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abertas
AnoI-nO12
SetembroaDezembrode2010
Sem fiscalização constante,
Lei Seca não freia os acidentesA imprudência continua! Mesmo sem alterações no
número e frequência de fiscalizações nas ruas, após pouco
mais de dois anos de implantação da Lei Seca, a existência
da “tolerância zero” é ignorada por motoristas e crimes de
trânsito envolvendo ingestão de bebidas alcoólicas voltam a
crescer na capital mineira. PÁGINA 4
Música, dança e briquedos
para as crianças! Essa foi
somente a abertura do
festival de arte. Em ritmo
de comemoração,
moradores do Nova
Esperança falam sobre o
evento que festeja os
90 anos do bairro.
Jornal Páginas Abertas está de volta
cheio de novidades e comemora seus 4
anos de presença na região Noroeste.
Confira quais foram as principais con-
quistas realizadas e como se sentem
seus idealizadores. PÁGINA 8
Festival de
arte traz
alegria para
população
Páginas Abertas
comemora 4 anos
de estrada
programação
15/11/2010- Torneio Esportivo
Local: Quadra Poliesportiva Frei Luiz
Horário: 08h00min às 17h30min
30/11/2010- Ciclo de palestras
03/12/2010- Grande Baile de
comemoração 90 ANOS Bairro N.
Esperança
Local: Escola Municipal Arthur
Guimarães
Av. Américo Vespúcio n°1610
04/12/2010 Rua do lazer
Local: Av. Américo Vespúcio 1610
Horário: 08h00min às 17h30min
05/12/2010 - Culto ecumênico e
entrega de medalhas de honra
ao mérito aos moradores mais
antigos do bairro
Local: Quadra Poliesportiva Frei Luiz
Horário: 08h00min às 11h00min
Lucas Horta
Contatos
31. 3347 3282
icolegariobalbino@yahoo.com.br
www.olegariobalbino.blogspot.com
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Editorial Opinião
Novidade
Éderson batista balbino
Diretor
“Um homem ia pela floresta quando ouviu um rugido terrível. Era um
leão. Ele teve muito medo e pôs-se a correr. Mas a floresta era densa e o sol já
estava se pondo. Não viu por onde ia e caiu num precipício. No desespero,
agarrou-seaumgalhoqueseprojetavasobreoabismoeláficou.Foiquando,
olhando para a encosta do precipício, viu uma pequena planta que ali cres-
cia. Era um pé de morango. Nela havia um morango vermelho. Estendeu
seu braço e o colheu. E comeu.” Assim termina esta estória. E é com base
nesta pequena estória Zen que o Páginas Abertas quer levar a você, amigo
leitor, grandes reflexões sociais.
Você já tomou conhecimento do SUAS — Serviço Único de Assistência
Social? Já procurou saber quais os projetos que a Associação do seu bairro
vem desenvolvendo ou se “ela” desenvolve algum? Assuntos como estes per-
meam esta edição do nosso jornal. Nosso objetivo é informá-lo a respeito de
seus direitos e deveres apresentando temas atuais e polêmicos.
Assim, o Páginas Abertas espera colaborar para a construção de uma
sociedade mais justa e fraterna, pois, em tempos de mudanças a qualquer
horapodemosouvirumterrívelrugidoedevemosestaratentosebeminfor-
mados para os novos desafios e criar forças para superá-los com sucesso.
Queremosaindaquevocêsealegreconosco,pois,comestaedição,oPáginas
Abertas comemora seu quarto ano e acreditamos estar no caminho certo.
E como presente queremos convidá-lo a participar da edição do
próximo jornal , mande suas opiniões e sugestões para nossa redação
- icolegariobalbino@yahoo.com.br - para que possamos fazer um jornal
cada vez melhor.
Agora é com você, boa leitura e até a próxima edição.
