributo para “Uma escola com e para todos”. Uma escola em que o todo e a
parte sejam tidos em atenção, uma escola com identidade, uma escola com cultura, uma escola com
diversidade, uma escola de oportunidades, uma escola que favorece a partilha, a cooperação, a
participação, a responsabilidade, uma escola que reconhece, encoraja, valoriza. Uma escola que
proporciona o desenvolvimento harmonioso e equilibrado de todos os que nela verdadeiramente se
envolvem, uma escola que se mobiliza para que esta realidade seja efetiva. Para tal, pretende-se
seguir uma metodologia que já deu provas de contribuir para um clima de satisfação entre os
diferentes intervenientes no ato educativo, uma metodologia de trabalho que assenta na distribuição
de tarefas, na rentabilização do potencial de cada um, na partilha de experiências e aprendizagens,
na reflexão, na análise, na criação de novas perspetivas e na abertura de novos caminhos, a qual
converge para o aumento significativo dos níveis de satisfação pessoal e profissional, investindo-se
na construção de um sentimento de pertença a um grupo de trabalho no qual cada um faz parte do
todo, trabalhando nesse sentido e dando o seu efetivo contributo para a melhoria de todas as
atividades realizadas. Partilha-se da perspetiva de Almeida (1996) “gerir implica levar grupos de
pessoas a atingirem objetivos (p.9). Cabe, então, ao gestor individualmente ou com a ajuda dos que
o rodeiam, trilhar o caminho que conduz a tomadas de decisão adequadas, no momento certo, nunca
perdendo de vista os objetivos que o norteiam.
O presente projeto de intervenção é ele próprio o culminar de um processo de reflexão
pessoal, assente na partilha de experiências, nas vivências com e na escola, nos constrangimentos
4
sentidos, nas alternativas construídas, nas estratégias desenvolvidas e nas inúmeras oportunidades
que a escola proporciona a quem a ela verdadeiramente se dedica.
Encarando a escola como um palco de inúmeras e diversificadas interações, partindo de todo
o trabalho que já foi realizado, aproveitando todos os recursos disponíveis, com profissionalismo,
dedicação, criatividade e bom senso, pensamos ser possível fazer sempre mais e melhor.
Assim, pretende-se com o presente Projeto de Intervenção Pedagógica evidenciar as
preocupações educativas, pedagógicas, pessoais, profissionais e sociais, que emergem de uma
forma de pensar e agir assente na reflexão, partilha e cooperação, alicerçada em critérios de justiça,
equidade, imparcialidade, qualidade, competência, responsabilidade, transparência e
profissionalismo, visando clarificar o sentido das mudanças qualitativas que a organização
educativa exige, para o sucesso educativo e para a vida dos sujeitos centrais de todo o processo – os
alunos.
A elaboração deste projeto teve por base o conhecimento e a experiência adquirida ao longo
de vinte e nove anos como docente, dezanove dos quais nesta escola, onde foi possível o
desempenho de diferentes cargos de coordenação técnica e pedagógica e o envolvimento em
múltiplos projetos, existindo um relacionamento direto com todos os intervenientes no ato
educativo, o que possibilita uma ideia clara e um conhecimento profundo da realidade e do contexto
deste Agrupamento de Escolas. O Projeto Educativo, o Regulamento Interno, o Plano Anual e
Plurianual de Atividades (PAPA), o Plano de Melhoria e o Relatório da Avaliação Interna e Externa
nortearam o pensamento e foi nestes documentos que foram recolhidos os dados que se apresentam.
Trata-se de documentos estratégicos, resultantes da participação, negociação e contributo da
comunidade educativa, aos quais se pretende dar continuidade, contando com uma equipa de
profissionais que merecem respeito por todo o trabalho que têm desenvolvido, por toda a dedicação
que têm revelado, por todos os sucessos que têm possibilitado, pelos seres humanos íntegros,
honestos, idóneos que são, destacando desta equipa o atual Diretor do Agrupamento, com o qual se
contará para a concretização deste projeto e o qual será, certamente, uma mais-valia na sua
operacionalização.
No que diz respeito à caracterização da escola, pretende-se, de forma sintética, fazer um
retrato das diferentes realidades existentes no agrupamento, dos diferentes cenários e palcos de ação,
todos eles com especificidades, mas, ao mesmo tempo, todos eles trabalhando para o mesmo fim,
norteando-se pelos mesmos princípios e objetivos. Importa conhecer o meio, o público-alvo, as
condições humanas e materiais, os pontos fortes e os constrangimentos. A este respeito Pinto (1991)
refere que quem deseja intervir e participar conscientemente na escola tem de a compreender, tem
de tentar percebê-la enquanto realidade social. “Intervir, gerir ou administrar uma escola é interagir
com pessoas, situadas num contexto determinado e sujeitas a regras de jogo específicas” (p.14).
5
Cada professor, cada aluno, cada encarregado de educação... contribui de diferentes formas para a
prossecução das finalidades definidas pelos órgãos de gestão, assumidas por todos aqueles que se
sentem implicados neste processo.
Segue-se a definição da missão e das áreas de intervenção, para as quais se propõem ações
concretas a realizar, assumindo-se os eixos estratégicos de intervenção enunciados no Projeto
Educativo do Agrupamento.
O caminho faz-se todos os dias, faz-se caminhando. Por vezes, é necessário fazê-lo de forma
solitária, pensando, refletindo, ajustando… Outras, caminhando com aqueles que necessitam do
nosso conhecimento, orientando-os, norteando percursos e aprendizagens. Há caminhos que se
fazem sozinhos, outros em pequenos grupos, partilhando espaços, tempos, saberes e experiências e
alguns em grupos mais alargados em que cada um leva consigo os caminhos já percorridos e traz
consigo a bagagem partilhada. Uns e outros são importantes, mas o caminhar acompanhado torna o
percurso mais interessante e profícuo. Tendo em conta tudo isso, em síntese, pretende-se abraçar
esse desafio, percorrer esse caminho e ultrapassar os obstáculos que vão surgindo. Conscientes de
que o sucesso depende de inúmeros fatores, acalenta-se a ideia de se poder dar o contributo para que
ele seja uma realidade. Acalenta-se a ideia de poder deixar, tal como se recebeu, marcas vivas e
credíveis para quem posteriormente deseje trilhar esse mesmo caminho.
Em todas as equipas de trabalho, naturalmente, há um líder, alguém que dirige, organiza,
orienta e se certifica que o trabalho ou a meta é atingida. Este pode ou não ser reconhecido pelos
outros como tal e esse, parece-nos, ser o ponto fulcral da questão. Um líder que é aceite e
reconhecido enquanto tal é capaz de fazer despertar nos outros aquilo que de melhor têm. É aquele
que rentabiliza os pontos fortes de cada um, minimizando aqueles que aparentemente são mais
frágeis, pois, unidos e bem guiados, todos os elementos de um grupo ou equipa de trabalho se
tornam mais fortes e coesos.
Um bom líder é aquele que genuinamente é capaz de se colocar e compreender o ponto de
vista do outro. Este detém um excelente conhecimento de todos os elementos do grupo, os quais,
por sua vez, também o conhecem e respeitam. Esta relação de confiança e conhecimento mútuos é
meio caminho andado no sentido de se alcançar o sucesso desejado, o sucesso pessoal e o sucesso
coletivo. Grupos motivados, entusiasmados, que veem reconhecido o seu esforço e o seu mérito, são,
certamente grupos mais “felizes” e, consequentemente, mais eficazes e produtivos.
Uma boa liderança tem de assentar em princípios éticos e morais, tem de servir o todo e
cada uma das partes. Um bom líder é aquele que, tendo em conta o contexto, as necessidades, as
dinâmicas existentes, as suas características e as dos outros elementos do grupo, é capaz de
influenciar e ser influenciado, é capaz de dividir responsabilidades, multiplicar elogios, reduzir
frustrações e aplaudir os méritos (pessoais e coletivos). É este tipo de liderança que se pretende
6
seguir, é este líder que se pretende ser, é esta a gestão que se pretende fazer!
Breve Caracterização do Agrupamento
- Escolas
Do agrupamento de Escolas João Villaret fazem parte oito Jardins de Infância, sete escolas
do 1.º ciclo e uma escola do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, sendo esta última a sede de
agrupamento. Estes estabelecimentos de ensino, com características e necessidades próprias,
situam-se no concelho de Loures, abarcando as freguesias de Loures e Santo Antão/São Julião do
Tojal.
A Escola do Ensino Básico 2,3 João Villaret, situada na freguesia de Loures (Infantado)
ocupa, desde outubro de 2009, novas instalações. Foi com muito agrado que toda a comunidade
educativa, que há muito almejava melhores condições de trabalho, viu concretizadas as suas
ambições. Apesar de ainda não possuir um pavilhão gimnodesportivo, estando aulas de Educação
Física sujeitas às condições atmosféricas e a um espaço inadequado às necessidades sentidas, é uma
escola que tudo tem para proporcionar um ambiente propício à educação dos mais novos. Entre
outros recursos, possui uma biblioteca integrada na Rede de Bibliotecas Escolares (RBE)
amplamente frequentada pelos alunos, professores e outros agentes educativos, que serve muitas
vezes como palco de ações diversificadas de carácter pedagógico; um pequeno auditório, com uma
lotação claramente inferior ao que seria expectável, mas que em muito tem contribuído para a
dinamização de atividades, que enriquecem o currículo escolar; um refeitório, que diariamente
proporciona refeições a um número significativo de alunos; uma sala de alunos recentemente
decorada; uma sala destinada à disciplina de Educação Musical (com equipamento adequado); salas
destinadas às ciências (com pequenos laboratórios) salas destinadas à Educação Visual e à Educação
Tecnológica (que cobrem as necessidades sentidas); uma sala equipada com computadores e várias
salas que funcionam como gabinetes de trabalho. Apesar de todas estas condições, continuam a
existir alguns constrangimentos relacionados com a dispersão das salas de aulas (três blocos com
dois pisos, ligados entre si), com o crescimento da população escolar (trata-se de uma escola de
tipologia para vinte e cinco turmas, onde já funcionaram trinta e seis turmas), com a falta de
materiais (principalmente os relacionados com o Plano Tecnológico da Educação) e com as faltas de
assistentes operacionais, que obrigam a uma gestão difícil dos recursos humanos, com particular
prejuízo da escola sede. Atualmente, existem na escola oito turmas de 5.º ano, nove de 6.º ano, seis
de 7.º ano, cinco de 8.º ano e cinco de 9.º ano (incluindo uma turma de PCA) e uma sala de Ensino
Estruturado, servindo um total de oitocentos alunos.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Infantado, pertence
igualmente à freguesia de Loures, funciona num edifício inaugurado em 1993, que, apesar de
apresentar boas condições de trabalho, necessita de ser requalificado para dar resposta às
7
solicitações/listas de espera atuais e futuras, atendendo ao previsível crescimento demográfico da
área em que se insere. Nesta escola, existe um espaço polivalente onde funciona o refeitório e onde
são desenvolvidas as atividades desportivas. Estas também podem ser desenvolvidas no espaço
exterior da escola, que apresenta condições suficientes. Os alunos têm também ao seu dispor uma
biblioteca integrada na RBE. Atualmente, existem nesta escola catorze turmas de 1.º ciclo e quatro
grupos de educação pré-escolar, num total de quatrocentas e vinte e quatro crianças e alunos.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Fanqueiro ocupa um
edifício, que foi remodelado em 2009, apresentando, neste momento, melhores condições de
trabalho. A existência de uma biblioteca escolar integrada na RBE, de um pequeno pavilhão e de um
refeitório, revelam-se como uma mais-valia no dia a dia da escola. Esta escola apresenta uma taxa
de ocupação demasiado elevada, uma vez que dispõe de cinco salas de 1.º ciclo para dar resposta a
onze turmas, encontrando-se dez delas a funcionarem regime desdobramento e uma outra a
funcionar num monobloco, instalado dentro do perímetro das instalações escolares, necessitando, de
forma gradual, reduzir o número de alunos. Atualmente frequentam esta escola cerca de trezentos e
quarenta e dois alunos, distribuídos por onze turmas de 1.º ciclo, quatro grupos de educação pré-
escolar e uma unidade de ensino estruturado.
Na freguesia de Santo Antão do Tojal/São Julião do Tojal encontram-se situadas as restantes
escolas. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de Santo Antão do
Tojal sofreu, recentemente, alguns melhoramentos. As antigas instalações, que claramente
necessitavam de intervenção, estão agora mais amplas, funcionais e seguras. Neste estabelecimento
de ensino existe um refeitório e uma sala, onde funciona uma Biblioteca Escolar integrada na RBE.
Funcionam nesta escola três turmas de 1.º ciclo e um grupo de crianças de educação pré- escolar,
sendo frequentada por cerca de oitenta crianças.
Tanto o Jardim de Infância de Pinteus como o Jardim de Infância da Manjoeira
apresentam características bastante diferentes das escolas anteriormente referidas, já que ocupam
espaços reduzidos, mas proporcionais ao número de turmas/grupos existentes. No caso do Jardim de
Infância de Pinteus, encontra-se em funcionamento unicamente um grupo de jardim-de-infância
com vinte e três crianças. Este edifício está a necessitar de intervenção, por forma a conferir-lhe
maiores condições, já que não dispõe de refeitório, nem biblioteca escolar, sendo os espaços de
lazer diminutos e pouco diversificados. O Jardim-de-Infância da Manjoeira dispõe unicamente de
um grupo de vinte e três crianças de educação pré-escolar, sendo os espaços adequados ao número
de crianças e à faixa etária. No entanto, a existência de um polivalente seria uma mais-valia para a
comunidade educativa.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo da Manjoeira funciona com duas turmas do 1.º
ciclo (tinta e seis alunos). Trata-se de uma Escola de Plano Centenário, que foi adaptada, dispondo
8
de espaços adequados ao número de alunos que a frequentam. Não dispõe de biblioteca escolar nem
de refeitório, o que exige um esforço acrescido no sentido de responder às necessidades sentidas.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de À-das-Lebres
funciona num edifício de Plano Centenário adaptado e é frequentada por duas turmas de alunos do
1.º ciclo (quarenta alunos) e um grupo de vinte e cinco crianças de educação pré-escolar, não
dispondo de grande diversidade de espaços, proporciona condições razoáveis de trabalho e lazer.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de São Julião do Tojal
foi remodelada, dispondo de espaços adequados ao escalão etário dos alunos que frequentam este
estabelecimento de ensino. O espaço polivalente, o refeitório, os espaços exteriores e a biblioteca
integrada na RBE são, certamente, uma mais-valia na vida de toda a comunidade escolar. Nesta
escola existem cerca de duzentas e catorze crianças, distribuídas por seis turmas de alunos do 1.º
ciclo e três grupos de crianças de educação pré-escolar.
A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Zambujal é
atualmente frequentada por duas turmas de 1.º ciclo (quarenta e três alunos) e dois grupos de
crianças da Educação Pré-escolar (quarenta crianças). Apesar de se encontrar inserida numa zona
desfavorável do ponto de vista social e económico, esta escola apresenta todas as condições
necessárias à realização de um trabalho de qualidade. Os diferentes espaços existentes são
adequados e estão bem cuidados. A existência de um refeitório e de um extenso espaço exterior de
lazer, possibilitam responder às necessidades destes jovens, oriundos essencialmente dos PALOP.
Falta-lhe uma biblioteca, que poderia proporcionar outro tipo de vivências a estes alunos.
Em suma, podemos afirmar que a maioria das escolas do agrupamento possui os materiais e
as condições necessárias ao desenvolvimento da prática letiva, embora algumas necessitem de
intervenções. De um modo geral, os espaços são adequados, apresentando condições de segurança e
bem-estar. O crescimento do concelho fez disparar o número de alunos a frequentar as escolas do
agrupamento, encontrando-se algumas delas à beira da sobrelotação ou com listas de espera, o que
exige, todos os anos letivos, uma ponderação e organização minuciosas.
A dispersão geográfica, no que diz respeito ao desenvolvimento de atividades conjuntas e
articuladas, é tida como um constrangimento, que, ao longo dos anos tem vindo a ser minorado
graças ao investimento pessoal dos docentes dos diferentes níveis de ensino. É, muitas vezes, nas
reuniões do Conselho Pedagógico, nas reuniões de Conselhos de Turma ou da Biblioteca Escolar,
que esta articulação se efetiva, envolvendo docentes, assistentes operacionais e discentes. É nos
encontros formais ou informais que se partilham experiências, discutem constrangimentos, se
acertam estratégias, se minimiza o isolamento e as situações que podem originar a exclusão social e
se fomenta o clima de pertença a uma instituição, que tão bem caracteriza o sentir da esmagadora
maioria dos intervenientes no ato educativo. É de referir, ainda, que grande parte destes
9
estabelecimentos de ensino possuem Associação de Pais, que, mais ou menos ativamente, dão o seu
contributo para este sentir.
- Comunidade Educativa
- Alunos
Os alunos que frequentam as escolas do agrupamento apresentam características muito
heterogéneas, oriundos de diferentes partes do mundo, com hábitos culturais diversificados,
pertencem a estratos sociais muito diferentes, o que faz com que possamos afirmar que estamos na
presença de uma escola multicultural, onde se pretende que a diferença não constitua qualquer
obstáculo, mas que seja vista como algo que contribui para o enriquecimento de todos. No entanto,
a existência de algumas famílias social, cultural e economicamente desfavorecidas é uma
preocupação constante, estando a escola atenta a esta realidade e empenhada na procura de soluções
que minimizem diferenças de oportunidades e enalteçam a diversidade de experiências. Existe um
número significativo de famílias que vive de rendimentos provenientes da área do comércio e
serviços, alguns da construção civil e outros da agricultura. Muitos agregados familiares não
possuem qualificações profissionais, sendo as habilitações literárias muito reduzidas ou até mesmo
desconhecidas. Este cenário é particularmente importante, quando pensamos nas expectativas dos
alunos, na sua falta de assiduidade e pontualidade, na sua autoestima e nas suas experiências de vida.
