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A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares)
locaisFICHAMENTO
FONTE ARTIGO
AUTOR FINO, C. N.
TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação
Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In
Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da
Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de
junho de 2013
CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL
Cultura, como determinante da forma como encaramos o mundo, e cultura escolar,
como condicionante da maneira como desempenhamos o nosso papel de actores no
mundo peculiar da educação. P.1
Conforme dizia Spradley (1979), a etnografia deve ser entendida como a descrição de
uma cultura, que pode ser a de um pequeno grupo tribal, numa terra exótica, ou a de
uma turma de uma escola dos subúrbios, sendo a tarefa do investigador etnográfico
compreender a maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo.
P.1
Esse mestrado inscreve-se numa linha de investigação em inovação pedagógica que
visa promover:
• Estudos tendentes à compreensão dos motivos de desadequação da escola ou dos
sistemas escolares face às necessidades (actuais) de desenvolvimento cultural,
económico e social; • Estudos sobre experiências (pedagógicas) destinadas à
reconciliação da escola ou dos sistemas educativos com as necessidades de
desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre invariantes culturais
que dificultam ou obstam à inovação pedagógica; • Estudos sobre fixações em
paradigmas ancorados no passado; • Estudos sobre mudanças paradigmáticas locais; •
Estudos prospectivos sobre educação.
a inovação pedagógica tem que ver, fundamentalmente, com mudanças nas práticas
pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico face às
práticas pedagógicas tradicionais. [...] p.3
Eu costumo dizer que só há inovação pedagógica quando existe ruptura com o velho
paradigma (fabril), no sentido que Khun (1962) atribui à expressão ruptura
paradigmática, e se cria localmente, isto é, no espaço concreto (ou virtual) onde se
movem professores e alunos, um contexto de aprendizagem que contrarie os
pressupostos essenciais do paradigma fabril. E onde se desenvolvam, como é
evidente, novas culturas escolares, se falamos de instituições escolares, diferentes da
matriz escolar comum que, de alguma maneira, unifica todas as escolas ancoradas no
mesmo paradigma.
Inovação pedagógica como ruptura de natureza cultural, se tivermos como fundo as
culturas escolares tradicionais, e abertura para a emergência de culturas novas,
provavelmente estranhas aos olhares conformados com a tradição. P.3
Cultura e cultura
escolar
A etnografia e a
descrição da
cultura
Objetivo do
mestrado em
inovação
pedagógica
Inovação
pedagógica implica
em mudança
Inovação
pedagógica -
mudança na cultura
escola em espaços
concretos ou
virtuais
Inovação
pedagógica é
ruptura com a
cultura escolar
tradicional
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FONTE ARTIGO
AUTOR FINO, C. N.
TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação
Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In
Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da
Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de
junho de 2013
CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL
a etnografia da educação, sobretudo por recusar qualquer possibilidade de arranjo de
natureza experimental, e por, ao invés, estudar os sujeitos nos seus ambientes
naturais, pode constituir uma ferramenta poderosíssima para a compreensão desses
intensos e complexos diálogos inter-subjectivos que são as praticas pedagógicas.[...]o
que decorre entre os actores que povoam um contexto escolar, e narrado “de dentro”,
como se fosse por alguém que se torna também actor para falar como um deles. P.4
Bogdan e Taylor (1975) definiram a observação participante como uma investigação
que se caracteriza por um período de interacções sociais intensas entre o investigador
e os sujeitos, no meio destes, durante o qual os dados são recolhidos de forma
sistemática.