Equipe Páginas Abertas
Informativo do Instituto Cultural olegário balbino
Rua Margarida P. Torres , 1460 - Nova Esperança - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP 31230 390
Contato: 31. 3347.3282 - e-mail: icolegariobalbino@yahoo.com.br ou www.olegariobalbino.blogspot.com
RECURSOS HUMANOS
Coordenador/professor – Éderson Batista Balbino, Pedagogos – Anderson Neves /Karine Perácio
Advogada – Donata Terezinha Balbino, Secretária – Deusmira Maria Luiza Balbino
Jornal – Laboratório do Centro Universitário Newton Paiva / Central de Produção Jornalística – CPJ
Coordenadora do Curso de Jornalismo: Marialice Emboava, Coordenador da Central de Produção Jornalística - CPJ: Eustáquio Trindade Netto – MG02146MT,
Coordenador Adjunto da CPJ: Edwaldo Cordeiro – JP11388, Projeto Gráfico e Direção de Arte: Helô Costa – MG00127DG, colaboraram nesta edição estagiários do
curso de Jornalismo: Lucas Horta, Pedro Henrique Silva (edição); André Coelho, Carla Oliveira, Diego dos Santos, Diogo Leão, Henrique Paolinelli, Kléber Ferreira,
Nathália Gorito, Sabrina Assunpção, Suzana Costa e Viviane Teodoro (textos); Cibele Inácio, Daniela Mendonça, Leonardo Moreira e Thamires Lopes (diagramação).
Correspondência:
Centro Universitário Newton Paiva - Campus Carlos Luz: Rua Catumbi, 546 - Caiçara - Belo Horizonte - Minas Gerais - CEP: 31230-600 - Telefone: (31) 3516-2734 - cpj.jornalismo@newtonpaiva.br
Expediente
Wesley Fagundes Lino
Ex aluno do Lima Barreto
A lei chegou com toda força e provo-
cougrandepolêmica.Noiníciodaaprova-
ção, ela reduziu o consumo alcoólico
entre os motoristas, grandes responsáveis
pelas tragédias no trânsito brasileiro.
A sociedade brasileira, através de
seus representantes políticos, tomou
medidas rígidas contra as tragédias
ocorridas no trânsito. O objetivo era
diminuir o número de vidas perdidas.
Muitos motoristas, com receio de per-
derem suas carteiras de habilitação,
reduziram, ou mesmo passaram a se
abster do álcool, pelo menos quando
tiverem que conduzir veículos.
Antes de vigorar a Lei Seca, era
permitido o consumo de bebidas até
8,0 decigramas de (álcool) por litro de
sangue. Esta quantidade, ainda que
dentro da legalidade, favorecia grande
violência por todo o país. O terrível
número de mortes girava em torno de
40 mil anuais.
Nos Estados Unidos, ainda é per-
mitido consumir 8,0 decigramas de
álcool por litro de sangue, mas lá, as
estradas e a educação para o trânsito
estão muito longe da realidade brasi-
leira. A lei deve ser utilizada como
instrumento benéfico e controlador
dos índices de acidentes.
Sua aplicação visa reduzir as mor-
tes e o grande número de pessoas com
deficiência causadas pelo trânsito. A
aplicação da Lei Seca trará mais segu-
rança para todos, condutores de veí-
culos, passageiros e pedestres. Redu-
zirá as despesas com hospitais, fisiote-
rapias, indenizações e tanto sofri-
mento que os acidentes provocam.
Como sociedade, devemos cobrar de
nossas autoridades o cumprimento
dessa lei e não deixar que seja burlada
e que o caos retorne.
O efeito
da Lei
Seca
Mudanças
no Lima
Barreto
"Nosso objetivo
é informá-lo
a respeito de
seus direitos
e deveres"Carla Oliveira e
Kleber Ferreira
Em Assembleia Geral
Extraordinária, realizada
no dia 29 de setembro, foi
decidido que a Sociedade
Educativa e Cultural Lima
Barreto passará a se cha-
mar Instituto Cultural
Olegário Balbino – ICOB.
Nesta reunião estiveram
p re s e n t e s d i re t o re s e
representantes da comu-
nidade.
Foram discutidas as
dificuldades vividas pela
entidade e apresentadas
propostas para que a insti-
t u i ç ã o s e a d e q u e à s
mudanças necessárias.