É de referir que do universo de alunos que frequentam o agrupamento fazem parte alguns que se
encontram institucionalizados (Casa do Gaiato, Florinhas da Rua, Casa do Infantado-CrescerSer).
As questões relacionadas com o domínio da língua portuguesa também se colocam, uma vez que
muitos alunos, quando ingressam na escola, apresentam um deficiente ou inexistente domínio da
língua, sendo necessário encontrar soluções para que este problema possa ser rapidamente
ultrapassado. A escola, também nesta área, tem sabido desempenhar um papel fulcral, facilitando a
integração e o desenvolvimento harmonioso de todos.
Os dados que seguidamente se apresentam dizem respeito ao ano letivo transato, por se
considerar possibilitarem uma leitura mais real, foram retirados do Projeto Educativo do
Agrupamento e possibilitam uma contextualização da população discente do agrupamento.
Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo
Número de Alunos/Crianças 394 889 404 337
Frequentam as AAAF/AEC* 375 794 ________ _________
Subsidiados pela Ação Social Escolar 122 235 125 96
Abandono Escolar ____________ 0 7 3
Acompanhados em Educação Especial 13 52 43 35
10
Sucesso Educativo ________ 95,7% 89,1% 91,2%
Quadro de excelência ________ 4.º ano - 13 25 19
Prémio Villaret ________ 4.º ano- 12 6.ºano-15 9.º ano - 1
*Atividades de Animação e Apoio à Família/Atividades de Enriquecimento Curricular
A leitura do quadro anteriormente apresentado permite-nos concluir que as percentagens de
sucesso, fundamentais para o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, se situam a um nível
muito satisfatório. Apesar de um grande número de famílias serem economicamente carenciadas e
não terem a possibilidade de fazer um acompanhamento mais direto dos seus educandos, o esforço
conjugado de todos os agentes educativos tem vindo a revelar-se profícuo. Esta é uma realidade que
também pode ser constatada nos resultados da avaliação externa.
O contexto sociocultural de alguns dos alunos remete-nos para iminentes situações de
abandono escolar. A garantia de iguais oportunidades para todos contribuiu para a redução da taxa
de abandono, que se situa em números residuais.
Salienta-se, ainda, a existência de um grupo de alunos cujos resultados académicos muito
orgulham a comunidade educativa.
- Docentes
O corpo docente, embora em alguns casos bastante envelhecido, tem mantido a estabilidade
desejada, permitindo um melhor conhecimento do contexto educativo, uma maior rentabilização
dos recurso disponíveis e a desejada continuidade pedagógica. As oscilações são pontuais e mais
visíveis na escola sede.
Os resultados anteriormente expostos são, não só o culminar do empenho de alunos e
encarregados de educação, mas também da dedicação dos docentes, que, ao longo dos anos, têm
minimizado diferenças e otimizado recursos. Para que tal fosse possível, trabalharam em conjunto,
unindo esforços, vinte docentes da Educação Pré-escolar, cinquenta e sete do 1.º ciclo do Ensino
Básico, sessenta do 2.º e 3.º ciclos e catorze docentes de Educação Especial.
- Pessoal não docente
Igualmente importante considera-se o trabalho realizado pelo pessoal não docente,
mostrando-se disponíveis para apoiarem professores e alunos, o seu contributo para o bom
funcionamento das instituições é imprescindível. Salienta-se, no entanto, que os setenta e dois
Assistentes Operacionais, os oito Assistentes Técnicos e os três elementos da equipa SPO (que neste
momento se encontra reduzido a uma psicóloga) são considerados claramente em número inferior,
tendo em conta as necessidades sentidas e as características das diferentes escolas do agrupamento.
Frequentemente, é necessário deslocar Assistentes Operacionais da Escola sede do Agrupamento
para outras escolas, isto acontece sempre que algum funcionário se encontra a faltar, diminuindo a
11
capacidade de vigilância dos espaços interiores e exteriores da escola sede, que para além de
extensos, encontram-se dispersos. No que diz respeito aos Assistentes Técnicos, que têm de dar
resposta tanto a assuntos relacionados com a área pessoal, alunos, contabilidade, gestão financeira e
SASE, têm conseguido responder às diferentes solicitações, embora, muitas vezes, com muita
sobrecarga de trabalho, mas, com profissionalismo e boa vontade, têm sabido definir prioridades.
- Ofertas Educativas/Atividades de Complemento e Enriquecimento Curricular,
Projetos e Parcerias
No sentido de possibilitar experiências significativas a todos os alunos, a escola tem vindo a
mobilizar-se, dispondo neste momento de um leque de atividades formativas e diversificadas, que
contribuem largamente para a uniformização de oportunidades e experiências. Apostando em
parcerias estratégicas, em projetos e outras atividades de interesse reconhecido, foi possível
desenvolver uma dinâmica, que envolve toda a comunidade educativa, motivando professores,
alunos e restantes agentes educativos. A título de exemplo, apresentam-se algumas destas ofertas,
projetos e parcerias.
Ofertas Educativas /ACEC* Projetos Parcerias
- Ensino Articulado Artístico
Especializado no âmbito da
Música – 2.º e 3.º Ciclos
- Percurso Curricular
Alternativo
(PCA) – 3.º Ciclo
-Unidades de Ensino
Estruturado, 1.º, 2.º e 3.º
Ciclos
-Apoio Educativo a Alunos
com NE
-AEC: Atividade Física e
Desportiva, Educação e
Expressão Musical e
Expressão Artística e
Corporal (1.º ciclo)
-Oficina de Português
-Oficina de Matemática
-Oficina de Inglês
- Mentes
Sorridentes
-Fablab Escolar
-Atividades da
BE/CRE
-Educação para a
Saúde
-Clube de Ciência
Viva
-Clube de Dança
-Clube de
Jornalismo
-Clube de Teatro
-Desporto Escolar
(Boccia
Basquetebol,
Futsal, Ténis de
Mesa)
-ECO-Escolas
-Câmara Municipal de Loures
-Junta de Freguesia de Loures, Junta de
Freguesia de Santo Antão do Tojal e S. Julião
do Tojal
-Associações de Pais e Encarregados de
Educação
-Hovione
-Rotary Clube de Loures
-PMI – Portugal nas Escolas
-Rede de Escolas Associadas da UNESCO
-Associação Bandeira Azul
-Associação “Mentes Sorridentes”
-PSP/GNR – Escola Segura
-Polícia Municipal de Loures
-Bombeiros Voluntários de Loures e do
Zambujal
-Centro de Saúde de Loures
-Hospital Beatriz Ângelo
-Centro de Formação de Escolas - CENFORES
12
-Coadjuvação nas aulas de
Português e Matemática (2.º
e 3.º ciclos)
-Desdobramento nas
disciplinas de Português e
Inglês (5.º e 7.º anos)
-Projeto Sucesso Mais (PSM)
de Matemática
-Apoio Tutorial Específico
- Equipa de Intervenção
Pedagógica
-Oficina de Artes
-Ténis de Mesa
- Gabinete de
Apoio ao Aluno
- Serviços de
Psicologia e
Orientação
- Serviço Social
- A Paz Constrói-se
-Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa
-Instituto de Reinserção Social
-Comissão de Proteção de Crianças e Jovens
de Loures
-Instituto da Segurança Social
-Núcleo de Apoio às Crianças e Jovens em
Risco
-Tribunal de Loures
-Proteção Civil de Loures
-GesLoures
*Atividades de Complemento e Enriquecimento Curricular
- Pontos Fortes / Facilitadores
Tendo analisado e refletido sobre as indicações constantes nos documentos estruturantes do
agrupamento, nomeadamente o Projeto Educativo, onde, de forma clara e concisa são identificados
os desafios que a sociedade nos coloca, as fragilidades organizacionais, os constrangimentos
sentidos e as oportunidades de fazer mais e melhor, apresentar-se-á, seguidamente, os resultados da
análise SWOT efetuada, enumerando os pontos fortes e fracos identificados. Para além do
conhecimento que se possui do agrupamento, foram, também, tidos em conta os resultados da
Avaliação Externa do agrupamento e os dados constantes no Relatório da Avaliação Interna.
Considera-se que os processos de autoavaliação e as reflexões sistemáticas que são realizadas pela
comunidade educativa são indicadores credíveis dos níveis de satisfação de todos os intervenientes
no processo educativo e das ações que necessitam ser realizadas, permitindo uma maior
consciencialização dos constrangimentos e a superação das dificuldades sentidas. Tal como é
referido no Projeto Educativo (2019/2023) “Esta avaliação permite não só avaliar o grau de
exposição do Agrupamento a condicionantes externas, assim como orientar as ações a desenvolver
com vista à redução dos riscos externos identificados e à melhoria dos serviços prestados.” (p.12).
Tendo em conta a contextualização do agrupamento, foram consideradas oportunidades e
ameaças as seguintes situações:
Oportunidades Ameaças
-Requalificação do parque escolar,
que criou melhores condições
físicas e materiais nas escolas do
-Dispersão geográfica das escolas que dificulta a realização
de atividades conjuntas de ciclo;
-Alargamento do horário e das funções dos docentes;
13
Agrupamento;
- Bibliotecas Escolares, que
contribuem de forma significativa
para a articulação pedagógica e
enriquecimento do currículo dos
alunos, sendo um fator de difusão
do conhecimento;
-Aumento do ensino obrigatório
para 12 anos;
-Parcerias com instituições
regionais, nacionais e
internacionais;
-Elevado número de alunos por turma;
- Envelhecimento e cansaço do corpo docente;
- Desmotivação crescente de professores e alunos;
-Excesso de burocracia que prejudica o verdadeiro papel do
professor;
-Proliferação de normativos legais que enquadram a
organização escolar, dificultando, muitas vezes, a sua ação
e o exercício da sua autonomia;
-Diminuição de recursos financeiros, resultante das
sucessivas políticas de cortes orçamentais na educação;
-Aumento do número de famílias carenciadas no concelho e
consequente agravamento de problemas socioeconómicos.
(in Projeto Educativo 2019/2023)
São considerados como pontos fortes os que a seguir se elencam:
- A abertura e disponibilidade do Diretor em exercício;
- Boas práticas de inclusão de todos os alunos do Agrupamento;
- A existência do quadro de Excelência, dos Prémios Villaret e dos Prémios de Mérito, que
reconhecem o mérito e o empenho dos alunos;
- Diversidade de atividades dinamizadas no âmbito do PAPA;
- Relacionamento interpessoal;
- As parcerias estabelecidas;
- Desenvolvimento de projetos próprios e /ou resultantes de adesão a programas e iniciativas
locais, nacionais e internacionais;
-Realização de visitas de estudo e palestras que contribuem para o reforço das
aprendizagens;
- Iniciativas promovidas pelas bibliotecas escolares (integradas na RBE) na aquisição de
hábitos de leitura e no desenvolvimento de competências digitais e de literacia que contribuem de
forma significativa para a articulação pedagógica, enriquecimento do currículo e difusão do
conhecimento;
- Trabalho colaborativo entre coordenadores de departamento, delegados de grupo e
professores dos diferentes grupos;
- Oferta de Percursos Curriculares Alternativos e Ensino Articulado de Música;
- Participação e dinamização de iniciativas que visam a promoção de comportamentos
saudáveis e a erradicação de comportamentos de risco;
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- Iniciativas de angariação de bens que promovem o espírito de solidariedade e permitem dar
apoio às famílias mais carenciadas;
- Boa articulação dos professores titulares de turma com os professores das AEC no 1.º
CEB, bem como entre os docentes do 1.º ciclo e dos 2.º e 3.º ciclos;
- Aposta dos agentes educativos na sua formação ao longo da vida;
- Prática da utilização corrente do correio eletrónico na partilha de assuntos e resolução dos
mesmos, com os elementos da comunidade;
- Página eletrónica do Agrupamento utilizada para divulgação de informação relevante para
a comunidade educativa e disseminação de atividades e projetos do Agrupamento;
- Existência de espaços interiores e exteriores para o convívio dos alunos;
- Associações de Pais e Encarregados de Educação;
- Oferta de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) para os alunos do 1.º ciclo e
Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF) para a Educação Pré-escolar;
- Oferta de Atividades de Apoio e de Complemento do Currículo para os alunos do 2.º e 3.º
ciclos: Oficina de Português, Oficina de Matemática, Oficina de Inglês, Clubes no âmbito da
Música, Dança, Teatro, Jornalismo, Ateliês e Oficinas de Artes, Desporto Escolar, Apoio Educativo,
Apoio a Português 2.ª Língua, Educação para a Saúde;
-A existência de coadjuvâncias;
- A supervisão pedagógica (aulas partilhadas, por iniciativa dos docentes);
- Desdobramento das turmas de Português e Inglês (5.º e 7.º anos);
- Boa gestão e atendimento pelos serviços administrativos;
- As boas práticas no que diz respeito ao Apoio Tutorial Específico;
- A dinâmica estabelecida pela Equipa de Intervenção Pedagógica (EIP);
- O sucesso escolar dos alunos;
- A dinâmica de trabalho das unidades de ensino estruturado;
- O bom desempenho dos docentes;
- A dedicação e disponibilidade das Assistentes Operacionais;
- Adoção de estratégias que contribuem para a participação e envolvimento dos pais e
encarregados de educação na vida escolar;
- Práticas de gestão que têm em conta as competências pessoais e profissionais dos
trabalhadores, bem como o seu bem-estar, propiciando um bom ambiente de trabalho.
- Pontos Fracos / Constrangimentos
Como pontos fracos, nos quais se concentrará maior atenção, podemos destacar:
- Falta do Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Sede e de espaços para a prática desportiva
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em alguns estabelecimentos de ensino;
- Falta de instalação do Plano Tecnológico da Educação (não foi concluída a sua instalação,
funcionando com muitas deficiências);
- Sobrelotação dos espaços, em muitas das Escolas do 1º ciclo e Jardins-de-infância;
- Número elevado de alunos na Escola Sede e previsível sobrelotação;
- Desmotivação de alguns alunos face às aprendizagens académicas;
- Agravamento das situações de incumprimento das regras por parte dos alunos;
- Agrupamento com mais de 2000 alunos, distribuídos por dez unidades educativas
diferentes e com uma população muito heterogénea;
- Número elevado de alunos que usufruem da Ação Social Escolar (28,56% dos alunos);
- Necessidade de criar áreas ajardinadas, em algumas escolas;
- Assistentes Técnicas (apesar do rácio estar cumprido, este apenas entra em linha de conta
com os alunos que frequentam a Escola sede, quando este número representa apenas cerca de um
terço do total de crianças/alunos que estão matriculados no Agrupamento);
- Constantes faltas de Assistentes Operacionais;
- Os processos de articulação vertical e horizontal do currículo;
- Fraco envolvimento de alguns pais e encarregados de educação na vida escolar dos alunos;
- A composição de certas turmas não permitir a necessária valorização e desenvolvimento
dos alunos com desempenhos acima da média.
Missão
Às escolas é confiada a missão de serviço público. Esta deve proporcionar um ensino
público de qualidade e excelência, que permita o desenvolvimento harmonioso (pessoal, social e
académico) de todos os alunos, explorando plenamente todas as suas capacidades,
independentemente da sua proveniência geográfica, social ou económica. Dotando todos e cada um
dos alunos de competências e conhecimentos, que lhes permitam integrar-se ativamente na
sociedade futura, como cidadãos plenos, dotados de sentido crítico, responsabilidade, dando o seu
contributo para o desenvolvimento social, cultural e económico do país.
Através de projetos diversificados promotores de formação humanística, cultural, social,
ambiental e cívica, assentes em estratégias de colaboração e parcerias inovadoras e transformadoras,
pretende-se reforçar a qualidade do ensino prestado, apostando na melhoria dos resultados
escolares, na reflexão partilhada, nos processos internos de autoavaliação e no empenho e dedicação
de todos os agentes educativos.
Para a concretização desta ambiciosa missão, importa abrir a escola à comunidade,
envolvendo todas as estruturas e possibilitando a participação e responsabilização de todos os
16
intervenientes no ato educativo, num trabalho colaborativo e articulado, assente numa rede de
comunicação permanente, reforçando a identidade da escola e potenciado o sentimento de pertença
de todos os que dela fazem parte ou venham a fazer.
Áreas de Intervenção
Da análise realizada, podemos concluir que existem ainda algumas fragilidades ou
constrangimentos que urge ultrapassar. Assim, assumem-se como prioridades, com vista à formação
integral dos alunos e visando a melhoria e a qualidade das aprendizagens, as seguintes áreas de
intervenção enunciadas no Projeto Educativo:
- Sucesso escolar e a garantia de iguais oportunidades para todos os alunos;
- Melhoria da qualidade das aprendizagens, desenvolvimento social e integral do aluno e a
promoção de comportamentos saudáveis;
- Reforço do papel do Agrupamento como promotor de realização pessoal e profissional dos
diferentes agentes educativos;
- Aposta numa organização e gestão escolar de qualidade;
- Promoção de uma cultura de trabalho, esforço e rigor;
- Reforço do envolvimento da comunidade na vida da escola.
Plano de Ação
Pretende-se que as ações a realizar, direta ou indiretamente, confluam para o melhoramento
das áreas anteriormente enunciadas. Mantendo todas as ações, estratégias e atividades consideradas
anteriormente como pontes fortes, introduzir-se-ão outras que se julgam pertinentes e que, de certo
modo, revelam uma forma de ser, pensar e agir, possibilitando perceber que modelo de escola se
pretende, que modelo de gestão e lideranças se tenciona desenvolver. Deste modo, tendo como
ponto de partida os pontos fracos já enunciados, passar-se-á à definição dos objetivos que se
pretendem atingir, das estratégias a seguir e das ações que se realizarão para atingir esses objetivos.