Durante a estada no campo, os dados recolhidos são provenientes de fontes diversas,
nomeadamente observação participante, propriamente dita, que é o que o observador
apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas actividades. Mas, também,
através das entrevistas etnográficas, que são as conversações ocasionais no terreno,
portanto não estruturadas, e mediante o estudo, quer de documentos “oficiais”, quer,
sobretudo, de documentos pessoais, nos quais os nativos revelam os seus pontos de
vista p.5
pessoais sobre a sua vida ou sobre eles próprios, e que podem assumir a forma de
diários, cartas, autobiografias. P.6
Segundo Michael Genzuk (op. cit.) etnografia é um método de olhar de muito perto,
que se baseia em experiência pessoal e em participação, que envolve três formas de
recolher dados: entrevistas, observação e documentos, os quais, por sua vez,
produzem três tipos p.6
de dados: citações, descrições e excertos de documentos, que resultam num único
produto: a descrição narrativa. Esta inclui gráficos, diagramas e artefactos, que
ajudam a contar “a história”. P.7
clarificação sugerida por Rockwell, que distingue a etnografia daetnologia nestes
termos:
A etnografia domina também um ramo da antropologia: aquele que acumula
conhecimentos sobre realidades sociais e culturais peculiares, delimitadas no tempo e
no espaço. Distingue-se assim da etnologia, que se ocupa dareconstrução evolutiva e
comparativa do homem. A etnografia foi definida como(P.8) “uma teoria da
descrição” que se opõe à etnologia, considerada “teoria dacomparação”.
Sousa, J. M. (2000), O olhar etnográfico da escola perante a diversidade cultural, in
Psi 2.1 Junho de 2000 (http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n16.htm).
Benedict, R. (s/d). Padrões de Cultura. Lisboa: Livros do Brasil.
A etnografia estuda
os sujeitos no seu
ambiente natural
As práticas sociais
são diálogos inter-
subjetivos
A observação
participante
envolve intensa
interação entre os
sujeitos envolvidos
(pesquisador e
pesquisados)
Instrumentos de
coleta de dados na
pesquisa
etnográfica
Instrumentos de
coleta de dados na
pesquisa
etnográfica
Fino citando
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proximidade com a
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  • 1. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locaisFICHAMENTO FONTE ARTIGO AUTOR FINO, C. N. TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de junho de 2013 CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL Cultura, como determinante da forma como encaramos o mundo, e cultura escolar, como condicionante da maneira como desempenhamos o nosso papel de actores no mundo peculiar da educação. P.1 Conforme dizia Spradley (1979), a etnografia deve ser entendida como a descrição de uma cultura, que pode ser a de um pequeno grupo tribal, numa terra exótica, ou a de uma turma de uma escola dos subúrbios, sendo a tarefa do investigador etnográfico compreender a maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo. P.1 Esse mestrado inscreve-se numa linha de investigação em inovação pedagógica que visa promover: • Estudos tendentes à compreensão dos motivos de desadequação da escola ou dos sistemas escolares face às necessidades (actuais) de desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre experiências (pedagógicas) destinadas à reconciliação da escola ou dos sistemas educativos com as necessidades de desenvolvimento cultural, económico e social; • Estudos sobre invariantes culturais que dificultam ou obstam à inovação pedagógica; • Estudos sobre fixações em paradigmas ancorados no passado; • Estudos sobre mudanças paradigmáticas locais; • Estudos prospectivos sobre educação. a inovação pedagógica tem que ver, fundamentalmente, com mudanças nas práticas pedagógicas e essas mudanças envolvem sempre um posicionamento crítico face às práticas pedagógicas tradicionais. [...] p.3 Eu costumo dizer que só há inovação pedagógica quando existe ruptura com o velho paradigma (fabril), no sentido que Khun (1962) atribui à expressão ruptura paradigmática, e se cria localmente, isto é, no espaço concreto (ou virtual) onde se movem professores e alunos, um contexto de aprendizagem que contrarie os pressupostos essenciais do paradigma