Assim, os objetivos insti-
tucionais e suas finalida-
des serão cada vez mais
ampliados.
Nessa mesma reunião
também foi escolhida a
nova diretoria, e a ocupa-
ção dos cargos de conselho
fiscal. Em breve haverá
outra assembleia, em que
será escolhida a ocupação
dos demais cargos.
3. página 3
Diogo Leão e Sabrina Assumpção
“Se não tivermos dado este retorno
para a comunidade, a próxima Confe-
rência Municipal de Assistência Social
não será produtiva”, diz Kleid’ Néa
Martins Borges, gerente de Políticas
Sociais da Regional Noroeste da Prefei-
tura de Belo Horizonte (PBH). Um dos
motivos para isso, segundo ela, é a
desarticulação entre atores sociais.
As Conferências Municipais de
Assistência Social são realizadas a cada
dois anos e a última de Belo Horizonte
ocorreu em julho de 2009. Elas delibe-
ram políticas conforme as demandas
da população e elegem representantes.
No entanto, de acordo com a gerente,
há uma desarticulação entre as Comis-
sões Locais de Assistência Social
(CLAS) e os Conselhos Regionais de
Assistência Social (CRAS).
Kleid’ Néa Borges ressalta ainda os
desafios para melhorar a atuação das
políticas existentes de apoio à popula-
ção. Para ela, é preciso sinergia no
trabalho para melhorar os serviços de
educação, saúde e atendimento ao
menor. E reforça: “Nós ainda temos o
problema do orçamento, já que os
recursos enviados pela união, estado e
município não são suficientes para
atender a todas as necessidades”.
De acordo com o site da Prefeitura
de Belo Horizonte, a última Conferên-
cia Municipal de Assistência Social foi
realizada em julho de 2009. Entre suas
deliberações e propostas, está a melho-
ria da comunicação entre as Comissões
Locais de Assistência Social e os Con-
selhos Regionais de Assistência Social.
Na Regional Noroeste de Belo Hori-
zonte, além da desarticulação dos
órgãos, o processo de implantação do
Sistema Único de Assistência Social
(SUAS) tumultuou as ações da Regio-
nal, segundo Kleid’ Néa Borges. “Esta-
mos praticamente trocando a roda
enquanto o carro anda”, reclama.
Constituição
A Constituição Federal assegura que
aAssistênciaSocialédireitodetodocida-
dão que dela necessita. Já a Lei Orgânica
de Assistência Social, de 1993, deter-
mina que este serviço esteja organizado
em um sistema composto pelo poder
público e pela sociedade civil. As realiza-
ções das conferências de assistência
social são uma etapa essencial da aplica-
ção desse sistema. Elas primeiramente
acontecem na esfera municipal e poste-
riormente nas estaduais e nacionais.
A IV Conferência Nacional de Assis-
tência Social, realizada em dezembro de
2003, deliberou a implantação do Sis-
tema Único de Assistência Social –
SUAS. “Paramos de ter só políticas
públicas de assistência social e passa-
mos a ter um sistema”, esclarece Kleid’
Néa Borges, sobre o funcionamento do
SUAS. Ainda segundo a gerente, agora
esse procedimento tem o mesmo nome,
a mesma metodologia e recebe o mesmo
montante de capital proporcional con-
forme as necessidades em todo o país.
Retorno às demandas da população
As políticas de
assistência social e
seu contato com as
necessidades da população
Segundo Kleid
o tumulto na
regional foi um
obstáculo para
dar retorno a
população
Sabrina Assunpção
Santa Cruz aposta no bom atendimento ao cliente
Lucas Horta
“Mais do que uma simples loja”.
Esse é o conceito da Santa Cruz Acaba-
mentos. Fundada em 1962, com o nome
de “Depósito Ferreira e Magalhães”, na
Avenida Carlos Luz, 2.000, no bairro
Caiçara, na década seguinte, o estabele-
cimento ficou sob a administração da
família Martins e ganhou o atual nome.
Foi quando, também começou a expan-
dir seus horizontes.