Tendo em conta que uma mesma estratégia ou ação converge para que se alcancem diferentes
objetivos, optou-se por apresentá-las isoladamente, tentando contextualizá-las. Convém salientar
que as propostas que se apresentam serão sempre alvo de discussão entre a comunidade educativa,
prevendo-se como primeira iniciativa a auscultação daquilo que é sentido como um entrave às boas
práticas e a enumeração de sugestões para ultrapassar esses constrangimentos, com vista a preparar
o próximo ano letivo.
Partilha-se da perspetiva de Hampton (1992) quando refere que o decisor não pode aceitar
passivamente o problema da forma como ele se apresenta inicialmente, pois um bom gestor é aquele
17
que é capaz de independência e pensamento criativo. Este pensamento não deve ser linear, mas
antes sistémico, o que aumenta a probabilidade de uma melhor contextualização do problema e uma
maior proximidade com a realidade. Na procura de informação, o gestor encontra, frequentemente,
alguns obstáculos. Esta tarefa nem sempre é fácil ou possível, muitas vezes é necessário transformar
“as ideias em suposições e seguir em frente para decidir o que fazer, com base em uma mistura de
factos e suposições (p.236). Ou seja, o gestor tem de ser capaz de tolerar a ambiguidade, os dados
incompletos, a incerteza e seguir em frente. Defendemos, tal como Aktouf (1996) que o gestor deve
apostar na inteligência e na criatividade de cada pessoa para que todas juntas consigam formar
organizações coesas, eficazes e bem-sucedidas. Numa escola é de extrema importância que se
estabeleçam laços afetivos, que surja uma certa cumplicidade que conduzirá não só à eficiência,
mas também à satisfação de todos os que a ela pertencem. Considera-se, igualmente, importante a
forma como a comunicação é feita numa organização tão complexa como a escola. De acordo com
Chiavenato (2000), a comunicação constitui um dos maiores desafios de um administrador, pois
trata-se do recurso mais importante para a concretização de objetivos. “Para que as pessoas possam
saber o que fazer para que fazer e onde precisam chegar, torna-se indispensável que elas sejam
comunicadas a respeito de todas essas coisas” (p. 43). Também Hampton (1990) analisou a
comunicação no contexto das organizações, referindo que a sua eficiência depende da perfeição da
rede de comunicações e da habilidade do gestor como comunicador.
Feito este enquadramento e partindo destes pressupostos, continuar-se-á a apostar
fortemente na articulação pedagógica, possibilitando o desenvolvimento do trabalho em equipas
multidisciplinares, envolvendo alunos e encarregados de educação e melhorando a
interdisciplinaridade. Será de extrema importância encontrar mecanismos que permitam aproximar
as escolas do agrupamento, minorando as dificuldades sentidas pelos alunos na transição de ciclos.
O desenvolvimento de atividades conjuntas e o reconhecimento dos espaços físicos das escolas
parecem ser muito pertinentes, pelo que será dada prioridade às atividades e projetos que envolvam
todas as escolas do agrupamento e permitam a troca de experiências entre professores e alunos e a
apropriação da sua cultura, pois cada escola tem uma identidade própria, que converge para a
identidade do agrupamento. As atividades já realizadas no âmbito da Biblioteca Escolar e os
projetos desenvolvidos contribuirão para o cumprimento deste objetivo. Igualmente importante é a
atenção dada à constituição das turmas e à distribuição de serviço docente e não docente. Para tal,
mais uma vez, torna-se fulcral a articulação entre docentes (a transmissão do conhecimento que se
tem dos alunos em anos anteriores para melhor rentabilização dos recursos disponíveis e para
minimizar comportamentos de risco) e a auscultação de preferências, ritmos de trabalho, áreas
fortes e mais frágeis, tendo sempre em conta os interesses dos alunos. Profissionais satisfeitos serão,
certamente, profissionais mais empenhados e eficazes no seu trabalho. Através de uma efetiva
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articulação entre todos os ciclos e graus de educação e ensino, bem como entre os vários órgãos de
gestão, serão criadas as condições necessárias para o desenvolvimento de aprendizagens
significativas e saberes essenciais à vida. Pretende-se dar continuidade à prática da coadjuvação, ao
desdobramento das turmas e às oficinas. Para que seja possível uma verdadeira articulação, importa
garantir a integração em cada Departamento Curricular pelo menos um tempo não letivo, marcado
simultaneamente no horário de todos os elementos e outro que seja comum a todos os docentes
(dando-se prioridade aos coordenadores de departamento), efetivando-se, deste modo, uma
articulação departamental e interdepartamental, viabilizando a flexibilidade curricular, a formação
entre pares, a planificação de atividades conjuntas e o estreitamento de laços de cooperação e
partilha. É, também, nossa pretensão que uma das horas destinadas ao trabalho dos Diretores de
Turma seja marcada num horário em que a turma esteja disponível, permitindo, quando for
necessário, a realização de assembleias de turma para desenvolver e articular projetos, resolver
problemas existentes, recolher sugestões e avaliar processos. Para estas reuniões podem ser
convocados outros docentes, discentes ou agentes educativos, ficando esta gestão ao critério do
Diretor de Turma, articulando com o Delegado e Subdelegado de Turma.
Considerando que o agrupamento tem o privilégio de ter uma equipa de Professores de
Educação Especial com um excelente desempenho, pretende-se rentabilizar as suas competências
profissionais na dinamização de ações de formação que proporcionem um conhecimento mais
alargado das diferentes problemáticas dos alunos do agrupamento. Deste modo, estará facilitada a
implementação de mais e melhores práticas de diferenciação pedagógica e, consequentemente, a
melhoria dos resultados académicos. Dar-se-á igualmente grande enfoque à generalização de
práticas pedagógicas ativas e experimentais, que proporcionem aprendizagens significativas e às
atividades que impliquem graus de envolvência e conhecimentos diferentes, permitido também a
valorização e desenvolvimento dos alunos com desempenhos acima da média.
Envolvendo todos os agentes educativos, desenvolver-se-ão ações que permitam despertar
nos alunos a curiosidade pelo saber, valorizando os progressos e apoiando a superação das
dificuldades. Encontrando o espaço de convergência entre as expetativas e objetivos dos professores
e as necessidades e desejos dos alunos, acreditamos ser possível motivar alunos e melhorar os
resultados escolares e as taxas de transição (principalmente nas disciplinas que apresentam taxas
inferiores), bem como o abandono escolar. Esta melhoria passa, obrigatoriamente, pela integração
efetiva de todos os alunos na dinâmica escolar, independentemente da sua origem, necessidades ou
dificuldades e pela integração dos novos elementos (docentes ou não docentes), abrindo espaço para
a sua participação. O Plano Anual e Plurianual de Atividades (PAPA) em muito pode ajudar na
concretização deste objetivo, uma vez que apresenta um conjunto de ações concretas,
diversificadas, pertinentes e motivadoras, permitindo o envolvimento de toda a comunidade
19
educativa e uma articulação horizontal e vertical. Trata-se de atividades que contribuem largamente
para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos, permitem o desenvolvimento da
expressão oral e escrita, do raciocínio lógico e matemático, fomentam o gosto pela leitura, ao
mesmo tempo que veiculam valores como a tolerância, a solidariedade, o respeito por si próprio,
pelos outros, pelas instituições e pelo ambiente. Pretende-se continuar a dar visibilidade social aos
jornais escolares, por permitirem o envolvimento dos alunos na vida da escola, a mobilização de
diferentes saberes, um melhor conhecimento das escolas e das atividades que nelas se realizam, para
além do desenvolvimento das competências comunicativas.
Continuar a apostar na valorização pessoal e profissional de todos os agentes educativos será,
igualmente, uma prioridade, só deste modo será possível inovar, modernizar e reinventar. A
existência de profissionais competentes e motivados possibilita uma maior delegação de funções e
responsabilidades, valorizando as estruturas intermédias de gestão e fortificando lideranças. Assim,
pretendemos dar continuidade ao plano formativo do agrupamento introduzindo ações de formação
nas áreas diagnosticadas como prioritárias. Mantendo o clima cordial que caracteriza este
agrupamento, tenciona-se dar continuidade a todas as atividades consideradas importantes para o
convívio saudável entre todos os elementos da comunidade educativa, pois são nestes encontros
informais que muitas vezes surgem as ideias e projetos mais interessantes. Procurar-se-á ter um
conhecimento profundo de todos os projetos desenvolvidos, para que possa reconhecer-se o seu
mérito, valorizar o trabalho de todos os intervenientes e dar visibilidade social aos produtos. Para
que tenhamos profissionais motivados, dedicados e empenhados, é necessário que saibamos
valorizar o seu trabalho. Tal como os alunos, os docentes e outros agentes educativos gostam de
ouvir um “obrigado”, um “bom trabalho”, gostam de ver o seu esforço e empenho reconhecidos,
assim como merecem as condições materiais adequadas à realização das suas tarefas.
No que diz respeito às questões físicas e materiais, urge que seja construído o Pavilhão
Gimnodesportivo na escola sede e se encontrem alternativas para a prática desportiva nas escolas
que não dispõem de espaços adequados, pois o crescimento saudável e harmonioso das crianças
contempla igualmente a vertente física e artística. Continuaremos a insistir para que esta ambição se
transforme em realidade. Tal como desenvolveremos todas as diligências no sentido de finalizar a
concretização do Plano Tecnológico de Educação, apostando num servidor de Internet que não
remeta para o plano B constantemente as planificações dos docentes e apostando na rentabilização
dos materiais pedagógicos posto à disposição dos docentes, que raramente podem ser utilizados em
algumas escolas por inexistência de computadores, Internet ou software adequado. Agilizando todos
os procedimentos necessários (fichas triplas, comandos, requisições...) à introdução das novas
tecnologias na educação e estabelecendo parcerias (aquisição e manutenção de materiais) podemos
inovar, tornando as aprendizagens mais motivadoras e criativas. Continuar a apostar no programa
20
E360, divulgando as suas múltiplas funcionalidades também será uma aposta. Rentabilizar recursos
passa também por colocá-los à disposição dos docentes. Investir num sistema que facilite a
aquisição de materiais didáticos de reconhecido mérito será também uma prioridade, nomeadamente
no que diz respeito ao apetrechamento dos laboratórios, materiais de desgaste, fundo documental e
todos aqueles que forem necessários ao desenvolvimento de ações que visem atingir os objetivos já
amplamente enumerados. O cuidado com os espaços, a sua manutenção e preservação terá de ser,
igualmente, uma prioridade. Envolvendo e sensibilizando os alunos para esta questão, parece-nos
ser possível que tomem a escola como sua preservando-a e valorizando-a. Envolvendo-os em ações
concretas (construção de jardins, hortas, plantação de árvores, embelezamento das áreas comuns,
recolha e seleção de resíduos...) estarão mais sensibilizados e predispostos para a sua manutenção.
Importa desenvolver também práticas diárias que traduzam uma eficaz educação ambiental: reduzir,
reciclar, reutilizar. Pretende-se também estudar a instalação de energias alternativas e procurar
parcerias que as viabilizem, bem como possibilitem aos alunos, por um lado a construção de
aprendizagens significativas e por outro a aplicação de conhecimentos e a resolução de problemas
em ambiente natural. Para já, contamos com o desenvolvimento do projeto “Fablab Escolar” que em
muito contribuirá para o desenvolvimento de hábitos de perseveração, reutilização e reciclagem.
Reforçar a participação das famílias e da comunidade é indispensável ao bom
funcionamento da escola. Deste modo, conta-se, continuar a promover a abertura da escola ao
exterior, encontrando novas parcerias, novos aliados, novas formas de agir e pensar. Procurar-se-á
apelar à sua intervenção ativa na tomada de decisões, na partilha de problemas e responsabilidades e
no elencar de estratégias para os solucionar. As Associações de Pais serão um princípio, mas a
ambição é ver pais e encarregados de educação mais preocupados, presentes e dedicados à causa
comum, agindo em articulação com docentes e não docentes, partilhando os mesmos objetivos e
desejando os mesmos fins. Pretende-se dinamizar ações concretas, planificadas conjuntamente, que
permitam a desejada envolvência das famílias na escola, dando continuidade às já existentes
(celebração de dias festivos, Dia Aberto à Comunidade, Partilha de Leituras...) e implementando
outras, depois de ouvidos todos os intervenientes e auscultadas as disponibilidades e áreas de
intervenção possíveis. Havendo uma oferta sociocultural e desportiva tão diversificada por parte da
autarquia, que valoriza o património histórico, cultural e natural do município e traduz as
preocupações com a multiculturalidade presente na população, importa continuar a participar
ativamente nestas ações, preparando os jovens para uma participação cívica no concelho onde
residem. Fazer da escola um local onde a comunidade possa encontrar um espaço e recursos para
desenvolver as suas atividades autónomas ou em parceria com a comunidade educativa,
disponibilizando-a para encontros de professores, ações de formação, encontros com artistas,
músicos e cientistas será igualmente uma mais-valia, desde que estas ações sejam do interesse dos
21
alunos. Em suma, pretende-se assegurar a participação de todos os intervenientes no ato educativo:
professores, alunos, famílias, autarquias e de entidades representativas das atividades económicas,
sociais, culturais e científicas.
Segundo Reimão (1994), “todos os educadores têm como missão principal educar e formar
homens e mulheres dentro do respetivo património cultural e moral, no respeito pela liberdade dos
outros, à luz da verdade e de uma total responsabilidade” (p.447). Esta vertente da educação será,
forçosamente, contemplada, realizando-se ações que permitam difundir valores fundamentais para
uma plena vivência do espírito da escola. Todo o ato educativo contempla, obrigatoriamente,
valores. Não existe educação sem que estes, implícita ou explicitamente, sejam veiculados. Como
afirma Patrício (1993) não pode haver “uma educação que o seja mesmo, sem que os valores a
suportem, a impregnem e a envolvam. Logo, a axiologia está presente na Pedagogia e os valores
estão presentes na Educação” (p. 63). No entanto, não se pretende que a escola forme alunos
passivos, simples seguidores obedientes e educados, mas sim que lhes sejam oferecidas as
condições necessárias para que eles mesmos sejam capazes de optar conscientemente, sejam
capazes de compreender a necessidade de se respeitarem e respeitarem o outro, sejam capazes de
compreender que os seus atos podem provocar uma alegria imensa ou uma tristeza profunda. Ao
defender-se que a escola pode e deve ser um elemento importante na educação para os valores, tem-
se bem presente que tal não acontece de um dia para o outro, que a transformação implica
interiorização, assimilação e tempo. No entanto, também se acredita que as sementes se forem bem
laçadas e tratadas com cuidado, germinarão. O importante é agir e acreditar que seremos capazes de
fazer florir nos nossos alunos os valores que perfumam a vida. Para atingir tal fim, continuar-se-á a
dinamizar todas as atividades constantes no PAPA planificadas com este intuito, destacando as
campanhas de solidariedade, a participação em ações comunitárias e de voluntariado (Banco
Alimentar, Cabazes de Natal, Loja Social, Chão de Bichos...) ou simplesmente através da
valorização de atitudes saudáveis e da recriminação daquelas que atentam a liberdade e os direitos
dos outros. Investindo numa educação para a cidadania, pretende-se desenvolver atividades de
caráter cívico e formativo, privilegiando o trabalho de projeto e a flexibilização curricular,
desenvolvendo atitudes e conhecimentos, que permitam um relacionamento harmonioso com os
outros, a participação em ações diversificadas, a compreensão dos mecanismos da organização
social e o saber posicionar-se na resolução de problemas com complexidade crescente. Com rigor,
justiça, equidade e afetividade, podemos proporcionar aos nossos alunos modelos a seguir,
experiências e vivências significativas e cheias de sentido.
No que diz respeito à indisciplina, é de extrema importância a dinamização de ações que
visem a sensibilização de pais, alunos e educadores em geral para questões como: alterações do
comportamento (porque acontecem, como minimizá-las, qual a sua origem), uso abusivo dos meios
22
de comunicação digital, alterações do sono, comportamentos desviantes (como identificá-los e
corrigi-los), consumo de álcool, drogas e outros psicotrópicos, terapia familiar (como fazê-la, em
que contexto), hábitos alimentares prejudiciais, entre outros. Para que tal seja possível, estabelecer-
se-ão protocolos com entidades creditadas nestas áreas, que se disponibilizem para dinamizar ações
de sensibilização. Tenciona-se também dar continuidade ao projeto de Educação para a Saúde e ao
Gabinete de Apoio ao Aluno, contando com todos os docentes de Educação Especial, com os
serviços de psicologia e orientação vocacional e com as parcerias já estabelecidas. Só conscientes
do turbilhão de emoções que muitas vezes os jovens vivenciam, podemos ser parte integrante da
resolução do problema. Não basta repreender, é necessário compreender, explicar e agir. A
responsabilização de pais e encarregados de educação é indispensável, tal como a uniformização de
critérios de atuação entre estes e os restantes atores educativos. Dar continuidade à existência de
uma equipa multidisciplinar de intervenção pedagógica, com formação ou experiência em diferentes
áreas, que acompanhe e oriente alunos com comportamentos perturbadores, dar continuidade ao
projeto Mentes Sorridentes, encontrar espaços, tempos e atividades que possibilitem o convívio
saudável entre todos (clubes, ateliês, oficinas, jogos de mesa, desporto escolar...) e, principalmente,
envolver os alunos mais velhos no acompanhamento e orientação dos mais novos (através de um
processo de apadrinhamento com início na receção aos novos alunos) são ações que se pretendem
concretizar. Por vezes, são aqueles que constantemente perturbam os que mais nos surpreendem
quando devidamente envolvidos na manutenção da disciplina. Tem-se em vista dar maior
visibilidade à Associação de Estudantes, valorizando e apoiando as suas iniciativas, envolvendo-os
numa efetiva participação na vida da escola, cooperando e auxiliando os seus colegas, em especial
os mais novos, para que a escola seja um espaço aprazível para todos. Projetar a reorganização de
alguns espaços interiores e exteriores (principalmente na escola sede) terá primazia, uma vez que já
estão devidamente identificados aqueles que propiciam acontecimentos indesejados. A existência de
toque de entrada e saída estridente e abrupto gera agitação, nervosismo e ansiedade, pelo que deve
ser repensado, de forma a desenvolver a responsabilidade, cooperação e gestão do tempo. Projeta-se
também a criação de um lema, envolvendo toda a comunidade numa reflexão sobre a identidade e
objetivos da escola. Depois de escolhido, este deve ser a “bandeira da escola”, que será passado
pelos alunos mais velhos aos mais novos (na receção aos alunos). Manter-se-á o Guia de Boa
Conduta, no entanto a sua apresentação nas salas de aula deve sofrer algumas alterações, tornando a
sua leitura mais rápida e atrativa, usando por exemplo uma linguagem icónica. Este poderá
constituir um dos trabalhos iniciais de cada turma: conhecê-lo, interiorizá-lo e verbalizá-lo com uma
linguagem própria. Valorizar o papel do Diretor de Turma como meio privilegiado de contacto com
os encarregados de educação (para que em conjunto se possam encontrar respostas rápidas,
harmonizadas na resolução de problemas), intensificar as tutorias e o apoio tutorial específico,
23
procurar a colaboração da PSP, GNR, Escola Segura e a CPCJ (numa perspetiva preventiva e
pedagógica) são outros dos aspetos relevantes para a manutenção de bom ambiente de trabalho.
