SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 14
“TIL” – um folhetim
                        (1871-72)


Muitas                   Enredo            Suspense,
persona-       Vários   dinâmico Segredos, tensão
gens          núcleos      (ação  intrigas
                         rápida)

 Heroísmo,    Muitas                Fundo
idealização   mortes “tragédias     Moral   “grand
                      gregas”               finale”
Romance regionalista
“Cerca de uma légua abaixo da confluência do Atibaia com o Piracicaba, e
    à margem deste último rio, estava situada a fazenda das Palmas.
 Ficava no seio de uma bela floresta virgem, porventura a mais vasta e
   frondosa, das que então contava a província de São Paulo, e foram
convertidas a ferro e fogo em campos de cultura. Daquela que borda as
 margens do Piracicaba, e vai morrer nos campos de Ipu, ainda restam
             grandes matas, cortadas de roças e cafezais.”

      Como no caso do romance histórico, não é a
  realidade, a verdade em si, que atrai o romancista,
   e sim o tema que possibilite dar larga fantasia, ao
        seu estilo épico e ao desejo de lançar os
       fundamentos de uma literatura nacional.
“Estashistórias de leitura rápida eram
  publicadas nos jornais em espaços
    determinados e destinados ao
   entretenimento; era o folhetim,
   gênero que ocasionou a criação de
  inúmeros jornais diários, encontrou
amplo espaço de publicação na capital
    do Império e no interior do país.
 A leitura das publicações de romances
 de folhetim e muitos outros costumes
     influenciaram de uma maneira
  marcante a formação da identidade
 nacional brasileira, que assimilava os
  modelos europeus e os adaptava ao
 nosso cotidiano, em um momento de
construção de estilo de vida que estava
  sendo adotado pelo povo brasileiro.
Estilo do Autor
                    Sentimentalismo

Envolvimento
 emocional                            exagerado


 Termos
regionais                              Muitas
                                      descrições


                              Adjetivação
      Neologismos                farta
Estrutura
bipartida
 Apresentação das
 personagens e das
      tramas
   (31 capítulos)


   Revelações e
  resoluções das
      tramas
   (31 capítulos)
Espaço

           Principal:
         Santa Bárbara
            d’Oeste

                    Menções:
  Recursos
                   Campinas,
particulares:
                   Itu, Vila de
 Ave-Maria,
                   Piracicaba,
  floresta,
                   Fazenda do
 Bacorinho
                    Limoeiro
Predominantemente
TEMPO
        psicológico.
        Conforme a chegada de
        cada personagem na
        trama, o tempo é
        manejado pelo narrador
        que torna o tempo
        passado sempre presente.
Visão da mulher: TIL = flor

        Til         Til         Til         Til
“Eram dois, ele e ele, ambos na flor da beleza e mocidade.”
(cap. I)

“Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares,
onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de
Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que
se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça.” (cap. XXXI)
DUALIDADE ROMÂNTICA, típica de Alencar
           anjo e           menina e
          demônio            mulher

                    BERTA

        frágil e forte   flor-botão e
                          flor-aberta
Enfoque da vida do caipira do
  interior de SP, no séc. XIX

      Linguístico
      (vocabulário      Cultural
      regional, fala     (costumes,
      do caipira, do   festas,danças)
        escravo)


