O documento discute princípios de funcionamento e importância dos mancais de rolamento, explicando que reduzem atrito por meio de rolamento entre corpos rolantes e pistas dos anéis. Também aborda materiais comuns em suas partes, como aços e plásticos, e detalha técnicas de montagem para evitar danos.
1. 2
MANCAIS DE ROLAMENTO
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Nos mancais de deslizamento de fricção o movimento relativo entre o eixo e o mancal é
por deslizamento e, nos mancais de rolamento, antifricção é por rolamento entre os
corpos rolantes esferas e rolos e as pistas dos anéis, reduzindo a resistência de atrito.
Fig.1
DEFINIÇÃO
Rolamentos são elementos de máquina ou componentes mecânicos, caracterizados pela
existência de corpos rolantes entre anéis apropriados a suportarem cargas e permitir
movimentos com reduzido atrito.
IMPORTÂNCIA
Atualmente, na construção da maioria dos equipamentos, é fundamental o uso de uma
peça de vital importância que é o rolamento.
A falta ou a quebra de um só rolamento é suficiente para parar uma parte ou toda uma
fábrica. Hoje, cerca de 98% dos equipamentos usam mancais de rolamentos.
Daí conclui a responsabilidade e os cuidados que devemos ter com os rolamentos, desde
a compra e estocagem, até a sua instalação e manutenção.
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
2. 2
ROLAMENTO
AXIAL DE ESFERAS
ROLAMENTO
DE ROLOS CÔNICOS
MATERIAL DAS PARTES COMPONENTES
ANÉIS E CORPOS ROLANTES
Normalmente são fabricados em aço cromo SAE 52.100, com ± 1,5% cromo e 1% de
carbono temperado e revenido, com dureza entre 58 a 65 HRC Rockwell C.
Os corpos rolantes possuem dureza pouco superior aos anéis 60 a 66 HRC em virtude
dos mesmos girarem mais vezes que os anéis.
GAIOLAS
Uma parte é fabricada em aço SAE 1010, estampada.
Também são fabricados em ferro fundido nodular, bronze, latão, metal leve, plástico,
poliamida - nylon, podendo os dois últimos ser ou não reforçados com fibra de vidro e
estabilizados termicamente.
Em virtude das propriedades dos plásticos em possuir baixa densidade, alta elasticidade,
baixo coeficiente de atrito aliado à facilidade de fabricação e alta produção, fazem com
que estas gaiolas estejam em crescentes aplicações pela maioria dos fabricantes de
rolamentos. As gaiolas de plástico suportam temperaturas de –40 a +120 ºC.
PLACAS DE PROTEÇÃO: BLINDAGEM E DE VEDAÇÃO
As do tipo blindagem são fabricadas em discos de chapa de aço SAE 1010, fosfatadas.
As do tipo selagem são fabricadas com um disco de chapa de aço SAE 1010 revestido
com borracha sintética com um lábio que toca no anel interno.
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
ANEL DE EIXO
ANEL DE
CAIXA
H
Fig. 15 Fig. 16
C
A
N
E
L
D
E
E
I
X
O
A
N
E
L
D
E
C
A
I
X
A
T
A
N
E
L
D
E
E
I
X
O
A
N
E
L
D
E
C
A
I
X
A
B
A
N
E
L
D
E
E
I
X
O
A
N
E
L
D
E
C
A
I
X
A
CAPA
CONE
3. 2
Cargas Combinadas: são cargas radiais e axiais aplicadas simultaneamente, sobre o
eixo de rotação.
Fig. 27
DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS
Carga Radial – uma carga radial, não é distribuída por toda a área das pistas dos anéis e
dos corpos rolantes ao mesmo tempo, mas somente nas zonas de cargas, conforme
mostra o desenho abaixo.
Fig. 28
No desenho acima, o rolamento está sob uma carga radial, onde a carga rotativa é no
anel interno e carga fixa é no anel externo, portanto o anel interno gira e passa
sucessivamente pela zona de carga, mostrada pelas várias setas. Ex: motores elétricos.
Quando se dá o inverso, a carga rotativa é o anel externo, e a fixa é no interno, sendo o
externo quem passa sucessivamente pela zona de carga. Ex: roda dianteira de
automóvel.
Quando a carga rotativa é o anel interno, este tem ajuste com interferência e o anel
externo com folga. Quando a carga rotativa é no externo, é o inverso.
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
ZONA DE CARGA
ANEL
INTERNO
ANEL
EXTERNO
EXEMPLO DE DESGASTE
ZONA DE
CARGA FIXA
4. 2
ROLAMENTOS DE AGULHAS
É uma variante do tipo NU, dos rolamentos de
rolos, pois funcionam e são constituídos de
maneira semelhante.
Suas diferenças básicas são nas dimensões dos
rolos e no método de guiá-los. Os rolos de
agulha, normalmente possuem seu diâmetro
pequeno; de 1,5 a 5 mm e o comprimento é 2,5
vezes o seu diâmetro, enquanto os de rolos
cilíndricos possuem o seu diâmetro superior a
5 mm e o comprimento em torno de um a 1,6 do
diâmetro.
Devido ao grande comprimento e reduzido diâmetro, as agulhas são fabricadas com
ligeira conicidade e, devido a dificuldades de serem guiadas, no reduzido espaço entre os
anéis, as agulhas tendem a se desalinhar, o que provoca um atrito interno nos rolamentos
de agulhas, muitas vezes superior aos dos rolamentos de rolos cilíndricos comuns.