Uma escola segura é uma escola que nos transmite bem-estar físico e psicológico, aumenta
os níveis de confiança e possibilita as condições necessárias e favoráveis ao ensino e aprendizagem,
por isso não será descurado o Plano de Prevenção e Emergência, nomeadamente no que diz respeito
às normas de evacuação, em diferentes situações de risco.
Apostando numa organização e gestão de qualidade, pretende-se valorizar os órgãos de
gestão intermédia, selecionando-os tendo em conta o perfil mais adequado para o desempenho
destas funções, a sua experiência, competência, profissionalismo, responsabilidade, idoneidade e
personalidade e a sua postura na relação com os outros. Acreditamos que a importância das
principais estruturas de coordenação e supervisão pedagógica advém da dinâmica e significado que
lhes conseguimos atribuir, pelo que este aspeto também merecerá a nossa atenção. No sentido de
formar equipas multidisciplinares, será de extrema importância a existência de profissionais na área
da psicologia e das terapias. Igualmente importante é dar continuidade às metodologias de trabalho
já instituídas e que se revelaram frutíferas, o trabalho de pares, em equipas mais alargadas será uma
constante, bem como a divulgação atempada de todas as informações e ações pertinentes para o
bom desempenho profissional. Dar-se-á prioridade aos diferentes meios eletrónicos de difusão da
informação, protegendo o ambiente e evitando gastos desnecessários (E-mail, página da escola,
Moodle...), investindo-se na modernização do site do agrupamento, tornando-o mais intuitivo e
agradável e dando a conhecer à comunidade educativa as diversas ações realizadas e os objetivos
atingidos, mantendo sempre presente a obrigação da proteção de dados e de captação de imagens.
Continuaremos a pugnar pela existência de um maior número de Assistentes Operacionais e
Assistentes administrativos, pois a estes profissionais são exigidas cada vez mais e diversificadas
funções. Tendo em conta o crescente número de alunos que frequenta o agrupamento, o número de
professores necessários ao cumprimento das atividades letivas e não letivas, os horários alargados
das instituições, a complexidade e a dimensão das tarefas que têm de realizar, a extensão dos
espaços interiores e exteriores, os comportamentos dos alunos, a orientação e encaminhamento
necessários e muitas outras competências, parece-nos justo reivindicar um maior número destes
profissionais que tanto contribuem para o bom funcionamento das escolas. Muitas vezes, são os
primeiros a enfrentar os problemas e a encontrar soluções imediatas.
No que se refere aos recursos financeiros e materiais, adotar-se-ão os procedimentos já
instituídos, cumprindo, com rigor e transparência, as orientações provenientes do Conselho Geral.
Pretende-se que esta gestão seja equilibrada, contemple todas as vertentes e tenha em conta as
necessidades mais prementes. É primordial para uma gestão racional e equilibrada a captação de
receitas, através do estabelecimento de protocolos, da participação em projetos de âmbito regional
24
ou nacional ou nos disponibilizados pela autarquia, da participação em concursos, donativos...
Encontrar outras formas de captar novas receitas torna-se fundamental e será uma das medidas a
implementar. No sentido de racionalizar e conter despesas, dar-se-á primazia às identificadas como
fundamentais, após análise exaustiva e detalhada, ouvidos todos os parceiros e aprovadas, pois
pretende-se, em última análise, assegurar a estabilidade e a transparência da gestão e administração
escolar.
Em suma, pretende-se dar continuidade ao trabalho já desenvolvido, que se considera
profícuo, introduzindo aqui e ali pequenas ações que nos parecem pertinentes e que podem
contribuir para uma melhor e mais eficaz gestão de todos os recursos disponíveis, para a otimização
das competências de toda a comunidade educativa e para o desenvolvimento pessoal, social e
académico dos alunos.
Auscultando e dando voz a alunos, professores e outros agentes educativos, ouvindo as suas
dúvidas, anseios, desejos, ambições e expetativas, conjugando esforços, unido ideias, sendo
criativos, proativos e reflexivos, munidos de bom senso e vontade, motivando, conversando e
agilizando podemos ter uma escola com e para todos, uma escola com identidade, qualidade, que
seja promotora de aprendizagens significativas para todos os envolvidos no ato educativo.
Eixos Estratégicos de Intervenção
Tendo por referência o Projeto Educativo do Agrupamento, apresentam-se agora os eixos
estratégicos de intervenção nele constantes, assumindo-se o compromisso de os respeitar, fazendo
todas as diligência no sentido do seu cumprimento. Tendo como meta proporcionar um ensino de
qualidade, que assente na igualdade de oportunidades, proporcionando a cada aluno o
desenvolvimento máximo das suas competências e saberes, privilegiar-se-á a educação para a
cidadania e a educação inclusiva, com vista a um desenvolvimento pleno e harmonioso, pelo que
terá de contemplar a vertente pessoal, social e académica de todos os alunos, respeitando o percurso
de cada um e integrando as suas experiências de vida.
25
- Educação Para a Cidadania
Objetivos Indicadores Instrumentos Metas
Promover o
desenvolvimento da
responsabilidade
individual, social e moral.
Implementar o
desenvolvimento de
saberes integrados.
Desenvolver parcerias com
a comunidade educativa.
Valorizar as capacidades e
motivações individuais
Participações/ medidas
disciplinares.
Desenvolvimento de
projetos /atividades que
valorizem as relações
entre a escola e a
comunidade.
Dinamizar ações de
solidariedade de modo a
envolver um número
crescente de alunos.
Dinamização de
concursos: poesia,
literatura, jogos,
gincanas.
Publicações de jornais
escolares
Registos de
ocorrências;
Atas de Conselho
de Turma.
Relatórios de
coordenação DT;
Registos das ações
desenvolvidas.
Relatórios PAA
Relatórios de
coordenação.
Diminuir em 5%
o nº de situações
de indisciplina.
Aumentar o nº de
projetos /
atividades que
envolvam toda a
comunidade
educativa.
Aumentar em 5%
o nº de alunos
participantes.
Aumentar em 5%
o nº de alunos
participantes.
(in Projeto Educativo 2019/2023)
- Educação Inclusiva
Objetivos Indicadores Instrumentos Metas
Garantir a equidade educativa, em
termos de igualdade de
oportunidades, acesso e melhoria de
resultados.
Implementar as medidas multiníveis,
universais, seletivas e adicionais.
Aumentar a eficácia das medidas de
apoio educativo.
Melhorar os processos de
flexibilidade curricular
Diversificar e difundir práticas de
diferenciação Pedagógica.
Acompanhamento
individualizado dos
alunos que revelem
mais dificuldades.
Harmonização de
estratégias de
organização
curricular.
Facultar formas
diversificadas de
acesso ao currículo
(utilização TIC)
Dar continuidade à
implementação de
novas práticas
pedagógicas-
coadjuvação, tutorias
e sequencialidade das
aprendizagens
Atas de
Conselho de
turma;
PCT/PAT.
RTPs
Relatórios
Individuais
Relatório de
diretor de
turma
Fichas de
avaliação
formativa e
sumativa
Relatórios
Aumentar 5% o
nº de iniciativas
em cada ano
letivo, face à
melhoria obtida
no ano anterior.
Aumentar em
2% o sucesso
escolar.
Aumentar em
2% o sucesso
escolar.
Aumentar o nº
de coadjuvações
Aumentar, face
ao ano anterior,
o nº de práticas
de diferenciação
pedagógica.
26
Desenvolver experiências de
aprendizagem que visem a melhoria
da literacia científica, humanística e
artística.
Trabalho
colaborativo,
individual, momentos
de trabalho a pares
ou em grupo e
trabalho de pesquisa.
Novas práticas de
ensino/
aprendizagem:
metodologia ativa e
trabalho de projeto.
Relatórios.
Atas de
Conselhos de
Turma.
Relatórios de
coordenação.
Atas de
Conselho de
turma.
Aumentar, face
ao ano anterior,
o nº de turmas
envolvidas no
uso da
metodologia de
trabalho de
projeto.
(in Projeto Educativo 2019/2023)
- Resultados Escolares
- Resultados Académicos
Objetivos Indicadores Instrumentos Metas
Promover e
valorizar a
curiosidade, o
gosto pelo saber, o
pensamento crítico
e criativo.
Estimular e
desenvolver a
literacia científica
Reforçar a
atividade
experimental
Incentivar a
articulação de
âmbito vertical e
horizontal
Melhorar os
processos de
articulação
curricular entre
ciclos / áreas
disciplinares
Diversificar as
formas de
avaliação
Implementação de projetos
multidisciplinares.
Dinamização de atividades
de pesquisa e interação
entre alunos.
Desenvolvimento de
atividades experimentais.
Envolvimento e
mobilização dos docentes
para melhoria dos resultados
da aprendizagem
Implementação de reuniões
trimestrais facilitadoras do
processo de articulação
curricular
Utilização de outros
instrumentos de avaliação,
em alternativa à produção
escrita.
Plano de ação da
BCRE
Relatório do
PAA.
Atas das reuniões
de articulação
entre ciclos.
Relatórios PAA,
DT e
Coordenadores.
Fichas de registo
da atividade
experimental.
Relatórios.
Atas das
Reuniões
Pautas
Relatórios
Aumentar 5% em cada
ano letivo, face à
melhoria obtida no ano
anterior.
Aumentar em 2% em nº
de trabalhos de pesquisa
Aumentar em 2% o nº
de atividades
experimentais e
apetrechamento das
salas com material
específico.
Aumentar em 2% o
sucesso escolar
Aumentar em 2% os
procedimentos de
articulação curricular
Utilizar sempre que
necessário.
Aumentar em 2% o
sucesso escolar.
27
Análise dos resultados da
avaliação interna e externa
para desenvolvimento dos
planos de melhoria.
Obter taxas de transição
acima de 90% no 1º, 2º
e 3º ciclos.
(in Projeto Educativo 2019/2023)
- Resultados Sociais
Objetivos Indicadores Instrumentos Metas
Envolver e
corresponsabilizar
todos os agentes
educativos na vida
escolar
Valorizar o mérito
e o desempenho
Combater o abandono
escolar
Valorizar o património
e as vivências locais
Dinamizar iniciativas
para estimular e
aprofundar as
aprendizagens
Docentes
Encarregados de
Educação
Serviço de Psicologia
e Orientação
Entrega de diplomas
de Mérito, Prémio
João Villaret e Prémio
quadro de Excelência
Intervenção junto dos
pais/ encarregados de
educação e
instituições de
encaminhamento
educacional/profissio-
nal
Organização de
eventos que
promovam as
vivências locais da
região.
Visitas de estudo
Dinamização das AEC
E AAAF
Atas de:
- Cons. de turma;
- Pessoal docente e
não docente;
- Pais, Enc. Educ;
- Delegados de turma
Relatórios do docente,
D T, SPO,CPCJ
Relatórios
Atas
Envolvimento SPO
Articulação CPCJ e
Escola Segura
Protocolos de
cooperação com
empresas da região de
forma a viabilizar a
inserção na vida ativa.
Relatório de execução
PAA
Atas
Relatórios
Melhorar a resposta
educativa.
Aumentar o nº de
alunos distinguidos.
Reduzir as taxas de
abandono escolar
para valores inferiores
a 1%.
Aumentar o nº de
participantes da
comunidade educativa
nas comemorações de
dias festivos.
Consolidar parcerias e
aumentar o nº de
iniciativas, tendo por
base o ano anterior.
(in Projeto Educativo 2019/2023)
28
Conclusão
O presente Plano de Intervenção Pedagógica concretizar-se-á através dos seguintes
instrumentos de autonomia: o Projeto Educativo, o Regulamento Interno, o Plano Anual e
Plurianual de Atividades, O Plano de Melhoria, o Plano de Formação do Agrupamento e o
Orçamento. Terá ainda em linha de conta o Relatório Anual de Atividades, O Relatório da Avaliação
Interna e Externa, o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e Gestão Flexível do
Currículo.
Pretende-se que seja um plano aberto à comunidade escolar, envolvendo todas as estruturas,
contando com a participação e responsabilização de todos os intervenientes no ato educativo,
articulando estratégias e ações, num trabalho que se deseja global, harmonioso e profícuo.
Tendo em conta a complexidade que envolve o ato educativo, considera-se que ensinar
implica forçosamente que o docente seja capaz refletir sobre as suas práticas. Seja capaz de
perceber se existe coerência entre a teoria que defende e a sua prática, se esta proporciona a
aprendizagem desejada, se o caminho seguido é o mais adequado, se a metodologia utilizada é a
apropriada, se a estratégia implementada é a mais correta, se os conteúdos são abordados com
correção cientifica, se está a possibilitar a criação de laços afetivos, se está a criar condições para
o desenvolvimento de relações interpessoais, se está efetivamente a dar o seu contributo para a
formação de adultos responsáveis, críticos, autónomos e empreendedores… Em suma, são, ou
devem ser, muitas as interrogações com que o professor se confronta diariamente. Ensinar é
também a arte de saber improvisar interações e facilitar, a partir de situações novas e inesperadas,
a construção de aprendizagens significativas. Mas esta arte requer um crescimento pessoal e
social, só possível através de uma constante e contínua reflexão. Pensamos que é através deste
processo de constante reflexão que a mudança encontra espaços para se implementar. É através
de uma análise sistemática do que se fez, como se fez e dos resultados alcançados que se podem
definir metas a atingir, delinear novas estratégias, construir novos caminhos e construir
conhecimento. A aprendizagem deve ser encarada como uma construção em que o ator principal é o
próprio indivíduo. O professor é por natureza alguém que está sempre a ensinar, mas também a
aprender. As relações e significados que estabelece entre as informações que lhe são apresentadas, o
meio social em que está inserido, as suas práticas e os sucessos e insucesso que vai sentindo são
preponderantes na tomada das decisões que lhe são impostas a cada momento. É esta reflexão
permanente que possibilita o seu crescimento pessoal e profissional, que lhe permite desvendar
novas formas de ensinar, aprender, compreender, atuar e resolver problemas, que permite uma
maior consciencialização de todas as variáveis em causa, uma melhor gestão da multiplicidade de
situações e um maior controlo das dificuldades sentidas.
29
Num mundo em constante mutação, em que são múltiplos os mecanismos de informação,
em que as novas tecnologias fazem cada vez mais parte da vida das pessoas, em que o núcleo
familiar se altera com frequência, em que as condições de vida sofreram alterações significativas,
em que a escola é, por vezes, a única base sólida, torna-se imprescindível ter um olhar crítico e
reflexivo sobre a escola no seu todo, e o desempenho do professor em particular. Só deste modo
será possível encontrar novos caminhos, eliminar constrangimentos, perspetivar um ensino com
qualidade e cumprir o objetivo desejado: o sucesso educativo de cada aluno. É nesta constante e
permanente reflexão que assentam os objetivos delineados, pois é nessa reflexão partilhada,
responsabilizando todos os intervenientes, que se identificam problemas e se encontram soluções.
São estas as premissas para o sucesso educativo que se deseja.
Uma escola aberta ao mundo e ao conhecimento, uma escola que acompanha a sociedade,
uma escola que a todos contempla, uma escola com exigência e rigor é, sem dúvida, uma escola de
sucessos pessoais, sociais e profissionais. É essa a escola que queremos: uma escola com e para
todos, uma escola que não esquece o passado, vive o presente e perspetiva o futuro.
“ Para ser homem não basta nascer, é necessário também aprender. A genética predispõe-nos
para ser humanos, mas só por meio da educação e da convivência social conseguimos efetivamente
sê-lo”
(Fernando Salvater 1997)
30
Referências Bibliográficas
Aktouf, O. (1996). A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas S.A.
Almeida, F. (1996). O gestor a arte de liderar. Lisboa: Editorial Presença.
Chiavenato, I. (2000) Iniciação à administração geral. São Paulo: Makron.
Delors, J. (Ed.). (1996). Educação – um tesouro a descobrir. Lisboa: Edições Asa.
Hampton, D. (1990). A administração- Processos administrativos. São Paulo: McGraw-Hill.
Patrício, M.(1993). Lições de axiologia educacional. Lisboa: Universidade Aberta.
Pinto, C. (1991). Formas de estar na escola. Notícias Federação, 4, 14-15.
Reimão, C. (1994). Escola e família- uma relação a desenvolver, Brotéria, 139, 445-459
Salvater, F. (1997) – O valor de educar, Lisboa: Editorial Presença.