                       Comporta
        Social          mental
       (capangas,       (educação,
        escravos,        namoro,
      pobres, ricos)     segredos
                        familiares)
A idealização romântica
          Eram dois, ele e ela, ambos na flor da beleza e da mocidade.
O viço da saúde rebentava-lhes no encarnado das faces, mais aveludadas que a
açucena escarlate recém aberta ali com os orvalhos da noite. No fresco sorriso
dos lábios, como nos olhos límpidos e brilhantes, brotava-lhes a seiva d’alma.
         Ela, pequena, esbelta, ligeira, buliçosa, saltitava sobre a relva, gárrula e
cintilante do prazer de pular e correr; saciando-se na delícia inefável de se
difundir pela criação e sentir-se flor no regaço daquela natureza luxuriante.
         Ele, alto, ágil, de talhe robusto e bem conformado, calcando o chão sob
o grosseiro soco da bota com a bizarria de um príncipe que pisa as ricas
alfombras, seguia de perto a gentil companheira, que folgava pelo campo, a
volutear e fazendo-lhe mil negaças, como a borboleta que zomba dos esforços
inúteis da criança para a colher.
           Caminhavam por uma brecha, bordada de ilhas de mato, que emergiam
aqui e ali do verde gramado. Pela ramagem frondente das árvores e renovos que
abrolhavam, percebia-se a proximidade de uma grande manancial, e entre as
crepitações da brisa nas folhas, como um tom opaco desse arpejo da solidão,
ouvia-se o murmure soturno do Piracicaba, que leva ao Tietê o tributo caudal de
suas águas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Til - José de Alencar
Til - José de AlencarTil - José de Alencar
Til - José de AlencarLívia S.
 
Livro Iracema Jose de alencar
Livro Iracema Jose de alencarLivro Iracema Jose de alencar
Livro Iracema Jose de alencarthaahmendesbq
 
O guarani- José de Alencar; Ficha Literária
O guarani- José de Alencar; Ficha LiteráriaO guarani- José de Alencar; Ficha Literária
O guarani- José de Alencar; Ficha LiteráriaRafael Leite
 
Angústia, de Graciliano Ramos
Angústia, de Graciliano RamosAngústia, de Graciliano Ramos
Angústia, de Graciliano RamosCláudia Heloísa
 
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014
Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014Patrícia C Milacci
 
Trabalho de português 2ª tarefa
Trabalho de português 2ª tarefaTrabalho de português 2ª tarefa
Trabalho de português 2ª tarefa1998-0206
 
Trabalho sobre o livro a escrava isaura
Trabalho sobre o livro a escrava isauraTrabalho sobre o livro a escrava isaura
Trabalho sobre o livro a escrava isauraMaylson Barros
 
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Josi Motta
 
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...Joselma Mendes
 
Bernardo joaquim da silva guimarães
Bernardo joaquim da silva guimarãesBernardo joaquim da silva guimarães
Bernardo joaquim da silva guimarães030577
 
A prosa romântica regionalista
A prosa romântica regionalistaA prosa romântica regionalista
A prosa romântica regionalistahipolitus
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticassin3stesia
 

Mais procurados (20)

Til - José de Alencar
Til - José de AlencarTil - José de Alencar
Til - José de Alencar
 
Til 3ª B - 2013
Til  3ª B -  2013Til  3ª B -  2013
Til 3ª B - 2013
 
Livro Iracema Jose de alencar
Livro Iracema Jose de alencarLivro Iracema Jose de alencar
Livro Iracema Jose de alencar
 
O guarani- José de Alencar; Ficha Literária
O guarani- José de Alencar; Ficha LiteráriaO guarani- José de Alencar; Ficha Literária
O guarani- José de Alencar; Ficha Literária
 
Angústia, de Graciliano Ramos
Angústia, de Graciliano RamosAngústia, de Graciliano Ramos
Angústia, de Graciliano Ramos
 
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014
Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014
 
O guarani
O guaraniO guarani
O guarani
 
Trabalho de português 2ª tarefa
Trabalho de português 2ª tarefaTrabalho de português 2ª tarefa
Trabalho de português 2ª tarefa
 
Iracema
IracemaIracema
Iracema
 
Trabalho sobre o livro a escrava isaura
Trabalho sobre o livro a escrava isauraTrabalho sobre o livro a escrava isaura
Trabalho sobre o livro a escrava isaura
 
Iracema slide pronto
Iracema   slide prontoIracema   slide pronto
Iracema slide pronto
 
Bernardo guimarães
Bernardo guimarãesBernardo guimarães
Bernardo guimarães
 
A escrava isaura
A escrava isaura A escrava isaura
A escrava isaura
 
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...Além do ponto e outros contos   novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
Além do ponto e outros contos novo - completo - inclusão de sob o céu de sa...
 