Sem falar, é claro, na qualidade do
material que oferece, a empresa, que é a
maior de Minas no setor de materiais de
construção para acabamento, aposta em
um diferencial; o tratamento especial ao
cliente. Os vendedores passam por cons-
tantetreinamentoparaconhecermelhor
os produtos à disposição e, assim, ter
condições de aprimorar o atendimento
ao público. “Procuramos vender bem e
atender bem; se o cliente é bem aten-
dido, ele acaba voltando sempre”, expli-
cou a coordenadora de marketing, Isa-
bela Soares.
SALA EXCLUSIVA
Os fornecedores também têm
direito a tratamento especial. Para eles,
a empresa disponibiliza sala exclusiva
para realização de seus negócios. Hoje,
a ideia é crescer ainda mais. “Estamos
passando por um processo de amplia-
ção da loja e queremos expandir as
vendas”, afirmou a coordenadora. Com
tanta organização, não é de estranhar o
sucesso: não importa o dia da semana,
a loja está sempre cheia. Não foi por
nada que a Revista Anamaco — espe-
cializada em materiais de construção
— elegeu a Santa Cruz a segunda
melhor loja do ramo em Minas Gerais,
atrás apenas da poderosa multinacio-
nal francesa Leroy Merlin.
Os êxitos da loja ultrapassam os
limites econômicos e avançam rumo ao
campo da responsabilidade social: a
Santa Cruz procurar interagir e partici-
par dos projetos e da vida de uma das
comunidades em que está inserida, a
VilaSumaré.“Procuramosestarsempre
presentes: fazemos doações mensal-
mente à comunidade e promovemos
festas”, ressaltou Isabela. Além disso, a
Santa Cruz presta ajuda às seguintes
instituições: Lar Santa Maria, Creche
Infantil Sumaré, Camésio Centro de
Acolhimento ao Menor e Lar dos Meni-
nos de São Vicente de Paula. Gente que
faz e que sente prazer em ajudar.
Produtos de qualidade e investimento
constante no relacionamento com o
consumidor, as razões do sucesso
Empresa espera
crescer ainda
mais no setor
Pedro Silva
4. página 4
Nathália Gorito
Mais conhecida como Lei Seca,
a Lei 11.705, do Código de Trânsito
Brasileiro, entrou em vigor em 19 de
junho de 2008 e proíbe o consumo
de bebida alcoólica por condutores
de veículos. No entanto, há um
limite máximo permitido, que é de
0,2 gramas de álcool por litro de san-
gue. A lei prevê para os motoristas
que excederem este limite, além da
multa de R$ 957, perda do direito de
dirigir e a retenção do veículo.
Quando a ingestão de álcool atinge a
marca de 0,6 gramas por litro de san-
gue, a infração passa a ser conside-
rada crime de trânsito e a punição
poderá ser acrescida de prisão de
seis meses a três anos.
Para algumas pessoas, a Lei é uma
forma de diminuir os acidentes de
trânsito; para outros, porém, é uma
forma de “atrapalhar” a diversão de
um fim de semana ou de um longo dia
de trabalho. Para Margareth Zocrato,
proprietária de um bar próximo a uma
instituição de ensino superior de Belo
Horizonte, a Lei Seca não fez dimi-
nuir o movimento em seu bar. “As
pessoas não estão conscientes. Os
jovens, principalmente, bebem e, ao
invés de pegarem um táxi ou pedirem
a um amigo que não beba para levá-los
para casa, pegam o carro e vão embora
dirigindo”, conta.
No inicio da implementação da Lei
Seca, alguns motoristas que bebiam tro-
cavam o volante pelos serviços de táxi,
mas após dois anos de “tolerância zero”,
esse hábito vem caindo. Essa é a percep-
çãodeLaurindoEustáquio.Eletrabalha
há 18 anos como taxista na região do
bairro Caiçara. Segundo Eustáquio, os
motoristas não estão usando seus servi-
ços com a frequência que usavam no
primeiroanodalei. “Nossoserviçodimi-
nuiu, e aumentaram os acidentes, tudo
em função da bebida. Às vezes, você vê
que a pessoa faz ‘zig zag’ na sua frente,
mas não tem uma blitz e a gente não
pode fazer nada”, reclama.