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  • 1. Agrupamento de Escolas João Villaret Loures Projeto de Intervenção Pedagógica no âmbito do procedimento concursal à eleição do Diretor “Uma Escola com e para Todos” (in Projeto Educativo 2019/2023) Paula Cristina Marques Natálio (Professora do Quadro do Agrupamento de Escolas João Villaret) Quadriénio 2020/2024
  • 2. 2 Índice Pág. Introdução 3 Breve Caracterização do Agrupamento 6 - Escolas 6 - Comunidade Educativa 9 - Alunos 9 - Docentes 10 - Pessoal Não Docente 10 -Ofertas Educativas, Atividades de Complemento 11 e Enriquecimento Curricular, Projetos e Parcerias - Pontos Fortes / Facilitadores 12 - Pontos Fracos / Constrangimentos 14 Missão 15 Áreas de Intervenção 16 Plano de Ação 16 Eixos Estratégicos de Intervenção 24 -Educação para a Cidadania 25 - Educação Inclusiva 25 - Resultados Escolares 26 - Resultados Académicos 26 - Resultados Sociais 27 Conclusão 28 Referências Bibliográficas 30
  • 3. 3 Introdução “ O novo século (…) encerra um precioso tesouro que pode ser a chave da conversão de uma utopia inalcançável em visão motora e mobilizadora das consciências e das boas vontades. Esse fabuloso tesouro a descobrir pelas gerações vindouras (...) é nada mais nada menos do que a Educação.” (Roberto Carneiro in Educação – Um Tesouro a descobrir, Edições Asa) Partindo da convicção de que é na educação que se encontra a chave para o sucesso pessoal, profissional e social de todos os cidadãos, pretende-se reinventar esse “tesouro”, atribuindo-lhe sentido, utilidade e fazendo dele um fim e um princípio, que norteia todas as ações e decisões, contribuindo para uma sociedade mais justa, onde todos têm a oportunidade de encontrar e percorrer o seu caminho. Apesar de se ter consciência que a escola de hoje enfrenta vários e diversificados desafios, que vivemos num mundo em constante mutação, que o que era tido como verdade absoluta rapidamente deixa de o ser, que aquilo em que acreditávamos vivamente se desvanece a cada momento, move-nos a convicção que, unindo esforços e tendo bem presente os objetivos definidos, podemos dar o nosso contributo para “Uma escola com e para todos”. Uma escola em que o todo e a parte sejam tidos em atenção, uma escola com identidade, uma escola com cultura, uma escola com diversidade, uma escola de oportunidades, uma escola que favorece a partilha, a cooperação, a participação, a responsabilidade, uma escola que reconhece, encoraja, valoriza. Uma escola que proporciona o desenvolvimento harmonioso e equilibrado de todos os que nela verdadeiramente se envolvem, uma escola que se mobiliza para que esta realidade seja efetiva. Para tal, pretende-se seguir uma metodologia que já deu provas de contribuir para um clima de satisfação entre os diferentes intervenientes no ato educativo, uma metodologia de trabalho que assenta na distribuição de tarefas, na rentabilização do potencial de cada um, na partilha de experiências e aprendizagens, na reflexão, na análise, na criação de novas perspetivas e na abertura de novos caminhos, a qual converge para o aumento significativo dos níveis de satisfação pessoal e profissional, investindo-se na construção de um sentimento de pertença a um grupo de trabalho no qual cada um faz parte do todo, trabalhando nesse sentido e dando o seu efetivo contributo para a melhoria de todas as atividades realizadas. Partilha-se da perspetiva de Almeida (1996) “gerir implica levar grupos de pessoas a atingirem objetivos (p.9). Cabe, então, ao gestor individualmente ou com a ajuda dos que o rodeiam, trilhar o caminho que conduz a tomadas de decisão adequadas, no momento certo, nunca perdendo de vista os objetivos que o norteiam. O presente projeto de intervenção é ele próprio o culminar de um processo de reflexão pessoal, assente na partilha de experiências, nas vivências com e na escola, nos constrangimentos
  • 4. 4 sentidos, nas alternativas construídas, nas estratégias desenvolvidas e nas inúmeras oportunidades que a escola proporciona a quem a ela verdadeiramente se dedica. Encarando a escola como um palco de inúmeras e diversificadas interações, partindo de todo o trabalho que já foi realizado, aproveitando todos os recursos disponíveis, com profissionalismo, dedicação, criatividade e bom senso, pensamos ser possível fazer sempre mais e melhor. Assim, pretende-se com o presente Projeto de Intervenção Pedagógica evidenciar as preocupações educativas, pedagógicas, pessoais, profissionais e sociais, que emergem de uma forma de pensar e agir assente na reflexão, partilha e cooperação, alicerçada em critérios de justiça, equidade, imparcialidade, qualidade, competência, responsabilidade, transparência e profissionalismo, visando clarificar o sentido das mudanças qualitativas que a organização educativa exige, para o sucesso educativo e para a vida dos sujeitos centrais de todo o processo – os alunos. A elaboração deste projeto teve por base o conhecimento e a experiência adquirida ao longo de vinte e nove anos como docente, dezanove dos quais nesta escola, onde foi possível o desempenho de diferentes cargos de coordenação técnica e pedagógica e o envolvimento em múltiplos projetos, existindo um relacionamento direto com todos os intervenientes no ato educativo, o que possibilita uma ideia clara e um conhecimento profundo da realidade e do contexto deste Agrupamento de Escolas. O Projeto Educativo, o Regulamento Interno, o Plano Anual e Plurianual de Atividades (PAPA), o Plano de Melhoria e o Relatório da Avaliação Interna e Externa nortearam o pensamento e foi nestes documentos que foram recolhidos os dados que se apresentam. Trata-se de documentos estratégicos, resultantes da participação, negociação e contributo da comunidade educativa, aos quais se pretende dar continuidade, contando com uma equipa de profissionais que merecem respeito por todo o trabalho que têm desenvolvido, por toda a dedicação que têm revelado, por todos os sucessos que têm possibilitado, pelos seres humanos íntegros, honestos, idóneos que são, destacando desta equipa o atual Diretor do Agrupamento, com o qual se contará para a concretização deste projeto e o qual será, certamente, uma mais-valia na sua operacionalização. No que diz respeito à caracterização da escola, pretende-se, de forma sintética, fazer um retrato das diferentes realidades existentes no agrupamento, dos diferentes cenários e palcos de ação, todos eles com especificidades, mas, ao mesmo tempo, todos eles trabalhando para o mesmo fim, norteando-se pelos mesmos princípios e objetivos. Importa conhecer o meio, o público-alvo, as condições humanas e materiais, os pontos fortes e os constrangimentos. A este respeito Pinto (1991) refere que quem deseja intervir e participar conscientemente na escola tem de a compreender, tem de tentar percebê-la enquanto realidade social. “Intervir, gerir ou administrar uma escola é interagir com pessoas, situadas num contexto determinado e sujeitas a regras de jogo específicas” (p.14).
  • 5. 5 Cada professor, cada aluno, cada encarregado de educação... contribui de diferentes formas para a prossecução das finalidades definidas pelos órgãos de gestão, assumidas por todos aqueles que se sentem implicados neste processo. Segue-se a definição da missão e das áreas de intervenção, para as quais se propõem ações concretas a realizar, assumindo-se os eixos estratégicos de intervenção enunciados no Projeto Educativo do Agrupamento. O caminho faz-se todos os dias, faz-se caminhando. Por vezes, é necessário fazê-lo de forma solitária, pensando, refletindo, ajustando… Outras, caminhando com aqueles que necessitam do nosso conhecimento, orientando-os, norteando percursos e aprendizagens. Há caminhos que se fazem sozinhos, outros em pequenos grupos, partilhando espaços, tempos, saberes e experiências e alguns em grupos mais alargados em que cada um leva consigo os caminhos já percorridos e traz consigo a bagagem partilhada. Uns e outros são importantes, mas o caminhar acompanhado torna o percurso mais interessante e profícuo. Tendo em conta tudo isso, em síntese, pretende-se abraçar esse desafio, percorrer esse caminho e ultrapassar os obstáculos que vão surgindo. Conscientes de que o sucesso depende de inúmeros fatores, acalenta-se a ideia de se poder dar o contributo para que ele seja uma realidade. Acalenta-se a ideia de poder deixar, tal como se recebeu, marcas vivas e credíveis para quem posteriormente deseje trilhar esse mesmo caminho. Em todas as equipas de trabalho, naturalmente, há um líder, alguém que dirige, organiza, orienta e se certifica que o trabalho ou a meta é atingida. Este pode ou não ser reconhecido pelos outros como tal e esse, parece-nos, ser o ponto fulcral da questão. Um líder que é aceite e reconhecido enquanto tal é capaz de fazer despertar nos outros aquilo que de melhor têm. É aquele que rentabiliza os pontos fortes de cada um, minimizando aqueles que aparentemente são mais frágeis, pois, unidos e bem guiados, todos os elementos de um grupo ou equipa de trabalho se tornam mais fortes e coesos. Um bom líder é aquele que genuinamente é capaz de se colocar e compreender o ponto de vista do outro. Este detém um excelente conhecimento de todos os elementos do grupo, os quais, por sua vez, também o conhecem e respeitam. Esta relação de confiança e conhecimento mútuos é meio caminho andado no sentido de se alcançar o sucesso desejado, o sucesso pessoal e o sucesso coletivo. Grupos motivados, entusiasmados, que veem reconhecido o seu esforço e o seu mérito, são, certamente grupos mais “felizes” e, consequentemente, mais eficazes e produtivos. Uma boa liderança tem de assentar em princípios éticos e morais, tem de servir o todo e cada uma das partes. Um bom líder é aquele que, tendo em conta o contexto, as necessidades, as dinâmicas existentes, as suas características e as dos outros elementos do grupo, é capaz de influenciar e ser influenciado, é capaz de dividir responsabilidades, multiplicar elogios, reduzir frustrações e aplaudir os méritos (pessoais e coletivos). É este tipo de liderança que se pretende
  • 6. 6 seguir, é este líder que se pretende ser, é esta a gestão que se pretende fazer! Breve Caracterização do Agrupamento - Escolas Do agrupamento de Escolas João Villaret fazem parte oito Jardins de Infância, sete escolas do 1.º ciclo e uma escola do 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, sendo esta última a sede de agrupamento. Estes estabelecimentos de ensino, com características e necessidades próprias, situam-se no concelho de Loures, abarcando as freguesias de Loures e Santo Antão/São Julião do Tojal. A Escola do Ensino Básico 2,3 João Villaret, situada na freguesia de Loures (Infantado) ocupa, desde outubro de 2009, novas instalações. Foi com muito agrado que toda a comunidade educativa, que há muito almejava melhores condições de trabalho, viu concretizadas as suas ambições. Apesar de ainda não possuir um pavilhão gimnodesportivo, estando aulas de Educação Física sujeitas às condições atmosféricas e a um espaço inadequado às necessidades sentidas, é uma escola que tudo tem para proporcionar um ambiente propício à educação dos mais novos. Entre outros recursos, possui uma biblioteca integrada na Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) amplamente frequentada pelos alunos, professores e outros agentes educativos, que serve muitas vezes como palco de ações diversificadas de carácter pedagógico; um pequeno auditório, com uma lotação claramente inferior ao que seria expectável, mas que em muito tem contribuído para a dinamização de atividades, que enriquecem o currículo escolar; um refeitório, que diariamente proporciona refeições a um número significativo de alunos; uma sala de alunos recentemente decorada; uma sala destinada à disciplina de Educação Musical (com equipamento adequado); salas destinadas às ciências (com pequenos laboratórios) salas destinadas à Educação Visual e à Educação Tecnológica (que cobrem as necessidades sentidas); uma sala equipada com computadores e várias salas que funcionam como gabinetes de trabalho. Apesar de todas estas condições, continuam a existir alguns constrangimentos relacionados com a dispersão das salas de aulas (três blocos com dois pisos, ligados entre si), com o crescimento da população escolar (trata-se de uma escola de tipologia para vinte e cinco turmas, onde já funcionaram trinta e seis turmas), com a falta de materiais (principalmente os relacionados com o Plano Tecnológico da Educação) e com as faltas de assistentes operacionais, que obrigam a uma gestão difícil dos recursos humanos, com particular prejuízo da escola sede. Atualmente, existem na escola oito turmas de 5.º ano, nove de 6.º ano, seis de 7.º ano, cinco de 8.º ano e cinco de 9.º ano (incluindo uma turma de PCA) e uma sala de Ensino Estruturado, servindo um total de oitocentos alunos. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Infantado, pertence igualmente à freguesia de Loures, funciona num edifício inaugurado em 1993, que, apesar de apresentar boas condições de trabalho, necessita de ser requalificado para dar resposta às
  • 7. 7 solicitações/listas de espera atuais e futuras, atendendo ao previsível crescimento demográfico da área em que se insere. Nesta escola, existe um espaço polivalente onde funciona o refeitório e onde são desenvolvidas as atividades desportivas. Estas também podem ser desenvolvidas no espaço exterior da escola, que apresenta condições suficientes. Os alunos têm também ao seu dispor uma biblioteca integrada na RBE. Atualmente, existem nesta escola catorze turmas de 1.º ciclo e quatro grupos de educação pré-escolar, num total de quatrocentas e vinte e quatro crianças e alunos. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Fanqueiro ocupa um edifício, que foi remodelado em 2009, apresentando, neste momento, melhores condições de trabalho. A existência de uma biblioteca escolar integrada na RBE, de um pequeno pavilhão e de um refeitório, revelam-se como uma mais-valia no dia a dia da escola. Esta escola apresenta uma taxa de ocupação demasiado elevada, uma vez que dispõe de cinco salas de 1.º ciclo para dar resposta a onze turmas, encontrando-se dez delas a funcionarem regime desdobramento e uma outra a funcionar num monobloco, instalado dentro do perímetro das instalações escolares, necessitando, de forma gradual, reduzir o número de alunos. Atualmente frequentam esta escola cerca de trezentos e quarenta e dois alunos, distribuídos por onze turmas de 1.º ciclo, quatro grupos de educação pré- escolar e uma unidade de ensino estruturado. Na freguesia de Santo Antão do Tojal/São Julião do Tojal encontram-se situadas as restantes escolas. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de Santo Antão do Tojal sofreu, recentemente, alguns melhoramentos. As antigas instalações, que claramente necessitavam de intervenção, estão agora mais amplas, funcionais e seguras. Neste estabelecimento de ensino existe um refeitório e uma sala, onde funciona uma Biblioteca Escolar integrada na RBE. Funcionam nesta escola três turmas de 1.º ciclo e um grupo de crianças de educação pré- escolar, sendo frequentada por cerca de oitenta crianças. Tanto o Jardim de Infância de Pinteus como o Jardim de Infância da Manjoeira apresentam características bastante diferentes das escolas anteriormente referidas, já que ocupam espaços reduzidos, mas proporcionais ao número de turmas/grupos existentes. No caso do Jardim de Infância de Pinteus, encontra-se em funcionamento unicamente um grupo de jardim-de-infância com vinte e três crianças. Este edifício está a necessitar de intervenção, por forma a conferir-lhe maiores condições, já que não dispõe de refeitório, nem biblioteca escolar, sendo os espaços de lazer diminutos e pouco diversificados. O Jardim-de-Infância da Manjoeira dispõe unicamente de um grupo de vinte e três crianças de educação pré-escolar, sendo os espaços adequados ao número de crianças e à faixa etária. No entanto, a existência de um polivalente seria uma mais-valia para a comunidade educativa. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo da Manjoeira funciona com duas turmas do 1.º ciclo (tinta e seis alunos). Trata-se de uma Escola de Plano Centenário, que foi adaptada, dispondo
  • 8. 8 de espaços adequados ao número de alunos que a frequentam. Não dispõe de biblioteca escolar nem de refeitório, o que exige um esforço acrescido no sentido de responder às necessidades sentidas. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de À-das-Lebres funciona num edifício de Plano Centenário adaptado e é frequentada por duas turmas de alunos do 1.º ciclo (quarenta alunos) e um grupo de vinte e cinco crianças de educação pré-escolar, não dispondo de grande diversidade de espaços, proporciona condições razoáveis de trabalho e lazer. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância de São Julião do Tojal foi remodelada, dispondo de espaços adequados ao escalão etário dos alunos que frequentam este estabelecimento de ensino. O espaço polivalente, o refeitório, os espaços exteriores e a biblioteca integrada na RBE são, certamente, uma mais-valia na vida de toda a comunidade escolar. Nesta escola existem cerca de duzentas e catorze crianças, distribuídas por seis turmas de alunos do 1.º ciclo e três grupos de crianças de educação pré-escolar. A Escola do Ensino Básico do 1.º Ciclo com Jardim de Infância do Zambujal é atualmente frequentada por duas turmas de 1.º ciclo (quarenta e três alunos) e dois grupos de crianças da Educação Pré-escolar (quarenta crianças). Apesar de se encontrar inserida numa zona desfavorável do ponto de vista social e económico, esta escola apresenta todas as condições necessárias à realização de um trabalho de qualidade. Os diferentes espaços existentes são adequados e estão bem cuidados. A existência de um refeitório e de um extenso espaço exterior de lazer, possibilitam responder às necessidades destes jovens, oriundos essencialmente dos PALOP. Falta-lhe uma biblioteca, que poderia proporcionar outro tipo de vivências a estes alunos. Em suma, podemos afirmar que a maioria das escolas do agrupamento possui os materiais e as condições necessárias ao desenvolvimento da prática letiva, embora algumas necessitem de intervenções. De um modo geral, os espaços são adequados, apresentando condições de segurança e bem-estar. O crescimento do concelho fez disparar o número de alunos a frequentar as escolas do agrupamento, encontrando-se algumas delas à beira da sobrelotação ou com listas de espera, o que exige, todos os anos letivos, uma ponderação e organização minuciosas. A dispersão geográfica, no que diz respeito ao desenvolvimento de atividades conjuntas e articuladas, é tida como um constrangimento, que, ao longo dos anos tem vindo a ser minorado graças ao investimento pessoal dos docentes dos diferentes níveis de ensino. É, muitas vezes, nas reuniões do Conselho Pedagógico, nas reuniões de Conselhos de Turma ou da Biblioteca Escolar, que esta articulação se efetiva, envolvendo docentes, assistentes operacionais e discentes. É nos encontros formais ou informais que se partilham experiências, discutem constrangimentos, se acertam estratégias, se minimiza o isolamento e as situações que podem originar a exclusão social e se fomenta o clima de pertença a uma instituição, que tão bem caracteriza o sentir da esmagadora maioria dos intervenientes no ato educativo. É de referir, ainda, que grande parte destes