fabril. E onde se desenvolvam, como é evidente, novas culturas escolares, se falamos de instituições escolares, diferentes da matriz escolar comum que, de alguma maneira, unifica todas as escolas ancoradas no mesmo paradigma. Inovação pedagógica como ruptura de natureza cultural, se tivermos como fundo as culturas escolares tradicionais, e abertura para a emergência de culturas novas, provavelmente estranhas aos olhares conformados com a tradição. P.3 Cultura e cultura escolar A etnografia e a descrição da cultura Objetivo do mestrado em inovação pedagógica Inovação pedagógica implica em mudança Inovação pedagógica - mudança na cultura escola em espaços concretos ou virtuais Inovação pedagógica é ruptura com a cultura escolar tradicional
  • 2. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locaisFICHAMENTO FONTE ARTIGO AUTOR FINO, C. N. TITULO Inovação pedagógica, etnografia, distanciação Bibliografia Fino, C. N. A etnografia enquanto método: um modo de entender as culturas (escolares) locais. In Christine Escallier e Nelson Veríssimo (Org.) Educação e Cultura. Funchal: DCE – Universidade da Madeira, pp 43-53. 2008b. http://www3.uma.pt/carlosfino/publicacoes/22.pdf Acesso em 26 de junho de 2013 CONTEÚDO 01 IDEIA CENTRAL a etnografia da educação, sobretudo por recusar qualquer possibilidade de arranjo de natureza experimental, e por, ao invés, estudar os sujeitos nos seus ambientes naturais, pode constituir uma ferramenta poderosíssima para a compreensão desses intensos e complexos diálogos inter-subjectivos que são as praticas pedagógicas.[...]o que decorre entre os actores que povoam um contexto escolar, e narrado “de dentro”, como se fosse por alguém que se torna também actor para falar como um deles. P.4 Bogdan e Taylor (1975) definiram a observação participante como uma investigação que se caracteriza por um período de interacções sociais intensas entre o investigador e os sujeitos, no meio destes, durante o qual os dados são recolhidos de forma sistemática. Durante a estada no campo, os dados recolhidos são provenientes de fontes diversas, nomeadamente observação participante, propriamente dita, que é o que o observador apreende, vivendo com as pessoas e partilhando as suas actividades. Mas, também, através das entrevistas etnográficas, que são as conversações ocasionais no terreno, portanto não estruturadas, e mediante o estudo, quer de documentos “oficiais”, quer, sobretudo, de documentos pessoais, nos quais os nativos revelam os seus pontos de vista p.5 pessoais sobre a sua vida ou sobre eles próprios, e que podem assumir a forma de diários, cartas, autobiografias. P.6 Segundo Michael Genzuk (op. cit.) etnografia é um método de olhar de muito perto, que se baseia em experiência pessoal e em participação, que envolve três formas de recolher dados: entrevistas, observação e documentos, os quais, por sua vez, produzem três tipos p.6 de dados: citações, descrições e excertos de documentos, que resultam num único produto: a descrição narrativa. Esta inclui gráficos, diagramas e artefactos, que ajudam a contar “a história”. P.7 clarificação sugerida por Rockwell, que distingue a etnografia daetnologia nestes termos: A etnografia domina também um ramo da antropologia: aquele que acumula conhecimentos sobre realidades sociais e culturais peculiares, delimitadas no tempo e no espaço. Distingue-se assim da etnologia, que se ocupa dareconstrução evolutiva e comparativa do homem. A etnografia foi definida como(P.8) “uma teoria da descrição” que se opõe à etnologia, considerada “teoria dacomparação”. Sousa, J. M. (2000), O olhar etnográfico da escola perante a diversidade cultural, in Psi 2.1 Junho de 2000 (http://www2.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n16.htm). Benedict, R. (s/d). Padrões de Cultura. Lisboa: Livros do Brasil. A etnografia estuda os sujeitos no seu ambiente natural As práticas sociais são diálogos inter- subjetivos A observação participante envolve intensa interação entre os sujeitos envolvidos (pesquisador e pesquisados) Instrumentos de coleta de dados na pesquisa etnográfica Instrumentos de coleta de dados na pesquisa etnográfica Fino citando Gafilkel – etnografia e sua proximidade com a antropologia Etnologia é diferente de etnografia