Diante disso, não parece ser pro-
blema para muitos condutores beber
e dirigir. Eles acreditam que, para
evitar acidentes, basta redobrar o
cuidado e ter experiência no trânsito.
O motorista Luiz Carlos Silva diz que
quem não teme sofrer algum tipo de
acidente e se arrisca dirigindo
embriagado, o risco de tomar uma
multa não significa nada. “Acredito
que se pudesse ninguém dirigiria
bêbado, mas, em algumas ocasiões,
acaba acontecendo”, revela Silva,
que admite ingerir álcool e dirigir de
vez em quando.
Sobre esse problema, a região do
bairro Caiçara pode ser considerada
uma área tranquila. Segundo o Sar-
gento Vale, do 34° Batalhão Polícia
Militar de MG, “o maior número de
acidentes de trânsito ocorre na av.
Pedro II, por ela ter um fluxo maior
de veículos e, após certo horário, nin-
guém obedecer aos semáforos, até
mesmo por questão de segurança.
Mas acidentes com suspeitas de
ingestão de álcool, a média é de dois
para cada 10 acidentes”, afirma.
Quanto tempo dura
Dois anos depois da
implementação da
Lei Seca, motoristas
ignoram sua
existência
uma Lei?
LucasHorta
5. página 5
Suzana Costa
No dia 26 de setembro, houve a
aberturadoFestivaldeArtenaPraçado
Jornal, na Avenida Américo Vespúcio.
Foi uma grande festa que contou com a
participaçãodogrupodedançaSumaxé
e brinquedos para as crianças se diver-
tirem: cama elástica, pula - pula, barra-
quinhas de doces e muito som durante
toda a tarde.
Foi assim a comemoração dos 90
anos de bairro Nova Esperança, com
muitagentesedivertindoeselembrando
de histórias. “Todas as famílias que
moram por aqui têm uma história pra
contar sobre o bairro”, afirma José
Bonomo, um dos organizadores do
evento e morador do bairro desde o seu
nascimento, 54 anos. Assim como José
Melgaço, de 71 anos, ele se orgulha de
fazer parte dessa pequena comunidade.
“Somos que nem uma cidadezinha de
interior; aqui todos se conhecem”,
complementa. Ele acredita que assim,
se reduz a criminalidade da região.
“Não mudo daqui!”. Essa foi a afir-
maçãodedonaGeraldaBatistaBarbosa,
43 anos, que com toda a sua animação
marcou presença no festival. Ela se
mudou para o bairro ainda jovem e
assim, deu a luz a seus três filhos, de 19,
18 e 15 anos.
Um dos organizadores do evento,
Rômulo Araújo, estava satisfeito e sur-
preso com a presença das pessoas que
se aproximavam, cada vez mais, para
curtir a programação. Por falta de
recursos, não houve grande divulga-
ção desse evento, mas mesmo assim,
houve grande participação dos mora-
dores. Araújo estava caminhando pela
praça com microfone, deixando as
pessoas falarem sobre o que estavam
achando do programa.
Segundo Bonomo, em dezembro,
90 pessoas do bairro serão homenagea-
das. Será o fechamento do festival. Do
dia 10 de outubro ao dia 13, haverá a
homenagem a Nossa Senhora do Rosá-
rio. No dia 15 de novembro haverá um
torneio esportivo e no dia 30 haverá o
CiclodePalestras.Nomêsdedezembro,
nodiatrês,aatraçãoéoGrandeBailede
comemoração dos 90 Anos do Bairro
Nova Esperança, mas no dia quatro
haverá rua de lazer e no dia cinco, culto
ecumênico e entrega de medalhas de
honra ao mérito aos moradores mais
antigos do bairro.