Trabalho Livro A Escrava Isaura
Trabalho Livro A Escrava Isaura Trabalho Livro A Escrava Isaura
Trabalho Livro A Escrava Isaura
 
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
A Voz Feminina no Romance Maranhense: uma análise da obra Úrsula de Maria Fir...
 
Bernardo joaquim da silva guimarães
Bernardo joaquim da silva guimarãesBernardo joaquim da silva guimarães
Bernardo joaquim da silva guimarães
 
Iracema atividade
Iracema atividadeIracema atividade
Iracema atividade
 
A prosa romântica regionalista
A prosa romântica regionalistaA prosa romântica regionalista
A prosa romântica regionalista
 
Capitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticasCapitães da Areia: linhas temáticas
Capitães da Areia: linhas temáticas
 

Semelhante a Romance regionalista de 1871 retrata vida no interior paulista

Universidade estadual da paraíba pibid1
Universidade estadual da paraíba   pibid1Universidade estadual da paraíba   pibid1
Universidade estadual da paraíba pibid1Maria das Dores Justo
 
Romantismo prosa
Romantismo prosaRomantismo prosa
Romantismo prosaRotivtheb
 
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.pptRogerioPerego1
 
Sagarana, Guimarães Rosa
Sagarana, Guimarães RosaSagarana, Guimarães Rosa
Sagarana, Guimarães Rosamarleiart
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geraçãoVilmar Vilaça
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeAdriana Masson
 
Literatura: Romantismo - Prosa
Literatura: Romantismo - ProsaLiteratura: Romantismo - Prosa
Literatura: Romantismo - ProsaNAPNE
 
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaModernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaTamara Amaral
 

Semelhante a Romance regionalista de 1871 retrata vida no interior paulista (20)

Til
TilTil
Til
 
Til
TilTil
Til
 
Universidade estadual da paraíba pibid1
Universidade estadual da paraíba   pibid1Universidade estadual da paraíba   pibid1
Universidade estadual da paraíba pibid1
 
Romantismo prosa
Romantismo prosaRomantismo prosa
Romantismo prosa
 
O romance romântico
O romance românticoO romance romântico
O romance romântico
 
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt
2c2aa-fase-do-modernismo-brasileiro-prosa.ppt
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
Literatura Contemporânea
Literatura  ContemporâneaLiteratura  Contemporânea
Literatura Contemporânea
 
Sagarana, Guimarães Rosa
Sagarana, Guimarães RosaSagarana, Guimarães Rosa
Sagarana, Guimarães Rosa
 
Romantismo no brasil segunda geração
Romantismo no brasil   segunda geraçãoRomantismo no brasil   segunda geração
Romantismo no brasil segunda geração
 
Contos
ContosContos
Contos
 
Romance regionalista
Romance regionalistaRomance regionalista
Romance regionalista
 
João simões lopes Neto
João simões lopes NetoJoão simões lopes Neto
João simões lopes Neto
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Literatura: Romantismo - Prosa
Literatura: Romantismo - ProsaLiteratura: Romantismo - Prosa
Literatura: Romantismo - Prosa
 
10 livros essenciais
10 livros essenciais10 livros essenciais
10 livros essenciais
 
O sertanejo
O sertanejoO sertanejo
O sertanejo
 
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães RosaModernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
Modernismo geração de 45: Clarice Lispector e Guimarães Rosa
 