  • 9. 9 estabelecimentos de ensino possuem Associação de Pais, que, mais ou menos ativamente, dão o seu contributo para este sentir. - Comunidade Educativa - Alunos Os alunos que frequentam as escolas do agrupamento apresentam características muito heterogéneas, oriundos de diferentes partes do mundo, com hábitos culturais diversificados, pertencem a estratos sociais muito diferentes, o que faz com que possamos afirmar que estamos na presença de uma escola multicultural, onde se pretende que a diferença não constitua qualquer obstáculo, mas que seja vista como algo que contribui para o enriquecimento de todos. No entanto, a existência de algumas famílias social, cultural e economicamente desfavorecidas é uma preocupação constante, estando a escola atenta a esta realidade e empenhada na procura de soluções que minimizem diferenças de oportunidades e enalteçam a diversidade de experiências. Existe um número significativo de famílias que vive de rendimentos provenientes da área do comércio e serviços, alguns da construção civil e outros da agricultura. Muitos agregados familiares não possuem qualificações profissionais, sendo as habilitações literárias muito reduzidas ou até mesmo desconhecidas. Este cenário é particularmente importante, quando pensamos nas expectativas dos alunos, na sua falta de assiduidade e pontualidade, na sua autoestima e nas suas experiências de vida. É de referir que do universo de alunos que frequentam o agrupamento fazem parte alguns que se encontram institucionalizados (Casa do Gaiato, Florinhas da Rua, Casa do Infantado-CrescerSer). As questões relacionadas com o domínio da língua portuguesa também se colocam, uma vez que muitos alunos, quando ingressam na escola, apresentam um deficiente ou inexistente domínio da língua, sendo necessário encontrar soluções para que este problema possa ser rapidamente ultrapassado. A escola, também nesta área, tem sabido desempenhar um papel fulcral, facilitando a integração e o desenvolvimento harmonioso de todos. Os dados que seguidamente se apresentam dizem respeito ao ano letivo transato, por se considerar possibilitarem uma leitura mais real, foram retirados do Projeto Educativo do Agrupamento e possibilitam uma contextualização da população discente do agrupamento. Pré-escolar 1.º ciclo 2.º ciclo 3.º ciclo Número de Alunos/Crianças 394 889 404 337 Frequentam as AAAF/AEC* 375 794 ________ _________ Subsidiados pela Ação Social Escolar 122 235 125 96 Abandono Escolar ____________ 0 7 3 Acompanhados em Educação Especial 13 52 43 35
  • 10. 10 Sucesso Educativo ________ 95,7% 89,1% 91,2% Quadro de excelência ________ 4.º ano - 13 25 19 Prémio Villaret ________ 4.º ano- 12 6.ºano-15 9.º ano - 1 *Atividades de Animação e Apoio à Família/Atividades de Enriquecimento Curricular A leitura do quadro anteriormente apresentado permite-nos concluir que as percentagens de sucesso, fundamentais para o desenvolvimento pessoal e social dos alunos, se situam a um nível muito satisfatório. Apesar de um grande número de famílias serem economicamente carenciadas e não terem a possibilidade de fazer um acompanhamento mais direto dos seus educandos, o esforço conjugado de todos os agentes educativos tem vindo a revelar-se profícuo. Esta é uma realidade que também pode ser constatada nos resultados da avaliação externa. O contexto sociocultural de alguns dos alunos remete-nos para iminentes situações de abandono escolar. A garantia de iguais oportunidades para todos contribuiu para a redução da taxa de abandono, que se situa em números residuais. Salienta-se, ainda, a existência de um grupo de alunos cujos resultados académicos muito orgulham a comunidade educativa. - Docentes O corpo docente, embora em alguns casos bastante envelhecido, tem mantido a estabilidade desejada, permitindo um melhor conhecimento do contexto educativo, uma maior rentabilização dos recurso disponíveis e a desejada continuidade pedagógica. As oscilações são pontuais e mais visíveis na escola sede. Os resultados anteriormente expostos são, não só o culminar do empenho de alunos e encarregados de educação, mas também da dedicação dos docentes, que, ao longo dos anos, têm minimizado diferenças e otimizado recursos. Para que tal fosse possível, trabalharam em conjunto, unindo esforços, vinte docentes da Educação Pré-escolar, cinquenta e sete do 1.º ciclo do Ensino Básico, sessenta do 2.º e 3.º ciclos e catorze docentes de Educação Especial. - Pessoal não docente Igualmente importante considera-se o trabalho realizado pelo pessoal não docente, mostrando-se disponíveis para apoiarem professores e alunos, o seu contributo para o bom funcionamento das instituições é imprescindível. Salienta-se, no entanto, que os setenta e dois Assistentes Operacionais, os oito Assistentes Técnicos e os três elementos da equipa SPO (que neste momento se encontra reduzido a uma psicóloga) são considerados claramente em número inferior, tendo em conta as necessidades sentidas e as características das diferentes escolas do agrupamento. Frequentemente, é necessário deslocar Assistentes Operacionais da Escola sede do Agrupamento para outras escolas, isto acontece sempre que algum funcionário se encontra a faltar, diminuindo a
  • 11. 11 capacidade de vigilância dos espaços interiores e exteriores da escola sede, que para além de extensos, encontram-se dispersos. No que diz respeito aos Assistentes Técnicos, que têm de dar resposta tanto a assuntos relacionados com a área pessoal, alunos, contabilidade, gestão financeira e SASE, têm conseguido responder às diferentes solicitações, embora, muitas vezes, com muita sobrecarga de trabalho, mas, com profissionalismo e boa vontade, têm sabido definir prioridades. - Ofertas Educativas/Atividades de Complemento e Enriquecimento Curricular, Projetos e Parcerias No sentido de possibilitar experiências significativas a todos os alunos, a escola tem vindo a mobilizar-se, dispondo neste momento de um leque de atividades formativas e diversificadas, que contribuem largamente para a uniformização de oportunidades e experiências. Apostando em parcerias estratégicas, em projetos e outras atividades de interesse reconhecido, foi possível desenvolver uma dinâmica, que envolve toda a comunidade educativa, motivando professores, alunos e restantes agentes educativos. A título de exemplo, apresentam-se algumas destas ofertas, projetos e parcerias. Ofertas Educativas /ACEC* Projetos Parcerias - Ensino Articulado Artístico Especializado no âmbito da Música – 2.º e 3.º Ciclos - Percurso Curricular Alternativo (PCA) – 3.º Ciclo -Unidades de Ensino Estruturado, 1.º, 2.º e 3.º Ciclos -Apoio Educativo a Alunos com NE -AEC: Atividade Física e Desportiva, Educação e Expressão Musical e Expressão Artística e Corporal (1.º ciclo) -Oficina de Português -Oficina de Matemática -Oficina de Inglês - Mentes Sorridentes -Fablab Escolar -Atividades da BE/CRE -Educação para a Saúde -Clube de Ciência Viva -Clube de Dança -Clube de Jornalismo -Clube de Teatro -Desporto Escolar (Boccia Basquetebol, Futsal, Ténis de Mesa) -ECO-Escolas -Câmara Municipal de Loures -Junta de Freguesia de Loures, Junta de Freguesia de Santo Antão do Tojal e S. Julião do Tojal -Associações de Pais e Encarregados de Educação -Hovione -Rotary Clube de Loures -PMI – Portugal nas Escolas -Rede de Escolas Associadas da UNESCO -Associação Bandeira Azul -Associação “Mentes Sorridentes” -PSP/GNR – Escola Segura -Polícia Municipal de Loures -Bombeiros Voluntários de Loures e do Zambujal -Centro de Saúde de Loures -Hospital Beatriz Ângelo -Centro de Formação de Escolas - CENFORES
  • 12. 12 -Coadjuvação nas aulas de Português e Matemática (2.º e 3.º ciclos) -Desdobramento nas disciplinas de Português e Inglês (5.º e 7.º anos) -Projeto Sucesso Mais (PSM) de Matemática -Apoio Tutorial Específico - Equipa de Intervenção Pedagógica -Oficina de Artes -Ténis de Mesa - Gabinete de Apoio ao Aluno - Serviços de Psicologia e Orientação - Serviço Social - A Paz Constrói-se -Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa -Instituto de Reinserção Social -Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Loures -Instituto da Segurança Social -Núcleo de Apoio às Crianças e Jovens em Risco -Tribunal de Loures -Proteção Civil de Loures -GesLoures *Atividades de Complemento e Enriquecimento Curricular - Pontos Fortes / Facilitadores Tendo analisado e refletido sobre as indicações constantes nos documentos estruturantes do agrupamento, nomeadamente o Projeto Educativo, onde, de forma clara e concisa são identificados os desafios que a sociedade nos coloca, as fragilidades organizacionais, os constrangimentos sentidos e as oportunidades de fazer mais e melhor, apresentar-se-á, seguidamente, os resultados da análise SWOT efetuada, enumerando os pontos fortes e fracos identificados. Para além do conhecimento que se possui do agrupamento, foram, também, tidos em conta os resultados da Avaliação Externa do agrupamento e os dados constantes no Relatório da Avaliação Interna. Considera-se que os processos de autoavaliação e as reflexões sistemáticas que são realizadas pela comunidade educativa são indicadores credíveis dos níveis de satisfação de todos os intervenientes no processo educativo e das ações que necessitam ser realizadas, permitindo uma maior consciencialização dos constrangimentos e a superação das dificuldades sentidas. Tal como é referido no Projeto Educativo (2019/2023) “Esta avaliação permite não só avaliar o grau de exposição do Agrupamento a condicionantes externas, assim como orientar as ações a desenvolver com vista à redução dos riscos externos identificados e à melhoria dos serviços prestados.” (p.12). Tendo em conta a contextualização do agrupamento, foram consideradas oportunidades e ameaças as seguintes situações: Oportunidades Ameaças -Requalificação do parque escolar, que criou melhores condições físicas e materiais nas escolas do -Dispersão geográfica das escolas que dificulta a realização de atividades conjuntas de ciclo; -Alargamento do horário e das funções dos docentes;
  • 13. 13 Agrupamento; - Bibliotecas Escolares, que contribuem de forma significativa para a articulação pedagógica e enriquecimento do currículo dos alunos, sendo um fator de difusão do conhecimento; -Aumento do ensino obrigatório para 12 anos; -Parcerias com instituições regionais, nacionais e internacionais; -Elevado número de alunos por turma; - Envelhecimento e cansaço do corpo docente; - Desmotivação crescente de professores e alunos; -Excesso de burocracia que prejudica o verdadeiro papel do professor; -Proliferação de normativos legais que enquadram a organização escolar, dificultando, muitas vezes, a sua ação e o exercício da sua autonomia; -Diminuição de recursos financeiros, resultante das sucessivas políticas de cortes orçamentais na educação; -Aumento do número de famílias carenciadas no concelho e consequente agravamento de problemas socioeconómicos. (in Projeto Educativo 2019/2023) São considerados como pontos fortes os que a seguir se elencam: - A abertura e disponibilidade do Diretor em exercício; - Boas práticas de inclusão de todos os alunos do Agrupamento; - A existência do quadro de Excelência, dos Prémios Villaret e dos Prémios de Mérito, que reconhecem o mérito e o empenho dos alunos; - Diversidade de atividades dinamizadas no âmbito do PAPA; - Relacionamento interpessoal; - As parcerias estabelecidas; - Desenvolvimento de projetos próprios e /ou resultantes de adesão a programas e iniciativas locais, nacionais e internacionais; -Realização de visitas de estudo e palestras que contribuem para o reforço das aprendizagens; - Iniciativas promovidas pelas bibliotecas escolares (integradas na RBE) na aquisição de hábitos de leitura e no desenvolvimento de competências digitais e de literacia que contribuem de forma significativa para a articulação pedagógica, enriquecimento do currículo e difusão do conhecimento; - Trabalho colaborativo entre coordenadores de departamento, delegados de grupo e professores dos diferentes grupos; - Oferta de Percursos Curriculares Alternativos e Ensino Articulado de Música; - Participação e dinamização de iniciativas que visam a promoção de comportamentos saudáveis e a erradicação de comportamentos de risco;
  • 14. 14 - Iniciativas de angariação de bens que promovem o espírito de solidariedade e permitem dar apoio às famílias mais carenciadas; - Boa articulação dos professores titulares de turma com os professores das AEC no 1.º CEB, bem como entre os docentes do 1.º ciclo e dos 2.º e 3.º ciclos; - Aposta dos agentes educativos na sua formação ao longo da vida; - Prática da utilização corrente do correio eletrónico na partilha de assuntos e resolução dos mesmos, com os elementos da comunidade; - Página eletrónica do Agrupamento utilizada para divulgação de informação relevante para a comunidade educativa e disseminação de atividades e projetos do Agrupamento; - Existência de espaços interiores e exteriores para o convívio dos alunos; - Associações de Pais e Encarregados de Educação; - Oferta de Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) para os alunos do 1.º ciclo e Atividades de Animação e Apoio à Família (AAAF) para a Educação Pré-escolar; - Oferta de Atividades de Apoio e de Complemento do Currículo para os alunos do 2.º e 3.º ciclos: Oficina de Português, Oficina de Matemática, Oficina de Inglês, Clubes no âmbito da Música, Dança, Teatro, Jornalismo, Ateliês e Oficinas de Artes, Desporto Escolar, Apoio Educativo, Apoio a Português 2.ª Língua, Educação para a Saúde; -A existência de coadjuvâncias; - A supervisão pedagógica (aulas partilhadas, por iniciativa dos docentes); - Desdobramento das turmas de Português e Inglês (5.º e 7.º anos); - Boa gestão e atendimento pelos serviços administrativos; - As boas práticas no que diz respeito ao Apoio Tutorial Específico; - A dinâmica estabelecida pela Equipa de Intervenção Pedagógica (EIP); - O sucesso escolar dos alunos; - A dinâmica de trabalho das unidades de ensino estruturado; - O bom desempenho dos docentes; - A dedicação e disponibilidade das Assistentes Operacionais; - Adoção de estratégias que contribuem para a participação e envolvimento dos pais e encarregados de educação na vida escolar; - Práticas de gestão que têm em conta as competências pessoais e profissionais dos trabalhadores, bem como o seu bem-estar, propiciando um bom ambiente de trabalho. - Pontos Fracos / Constrangimentos Como pontos fracos, nos quais se concentrará maior atenção, podemos destacar: - Falta do Pavilhão Gimnodesportivo da Escola Sede e de espaços para a prática desportiva
  • 15. 15 em alguns estabelecimentos de ensino; - Falta de instalação do Plano Tecnológico da Educação (não foi concluída a sua instalação, funcionando com muitas deficiências); - Sobrelotação dos espaços, em muitas das Escolas do 1º ciclo e Jardins-de-infância; - Número elevado de alunos na Escola Sede e previsível sobrelotação; - Desmotivação de alguns alunos face às aprendizagens académicas; - Agravamento das situações de incumprimento das regras por parte dos alunos; - Agrupamento com mais de 2000 alunos, distribuídos por dez unidades educativas diferentes e com uma população muito heterogénea; - Número elevado de alunos que usufruem da Ação Social Escolar (28,56% dos alunos); - Necessidade de criar áreas ajardinadas, em algumas escolas; - Assistentes Técnicas (apesar do rácio estar cumprido, este apenas entra em linha de conta com os alunos que frequentam a Escola sede, quando este número representa apenas cerca de um terço do total de crianças/alunos que estão matriculados no Agrupamento); - Constantes faltas de Assistentes Operacionais; - Os processos de articulação vertical e horizontal do currículo; - Fraco envolvimento de alguns pais e encarregados de educação na vida escolar dos alunos; - A composição de certas turmas não permitir a necessária valorização e desenvolvimento dos alunos com desempenhos acima da média. Missão Às escolas é confiada a missão de serviço público. Esta deve proporcionar um ensino público de qualidade e excelência, que permita o desenvolvimento harmonioso (pessoal, social e académico) de todos os alunos, explorando plenamente todas as suas capacidades, independentemente da sua proveniência geográfica, social ou económica. Dotando todos e cada um dos alunos de competências e conhecimentos, que lhes permitam integrar-se ativamente na sociedade futura, como cidadãos plenos, dotados de sentido crítico, responsabilidade, dando o seu contributo para o desenvolvimento social, cultural e económico do país. Através de projetos diversificados promotores de formação humanística, cultural, social, ambiental e cívica, assentes em estratégias de colaboração e parcerias inovadoras e transformadoras, pretende-se reforçar a qualidade do ensino prestado, apostando na melhoria dos resultados escolares, na reflexão partilhada, nos processos internos de autoavaliação e no empenho e dedicação de todos os agentes educativos. Para a concretização desta ambiciosa missão, importa abrir a escola à comunidade, envolvendo todas as estruturas e possibilitando a participação e responsabilização de todos os