Você está no Nova Esperança
Fotos André Coelho
Seja bem-vindo! Nonagésimo aniversário
do bairro é comemorado
pelos moradores com
muita música e dança
6. página 6
Henrique Paolinelli
Ingressar em uma universidade é
umatarefadifícil,aindamaisparaaquelas
pessoas que sofrem com dificuldades
financeiras. Para essas pessoas, a Socie-
dadeEducativaLimaBarretoéumaalter-
nativaaosaltoscustosdospré-vestibulares
de Belo Horizonte. A entidade atende
estudantes da Região Noroeste, alunos
semcondiçõesdepagarcursospreparató-
riosparaovestibulareparaExameNacio-
nal do Ensino Médio (Enem).
Uma reclamação geral da sociedade é
ofatodeasescolaspúblicasnãoatenderem
arealnecessidadedosestudantesdebaixa
renda, para ingresso nas universidades
públicas. Nas instituições de ensino supe-
riorprivadas,asituaçãoéaindamaiscom-
plicada, por causa dos custos das mensali-
dades. Mesmo com o Financiamento
Estudantil (FIES) e o ProUni, é necessá-
rioenfrentarotãoconcorridoEnem,para
ter acesso aos programas do governo.
Edilaine Leroy Belo, de 40 anos, for-
mada hoje em Marketing e Vendas por
uma instituição privada de ensino supe-
rior, foi aluna do Pré-Vestibular Lima Bar-
reto durante seis meses, e fala da impor-
tânciadainstituiçãoemsuavida.“Signifi-
coumuitoparamim;tivemuitoincentivo
lá dentro, pois todos estavam ali em prol
doaprendizado”,ressalta.“Quandoentrei
na faculdade, fiquei desempregada. Mas,
depois, as coisas se ajeitaram, e consegui
bolsa e FIES, que me ajudaram muito”,
completa Edilaine Belo.
“A sensação de ver um aluno nosso
passar no vestibular é de euforia, não só
minha, mas de todos os professores”,
afirma Éderson Balbino, coordenador do
Pré-Vestibular. A instituição, desde o iní-
ciodassuasatividades,jácolocoudiversos
alunos na universidade. As dificuldades
existem, como lembra o professor de Bio-
logia, Gilson Dias. “Os alunos trabalham
muito e chegam cansados”. No entanto,
segundo ele, “a superação faz parte da
vida dessas pessoas, que tanto lutam para
conseguir uma vaga em uma faculdade
pública ou privada”.
Em busca do ensino superior
Região Noroeste é imbatível em casos de dengue
Edilaine revela a importância do Lima Barreto
Arquivo Pessoal
O foco principal é um lixão clandestino que fica atrás da Escola Municipal
Artur Guimarães, expondo as crianças ao ataque dos mosquitos
Diego dos Santos e Sabrina Assumpção
Segundo a Secretaria Municipal
da Saúde, a região Noroeste de Belo
Horizonte, que compreende os bairros
Caiçaras, Aparecida, Ermelinda e
Nova Esperança, entre outros, regis-
trou 2.748 casos de dengue, só em
2010 — é o maior foco da doença na
capital. Quem mora na região sabe
muito bem o porquê disso. Nos fundos
do cemitério da Paz, a menos de cem
metros da Escola Municipal Artur
Guimarães e da Creche Comunitária,
quase às margens da avenida Américo
Vespúcio, está um dos maiores depósi-
tos de lixo clandestino da Noroeste,
cheio pneus, latas velhas, animais
mortos e toda sorte de detritos.
O local é um perigo para os alunos
e para as crianças da creche, que além
de ter que conviver com o perigo da
doença, têm que aguentar um odor
insuportável e contato direto com usu-
ários de drogas, que procuram o ponto
por ser um local deserto. Oscar Cunha,
gerente de serviços gerais do jornal
Diário do Comércio, que também fica
perto, conta que não há somente o
problema de dengue na região.
Segundo Oscar, o mau cheiro é insu-
portável, porque no local são desova-
dos restos de um açougue, junto com o
entulho. Além disso, as borracharias,
que são muito numerosas na avenida
Américo Vespúcio, despejam ali os
pneus que não têm mais utilidade.
“Não adianta a prefeitura fazer a lim-
peza do local, pois a sujeira volta logo
depois”, reclama Oscar.