Os Maias de A a Z
Os Maias de A a ZOs Maias de A a Z
Os Maias de A a Z
 

Romance regionalista de 1871 retrata vida no interior paulista

  • 1. “TIL” – um folhetim (1871-72) Muitas Enredo Suspense, persona- Vários dinâmico Segredos, tensão gens núcleos (ação intrigas rápida) Heroísmo, Muitas Fundo idealização mortes “tragédias Moral “grand gregas” finale”
  • 2. Romance regionalista “Cerca de uma légua abaixo da confluência do Atibaia com o Piracicaba, e à margem deste último rio, estava situada a fazenda das Palmas. Ficava no seio de uma bela floresta virgem, porventura a mais vasta e frondosa, das que então contava a província de São Paulo, e foram convertidas a ferro e fogo em campos de cultura. Daquela que borda as margens do Piracicaba, e vai morrer nos campos de Ipu, ainda restam grandes matas, cortadas de roças e cafezais.” Como no caso do romance histórico, não é a realidade, a verdade em si, que atrai o romancista, e sim o tema que possibilite dar larga fantasia, ao seu estilo épico e ao desejo de lançar os fundamentos de uma literatura nacional.
  • 3. “Estashistórias de leitura rápida eram publicadas nos jornais em espaços determinados e destinados ao entretenimento; era o folhetim, gênero que ocasionou a criação de inúmeros jornais diários, encontrou amplo espaço de publicação na capital do Império e no interior do país. A leitura das publicações de romances de folhetim e muitos outros costumes influenciaram de uma maneira marcante a formação da identidade nacional brasileira, que assimilava os modelos europeus e os adaptava ao nosso cotidiano, em um momento de construção de estilo de vida que estava sendo adotado pelo povo brasileiro.
  • 4. Estilo do Autor Sentimentalismo Envolvimento emocional exagerado Termos regionais Muitas descrições Adjetivação Neologismos farta
  • 5. Estrutura bipartida Apresentação das personagens e das tramas (31 capítulos) Revelações e resoluções das tramas (31 capítulos)
  • 6. Espaço Principal: Santa Bárbara d’Oeste Menções: Recursos Campinas, particulares: Itu, Vila de Ave-Maria, Piracicaba, floresta, Fazenda do Bacorinho Limoeiro
  • 7. Predominantemente TEMPO psicológico. Conforme a chegada de cada personagem na trama, o tempo é manejado pelo narrador que torna o tempo passado sempre presente.
  • 8. Visão da mulher: TIL = flor Til Til Til Til “Eram dois, ele e ele, ambos na flor da beleza e mocidade.” (cap. I) “Como as flores que nascem nos despenhadeiros e algares, onde não penetram os esplendores da natureza, a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da miséria, que se cavam nas almas, subvertidas pela desgraça.” (cap. XXXI)
  • 9.
  • 10. DUALIDADE ROMÂNTICA, típica de Alencar anjo e menina e demônio mulher BERTA frágil e forte flor-botão e flor-aberta
  • 11.
  • 12. Enfoque da vida do caipira do interior de SP, no séc. XIX Linguístico (vocabulário Cultural regional, fala (costumes, do caipira, do festas,danças) escravo) Comporta Social mental (capangas, (educação, escravos, namoro, pobres, ricos) segredos familiares)
  • 13.
  • 14. A idealização romântica Eram dois, ele e ela, ambos na flor da beleza e da mocidade. O viço da saúde rebentava-lhes no encarnado das faces, mais aveludadas que a açucena escarlate recém aberta ali com os orvalhos da noite. No fresco sorriso dos lábios, como nos olhos límpidos e brilhantes, brotava-lhes a seiva d’alma. Ela, pequena, esbelta, ligeira, buliçosa, saltitava sobre a relva, gárrula e cintilante do prazer de pular e correr; saciando-se na delícia inefável de se difundir pela criação e sentir-se flor no regaço daquela natureza luxuriante. Ele, alto, ágil, de talhe robusto e bem conformado, calcando o chão sob o grosseiro soco da bota com a bizarria de um príncipe que pisa as ricas alfombras, seguia de perto a gentil companheira, que folgava pelo campo, a volutear e fazendo-lhe mil negaças, como a borboleta que zomba dos esforços inúteis da criança para a colher. Caminhavam por uma brecha, bordada de ilhas de mato, que emergiam aqui e ali do verde gramado. Pela ramagem frondente das árvores e renovos que abrolhavam, percebia-se a proximidade de uma grande manancial, e entre as crepitações da brisa nas folhas, como um tom opaco desse arpejo da solidão, ouvia-se o murmure soturno do Piracicaba, que leva ao Tietê o tributo caudal de suas águas.