Estes rolamentos são adequados para aplicação em reduzidos espaços radiais,
suportando uma elevada capacidade de carga radial e moderada axial.
ROLAMENTO AUTOCOMPENSADOR DE ROLOS
São semelhantes aos autocompensadores de esferas com
diferença de usarem duas carreiras de rolos, em vez de esferas.
O anel externo tem uma pista esférica que é comum a ambas as
carreiras de rolos, permitindo a oscilação e os tornando auto
alinhantes através do anel interno com as duas pistas
inclinadas, os rolos e a gaiola. Estes rolamentos não são
afetados por pequenos desalinhamentos angulares do eixo em
relação à caixa ou flexão do eixo, quando não excederem 3º e,
devido a esta propriedade, eles são autocompensadores
angulares sem causar tensões internas entre os corpos rolantes
e as pistas.
Resistem às cargas de choque e possuem uma alta capacidade de radial, e axial média
em ambos os sentidos, muito superiores aos autocompensadores de esferas, porém, com
menor velocidade. Quando submetidos a cargas predominantemente axiais, o limite de
velocidade é de 2/3 do valor indicado no catálogo.
Estes rolamentos são largamente utilizados em laminadores, mancais ferroviários,
britadores e várias outras máquinas industriais.
São disponíveis com furo cilíndrico ou cônico, para uso com bucha ou eixo cônico.
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
Fig. 39
Fig. 40
5. 2
MONTAGEM
A maioria dos danos causados aos rolamentos é na montagem, portanto cuidado, a
começar com a limpeza geral, porém não há necessidade de limpar o óleo de proteção
que vem de fábrica.
As danificações mais comuns são causadas por choques e esforços enviesados entre os
anéis e os corpos rolantes.
Nos rolamentos de pequeno porte, nos blindados e nos selados, a montagem a frio pode
ser executada através de uma prensa, ou através de choques localizados corretamente
nos anéis, através de tubos prensados, ou batidos igualmente sobre a face do rolamento.
Antes da montagem, lubrifique com o óleo o assento do eixo a fim de evitar escoriações
na montagem e desmontagem.
Fig. 56
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
Fig. 54 Fig. 55
6. 2
Se a interferência é no anel interno, o esforço ou pequenos choques serão aplicados
unicamente no anel interno se a interferência é no anel externo, o esforço ou choques
serão aplicados, unicamente no anel externo.
A maneira mais correta e técnica de se montar um rolamento com interferência, é aquecê-
lo em banho de óleo a uma temperatura máxima de 120ºC. Também usam aquecer por
indução e em forno.
Durante a montagem pressione o rolamento com força contra o ressalto até que ele tenha
esfriado o suficiente para que o anel interno fique bem encostado. Não jogue o rolamento,
ele bate no ressalto e volta.
Nunca use chama diretamente nos rolamentos!
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
Fig. 57 Fig. 58
Fig. 59 Fig. 60
Fig. 61 Fig. 62
7. 2
No início, use lâminas mais finas, até atingir a folga existente. Se o rolamento estiver
engraxado, é aconselhável retirar a graxa com solvente.
Fig. 63
Se o rolamento estiver suspenso ou colocado no eixo ou bucha, mas sem aperto, a
medida da folga será entre a superfície inferior dos corpos rolantes e a pista do anel
externo. Neste método os rolos permanecem com melhor alinhamento.
Fig. 64
1. Sequência de Montagem
Importante: O objetivo desse procedimento é sabermos, antecipadamente, que folga
poderá ficar o rolamento, após a montagem.
a) Meça a folga de fabricação, conforme descrito no item 2, e anote, bem como a
designação.
b) Meça, ou obtenha pela dezena da designação do rolamento, o diâmetro do furo e
verifique a classe de folga que foi construído normal, C3, C4, etc. De posse desses
dados, verifique na tabela qual a folga mínima que este rolamento poderá ficar após a
montagem.
c) Subtraia da folga de fabricação encontrada, a folga mínima da tabela e, verifique se
esta diferença cai dentro dos limites da faixa de redução da folga correspondente, na
tabela.
d) Se cair, a folga de fabricação poderá ser reduzida pela expansão do anel interno até
atingir a folga mínima da tabela. Se a diferença cair fora da faixa de redução acima do
limite superior a folga poderá ser reduzido até o limite superior da faixa de redução,
mas a folga mínima não deverá ser atingida, pois poderia causar a ruptura do anel
interno. Neste caso, a folga final será a folga medida com o calibrador, menos o valor
do limite superior da faixa de redução.
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
8. 2
OS ROLAMENTOS SÃO NORMALMENTE LUBRIFICADOS A ÓLEO OU A
GRAXA
Pôr motivo de retenção, vedação economia, melhor dissipação de calor a média
velocidade, etc., a lubrificação à graxa é a mais usada nos rolamentos.
UTILIZE FERRAMENTAL APROPRIADO
Fig. 68
Fig. 70
Mancais de Rolamento – Prof. Luiz Sérgio M. Rabelo
www.partnerstreina.com.br - contato@partnerstreina.com.br – 2564-5623 – 9909-8837
NÍVEL
DE
ÓLEO
Fig. 65 Fig. 66
Fig. 67 Fig. 69