Marcos Silva, motorista da linha
São Lucas/Nova Esperança, que tem
seu ponto final exatamente em frente
ao lixão, concorda com Oscar. “A pre-
feitura limpa o local, mas durante a
noite, as pessoas veem e jogam o lixo”,
diz. Por isso, os próprios motoristas
não conseguem ficar dentro do ônibus
enquanto esperam os passageiros,
tendo que se deslocar para outro local.
“Aqui dá de tudo: cachorro morto,
barata...”, conta Marcos, lembrando
que um motorista e um cobrador já
pegaram dengue. Caroline Andressa,
moradora da região, reclama do fedor
e disse que já pegou dengue duas
vezes. Ela afirma que “não é falta de
conscientização, pois a prefeitura faz
campanhas constantemente; é sem
vergonhice mesmo, coisa de gente que
não tem educação”.
Um morador de rua que vive no
l o c a l e d i z c h a m a r - s e a p e n a s
“Roberto”, afirmou que a prefeitura
faz a limpeza do local de 15 em 15
dias, “mas não adianta, no outro dia já
tem lixo”. Roberto conta que, além
das baratas, outro perigo são os escor-
piões. Ou seja, não faltam condições
para o mosquito proliferar.
Pneus velhos e outros entulhos são focos de dengue na região Noroeste
Sabrina Assumpção
7. página 7
Não jogue seu
poder no lixo
Lucas Horta
As eleições do primeiro turno de
2010 já são passado. Deputados estadu-
ais, federais e senadores foram eleitos.
Alguns governadores também já foram
escolhidos e os demais, junto com o
cargo de presidente, terão o segundo
turno para serem eleitos. Serão mais
quatro anos de mudanças ou estagna-
ção? E o que você fez? Participou ativa-
mente do processo eleitoral?
Oquesepodeconstataréobaixointe-
resse da população pelas eleições e, prin-
cipalmente, pelas cobranças aos políticos
depois de eleitos. Sem pressão nas costas,
nossos representantes fazem da máquina
do Estado seu passatempo. Para Valmir
Martins, morador do bairro Nova Espe-
rança, o descaso com que os políticos tra-
tam a população desestimula a participa-
ção nas eleições. “Eu só voto em branco;
não dá pra votar nesse pessoal, eles não
ajudam a gente em nada, se esquecem da
gente”, lembrou o vidraceiro.
Já a secretária Denise Duarte é con-
tra o voto obrigatório, “ele obriga quem
não quer votar e não sabe exercer esse
dever a tomar uma decisão. Pra votar
tem que ter consciência. Se não tiver
noção do que está fazendo é melhor não
votar. Não vale a pena!”, ressaltou a
moradora do bairro Ermelinda.
Segundo o TSE — Tribunal Supe-
rior Eleitoral —, existem mais de 135
milhões de eleitores. Número suficiente
para mudar os rumos do país. Ou seja, a
população tem que saber quem é que
tem poder sobre os políticos e não o con-
trário. Tem que existir uma fiscalização
do trabalho dos nossos representantes.
Discutir, protestar e exigir retorno e
melhorias nos serviços básicos seria
uma mudança de postura incrível.
Menos passividade e mais atitude é a
saída para fazer o acompanhamento do
Estado um assunto agradável, interes-
sante e pertinente na vida de cada um.
Atenção para com as
crianças é fundamental
para evitar acidentes
domésticos
Médico alerta
sobre acidentes
no lar
Lucas Horta
Ser responsável por uma criança
dá bastante trabalho aos pais, avós etc.
Mas esse trabalho não se restringe
apenas aos cuidados quanto à alimen-
tação, estudo e higiene. Outro ponto
fundamentalsãooscuidadosparaque
elas não sofram acidentes dentro do
lare,comisso,evitarumatragédiaque
pode causar danos irreversíveis.
Os utensílios domésticos podem
virar verdadeiras armas. Objetos
pequenos, que podem ser engolidos,
remédios, produtos químicos e tóxi-
cos são exemplos disso. Deixar as
crianças longe do fogão também evita
o risco delas se queimarem, seja com
a própria chama ou com água quente.
Detalhes que deveriam exigir aten-
ção máxima dos pais, mas nem sem-
pre é assim.