  • 16. 16 intervenientes no ato educativo, num trabalho colaborativo e articulado, assente numa rede de comunicação permanente, reforçando a identidade da escola e potenciado o sentimento de pertença de todos os que dela fazem parte ou venham a fazer. Áreas de Intervenção Da análise realizada, podemos concluir que existem ainda algumas fragilidades ou constrangimentos que urge ultrapassar. Assim, assumem-se como prioridades, com vista à formação integral dos alunos e visando a melhoria e a qualidade das aprendizagens, as seguintes áreas de intervenção enunciadas no Projeto Educativo: - Sucesso escolar e a garantia de iguais oportunidades para todos os alunos; - Melhoria da qualidade das aprendizagens, desenvolvimento social e integral do aluno e a promoção de comportamentos saudáveis; - Reforço do papel do Agrupamento como promotor de realização pessoal e profissional dos diferentes agentes educativos; - Aposta numa organização e gestão escolar de qualidade; - Promoção de uma cultura de trabalho, esforço e rigor; - Reforço do envolvimento da comunidade na vida da escola. Plano de Ação Pretende-se que as ações a realizar, direta ou indiretamente, confluam para o melhoramento das áreas anteriormente enunciadas. Mantendo todas as ações, estratégias e atividades consideradas anteriormente como pontes fortes, introduzir-se-ão outras que se julgam pertinentes e que, de certo modo, revelam uma forma de ser, pensar e agir, possibilitando perceber que modelo de escola se pretende, que modelo de gestão e lideranças se tenciona desenvolver. Deste modo, tendo como ponto de partida os pontos fracos já enunciados, passar-se-á à definição dos objetivos que se pretendem atingir, das estratégias a seguir e das ações que se realizarão para atingir esses objetivos. Tendo em conta que uma mesma estratégia ou ação converge para que se alcancem diferentes objetivos, optou-se por apresentá-las isoladamente, tentando contextualizá-las. Convém salientar que as propostas que se apresentam serão sempre alvo de discussão entre a comunidade educativa, prevendo-se como primeira iniciativa a auscultação daquilo que é sentido como um entrave às boas práticas e a enumeração de sugestões para ultrapassar esses constrangimentos, com vista a preparar o próximo ano letivo. Partilha-se da perspetiva de Hampton (1992) quando refere que o decisor não pode aceitar passivamente o problema da forma como ele se apresenta inicialmente, pois um bom gestor é aquele
  • 17. 17 que é capaz de independência e pensamento criativo. Este pensamento não deve ser linear, mas antes sistémico, o que aumenta a probabilidade de uma melhor contextualização do problema e uma maior proximidade com a realidade. Na procura de informação, o gestor encontra, frequentemente, alguns obstáculos. Esta tarefa nem sempre é fácil ou possível, muitas vezes é necessário transformar “as ideias em suposições e seguir em frente para decidir o que fazer, com base em uma mistura de factos e suposições (p.236). Ou seja, o gestor tem de ser capaz de tolerar a ambiguidade, os dados incompletos, a incerteza e seguir em frente. Defendemos, tal como Aktouf (1996) que o gestor deve apostar na inteligência e na criatividade de cada pessoa para que todas juntas consigam formar organizações coesas, eficazes e bem-sucedidas. Numa escola é de extrema importância que se estabeleçam laços afetivos, que surja uma certa cumplicidade que conduzirá não só à eficiência, mas também à satisfação de todos os que a ela pertencem. Considera-se, igualmente, importante a forma como a comunicação é feita numa organização tão complexa como a escola. De acordo com Chiavenato (2000), a comunicação constitui um dos maiores desafios de um administrador, pois trata-se do recurso mais importante para a concretização de objetivos. “Para que as pessoas possam saber o que fazer para que fazer e onde precisam chegar, torna-se indispensável que elas sejam comunicadas a respeito de todas essas coisas” (p. 43). Também Hampton (1990) analisou a comunicação no contexto das organizações, referindo que a sua eficiência depende da perfeição da rede de comunicações e da habilidade do gestor como comunicador. Feito este enquadramento e partindo destes pressupostos, continuar-se-á a apostar fortemente na articulação pedagógica, possibilitando o desenvolvimento do trabalho em equipas multidisciplinares, envolvendo alunos e encarregados de educação e melhorando a interdisciplinaridade. Será de extrema importância encontrar mecanismos que permitam aproximar as escolas do agrupamento, minorando as dificuldades sentidas pelos alunos na transição de ciclos. O desenvolvimento de atividades conjuntas e o reconhecimento dos espaços físicos das escolas parecem ser muito pertinentes, pelo que será dada prioridade às atividades e projetos que envolvam todas as escolas do agrupamento e permitam a troca de experiências entre professores e alunos e a apropriação da sua cultura, pois cada escola tem uma identidade própria, que converge para a identidade do agrupamento. As atividades já realizadas no âmbito da Biblioteca Escolar e os projetos desenvolvidos contribuirão para o cumprimento deste objetivo. Igualmente importante é a atenção dada à constituição das turmas e à distribuição de serviço docente e não docente. Para tal, mais uma vez, torna-se fulcral a articulação entre docentes (a transmissão do conhecimento que se tem dos alunos em anos anteriores para melhor rentabilização dos recursos disponíveis e para minimizar comportamentos de risco) e a auscultação de preferências, ritmos de trabalho, áreas fortes e mais frágeis, tendo sempre em conta os interesses dos alunos. Profissionais satisfeitos serão, certamente, profissionais mais empenhados e eficazes no seu trabalho. Através de uma efetiva
  • 18. 18 articulação entre todos os ciclos e graus de educação e ensino, bem como entre os vários órgãos de gestão, serão criadas as condições necessárias para o desenvolvimento de aprendizagens significativas e saberes essenciais à vida. Pretende-se dar continuidade à prática da coadjuvação, ao desdobramento das turmas e às oficinas. Para que seja possível uma verdadeira articulação, importa garantir a integração em cada Departamento Curricular pelo menos um tempo não letivo, marcado simultaneamente no horário de todos os elementos e outro que seja comum a todos os docentes (dando-se prioridade aos coordenadores de departamento), efetivando-se, deste modo, uma articulação departamental e interdepartamental, viabilizando a flexibilidade curricular, a formação entre pares, a planificação de atividades conjuntas e o estreitamento de laços de cooperação e partilha. É, também, nossa pretensão que uma das horas destinadas ao trabalho dos Diretores de Turma seja marcada num horário em que a turma esteja disponível, permitindo, quando for necessário, a realização de assembleias de turma para desenvolver e articular projetos, resolver problemas existentes, recolher sugestões e avaliar processos. Para estas reuniões podem ser convocados outros docentes, discentes ou agentes educativos, ficando esta gestão ao critério do Diretor de Turma, articulando com o Delegado e Subdelegado de Turma. Considerando que o agrupamento tem o privilégio de ter uma equipa de Professores de Educação Especial com um excelente desempenho, pretende-se rentabilizar as suas competências profissionais na dinamização de ações de formação que proporcionem um conhecimento mais alargado das diferentes problemáticas dos alunos do agrupamento. Deste modo, estará facilitada a implementação de mais e melhores práticas de diferenciação pedagógica e, consequentemente, a melhoria dos resultados académicos. Dar-se-á igualmente grande enfoque à generalização de práticas pedagógicas ativas e experimentais, que proporcionem aprendizagens significativas e às atividades que impliquem graus de envolvência e conhecimentos diferentes, permitido também a valorização e desenvolvimento dos alunos com desempenhos acima da média. Envolvendo todos os agentes educativos, desenvolver-se-ão ações que permitam despertar nos alunos a curiosidade pelo saber, valorizando os progressos e apoiando a superação das dificuldades. Encontrando o espaço de convergência entre as expetativas e objetivos dos professores e as necessidades e desejos dos alunos, acreditamos ser possível motivar alunos e melhorar os resultados escolares e as taxas de transição (principalmente nas disciplinas que apresentam taxas inferiores), bem como o abandono escolar. Esta melhoria passa, obrigatoriamente, pela integração efetiva de todos os alunos na dinâmica escolar, independentemente da sua origem, necessidades ou dificuldades e pela integração dos novos elementos (docentes ou não docentes), abrindo espaço para a sua participação. O Plano Anual e Plurianual de Atividades (PAPA) em muito pode ajudar na concretização deste objetivo, uma vez que apresenta um conjunto de ações concretas, diversificadas, pertinentes e motivadoras, permitindo o envolvimento de toda a comunidade
  • 19. 19 educativa e uma articulação horizontal e vertical. Trata-se de atividades que contribuem largamente para o desenvolvimento da competência comunicativa dos alunos, permitem o desenvolvimento da expressão oral e escrita, do raciocínio lógico e matemático, fomentam o gosto pela leitura, ao mesmo tempo que veiculam valores como a tolerância, a solidariedade, o respeito por si próprio, pelos outros, pelas instituições e pelo ambiente. Pretende-se continuar a dar visibilidade social aos jornais escolares, por permitirem o envolvimento dos alunos na vida da escola, a mobilização de diferentes saberes, um melhor conhecimento das escolas e das atividades que nelas se realizam, para além do desenvolvimento das competências comunicativas. Continuar a apostar na valorização pessoal e profissional de todos os agentes educativos será, igualmente, uma prioridade, só deste modo será possível inovar, modernizar e reinventar. A existência de profissionais competentes e motivados possibilita uma maior delegação de funções e responsabilidades, valorizando as estruturas intermédias de gestão e fortificando lideranças. Assim, pretendemos dar continuidade ao plano formativo do agrupamento introduzindo ações de formação nas áreas diagnosticadas como prioritárias. Mantendo o clima cordial que caracteriza este agrupamento, tenciona-se dar continuidade a todas as atividades consideradas importantes para o convívio saudável entre todos os elementos da comunidade educativa, pois são nestes encontros informais que muitas vezes surgem as ideias e projetos mais interessantes. Procurar-se-á ter um conhecimento profundo de todos os projetos desenvolvidos, para que possa reconhecer-se o seu mérito, valorizar o trabalho de todos os intervenientes e dar visibilidade social aos produtos. Para que tenhamos profissionais motivados, dedicados e empenhados, é necessário que saibamos valorizar o seu trabalho. Tal como os alunos, os docentes e outros agentes educativos gostam de ouvir um “obrigado”, um “bom trabalho”, gostam de ver o seu esforço e empenho reconhecidos, assim como merecem as condições materiais adequadas à realização das suas tarefas. No que diz respeito às questões físicas e materiais, urge que seja construído o Pavilhão Gimnodesportivo na escola sede e se encontrem alternativas para a prática desportiva nas escolas que não dispõem de espaços adequados, pois o crescimento saudável e harmonioso das crianças contempla igualmente a vertente física e artística. Continuaremos a insistir para que esta ambição se transforme em realidade. Tal como desenvolveremos todas as diligências no sentido de finalizar a concretização do Plano Tecnológico de Educação, apostando num servidor de Internet que não remeta para o plano B constantemente as planificações dos docentes e apostando na rentabilização dos materiais pedagógicos posto à disposição dos docentes, que raramente podem ser utilizados em algumas escolas por inexistência de computadores, Internet ou software adequado. Agilizando todos os procedimentos necessários (fichas triplas, comandos, requisições...) à introdução das novas tecnologias na educação e estabelecendo parcerias (aquisição e manutenção de materiais) podemos inovar, tornando as aprendizagens mais motivadoras e criativas. Continuar a apostar no programa
  • 20. 20 E360, divulgando as suas múltiplas funcionalidades também será uma aposta. Rentabilizar recursos passa também por colocá-los à disposição dos docentes. Investir num sistema que facilite a aquisição de materiais didáticos de reconhecido mérito será também uma prioridade, nomeadamente no que diz respeito ao apetrechamento dos laboratórios, materiais de desgaste, fundo documental e todos aqueles que forem necessários ao desenvolvimento de ações que visem atingir os objetivos já amplamente enumerados. O cuidado com os espaços, a sua manutenção e preservação terá de ser, igualmente, uma prioridade. Envolvendo e sensibilizando os alunos para esta questão, parece-nos ser possível que tomem a escola como sua preservando-a e valorizando-a. Envolvendo-os em ações concretas (construção de jardins, hortas, plantação de árvores, embelezamento das áreas comuns, recolha e seleção de resíduos...) estarão mais sensibilizados e predispostos para a sua manutenção. Importa desenvolver também práticas diárias que traduzam uma eficaz educação ambiental: reduzir, reciclar, reutilizar. Pretende-se também estudar a instalação de energias alternativas e procurar parcerias que as viabilizem, bem como possibilitem aos alunos, por um lado a construção de aprendizagens significativas e por outro a aplicação de conhecimentos e a resolução de problemas em ambiente natural. Para já, contamos com o desenvolvimento do projeto “Fablab Escolar” que em muito contribuirá para o desenvolvimento de hábitos de perseveração, reutilização e reciclagem. Reforçar a participação das famílias e da comunidade é indispensável ao bom funcionamento da escola. Deste modo, conta-se, continuar a promover a abertura da escola ao exterior, encontrando novas parcerias, novos aliados, novas formas de agir e pensar. Procurar-se-á apelar à sua intervenção ativa na tomada de decisões, na partilha de problemas e responsabilidades e no elencar de estratégias para os solucionar. As Associações de Pais serão um princípio, mas a ambição é ver pais e encarregados de educação mais preocupados, presentes e dedicados à causa comum, agindo em articulação com docentes e não docentes, partilhando os mesmos objetivos e desejando os mesmos fins. Pretende-se dinamizar ações concretas, planificadas conjuntamente, que permitam a desejada envolvência das famílias na escola, dando continuidade às já existentes (celebração de dias festivos, Dia Aberto à Comunidade, Partilha de Leituras...) e implementando outras, depois de ouvidos todos os intervenientes e auscultadas as disponibilidades e áreas de intervenção possíveis. Havendo uma oferta sociocultural e desportiva tão diversificada por parte da autarquia, que valoriza o património histórico, cultural e natural do município e traduz as preocupações com a multiculturalidade presente na população, importa continuar a participar ativamente nestas ações, preparando os jovens para uma participação cívica no concelho onde residem. Fazer da escola um local onde a comunidade possa encontrar um espaço e recursos para desenvolver as suas atividades autónomas ou em parceria com a comunidade educativa, disponibilizando-a para encontros de professores, ações de formação, encontros com artistas, músicos e cientistas será igualmente uma mais-valia, desde que estas ações sejam do interesse dos
  • 21. 21 alunos. Em suma, pretende-se assegurar a participação de todos os intervenientes no ato educativo: professores, alunos, famílias, autarquias e de entidades representativas das atividades económicas, sociais, culturais e científicas. Segundo Reimão (1994), “todos os educadores têm como missão principal educar e formar homens e mulheres dentro do respetivo património cultural e moral, no respeito pela liberdade dos outros, à luz da verdade e de uma total responsabilidade” (p.447). Esta vertente da educação será, forçosamente, contemplada, realizando-se ações que permitam difundir valores fundamentais para uma plena vivência do espírito da escola. Todo o ato educativo contempla, obrigatoriamente, valores. Não existe educação sem que estes, implícita ou explicitamente, sejam veiculados. Como afirma Patrício (1993) não pode haver “uma educação que o seja mesmo, sem que os valores a suportem, a impregnem e a envolvam. Logo, a axiologia está presente na Pedagogia e os valores estão presentes na Educação” (p. 63). No entanto, não se pretende que a escola forme alunos passivos, simples seguidores obedientes e educados, mas sim que lhes sejam oferecidas as condições necessárias para que eles mesmos sejam capazes de optar conscientemente, sejam capazes de compreender a necessidade de se respeitarem e respeitarem o outro, sejam capazes de compreender que os seus atos podem provocar uma alegria imensa ou uma tristeza profunda. Ao defender-se que a escola pode e deve ser um elemento importante na educação para os valores, tem- se bem presente que tal não acontece de um dia para o outro, que a transformação implica interiorização, assimilação e tempo. No entanto, também se acredita que as sementes se forem bem laçadas e tratadas com cuidado, germinarão. O importante é agir e acreditar que seremos capazes de fazer florir nos nossos alunos os valores que perfumam a vida. Para atingir tal fim, continuar-se-á a dinamizar todas as atividades constantes no PAPA planificadas com este intuito, destacando as campanhas de solidariedade, a participação em ações comunitárias e de voluntariado (Banco Alimentar, Cabazes de Natal, Loja Social, Chão de Bichos...) ou simplesmente através da valorização de atitudes saudáveis e da recriminação daquelas que atentam a liberdade e os direitos dos outros. Investindo numa educação para a cidadania, pretende-se desenvolver atividades de caráter cívico e formativo, privilegiando o trabalho de projeto e a flexibilização curricular, desenvolvendo atitudes e conhecimentos, que permitam um relacionamento harmonioso com os outros, a participação em ações diversificadas, a compreensão dos mecanismos da organização social e o saber posicionar-se na resolução de problemas com complexidade crescente. Com rigor, justiça, equidade e afetividade, podemos proporcionar aos nossos alunos modelos a seguir, experiências e vivências significativas e cheias de sentido. No que diz respeito à indisciplina, é de extrema importância a dinamização de ações que visem a sensibilização de pais, alunos e educadores em geral para questões como: alterações do comportamento (porque acontecem, como minimizá-las, qual a sua origem), uso abusivo dos meios