Segundo a Fundação Hospitalar
do Estado de Minas Gerais (FHE-
MIG), o número de acidentes domés-
ticos envolvendo queimadura entre
crianças de zero a 12 anos até agora,
em 2010, foi de 325, considerado
muito alto. Já os casos envolvendo
intoxicação,nomesmoperíodo,foram
de 499; de ingestão de objetos estra-
nhos — peças de brinquedos, parafu-
sos, moedas —, de 1624.
O pediatra Amaury de Castro
recomendaprimeirossocorrosespecí-
ficos para cada tipo de acidente. “Em
caso de queimaduras, compressas de
pano úmido deverão ser colocadas
imediatamente no local atingido, já no
caso de intoxicação ou ingestão de
objetos estranhos o paciente deverá
forçar o vomito”, aconselha.
Ele completa: “Na ocorrência de
queda, o correto é imobilizar o aciden-
tadoechamarsocorromédicoimedia-
tamente’’.Omédicotambémdizqueo
melhor a fazer é a prevenção, para que
esses acidentes não ocorram. “A vigília
dos pais ou responsáveis é fundamen-
tal para manter as crianças a salvo
desses perigos e evitar transtornos
maiores no futuro’’, ressalta.
Saiba por que votar com
consciência pode fazer a diferença
nos próximos quatro anos
LucasHorta
Pedro Silva
8. LucasHorta
Suzana Costa e Viviane Teodoro
Depois de um ano sem circular,
o “Páginas Abertas” retoma com
força máxima suas atividades.
Mesmo com essa parada, o veículo
comemora, em grande estilo, quatro
anos de projeto. O jornal iniciou
seus trabalhos em 2006, a fim de
difundir a cultura da Região Noro-
este de Belo Horizonte, ao levar
informação aos moradores do local.
Éderson Balbino, coordenador
do “Páginas Abertas”, se diz reali-
zado com o projeto. Enquanto idea-
lizador, conta nunca ter pensado
que o jornal fosse atingir tão impor-
tante patamar. Segundo ele, em
quatro anos, conseguiu--se atingir
tiragem superior a 50 mil exempla-
res. Sobre a pausa de um ano na
distribuição, Balbino afirma que foi
para reestruturar a Sociedade Edu-
cativa e Cultural Lima Barreto (SEC
Lima Barreto), associada ao “Pági-
nas Abertas” e, por isso: “precisáva-
mos estacionar”, disse.
O jornal proporcionou conquis-
tas importantes à comunidade,
como, por exemplo, divulgar o Pré-
Vestibular Lima Barreto para as
pessoas carentes da região e, conse-
quentemente, ajudá-las a ingressar
nas universidades da capital. “Já
atendemos aproximadamente
1.200 alunos até a data de hoje.
Cerca de 15% a 20% já se encon-
tram nas universidades e outros que
cursaram o supletivo já concluíram
o ensino médio”, ressalta Balbino.
Além disso, segundo ele, o jornal
tornou os moradores mais curiosos
em relação à cultura.
“A população da região estava
lendo um pouco mais neste período
em que o jornal circulou e hoje ela
sente falta e pergunta quando o jornal
irá voltar”, diz Rômulo Araújo, vice-
presidente da SEC Lima Barreto,
reforçando a ideia de Balbino. Araújo
sente-se feliz e está muito confiante
com o retorno do veículo. Para ele, o
“Páginas Abertas” volta a circular com
melhorias e o número de leitores, por
causa disso, tende a aumentar.
João Araújo lê o jornal, que
conheceu por meio de um amigo,
desde o início da circulação. Para
ele, o sucesso do “Páginas Abertas”
se deve ao fato de o informativo
abordar temas atuais, e informar,
aos moradores da região, os fatos
relativos aos bairros componentes.
Segundo Araújo, as expectativas
são as melhores possíveis, pois a
informação ajuda as pessoas a se
manterem atualizadas sobre os
acontecimentos na região.
Comemoração em
grande estilo
Depois de
um ano sem
distribuição,
jornal
“Páginas
Abertas”
festeja
quatro anos