  • 22. 22 de comunicação digital, alterações do sono, comportamentos desviantes (como identificá-los e corrigi-los), consumo de álcool, drogas e outros psicotrópicos, terapia familiar (como fazê-la, em que contexto), hábitos alimentares prejudiciais, entre outros. Para que tal seja possível, estabelecer- se-ão protocolos com entidades creditadas nestas áreas, que se disponibilizem para dinamizar ações de sensibilização. Tenciona-se também dar continuidade ao projeto de Educação para a Saúde e ao Gabinete de Apoio ao Aluno, contando com todos os docentes de Educação Especial, com os serviços de psicologia e orientação vocacional e com as parcerias já estabelecidas. Só conscientes do turbilhão de emoções que muitas vezes os jovens vivenciam, podemos ser parte integrante da resolução do problema. Não basta repreender, é necessário compreender, explicar e agir. A responsabilização de pais e encarregados de educação é indispensável, tal como a uniformização de critérios de atuação entre estes e os restantes atores educativos. Dar continuidade à existência de uma equipa multidisciplinar de intervenção pedagógica, com formação ou experiência em diferentes áreas, que acompanhe e oriente alunos com comportamentos perturbadores, dar continuidade ao projeto Mentes Sorridentes, encontrar espaços, tempos e atividades que possibilitem o convívio saudável entre todos (clubes, ateliês, oficinas, jogos de mesa, desporto escolar...) e, principalmente, envolver os alunos mais velhos no acompanhamento e orientação dos mais novos (através de um processo de apadrinhamento com início na receção aos novos alunos) são ações que se pretendem concretizar. Por vezes, são aqueles que constantemente perturbam os que mais nos surpreendem quando devidamente envolvidos na manutenção da disciplina. Tem-se em vista dar maior visibilidade à Associação de Estudantes, valorizando e apoiando as suas iniciativas, envolvendo-os numa efetiva participação na vida da escola, cooperando e auxiliando os seus colegas, em especial os mais novos, para que a escola seja um espaço aprazível para todos. Projetar a reorganização de alguns espaços interiores e exteriores (principalmente na escola sede) terá primazia, uma vez que já estão devidamente identificados aqueles que propiciam acontecimentos indesejados. A existência de toque de entrada e saída estridente e abrupto gera agitação, nervosismo e ansiedade, pelo que deve ser repensado, de forma a desenvolver a responsabilidade, cooperação e gestão do tempo. Projeta-se também a criação de um lema, envolvendo toda a comunidade numa reflexão sobre a identidade e objetivos da escola. Depois de escolhido, este deve ser a “bandeira da escola”, que será passado pelos alunos mais velhos aos mais novos (na receção aos alunos). Manter-se-á o Guia de Boa Conduta, no entanto a sua apresentação nas salas de aula deve sofrer algumas alterações, tornando a sua leitura mais rápida e atrativa, usando por exemplo uma linguagem icónica. Este poderá constituir um dos trabalhos iniciais de cada turma: conhecê-lo, interiorizá-lo e verbalizá-lo com uma linguagem própria. Valorizar o papel do Diretor de Turma como meio privilegiado de contacto com os encarregados de educação (para que em conjunto se possam encontrar respostas rápidas, harmonizadas na resolução de problemas), intensificar as tutorias e o apoio tutorial específico,
  • 23. 23 procurar a colaboração da PSP, GNR, Escola Segura e a CPCJ (numa perspetiva preventiva e pedagógica) são outros dos aspetos relevantes para a manutenção de bom ambiente de trabalho. Uma escola segura é uma escola que nos transmite bem-estar físico e psicológico, aumenta os níveis de confiança e possibilita as condições necessárias e favoráveis ao ensino e aprendizagem, por isso não será descurado o Plano de Prevenção e Emergência, nomeadamente no que diz respeito às normas de evacuação, em diferentes situações de risco. Apostando numa organização e gestão de qualidade, pretende-se valorizar os órgãos de gestão intermédia, selecionando-os tendo em conta o perfil mais adequado para o desempenho destas funções, a sua experiência, competência, profissionalismo, responsabilidade, idoneidade e personalidade e a sua postura na relação com os outros. Acreditamos que a importância das principais estruturas de coordenação e supervisão pedagógica advém da dinâmica e significado que lhes conseguimos atribuir, pelo que este aspeto também merecerá a nossa atenção. No sentido de formar equipas multidisciplinares, será de extrema importância a existência de profissionais na área da psicologia e das terapias. Igualmente importante é dar continuidade às metodologias de trabalho já instituídas e que se revelaram frutíferas, o trabalho de pares, em equipas mais alargadas será uma constante, bem como a divulgação atempada de todas as informações e ações pertinentes para o bom desempenho profissional. Dar-se-á prioridade aos diferentes meios eletrónicos de difusão da informação, protegendo o ambiente e evitando gastos desnecessários (E-mail, página da escola, Moodle...), investindo-se na modernização do site do agrupamento, tornando-o mais intuitivo e agradável e dando a conhecer à comunidade educativa as diversas ações realizadas e os objetivos atingidos, mantendo sempre presente a obrigação da proteção de dados e de captação de imagens. Continuaremos a pugnar pela existência de um maior número de Assistentes Operacionais e Assistentes administrativos, pois a estes profissionais são exigidas cada vez mais e diversificadas funções. Tendo em conta o crescente número de alunos que frequenta o agrupamento, o número de professores necessários ao cumprimento das atividades letivas e não letivas, os horários alargados das instituições, a complexidade e a dimensão das tarefas que têm de realizar, a extensão dos espaços interiores e exteriores, os comportamentos dos alunos, a orientação e encaminhamento necessários e muitas outras competências, parece-nos justo reivindicar um maior número destes profissionais que tanto contribuem para o bom funcionamento das escolas. Muitas vezes, são os primeiros a enfrentar os problemas e a encontrar soluções imediatas. No que se refere aos recursos financeiros e materiais, adotar-se-ão os procedimentos já instituídos, cumprindo, com rigor e transparência, as orientações provenientes do Conselho Geral. Pretende-se que esta gestão seja equilibrada, contemple todas as vertentes e tenha em conta as necessidades mais prementes. É primordial para uma gestão racional e equilibrada a captação de receitas, através do estabelecimento de protocolos, da participação em projetos de âmbito regional
  • 24. 24 ou nacional ou nos disponibilizados pela autarquia, da participação em concursos, donativos... Encontrar outras formas de captar novas receitas torna-se fundamental e será uma das medidas a implementar. No sentido de racionalizar e conter despesas, dar-se-á primazia às identificadas como fundamentais, após análise exaustiva e detalhada, ouvidos todos os parceiros e aprovadas, pois pretende-se, em última análise, assegurar a estabilidade e a transparência da gestão e administração escolar. Em suma, pretende-se dar continuidade ao trabalho já desenvolvido, que se considera profícuo, introduzindo aqui e ali pequenas ações que nos parecem pertinentes e que podem contribuir para uma melhor e mais eficaz gestão de todos os recursos disponíveis, para a otimização das competências de toda a comunidade educativa e para o desenvolvimento pessoal, social e académico dos alunos. Auscultando e dando voz a alunos, professores e outros agentes educativos, ouvindo as suas dúvidas, anseios, desejos, ambições e expetativas, conjugando esforços, unido ideias, sendo criativos, proativos e reflexivos, munidos de bom senso e vontade, motivando, conversando e agilizando podemos ter uma escola com e para todos, uma escola com identidade, qualidade, que seja promotora de aprendizagens significativas para todos os envolvidos no ato educativo. Eixos Estratégicos de Intervenção Tendo por referência o Projeto Educativo do Agrupamento, apresentam-se agora os eixos estratégicos de intervenção nele constantes, assumindo-se o compromisso de os respeitar, fazendo todas as diligência no sentido do seu cumprimento. Tendo como meta proporcionar um ensino de qualidade, que assente na igualdade de oportunidades, proporcionando a cada aluno o desenvolvimento máximo das suas competências e saberes, privilegiar-se-á a educação para a cidadania e a educação inclusiva, com vista a um desenvolvimento pleno e harmonioso, pelo que terá de contemplar a vertente pessoal, social e académica de todos os alunos, respeitando o percurso de cada um e integrando as suas experiências de vida.
  • 25. 25 - Educação Para a Cidadania Objetivos Indicadores Instrumentos Metas Promover o desenvolvimento da responsabilidade individual, social e moral. Implementar o desenvolvimento de saberes integrados. Desenvolver parcerias com a comunidade educativa. Valorizar as capacidades e motivações individuais Participações/ medidas disciplinares. Desenvolvimento de projetos /atividades que valorizem as relações entre a escola e a comunidade. Dinamizar ações de solidariedade de modo a envolver um número crescente de alunos. Dinamização de concursos: poesia, literatura, jogos, gincanas. Publicações de jornais escolares Registos de ocorrências; Atas de Conselho de Turma. Relatórios de coordenação DT; Registos das ações desenvolvidas. Relatórios PAA Relatórios de coordenação. Diminuir em 5% o nº de situações de indisciplina. Aumentar o nº de projetos / atividades que envolvam toda a comunidade educativa. Aumentar em 5% o nº de alunos participantes. Aumentar em 5% o nº de alunos participantes. (in Projeto Educativo 2019/2023) - Educação Inclusiva Objetivos Indicadores Instrumentos Metas Garantir a equidade educativa, em termos de igualdade de oportunidades, acesso e melhoria de resultados. Implementar as medidas multiníveis, universais, seletivas e adicionais. Aumentar a eficácia das medidas de apoio educativo. Melhorar os processos de flexibilidade curricular Diversificar e difundir práticas de diferenciação Pedagógica. Acompanhamento individualizado dos alunos que revelem mais dificuldades. Harmonização de estratégias de organização curricular. Facultar formas diversificadas de acesso ao currículo (utilização TIC) Dar continuidade à implementação de novas práticas pedagógicas- coadjuvação, tutorias e sequencialidade das aprendizagens Atas de Conselho de turma; PCT/PAT. RTPs Relatórios Individuais Relatório de diretor de turma Fichas de avaliação formativa e sumativa Relatórios Aumentar 5% o nº de iniciativas em cada ano letivo, face à melhoria obtida no ano anterior. Aumentar em 2% o sucesso escolar. Aumentar em 2% o sucesso escolar. Aumentar o nº de coadjuvações Aumentar, face ao ano anterior, o nº de práticas de diferenciação pedagógica.
  • 26. 26 Desenvolver experiências de aprendizagem que visem a melhoria da literacia científica, humanística e artística. Trabalho colaborativo, individual, momentos de trabalho a pares ou em grupo e trabalho de pesquisa. Novas práticas de ensino/ aprendizagem: metodologia ativa e trabalho de projeto. Relatórios. Atas de Conselhos de Turma. Relatórios de coordenação. Atas de Conselho de turma. Aumentar, face ao ano anterior, o nº de turmas envolvidas no uso da metodologia de trabalho de projeto. (in Projeto Educativo 2019/2023) - Resultados Escolares - Resultados Académicos Objetivos Indicadores Instrumentos Metas Promover e valorizar a curiosidade, o gosto pelo saber, o pensamento crítico e criativo. Estimular e desenvolver a literacia científica Reforçar a atividade experimental Incentivar a articulação de âmbito vertical e horizontal Melhorar os processos de articulação curricular entre ciclos / áreas disciplinares Diversificar as formas de avaliação Implementação de projetos multidisciplinares. Dinamização de atividades de pesquisa e interação entre alunos. Desenvolvimento de atividades experimentais. Envolvimento e mobilização dos docentes para melhoria dos resultados da aprendizagem Implementação de reuniões trimestrais facilitadoras do processo de articulação curricular Utilização de outros instrumentos de avaliação, em alternativa à produção escrita. Plano de ação da BCRE Relatório do PAA. Atas das reuniões de articulação entre ciclos. Relatórios PAA, DT e Coordenadores. Fichas de registo da atividade experimental. Relatórios. Atas das Reuniões Pautas Relatórios Aumentar 5% em cada ano letivo, face à melhoria obtida no ano anterior. Aumentar em 2% em nº de trabalhos de pesquisa Aumentar em 2% o nº de atividades experimentais e apetrechamento das salas com material específico. Aumentar em 2% o sucesso escolar Aumentar em 2% os procedimentos de articulação curricular Utilizar sempre que necessário. Aumentar em 2% o sucesso escolar.
  • 27. 27 Análise dos resultados da avaliação interna e externa para desenvolvimento dos planos de melhoria. Obter taxas de transição acima de 90% no 1º, 2º e 3º ciclos. (in Projeto Educativo 2019/2023) - Resultados Sociais Objetivos Indicadores Instrumentos Metas Envolver e corresponsabilizar todos os agentes educativos na vida escolar Valorizar o mérito e o desempenho Combater o abandono escolar Valorizar o património e as vivências locais Dinamizar iniciativas para estimular e aprofundar as aprendizagens Docentes Encarregados de Educação Serviço de Psicologia e Orientação Entrega de diplomas de Mérito, Prémio João Villaret e Prémio quadro de Excelência Intervenção junto dos pais/ encarregados de educação e instituições de encaminhamento educacional/profissio- nal Organização de eventos que promovam as vivências locais da região. Visitas de estudo Dinamização das AEC E AAAF Atas de: - Cons. de turma; - Pessoal docente e não docente; - Pais, Enc. Educ; - Delegados de turma Relatórios do docente, D T, SPO,CPCJ Relatórios Atas Envolvimento SPO Articulação CPCJ e Escola Segura Protocolos de cooperação com empresas da região de forma a viabilizar a inserção na vida ativa. Relatório de execução PAA Atas Relatórios Melhorar a resposta educativa. Aumentar o nº de alunos distinguidos. Reduzir as taxas de abandono escolar para valores inferiores a 1%. Aumentar o nº de participantes da comunidade educativa nas comemorações de dias festivos. Consolidar parcerias e aumentar o nº de iniciativas, tendo por base o ano anterior. (in Projeto Educativo 2019/2023)
  • 28. 28 Conclusão O presente Plano de Intervenção Pedagógica concretizar-se-á através dos seguintes instrumentos de autonomia: o Projeto Educativo, o Regulamento Interno, o Plano Anual e Plurianual de Atividades, O Plano de Melhoria, o Plano de Formação do Agrupamento e o Orçamento. Terá ainda em linha de conta o Relatório Anual de Atividades, O Relatório da Avaliação Interna e Externa, o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e Gestão Flexível do Currículo. Pretende-se que seja um plano aberto à comunidade escolar, envolvendo todas as estruturas, contando com a participação e responsabilização de todos os intervenientes no ato educativo, articulando estratégias e ações, num trabalho que se deseja global, harmonioso e profícuo. Tendo em conta a complexidade que envolve o ato educativo, considera-se que ensinar implica forçosamente que o docente seja capaz refletir sobre as suas práticas. Seja capaz de perceber se existe coerência entre a teoria que defende e a sua prática, se esta proporciona a aprendizagem desejada, se o caminho seguido é o mais adequado, se a metodologia utilizada é a apropriada, se a estratégia implementada é a mais correta, se os conteúdos são abordados com correção cientifica, se está a possibilitar a criação de laços afetivos, se está a criar condições para o desenvolvimento de relações interpessoais, se está efetivamente a dar o seu contributo para a formação de adultos responsáveis, críticos, autónomos e empreendedores… Em suma, são, ou devem ser, muitas as interrogações com que o professor se confronta diariamente. Ensinar é também a arte de saber improvisar interações e facilitar, a partir de situações novas e inesperadas, a construção de aprendizagens significativas. Mas esta arte requer um crescimento pessoal e social, só possível através de uma constante e contínua reflexão. Pensamos que é através deste processo de constante reflexão que a mudança encontra espaços para se implementar. É através de uma análise sistemática do que se fez, como se fez e dos resultados alcançados que se podem definir metas a atingir, delinear novas estratégias, construir novos caminhos e construir conhecimento. A aprendizagem deve ser encarada como uma construção em que o ator principal é o próprio indivíduo. O professor é por natureza alguém que está sempre a ensinar, mas também a aprender. As relações e significados que estabelece entre as informações que lhe são apresentadas, o meio social em que está inserido, as suas práticas e os sucessos e insucesso que vai sentindo são preponderantes na tomada das decisões que lhe são impostas a cada momento. É esta reflexão permanente que possibilita o seu crescimento pessoal e profissional, que lhe permite desvendar novas formas de ensinar, aprender, compreender, atuar e resolver problemas, que permite uma maior consciencialização de todas as variáveis em causa, uma melhor gestão da multiplicidade de situações e um maior controlo das dificuldades sentidas.
  • 29. 29 Num mundo em constante mutação, em que são múltiplos os mecanismos de informação, em que as novas tecnologias fazem cada vez mais parte da vida das pessoas, em que o núcleo familiar se altera com frequência, em que as condições de vida sofreram alterações significativas, em que a escola é, por vezes, a única base sólida, torna-se imprescindível ter um olhar crítico e reflexivo sobre a escola no seu todo, e o desempenho do professor em particular. Só deste modo será possível encontrar novos caminhos, eliminar constrangimentos, perspetivar um ensino com qualidade e cumprir o objetivo desejado: o sucesso educativo de cada aluno. É nesta constante e permanente reflexão que assentam os objetivos delineados, pois é nessa reflexão partilhada, responsabilizando todos os intervenientes, que se identificam problemas e se encontram soluções. São estas as premissas para o sucesso educativo que se deseja. Uma escola aberta ao mundo e ao conhecimento, uma escola que acompanha a sociedade, uma escola que a todos contempla, uma escola com exigência e rigor é, sem dúvida, uma escola de sucessos pessoais, sociais e profissionais. É essa a escola que queremos: uma escola com e para todos, uma escola que não esquece o passado, vive o presente e perspetiva o futuro. “ Para ser homem não basta nascer, é necessário também aprender. A genética predispõe-nos para ser humanos, mas só por meio da educação e da convivência social conseguimos efetivamente sê-lo” (Fernando Salvater 1997)
  • 30. 30 Referências Bibliográficas Aktouf, O. (1996). A administração entre a tradição e a renovação. São Paulo: Atlas S.A. Almeida, F. (1996). O gestor a arte de liderar. Lisboa: Editorial Presença. Chiavenato, I. (2000) Iniciação à administração geral. São Paulo: Makron. Delors, J. (Ed.). (1996). Educação – um tesouro a descobrir. Lisboa: Edições Asa. Hampton, D. (1990). A administração- Processos administrativos. São Paulo: McGraw-Hill. Patrício, M.(1993). Lições de axiologia educacional. Lisboa: Universidade Aberta. Pinto, C. (1991). Formas de estar na escola. Notícias Federação, 4, 14-15. Reimão, C. (1994). Escola e família- uma relação a desenvolver, Brotéria, 139, 445-459 Salvater, F. (1997) – O valor de educar, Lisboa: Editorial Presença.